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Geografia

A questão ambiental: conferências e sustentabilidade

Objetivo
Estudar os principais protocolos e conferências ambientais dos séculos XX e XXI e compreender o conceito
de desenvolvimento sustentável e suas aplicações.

Se liga
É fundamental que as aulas sobre impactos ambientais estejam em dia, para facilitar o entendimento desse
assunto. Essa aula está dividida em duas partes (“Questão ambiental e a sustentabilidade” e “Conferências
ambientais”), mas a teoria foi unificada só para facilitar seus estudos. Os exercícios da primeira parte,
contudo, são diferentes dos exercícios da segunda parte.

Curiosidade
Clicando aqui você acessa a página da Organização das Nações Unidas (ONU) que mostra todas as
conferências ambientais já realizadas e seus respectivos protocolos.

Teoria

Relação sociedade e natureza


A necessidade de ações de sustentabilidade – ou seja, exploração do meio ambiente sem extingui-lo –
possibilitando a sua renovação é um tema recorrente nas discussões internacionais. Isso é fruto dos
impactos ambientais severos, que são consequência, por exemplo, do aumento da produtividade e utilização
de materiais cada vez mais tóxicos pela indústria.

É nesse contexto da relação do homem com o ambiente, de explorar para retirar os recursos necessários para
a vida e ao mesmo tempo ter que preservar para não comprometer o próprio futuro, que a sociedade passou
a perceber a necessidade de encontros internacionais entre as lideranças mundiais, para a discussão acerca
do caminho que deve seguir o modo de produção da sociedade.

Foi nos fóruns e conferências internacionais que conceitos tais quais sustentabilidade e desenvolvimento
sustentável passaram a ganhar destaque diante de impactos ambientais cada vez mais significativos, como
desmatamentos, emissão de gases poluentes, contaminação da água e ocupação urbana irregular. Assim, é
importante conhecermos os principais protocolos e conferências. Vamos lá?
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(Estocolmo-1972) Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, Estocolmo, 1972
A primeira conferência internacional do meio ambiente foi a Conferência das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, Suécia. Esse evento teve como um de seus
principais objetivos definir estratégias e metas para equilibrar a relação homem-ambiente. A fotografia abaixo
corresponde ao início dessa primeira conferência, com a delegação dos respectivos países.

Visão geral da abertura da Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, Estocolmo. Disponível em:
<http://www.environmentandsociety.org/arcadia/only-one-earth-stockholm-and-beginning-modern-environmental-diplomacy>.
Acessado em: 02/10/2021.

A importância desse encontro é muito grande, porque marca um primeiro esforço no sentido de tentar
preservar o meio ambiente, em nível mundial. Na década de 1970, ainda existia um número considerável de
pessoas que acreditavam que os recursos naturais eram renováveis constantemente e a matéria-prima, uma
fonte inesgotável. A Conferência de Estocolmo serviu para começar a mudar esse pensamento e apresentar
a realidade: o consumo excessivo e indiscriminado da natureza seria fatal ao ser humano. Começou-se, então,
a analisar com maior cuidado situações como o assoreamento de rios, ilhas de calor, inversão térmica, secas,
desmatamento, efeito estufa, mudanças climáticas, entre outros, que alertaram a comunidade científica
mundial.

Na busca por soluções, os países desenvolvidos acusaram as indústrias de serem os grandes responsáveis
pelos problemas ambientais, propondo um novo ritmo de produção, o “crescimento zero”. Esse fato gerou
insatisfação nos países subdesenvolvidos, pois não alteraria a posição de liderança mundial dos países
centrais, sendo que esses tinham sido os principais poluidores, devido à grande quantidade de indústrias que
alavancaram o seu crescimento. Da Conferência de Estocolmo, surgiu um documento intitulado “Declaração
da conferência das Nações Unidas sobre o ambiente humano”, fazendo menção a assuntos fundamentais e
que são atuais ainda hoje, como os três fatores essenciais à continuação de um ambiente saudável para a
vida humana, que seriam: eficiência econômica, igualdade social e equilíbrio ecológico.
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Protocolo de Montreal, 1987


A função da camada de ozônio (O3) é proteger a superfície terrestre dos raios ultravioletas incidentes. A
diminuição dessa camada ocorre a partir de reações do ozônio com o cloro e o bromo. Ela é mais intensa no
Polo Sul, sobre a Antártida. Historicamente, a redução dessa camada está associada ao composto
clorofluorcarbono (CFC), presente nos refrigeradores e desodorantes spray.

