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Resolução CEMA nº 094 - 04 de Novembro de 2014

Publicado no Diário Oficial nº. 9328 de 7 de Novembro de 2014

Súmula:
Estabelece
diretrizes e critérios orientadores para o licenciamento e outorga, projeto,
implantação, operação e
encerramento de aterros sanitários, visando o controle
da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos
ambientais e dá outras
providências.

Estabelece
diretrizes e critérios orientadores para o licenciamento e outorga, projeto,
implantação, operação e encerramento de
aterros sanitários, visando o controle
da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais e dá outras
providências.
O
Presidente do Conselho Estadual do Meio Ambiente e Secretário do Estado de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos do Estado
do Paraná, no uso das atribuições que
lhes são conferidas pela Lei nº 7.978, de 30 de novembro de 1984, com as alterações
das Leis nº 8.289, de 07 de maio de 1986, nº 8.485, de 03 de junho de 1987 e nº
11.352, de 13 de fevereiro de 1986, que institui
o Conselho Estadual de Defesa
do Ambiente, denominado pelo Artigo 229 da Constituição do Estado do Paraná de
1989 de
Conselho Estadual do Meio Ambiente, além das demais normas pertinentes
e após deliberação em plenário na 24ª Reunião
Ordinária, ocorrida em 15 de
outubro de 2014;
Considerando que a proteção do meio ambiente é um dever do Poder Público
e da coletividade, conforme dispõem o § 1º do
Artigo 225 da Constituição
Federal e o § 1º do Artigo 207 Constituição do Estado do Paraná;
Considerando que a disposição final ambientalmente adequada é parte
integrante da correta gestão de resíduos sólidos
urbanos e deverá atender as
condições estabelecidas pelo Instituto Ambiental do Paraná – IAP, conforme o
disposto na Lei
Estadual nº 12.493, de 22 de janeiro de 1999, que estabelece
princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração,
acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação
final dos resíduos sólidos no Estado do Paraná,
visando controle da poluição,
da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais, cujo Regulamento
foi aprovado
pelo Decreto Estadual nº 6.674, de 03 de dezembro de 2002; Considerando a Resolução CONAMA nº 404, de 11 de novembro
de 2008, que estabelece
critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de
pequeno porte de resíduos
sólidos urbanos;
Considerando a Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007,
regulamentada pelo Decreto Federal nº 7.217, de 21 de junho
de 2010, que
estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico;
Considerando a Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
regulamentada pelo Decreto n°
7.404, de 23 de dezembro de 2010, que cria o Comitê Interministerial da
Política Nacional de
Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação
dos Sistemas de Logística Reversa e dá outras providências e pelo
Decreto n°
7.405, de 23 de dezembro de 2010, que Institui o Programa Pró-Catador e
denomina Comitê Interministerial para
Inclusão Social e Econômica dos Catadores
de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis ao Comitê Interministerial da Inclusão
Social
de Catadores de Lixo, criado pelo Decreto de 11 de setembro de 2003,
dispondo sobre sua organização e funcionamento, e dá
outras providências;
Considerando a Resolução SEMA nº 031, de 24 de agosto de 1998 e a
Resolução CEMA nº 65, de 01 de julho de 2008, que
dispõem sobre o licenciamento
ambiental para atividades poluidoras, degradadoras e modificadoras do meio
ambiente;
Considerando a Lei Estadual n° 12.726, de 26 de novembro de 1999, que
institui a Política Estadual de Recursos Hídricos, cria
o Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos e dá outras providências;
Considerando o Decreto Estadual n° 4.646, de 31 de agosto de 2001, que
dispõe sobre o regime de outorga de direito de uso
de recursos hídricos e adota
outras providências;
Considerando a Lei Complementar 140, de 08 de dezembro de 2011, que fixa normas,
nos termos dos incisos III, VI e VII do
caput e do parágrafo único do artigo 23 da
Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados , o Distrito
Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da
competência comum relativas à proteção
ambiental;
Considerando a Lei Federal nº 11.107, de 06 de abril de 2005, que dispõe
sobre normas gerais de contratação de consórcios
públicos.
 

RESOLVE:

Art. 1º. Esta Resolução estabelece definições e


critérios orientadores para o licenciamento e outorga, o projeto, a
implantação, a
operação, as melhorias e encerramento de aterros sanitários,
visando o controle da poluição, da contaminação e a minimização
de seus
impactos ambientais.

