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Bacharelado em Administração
Nos anos 80, foi dado um alerta por várias organizações e acadêmicos no mundo todo
sobre o perigo representado ao planeta: a elevação da temperatura global devido ao
efeito estufa. O problema desde então só tem se agravado, tanto pelo aumento das
temperaturas médias, que provocam problemas em várias partes do mundo, como pelo
avanço da tecnologia, que consegue demonstrar com mais precisão o que realmente está
acontecendo com o clima global devido à atividade humana.
Um dos problemas que vem aumentando a cada dia e pode ser considerado totalmente
prejudicial para o meio ambiente é o efeito estufa que é um fenômeno que ocorre a
partir da concentração excessiva, na atmosfera, de gases, tais como o dióxido de
carbono (C02), o ozônio (03), o óxido nitroso (N20) e o metano (CH4), entre outros,
que absorvem uma quantidade maior de radiação infravermelha, provocando o aumento
da temperatura da Terra. Esse é um fenômeno natural, e um dos responsáveis pela
manutenção da vida na Terra. O problema é que a queima de carvão natural, petróleo e
derivados (combustíveis fósseis) lança quantidades excessivas desses gases na
atmosfera, provocando um aquecimento anormal do planeta. Em decorrência desse
fenômeno é que ocorre a mudança climática global.
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A terceira Conferência das Partes, realizada em Kyoto, em 1997, foi um marco no
entendimento de uma relação maior entre os temas ambientais e econômicos. Pois teve
como principal resultado o Protocolo de Kyoto, segundo o qual os países
industrializados deveriam cortar suas emissões para baixo dos níveis de 1990. Tal
protocolo é assinado por 84 países, mas sua entrada em vigor depende da ratificação por
55 países, que respondem por 55% das emissões de gases que provocam o efeito estufa.
A 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-16),
que ocorreu em novembro de 2010 em Cancun, México, contou com a participação de
mais de 190 países. Os resultados embora modestos constituíram um avanço, pois foi
assinado um documento denominado Acordo de Cancun, onde se estabelece uma série
de medidas para proteção do meio ambiente. O acordo estabelece um adiamento do
segundo período de vigência do Protocolo de Kyoto e elevam a perspectiva para a
redução de emissões de gases poluentes.
O texto também estabelece a operação de um Fundo Verde que até 2020 deverá liberar
US$ 100 bilhões por ano, administrado pelas Nações Unidas, com a participação do
Banco Mundial. Este fundo visa o desenvolvimento de ações de mitigação e adaptação
em países em desenvolvimento.
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Como alguns países não conseguem atingir as metas estabelecidas pelo Protocolo de
Kyoto, criou-se um sistema de compensação, através do qual países que não precisam
reduzir as emissões e têm práticas de preservação ao meio ambiente atuam como
voluntários, vendendo seus créditos para países investidores. Este mecanismo representa
uma forma de cooperação, através de implementação conjunta e comércio de emissões,
permitindo que países desenvolvidos cumpram suas metas através de financiamento de
projetos em países em vias de desenvolvimento, tais como: conservação de áreas
naturais protegidas, reflorestamento, iluminação eficiente, eficiência energética nos
processos industriais etc.
Autorregulação industrial;
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Incremento das plantações florestais comerciais.
Os países, por sua vez, criam leis que restringem as emissões de GEE. Assim, aqueles
países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões,
tornam-se compradores de créditos de carbono. Por outro lado, aquelas indústrias que
conseguiram diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o
excedente de "redução de emissão" ou "permissão de emissão" no mercado nacional ou
internacional.
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MEMÓRIA 2 DO CAP. IX
A produção mais limpa e a ecoeficiência
Um dos aspectos mais importantes da gestão ambiental empresarial nos últimos anos do
século XX foi a gradativa compreensão de que a adoção de medidas que visam a uma
maior eficiência na prevenção da contaminação é muito mais vantajosa não só do ponto
de vista de se evitarem problemas ambientais, mas também porque resultam em
aumento da competitividade.
Durante o ano de 1989, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente,
PNUMA (em inglês, United Nations Environmental Program - UNEP), introduziu o
conceito de produção mais limpa para definir a aplicação contínua de uma estratégia
ambiental preventiva e integral que envolve processos, produtos e serviços, de maneira
que se previnam ou reduzam os riscos de curto ou longo prazo para o ser humano e o
meio ambiente. A PML, em resumo, adota os seguintes procedimentos:
A PML pode ser definida também como uma estratégia ambiental, de caráter
preventivo, aplicada a processos, produtos e serviços empresariais, que tem como
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objetivo a utilização eficiente dos recursos e a diminuição de seu impacto negativo no
meio ambiente.
Para alcançar seus objetivos, o Programa para a Produção Mais Limpa concentra-se em
duas vertentes: difusão da informação e capacitação.
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de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos processos, produtos e serviços
para aumentar a ecoeficiência e reduzir os riscos ao homem e ao meio ambiente".
O Poder Público também tem um papel dos mais importantes para se obter a produção
mais limpa e a ecoeficiência. O PNUMA recomenda aos governos a aplicação dos
seguintes instrumentos de política para obter a produção mais limpa e a ecoeficiência:
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Introduzir reformas regulatórias; Utilizar instrumentos econômicos; Proporcionar
medidas de apoio; Obter assistência externa.
