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SEG04NOV
Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
Ano 44 • N.º 15800

Kz 45,00
Director: VÍCTOR SILVA
Director-Adjunto: CAETANO JÚNIOR
www.jornaldeangola.co.ao

CIDADE CENTENÁRIA MOSTRA O LADO HISTÓRICO AO MUNDO

Luanda Velha
cria roteiro turístico PEDRO KIDIDI

Uma excursão pedestre, ao longo

da chamada “Rota dos Escravos”,
em Luanda, realizada ontem por
uma equipa multissectorial, marcou
o início da recolha de informações
para a criação de um roteiro turístico
da Cidade Velha, que alberga os
edifícios mais antigos e parte subs-
tancial da História da capital ango-
lana. Para o acto, o Ministério do
Turismo juntou gestores de hotéis,
arquitectos, historiadores e juristas,
afectos a distintas instituições,
com a expressa pretensão de
envolvê-los nos trabalhos de levan-
tamento de informações e deles
colher os contributos necessários.
Da Cidade Alta, a comitiva rumou
para o Largo do Pelourinho, pas-
sando pela calçada com o mesmo
nome, por trás da Universidade
Lusíada. A história do Pelourinho
resume, por si só, a brutalidade
da escravatura. Ali, os negros eram
expostos em feiras, para exibir os
mais robustos e, supostamente,
mais resistentes ao trabalho forçado.
Sobas que se recusaram a colaborar
com o tráfico negreiro foram “exem-
plarmente” punidos, com pena
de morte. A escassos metros do
local fica a Rua dos Mercadores,
aquela viela que começa na Igreja
dos Remédios e desemboca no
agora Largo do Atlético. ECONOMIA • 11

AMANHÃ, PARA OS OITAVOS-DE-FINAL

NESTA EDIÇÃO

FILIPE ZAU
Angola defronta Coreia do Sul no Mundial de Futebol DESPORTO • 31
Tendências educativas
e formativas para o CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

desenvolvimento GUINÉ-BISSAU USD 1,6 TRILIÕES FÓRMULA 1

OPINIÃO • 7 DR

CAMPANHA NA UNITA
CNE garante China
Sakala no Namibe condições para
e Numa em Luanda
POLÍTICA • 2 eleições no dia 24 é o maior
PALOP
BAD anuncia
O presidente da Comissão
Nacional de Eleições (CNE) da
credor
investimentos
de 20 a 50 milhões
Guiné-Bissau, José Pedro
Sambu, assegurou, ontem, que
de África Hamilton
de dólares estão reunidas as condições Os empréstimos directos
ECONOMIA • 11 logísticas e financeiras para
que as eleições presidenciais GIRABOLA
e os créditos comerciais da
China em África aumen-
é Campeão
ESCRITOR DO MÊS
Obra de Uanhenga
se realizem a 24 de Novem-
bro. José Pedro Sambu falava
Petro vence e está a um ponto
taram de quase zero, em
1998, para mais de 1,6 tri- do Mundo
Xitu no Camões aos jornalistas no final de liões de dólares, quase 2
CULTURA • 29 um encontro com a missão do 1º de Agosto DESPORTO . 30 por cento do PIB mundial, pela 6ª vez
da CEDEAO. ÁFRICA • 12 em 2018. DESTAQUE • 4 | 5 ÚLTIMA • 32
2 POLÍTICA
ANTIGO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA
Fundação Agostinho Neto
distingue Ramalho Eanes
Organização justifica a distinção com a dedicação relevante de António Ramalho Eanes
à luta contra o fascismo e o contributo à normalização das relações entre Angola e Portugal
Bernardino Manje
A Fundação António Agos-
tinho Neto (FAAN) outorga,
na próxima quinta-feira, ao
antigo Presidente da Repú-
blica, general António Rama-
lho Eanes, a Ordem Sagrada
Esperança, pela “dedicação
relevante” à luta contra o fas-
cismo e o contributo à nor-
malização das relações entre
Angola e Portugal.
Segundo uma nota da
FAAN, a distinção a Ramalho
Eanes, 84 anos, vai ser feita
momentos antes da Confe-
rência sobre a Conquista da
Independência em Angola,
que a Fundação vai realizar
para assinalar o 44º aniversário
da liberdade no país.
António Ramalho Eanes
nasceu a 25 de Janeiro de 1935,
em Castelo Branco. Depois
de demorada carreira de com-
batente, Eanes encontrava-
se ainda em serviço em
Angola aquando da Revolução
de 25 de Abril. Aderiu ao
Movimento das Forças Arma-
das e, regressado a Portugal,
foi director de programas e
nomeado presidente do con-
selho de administração da
RTP, até Março de 1975.
Em 1976, foi eleito Presi-
dente da República, sendo
reeleito em finais de 1980.
Foi, com 41 anos, ao começar
o primeiro mandato, o mais
jovem Presidente da República
de sempre e também o pri-
meiro Chefe de Estado eleito,
logo a seguir ao 25 de Abril,
tendo cumprido dois man-
datos, entre 1976 e 1986.
Ramalho Eanes é, actual-
mente, membro do Conselho
CAMPANHA PELA LIDERANÇA DA UNITA
Sakala “caça” votos no Sul
e Numa fica em Luanda
Bernardino Manje
Quando faltam menos de
duas semanas para a eleição
do novo pre sidente da
UNITA, os candidatos ao
cargo intensificam a cam-
panha no intuito de con-
quistar a maioria dos 1.150
delegados ao XIII Congresso
Ordinário do partido.
Alcides Sakala Simões,
tido como um dos potenciais
sucessores de Isaías Sama-
kuva, prossegue hoje a cam-
panha pelo Sul do país.
Depois de, no sábado, ter
estado no Bié e, ontem, no
de Estado e presidente do
Conselho de Curadores do
ISCTE - Instituto Universitário
de Lisboa.
Além de Ramalho Eanes,
serão ainda distinguidos os
nacionalistas Lúcio Rodrigo
Leite Barreto de Lara “Tchi-
weka”, Henrique Teles Car-
reira “Iko”, David António
Moisés “Ndozi”, Ambrósio
Lukoki, Lopo Fortunato Fer-
reira do Nascimento e João
Luís Neto “Xietu”, pela dedi-
cação relevante à Luta de
Libertação Nacional e con-
quista da Independência.
Entre os angolanos a serem
distinguidos, apenas Lopo
do Nascimento e Luís Neto
“Xietu” estão vivos.
Distinção vai ser
feita momentos
antes da
Conferência sobre a
Conquista da
Independência em
Angola, que a FAAN
vai realizar para
assinalar o 44º
aniversário
da liberdade
Criada em Março de 2015,
a Ordem Sagrada Esperança
é uma ordem honorífica da
Fundação António Agosti-
nho Neto, destinada a galar-
doar ou distinguir, em vida
ou a título póstumo, cida-
dãos nacionais ou estran-
geiros que se notabilizaram
por actos excepcionais ou
quem tenha prestado ser-
viços relevantes à Luta de
L i b e r t a ç ã o Nacional. A
última individualidade a ser
Cunene, Sakala mantém hoje
contacto com os militantes
do Namibe. Amanhã será a
vez da Huíla, informou ao
Jornal de Angola, um mem-
bro da equipa de campanha
do também deputado.
A reafirmação da matriz
ideológica da UNITA, a pre-
servação do fundador do
partido, Jonas Savimbi, o
reconhecimento do papel
do presidente cessante, Isaías
Samakuva, no processo de
transição, são algumas das
linhas de força do mandato
de Alcides Sakala, caso seja
eleito no congresso que
General António Ramalho Eanes foi Presidente da República Portuguesa entre 1976 e 1986
distinguida com a Ordem
Sagrada Esperança foi o
nacionalista moçambicano
Marcelino dos Santos, pelo
seu empenho na luta de
libertação de Moçambique
e na governação daquele
país lusófono africano. O
acto teve lugar em Maio do
ano em curso, em Luanda,
e visou, igualmente, assi-
nalar o 90º aniversário de
Marcelino dos Santos.
Conferência
Durante a Conferência sobre
a Conquista da Indepen-
dência de Angola, Ramalho
começa no dia 13 deste mês.
Porta-voz cessante da UNITA
e tido como um dos prováveis
substitutos de Samakuva,
por estar a ser apoiado por
uma boa parte de membros
da direcção cessante, Sakala
compromete-se, igualmente,
a colocar as autarquias e a
juventude no centro das suas
atenções. O político sublinha
que as autarquias e a juven-
tude são “a alavanca para o
desenvolvimento do país”.
Abílio Kamalata Numa
O candidato Abílio Kamalata
Numa esteve, ontem, no
Eanes vai falar sobre memó-
rias do seu encontro com
o primeiro Presidente de
Angola, Agostinho Neto, a
6 de Julho de 1978, na
Guiné-Bissau.
Ainda no primeiro pai-
nel, os generais Mbeto Mon-
teiro Traça e Roberto Leal
Monteiro “Ngongo” disser-
tam o tema “Todos para o
interior: a guerrilha como
luta com armas”.
Por seu turno, Eduardo
Lisboa, mestre em Gover-
nação e Gestão Pública, fala
sobre “os Acordos de Alvor,
a internacionalização do
Cuanza-Sul, devendo hoje
estar com os militantes da
UNITA nos municípios do
Cacuaco, Viana e Cazenga.
O general na reserva e
antigo secretário-geral, que
concorre pela segunda vez,
depois da tentativa em 2011,
compromete-se a transfor-
mar a UNITA num partido
pan-africano e moderno.
Essa transformação, subli-
nha, passa, igualmente, pela
capacitação do partido para
ganhar as próximas eleições
gerais, em 2022, e estabe-
lecer, assim, uma “nova
ordem para Angola”.
Na sua página do Face-
b o o k , Ka m a l a t a N u m a
realça o facto de ter sido um
dos que, no seio da UNITA,
defendeu que o partido con-
corresse às eleições de 2012,
quando uma boa parte era
pela não participação.
“A UNITA só concorreu
às eleições do ano de 2012
p o rq u e n ó s t ive m o s d e
DR
conflito e a Independência
de Angola”. No segundo pai-
nel, a ter lugar no período
da tarde de quinta-feira, os
docentes universitários
Alberto Cafussa e Simão
Makiadi fazem uma abor-
dagem sobre “O projecto de
Nação no texto de procla-
mação da Independência”.
Antes do encerramento da
conferência é lançada a obra
poética completa de António
Agostinho Neto na língua
hindi. Na ocasião, está prevista
uma intervenção do embai-
xador da Índia em Angola,
Srikumar Menon.
intervir”, lembrou Numa,
que questionou: “quem
representaria a UNITA na
casa das Leis onde se faz o
combate político?”
Para o candidato Abílio
José Kamalata Numa, “é
Alcides Sakala e Abílio Numa, candidatos à liderança da UNITA
Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
PALOP
Tribunais de
Contas reforçam
fiscalização das
contas públicas
Luanda acolhe, a partir de
hoje, uma Oficina de Análise
Orçamental, no âmbito de
um programa regional de
apoio ao reforço da fiscali-
zação das contas públicas
nos Países Africanos de Lín-
gua Portuguesa (PALOP) e
Timor Leste.
De acordo com uma nota
do Tribunal de Contas de
Angola, a que este jornal
teve acesso, o projecto “Ofi-
cina de Análise Orçamen-
tal” é financiado pela União
Europeia e Implementado
pelo PNUD (Programa das
Naçõ e s Unida s para o
Desenvolvimento).
Entre os documentos a
serem analisados durante os
cinco dias de encontro des-
taca-se o Orçamento Geral
do Estado (OGE) angolano,
nomeadamente a revisão, o
relatório de Execução Tri-
mestral do OGE e do exercício
orçamental de 2019, bem
como o último parecer sobre
a Conta Geral do Estado de
2017, emitido pelo Tribunal
de Contas e já entregue à
Assembleia Nacional.
As oficinas têm como
objectivo desenvolver apti-
dões, métodos e instrumen-
tos de análise de documentos
orçamentais. O projecto visa
consolidar a governação
económica e finanças públi-
cas nos PALOP e Timor Leste.
O projecto tem como pilares
a transparência orçamental
e o controlo externo exer-
cido pelo Tribunal de Contas
para uma boa gestão das
finanças públicas.
Ao Tribunal de Contas,
enquanto autoridade de con-
trolo externo das finanças
públicas, aplicam-se os prin-
cípios constitucionais, dos
quais se destacam o princípio
da independência face aos
restantes órgãos de soberania
ou qualquer outra autoridade,
entre os quais os princípios
da exclusiva sujeição à Lei
e o da fundamentação.
preciso dar razão quando
se faz a diferença entre a
idade biológica e a idade
ideológica. É mais do que
evidente para quem os dele-
gados devem depositar a
confiança e o voto”.
DR
POLÍTICA Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
DIRECTOR DO CENTRO DE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS DO MINISTÉRIO DO AMBIENTE
Defendida criação de plano
de alerta sobre queimadas
Joaquim Laureano realçou que o plano vai permitir prever e fazer um acompanhamento de onde as
queimadas ocorrem, sua intensidade e estragos, bem como mitigar os efeitos causados ao ecossistema
Um plano de monotorização
e alerta sobre as queimadas a
nível nacional deve ser criado
para se poder mitigar os seus
efeitos na alteração climática,
defendeu, em Luanda, o direc-
tor do Centro de Ecologia Tro-
pical e Alterações Climáticas
do Ministério do Ambiente.
Joaquim Laureano, que
falava sexta-feira sobre “Quei-
madas e incêndios florestais”,
no quadro do Seminário sobre
Jornalismo e Ambiente Sus-
tentável, ressaltou que este
plano vai permitir prever e
fazer um acompanhamento
de onde elas ocorrem, sua
intensidade e estragos, bem
como mitigar os efeitos e
arranjar medidas de recupe-
ração dos ecossistemas que
ficarem degradados.
O responsável do centro
instalado no Huambo referiu
que as queimadas contri-
buem para a destruição da
cobertura vegetal, das pai-
sagens, morte de animais e
surgimento de ravinas, entre
outros aspectos.
Joaquim Laureano salien-
tou que o controlo e a mono-
torização podem ser usados
para se ter queimas para um
pasto bom, para prevenir e
extinguir incêndios e saber
onde elas podem ocorrer, em
benefício do meio ambiente.
Para tal, avançou, vai ser
proposto ao Ministério do
Ambiente a implementação
desse plano com carácter de
urgência, e esperar que seja
implementado tão logo todas
as condições estejam criadas.
Um total de 972.730 quei-
madas foi registado no país,
durante o primeiro semestre
do ano em curso, resultando
na morte de três pessoas e
destruição de 45 residências,
revelou, no mês passado,
uma fonte do Serviço de Pro-
JUSTIÇA NO CONTINENTE AFRICANO
Angola pode acolher
exposição de provedores
Angola pode ser palco da
Segunda Exposição Inter-
nacional dos Provedores de
Justiça de África, cuja data
ainda é desconhecida.
Segundo uma nota da Pro-
vedoria de Justiça de Angola,
a que este jornal teve ontem
acesso, o convite foi feito
durante a primeira exposição,
realizada de 28 a 31 de Outu-
bro, em Abuja, Nigéria. A pro-
vedora de Justiça adjunta,
Florbela da Rocha Araújo,
Dados do Serviço de Protecção Civil indicam que mais de 970 queimadas foram registadas durante o primeiro trimestre
tecção Civil e Bombeiros. No
encontro metodológico de
prevenção, o porta-voz do
Serviço de Protecção Civil e
Bombeiros, Faustino Sebas-
tião, disse que as queimadas
representam, nos últimos
tempos, uma grande preo-
cupação por estas represen-
tarem um aumento de mais
362.998 casos em relação a
igual período do ano de 2018.
De acordo com Faustino
que participou no encontro
de Abuja, solicitou que fosse
enviado um convite formal
ao provedor, Carlos Alberto
Ferreira Pinto.
A Primeira Exposição
Internacional dos Provedores
de Justiça de África decorreu
sob o lema “Ampliar as fron-
teiras do Provedor de Justiça
– m e l h o r g ove r n a ç ã o e
melhor desempenho”.
Do programa do evento,
destacou-se o momento
Sebastião, as províncias do
sul e leste do país são as que
registam maior número de
queimadas, enquanto, na
região norte, as províncias
do Uíge e Malanje destacam-
se entre as demais.
E n t re a s q u e i m a d a s ,
inclui-se os fogos conside-
rados incêndios florestais,
onde várias culturas ficaram
dilaceradas, afectando a
fauna e a flora, disse o porta-
especial dedicado à exposição
de fotos, partilha de expe-
riência e discussões de espe-
c i a l i s t a s s o b re a s c o n -
tribuições das mulheres líde-
res no sector de Provedorias
de Justiça e de instituições
de supervisão.
Quanto à troca de expe-
riência, teve-se em evidência
dois painéis de debate, sendo
um ligado ao “Ombudsmen
e o desafio do combate à cor-
rupção” e outro reservado
voz do SPCB, realçando que
os incêndios urbanos tam-
bém continuam em alta com
o registo de vítimas mortais
e ferimentos graves.
“Com este número, não
podemos afirmar catego-
ricamente que, a nível de
África, Angola seja um dos
países com maior número
de incêndios florestais, pois
aquilo que frequentemente
temos são as chamadas
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Provedora de Justiça adjunta
às “Mulheres líderes no sector
de Provedorias de Justiça”.
A provedora da Justiça
EDIÇÕES NOVEMBRO
queimadas florestais, apesar
de os números serem assus-
tadores”, sublinhou, na oca-
sião, Fasutino Sebastião
adiantando que é por estas
e outras razões que o SPCB
vai trabalhar na vertente de
mobilização e sensibilização
dos cidadãos, principal-
mente daqueles que vivem
em zonas rurais, onde é
registado o maior número
de queimadas.
adjunta de Angola foi pre-
lectora no segundo painel,
tendo se debruçado sobre
“O papel de liderança que
as Mulheres líderes desem-
penharam nas instituições
ao longo dos anos” e “Como
as mulheres podem ajudar
o Ombudsman, no trata-
mento de reclamações?”
Florbela Araújo falou ainda
s obre “ A igualdade de
género e o empoderamento
das mulheres”.
A jurista terminou a sua
prelecção dizendo que a luta
das mulheres para alcança-
rem posições de liderança
na comunidade não é, sob
qualquer prisma, uma tarefa
fácil. “Se você é livre, precisa
libertar alguém. Se você tem
poder, então seu trabalho é
empoderar outra pessoa”,
3
Carbono
O país irá reduzir, para 35 por
cento, a intensidade de car-
bono na produção da electri-
cidade até ao ano 2030, no
quadro da implementação da
proposta de Estratégia Nacio-
nal para as Alterações Climá-
ticas 2018-2030.
A informação foi avançada,
sexta-feira, em Luanda, pelo
chefe do Departamento de
Seca e Desertificação do Minis-
tério do Ambiente, Luís Cons-
tantino. O sector energético é
o que mais contribui na emissão
de efeito de estufa, seguindo-
se da Agricultura e Indústria,
de acordo com o relatório do
Painel Intergovenamental sobre
as Alterações Climáticas.
Em declarações à Angop,
à margem do Seminário sobre
Jornalismo e Ambiente, Luís
Constantino ressaltou que
a nova estratégia tem pilares
que irão dar suporte para
o país responder aos com-
promissos internacionais
e às necessidades em alte-
rações climáticas.
Segundo Luís Constantino,
para mitigar o impacto das
alterações climáticas no país
deve-se implementar progra-
mas em parceria com sectores
como o da Agricultura, Pesca
e Florestas.
Para combater o efeito
estufa, o Executivo adaptou,
na bacia hidrográfica do Cuvu-
lai, um sistema de alerta para
seca e cheias, de modo a per-
mitir que as comunidades da
região se adaptem aos efeitos
das alterações e se tornem
mais resilientes.
Angola é vulnerável às alte-
rações climáticas, inundações,
cheias, secas, erosão dos solos
e o aumento do nível das águas
do mar são os principais efeitos
das alterações climáticas no
país, de acordo com um informe
do Ministério do Ambiente.
ANGOP
Luís Constantino
defendeu Florbela Araújo,
que exortou ainda as mulhe-
res a causarem impacto em
cada tarefa que realizam.
“Olhe para elas (tarefas)
pensando em como levar
isso para o próximo nível.
E seja confiante sobre si
mesmo”, acrescentou.
O evento ficou ainda mar-
cado pela premiação de
Angola pela participação e
por ter realizado uma expo-
sição brilhante com imagens,
livros, peças artesanais,
comidas da terra que muito
chamaram a atenção de todos
os participantes.
A Primeira Exposição
Internacional dos Provedores
de Justiça de África contou
com a presença do embai-
xador de Angola na Nigéria,
Eustáquio Januário Quibato.
4 DESTAQUE
A agenda de África deve ser diferente
A relação da China - e do Partido Comunista Chinês (PCC) - com os países africanos arrancou com as lutas de libertação e
prosseguiu em diversas direcções. Até hoje, a China coloca-se do lado dos países colonizados, o que, sendo aceitável, carrega uma
enorme retórica de aproximação. Para João Carlos Mavimbe, director-geral do Centro de Pesquisas Nova Rota da Seda da
Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, “os chineses já fizeram o trabalho de casa”
Miguel Gomes
Os empréstimos directos e
os créditos comerciais da
China aumentaram de quase
zero, em 1998, para mais de
1,6 triliões de dólares, quase
2 por cento do PIB mundial,
em 2018. Os empréstimos
vão principalmente para
países de baixa e média
renda. Apesar de não haver
recuo possível na relação
dos países africanos com a
China, é aconselhável não
esquecer a agenda conti-
nental no diálogo com as
grandes potências.
O regime político chinês
manifesta-se em diversas
representações diárias. É
normal andar pelas ruas de
Pequim e notar que as
máquinas de filmar, estra-
tegicamente localizadas,
estão a disparar algo parecido
com um flash.
Os números são sempre
difíceis de confirmar devido
à falta de informações ofi-
ciais, mas existirão cerca
de 4 milhões de câmaras
de segurança em Pequim.
Para uma cidade de cerca
de 20 milhões de pessoas,
isto significa que existe uma
câmara por cada cinco habi-
tantes. Para controlar todo
este sistema de segurança
e de acompanhamento dos
cidadãos em tempo real são
necessários cerca de 300
mil trabalhadores.
Tudo isto só em Pequim,
a capital do país, alimentado
por tecnologias de inteli-
gência artificial, que incluem
os famosos mecanismos de
reconhecimento facial. Ou
seja, quando o flash dispara,
o sistema pode reconhecer
automaticamente a pessoa
que está na rua.
São métodos com efeitos
positivos sobre a crimina-
lidade e fenómenos conexos.
Mas que encontram enormes
resistências ao nível da pri-
vacidade e das liberdades
individuais. Também é um
negócio multimilionário.
O investimento chinês
em segurança assemelha-
se a uma paranóia nacional.
Mas temas como as altera-
ções climáticas, o impacto
da industrialização desre-
gulada, o combate à corrup-
ção e o aprofundamento da
democracia não tiveram, até
há pouco tempo, respaldo
do lado chinês.
To da s e sta s q ue stõ e s
fo ra m m e s m o u m n ão -
assunto resguardado na
premissa da não-interfe-
rência chinesa nos temas
internos dos países africa-
nos. Se a não-interferência
faz parte da retórica e trans-
formou-se já numa forma-
lidade, também não é
possível de s colar ( nem
mesmo com muita inge-
Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
COOPERAÇÃO COM A CHINA
DR
nuidade) os empréstimos
directos da China da ver-
tente política. Há sempre
alguma consequência política
no seio de uma relação oleada
a interesses económicos.
Para João Carlos Mavimbe,
director-geral do Centro de
Pesquisas Nova Rota da Seda
da Universidade Eduardo
Mondlane, de Moçambique,
“os chineses já fizeram o tra-
balho de casa”.
“Eles já sabem mais ou
menos o que lhes interessa
e em que gama de projectos
devem investir - e nós não
temos ainda essa clareza de
pensamento”, disse o inves-
tigador ao Jornal de Angola.
A relação da China - e do
Partido Comunista Chinês
(PCC) - com os países afri-
canos arrancou com as lutas
de libertação e prosseguiu
em diversas direcções. Até
hoje, a China coloca-se do
lado dos países colonizados,
o que, sendo aceitável, car-
rega uma enorme retórica
de aproximação.
A China não pretende ser
vista como um império - apesar
de o ser, até por causa da sua
vertente expansionista - ou
como uma grande potência
com objectivos de dominação.
“Talvez faça sentido pen-
sar numa terceira fase de
cooperação África-China”,
defendeu João Mavimbe, que
fala mesmo em "recalibrar
a relação”.
“A China tem sido muito
criticada por causa da even-
tual usurpação de recursos.
A gente sabe que é um
bocado verdade. A maneira
chinesa de pensar é muito
Philani Mthembu é director
executivo do Institute for
Global Dialogue (IGD), um
Tecnologia Verde verdade que há uma história
comum que é verdadeira,
nós apoiámo-los e eles nos
agressiva. Se é para entrar think tank (centro de pes- DR
apoiaram. Mas também
num processo, eles entram quisas) de política e relações podemos dizer-lhes, como
a fundo e, se não impomos internacionais, com sede em irmãos e irmãs, que há certas
barreiras, podemos preju- Pretória, na África do Sul, e condições que não vamos
dicar-nos”, acredita o aca- que se dedica a pesquisar a negociar. A China fez exac-
démico moçambicano. diplomacia e geopolítica afri- tamente o mesmo com as
Na relação com os países cana e internacional. empresas ocidentais”, recor-
africanos, a China habituou- A imagem de Mthembu dou Philani Mthembu.
se a despejar dinheiro em rasura a forma como os aca- Neste momento, estão
cima dos problemas para démicos são vistos publica- sobre a mesa três grandes
depois assumir que não é mente. Para além de pouco agendas (que podem ser
preciso fazer perguntas sob formal, os longos rastas contraditórias em determi-
pretexto da não-ingerência. demonstram que não é pre- nados objectivos): a agenda
Só que este modelo não ciso andar no cânone da bri- de cooperação China-África,
correu bem: trouxe proble- lhantina, fato e gravata. o Horizonte 2030 das Nações
mas de ineficiência em diver- O IGD foi criado em 1995 e Unidas e a Agenda 2063 da
sos países de África, projectos começou por ser financiado União Africana (UA).
falhados que alimentaram pelo Governo alemão. Depois, Para a economista Maria
caminhos de corrupção e evoluiu para um modelo de das Neves, professora uni-
falta de transparência e acu- financiamento por via da aca- Philani Mthembu acredita que África deve organizar-se versitária e antiga primeira-
sações de má qualidade dos demia (por intermédio da ministra de São Tomé e
investimentos que, no fundo, UNISA - University of South investir em tecnologia verde. e procura industrializar-se. Príncipe, a cooperação com
acabam por rebentar com a Africa e de Organizações Não- O impacto já é visível em “Há algumas oportunida- a China surge com vantagens
imagem da China. Governamentais). A África do Pequim onde o ar está bas- des mas devemos aprender em relação ao Ocidente, por-
“É por isso que estão a Sul é o maior parceiro comercial tante mais respirável do que a partir do que foi mal feito que “obedece ao princípio
mudar de abordagem, que é da China em África. noutros tempos. noutras regiões. Se já sabemos da não-ingerência nos assun-
boa para nós. Os chineses “Os chineses estão cada A pressão social está tam- que determinadas indústrias tos internos africanos”.
vão dizer que pretendem fazer vez mais atentos em relação bém a fazer subir os custos poluem os rios, devemos rejei- “A China é um país alta-
isto e aquilo. Mas também ao seu próprio Governo, por de produção e a obrigar algu- tar estas propostas”, acredita mente industrializado mas
chegou a altura de pergun- causa da poluição e de outras mas empresas a repensar a o professor sul-africano. acredito que, se os países
tarmos: será que não podemos questões”, explica Philani localização das suas indústrias. “Os chineses precisam de africanos se organizarem,
chegar a um meio termo?”, Mthembu. Esta demanda O continente africano tem dis- nós, não estamos a fazer-lhes está aberta uma janela de
defendeu João Mavimbe, que obrigou o Governo chinês a ponibilidade de mão-de-obra um favor e nem eles a nós. É oportunidade”, defende.
é médico de formação.
DESTAQUE Segunda-feira
4 de Novembro de 2019 5
DR
DR
Diversas compilações de
dado s concluem q ue o
Estado chinês é responsável
por um quarto do total de MAIOR CREDOR OFICIAL
empréstimos financeiros
direccionados para os países
emergentes, facto que trans-
formou a China no maior
credor oficial superando
facilmente o Fundo Mone-
O banco
tário Internacional (FMI)
ou o Banco Mundial (BM).
Só com Angola os emprés-
dos mais
timos chegam aos 23 mil
milhões de dólares.
O financiamento chinês
foi fundamental para o pro-
pobres
Maria das Neves defende uma negociação única com a China gresso de grandes projectos
de infra-estruturas, incluindo