Art.
2º. Para os efeitos desta Resolução, entende-se por:
I - aterro sanitário: técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem
causar danos à saúde pública e à sua
segurança, minimizando os impactos ambientais,
método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos
sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os
com uma camada de terra na conclusão de
cada jornada de trabalho, ou a
intervalos menores, se for necessário;
II - aterro sanitário de pequeno
porte: técnica de disposição no solo de
resíduos sólidos urbanos, até 20 toneladas por dia ou
menos, em que,
considerados os condicionantes físicos locais, a concepção do sistema possa ser
simplificada, adequando os
sistemas de proteção ambiental sem prejuízo da
minimização dos impactos ao meio ambiente e à saúde pública;
III - aterro sanitário em valas: técnica de disposição no solo de resíduos sólidos urbanos,
em escavação com profundidade
limitada e largura variável, sem utilização de
geomembrana ou sistemas de impermeabilização similares na lateral e no fundo;
IV - aterro sanitário em
trincheiras: técnica de disposição no solo de
resíduos sólidos urbanos, em escavação sem limitação
de largura, com utilização
de geomembrana ou sistemas de impermeabilização similares na lateral e no
fundo;
V - chorume: líquido resultante da infiltração de águas pluviais no
maciço de resíduos, da umidade dos resíduos e da água de
constituição de
resíduos orgânicos liberada durante sua decomposição no corpo do aterro sanitário;
o chorume também é
conhecido como lixiviado ou percolado;
VI - destinação ambientalmente
adequada: destinação de resíduos que inclui a
reutilização, a reciclagem, a compostagem, a

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recuperação, o aproveitamento energético,


