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MARCOS TEMPORAIS

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

LEGISTAÇÃO

LEI Nº 12.187, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009.

Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC e dá outras providências.

DECRETO Nº 11.003, DE 21 DE MARÇO DE 2022

Institui a Estratégia Federal de Incentivo ao Uso Sustentável de Biogás e Biometano.

DECRETO Nº 11.075, DE 19 DE MAIO DE 2022

Estabelece os procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das


Mudanças Climáticas, institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito
Estufa e altera o Decreto nº 11.003, de 21 de março de 2022.

Visão geral da Lei 12.187/09 que instituiu a PNMC

A Lei 12.187 de 29/12/2009, instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima, A PNMC.

Esta lei constitui um importante marco quando se observam as normativas acerca das
mudanças climáticas no Brasil.

Em seu art. 2º a lei traz importantes definições usuais na rotina de quem atua com as questões
envolvendo as mudanças climáticas como vemos:
Art 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - adaptação: iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente
aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima;
II - efeitos adversos da mudança do clima: mudanças no meio físico ou biota resultantes da mudança do
clima que tenham efeitos deletérios significativos sobre a composição, resiliência ou produtividade de
ecossistemas naturais e manejados, sobre o funcionamento de sistemas socioeconômicos ou sobre a saúde e
o bem-estar humanos;
III - emissões: liberação de gases de efeito estufa ou seus precursores na atmosfera numa área específica e
num período determinado;
IV - fonte: processo ou atividade que libere na atmosfera gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de gás
de efeito estufa;
V - gases de efeito estufa: constituintes gasosos, naturais ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem e
reemitem radiação infravermelha;
VI - impacto: os efeitos da mudança do clima nos sistemas humanos e naturais;
VII - mitigação: mudanças e substituições tecnológicas que reduzam o uso de recursos e as emissões por
unidade de produção, bem como a implementação de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito
estufa e aumentem os sumidouros;
VIII - mudança do clima: mudança de clima que possa ser direta ou indiretamente atribuída à atividade
humana que altere a composição da atmosfera mundial e que se some àquela provocada pela variabilidade
climática natural observada ao longo de períodos comparáveis;
IX - sumidouro: processo, atividade ou mecanismo que remova da atmosfera gás de efeito estufa, aerossol ou
precursor de gás de efeito estufa; e
X - vulnerabilidade: grau de suscetibilidade e incapacidade de um sistema, em função de sua sensibilidade,
capacidade de adaptação, e do caráter, magnitude e taxa de mudança e variação do clima a que está exposto,
de lidar com os efeitos adversos da mudança do clima, entre os quais a variabilidade climática e os eventos
extremos.

Além destas definições, a PNMC estabelece quem são os entes responsáveis pelas ações a
serem executadas, quais seus objetivos e suas diretrizes, quais seus instrumentos e quais são
os órgãos institucionais para seu desenvolvimento e implementação.

Esta norma ainda estabelece que condições para linhas de crédito específicas por meio de
instituições financeiras como forma de motivar agentes privados às práticas da para alcance
dos objetivos d PNMC, estabelecendo ainda o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões –
MBRE – para operação junto a bolsa de valores no que tange a negociação de títulos oriundos
de emissões de gases de efeito estufa evitadas certificadas.

Por fim, no Art. 11 a lei estabelece que os programas governamentais deverão ser compatíveis
com os objetivos da PNMC, sendo que no Art. 12 ficam clarividentes os compromissos
assumidos pelo pais provindos das conferências internacionais do clima as quais o Brasil é
signatário.

O objetivo de redução de emissões legalmente definido nesta lei é:


Art. 12. Para alcançar os objetivos da PNMC, o País adotará, como compromisso nacional voluntário, ações
de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com vistas em reduzir entre 36,1% (trinta e seis inteiros
e um décimo por cento) e 38,9% (trinta e oito inteiros e nove décimos por cento) suas emissões projetadas
até 2020. (Regulamento)
Parágrafo único. A projeção das emissões para 2020 assim como o detalhamento das ações para alcançar o
objetivo expresso no caput serão dispostos por decreto, tendo por base o segundo Inventário Brasileiro de
Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal, a
ser concluído em 2010.