A UA e os centros de pesquisa os 6,4 mil milhões de dólares

Desde 2013 que a China está a
implementar a iniciativa da “Nova
Rota da Seda” (ou “One Belt, One
Road”, em inglês). Consiste numa
série de investimentos, sobretudo
nas áreas de transporte e infra-
estrutura. Os investimentos deve-
rão ser tanto terrestres, conectando
a Europa, o Médio Oriente, Ásia
e África, quanto marítimos, pas-
sando pelo Oceano Pacífico, atra-
vessando o Oceano Índico para
alcançar o mar Mediterrâneo.
Foi este projecto que deu ori-
gem à criação do Centro de Pes-
quisas Nova Rota da Seda da
Universidade Eduardo Mondlane,
em Moçambique. Há mesmo
quem defenda a necessidade
de instalar, em diversos países
africanos, centros académicos
de excelência que estudem as
línguas e as diversas culturas
que interagem na China.
Seria uma forma de melhor
preparar a relação entre as duas
partes e também criar massa
crítica que permita ter uma opi-
nião fundamentada sobre as
diferentes iniciativas.
Do lado chinês, a produção
científica sobre África tem várias
décadas e abarca todas as ver-
tentes, até mesmo ao nível da
cultura e da história da arte, por
exemplo. Há diversas publicações
universitárias em mandarim
sobre estes temas.
“O grande objectivo do centro
é pegar nos projectos que estão
agregados à Nova Rota da Seda
e tentar, junto do empresariado
moçambicano e chinês, analisar
se são mesmo importantes para
a China e para o nosso país”, expli-
cou o director-geral João Mavimbe.
Maria das Neves, economista
são-tomense, acredita que a UA
deve assumir um papel agluti-
nador dos interesses africanos
e assumir uma negociação única.
Tudo como forma de contrapor
o poderio e a preparação chinesa.
Para a professora universi-
tária, a maior preocupação está
na capacidade de resposta da
UA para coordenar todas as
acções. “Hoje fala-se que a China
colocou à disposição dos países
africanos mais 60 mil milhões
de dólares”, lembrou.
“Como vai ser gerido este
dinheiro, quais são os procedi-
mentos que os países devem
seguir? Cada país vai negociar
com a China? No mínimo, deve
ser feita uma avaliação de todo
o processo com dados estatísticos
viáveis. Precisamos de números”,
disse Maria das Neves.
Alguns países africanos
(Moçambique, África do Sul, entre
outros) criaram centros de estudos
chineses, mas de forma isolada.
Talvez fosse boa ideia pensar num
centro de pesquisas multilateral,
com a perspectiva de melhorar
a relação com o gigante asiático.
“Penso que precisamos de
ser mais disciplinados sobre as
prioridades e como vamos atingir
os objectivos a que nos propo-
mos. Este é o ponto essencial”,
acredita Philani Mthembu.
para o Novo Aeroporto de
Luanda, os 4,5 mil milhões
para o projecto da central
hidroeléctrica de Caculo
Cabaça e a reconstrução dos
Caminhos-de-Ferro de Ben-
guela, orçado em 1,8 mil
milhões de dólares.
Os dados totais sobre os
financiamentos chineses
em África, que abrangem
um total de 1.974 emprés-
timos e 2.947 doações para
152 países emergentes ou
em desenvolvimento, de
1949 a 2017, foram compi-
lados pelos pesquisadores
Sebastian Horn, Carmen
Reinhart e Christoph Tre-
besch, do Instituto para a
Economia Mundial de Kiel,
na Alemanha.
A China não divulga deta-
lhes sobre a Nova Rota da
Seda e os seus empréstimos
directos. Nem mesmo às ins-
tituições multilaterais.
As regiões mais endivi-
dadas com a China são o
Extremo Oriente e a Ásia
Central, incluindo pequenas
economias altamente
expostas e próximas do ter-
ritório chinês, como Laos,
Camboja e República do
Quirguistão. Em seguida,
vem a África Subsaariana
e a América Latina, além
de algumas partes da região
MENA (Oriente Médio e
Norte da África). Os fluxos
de dívida para a Europa de
Leste são menores, mas os
montantes de crédito têm
Xi Jinping tem reforçado o seu poder na China
crescido substancialmente
nos últimos cinco anos.
A dependência de Angola
em relação aos empréstimos
chineses provocou uma
situação difícil na gestão da
dívida externa: boa parte é
paga com petróleo, facto
que reduz a entrada de divi-
sas na economia.
Por isso, Angola vai dei-
xar de oferecer o crude
como garantia das linhas
de crédito negociadas com
outros estados, nomeada-
mente a China, Brasil e
Israel, disse João Lourenço
à agência noticiosa russa
TASS, em Março de 2019.
“O volume de aprovi-
sionamento de petróleo tem
sido elevado nos últimos
anos, porque Angola nego-
ciou créditos com a China
para a construção de estra-
das, pontes e outras infra-
estruturas.”, afirmou João
Lourenço. O Presidente
angolano assinalou que os
anteriores acordos assinados
com a China estão desac-
tualizados e que Angola
quer alterá-los.
Em Setembro do ano pas-
sado, a consultora Fitch Solu-
tions alertou para os riscos
do modelo de empréstimos
pagos com petróleo, muito
usado pela China no finan-
ciamento a África, nomea-
damente a Angola.
“Enquanto os emprésti-
mos pagos em petróleos
reduzem os riscos de paga-
mento para os financiadores
chineses, os altos níveis de
endividamento vão limitar
a capacidade para apoiar pro-
jectos de infra-estruturas e
restringir o crescimento da
indústria da construção nos
próximos anos”, escreveram
os analistas da Fitch.
Philani Mthembu, direc-
tor executivo do Institute
for Global Dialogue (IGD),
acredita na possibilidade
de maior triangulação entre
os empréstimos chineses,
as necessidades africanas
e a possibilidade de outros
actores internacionais assu-
mirem papéis importantes.
“Por exemplo, na África
do Sul, as pessoas pensam
que a China está a ocupar
o país. Mas se olharmos para
a realidade, o Ocidente ainda
tem uma grande influência
em África. 70 por cento do
investimento na África do
Sul ainda vem da Europa,
apesar de a China ser o prin-
cipal parceiro comercial do
país. Para África, é impor-
tante que possamos nos
afastar das lutas entre as
grandes superpotências. Na
realidade, a maior parte dos
países africanos não tem
hipótese de escolher os seus
parceiros. Precisamos, então,
de desenhar estratégias para
que o engajamento seja
canalizado para as nossas
agendas. Porque o debate
não é sobre quem é bom ou
mau. Precisamos de ter uma
direcção concreta", explicou
o académico sul-africano.