Nesse sentido, para impedir o agravamento da situação, em 1987, diversos países assinaram o Protocolo de
Montreal, que entrou em vigor apenas em 1989. O principal objetivo desse protocolo era reduzir a utilização
de compostos que agridem a camada de ozônio. Em 2010, foi proibida a importação e produção de CFC pelos
países-membros. Um dos compostos escolhidos para substituir o CFC é o hidroclorofluorcarbono (HCFC),
que também será banido em 2030. Outros compostos que agridem a camada de ozônio e têm seu uso
controlado são: halon (bromofluorocarboneto), utilizado em extintores de incêndio; e o brometo de metila,
empregado na agricultura como pesticida.

(Rio-92) Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio de Janeiro,
1992
Vinte anos após a Conferência de Estocolmo, foi realizada a Conferência Rio-92 (fotografia abaixo). Essa
conferência foi considerada a mais importante de todas, porque houve uma maior adesão de países e, para
os especialistas, consolidou uma agenda global para o meio ambiente. Os temas abordados na conferência
foram uma extensão da Conferência de Estocolmo e tiveram influência do “Relatório Brundtland”, documento
de 1987 também conhecido como “Nosso Futuro Comum”, que sinalizava o risco de esgotamento dos
recursos naturais por causa do modelo agressivo ao meio ambiente, adotado pelos países desenvolvidos e
em desenvolvimento.

Uma série de convenções, acordos e protocolos foram firmados durante a conferência. O mais importante
deles, a chamada “Agenda 21”, compromete as nações signatárias a adotar métodos de proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica. Como suporte financeiro, foi criado o “Fundo para o Meio Ambiente”.
Os debates foram base, inclusive, para a criação, em 1997, do Protocolo de Kyoto, resolução de vários países
que visava reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa.

Encerramento da Eco 92, no Rio de Janeiro. Foto: Marcos André Pinto / Agência O Globo. Disponível em:
https://m.cbn.globoradio.globo.com/default_mobile.htm?url=%2Fmedia%2Faudio%2F96001%2Feco-92-estabeleceu-
desenvolvimento-sustentavel-com.htm>. Acessado em: 02/10/2021.
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Protocolo de Kyoto, 1997


Foi um acordo internacional, fruto de muitos debates entre ambientalistas e chefes de Estado em diversas
conferências no final do século XX. O protocolo foi finalmente criado em 1997, em Kyoto, e se tornou um
acordo entre os países que assinaram o documento. As nações consideradas desenvolvidas se
comprometeram a reduzir as suas taxas de emissão de gases do efeito estufa, entre os anos de 2008 e 2012,
em pelo menos 5,2%, comparado aos níveis de 1990.

Vale destacar que nem todos tinham os mesmos limites. A União Europeia, por exemplo, comprometeu-se
com uma redução de 8% e o Japão, 7%. Já os países considerados em desenvolvimento, como Brasil, China
e Índia, não possuíam uma meta fixa. Inclusive, esse foi justamente um dos motivos pelo qual os Estados
Unidos se recusaram a ratificar o acordo. O presidente George Bush, na época, não concordava com esse
ponto e acreditava que o acordo teria impacto na economia do país; logo, acabou ficando fora. Outros países
também relutaram e demoraram a ratificar. Assim, o Protocolo de Kyoto entrou em vigor em 2005, após
completar o mínimo necessário com a entrada da Rússia.