A partir desta normativa, outras começam a ser editadas, não com a velocidade que a mudança
climática exige é bem verdade, mas diuturnamente há implementações e esforços
governamentais com vistas a efetiva implementação da PMNC em favor de melhorar a
condição do nosso planeta.

Maristela Soares, advogada inscrita na OAB/SC 45.492, maio/2023.

Fonte: https://www.planalto.gov.br/
Decreto 11.075/2022 - A Instituição do Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases
de Efeito Estufa como plano integrante da PNMC

Em 19/05/2022, o Decreto 11.075, em atendimento à lei 12.187/2009, institui o Sistema


Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa.

Trata-se de um importante marco para a Polícia Nacional de Mudanças Climáticas, uma vez que
a Emissão de Gases é reconhecidamente o grande problema que afeta as condições climáticas
e que vem sendo estudado desde 1988, quando na 1ª Conferência Climatológica Mundial
realizada em Toronto/Canadá, foi instituído o Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas – IPCC.

Sob o baluarte da Conferência de Estocolmo (1972) e da Primeira Conferência Mundial do


Clima na Suíça (1979), a conferência de Toronto trouxe o primeiro consenso acerca da
necessidade de neutralização das emissões de gases de efeito estufa, reconhecendo tais
emissões como uma situação a ser considerada e tratada mundialmente.

34 anos após o reconhecimento internacional sobre a necessidade de tratamento dos gases


causadores de efeito estufa e 13 anos após a instituição da PNMC, o decreto promulgado em
2022 institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases, atendendo o dispositivo
contido no Art. 11 da PNMC instituída em 2009.

O Decreto 11.075/2022, tem por objetivo estabelecer procedimentos para elaboração dos
Planos Setoriais de Mitigação de Mudanças Climáticas, além de instituir o órgão responsável
pel padronização dos registros possibilitando a validação desta mitigação, o SINARE – Sistema
Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa.

O Decreto estabelece que a competência de estabelecer planos de Mitigação das mudanças


climáticas é do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério da Economia e dos demais
Ministérios, devendo todos eles proporem atividades pautadas em metas para a redução
gradativa de emissões, estabelecendo ainda que as metas deverão ser neutralizadas sendo
monitoradas por inventários de gases de efeito estufa periódicos das entidades públicas e
privadas.

A partir deste decreto, fica evidente a necessidade de cada organização, seja pública ou
privada, de mensurar suas emissões aplicando as metodologias capaz de quantificar para o
controle, redução e compensação dos gases de efeito estufa/

Outro ponto de grande importância do Decreto é a instituição do SINARE que tem por objetivo
reunir o registro de emissões, remoções, reduções e compensações de gases de efeito estufa,
não só em razão da necessidade de reduzir as emissões para cumprir as metas nacionais e
internacionais, como também regular o mercado de ativos de crédito de carbono para que
possam ser transacionados como tal.

Novamente o Decreto estabelece que os Ministérios do Meio Ambiente e Ministério da


Economia são os responsáveis em regular o registro, padrão de certificação, credenciamento
de certificadoras, deixando expresso que o registro deve ser público, acessível e em meio
digital.
O Sinare, enquanto ferramenta digital, deve ser operacionalizado pelo Ministério do Meio
Ambiente, sendo que este, conjuntamente com o Ministério de Economia e de Ciência,
Tecnologia e Inovações podem estabelecer mecanismos de compatibilização como o Sirene.

O Sirene foi estabelecido em 2017 objetivando a disponibilização e contabilização dos


resultados de Inventários de Emissões não controlados pelo Protocolo de Montreal, do qual o
Brasil foi signatário no ano de 1990, sendo ele de responsabilidade do Ministério de Ciência
Tecnologia e Inovação o que explica o fato de este Ministério hoje ser o emissor de fatores de
emissões no que tange a energia elétrica, por exemplo.

Entre as atribuições do Sinare, está também o de registro das pegadas de carbono de produtos,
processos e atividades, carbono de vegetação nativa, carbono de solo, carbono azul e unidade
de estoque de carbono sem a necessidade de geração de crédito certificado, isto porque é
objetivo geral não somente a geração de créditos para a finalidade de comercialização mas
também a redução das emissões de gases efetivamente com vistas a mitigação dos efeitos
climáticos que temos sofrido.

Maristela Soares, Advogada, OAB/SC 45.492

Fonte: https://www.planalto.gov.br/11.705

Fonte: https://www.planalto.gov.br/9172

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