e/ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sistema Nacional
do
Meio Ambiente - SISNAMA, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária - SNVS
e do Sistema Nacional de Atenção à Sanidade
Agropecuária - SUASA, entre elas a
disposição final, observando normas operacionais específicas, de modo a evitar
danos ou
riscos à saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos
ambientais adversos;
VII - disposição final
ambientalmente adequada em aterros sanitários:
distribuição ordenada de rejeitos em aterros
sanitários, observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos;
VIII - Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento
ou atividade de pequeno, médio e
grande porte aprovando sua localização e
concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos
básicos e
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
IX - Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de
pequeno, médio e grande porte de
acordo com as especificações constantes dos
planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes da qual constituem motivo determinante;
X - Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento de
pequeno, médio e grande porte, após a
verificação do efetivo cumprimento do que
consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação;
XI - Nível III de inativação
microbiana: inativação de bactérias vegetativas, fungos,
vírus lipofílicos e hidrofílicos, parasitas e
microbactérias com redução igual
ou maior que 6Log10, e inativação de esporos do bacilo Stearothermophilus ou de esporos do
bacilo Subtilis com
redução igual ou maior que 4Log10;
XII - Outorga Prévia (OP): ato administrativo com finalidade de declarar a disponibilidade
de água para os usos requeridos, que
não confere o direito de uso de recursos
hídricos e se destina a reservar a vazão passível de outorga, possibilitando,
aos
investidores o planejamento de empreendimentos que necessitem desses
recursos;
XIII - Outorga de Direito de Uso
de Recursos Hídricos (OD): ato
administrativo mediante o qual a autoridade outorgante
faculta ao outorgado o
direito de uso de recursos hídricos, por prazo determinado, nos termos e
condições expressas no
respectivo ato;
XIV - Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as
possibilidades de tratamento e recuperação por processos
tecnológicos
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que
não a disposição final
ambientalmente adequada;
XV - Resíduos agrossilvopastoris: resíduos gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluindo os relacionados a
insumos utilizados nessas
atividades;
XVI - Resíduos sólidos urbanos: resíduos que sejam provenientes de domicílios, serviços de
limpeza urbana, pequenos
estabelecimentos comerciais, industriais e de
prestação de serviços, que estejam incluídos no serviço de coleta regular de
resíduos
e que tenham características similares aos resíduos sólidos domiciliares;
XVII - Sistema de impermeabilização: elemento de proteção ambiental destinado
a isolar os resíduos do solo natural de
maneira a evitar a infiltração de águas
pluviais, chorume e biogás;
XVIII - Sistema de drenagem do
chorume: conjunto de estruturas que tem por
objetivo possibilitar a remoção e destinação
adequada do chorume gerado no interior
dos aterros sanitários;
XIX - Sistema de tratamento do
chorume: instalações e estruturas destinadas à
atenuação das características do chorume dos
aterros sanitários atendendo à legislação
vigente no que tange ao descarte de efluentes;
XX - Sistema de drenagem de gases: conjunto de estruturas que tem por objetivo possibilitar a
remoção adequada dos gases
gerados no interior do aterro sanitário;
XXI - Sistema de drenagem de águas
pluviais: conjunto de estruturas que tem por
objetivo captar e dispor de forma adequada
as águas da chuva incidentes sobre as
áreas aterradas e seu entorno;
XXII - Sistema de cobertura
operacional: camada de material aplicada sobre os
resíduos ao final de cada jornada de trabalho,
destinada a minimizar a infiltração
das águas de chuva, evitar o espalhamento de materiais leves pela ação do
vento, a presença
de animais, a proliferação de vetores e a emanação de odores,
contribuindo para a integridade do maciço;
XXIII - Sistema de monitoramento: estruturas, instrumentos e procedimentos que têm por
objetivo a avaliação sistemática e
temporal do comportamento dos aterros
sanitários, bem como sua influência no ambiente;
XXIV - Sistema de monitoramento
das águas subterrâneas:
estruturas, instrumentos e procedimentos que têm por objetivo a
avaliação
sistemática e temporal das alterações da qualidade das águas subterrâneas;
XXV - Sistema de monitoramento das
águas superficiais: estruturas, instrumentos e
procedimentos que têm por objetivo a
avaliação sistemática e temporal das
alterações da qualidade das águas superficiais;
XXVI - Sistema de monitoramento
geotécnico: instrumentos e procedimentos destinados
a acompanhar o comportamento
mecânico dos maciços, visando à avaliação das suas
movimentações e condições gerais de estabilidade;
XXVII - Sistema de isolamento
físico: dispositivos que têm por objetivo controlar
o acesso às instalações dos aterros
sanitários, evitando desta forma a interferência
de pessoas não autorizadas e animais em sua operação ou a realização de
descargas irregulares de resíduos, bem como diminuir ruídos, poeira e odores no
entorno do empreendimento;
XXVIII - Estudo de Impacto
Ambiental (EIA): é o instrumento de avaliação dos
impactos ambientais decorrentes da
implantação de atividades modificadoras do
meio ambiente, elaborado por equipe multidisciplinar e utilizado para avaliar a
viabilidade ambiental do empreendimento através do diagnóstico ambiental da
área de influência (meio físico, meio biótico e
meio sócio-econômico), da
análise dos impactos decorrentes da atividade, da definição das medidas mitigadoras
e
compensatórias e da elaboração de programas de acompanhamento e monitoramento
dos impactos ambientais identificados;
XXIX - Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA): é o instrumento que tem a finalidade de
apresentar aos interessados a síntese
do Estudo de Impacto Ambiental - EIA, de
forma objetiva e adequada à compreensão, através de linguagem acessível e
ilustrado
por técnicas de comunicação visual de modo que se possa entender as
vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas
as consequências ambientais
decorrentes da sua implantação; deve ser apresentado em volume separado do EIA;
XXX - Relatório Ambiental
Preliminar (RAP): estudo técnico simplificado que visa
oferecer elementos para a análise da
viabilidade ambiental de empreendimentos ou
atividades consideradas potencial ou efetivamente causadoras de degradação do
meio ambiente, sendo que o objetivo de sua apresentação é a obtenção da Licença
Ambiental Prévia – LP;
XXXI - Plano de Controle Ambiental
(PCA): projeto técnico de instalações, equipamentos
e obras destinadas ao controle de
poluição ambiental, geradas por poluentes
líquidos, sólidos, gasosos e ruídos, em atividades consideradas potencial ou
efetivamente poluidoras, que oferece elementos para a análise da viabilidade de
atendimento aos limites e padrões ambientais
estabelecidos pelo Instituto
Ambiental do Paraná - IAP, quando da operação da atividade e/ou empreendimento;
XXXII - Plano de Encerramento e
Recuperação Ambiental da Área de Disposição Final de Resíduos Sólidos: projeto
técnico que detalha a situação da área de
disposição final dos resíduos sólidos e apresenta as propostas para encerramento
e

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recuperação ambiental, no qual são definidos os procedimentos, integrados a


um programa de monitoramento e controle
ambiental.