LI CHONG, DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES CHINÊS Multilateralismo sempre

“É verdade que o modelo de cooperação pode mudar”
A doutrina do regime chinês
é fácil de descortinar: o modelo
político e de desenvolvimento
é definido pelo Partido Comu-
nista Chinês (PCC) e fora da
retórica oficial não há espaço
para o debate. As mudanças
são, portanto, anunciadas pela
voz oficial. Li Chong é um dos
três directores-gerais do Depar-
tamento de Assuntos Africanos
do Ministério das Relações
Exteriores da China e reco-
nheceu, em conversa com o
Jornal de Angola, que o modelo
de cooperação com o nosso
país está a ser repensado.
Os motivos para a mudança
têm vindo a fermentar ao longo
dos últimos anos e respondem,
em certa medida, às dificul-
dades e críticas que o anterior
modelo (baseado na constru-
ção de infra-estruturas com
financiamento garantido pelos
recursos provenientes do
petróleo) recebeu.
O diplomata chinês já trabalhou em Angola e Guiné-Bissau
Com a queda dos preços
do petróleo e a crise económica
e financeira que o país vive
desde 2014 o pagamento da
dívida soberana está em risco
- o endividamento do Estado
já subiu até aos 90 por cento
do Produto Interno Bruto (PIB)
e com a rápida desvalorização
DR
do Kwanza pode ultrapassar
os 100 por cento do PIB.
Neste momento, os carre-
gamentos de petróleo angolano
para pagar a dívida com a China
limitam a liquidez do país. Li
Chong conhece bem estas ques-
tões, até porque já trabalhou
nas representações diplomáticas
chinesas em Bissau e Luanda.
“Em relação aos problemas
com o pagamento da dívida...
É verdade que o modelo de
cooperação pode mudar. Pre-
tendemos implementar um
modelo focado na sustenta-
bilidade”, disse.
Na relação com o continente
africano, a China faz questão
de se colocar ao mesmo nível
(a China descreve-se oficial-
mente como “país em desen-
volvimento”) e de traçar uma
linha de amizade antes de falar
em interesses comuns.
“No passado, a China estava
apenas focada na cooperação
económica, mas percebemos
que entrámos numa situação
nova e que Angola está com
o foco na diversificação da
economia. Angola é um país
que está nas prioridades da
agenda chinesa. A China está
engajada nesta perspectiva”,
garantiu Li Chong.
Angola tem recursos abun-
dantes debaixo da terra e poten-
cial óbvio para desenvolver
outros sectores para além do
petróleo e diamantes. Há que
criar novos caminhos afastados
do extractivismo puro que serve
de base à economia do país.
A agricultura é certamente
um dos sectores com mais poten-
cial. E a China precisa de alimentar
uma população de 1,3 mil
milhões de habitantes (Angola
não chega aos 30 milhões).
“Já temos algumas empresas
a explorar os recursos da terra
e a contribuir na produção de
alimentos, como medida até
de promover a segurança ali-
mentar no país”, disse Li Chong,
que referiu também o interesse
na instalação de empresas nos
“muitos parques industriais” do
país (e que praticamente não
registam actividade económica
considerável). “Também ao
nível da cooperação tecnológica
pensamos que as empresas
podem representar um grande
papel. Os governos podem ajudar
a alavancar este processo. Angola
tem pouca população, bastantes
terras férteis, recursos por explo-
rar e por isso consideramos que
há muito potencial”, disse o
diplomata chinês.
A diplomacia chinesa associa
as críticas à falta de cuidado com
o meio ambiente e aos financia-
mentos excessivos a países em
desenvolvimento a problemas
de crescimento. Mas sem des-
valorizar as questões tácticas.
“Se abrandarmos o nosso
crescimento económico, pode-
mos parar de evoluir e se dei-
xamos de nos relacionar por
causa das dívidas abrimos
espaço para outros parceiros”,
avisou Li Chong, que considera
“promissora” a cooperação
com outros países em desen-
volvimento em África e não só.
O diplomata garante que a
China está firme na defesa do
multilateralismo (que está sob
ataque dos EUA de Donald Trump)
e do comércio livre entre africanos.
“Vamos defender sempre esta
perspectiva”, prometeu Li Chong.
6 OPINIÃO Segunda-feira
4 de Novembro de 2019

EDITORIAL
IMAGEM DO DIA
É frequente a venda de cães na via pública por jovens que com eles permanecem
O PIIM e os gestores públicos muitas horas, sem se preocuparem, por exemplo, com a alimentação dos animais
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO

O Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) pode

vir a concretizar um dos grandes objectivos da governação, que
é a redução considerável das assimetrias regionais, levando a
todo o país melhor qualidade de vida para os cidadãos de todas
as províncias.
O referido plano, estando centrado na melhoria das condições
de vida das pessoas, vai requerer que a sua execução se faça de
modo a que os cidadãos venham daqui a algum tempo a sentir
que o que está a ser feito, no quadro do PIIM, está a repercutir-se
efectiva e positivamente nas suas vidas.
Há a esperança de que as obras programadas e inscritas no
PIIM venham a ter boa qualidade, para que sejam duráveis e
sirvam por longos anos muitos cidadãos. No passado, as más prá-
ticas na execução de obras públicas fizeram com que o dono
destas, o Estado, perdesse muito dinheiro, com quase nenhum
retorno em termos de sustentabilidade dos empreendimentos
que mandava fazer.
Pretende-se agora evitar erros do passado, mas para tanto é
necessário que se mude muita coisa ao nível da fiscalização das
obras , que vai ser decisiva no processo de execução do PIIM. Que
sejam as instituições de fiscalização tecnicamente competentes
a acompanhar as obras mandadas executar pelo Estado, a fim de
que os dinheiros públicos que nelas estão a ser investidos resultem
em desenvolvimento para todos os municípios do país.
Temos dito frequentemente que a vida começa no município.
E ainda bem que o Executivo apostou na realização de obras nos
municípios, as quais podem melhorar substancialmente as suas
infra-estruturas e os seus serviços, particularmente os que são
prestados pelos sectores da Saúde e da Educação.
Foi bom saber que os sectores da Saúde e da Educação são os
que mais verbas têm no PIIM, o que é uma indicação de que os go-
vernantes pretendem que aquelas áreas essenciais para o desen-
volvimento do país conheçam um novo rumo.
Mas não basta que haja muito dinheiro para obras. Importa
que os dinheiros previstos pelo PIIM sejam bem aplicados por
aqueles servidores públicos que os hão-de gerir. No passado,
tivemos muito dinheiro para muitos empreendimentos, mas o
que se viu foi uma má utilização dos recursos financeiros, com as
consequências nefastas que são conhecidas.
Que os gestores públicos, a quem for dada a responsabilidade
de gerir recursos financeiros inscritos no PIIM, sejam pessoas ho-
nestas, competentes e completamente dedicadas à defesa do in-
teresse público.
Os cidadãos não querem mais servidores públicos que, em vez
de se preocuparem com o bem comum, priorizam os seus negócios,
passando o seu tempo a tratar dos seus interesses particulares, le-
sando o Estado e as comunidades.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PROPRIEDADE