(Rio+10) Cúpula mundial sobre desenvolvimento sustentável, Joanesburgo, 2002


Nessa conferência, além da discussão sobre questões ambientais, foi analisado se os acordos da Rio-92
estavam sendo cumpridos ou não, a fim de cobrar uma maior efetivação desses acordos, principalmente a
“Agenda 21”. Entre os principais temas que foram tratados, estão a erradicação da pobreza, a mudança dos
padrões de produção, o consumo e manejo de recursos naturais e o desenvolvimento sustentável. Essa
variabilidade e amplitude de temas foi alvo de muitas críticas, porque as discussões ficaram fragmentadas e
sem foco, dificultando proposições efetivas. Os resultados da Rio+10 não foram muito significativos. Os
países desenvolvidos não cancelaram as dívidas das nações mais pobres, assim como os países integrantes
da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), juntamente com os Estados Unidos, não
assinaram o acordo que previa o uso de 10% de fontes energéticas renováveis (eólica, solar etc.).

(Rio+20) Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio de Janeiro,
2012
A Conferência Rio +20 teve como objetivo reforçar os compromissos de sustentabilidade. Para isso, foram
escolhidos dois temas centrais: a economia verde, com um novo modelo de produção, que buscasse agredir
menos o meio ambiente, e a governança internacional, que indicaria estruturas para alcançar este futuro
desejado. Apesar da grande presença de líderes mundiais, chefes de Estado (fotografia abaixo) e
ambientalistas, os resultados da Rio+20 foram muito criticados, especialmente pelos ambientalistas, por
conta da falta de decisões concretas para o desenvolvimento sustentável, com diversas questões sendo
abordadas superficialmente ou decisões sobre acordos e novas políticas sendo postergadas.

A crise econômica vivida, principalmente por Estados Unidos e Europa, no momento da Conferência, foi
considerada um dos grandes entraves para a tomada de decisões, uma vez que os países estavam
preocupados com os rumos da economia, deixando de lado a discussão ambiental. Apesar disso, traçando
um paralelo entre a Rio-92 e o que se viu na Rio+20, é inquestionável pelo menos um grande avanço: o conceito
de desenvolvimento sustentável foi ampliado, deixando de abarcar apenas questões relacionadas ao meio
ambiente. Sustentabilidade, a partir da Rio+20, passou a incluir, de forma incisiva e essencial, os aspectos
sociais, ressaltando a urgência do esforço conjunto para a melhoria da qualidade de vida e a erradicação da
pobreza, colocando o ser humano no centro das preocupações.
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Presidente Dilma Rousseff e líderes mundiais na foto oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
Disponível em: <https://www.wikiwand.com/pt/Rio%2B20>. Acessado em: 02/10/2021.

(COP-21) Acordo de Paris, 2015


A vigésima primeira Conferência das Partes (COP) aconteceu em 2015, em Paris, e gerou o maior acordo da
história para combater o aquecimento global: o Acordo de Paris. É o substituto do Protocolo de Kyoto, no
qual todos os países se comprometem a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, para limitar o
aquecimento global. Tal acordo demonstra que há possibilidade de os países se comprometerem com
modelos mais sustentáveis de desenvolvimento. O Acordo de Paris, por exemplo, contou com 195
assinaturas, e todos os países do mundo podem participar dessas discussões. A meta do acordo de Paris é
manter o aumento da temperatura ambiental abaixo de 2°C e que os países desenvolvidos colaborem com os
subdesenvolvidos dando suporte financeiro e tecnológico.

Sustentabilidade
O termo sustentabilidade surgiu como um conceito na década de 1980, por Lester Brown, que foi o fundador
do Wordwatch Institute. Um termo que está muito atrelado à sustentabilidade é o de desenvolvimento
sustentável, que foi disseminado e utilizado pela primeira vez em 1983, por ocasião da Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU. Presidida pela primeira-ministra da Noruega à
época, Gro Harlem Brudtland, esse grupo propôs que o desenvolvimento econômico fosse integrado à
questão ambiental. Esse termo, desenvolvimento sustentável, tem a seguinte definição: atender às
necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de prover suas próprias
demandas. Já a sustentabilidade seria a capacidade que um indivíduo, grupo de indivíduos, empresas ou
aglomerados produtivos em geral têm de se manter inseridos num determinado ambiente sem, contudo,
impactar violentamente esse meio. Assim, pode-se entender como a capacidade de usar os recursos naturais
e, de alguma forma, devolvê-los ao planeta por meio de práticas ou técnicas desenvolvidas para este fim.
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Exercícios de fixação