Art.
3°. Os aterros sanitários a serem implantados com disposição diária superior a
20 toneladas de resíduos sólidos urbanos
deverão ser, obrigatoriamente, objeto de
Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental.

Art.
4°. Os aterros sanitários a serem implantados com disposição diária de até 20
toneladas de resíduos sólidos urbanos,
devem apresentar, por ocasião do requerimento
de Licença Prévia, Relatório Ambiental Preliminar, dispensando-se a
apresentação de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental.
§
1º. Faz-se exceção ao disposto no caput os casos em que órgão ambiental verificar
que o aterro sanitário proposto é
potencialmente causador de significativa degradação
do meio ambiente, exigindo a elaboração e apresentação de EIA – RIMA.
§
2º. A critério do órgão ambiental estadual, poderão ser admitidas soluções técnicas
utilizadas para aterros sanitários de
pequeno porte.

Art.
5º. Os processos de outorga e de licenciamento ambiental deverão atender as etapas
de outorga prévia, licença prévia,
licença de instalação, outorga de direito, licença
de operação, autorização ambiental para implementação de melhorias e
autorização
ambiental para encerramento e recuperação ambiental, determinadas pelo órgão
ambiental estadual.

Art.
6°. Os documentos, estudos ambientais e termos de referência a serem exigidos
nas etapas de licenciamento ambiental
serão indicados por meio de Portaria
específica do órgão ambiental estadual.

Art.
7°. Os responsáveis pelas áreas de disposição final de resíduos sólidos urbanos
a serem encerradas, em processo de
encerramento ou que já estejam encerradas, deverão
obrigatoriamente protocolar requerimento de Autorização Ambiental para
encerramento
das atividades e recuperação ambiental da área.

Parágrafo
único. A Autorização Ambiental para encerramento e recuperação ambiental da
área de disposição de resíduos
sólidos a que se refere o caput, será concedida por prazo não superior a 05 (cinco) anos.

Art.
8º. Quando da necessidade de execução de melhorias no empreendimento que não
estejam contempladas no licenciamento
vigente e visando minimizar os impactos
ambientais da atividade, deverá ser solicitada Autorização Ambiental para
implementação dessas melhorias.
§
1°. A Autorização Ambiental prevista no caput deste artigo aplica-se apenas aos empreendimentos
previamente licenciados
para a atividade de disposição final de resíduos
sólidos urbanos.
§
2º. Quando da solicitação de renovação da licença de operação – LO do
empreendimento, as Autorizações Ambientais
previstas no caput serão incorporadas a mesma, quando for o caso.

Art.
9°. O prazo de validade da licença de operação, bem como sua renovação será de,
no máximo, dois anos.

Art.
10. Caso seja constatada alguma irregularidade, contaminação, extrapolação do
limite de algum parâmetro do
monitoramento, ou quaisquer outras evidências de
prováveis danos ao meio ambiente, o órgão ambiental deverá ser
comunicado imediatamente.

Art.
11. Quando necessário à execução de obras e/ou implantação da atividade, deverá
ser apresentada autorização para
supressão de vegetação, conforme normas específicas.

Art.
12. Para fins de otimização do uso de áreas e redução dos custos de implantação
e operação dos sistemas de disposição
final de resíduos sólidos, os municípios poderão
implementá-los com a constituição de consórcios intermunicipais, de acordo
com
as normas fixadas pela Lei Complementar federal nº 140, de 08 de dezembro de
2011, e demais normas aplicáveis.

Parágrafo
único. Para a inclusão de novos municípios no consórcio de aterros s existentes,
o órgão ambiental definirá
procedimento de licenciamento ambiental específico.

Art.
13. Fica proibida a disposição de resíduos sólidos Classe I, conforme NBR
10004/2004, resíduos industriais, resíduos da
construção civil e resíduos provenientes
de atividades de mineração nas células e/ou trincheiras destinadas ao recebimento
de
resíduos sólidos urbanos.