Víctor Silva (presidente)
ADMINISTRADORES EXECUTIVOS
Caetano Pedro da Conceição Júnior
Edições Novembro, E.P.
CARTAS DOS LEITORES
SEDE:
José Alberto Domingos
Rui André Marques Upalavela Rua Rainha Ginga, 12-26
Luena Kassonde Ross Guinapo Caixa Postal 1312 - Luanda
Redacção: 222 020 174
ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS Telefone geral (PBX): 222 333 344
Filomeno Jorge Manaças Fax: 222 336 073
Mateus Francisco João dos Santos Júnior Telegramas: Proangola
Património golano, aconteceu quando me Higiene nos estabelecimentos
histórico de Luanda apercebi que haviam de destruir comerciais
Fiquei satisfeito com o facto de a Livraria Lello, onde muitos an- Escrevo para este espaço para
haver preocupação com a preser- golanos, entre os quais gover- alertar as autoridades compe-
DIRECTOR: Edna Cauxeiro (subeditora), vação da parte velha da cidade nantes, puderam comprar livros tentes a prestarem muita aten-
Víctor Silva Ferraz Neto (subeditor) e Pereira Dinis
DIRECTOR-ADJUNTO:
de Luanda. valiosos. Lembro-me de uma vez ção à higiene nos estabeleci-
Caetano Júnior
EDIÇÕES ESPECIAIS: Contaram-me que vários arqui- ter cruzado com Oliver Tambo, mentos comerciais, em parti-
DIRECTOR EXECUTIVO: Adalberto Ceita, André dos Anjos, Domingos dos Santos,
Guilhermino Alberto Leonel Kassana e Yara Simão tectos choraram quando se aper- “histórico” do ANC da África do cular os que estão situados nas
EDITOR EXECUTIVO: FOTOGRAFIA:
ceberam que decisores políticos Sul , na Livraria Lello, nos anos zonas suburbanas.
Diogo Paixão Kindala Manuel (editor-chefe), tinham aprovado a destruição do oitenta do século passado. Um canal de televisão angolano
José Cola (editor),
SUB-EDITOR EXECUTIVO:
Cândido Bessa Dombele Bernardo, Domingos Cadência, Eduardo Pedro, João Gomes, património cultural e histórico Soube que muitos desses livros passou, recentemente, uma re-
Maria Augusta, Miqueias Machangongo, Mota Ambrósio, Paulo Mulaza, Kindala
Manuel, Santos Pedro, Agostinho Narciso, Vigas da Purificação, Contreira Pipas da cidade velha de Luanda, por vendidos pela Livraria Lello aju- portagem sobre uma padaria
GRANDE REPÓRTER: parte de indivíduos que só se preo- daram angolanos , nos primeiros com péssimas condições de hi-
Luísa Rogério CORRESPONDENTES PROVINCIAIS:
Adão Diogo (Lunda-Sul), cupavam com os seus negócios, anos de independência, a elaborar giene. Acredito que haja mais es-
Alberto Coelho (Cabinda),
EDITORIAS:
POLÍTICA: João Mavinga (Zaire), esquecendo-se que nós, angola- políticas públicas. tabelecimentos comerciais que
Vladimir Prata (Namibe),
Santos Vilola (editor-chefe),
Fonseca Bengui (subeditor) e Bernardino Manje (subeditor) Esídoro Natalício (Cuanza-Norte), nos, temos uma História, que é Não consigo acreditar que seja não cuidam da higiene no pro-
Luís Pedro (Cuanza-Sul),
Adelina Inácio, João Dias, Edna Dala,
Garrido Fragoso e Gabriel Bunga Noé Jamba (Bengo), preciso preservar. possível destruir uma livraria cesso de produção e comerciali-
Francisco Curinhingana (Malanje)
Fernando Cunha (Huambo), Felizmente , os tempos são outros, que era fonte de conhecimento. zação dos seus produtos. É preciso
OPINIÃO: João Constantino (Bié),
Ambrósio Clemente (editor-chefe), Faustino Henrique (subeditor) José Chaves (Andulo), podendo-se salvar o que ainda Ela está abandonada há mais cuidar da saúde pública dos ci-
Jaime Azulay (Benguela),
SOCIEDADE:
Nhuca Júnior (editor), Jesus Silva (Lobito), resta da Luanda velha. Perante o de cinco anos e ninguém sabe o dadãos. Em relação a padarias e
Estanislau Costa (Huíla),
Alberto Pegado (editor),
José Meireles (editor), Joaquim Aguiar (Lunda-Norte), receio de um punhado de pessoas que se vai fazer dela. Luanda a depósitos de pão, verifico, mui-
Silvino Paulo (Uíge),
Rodrigues Cambala, André da Costa, Kilssia Ferreira, Manuela Gomes,
Augusto Cuteta, Alexa Sonhi, César André, César Esteves, Edivaldo Cristóvão, Lourenço Manuel (Cuando Cubango), pretenderem fazer desaparecer tem poucas livrarias e, entretanto tas vezes, que os que lá trabalham
Carla Bumba e Mazarino da Cunha Quinito Kanhamei (Cunene),
Samuel António (Moxico),
do mapa a velha cidade de Luan- temos no país mais de vinte ins- não têm roupas adequadas para
REGIÕES:
Sérgio Chivaca (editor-chefe), da, muitos turistas tiravam aos tituições de ensino superior, que comercializar aquele produto. É
Béu Pombal (subeditor), PAGINAÇÃO E ARTE:
Filipe Eduardo Salvador Escórcio (Editor), Soares Neto, Eugénia Victor, Augusta Lucéu, Tomás Cruz, fins-de-semana fotografias na formam anualmente muitas cen- preciso aplicar multas pesadas
Noé Pungue, Evaristo Sacupalica, João Augusto, Josefa Abreu, Maria Messele,
ECONOMIA:
Cristóvão Neto (editor-chefe),
Alberto Bumba, Inês Quingando, Margarida Zilungo, Maria da Silva, António Saldanha, Baixa de Luanda dos nossos mo- tenas de jovens. aos proprietários dessas padarias
Henrique Faztudo, António Quipuna, Raúl Geremias, Ana Paula Dias , Isabel Fragão,
Armando Estrela (subeditor),
Ana Paulo, Kátia Ramos, Madalena José, Natacha Roberto e Victorino Joaquim
Manuel Cassinda, Francisco da Silva, Rui Jacinto, Bruno Bernardo, Luquemba Pedro numentos e sítios históricos. Penso ALFREDO JOÃO para que se preocupem em tra-
MUNDO: CARTOON E ILUSTRAÇÃO: que, havendo vontade para se pre- Ingombota balhar dentro do que a lei exige.
Bernardino Fançony (editor-chefe), António Canepa Armando Pululo e Casemiro Pedro
servar a História da parte velha Os comerciantes têm de passar
DESPORTO:
Amândio Clemente (editor-chefe), de Luanda, devia haver preocu- a cumprir as leis em vigor. É pre-
Anaximandro Magalhães (subeditor), António Cristóvão, COPY DESK:
Armindo Pereira, Teresa Luís, Vivaldo Eduardo, Rui Ramos, Arlindo Soares e Esperança Vieira Dias pação em se financiar o restauro ESCREVA-NOS ciso que haja ordem no país, ao
António de Brito e Honorato Silva Cartas recebidas na
O Jornal de Angola
dos monumentos e sítios que sejam nível do comércio, para proteger
CULTURA: Rua Rainha Ginga, 12-26
António Bequengue (editor-chefe), Adriano Melo (subeditor), utiliza os serviços da ANGOP, AFP, Reuters, EFE e Prensa Latina classificados como património Caixa Postal 1312 - Luanda os cidadãos de práticas que podem
Francisco Pedro (subeditor), Amilda dos Santos, Manuel Albano,
Mário Cohen e Roque Silva
PUBLICIDADE: histórico e cultural. ou por e-mail: causar prejuízos à sua saúde.
GENTE E FIM-DE-SEMANA:
António Cruz (editor-chefe),
(+244) 937 550 262 Um dos momentos mais tristes MARGARIDA AFONSO
(+244) 949 770 006 e-mail: publicidade@jornaldeangola.com escrevaconnoscoJA@gmail.com Samba
Isaquiel Cori (editor) da minha vida como cidadão an-
OPINIÃO Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
NA ESQUINA DO TEMPO
Tendências educativas
e formativas para o desenvolvimento
Todas as pessoas, hoje, independentemente da
sua idade, têm necessidade de aprender estratégias
adaptativas, para fazerem face ao choque cultural
causado pelo ritmo acelerado do processo de
mudança e para o qual têm necessidade de se
adaptarem. Crianças, jovens e adultos são cada
vez mais impulsionados para se acomodarem
aos novos ritmos de vida, já que a compressão
do tempo acelera o metabolismo social e torna
os processos de decisão cada vez mais rápidos.
Esta é uma constatação do sociólogo Hermano
Carmo, que refere também que “isto implica
aprender a dominar o medo do desconhecido e
a assumir o estatuto de emigrante no tempo, in-
teriorizando que o novo, o diverso e o transitório
não são maus em si.” São, no
fundo, riscos que comportam
ameaças, mas também opor- Como podemos verificar,
tunidades conducentes à me-
lhoria da qualidade de vida. a questão da educação,
As grandes mutações que
se operam em “era do conhe-
nos dias de hoje
cimento” abrem espaços ca- e em qualquer sociedade
da vez maiores para a inova-
ção científica e tecnológica,
apresenta-se como
emergindo assim uma pri- “um problema social
meira tendência para o sur-
gimento de novas necessida- complexo, com efeitos
des educativas e formativas,
que podem ser divididas em
imediatos na sua coesão
dois grupos: um primeiro gru- interna e na sua
po de aprendizagens, relacio-
nado com a adaptação aos
locomoção em direcção
processos de mudança; e um a objectivos globais,
segundo grupo de aprendi-
zagens, relacionado com a como o Desenvolvimento
gestão dos conteúdos dessa
mesma mudança.
e a Democracia
Num primeiro grupo de
aprendizagens, torna-se im-
portante: aprender a adaptarmo-nos a novos
instrumentos e a novos processos de trabalho,
para que, a partir dos mesmos, se possa alcançar
um desempenho qualificado; aprender a ser um
consumidor crítico e não apenas um mero objecto
de estratégias adoptadas por qualquer sistema
massificador da sociedade de consumo; aprender
a adaptarmo-nos rapidamente a novos lugares
e ambientes de modo a sabermos tirar partido
dos mesmos, a título de exemplo, deveremos
aprender técnicas de reconhecimento, de ob-
servação e de integração a novos ambientes.
Também este conjunto de aprendizagens requer
a aquisição de novas competências comunica-
cionais, capazes de estabelecer, intensificar e
gerir com maior rapidez e melhor qualidade as
relações sociais aos níveis: interpessoal, grupal,
organizacional e institucional.
Partindo do princípio de que o saber é degra-
dável e a ignorância uma constante, qualquer
pessoa, nos dias de hoje, na sua relação com o
saber, terá que aprender (ou reaprender) a se-
leccionar, processar e difundir informação perti-
nente para o seu próprio dia a dia. O próprio fe-
nómeno da mundialização que, por seu turno,
implica um maior cosmopolitismo, deverá levar
a um maior investimento na aprendizagem sobre
a unidade e sobre a diversidade da espécie hu-
mana, de modo a viabilizar a educação intercul-
tural e a evitar tensões com base no etnocentrismo.
Um investimento essencialmente válido e neces-
sário, sobretudo, para a maioria dos países afri-
canos que, apesar de Estados independentes,
têm ainda que edificar a unidade nacional no in-
terior das suas fronteiras.
Num segundo grupo de aprendizagens surgem
necessidades educativas direccionadas para a
gestão dos conteúdos da mudança, que implicam
na urgência de se aprender a: tirar partido dos
recursos e sistemas energéticos; utilizar da melhor
forma as novas tecnologias como instrumentos
7
ANÁLISE
Filipe Zau | * Eduardo Magalhães |*
CITAÇÕES
“A gestão financeira
é descentralizada.
Justiça, investimentos,
Há recursos
atribuídos os números e os factos
ao nível central,
outros atribuídos
ao nível das províncias
A simples realização de uma conferência internacional de justiça,
como a que Marraquexe acolheu há alguns dias, com o tema
e dos municípios, “Justiça e Investimentos”, já é sinal claro de que a preocupação
e não como fins em si mesmos, contrapondo à com a confiança institucional dos detentores do capital mundial
dominante cultura do individualismo uma cultura e, concomitantemente, não é exclusiva de Angola.
de solidariedade; produzir, distribuir e consumir para as comunas. Qualquer país em vias de desenvolvimento tem como fontes
bens e serviços, à escala mundial, tendo em vista As prioridades fundamentais de investimentos e empréstimos os maiores mer-
a melhoria de qualidade de vida; lidar com a di- também são definidas cados internacionais. E estes mercados, maduros e avessos a
versidade de modelos de organização social (fa- a este nível” riscos desnecessários, observam com muita atenção os locais
mília, escola e empresa); orientar e controlar a onde colocar os valores próprios ou que administrem, como in-
Sílvia Lutukuta,
sua vida de forma autónoma; utilizar de forma Ministra da Saúde, referindo-se vestidores e governos.
ética e crítica os media (telemática, self-media e à atribuição de recursos financeiros “Dinheiro não suporta desaforo” é uma frase comum nos mer-
ao sector da Saúde
multimédia); aprender novas formas de se relacionar cados. E há limites na equa-
com o tempo (por exemplo, tirando partido dos ção, risco-recompensa a par-
crescentes tempos livres para melhorar a qualidade Os valores e bens tir dos quais nenhuma re-
de vida) e com as culturas vigentes em presença. “O nosso objectivo
Para completar esta reflexão sobre os efeitos é passarmos uma recuperados, nunca é demais muneração é suficiente para
atrair transacções num mer-
da mudança na educação, recorreremos à antro- mensagem de alerta, repetir, são impressionantes: cado inseguro.
póloga estadunidense Margaret Como bem vincou o mi-
Mead, que coloca o facto de que
na medida em que USD 2.3 biliões em dinheiro nistro da Justiça e dos Di-
o processo de socialização abar- o momento que
estamos a viver e USD mil milhões reitos Humanos, Francisco
ca três diferentes sentidos, por Queiroz, no evento de Mar-
vezes pouco pacíficos: uma so- é de honestidade em património imobiliário rocos, “Não basta que um
cialização de tipo tradicional,
das gerações mais velhas para
e que requer do Fundo Soberano. determinado país possua
recursos naturais elevados,
as mais novas; uma socialização
do gestor público
uma gestão correcta” Mais: duas fábricas oportunidades de negócio
semelhante à que os grupos mi-
grantes sofrem, em que as gera- Sebastião Ngunza, de medicamentos,
abundantes e retorno rápi-
do de capital para garantir
ções em presença sofrem uma
Inspector-geral da Administração
do Estado três fábricas têxteis a atracção de investimento.
(res)socialização em simultâneo, É necessário que o investi-
fruto do contacto com as so- de grande capacidade dor sinta segurança e cer-
ciedades de acolhimento; uma
socialização de tipo inverso, das
“O país não vai e dois terminais portuários; teza jurídica na defesa dos
seus direitos e na garantia
gerações mais novas para as a lado algum além de outros milhões de reparação dos seus inte-
sem uma profunda
mais velhas”. Um fenómeno
complexo que está na origem reforma do Estado de dólares e euros,
resses ameaçados”.
A avaliação do ministro
do conflito de gerações e que e a revisão biliões de kwanzas, é a de que Angola “tem so-
implica no alargamento das ne- frido dos males resultantes
cessidades educativas a todas
da Constituição imóveis e viaturas de um sistema de justiça
da República.
elas. Reconhecemos, no entan-
to, que o atendimento a estas Os maiores actores
com dificuldades de se afir-
mar como um verdadeiro pi-
questões sociais poderá resultar da gestão do país lar de segurança jurídica e
numa sobrecarga de exigências não querem ouvir falar de sustentação do investimento”. Mas avaliou que a governação
para os sistemas educativos contemporâneos… do Presidente João Lourenço trouxe uma nova fase para o sistema
mas, não há como fugir a elas.
das grandes reformas” de justiça com o seu compromisso principal de combate à corrupção
A segunda tendência está direccionada para Adalberto Costa Júnior, e à impunidade.
Candidato a presidente da UNITA
as assimetrias sociais e insere-se, não só, no A Justiça de Angola tem mais recursos, quadros e legislação. E
âmbito da educação para o desenvolvimento, novamente é necessário fundamentar em factos e números, apesar
mas, também, para a solidariedade, partindo-se da urticária que gera nas correntes menos optimistas que preferem
do pressuposto de que não existe desenvolvimento “A protecção o conforto dos argumentos vagos.
sem que haja um Estado de Direito democrático, da fauna e flora As receitas do Cofre Geral de Justiça agora reforçam o orçamento.
que necessariamente deverá promover uma cul- Os tribunais de primeira instância têm autonomia administrativa
tura de solidariedade social. é uma tarefa e orçamental garantida; são mais 130 juízes empossados e 14
A terceira e última tendência, constatada nos de toda a população novos tribunais de Comarca, mais dois tribunais de Relação em
dias de hoje, é para uma grande alteração dos e não apenas dos órgãos implantação. Além de 38 juízes desembargadores a serem logo
sistemas de poder devido, sobretudo, a duas de segurança, eleitos. Aprovado o novo Código Penal, aguarda-se a votação do
circunstâncias: o avanço das novas tecnologias visto que a aniquilação Código do Processo Penal; foram reestruturadas e dinamizadas
de informação e de comunicação e o desenvol- as Direcções Nacionais de Combate à Corrupção e a de Investigação
vimento da sociedade de informação fizeram destes recursos Penal. Foi igualmente criado o Serviço Nacional de Recuperação
com que a principal fonte de poder deixasse de faz com que o sector de Activos na PGR.
ser a riqueza e passasse a ser o conhecimento. do turismo Os valores e bens recuperados, nunca é demais repetir, são im-
Segundo Alvin Toffler, em “Os novos poderes”, desapareça” pressionantes: USD 2.3 biliões em dinheiro e USD mil milhões em
“a cada tipo de sociedade corresponde uma património imobiliário do Fundo Soberano. Mais: duas fábricas
Patrick Nandago,
fonte dominante de poder. Assim nas sociedades Embaixador da Namíbia em Angola, de medicamentos, três fábricas têxteis de grande capacidade e
pré-industriais o Poder escorava-se essencial- durante uma visita ao Cuando
Cubango
dois terminais portuários; além de outros milhões de dólares e
mente na força directa, na sociedade industrial, euros, biliões de kwanzas, imóveis e viaturas.
na riqueza e na sociedade de informação no co- E ainda ecoa a revelação do Presidente João Lourenço no discurso
nhecimento.” Como expressão política do duplo sobre o Estado da Nação, de que são reivindicados mais USD 4,3
processo de planetarização e de localização re-
“O Cuando Cubango biliões em 45 processos.
gistado na segunda metade do século XX, segundo é como a própria casa Os resultados não são automáticos, mas estão a ser percebidos.
Adriano Moreira, em “Teoria das Relações Inter- para muitos A cada missão do Presidente ou visita de autoridades estrangeiras
nacionais”, observou-se um aumento dos pro- namibianos, mais e mais acordos e contratos são assinados, para atrair inves-
tagonistas políticos e uma diversificação das visto que existe timentos para Angola. Estamos a nos sair melhor em vários
suas relações, de acordo com uma tendência ratings internacionais. Na esteira dos ajustes necessários, as taxas
para a complexidade crescente.”
uma História de juros reduzem e mais e mais novos negócios se iniciam.
Como podemos verificar, a questão da educa- em comum Não é um processo fácil, porque ainda há que enfrentar a
ção, nos dias de hoje e em qualquer sociedade entre os dois países cultura de que é possível enriquecer com facilidade à custa dos
apresenta-se como “um problema social complexo, (Angola e a Namíbia)” recursos públicos e da impunidade. Mas os números são robustos,
com efeitos imediatos na sua coesão interna e na Idem
os exemplos são sólidos e a determinação do povo angolano é
sua locomoção em direcção a objectivos globais, firme. As previsões de melhorias sucedem-se e logo os números
como o Desenvolvimento e a Democracia.” e factos serão sentidos por todo o país.
* Ph. D em Ciências da Educação * Director Nacional de Comunicação Institucional.
e Mestre em Relações Interculturais A sua opinião não engaja o MCS
8 Segunda-feira
4 de Novembro de 2019

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RePúblicA De ANGolA
▬▬▬■■■■■▬▬▬
MiNiSTÉRio DA ecoNoMiA e PlANeAMeNTo
PRoJecTo De cAPAciTAÇÃo iNSTiTUcioNAl PARA o DeSeNVolViMeNTo Do SecToR PRiVADo

PeDiDo De MANiFeSTAÇÃo De iNTeReSSe

(eMPReSAS De coNSUlToRiA)
ReAliZAÇÃo De AcÇÕeS De FoRMAÇÃo PARA GeSToReS e DoNoS DAS MicRo, PeQUeNAS e MÉDiAS eMPReSAS (MPMes) eM ANGolA

Referência do Acordo de Crédito: Banco Africano de Desenvolvimento

Número do Projecto: P-AO-K00-0006

O Governo de Angola (Governo) contraiu um empréstimo junto do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), para co-financiar os custos do Projecto de capacitação institucional para o Desenvolvimento
do Sector Privado (PciDSP) e pretende utilizar parte deste crédito para o pagamento de serviços de uma empresa, visando a ReAliZAÇÃo De AcÇÕeS De FoRMAÇÃo PARA GeSToReS e DoNoS
DAS MicRo, PeQUeNAS e MÉDiAS eMPReSAS eM ANGolA.

O objectivo geral dessa consultoria prende-se com (i) A preparação e a realização de acções de formação de curta duração, nas seguintes áreas (a) gestão de negócios, gestão de projectos de negócios e Língua
Inglesa, por forma a reforçar as capacidades dos gestores e donos das MPMEs;e (ii) A preparação e a realização de acções de formação de curta duração, nas seguintes áreas (a) planos de negócios; (ii) em-
preendedorismo; (iii) gestão financeira; (iv) atendimento público; (v) elaboração de relatórios e (vi) negócios internacionais, para potenciais empresários e donos das micro e pequenas empresas em Angola.

Assim sendo, o PCIDSP vem, por esta via, convidar os consultores elegíveis, a manifestarem os seus interesses na prestação desses serviços. Os consultores interessados deverão facultar informações, in-
dicando que são qualificados para a execução destes trabalhos (brochuras, descrição de serviços similares experiência em condições similares, disponibilidade de conhecimentos adequados entre a equipa,

Africano de Desenvolvimento são elegíveis para submeterem manifestações de interesse (a lista dos países membros está disponível no seguinte site: http://www.afdb.org/en/about-us/corporate-informa-
através de CVs, etc.). Os Gabinetes de Consultoria poderão associar-se em joint-ventures, por forma a reforçar as suas chances de qualificação. Só gabinetes de consultoria de países membros do Banco

tion/members/).

Os critérios de elegibilidade, o estabelecimento da lista restrita e os procedimentos de selecção deverão estar de acordo com as “Regras e Procedimentos para o Recrutamento de consultores” do Banco
Africano de Desenvolvimento, edição de Maio de 2008 e revista em Julho de 2012, disponível no site do Banco (http://www.afdb.org).

as horas normais de expediente (das 8h00 as16h00 horas locais).