1. Em que contexto a relação homem e meio ambiente influenciou na necessidade das conferências
ambientais?

2. Qual a importância da discussão sobre sustentabilidade ambiental?

3. Qual a principal importância da Conferência de Estocolmo?


a) Foi a primeira conferência ambiental internacional.
b) A definição do conceito de desenvolvimento sustentável.
c) A criação de uma economia verde.
d) Definir novas metas de desmatamento.

4. Qual importante conceito foi introduzido na Rio+20?


a) Desenvolvimento sustentável.
b) Economia verde.
c) Ecodesenvolvimento.
d) Desenvolvimento econômico.

5. Qual a principal vantagem do Acordo de Paris em relação ao Protocolo de Kyoto?


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Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2019)
Texto I
Os segredos da natureza se revelam mais sob a tortura dos experimentos do que no seu curso natural.
BACON, F. Novum Organum, 1620. In: HADOT, P. O véu de Isis: ensaio sobre a história da ideia de natureza. São Paulo.

Texto II
O ser humano, totalmente desintegrado do todo, não percebe mais as relações de equilíbrio da
natureza. Age de forma totalmente desarmônica sobre o ambiente, causando grandes desequilíbrios
ambientais.
GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papirus, 1995.
Os textos indicam uma relação da sociedade diante da natureza caracterizada pela
a) objetificação do espaço físico.
b) retomada do modelo criacionista.
c) recuperação do legado ancestral.
d) infalibilidade do método científico.
e) formação da cosmovisão holística.

2. (Enem PPL, 2009) A relação sociedade e natureza passou a ser discutida em nível global e com maior
ênfase a partir da realização de grandes eventos internacionais. A conferência de Estocolmo, em 1972,
ganhou força pela realização da ECO-92, realizada no Rio de Janeiro em 1992 e, mais recentemente,
em 2002, com a Rio+10, realizada em Joanesburgo. Esses eventos pautaram como discussão central
a proposta de desenvolvimento sustentável, que, mais tarde, agregou novas definições, como as de
sustentabilidade e ecodesenvolvimento.
Tais eventos proporcionaram, em nível global, às sociedades
a) um novo modo de locomoção urbana, centrado em veículos de tecnologia limpa.
b) uma mudança no seu modo de vida, devido à redução no consumo de recursos não renováveis.
c) uma discussão a respeito da temática ambiental e o estabelecimento de organizações não
governamentais com essa finalidade.
d) uma política de preservação das florestas tropicais, que resultou na redução constante e
significativa das taxas de desmatamento.
e) uma redução gradativa nos índices de crescimento econômico, com a finalidade de se atingir o
equilíbrio entre desenvolvimento e conservação.
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3. (Enem, 2019)
Texto I
Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa esse som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar
Quando amanhã por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio a sua oração.
MONTE, M. et al. O rio. In: Infinito particular. Rio de Janeiro: Sony: Universal Music, 2006 (fragmento).

Texto II
O atrativo ecoturístico não é somente o banho de cachoeira, sentar e caminhar pela praia, cavalgar, mas
conhecer a biodiversidade, às vezes supostamente em extinção. Observar baleias, nadar com o
golfinho, tocar em corais, sair ao encontro de dezenas de jacarés em seu habitat natural são símbolos
que fascinam um ecoturista. A natureza é transformada em espetáculo diferente da vida urbana
moderna.
SANTANA, P. V. Ecoturismo: uma indústria sem chaminé? São Paulo: Labur Edições, 2008.
São identificadas nos textos, respectivamente, as seguintes posturas em relação à natureza:
a) Exploração e romantização;
b) Sacralização e profanação;
c) Preservação e degradação;
d) Segregação e democratização;
e) Idealização e mercantilização.

