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Mestrado em Energias Renováveis

MA245 – Acordos, negociações e instrumentos sobre mudanças climáticas

Bruno Bastos Braga

Atividade Prática – MA245-CP-CO-Por_v0r0.pdf

1 – Seu país ratificou a Convenção Marco das Nações Unidas Sobre a Mudança Climática?

No ano de 1992 ou seja, vinte anos passados da realização da Conferência de Estocolmo, o Brasil
não só ratificou a Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática como
também sediou o evento conhecido como ECO-92, o qual dentro vários resultados, estabeleceu
as bases para a criação da própria convenção. Dentre os resultados mais expressivos da ECO-
92, realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, podemos
listar, conforme retratado por Guitarrara (s.d):

Documentos oficiais:

• Carta da Terra;
• Declaração de princípios sobre florestas;
• Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento;
• Agenda 21.

E também a realização de três convenções:

• A Convenção sobre Diversidade Biológica, tratando da proteção da biodiversidade;


• A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, tratando da redução da
Desertificação; e
• A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, tratando das
Mudanças climáticas globais.

E segundo UNEP (s.d), a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima,
também conhecida como UNFCCC (do original em inglês United Nations Framework Convention
on Climate Change), ou Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas
(CQNUAC, em Portugal) originou o que chamamos hoje de COP - Conferência das Partes da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – com a primeira reunião dos
países membros em 1995 na Alemanha, visando a criação de disposições para atualizações
(chamados "protocolos"), que deveriam criar limites obrigatórios de emissões de gases de efeito
estufa (GEE).

2 – Quais são as ações que seu país se comprometeu a tomar para evitar e diminuir as causas
da mudança climática? Cite as respectivas políticas, leis, decretos etc. promulgados.

Para entendermos o papel do Brasil no comprometimento ao cumprimento e implantação das


ações para evitar e diminuir as causas da mudança climática, temos que remontar ao ano de

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2005, quando ocorreu a COP-11 em Montreal, no Canadá. Durante a realização desta COP,
estabeleceu-se a primeira Conferência das Partes na qualidade de Reunião das Partes MOP-1
(Meeting of Parts) segundo o site AMBIENTE BRASIL (2005). Mas somente em 2015 o Brasil
encaminhou a primeira versão da sua intenção para a NDC - Contribuição Nacionalmente
Determinada, sendo o principal compromisso internacional do país na área de mudança do clima
frente ao Acordo de Paris.

“Com o depósito do instrumento de ratificação do acordo pelo País, em setembro de 2016, a


Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil deixou de ser “pretendida”. O Brasil
assumiu, pelo acordo, o qual entrou em vigor no plano internacional em 4 de novembro de 2016,
o compromisso de implantar ações e medidas que apoiem o cumprimento da meta estabelecida
na NDC.” MMA (2016).

E conforme UNFCCC (2023), o Brasil ratificou uma segunda atualização ao seu NDC original, que
agora encontra-se na revisão 3, emitida no dia 07/04/2022.

Tendo como base o ano de 2005, a NDC brasileira reafirma o compromisso de redução das
emissões líquidas totais de gases de efeito estufa em 37% em 2025, e assume oficialmente o
compromisso de reduzir em 50% as emissões brasileiras até 2030.

Estas ações ocorrerão por meio do desenvolvimento constante do chamado “Plano Nacional de
Adaptação ao Clima”, originalmente emitido em 2016, com o intuito de “promover a redução e
o gerenciamento dos riscos climáticos considerando os efeitos das mudanças climáticas, tirando
total vantagem das oportunidades emergentes, evitando perdas e danos, e construindo
instrumentos para preparar os sistemas natural, humano, produtivo e de infraestrutura para se
adaptarem às mudanças climáticas. O Plano Nacional ainda inclui 55 tipos de políticas, planos e
programas do governo federal para diferentes setores, com a visão de limitar a coerência,
eficiência e sinergias na adaptação das estratégias entre políticas públicas e à luz dos objetivos
do desenvolvimento sustentável” CASA CIVIL (2023).

3 – Quais são as ações que seu país se comprometeu a tomar para atenuar os efeitos
desfavoráveis da mudança climática? Cite as respectivas políticas, leis, decretos etc.
promulgados.

No momento, conforme disposto na NDC vigente, o país realiza as seguintes ações por meio de
decretos e instruções normativas visando atenuar os efeitos desfavoráveis da mudança
climática:

Segundo o IBAMA (2023), como não há produção de gases que destroem a camada de ozônio
no Brasil, as ações de controle ocorrem no processo de importação, no comércio e na utilização
destas substâncias. O IBAMA é a instituição federal responsável por esse controle; por garantir
que o país cumpra a sua parte no tratado. As seguintes medidas foram elencadas:

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Decreto 99.280/1990 - Promulga a Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio


e o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio

Instrução Normativa Ibama nº 4/2018 - Regula os procedimentos de controle, pelo Instituto


Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, da importação de
Hidroclorofluorcarbonos - HCFC e misturas contendo HCFC, em atendimento à Decisão XIX/6 do
Protocolo de Montreal

Instrução Normativa Ibama nº 5/2018 - Regulamenta o controle ambiental do exercício de


atividades potencialmente poluidoras referentes às substâncias sujeitas a controle e eliminação
conforme o Protocolo de Montreal.

4 – Seu país apresentou os inventários nacionais das emissões antrópicas? Em que datas?
Quais são as principais cifras citadas pelos inventários?