As empresas interessadas poderão obter informações adicionais, na Unidade de Gestão do Projecto, sita na Avenida 1.º Congresso do MPLA, Edifício CIF Luanda One, 11.º andar, Luanda, Angola, durante

As Manifestações de Interesse deverão ser entregues no endereço abaixo indicado ou submetidas, electrónicamente, até às 15:00 Horas do dia 15 de Novembro de 2019, o mais tardar e, deverão indicar
o seguinte “ReAliZAÇÃo De AcÇÕeS De FoRMAÇÃo PARA GeSToReS e DoNoS DAS PeQUeNAS e MÉDiAS eMPReSAS eM ANGolA.”

Attn: Nunes Pires, Coordenador do Projecto

e-mail: projetodecapacitacao@mep.gov.ao.
Projecto de Capacitação Institucional para o Desenvolvimento do Sector Privado (PCIDSP) Avenida 1.º Congresso do MPLA, Edifício CIF Luanda One, 11.º andar, Luanda, Angola,

Tel: +244/940-645-495
(501.397)

VAGA
Para enriquecer o seu quadro profissional no mercado financeiro Angolano, O Banco da 2.
China Limitada, Sucursal em Luanda, comunica às vagas abaixo mencionadas.
Função: Técnico de Controlo Cambial
Os interessados deverão enviar as suas candidaturas para o seguinte endereço electrónico: N.º vaga: 1 (uma)
service.ao@bankofchina.com até ao dia 18 de Novembro de 2019. Departamento: Departamento de Finança Corporativa

1.
Função: Jurista
N.º vaga: 1 (uma)
Departamento: Departamento de Compliance, Legal & Risco Operacional
Perfil:
Nacionalidade Angolana
Nível superior Concluído em Direito
Mínimo 3 (três) anos de experiência em Compliance, Jurídico ou Área de Gestão de Pro-
cessos no sector bancário ou área relacionada; Enorme conhecimento da Legislação local
Fluente em Inglês, falado e escrito.
Elevado senso de responsabilidade, dinamismo e proactividade.
Domínio de ferramentas informáticas na óptica do utilizador.
Forte conhecimento de regras de combate ao branqueamento de capitais e financiamento
ao terrorismo, gestão de risco de compliance, regras de gestão de conflito de interesses,
privacidade de dados.
Principais Responsabilidades:
Assegurar a Função Jurídica na vertente de produto bancário; Manter contactos com os
Reguladores e controlar a implementação de medidas correctivas sempre que necessário;
Efectuar a revisão de políticas e procedimentos internos; Participar em projectos que digam
respeito à transposição de Directivas Comunitárias ou integração e implementação de ma-
térias regulatórias sobre Produtos e Serviços Financeiros; Prestar apoio jurídico em todas
as questões de Direito Financeiro/Bancário inerentes às funções; Elaboração de Contratos
de Crédito e Emissão de Pareceres Jurídicos; Elaboração de Processos internos do banco,
controlo regulatório e adequação de processos, bem como, respectiva formação interna.
Perfil:
Nacionalidade Angolana
Bacharel ou Licenciatura;
Mínimo 3/4 (três a quatro) anos de experiência em área de Crédito, produtos transaccio-
nais/Finança Corporativa no sector bancário.
Fluente em Inglês, falado e escrito.
Elevado senso de responsabilidade e proactividade.
Domínio de ferramentas informáticas na óptica do utilizador.
Forte conhecimento de regras de combate ao branqueamento de capitais e financiamento
ao terrorismo, gestão de controlos internos no Departamento, gestão de conflito de inte-
resses, CIRC e regras de gestão de crédito e risco de crédito.
Principais Responsabilidades:
O acompanhamento de toda a regulamentação publicada pelo BNA sobre operações cambiais;
A existência de sistemas e controlos adequados para o cumprimento da legislação e regu-
lamentação e a sua actualização quando necessário; A determinação das necessidades
de formação do pessoal do banco em matérias cambiais; A correcta abertura e movimen-
tação de contas bancárias detidas por não residentes cambiais; O cumprimento da legis-
lação e regulamentação cambial das operações não sujeitas a licenciamento, isto é, nos
casos em que a aprovação tenha sido delegada para as Instituições Financeiras Bancárias;
A legitimidade e correcta constituição de todos os processos de pedido de licenciamento
ou registo de operações e o seu envio atempado ao BNA; A execução correcta e atempada
das operações cambiais, bem como o seu registo contabilístico e nos sistemas de reporte
ao BNA; O reporte tempestivo e correcto de toda a informação a ser enviada ao BNA; A re-
presentação da Instituição Financeira Bancária junto do BNA para todas as questões cam-
biais, através do responsável pela função de controlo cambial"; Preparação de reportes
periódicos da área, reportes ao BNA e respectiva investigação.
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4 de Novembro de 2019 9
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4 de Novembro de 2019

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ECONOMIA Segunda-feira
4 de Novembro de 2019 11
VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO 50 MILHÕES DE DÓLARES
PEDRO KIDIDI

BAD cria fundo

para lusófonos
O Banco Africano de Desen-
volvimento (BAD) está a pre-
parar um fundo de até 50
milhões de dólares para
investimentos nos países
lusófonos. A informação foi
avançada à agência Lusa em
entrevista de Mateus Magala,
vice-presidente da insti-
tuição e coordenador do
Compacto Lusófono para o
Desenvolvimento.
“Vamos criar um fundo
de 30 a 50 milhões de dólares
para investimentos nos países
lusófonos africanos, em que
nós e outros parceiros pode-
mos participar e depois finan-
ciar os projectos de valor de
1 ou 2 milhões de dólares,
ou até podemos entrar no
próprio projecto”, disse, à
margem da reunião extraor-
dinária de accionistas para
Afonso Vita considera “falso problema” o estado de degradação de alguns edifícios e lembra que a História vale pela autenticidade aprovação do aumento de
capital do BAD, em Abidjan,
Costa do Marfim.
“Este modelo inovador
lusófonos, também têm um
sector privado muito inci-
piente que pode beneficiar
com investimentos numa
faixa inferior” ao valor mínimo
definido pela política interna
do BAD, concluiu.
O Compacto Lusófono é
uma iniciativa lançada no
final de 2017 pelo BAD e
pelo Governo português para
financiar projectos lançados
em países lusófonos com o
apoio financeiro do BAD e
com garantias do Estado
português, que assim asse-
guram que o custo de finan-
ciamento seja mais baixo e
com menos risco.
Este modelo
inovador será
apresentado ao
comité director no
Fórum de
Investimento

Luanda Velha é objecto será apresentado ao comité

director no Fórum de Inves-
timento Africano, em Joa-
nesburgo, e traz a solução
para o grande problema que
Africano, em
Joanesburgo

Portugal participa através

de um roteiro turístico
Com a iniciativa, o Ministério procura fomentar o chamado turismo urbano e tirar
vantagens económicas do rico património cultural e histórico da Baixa de Luanda
André dos Anjos
Uma excursão pedestre, ao
longo da chamada “Rota dos
Escravos”, em Luanda, rea-
lizada ontem por uma equipa
multissectorial, marcou o
início da recolha de infor-
mações para a criação de um
roteiro turístico exclusivo à
parcela da capital angolana
que alberga os edifícios mais
antigos e parte substancial
da sua História.
Para a empreitada, o Minis-
tério do Turismo juntou, entre
outros especialistas, gestores
de hotéis, arquitectos, his-
toriadores e juristas, afectos
a distintas instituições, com
a expressa pretensão de
envolvê-los nos trabalhos
de levantamento de infor-
mações e deles colher os con-
tributos necessários.
O ponto de encontro foi
a Universidade Lusíada, para
onde a ministra do Turismo,
Ângela Bragança, se deslo-
cou por volta das 9h00 da
manhã, hora marcada para
o início da jornada de
campo, que, na verdade,
começaria minutos depois
na Cidade Alta, centro dos
poderes político, religioso
e económico em Luanda,
ao tempo da escravatura.
Da Cidade Alta, a comitiva
rumou para o Largo do Pelou-
rinho, passando pela calçada
com o mesmo nome, por
d e t rá s d a Un ive rs i dade
Lusíada. A história desse
local, resume, por si só, a
brutalidade da escravatura.
Aqui, os negros eram
expostos em feiras, para exibir
os mais robustos e, suposta-
mente, mais resistentes ao
trabalho forçado. Autoridades
autóctones que se recusaram
a colaborar com o tráfico
negreiro foram “exemplar-
mente” punidas aqui, com
pena de morte.
A escassos metros dali, fica
a Rua dos Mercadores, aquela
viela que vai da Igreja dos
Remédios e que desagua no
agora Largo do Atlético,
defronte ao Banco de Comércio
e Indústria (BCI).
Maria Cristina Pinto, his-
toriadora rica em detalhes
que remetem habilmente
ao passado, conta que, ao
tempo do tráfico de escra-
vos, a Rua dos Mercadores
era, toda ela, habitada por
comerciantes de escravos.
A testemunhar isso estão
os sobrados de edifícios,
geralmente, tridimensionais,
com a parte frontal de baixo
a servir de estabelecimento
comercial, a interior de arma-
zém para escravos e a superior
de residência.
A história
do Largo
do Pelourinho
resume, por si só,
a brutalidade
da escravatura.
Aqui, os negros
eram expostos
em feiras,
para exibir
os mais robustos
O agora designado Largo
do Atlético é, na verdade,
um monumento erigido em
memória a um capitão por-
tuguês, chamado Luís Lopes
de Sequeira, que, aliás, ainda
conserva o nome lá, em sítio
bem visível e com uma obser-
vação no mínimo caricata
para os tempos que correm:
“Vencedor da Batalha de
Ambuíla”, que derrubou o
Rei do Kongo, D. António I,
há 354 anos.
Reza a História que depois
de morto e degolado, a cabeça
do Rei do Kongo foi transpor-
tada e exibida como troféu ao
longo do percurso que vai do
actual Largo do Atlético à Igreja
dos Remédios, onde ficou
exposta o tempo que levou a
secar, até ser sepultada.
Além da Paróquia dos
Remédios, a excursão abarcou
as igrejas da Misericórdia, de
Jesus e dos Remédios, que
entram na “Rota dos Escravos”
por culpa do apoio que,
segundo historiadores, os
missionários católicos deram
ao comércio de escravos.
Calcula-se que tenham
saído de Angola, entre 1501
e 1866, perto de 5,7 milhões
de escravos, segundo a base
de dados americana Atlantic
Slave Trade. O país foi uma
das grandes fontes emissoras
do comércio de escravos
desde o século XV até mea-
dos do século XIX. E a Igreja
desempenhou um papel
importante não só na ladi-
nização de escravos, mas
no seu comércio.
temos hoje, que é a limitação
de financiamento devido ao
volume dos projectos e à
capacidade de absorção que
os países lusófonos mais
pequenos têm”, explicou o
banqueiro moçambicano.
A criação do fundo foi a
resposta encontrada pelos
promotores do Compacto
para contornar a política do
BAD, que impõe que o banco
financie apenas projectos
num valor superior a 30
milhões de dólares, o que é
um limite demasiado alto
para projectos em países com
economias mais pequenas,
como São Tomé e Príncipe
ou a Guiné-Bissau.
“Em todos os projectos, o
BAD entra com um valor de
até 30 por cento dos 30 milhões,
e os outros investidores preen-
chem o restante. Se for apro-
vado, o Fundo vai facilitar
que países como São Tomé e
Príncipe possam beneficiar,
mas este modelo não está
limitado a esse país, é para
todos os países” lusófonos,
vincou Mateus Magala.
Pa ra u m a e c o n o m i a
pequena, como São Tomé e
Príncipe, “um projecto de 30
milhões de dólares não é pos-
sível, daí a iniciativa, mas não
é exclusiva desse país, porque
olhando para os outros países
da SOFID, disponibilizando
400 milhões de euros em
garantias a conjugar com
financiamento do BAD, que
neste Compacto vai apoiar
projectos orçados em até 30
milhões de dólares.
Mateus Magala adiantou,
ainda, que a Corporação
Financeira Internacional, o
órgão do Banco Mundial para
o sector privado, deverá
entrar no Compacto Lusófono
até Junho de 2020. “Há um
interesse muito grande da
Corporação Financeira Inter-
nacional (IFC, na sigla em
inglês), de bancos europeus
e de bancos privados que estão
interessados em abraçar o
projecto”, disse, acrescen-
tando que “esperamos que a
aprovação esteja iminente, e
eu diria, numa perspectiva
optimista, que no primeiro
semestre, quando fizermos
os Encontros Anuais do BAD,
em Junho, já haja luz verde
para os interessados”, vincou
o responsável.
Magala adiantou que
desde a reunião do BAD em
Malabo, Guiné Equatorial,
em j unho pa ssado , têm
decorrido “conversações
avançadas com o IFC e com
o Banco Europeu de Inves-
timento, e mais recente-
mente houve avanços”.
DR