4. (Enem, 2006) As florestas tropicais úmidas contribuem muito para a manutenção da vida no planeta,
por meio do chamado sequestro de carbono atmosférico. Resultados de observações sucessivas, nas
últimas décadas, indicam que a floresta amazônica é capaz de absorver até 300 milhões de toneladas
de carbono por ano.
Conclui-se, portanto, que as florestas exercem importante papel no controle
a) das chuvas ácidas, que decorrem da liberação, na atmosfera, do dióxido de carbono resultante dos
desmatamentos por queimadas.
b) das inversões térmicas, causadas pelo acúmulo de dióxido de carbono resultante da não dispersão
dos poluentes para as regiões mais altas da atmosfera.
c) da destruição da camada de ozônio, causada pela liberação, na atmosfera, do dióxido de carbono
contido nos gases do grupo dos clorofluorcarbonos.
d) do efeito estufa provocado pelo acúmulo de carbono na atmosfera, resultante da queima de
combustíveis fósseis, como carvão mineral e petróleo.
e) da eutrofização das águas, decorrente da dissolução, nos rios, do excesso de dióxido de carbono
presente na atmosfera.
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5. (IFBA, 2012) Mostrengo enviado para punir o povo de Tebas por ter afrontado os deuses, a Esfinge tinha
cabeça e seios de mulher, corpo e patas de leoa, e asas de águia. Instalada às portas da cidade, ela
exigia que seus melhores jovens a enfrentassem. Todos eram impiedosamente trucidados porque não
conseguiam responder ao enigma que ela lhes propunha. Desgraça que só terminou quando apareceu
um esperto rapaz, vindo de Corinto e chamado Édipo. Ele matou a charada, provocando o suicídio da
fera. O resto da lenda é bem conhecido. Pois bem, o “desenvolvimento sustentável” também é um
enigma à espera do seu Édipo [....].
VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento Sustentável: o desafio do século XXI. 3a edição. Rio de Janeiro: Garamond, 2008, p.3.
O desenvolvimento sustentável se define de forma enigmática por constituir-se enquanto o desafio do
século XXI. Nesta perspectiva, pode-se afirmar:
a) A privatização da água proposta pelo Banco Mundial é uma medida de uso e apropriação racional
da natureza com vistas à sustentabilidade socioeconômica e ambiental;
b) Os conflitos socioambientais evidenciam as contradições da relação estabelecida entre a sociedade
e a natureza no modelo de desenvolvimento capitalista;
c) O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), proposto pelo governo federal, tem como projeto
estruturante a criação de reservas e parques nacionais para a promoção do desenvolvimento
sustentável na Amazônia;
d) A regulação da biodiversidade pela Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto patrimônio da
humanidade, vem garantindo o cumprimento legal da política ambiental brasileira;
e) A conservação natural dos ecossistemas terrestres para a reprodução social da vida torna evidente
o desenvolvimento sustentável no capitalismo.
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6. (Fuvest, 2017) Segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC),


inúmeras gigatoneladas de gases do efeito de origem antropogênica (oriundos de atividades humanas)
vêm sendo lançadas na atmosfera há séculos. A figura mostra as emissões em 2010 por setor
econômico.
Emissão de gases do efeito estufa por setor econômico