Conforme a quarta comunicação nacional do Brasil à UNFCCC, por meio do relatório intitulado
Resultados do inventário nacional de emissão de gases de efeito estufa por unidade federativa
AUTOR (2022), ou seja, estados e distrito federal, o Brasil aplicou as Diretrizes de 2006 do IPCC
para Inventários Nacionais de Emissões de Gases de Efeito Estufa, que tem em sua
metodologia: “De acordo com a Decisão 17/CP.8 da UNFCCC, os Inventários dos países em
desenvolvimento devem, minimamente, ser preparados de acordo com as diretrizes do Painel
Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, no acrônimo em inglês). Em seu mais
recente Inventário Nacional, o Brasil se empenhou na aplicação das “Diretrizes de 2006 do
IPCC para Inventários Nacionais de Emissões de Gases de Efeito Estufa” (IPCC, 2006).

O Brasil publica os resultados dos Inventários Nacionais publicamente na página eletrônica no


Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE) SIRENE (s.d).

Datas das publicações brasileiras:

Emissões de relatórios “CN – Comunicação Nacional”, que são os inventários nacionais das
emissões antrópicas encaminhados à UNFCCC - Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a
Mudança do Clima:

1ª. Emissão (inicial) – 2004


2ª. Emissão – 2010
3ª. Emissão – 2016
4ª. Emissão – 2020
Fonte: SIRENE (s.d)

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As principais cifras envolvidas nestes inventários (MM/t CO2 eq):

Fonte: De Monitoramento (2022)

IPPU – Sigla em inglês para Produção Industrial e Uso de Produtos

LULUCF – Sigla em inglês para Uso da Terra, Mudança de Uso da Terra e Florestas

5 – Seu país criou políticas para impulsionar a eficiência energética nos setores produtivos?
Cite as respectivas políticas, leis, decretos etc. promulgados.

As principais ações do Brasil para impulsionar a eficiência energética podem ser destacadas
conforme listado abaixo:

Ações do Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, órgão do Ministério de Minas e


Energia do governo da República Federativa do Brasil que, no uso de suas atribuições, instituiu
as seguintes resoluções:

• Cria o Programa Nacional do Hidrogênio, cria o Comitê Gestor do Programa Nacional


do Hidrogênio, e dá outras providências por meio da RESOLUÇÃO Nº 6, DE 23 DE
JUNHO DE 2022;
• Estabelece, como de interesse da Política Energética Nacional, a fixação do teor de
mistura obrigatória do biodiesel no óleo diesel fóssil em 10% (dez por cento), no
período de 1º de janeiro a 31 de março de 2023 e a participação, em igualdade de
condições, de outras rotas tecnológicas de produção na parcela obrigatória de
biodiesel no óleo diesel B, e dá outras providências, por meio da RESOLUÇÃO Nº 12,
DE 21/11/2022;
• Programa de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia, que define as
metas compulsórias anuais de redução de emissões de gases causadores do efeito

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estufa para a comercialização de combustíveis, por meio da RESOLUÇÃO Nº 17 DE


05/10/2021;
• Chamada pública para votação nos programas e projetos que farão parte do Programa
de Transição Energética, que visa coordenar, planejar e promover a redução do
conteúdo de carbono da matriz energética brasileira, promovendo a manutenção da
alta participação da oferta de energia limpas e renováveis e o aumento da eficiência
energética, tanto na oferta quanto na logística de distribuição e no uso final de
energia. O período de votação popular às propostas apresentadas se encerrou no dia
14/07/2023, e as propostas elencadas serão encaminhadas ao congresso nacional.
Caso aprovadas, serão sancionadas pelo presidente da república na forma de Lei.

Referências bibliográficas

Autor, O., & do Clima, C. G. D. C. (2022). Resultados do inventário nacional de emissões de


gases de efeito estufa por unidade federativa.

UNEP (s.d). UN Environment Programme. Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a
Mudança do Clima
https://www.unep.org/pt-br/events/un-day/convencao-quadro-das-nacoes-unidas-
sobre-mudanca-do-clima-cqnumc-cop26

Guitarrara, P.(s.d). ECO-92. https://brasilescola.uol.com.br/geografia/eco-92.htm

AMBIENTE BRASIL (2005). COP 11 e COP – MOP 1: o início do fim do Protocolo de Quioto?
https://ambientes.ambientebrasil.com.br/mudancas_climaticas/artigos/cop_11_e_co
p_-_mop_1_o_inicio_do_fim_do_protocolo_de_quioto.html

MMA (2016). Ministério do Meio Ambiente. Estratégia Nacional de Implementação da NDC do


Brasil
https://antigo.mma.gov.br/component/k2/item/15137-discuss%C3%B5es-para-
implementa%C3%A7%C3%A3o-da-ndc-do-brasil.html

MME (s.d). Ministério de Minas e Energia. Página Inicial.


https://www.gov.br/mme/pt-br

UNFCCC (2023). Registro de Contribuições Determinadas Nacionalmente.


https://unfccc.int/NDCREG

IBAMA (2023). Protocolo de Montreal – Legislação.


https://www.gov.br/ibama/pt-br/assuntos/emissoes-e-residuos/emissoes/protocolo-
de-montreal#legislacao

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CASA CIVIL (2023). Acordo de Paris - Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).


https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/conselhos-e-comites/comite-
interministerial-sobre-mudanca-do-clima/arquivos-cimv/item-de-pauta-3-paris-
agreement-brazil-ndc-final-1.pdf/@@download/file

SIRENE (s.d). MCTI – Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Sistema de Registro


Nacional de Emissões.
https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/sirene

de Monitoramento, C. G., & Organizacional, C. (2013). MCTI – Ministério da Ciência,


Tecnologia e Inovação. Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil. 6ª
Edição.

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