Levantamento da “Rota dos Escravos” tem o suporte técnico da Kalu

O trabalho realizado ontem teve o suporte
técnico da Associação Kalu, organização
não governamental que promove debates,
palestras, apoio jurídico e, juntamente
com o núcleo de Arquitectura da Univer-
sidade Lusíada de Angola, realiza a “Cam-
panha Reviver”, uma actividade que tem
como objectivo proteger o património
arquitectónico da cidade de Luanda.
Com a elaboração do roteiro turístico
da Luanda Velha, de acordo com o director
nacional de Requalificação de Infra-estru-
turas e Produtos Turísticos, Afonso Vita,
o Ministério procura fomentar o chamado
turismo urbano e tirar vantagens econó-
micas do rico património cultural e histórico
da Baixa de Luanda.
Se tudo correr bem, admitiu Afonso
Vita, até finais do primeiro trimestre do
próximo ano fica concluído o roteiro turístico
da Luanda Velha, o segundo de uma cidade
angolana depois da Independência. O pri-
meiro, já disponível, retrata a cidade de
Mbanza Kongo.
Afonso Vita considerou “falso problema”
o estado de degradação de alguns edifícios,
como os sobrados do Baleizão, na Baixa
de Luanda. “O que os turistas querem é
ver antiguidades, obras originais e não
réplicas”, explicou. Verba prevê financiar projectos com orçamentos modestos
12 ÁFRICA
GUINÉ-BISSAU
As forças da ECOMIB ajudam a manter a ordem, segurança e a tranquilidade pública no país
CNE garante existirem
condições para eleições
Encontra-se até ao fim do dia de hoje, em Bissau, uma
missão da CEDEAO, com o objectivo de tentar estabelecer as
pontes entre o Presidente e o Governo e mediar o conflito,
em plena campanha eleitoral que muitos temem possa ser
particularmente violenta
O presidente da Comissão
Nacional de Eleições (CNE)
da Guiné-Bissau, José Pedro
Sambu, disse, ontem, que
estão reunidas as condições
logísticas e financeiras para
que as eleições presidenciais
se realizem a 24 de Novembro.
"Neste momento estão
reunidas todas as condições
logísticas e financeiras para
que as eleições previstas para
o dia 24 de Novembro possam
realizar-se", afirmou José
Pedro Sambu.
O presidente da CNE falava
aos jornalistas no final de
um encontro com a Missão
da Comunidade Económica
dos Estados da África Oci-
dental (CEDEAO), que che-
gou sábado ao país, para
mediar a tensão política que
a Guiné-Bissau vive, com a
existência de dois Governos
e dois primeiros-ministros.
Nas declarações aos jor-
nalistas, o presidente da CNE
disse que esclareceu à dele-
gação sobre o processo elei-
toral em curso, que, afirmou,
está a "andar muito bem".
A Guiné-Bissau vive um
momento de grande tensão
política, tendo o país neste
momento dois governos e
dois primeiros-ministros,
nomeadamente Aristides
Gomes e Faustino Imbali.
O Presidente guineense
deu, quinta-feira, posse a
um novo Governo, depois
de ter demitido o Governo
liderado por Aristides Gomes
na segunda-feira.
A União Africana, União
Europeia, CEDEAO, CPLP e
as Nações Unidas condena-
ram a decisão do Presidente
José Mário Vaz de demitir o
Governo liderado por Aris-
tides Gomes e disseram que
apenas reconhecem o Exe-
cutivo saído das eleições
legislativas de 10 de Março,
que continua em funções.
O Governo de Aristides
Gomes disse que não reco-
nhece a decisão de José Mário
Vaz, por ser candidato às
eleições presidenciais, por
o seu mandato ter terminado
a 23 de Junho e por ter ficado
no cargo por decisão da
CEDEAO. A campanha elei-
toral para as eleições presi-
denciais de 24 de Novembro
começou no sábado e vai
decorrer até 22 de Novembro.
Participam na campanha 12
candidatos aprovados pelo
Supremo Tribunal de Justiça.
De acordo com a agenda
distribuída à imprensa, a
missão da CEDEAO reuniu-
se, logo à chegada a Bissau
com o Presidente da Guiné-
Bissau, José Mário Vaz, e
com o Primeiro-Ministro
Aristides Gomes. A missão
encontrou-se, ainda, com
dirigentes políticos, órgãos
de gestão eleitoral e candi-
datos às presidenciais do
próximo dia 24.
Na madrugada de ontem,
o Conselho de Segurança das
Nações Unidas rejeitou, por
unanimidade, a mudança
de poder, decidida pelo Pre-
sidente José Mário Vaz, ape-
lando ao respeito pela data
das próximas eleições pre-
sidenciais naquele país.
A adopção da declaração
do Conselho de Segurança
foi resultado de uma reunião,
à porta fechada, convocada
a pedido dos três membros
africanos deste órgão, no
caso a África do Sul, Costa
do Marfim e Guiné Equato-
rial, e está agendada outra
reunião para o dia de hoje.
No documento, o Conse-
lho de Segurança manifesta
a “profunda preocupação
com a situação política e
social” na Guiné-Bissau” e
pede “ao Presidente José
Mário Vaz e ao Governo lide-
rado pelo Primeiro-Ministro,
Aristides Gomes, responsável
pela liderança do processo
DR
eleitoral, que resolvam as
diferenças, num espírito de
respeito e de cooperação”,
pare cendo ignorar a
mudança de Executivo.
A moção “exorta os acto-
res políticos da Guiné-Bissau
a observarem a máxima con-
tenção, a não recorrerem à
violência ou ao incitamento
ao ódio e a privilegiarem o
diálogo como a única
maneira de resolver as dife-
renças e preservar a paz e a
segurança no país”.
O Conselho de Segurança
sublinha a “necessidade
urgente de realizar as eleições
p re s i d e n c i a i s d e 2 4 d e
Novembro, conforme acor-
dado, a fim de concluir o ciclo
eleitoral que permite uma
transferência pacífica de
poder ao Presidente eleito”.
O órgão das Nações Unidas
lembra ainda, que pode deci-
dir avançar com sanções
contra os que desestabilizam
o país, e aproveita para elogiar
“a estrita neutralidade” que
as forças de segurança e o
Exército têm tido até agora.
Deputados fiéis ao Governo
Três deputados da Assem-
bleia do Povo Unido - Partido
Social-Democrata da Guiné-
Bissau (APU-PDGB) man-
têm-se fiéis ao Governo de
Aristides Gomes, disse à
Lusa, Umaro Conté, parla-
mentar que afirma não ser
“golpista”. A APU-PDGB,
quarta força política no Par-
lamento guineense, assinou,
na terça-feira, um acordo de
incidência parlamentar com
o Movimento para a Alter-
nância Democrática (Madem
G-15) e com o Partido da
Renovação Social (PRS), no
que é descrito pelos signa-
tários como a constituição
de uma nova maioria no
hemiciclo. Umaro Conté afir-
mou que não se revê na
medida de Josè Mário Vaz.
Breves
FORTES CHUVAS
MATAM SETE
PESSOAS NO CAIRO
Sete pessoas, incluindo
três crianças, morreram,
nas regiões do Delta do
Nilo e Sinai, no Egipto, na
sequência das fortes
chuvadas dos últimos dias,
que causaram
engarrafamentos e
inundaram estradas,
anunciaram, ontem, as
autoridades locais, citadas
pela Reuters.
Cinco dos mortos eram das
províncias de Sharqia,
Gharbia e Kafr el-Sheikh,
no Delta do Nilo, de acordo
com o Ministério do
Interior, que explicou que
três destas pessoas,
incluindo duas crianças,
foram electrocutadas, e
duas caíram dos telhados
das suas casas, ao fugir das
inundações. As autoridades
locais do Norte do Sinai
também registaram duas
mortes, tendo o presidente
do município de el-
Hassana adiantado que se
tratava de um agricultor de
47 anos e da filha de 13,
ambos levados pelas
águas. O subúrbio oriental
de Nasr City, no Cairo, foi o
local mais atingido,
seguido de Heliopolis,
próximo do aeroporto
internacional.
GOVERNO APROVA
PLANO PARA FOMENTAR
A HABITAÇÃO
EM CABO VERDE
A ministra da Habitação de
Cabo Verde, Eunice Silva,
disse, ontem, que o país vai
ter até ao final deste ano, o
Plano Nacional de
Habitação, que será
alinhado com outros
sectores de actividade
económica e social.
“Estamos a trabalhar, para
até final deste ano termos
elaborado o Plano Nacional
de Habitação, que
posteriormente dará
possibilidade para se fazer
os planos municipais de
habitação”, perspectivou a
ministra, na abertura do
segundo Fórum Nacional
Urbano, na cidade da Praia,
noticiou a Lusa.
Para a governante, o plano
vai levar em conta que é no
território onde as coisas
acontecem, pelo que só
com planeamento se pode
definir onde serão
construídas todas as infra-
estruturas. “São os planos
territoriais que vão dizer
onde é que se deve
construir uma coisa ou
outra, daí a sua ligação
com os outros sectores, da
Educação, onde é que as
escolas devem ser
construídas.
DR
SUDÃO
Nações Unidas mantêm
Missão de Paz em Darfur
O Conselho de Segurança
das Nações Unidas (ONU)
aprovou, sábado, por una-
nimidade, uma resolução
que estende por um ano a
Missão de Manutenção de
Paz na região de Darfur, no
Sudão (UNAMID). Segundo
a Reuters, após a votação, o
diplomata britânico, Jona-
than Allen, disse que a reso-
lução atende a um pedido
do novo Governo de transição
“para evitar qualquer inse-
gurança na região”.
A re s o l u ç ã o p e d e a o
Secretário-Geral da ONU,
António Guterres, que apre-
sente um relatório ao Con-
selho até 31 de Janeiro de
2020, a avaliar a situação no
terreno e o estado do processo
de paz. No final de Junho, o
O conflito armado desalojou milhares de pessoas na região
BASE MILITAR FOI O ALVO NO MALI
Ataque do EI causa
dezenas de mortos
O grupo Estado Islâmico (EI)
reivindicou, sábado à noite,
o ataque de sexta-feira, a uma
base militar no Norte do Mali,
que provocou a morte a 53
soldados e um civil.
“Os soldados do califado
atacaram uma base militar,
onde estão estacionados mili-
tares do Exército maliano, na
cidade de Indelimane, na
região de Ménaka”, salientou
o EI num comunicado inti-
tulado “Província da África
Ocidental”, a que a AFP teve
acesso e que dá conta de “con-
frontos com diferentes tipos
de armas”.
O comunicado foi publi-
cado uma semana depois da
morte do chefe do EI, Abu
Bakr al-Bahdadi, durante um
ataque militar norte-ameri-
cano na Síria. O ataque de
sexta-feira traz dúvidas
quanto à capacidade de acção
do Exército do Mali naquela
região onde estão as fronteiras
de vários países, nomeada-
mente a Nigéria e o Burkina-
Faso, países também alvo de
ataques de extremistas.De
Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
Conselho de Segurança já
votara, por unanimidade, uma
resolução para travar a retirada
da Missão Conjunta ONU-
União Africana, conhecida
como UNAMID, que terminou
a 31 de Outubro deste ano,
mas ambos recomendaram a
prorrogação do mandato até
31 de Outubro de 2020, algo
que foi agora aprovado.
A Missão das Nações Uni-
das e da União Africana está
presente em Darfur desde
2007 e conta com até 16 mil
soldados de manutenção da
paz. As Organizações Não-
Governamentais, Amnistia
Internacional e o Human
Rights Watch apelaram à
ONU para não retirar a Missão
da paz no Sudão, num con-
texto de maior repressão.
DR
acordo com o ministro da
Comunicação maliano, Yaya
Sangare, o ataque à posição
das Forças Armadas em Inde-
limane matou 54 pessoas,
sendo 53 soldados e um civil,
além de ter provocado “danos
materiais significativos”.
O Mali é afectado por ata-
ques "terroristas" desde 2012,
na sequência do golpe de
Estado que deixou o controlo
do Norte do país nas mãos de
grupos rebeldes tuaregues,
apoiados por células de fun-
damentalistas. Pelo menos 40
soldados foram mortos em
dois ataques, em 30 de Setem-
bro, em Boulkessy, e 1 de Outu-
bro, em Mondoro, no Sul, perto
de Burkina Faso, de acordo
com as autoridades locais.
Em 2013, a acção dos
‘fundamentlistas foi limitada
por uma intervenção militar
internacional liderada pela
França, mas grandes terri-
tórios do Mali, especial-
mente no Norte e Centro,
escapam ao controlo do
Estado, beneficiando os gru-
pos extremistas.
MUNDO Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
TRÁFICO HUMANO
Guterres quer aumento
do apoio internacional
O Secretário-Geral da ONU,
António Guterres, pediu,
ontem, mais cooperação inter-
nacional para evitar tragédias
como a dos 39 emigrantes,
possivelmente vietnamitas,
e n c o nt rad o s m o r to s n a
semana passada num camião
em Inglaterra.
Guterres afirmou, durante
uma conferência de imprensa
em Banguecoque, na cúpula
da Associação de Nações do
Sudeste Asiático (ASEAN),
que se celebra até hoje, com
os líderes do bloco, assim
como a China, Japão e Índia,
entre outros. O Secretário-
Geral, que participou em Ban-
guecoque na reunião bilateral
ASEAN-ONU, destacou a
necessidade de organizar a
migração para que seja legal
e deixar assim sem “negócio”
as redes de tráfico de pessoas.
“Gostaria de ver a mesma
cooperação internacional para
o tráfico de pessoas como a
que vejo contra o tráfico de
drogas, porque o tráfico de
pessoas humanas é um crime
mais abjecto que o de drogas”,
disse. Guterres também apon-
O Secretário-Geral da ONU sugere a organização da migração
CRISE NAS RELAÇÕES
Irão reafirma rejeição
ao diálogo com os EUA
O guia supremo iraniano
reafirmou, ontem, que se
opõe a qualquer diálogo com
Washington, num discurso
por ocasião do 40º aniversário
d a to m a d a d e re f é n s n a
Embaixada dos Estados Uni-
dos em Teerão.
“A oposição constante a
negociações com os Estados
Unidos é um dos instrumentos
importantes que o Irão dispõe
para os impedir de porem
os pés no nosso querido
país”, declarou o “ayatollah”
Ali Khamenei no discurso,
segundo extractos escolhidos
em persa, publicados na
conta oficial no Twitter.
“Este movimento orientado
pela lógica, proíbe a América
de se infiltrar novamente no
Irão e é uma prova do poder e
da potencia reais do Irão, e
mostra que o poder (dos Esta-
dos Unidos) é apenas fictício”,
acrescentou o número um do
Irão. “Aqueles que vêem nas
negociações com os Estados
Unidos a solução para todos
os problemas estão certamente
tou que o Governo birmano
é responsável por alcançar a
“reconciliação” no Estado
Rakáin, no Oeste da Birmânia
(Myanmar) e a repatriação
de forma segura e com dig-
nidade dos refugiados roh-
yingás do Bangladesh.
Os rohyingás, uma etnia
não reconhecida por Naipyidó,
iniciou em Agosto de 2017 um
êxodo massivo para o vizinho
Bangladesh após uma cam-
panha militar qualificada por
investigadores da ONU de
“limpeza étnica” com indícios
de “genocídio”.
Além disso, o Secretário-
Geral das Nações Unidas
defendeu o multilateralismo
nas relações internacionais e
instou os governos a lutarem
contra a crise climática, que
classificou como um problema
“chave” para a segurança.
A esse propósito, referiu-
se ao recente relatório que
indica a perda de grandes zonas
costeiras em 2050 devido ao
aumento do nível médio do
mal que afectará 300 milhões
de pessoas, dos quais 70 por
cento na Ásia.
DR
errados, discutir com os ame-
ricanos não levará a nada em
troca”, disse Khamenei.
“Se os políticos iranianos
fossem ingénuos o suficiente
para se sentarem e negociar
(com Washington), a pressão
das sanções (dos Estados Uni-
dos contra a República Islâ-
mica) não teria sido reduzida,
mas teria simplesmente aberto
um novo caminho (para Amé-
rica) expressar novas expec-
tativas” em relação ao Irão,
disse o guia.
Segundo o “ayatollah”, “os
americanos falsificam a história
e afirmam que as disputas
entre o Irão e os Estados Unidos
decorrem da tomada de reféns
da Embaixada” dos Estados
Unidos em Teerão em 4 de
Novembro de 1979.
“Não!” Isso remonta ao
golpe de 1953, quando os Esta-
dos Unidos derrubaram o
Governo (do Primeiro-Ministro
Mohammad Mossadegh) e
estabeleceram um Governo
corrupto”, acrescenta Kha-
menei na conta do Twitter.
Breves
MIGRANTES RESGATADOS
POR BARCO ITALIANO
DESEMBARCARAM
NA SICÍLIA
Cerca de 150 migrantes
resgatados, sábado, por um
barco de bandeira italiana,
quando se encontravam em
dificuldades em três
barcaças, desembarcaram
ontem no porto de Pozzallo,
no sul da Sicília, noticiou a
imprensa local.
Os migrantes foram
resgatados e transportados
até Pozzallo pela
embarcação italiana "Asso
Trenta", em três operações
coordenadas pelo Centro de
Resgate Marítimo da Guarda
Costeira de Roma, que, por
sua vez ,solicitou ao
Ministério do Interior italiano
a autorização para atracar
num porto seguro.
O “Alarm Phone”, um serviço
telefónico colocado à
disposição dos migrantes
em dificuldades, divulgou,
no sábado, através das redes
sociais, esta situação e pediu
a Itália que não devolvesse
os migrantes à Líbia, de
onde tinham partido com a
intenção de chegar à Europa.
No final de Setembro, os
ministros do Interior da
Alemanha, França, Itália e
Malta chegaram a acordo, na
capital maltesa, para receber
os migrantes resgatados por
Organizações Não
Governamentais no
Mediterrâneo, um pacto a
que querem juntar o maior
número de países europeus.
EL SALVADOR
EXPULSA CORPO
DIPLOMÁTICO
DA VENEZUELA
O Presidente de El Salvador,
Nayib Bukele, que não
reconhece legitimidade ao
homólogo venezuelano,
Nicolás Maduro, ordenou,
ontem, a expulsão de todos
os diplomatas venezuelanos
no prazo de 48 horas.
“O Governo de El Salvador
expulsa o corpo diplomático
do Governo de Nicolás
Maduro, e “os diplomatas
venezuelanos e têm 48 horas
(...) para deixar o território
nacional”, indica o
comunicado da Presidência,
divulgado na conta Twitter
de Bukele.
Mesmo antes de assumir o
cargo, no início de Junho,
Bukele disse que pretendia
manter um relacionamento
“distante” com Caracas e
estreitar os laços com os
Estados Unidos, o que exigia
a saída de Maduro.
Mais de 50 países
reconheceram como
Presidente interino da
Venezuela o Presidente do
Parlamento e líder da
Oposição Juan Guaidó.
Mas Nicolas Maduro
continua a ser apoiado na
ONU pela Rússia e pela
China em particular.
O embaixador dos Estados
Unidos em El Salvador,
Ronald Johnson, recebeu
com satisfação a decisão.
“Saudamos o Governo do
Presidente Nayib Bukele
para garantir que El Salvador
esteja do lado certo para a
história”, escreveu o
embaixador no Twitter.
INSTABILIDADE POLÍTICA EM ESPANHA
Sondagens confirmam
continuação do impasse
Para ser investido, o Congresso dos Deputados tem de votar o
novo Executivo com mais de metade dos deputados (175
num total de 350) numa primeira votação ou por maioria
simples numa segunda votação
Líder do PSOE, Pedro Sánchez, manifesta vontade de liderar um Gonerno de esquerda
O líder do Partido Socialista
Operário Espanhol, Pedro
Sánchez, defendeu, ontem,
que prefere um Governo da
esquerda, enquanto o do Par-
tido Popular, Pablo Casados,
acredita que há um “empate
técnico”, num dia em que
foi publicada uma sondagem
que aponta para a manu-
tenção do bloqueio político
em Espanha.
A uma semana das elei-
ções de 10 de Novembro,
Pedro Sánchez, actual Pri-
meiro-Ministro e cabeça-
de-lista do PSOE (Partido
Socialista Operário Espanhol)
pela quarta vez nos últimos
quatro anos, renovou, ontem,
em entrevista à “La Van-
guardia” a vontade de liderar
um Governo de esquerda.
“Sempre olhámos para a
esquerda e o Unidas Pode-
mos (extrema-esquerda) é
o nosso parceiro preferido.
Mas nos últimos quatro anos,
em quatro ocasiões, blo-
quearam a formação de um
Governo progressista”, afir-
mou o secretário-geral do
PSOE, que lidera as sonda-
gens, insistindo na “afinidade
das políticas sectoriais” com
aquele movimento.
O líder do Partido Popular
(PP, direita) e principal par-
tido da oposição, a crescer
nas sondagens, Pablo Casado,
prevê um cenário de “empate
técnico” e apela ao voto útil
dos eleitores do Cidadãos
(direita-liberal) e do Vox
(extrema-direita).
Numa entrevista ao “El
Mundo”, Casado acusa Sán-
chez de “não ter feito nada
para restabelecer a ordem”
na Catalunha, porque os
socialistas “precisam” do
apoio dos independentistas,
responsabilizando também
o Primeiro-Ministro em fun-
ções por possíveis actos de
violência que ocorram nesta
região de Espanha nos pró-
ximos dias, a começar já
hoje, quando o Rei de Espa-
nha visitar Barcelona.
O diário “El País” publicou
ontem uma sondagem que
indica a vitória do PSOE nas
eleições de 10 de Novembro,
mas com o partido a perder
força em relação às eleições
de Abril, mantendo-se a
situação de bloqueio político
no país.
A uma semana da nova
consulta eleitoral, o estudo
de opinião prevê que o par-
tido de extrema-direita, Vox
quase duplica o número de
deputados no Parlamento e
pode passar a ser a terceira
força política nacional com
13,7 por cento dos votos, a
seguir ao PSOE com 27,3 e
ao PP com 21,2 por cento.
Nas últimas
eleições, em 28 de
Abril, o PSOE foi o
partido mais votado
mas longe da
maioria absoluta,
não tendo
conseguido receber
o apoio suficiente
para continuar a
governar
No domingo, terceiro dia
da campanha eleitoral, vários
cabeças-de-lista partidários,
entre eles Pedro Sánchez,
aproveitaram para se pre-
parar para o único e muito
esperado debate eleitoral
que vai ter lugar na noite de
hoje na televisão.
A candidata por Barcelona
do Cidadãos, o partido mais
penalizado na sondagem,
Inês Arrimadas, atacou o
PSOE e o PP por terem gover-
nado com maioria absoluta
no passado, deixando “a
13
DR
Catalunha em apuros” e pre-
parando-se agora para “fazer
o mesmo”, a não ser que a
sua formação também esteja
no Executivo.
O candidato do Unidas
Podemos, Pablo Iglesias,
pediu o voto dos “socialistas
de coração”, que queiram
que este movimento esteja
no próximo Governo para
que, segundo ele, sejam rea-
lizadas as mudanças sociais
que o PSOE não fará se estiver
sozinho no Executivo.
Iglesias também incluiu
o PSOE entre os partidos
que considera “constitu-
cionalistas da charanga
(instrumentos de sopro) e
pandeireta” e assegurou
que os socialistas, PP, Cida-
dãos e Vox “competem para
ver quem tem a maior ban-
deira” de Espanha.
As eleições daqui a uma
semana são as quartas nos
últimos quatro anos, sem
que os vários executivos
investidos tenham conse-
guido assegurar a estabili-
dade ne ce ssária para
governar durante uma legis-
latura completa.
Nas últimas eleições, em
28 de Abril, o PSOE foi o par-
tido mais votado mas longe
da maioria absoluta, não
tendo conseguido receber o
apoio suficiente para conti-
nuar a governar, principal-
mente do Unidas Podemos
com quem negociou.
O PSOE obteve nessa con-
sulta eleitoral 123 deputados
(28,68 por cento dos votos),
PP 66 (16,70 por cento), Cida-
dãos 57 (15,86 por cento), a
coligação Unidas Podemos
42 (14,31 por cento) e o Vox
24 (10,26 por cento), tendo
os restantes deputados sido
eleitos em listas de forma-
ções regionais, o que inclui
partidos nacionalistas e
independentistas.
14
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FALECEU FALECEU