IPCC. Climate Change, 2014 • Synthesis Report. Adaptado


Com base na figura e em seus conhecimentos, aponte a afirmação correta.
a) Os setores econômicos de construção e produção de outras energias, juntos, possuem menores
emissões de gases do efeito estufa antropogênicos do que o setor de transporte, tendo como
principal exemplo ocorrências no sudeste asiático.
b) As maiores emissões de CH4 de origem antropogênica devem-se ao setor econômico da agricultura
e outros usos da terra, em razão das queimadas, principalmente no Brasil e em países africanos.
c) As maiores emissões de gases do efeito estufa de origem antropogênica vinculadas à produção de
eletricidade e calor ocorrem nos países de baixo IDH, pois estes não possuem políticas ambientais
definidas.
d) Um quarto do conjunto de gases do efeito estufa de origem antropogênica lançados na atmosfera
é proveniente do setor econômico de produção de eletricidade e calor, em que predomina a emissão
do CO2, ocorrendo com grande intensidade nos EUA e na China.
e) A Indústria possui parcela significativa na emissão de gases do efeito estufa de origem
antropogênica, na qual o N2O é o componente majoritário na produção em refinarias de petróleo do
Oriente Médio e da Rússia.
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7. (Enem, 2018) Uma pesquisa realizada por Carolina Levis, especialista em ecologia do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia, e publicada na revista Science, demonstra que as espécies vegetais
domesticadas pelas civilizações pré-colombianas são as mais dominantes. “A domesticação de
plantas na floresta começou há mais de 8000 anos. Primeiro, eram selecionadas as plantas com
características que poderiam ser úteis ao homem; e, em um segundo momento, era feita a propagação
dessas espécies. Começaram a cultivá-las em pátios e jardins, por meio de um processo quase intuitivo
de seleção”.
OLIVEIRA, J. Indígenas foram os primeiros a alterar o ecossistema da Amazônia. Disponível em: https://brasil.elpais.com.
Acesso em: 11 dez. 2017 (adaptado).
O texto apresenta um novo olhar sobre a configuração da Floresta Amazônica por romper com a ideia
de
a) primazia de saberes locais.
b) ausência de ação antrópica.
c) insuficiência de recursos naturais.
d) necessidade de manejo ambiental.
e) predominância de práticas agropecuárias.

8. (Enem, 2014)

A preservação da sustentabilidade do recurso natural exposto pressupõe


a) impedir a perfuração de poços.
b) coibir o uso pelo setor residencial.
c) substituir as leis ambientais vigentes.
d) reduzir o contingente populacional na área.
e) introduzir a gestão participativa entre os municípios.
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9. (UERJ, 2015 - adaptada) ONU e o meio ambiente


Pode-se dizer que o movimento ambiental começou séculos atrás, como resposta à industrialização.
Após a Segunda Guerra Mundial, a era nuclear fez surgir temores de um novo tipo de poluição por
radiação. Em 1969, a primeira foto da Terra vista do espaço tocou o coração da humanidade com a sua
beleza e simplicidade. Em 1972, a Organização das Nações Unidas convocou a Conferência das Nações
Unidas sobre o Ambiente Humano, na Suécia, em Estocolmo. A declaração final do evento contém
dezenove princípios que representam um manifesto ambiental para nossos tempos.

Adaptado de onu.org.br.
A Conferência de Estocolmo e o surgimento de organizações ambientalistas, como Greenpeace e WWF,
provocaram mudanças na percepção social da questão ambiental no final do século XX.
Dentre essas mudanças, a mais difundida foi a conscientização da:
a) limitação da tecnologia moderna;
b) dimensão da interferência humana;
c) recorrência do desmatamento intenso;
d) insuficiência do abastecimento alimentar;
e) sustentabilidade do desenvolvimento social.

10. “Vários estudos atestam que os atuais padrões de consumo crescem mais rapidamente que a
capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Ou seja, para manter os níveis de uso de recursos
como a água, os minérios, os solos e as florestas da maior parte da população mundial, seriam
necessários vários planetas Terra”.
MARTINS, D. et al. Geografia, sociedade e cotidiano: espaço mundial. Volume 03, 3ª ed. São Paulo: escala educacional, 2013.
p.264.
O padrão não sustentável de consumo das sociedades atuais fez emergir uma grande preocupação
quanto ao esgotamento dos recursos naturais. A definição acima apresentada refere-se ao conceito
de:
a) consumo alienante;
b) obsolescência planejada;
c) pegada ecológica;
d) níveis gerais de consumo;
e) esgotamento florestal.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A relação predatória existente entre o homem e a natureza gerou desde a Revolução Industrial diversos
impactos ambientais. Assim, a discussão desses impactos em níveis internacionais passou a ser uma
exigência da sociedade.

2. Sustentabilidade pode ser definida como o consumo dos recursos naturais, suprindo as necessidades
atuais, sem comprometer o acesso desses recursos pelas gerações futuras. A adoção desse termo como
diretriz das políticas dos Estados veio a partir de uma perspectiva de esgotamento dos recursos naturais
e necessidade de garantir a sobrevivência das gerações futuras. Todavia ela cria impasses, já que exige
alterações no modelo econômico e produtivo.