Parágrafo
único. Não será admitido o recebimento de resíduos de serviço de saúde em
aterro sanitário, exceto:
I
- resíduos do serviço de saúde do Grupo A1, A2, conforme Resolução CONAMA nº
358/2005, desde que submetidos a
processos de tratamento em equipamento que
promova redução de carga compatível com nível III de inativação microbiana;
II
- resíduos de serviços de saúde do Grupo D, conforme Resolução CONAMA nº
358/2005.

Art.
14. A compostagem em aterro sanitário, proveniente de resíduos sólidos urbanos
de coleta domiciliar, dependerá de
licenciamento específico após o inicio da
operação do aterro.

Parágrafo
único. O licenciamento ambiental para as demais tecnologias de redução de carga
orgânica será avaliado caso a
caso, mediante validação do tratamento e destinação
final dos resíduos a serem gerados no processo.

Artigo
15. O aterro sanitário deverá:
a)
localizar-se fora da área de influência direta do manancial de abastecimento
público;
b)
manter sua área de disposição final a uma distância mínima de 200 (duzentos) metros
de rios, nascentes e demais corpos
hídricos, respeitando distâncias maiores estabelecidas
em normas específicas referente às áreas de preservação permanente;
c)
localiza-se a uma distância mínima de 1.500 (mil e quinhentos) metros de núcleos
populacionais, a partir do perímetro da
área;
d)
localizar-se a uma distância mínima de 300 (trezentos) metros de residências isoladas,
a partir do perímetro da área;
e)
localiza-se a uma distância mínima de aeródromos, conforme determinado pelo órgão
federal de controle;

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f)
possuir sistema de impermeabilização, lateral e de fundo, com geomembrana ou sistemas
de impermeabilização similares,
sendo vedada disposição direta no solo;
g)
possuir sistema de monitoramento de águas subterrâneas a montante e a jusante da
área do empreendimento, conforme
normas técnicas vigentes;
h)
realizar cobertura diária dos resíduos, com camadas de solo ou outro material apropriado,
reutilizável ou não;
i)
ser projetado para uma vida útil superior a 15 anos.

Art.
16. O chorume gerado pelo aterro sanitário será tratado por:
a)
recirculação no próprio aterro;
b)
tratamento no local seguido de lançamento em corpo hídrico;
c)
tratamento por empresas terceirizadas;
d)
combinação dos métodos acima;
e)
demais tecnologias de tratamento validadas.

Art.
17. O automonitoramento ambiental de aterros sanitários deverá atender aos requisitos
estabelecidos pelo do órgão
ambiental estadual em Portaria específica. Parágrafo
único. O órgão ambiental definirá a forma de apresentação dos dados e o
procedimento de automonitoramento, com caracterização qualitativa e quantitativa
dos efluentes tratados (chorume tratado), das
águas subterrâneas e águas
superficiais, baseado em amostragem representativa dos mesmos.

Art.
18. Fica proibida a emissão de licença ambiental para aterros sanitários em valas
sem utilização de geomembrana ou
sistemas de impermeabilização similares na
lateral e no fundo.

Parágrafo
único. Municípios que utilizem sistemas em valas para disposição de resíduos
sólidos urbanos deverão readequá-los.

Art.
19. Esta Resolução não contempla as operações de transporte de resíduos sólidos
e autorizações de supressão vegetal.

Art.
20. O descumprimento das disposições desta Resolução, dos termos das Licenças
Ambientais e de eventual Termo de
Ajustamento de Conduta, constituise em
infração administrativa ambiental nos termos do artigo 70 de Lei Federal 9605,
de 12 de
fevereiro de 1998, sujeitando o infrator às sanções ali previstas, de
conformidade com o estabelecido no seu decreto
regulamentador – Decreto Federal
6514, de 22 de julho de 2008.

Art.
21. Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as
disposições em contrário, em especial a
Resolução Conjunta SEMA/IAP/ SUDERHSA
nº 01/2006, a Resolução CEMA n°86/2013, a alínea a do Artigo 127 da Resolução
SEMA nº 31/1998, bem como o
disposto sobre aterros sanitários na Portaria IAP nº 019/2006.

Curitiba,
04 de novembro de 2014.

Antonio Caetano de Paula Júnior

Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Antonio CAETANO de Paula Júnior

Presidente do Conselho Estadual do Meio Ambiente

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado

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