MARIA AMARO PEDRO GASPAR GONÇALVES

As Fisioterapeutas do Centro de Medicina Física e de Reabilitação REPÚBLICA DE ANGOLA

participam o falecimento de sua colega MARIA AMARO PEDRO
GASPAR GONÇALVES e endereçam à família enlutada os mais
profundos sentimentos de pesar. Amaro, como carinhosamente
eras tratada, vergamo-nos perante a sua memória e rendemos-
te esta singela homenagem. Estarás sempre presente nos nossos
corações. Paz à tua alma. (1649)
RECORDAÇÃO
PEDRO LOURENÇO CAPINGANO
Faz um (1) ano desde que Abreu, PEDRO LOURENÇO CAPINGANO,
partiu para junto do Senhor Celestial. Mas temos a certeza que
continuas presente nas nossas vidas. Pedindo ao Criador do céu
e da Terra, para continuar a te guardar e descansares junto do
seu manto. Recordam-te com muita tristeza e dor: Ana Capingano
(esposa) e Vanésio Capingano, Landio Capingano, Naldo Capingano
(filho), Dana, Beto, Bina, Almeida, Mizé, Odete, Filipe, Augusta,
Américo (irmãos), sobrinhos, tios e netos. (1668)
VANDA GORETH DEUS
VENÂNCIO BERNARDO
Lady Goreth Venâncio Bernardo Gui-
lherme, Nakassony Venâncio Bernardo,
Gilvander Handerson Venâncio, Iracema
Venâncio Franco (filhos), netos, irmãos,
genros, noras, tios e primos comunicam
o falecimento da sua querida VANDA
GORETH DEUS VENÂNCIO BERNARDO.
O funeral realizar-se-á em data a anunciar
oportunamente. (1665)
MISSA
MINISTÉRIO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E HABITAÇÃO
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA
DEPARTAMENTO PROVINCIAL DO CUANZA-SUL
EDITAL N.º 55 /19
PROCESSO DE CONCESSÃO N.º 37-CS/19
Tendo, o senhor JOSÉ DAVID VIEIRA DA SILVA, requerido o direito de superfície de uma
parcela de terreno Rural com uma área de 49 (Quarenta e Nove) hectares, onde está im-
plantado um projecto Agrícola, localizado na Província do Cuanza-Sul, Município do Am-
boim, Comuna Sede, a uma distância de 2.000 (Dois Mil) metros a Sudeste do Bairro
Capanga.
Feita a Demarcação Provisória a mesma ficou com as seguintes confrontações: a Norte
com a Estrada n.º 240 (no troço Gabela Quibala); a Sul com uma picada de serventia pú-
blica e um riacho inominado; a Este com um riacho inominado e a Oeste com uma picada
de serventia pública.
São, por este meio, convocadas todas as pessoas que se julgarem com direitos sobre o
mesmo terreno, a virem comprová-lo neste Instituto Geográfico e Cadastral de Angola, no
prazo de 30 dias a contar da data da publicação deste Edital.
DEPARTAMENTO PROVINCIAL DO INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE AN-
GOLA DO CUANZA-SUL, EM SUMBE, 22 DE OUTUBRO DE 2019.

O CHEFE DE DEPARTAMENTO
“BERNARDO MANECO”
(1551)

FALECEU

MARIA AMARO GONÇALVES ANDRÉ FERREIRA DE BRITO

João Carlos Gonçalves (esposo), Gonçalo Gonçalves, Amaro Gon-
çalves, Adilson Gonçalves, Sidraco Gonçalves, Marília António,
Juelson Gonçalves, Cândida Gonçalves e Aida Gonçalves (filhos)
comunicam o falecimento de MARIA AMARO GONÇALVES,
ocorrido no dia 30/10/2019. O funeral realiza-se hoje, dia
4/11/2019, saindo da residência, no Futungo, para o cemitério
de Sant'Ana, às 11h00. (1.591)
MENDES DE CARVALHO
André Gaspar Mendes de Carvalho “Miau” e
Vicência Ferreira Morais de Brito “Vivi” (pais),
AFRILATINO, LIMITADA
Henda Menezes Mendes de Carvalho, Yara
Ferreira de Brito Mendes de Carvalho, Paulo
Menezes Mendes de Carvalho (irmãos) e
PRECISA-SE UM TÉCNICO ESPECIALIZADO
demais familiares comunicam que será rezada EM MECÂNICA GERAL, COM DISPONIBILIDADE
Missa do 30.º Dia, hoje, 4/11/2019, às 18h30,
na Igreja Conventual São Tomás de Aquino, IMEDIATA.
sita na Rua 70, Urbanização Nova Vida, em
memória de ANDRÉ FERREIRA DE BRITO 915525788 - 937242211
MENDES DE CARVALHO. (1670) (1542)

REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DO BENGO
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DO AMBRIZ

ANÚNCIO
Para a implementação do Programa Integrado de Intervenção Municipal
(PIIM) nos exercícios económicos 2019/2020, a Administração Municipal
do Ambriz vem, por intermédio deste, anunciar que se encontra na fase
de preparação das peças de procedimento para abertura do Concurso Li-
mitado por Convite (CLC) para execução das seguintes obras:

• Reabilitação, Ampliação e Apetrechamento da Escola Primária n.º 102

de 6 Salas da Comuna Sede;
• Reabilitação e Apetrechamento da Escola Primária n.º 118 de 6 Salas
da Comuna Sede;
• Reabilitação, Ampliação e Apetrechamento do Centro de Saúde do Tabi;
• Reabilitação, Ampliação e Apetrechamento do Centro de Saúde da Bela Vista. (1597)

Obs.: Os interessados deverão dirigir-se à Administração Municipal, a par-

tir de 6 até 8 de Novembro do ano em curso, para procederem ao levan-
tamento das peças e informações complementares nas horas normais de
trabalho, ou ligarem para o terminal telefónico 942636931.

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DO AMBRIZ, AOS 30 DE OUTUBRO DE 2019.

O ADMINISTRADOR
JOSÉ DOMINGOS MUGINGA DA SILVA
(1526)

SERVIÇO NECROLÓGICO: DIAS ÚTEIS DAS 9H ÀS 18H, SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 8H ÀS 14H
Segunda-feira
4 de Novembro de 2019 19
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20 Segunda-feira
4 de Novembro de 2019

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CONCURSO PÚBLICO DE RECRUTAMENTO

Pitruca - Prestação de Serviços, Lda., a maior rede de ensino privado em Angola, pretende reforçar
para o Ano Lectivo 2020 o seu quadro de pessoal, nomeadamente nas províncias de:
Luanda (Pitruca Nova Vida, Camama, Kinaxixi e Patriota) - Docente
Pitruca Benguela, Lobito e Zaire - Docente
Requisitos específicos e eliminatórios:
Ensino Primário e I Cíclo do Ensino Secundário: Licenciado em Pedagogia - Formação mínima
ao nível da 13.ª Classe na especialidade de Ensino Primário ou da disciplina que se candidata na
área de formação de Professores; frequência Universitária num curso da área de Ensino / Educação.
II Ciclo do Ensino Secundário e Cursos Técnico-Profissionais: Pedagogia ou Bacharelato em
Ciências da Educação ou na área da disciplina a que se candidata e curso básico de pedagogia.
Requisitos gerais para todos os níveis/disciplinas: no mínimo, três anos de experiência pedagó-
gica no nível de ensino.
As candidaturas deverão dar entrada na Secretaria-Geral do Instituto Polivalente Edik Ramon - IPER,
localizado na Rua 45, Projecto Nova Vida, de 5 a 8 de Novembro de 2019, no período normal de ex-
pediente, entre às 8h e 15h. O presente Concurso Público abrange tanto os Cidadãos Nacionais
quanto os Estrangeiros Residentes.
Oferecem-se:
• Condições laborais atractivas
• Boas condições laborais
Documentação necessária:
• Curriculum Vitae e Carta de Motivação
• Fotografia tipo passe
• Cópia do Bilhete de Identidade
• Cópia do Certificado de Habilitações I Diploma académico (deverá apresentar o original
aquando da entrega da candidatura)

Critérios de Selecção: Selecção de CV, Prova Escrita, Aula Assistida e Entrevista. (501.445)
(1488)

OPORTUNIDADE DE EMPREGO IGREJA NOVA APOSTÓLICA

REPÚBLICA DE ANGOLA
TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA
1.ª SECÇÃO DA SALA DO CÍVIL E ADMINISTRATIVO
ANÚNCIO
PROCESSO N.º 2136/2017-A 1.ª PUBLICAÇÃO
A Excelentíssima Drª Juíza de Direito da 1.ª Secção da Sala do Cívil e
Administrativo do Tribunal Provincial de Luanda
FAZ SABER QUE, por esta Secção, correm uns autos de ACÇÃO DE
RESTITUIÇÃO DE POSSE, em que a autora, ATLAS GROUP COMÉR-
CIO E INDÚSTRIA, LDA., com sede na Estrada Direita de Cacuaco, Km
4, representada pelo Sr. Khalil Michael Nisser, na qualidade de Gerente-
Delegado, move contra os réus INCERTOS, nesta Cidade de Luanda, cor-
rem éditos de 30 (trinta) dias, contados a partir da segunda e última
publicação deste anúncio, Citado os réus, para no prazo de 30 (Trinta)
dias, contestarem os termos da presente acção dentro do prazo legal, sob
a advertência de serem condenados no pedido nos termos do disposto no
artigo 783.º ex vi o n.º 1 do artigo 1033.º, ambos do C.P.C., conforme a
petição inicial que se encontra patente no Cartório desta 1.ª Secção do
Civil e Administrativo do Tribunal Provincial de Luanda, sito na Rua Amilcar
Cabral, nº 27, 3.º Andar, em Luanda.
LUANDA, 20 DE AGOSTO DE 2019.
A JUÍZA DE DIREITO,
FERNANDA DOMINGOS
A ESCRIVÃ DE DIREITO,
LUÍSA DEOLINDA DA C. ALVES PAIVA
(1446)
Angola
Empresa ligada ao ramo da indústria de plásticos, procura
candidatos para preencher as seguintes vagas:
“CANDIDATURA A EMPREGO EM ONG
INTERNACIONAL COM OBRAS EM ANGOLA”
- Gerente de Vendas (Especializados em Bens de
Consumo) Sede em Luanda, Palanca
- Supervisores de Vendas (Especializados em Bens de Pretende-se:
Consumo) Engenheiro Civil ou Técnico de Obras de Construção
- Representantes de Vendas (Especializados em Bens
Para avaliação de empreitadas e fiscalização de obras de equi-
de Consumo) pamento – igrejas.
- Assistente de gerente financeiro
Bom conhecimento de português; bom contacto humano; conheci-
- Contadores mento da legislação aplicável às obras; conhecimento de projecto.
- Formador
Carta de Condução de automóveis ligeiros, disponibilidade para
- Gerente de Recursos Humanos (disponibilidade viajar por várias províncias.
imediata)
Avaliação da capacidade com ordenado adequado.
- Assistente de gerente de Recursos Humanos Pede-se ao candidato para referir a pretensão do ordenado
Fará parte de equipa com apoio internacional.
Candidatos com mínimo 25 anos de idade, com 3 ou mais
anos de experiência comprovada em uma das áreas Enviar proposta para prévia avaliação e posterior entrevista, para
o email: d.diniz@nak-west.de
acima, de preferência com bom domínio da Língua
Inglesa. Os interessados devem enviar as suas candida- Luanda, aos 17 de Outubro de 2019.
turas bem especificadas, para o seguinte e-mail:
O Administrador
r.humanos-unitedplastico@hotmail.com
(1529) João Carlos da Cruz Mafo
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Inscrições abertas
mento das suas acções comerciais, nas condições abaixo
indicadas:

• Mínimo de ensino médio concluído (valoriza-se o grau
de licenciatura ou superior) em Gestão Comercial, Marke-
ting, Gestão de Empresas ou áreas afins;
• Aptidão para agendamento de visitas aos clientes /
potenciais clientes;
• Habilidade para apresentar, negociar e fechar propostas
de vendas de produtos;
• Autonomia e orientação por resultados;
• Ter o mínimo de 3 anos de experiência;
• Disponibilidade imediata.
O CV e documentos complementares devem ser enviados
para: recrutamentoprofissionais2019@gmail.com até
ao dia 20 de Novembro.
Rua da Missão, n.º 123, Prédio da TAAG, 3.º Andar à
esquerda. Contactos: 937063187 / 997943636
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Segunda-feira
4 de Novembro de 2019 21
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REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DO TURISMO
GABINETE DE RECURSOS HUMANOS

AVISO DE ABERTURA DO CONCURSO PARA INGRESSO

1. De acordo com o Despachos n.º 27/GMT/2019, de 24 de Outubro exarado por Sua Excelência Senhora Ministra
do Turismo, Dra. Maria Ângela Bragança, ao abrigo dos Decretos Presidenciais n.ºs 102/11 e 104/11, ambos de 23
de Maio, conjugado com o Despacho Presidencial n.º 314/16, de 22 de Novembro, está aberto concurso de prova
teórica, pelo prazo de 20 (vinte) dias úteis a contar da data de publicação do presente aviso, para o provimento de
28 vagas, deste Ministério, entre indivíduos com habilitações mínimas exigidas para as categoria de Técnico Superior
de 2.ª Classe, Técnico de 3.ª Classe, Técnico Médio de 3.ª Classe, Motoristas de Pesados de 2.ª Classe, Motorista
de Ligeiros de 2.ª Classe, Inspector Superior de 2.ª Classe, Inspector Técnico de 3.ª Classe e com idade não inferior
a 18 anos nem superior a 35 anos.