3. A
A importância desse encontro é muito grande, porque marca um primeiro esforço no sentido de tentar
preservar o meio ambiente, em nível mundial. Na década de 1970 ainda existia um número considerável
de pessoas que acreditavam que os recursos naturais eram renováveis constantemente, e a matéria-
prima, uma fonte inesgotável. A Conferência de Estocolmo serviu para começar a mudar esse
pensamento e apresentar a realidade: o consumo excessivo e indiscriminado da natureza seria fatal ao
ser humano.

4. B
A Conferência Rio+20 teve como objetivo reforçar os compromissos de sustentabilidade. Para isso,
introduziu o conceito de economia verde, um instrumento para alcançar a sustentabilidade a partir de um
novo modelo de produção que agrida menos o meio ambiente.

5. O Acordo de Paris foi o primeiro em que estabeleceu metas de redução para todos os países signatários.

Exercícios de vestibulares

1. A
Ao longo da história, o homem sempre produziu ferramentas para facilitar seu trabalho ou ajudá-lo a
superar suas limitações físicas. Assim, o homem, um ser que facilmente seria vencido pela natureza,
passou a produzir meios que possibilitaram a objetificação do espaço físico.

2. C
A realização de tais conferências possibilitam, em nível global, uma discussão a respeito da temática
ambiental e o estabelecimento de organizações não governamentais (ONGs) com foco ambiental.

3. E
Ao longo das revoluções industriais, a concepção do homem sobre a natureza se modificou. Se antes
ela era intrínseca à vivência humana, depois passou a ser entendida como meio de apropriação. Posterior
a isso, consequência da poluição urbana, a natureza passou a ser vista como moralmente boa, como
uma conexão romântica e distante. Essa ideia de que o homem seria separado da natureza fica cada vez
mais presente na modernidade.

4. D
A queima de combustíveis fósseis provoca aumento da concentração de dióxido de carbono na
atmosfera. As florestas naturalmente realizam a absorção do gás carbônico presente na atmosfera.

5. B
O desenvolvimento capitalista busca o lucro – ou seja, o excedente captado. Para esse excedente
acontecer, é preciso contar com níveis de exploração. Além disso, os modelos industriais estabelecem
uma relação predatória com a natureza, que não considera seu tempo.
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6. D
Muitos países dependem da queima de combustíveis fósseis para gerar energia elétrica, especialmente
carvão mineral e gás natural – o último também utilizado na produção de calor, para aquecimento no
inverno.

7. B
Existe uma concepção clássica de que a Amazônia possui algumas partes intocadas pelo homem. O
estudo destacado no texto revela uma ação importante das sociedades indígenas na alteração do
ecossistema da floresta amazônica. Essa mesma pesquisa atribui a biodiversidade da floresta, em parte,
a esses mesmos grupos. Questiona-se, assim, o mito da ausência de ação antrópica. A floresta seria
resultado também da alteração por grupos indígenas.

8. E
Nesta questão, a água é tratada enquanto um recurso estratégico disponível em uma formação que
armazena água subterrânea, o aquífero Alter do Chão, que se estende por diversos estados e municípios
da região Norte do Brasil. A questão indaga qual a estratégia mais adequada para que este recurso seja
preservado. Neste sentido, uma gestão participativa entre os municípios pelos quais o aquífero passa é
a alternativa mais adequada.

9. B
Essa dimensão da intervenção humana é a resposta certa, pois nesse fórum, como nos demais, a busca
pelo desenvolvimento sustentável – ou seja, uso dos recursos naturais sem prejudicar as gerações
futuras – é o grande foco; até porque o homem não pode viver sem utilizar esses recursos, mas pode
usá-los de forma que seu impacto permita a recuperação do ambiente sem exterminá-lo.

10. C
A pegada ecológica é uma medida ambiental que visa ilustrar o impacto bruto que cada ser humano teria
na natureza com seus padrões de consumo atuais.

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