Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
de Paris1
Neste ano, o Brasil (e o mundo) deverá se comprometer com medidas e metas ambiciosas
para, de fato, combater as mudanças climáticas. Ou então será tarde demais
1
O texto consiste em trechos da Reportagem disponível no site da revista Galileu para uso em debates em sala
de aula. Disponivel em: https://revistagalileu.globo.com/Um-So-Planeta/noticia/2021/04/por-que-2021-e-um-
ano-decisivo-para-o-cumprimento-do-acordo-de-paris.html. Acesso em: 03 set 2021.
Com o prazo final cada vez mais próximo, se antes o assunto era urgente, agora
ações pela redução de emissão são cruciais. Por isso, 2021 é um ano decisivo para o
cumprimento do Acordo de Paris e a prevenção de um verdadeiro cataclismo, como
prevê o Fórum Econômico Mundial. A entidade compara o cenário atual ao jogo
Jenga, em que o desafio é manter uma torre em pé ao mesmo tempo em que se retira
os blocos que a sustentam. “Por gerações, tiramos lentamente os blocos. Mas, em
algum ponto, removeremos um bloco fundamental, como o colapso de um dos
principais sistemas de circulação oceânica global, por exemplo, a Circulação de
Revolvimento Meridional do Atlântico (AMOC), que fará com que todo ou parte do
sistema climático global caia em uma emergência planetária”, profetiza Peter Giger,
diretor de uma empresa de seguros da Suíça, em um artigo publicado em janeiro no
site do Fórum. Para começar a dar os primeiros passos em direção a um futuro mais
verde (e otimista), devemos analisar como chegamos até aqui.
Investimento verde
Outro passo importante que o Brasil precisa dar para se adequar ao Acordo de
Paris é a criação de um marco regulatório para o mercado de carbono. Uma proposta já
tem sido elaborada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS) com apoio do Ministério da Economia. A iniciativa foi aprovada
pelo Partnership for Market Readiness (PMR), um projeto do Banco Mundial em
parceria com o governo brasileiro em que foram discutidas as melhores formas de criar
uma legislação para esse mercado.
Agora, a proposta aguarda o avanço para uma segunda fase, a Partnership for
Market Implementation (PMI), que vai ajudar a implementar esse mercado no país. “O
que estamos fazendo é decidir como as emissões serão relatadas e verificadas, e
avaliando quais instituições ficaram responsáveis por cada processo”, detalha Karen
Tanaka, gerente técnica para Energia, Mudança do Clima e Finanças Sustentáveis no
CEBDS.
Segundo a especialista, a criação de um marco regulatório ajudará a
institucionalizar a redução de carbono em grandes empresas brasileiras. “Atualmente,
já contamos com um mercado voluntário forte no país — o que é muito positivo, mas
não resolverá o problema a longo prazo”, avisa. Por aqui, as empresas ainda não são
obrigadas a diminuir suas emissões. Apenas aquelas que têm interesse, objetivos ou
iniciativas verdes procuram negociar créditos de carbono no mercado.
Para Tanaka, esse cenário deve mudar logo. “Não se trata apenas de fazer
projetos sociais, é sobre uma total readequação dos negócios para atender um planeta
que já passou dos limites.” E as empresas já estão percebendo isso.
“A proposta do CEBDS, por exemplo, é feita pelo setor empresarial, que, apesar
de ser o primeiro a ter suas emissões limitadas, está interessado nisso. O setor que vai
ser regulado está pedindo para ser regulado. Isso não é algo muito fácil de acontecer.”
Na avaliação de Gabriel Estevam Domingos, diretor de pesquisa de
desenvolvimento da Ambipar, empresa brasileira que é referência internacional em
soluções ambientais, o mercado privado exerce um papel fundamental nesta nova
prática econômica enquanto não há regulação pelo Estado. “Se essa falta de definição
no âmbito político prejudica a performance brasileira na redução de emissões, por
outro lado, o mercado voluntário e privado segue à frente nessa iniciativa”, analisa.