Do ponto de vista das empresas, a aquisição de tecnologia significa inovação, pois para
a sua adoção são exigidos muitos trabalhos de assimilação e adaptação. Assim, ter uma
Produção Mais Limpa ou Ecoeficiência é um diferencial competitivo em relação às
empresas que não procuram inovar.
atraso dos programas educativos que, por exemplo, não preveem mudanças
tecnológicas;
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temor pela diminuição do tempo da produtividade: por exemplo, como
consequência da aprendizagem de novos processos tecnológicos;
De acordo com o WBCSD, a busca pela ecoeficiência não deve ser objetivo somente
dos empresários, mas deve ser compartilhada pelos governos e por toda a sociedade,
que deve assumir sua quota-parte de responsabilidade.
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MEMÓRIA 3 DO CAP. X
Marketing Verde ou ecológico
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O conceito de marketing está diretamente relacionado com a premissa de que qualquer
empresa que desempenhe uma atividade na sociedade é responsável diante dela pelos
produtos ou serviços que presta.
Neste sentido, deve-se ter sempre um equilíbrio entre as necessidades dos seus clientes e
aquelas da sociedade mais geral, que nem sempre são as mesmas, tanto no presente
como no futuro.
Com uma abrangência maior, podemos definir o marketing verde como um conjunto de
políticas e estratégias de comunicação (promoção, publicidade e relações públicas, entre
outras) destinadas a obter uma vantage1n comparativa de diferenciação para os produtos
ou serviços que a empresa oferece em relação às marcas concorrentes, conseguindo
desse modo incrementar sua participação no mercado, consolidando seu posicionamento
competitivo.
De qualquer modo, é necessário sempre ter em conta que o marketing ecológico não se
reduz unicamente à promoção do produto, há necessidade de uma mudança qualitativa
da organização na abordagem da questão ambiental.
O marketing verde não pode ser considerado somente um conjunto de técnicas voltadas
para projetar e comercializar produtos que não prejudiquem o meio ambiente; é também
uma forma de articular as relações entre o consumidor, a empresa e o meio ambiente.
O risco assumido pelas empresas que promovem campanhas associadas aos benefícios
do produto ao meio ambiente, descuidando-se dos processos de fabricação, são enormes
e podem resultar numa perda de confiança do consumidor, que pode ser irreparável.
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O processo de gestão ambiental é bastante complexo e não pode ser considerado de
forma fragmentada. Embora as informações possam ter diferentes origens, tanto na
parte externa como interna da organização, a tornada de decisões deve levar em
consideração o todo ao qual elas se referem, e que na sua essência é a organização.
O conceito de produto é fundamental para o marketing, pois ele é constituído pelos bens
e serviços oferecidos ao mercado para satisfazer às necessidades e aos desejos dos
clientes. Uma definição dada por Kotler caracteriza o produto como "algo que pode ser
oferecido a um mercado para sua apreciação aquisição, uso ou consumo para satisfazer
a um desejo ou necessidade ".
De acordo com a definição anterior os produtos que são levados ao mercado incluem
bens físicos como por exemplo: automóveis, livros, computadores etc. A esses produtos
pode-se agregar o adjetivo ecológico a muitos deles, e ao se fazer isso, sempre se estará
fazendo referência ao ciclo de vida do produto.
Um produto verde (ou ecológico) é, portanto, aquele que cumpre as mesmas funções
dos produtos equivalentes e causa um dano ao meio ambiente inferior, durante todo o
seu ciclo de vida. E, quanto ao produto em si, deve ser analisada sua composição, se é
reciclável, se agride ou não o meio ambiente, e quanto à embalagem, se o material
também pode ser reciclado.
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Um aspecto importante a ser considerado do ponto de vista do marketing são as
certificações e as rotulagens ambientais (selos verdes), que constituem elementos
tangíveis que acompanham o produto e que constituem fonte de informação objetiva aos
consumidores, pois são conferidos por organizações independentes (externas à
organização), assegurando a qualidade ambiental do produto e dos processos produtivos
a ele associados.
O preço ecológico constitui o indicador geral do valor atribuído ao produto pelo con-
sumidor e reflete os valores ambientais que o produto possui, além dos demais valores
envolvidos e custos de sua produção.
Assim, sendo o preço o indicador geral do valor que o consumidor atribui ao produto, é
importante que esse preço reflita os valores ambientais que o produto tem, juntamente
com os demais valores e custos de produção.
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O conceito de posicionamento está diretamente relacionado com a escolha que faz a
organização quanto à posição que deseja ocupar no mercado.
No mercado mundial, está cada vez mais popularizada a publicidade "verde", em que
alguns produtos são alardeados como ecológicos, por terem origen1 em plantações
orgânicas, ou por estarem livres de substâncias agressivas ao meio ambiente, ou por não
agredirem o ambiente natural, ou por outros motivos semelhantes.
Por outro lado, como já vimos anteriormente, a inserção da variável ambiental tem
contribuído para a geração de novos negócios, em que bens e serviços com a
componente ecológica apresentam taxas de crescimento mais altas do que dos produtos
convencionais.
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