O interesse vem, afinal, das oportunidades de crescimento que o mercado de
carbono tem apresentado. Segundo uma pesquisa da Refinitiv, empresa que avalia o
mercado financeiro, em 2020, o valor do setor cresceu quase 20%, batendo recorde de
229 bilhões de euros. Cerca de 90% desse montante está concentrado no Regime
Comunitário de Licenças de Emissão da União Europeia (EU-ETS, na sigla em
inglês), o mercado regulado europeu.
Isso mostra que países que já se prepararam para esse novo mercado estão
colhendo os frutos econômicos da redução de emissão de GEEs. “Sem um mercado
regulado, o Brasil corre um risco de ficar à mercê de um modelo externo e de ter que
atender a cada um desses modelos que vierem de fora, perdendo competitividade no
mercado”, adverte a gerente técnica do CEBDS.
Estudo recente sugere que, para mitigar as mudanças climáticas, metas globais
deveriam ser 80% mais ambiciosas do que as propostas pelo Acordo de Paris.
Ações urgentes
Relatório de órgão da ONU divulgado nesta segunda-feira (9)3 aponta que alta de
1,5°C a 2°C na temperatura global ocorrerá neste século se não houver profunda
redução nas emissões de gases de efeito estufa.
00:/
Enchentes, neve e calor extremo: como as mudanças climáticas afetam o planeta
2
O texto consiste em trechos da Reportagem disponível no site https://g1.globo.com, para uso em debates em
sala de aula. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2021/08/09/aquecimento-global-brasil-nao-
detalhou-metas-para-o-acordo-de-paris-e-desmatamento-esta-longe-de-zero.ghtml. Acesso em: 03 set 2021.
3
Por G1 09/08/2021 15h51
Limitar aquecimento a 1,5ºC pode ser impossível; veja repercussão de relatório
sobre o clima feito pelo IPCC
Uma análise feita pelo Observatório do Clima, apontou que a meta climática
apresentada em dezembro permitirá ao Brasil chegar a 2030 emitindo 400 milhões de
toneladas de gases do efeito estufa a mais do que o previsto na meta original.
→ Desmatamento
O desmatamento na Floresta Amazônica causa perda de biodiversidade e prejudica as comunidades locais que
vivem dos recursos da floresta.
O índice de desmatamento em nosso território é tão alarmante que chega a
pontuar proporcionalmente o Brasil como o segundo país, atrás apenas da China, com
maiores áreas devastadas em todo o mundo.
A Floresta Amazônica, tida como a maior reserva natural do planeta, já
teve cerca de 15% de sua área original desmatada, e da Mata Atlântica restam
apenas 7% de sua composição silvestre.
De acordo com ambientalistas, na Amazônia, uma área de aproximadamente 50
mil km2 é atingida por queimadas em períodos de um ano. Por causa disso, ocorre um
empobrecimento do solo, acelerando o processo de desertificação. A fumaça
liberada, além de causar problemas à saúde, também contribui para o aquecimento do
planeta.
Diante dessa situação degradante, é necessário que cada cidadão assuma uma
postura ambientalista, reivindicando de nossos representantes (do poder público)
a intensificação de ações e programas preventivos que realmente combinem o
desenvolvimento econômico do país com os princípios de sustentabilidade ecológica.
RIBEIRO, Krukemberghe Divino Kirk da Fonseca. "Problemas ambientais brasileiros"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/problemas-ambientais-brasileiros.htm. Acesso em 03
set 2021.
Crise hídrica se agrava e vira mais um entrave para o crescimento da economia
brasileira4
Áreas que normalmente ficam cobertas pela água estavam secas no lago da represa de Emborcação em julho de
2021 — Foto: TV Integração/Reprodução
A crise hídrica que atinge o Brasil afeta a economia em várias frentes e torna
ainda mais frágil a expectativa de uma recuperação robusta da atividade econômica,
depois de um resultado pífio no segundo trimestre deste ano: segundo dados
divulgados nesta quarta-feira (1) pelo IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro recuou 0,1% no segundo trimestre deste ano.
Por fim, a seca ainda deve fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) do
agronegócio recue este ano, pela primeira vez desde 2016.
"Estão se unindo fatores que são limitadores para o crescimento do PIB nos
próximos trimestres e que pesam (para a atividade) em 2022", afirma Alessandra
Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências.
4
O texto consiste em trechos da Reportagem disponível no site https://g1.globo.com, para uso em debates em
sala de aula. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/crise-da-agua/noticia/2021/09/01/crise-hidrica-se-
agrava-e-vira-mais-um-entrave-para-o-crescimento-da-economia-brasileira.ghtml. Acesso em: 03 set 2021.
5
Por Luiz Guilherme Gerbelli, G1. 01/09/2021 10h27 Atualizado há 2 dias
O impacto total da seca no PIB do Brasil ainda é difícil de ser mensurado pelos
economistas. O tamanho da crise – se o país vai precisar adotar um racionamento, por
exemplo – só vai ficar mais claro nos próximos meses, a depender da quantidade de
chuva nos reservatórios.
O que é possível afirmar é que a crise hídrica aumentou de gravidade nos
últimos dias. Na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
informou que a capacidade atual do país de geração de energia elétrica
será insuficiente para atender à demanda a partir de outubro.
"Dado o nível atual dos reservatórios, se a gente chegar em outubro, novembro, e
a chuva não vier, o risco (de racionamento) aumenta", diz Luciano Sobral,
economista-chefe da Neo Investimentos.
Chuvas abaixo da média acendem alerta nos re Reservatórios das maiores metrópoles
Impacto no PIB
"O aumento da energia elétrica afeta o orçamento das famílias e reduz o poder de
compra dos brasileiros", afirma Alessandra, da Tendências. "E não é só a energia
elétrica. Há outras altas importantes relacionadas a alimentação e combustível,
por exemplo."
A energia mais cara também faz com que a indústria enfrente uma alta de custo
na produção. É mais uma entreve para o setor, que ainda não conseguiu se recuperar
totalmente dos estragos provocados pela pandemia.
Produção industrial fica estagnada em junho e setor completa dois trimestres
seguidos de queda, aponta IBGE
No início de agosto, um levantamento realizado pela Confederação da Nacional
da Indústria (CNI) mostrou que a crise hídrica era uma preocupação para 90% dos
empresários do setor.
Entre os empresários com algum grau de preocupação, os maiores temores
eram, de acordo com a CNI, com o aumento do custo da energia (83%), a
possibilidade de racionamento de energia (63%) e a instabilidade ou interrupções no
fornecimento de energia (61%).
"O setor industrial vinha passando por um momento muito difícil e que foi
agravado pela pandemia", afirma Roberto Wagner, especialista em energia da
CNI. "A indústria não tem margem de manobra para evitar um repasse desses
custos. A tendência é que isso acabe sendo incorporado nos custos dos produtos."
Agronegócio em queda
A seca também deve impor uma perda para o PIB do agronegócio. Será a
primeira retração desde 2016, de acordo com a consultoria Tendências.
"Essa questão climática afetou de maneira importante as projeções (para o
setor)", afirma Alessandra. "O país vem de bons anos de crescimento do PIB do
agronegócio. Para 2021, tínhamos até uma estimativa positiva, uma alta ao redor
de 2%."
Agora, a Tendências estima uma retração de 0,4% para o PIB agro. Esse
número vai ser influenciado pelos seguintes quedas na produção deste ano em relação
a 2020:
Milho: 15,5% de redução;
Algodão: 22% de recuo;
Café: 22,6% de retração.
O texto acima é composto por trechos de reportagens disponíveis nos respectivos sites citados. Tem por
finalidade apenas o uso pedagógico para debates em sala de aula.