2. O júri é composto por 6 elementos, sendo:

• Presidente – Amaro Francisco – Director Nacional de Estruturação e Desenvolvimento Turistico da Função Pública
para os Órgãos Centrais;
• Vice Presidente – Sandra Marisa Lidador Vigário Ramos – Directora Nacional do Gabinete Jurídico da Função
Pública para os Órgãos Centrais;
• Vogal (1.º) - Bumba Manuel de Castro – Consultor;
• Vogal (2.º) - Aida Marisa Henrique de Carvalho – Chefe de Departamento de Apoio a Comercialização do Turismo
da Direcção Nacional de Promoção Turística;
• Vogal (3.º) - Laureth Kamikaze G.S.Pereira Bravo – Inspectora Geral Adjunta, do Gabinete de Inspecção;
• Vogal (4.º) - Dodet Mena Kumbundo Nguengo – Chefe de Departamento de Monitorização e Controlo, do Gabinete
de Estudos Planeamento e Estatística.

3. A admissão do concurso é solicitada à Sua. Excia., Ministra do Turismo, por meio de requerimento e instruído
com os seguintes documentos:
a) Atestado Médico;
b) Certificado de Registo Criminal;
c) Documento da situação militar regularizada, para os candidatos de sexo masculino;
d) Documento de habilitações literárias, devidamente certificados pelo INAAREES;
e) Cópia do Bilhete de Identidade.

4. Na fase de admissão ao concurso é dispensada a entrega dos documentos mencionados nas alíneas a) e b), de-
vendo o candidato declarar no requerimento, sob compromisso de honra, a situação precisa e que se encontram
relativamente a cada um dos requisitos gerais ou especiais, nos termos do artigo 12.º do Decreto Presidencial
102/11, de 23 de Maio.

No acto de entrega do requerimento de admissão ao concurso, sempre acompanhado do Bilhete de Identidade e

do certificado de habilitações literárias, será obrigatoriamente exibido o original do Bilhete de Identidade e o docu-
mento comprovativo de ter satisfeito as obrigações militares.

5. As candidaturas serão feitas via email, através do correio electrónico: concurso.publico2019@mintur.gov.ao.

Não serão aceites candidaturas por outra via.

6. O requerimento de admissão ao concurso de ingresso deve ser enviado para o email acima indicado até ao último
dia do prazo fixado, sem o qual não será considerado.

7. As provas versarão sobre as seguintes matérias:

a) Noções gerais sobre os Procedimentos Administrativo, Decreto-Lei n.º 16-A/95, de 15 de Dezembro;
(501.452) b) Pauta Deontológica, Resolução n.º 27/94, de 26 de Agosto,
c) Decreto-Lei n.º 10/94, de 24 de Junho;
d) Decreto n.º 25/94, de 1 de Julho;
e) Decreto n.º 33/91, de 26 de Julho;
f) Decreto Presidencial n.º 41/18, de 12 de Fevereiro;
g) Decreto Presidencial n.º 102/11, de 23 de Maio;
h) Decreto Presidencial n.º 104/11, de 23 de Maio;
i) Decreto Presidencial 1/ 16, de 04 de Janeiro;
j) Decreto Presidencial 36/ 16 de 15 de Fevereiro;
k) Decreto Presidencial 232/15, de 30 de Dezembro;
l) PDT _Plano Director do Turismo;
m) Normas e Procedimentos de Inspecção da Hotelaria e Turismo;
n) Questões específicas sobre a Área de candidatura;
o) Questões específicas sobre o Turismo e;
p) Cultura geral.

8. As listas dos candidatos, estarão disponíveis no site do Ministério do Turismo www.mintur.gov.ao, bem como
todos os assuntos inerentes ao concurso.

9. Este concurso é aberto para prover as vagas existentes no quadro de pessoal do Ministério do Turismo, conforme segue:

REGIME GERAL
Carreira Técnica Superior
• Técnicos Superiores de 2. ª Classe – 15 vagas
Carreira Técnica
• Técnicos de 3.ª Classe – 2 vagas
Carreira Técnica Média
• Técnicos Médios de 3.ª Classe – 3 vagas
Carreira Administrativa
• Motoristas de Pesados de 2.ª Classe – 3 vagas
• Motorista de Ligeiro de 2.ªClasse – 1 vaga

REGIME ESPECIAL
Carreira Técnica
• Inspector Superior de 2.ª Classe – 3 vagas
Carreira Técnica
• Inspector de 3.ª Classe – 1 vaga

10. REQUISITOS
• Técnicos Superiores de 2.ª Classe
Licenciados em Economia, Contabilidade Financeira, Direito, Arquitetura, Gestão de Empresas, Gestão e Adminis-
tração Pública, Gestão de Recursos Humanos, Relações Internacionais, Gestão e Marketing, Psicologia do trabalho,
Engenharia Informática, Turismo, Hotelaria, Agências de Viagens.
• Técnico de 3.ª Classe
Bacharéis em Economia, Contabilidade ou Administração, Direito, Relações Internacionais, Secretariado Executivo,
Gestão de Recursos Humanos, Marketing, Turismo, Hotelaria, Gestão de Empresas.
• Técnico Médio de 3.ª Classe
Informática, Administração Pública, Gestão e Contabilidade, Ciências Económicas, Ciências Exactas e Ciências
Jurídicas.
• Motoristas
Habilitações Literária 8.ª Classe; Carta de Condução Profissional para os motoristas de pesados e Carta de Con-
dução profissional para o motorista de ligeiros.
• Inspectores Superiores de 2.ª Classe
Juristas, Gestores e Economistas, Arquitetura, Gestores Hoteleiros e Turísticos; Ciências Sociais, Analista Alimentar
e Veterinário.
• Inspector Técnico de 3.ª Classe
Bacharéis em Economia, Contabilidade ou Administração, Direito, Relações Internacionais, Secretariado Executivo,
Gestão de Recursos Humanos, Marketing, Turismo, Hotelaria, Gestão de Empresas.

11. O concurso é válido por um período que vai até 12 meses, contados a partir da data da publicação da lista de
(501.319)

classificação final.

GABINETE DE RECURSOS HUMANOS, em Luanda, aos 24 de Outubro de 2019.

A DIRECTORA NACIONAL
BEATRIZ JOSÉ MUACHAMBI KAMBIETE
(501.428a)
22
REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO PROVINCIAL DE MALANJE
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DO QUELA
Anúncio de Abertura de Procedimento de Concurso Público a que se refere o n.º 1
do Artigo 69.º da Lei n.º 9 / 16, de 16 de Junho – Lei dos Contratos Públicos
ANÚNCIO PÚBLICO N.º 002 / PIIM.ADMQUELA/2019
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DO QUELA vem tomar público, nos termos do dis-
posto no n.º 1 do Artigo 69.º e do Anexo VI, da Lei n.º 9 / 16, de 16 de Junho – Lei
dos Contratos Públicos, que está aberto o Concurso Público para Construções de
Obras Públicas do Plano Integrado de Intervenção aos Municípios (PIIM), constantes
do Programa de Investimentos Públicos do ano 2019 / 2020, no qual serão adjudica-
das as empresas vencedoras do concurso, as seguintes obras públicas:
1. Terraplanagem do troço que liga a Comuna do Xandel ao Moma (53 km) e cons-
trução das respectivas pontes e pontecos;
2. Terraplanagem do troço que liga a Sede do Município à Comuna da Missão dos
Bângalas (53 km) e construção das respectivas pontes e pontecos;
3. Terraplanagem do troço que liga a Estrada Nacional 160 à aldeia de Kajia até koji-
ya-nené (35 km) e construção dos respectivos pontecos;
4. Terraplanagem do troço que liga a Estrada Nacional 160 à aldeia Kissua kinguan-
gua (14 km) e construção dos respectivos pontecos;
Dados da Entidade Pública Contratante
1. A Administração Municipal do Quela é uma Unidade Orçamentada e um órgão De-
pendente.
2. A Administração Municipal do Quela é um Órgão da Administração Local do Estado,
encontra-se localizado a 115 quilómetros a nordeste da Cidade de Malanje, fazendo
limites a Norte com o Município de Kunda-dya-Basy, a Sul com o Município de Kam-
bundi Katembo, a Oeste com o Município de Caculama, e a Este com o Município de
Xa-Muteba, Província da Lunda Norte.
3. É constituído pelas comunas sedes, Xandel, Moma e Bângalas, cuja superfície é
de 5.830 Km² e uma população estimada em 21.847 habitantes.
Contacto telefónico 251 639 006 e o correio electrónico:
admquela2019malanje@gmail.com
4. Para o Concurso Público de Empreitadas e Construção de Obras Públicas, a En-
tidade Contratante declara ser um Órgão da Administração Local do Estado o qual
tem como objectivo principal, a prossecução dos interesses comuns do Munícipes
desta circunscrição nacional.
5. A Entidade Pública Contratante irá contratar por conta própria.
2. Informações Relativas ao Contrato
1.1 Designação dada ao Contrato pela Entidade Pública Contratante:
1.2 Terraplanagem e Construção de Obras Públicas
1.3 Tipo de Contrato:
1.4 Empreitadas e Construções de Obras Públicas
1.5 Local da realização das obras, da entrega dos bens ou da prestação dos
serviços:
1.6 Administração Municipal do Quela, Administração Comunal do Xandel, Adminis-
tração Comunal do Moma, Administração Comunal dos Bângalas e Aldeia de Kissua
Kinguangua.
1.7 O concurso implicará a celebração de um contrato.
1.8 O concurso implica a participação de empresas nacionais e estrangeiras.
1.9 Breve descrição das prestações objectiva do contrato:
2. Terraplanagem do troço que liga a Comuna do Xandel ao Moma (53 km) e cons-
trução das respectivas pontes e pontecos;
3. Terraplanagem do troço que liga a Sede do Município à Comuna da Missão dos
Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
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Bângalas (53 km) e construção das respectivas pontes e pontecos;
4. Terraplanagem do troço que liga a Estrada Nacional 160 à aldeia de Kajia até koji-
ya-nené (35 km) e construção dos respectivos pontecos;
5. Terraplanagem do troço que liga a Estrada Nacional 160 à aldeia Kissua kinguan-
gua (14 km) e construção dos respectivos pontecos;
5.1 Valores estimados dos contratos:
1.1. Valor Orçado em Akz: 207.845.448,00 (Duzentos e Sete Milhões, Oitocentos e
Quarenta e Cinco Mil, e Quatrocentos e Quarenta e Oito Kwanzas), para Terraplana-
gem do troço que liga a Comuna do Xandel ao Moma (53 km) e construção das res-
pectivas pontes e pontecos;
1.2. Valor Orçado em Akz: 165.000.000,00 (Cento e Sessenta e Cinco Milhões de
Kwanzas) para terraplanagem do troço que liga a Sede do Município à Comuna da
Missão dos Bângalas (53 km) e construção das respectivas pontes e pontecos;
1.3. Valor Orçado em Akz: 133.000.000,00 (Cento e Trinta e Três Milhões de Kwan-
zas), para Terraplanagem do troço que liga a Estrada Nacional 160 à aldeia de Kajia
até koji-ya-nené (35 km) e construção dos respectivos pontecos;
1.4. Valor Orçado em Akz: 54.200.000,00 (Cinquenta e Quatro Milhões Duzentos
Mil Kwanzas), para terraplanagem do troço que liga a Estrada Nacional 160 à aldeia
Kissua kinguangua (14 km) e construção dos respectivos pontecos;
5.2 Prazo de execução dos contratos: A anunciar
5.3 Informações relativas aos concorrentes e às propostas:
1. Documento de habilitação: Constantes do n.º 2 do art. 59.º da Lei n.º 9 / 16, de
16 de Junho, da Lei dos Contratos Públicos)
5.4 Admissão de proposta variante: Sim
5.5 Exigência de caução provisória: Sim
5.6 Valor da caução definitiva: Correspondente a 5% do preço global da proposta.
5.7 Critério de adjudicação:
5.8 Será adjudicada à empresa que apresentar a proposta economicamente mais
vantajosa, tendo em conta os factores anunciados nas peças do procedimento.
5.9 Processo
5.10 Condições para obtenção das peças do procedimento:
5.11 Prazo para recepção de pedidos das peças de procedimento ou aceder os
documentos.
5.12 Data: Até às 15: horas do dia 27 de Dezembro de 2019
5.13 Preço e condições de obtenção das peças do procedimento:
5.14 Preço: 50.000,00 (cinquenta mil Kwanzas)
5.15 Condições: Os candidatos devem dirigir-se à Administração Municipal do Quela
onde irão adquirir as peças concursais.
5.16 Prazo para apresentação das propostas: As propostas devem ser entregues,
até às 15: horas do dia 27 de Dezembro de 2019.
5.17 Informações complementares:
5.18 Endereço em ponto de contacto onde podem obter as informações adicio-
nais, as peças dos procedimentos e enviadas as propostas:
5.19 Designação Oficial:
5.20 Administração Municipal do Quela – Gabinete de Estudos, Planeamento e
Estatística.
5.21 Endereço: Edifício da Administração Municipal do Quela, sito na Rua Principal
do Município do Quela.
5.22 Localidade: Município do Quela
5.23 Província: Malanje
GABINETE DO ADMINISTRADOR MUNICIPAL DO QUELA, 1 de Novembro
de 2019.
O ADMINISTRADOR MUNICIPAL
MANUEL CAMPO
(501.463b)
REGIÕES Segunda-feira
4 de Novembro de 2019 23
COMBATE ÀS DROGAS
BENJAMIM CÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO | LUNDA-NORTE
Saúde em Benguela
ESPAÇAMENTO IRREGULAR DA GRAVIDEZ CRIA PROBLEMAS
O espaçamento irregular da gravidez está a causar problemas
obstétricos nas mulheres em Benguela, de acordo com Avelino
Longuia, promotor de saúde, que garante estarem a ser
realizadas acções de sensibilização da população para se
inverter o quadro. A gravidez precoce, acrescentou, constitui
igualmente outra preocupação para o sector de Saúde Pública
em Benguela. O promotor de saúde refere que há mães que
têm uma continuidade de partos irregulares, na faixa etária
entre os 20 e os 35 anos. António Gonçalves | Benguela

MOXICO que as pessoas com

VÁRIAS PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA
RECEBEM APOIO
Pelo menos 40 pessoas
com deficiência
beneficiaram na semana
finda, no Luena, de meios
de locomoção, numa
iniciativa do Gabinete
Panorâmica da centralidade do Dundo, onde estão a ser criadas as condicões para a instalação do centro de combate às drogas Provincial da Acção Social,
Família e Igualdade de
Género. Entre os meios,
deficiência enfrentam, em
termos de mobilidade e
locomoção. Leonora
Mbimbi de Morais afirmou
que esta acção teve início
no princípio do ano e que
o Gabinete Provincial da
Acção Social recebe
diariamente vários pedidos
de apoio. Apelou aos
beneficiários no sentido de
cuidarem os meios, tendo

Centro para toxicodependentes constam 20 triciclos, 11

muletas e 24 cadeiras de
rodas, das quais uma
infantil. A directora do
em conta a situação
económica que o país vive.
Exortou a sociedade a
combater os actos de

é construído em breve no Dundo Gabinete Provincial da

Acção Social, Leonora
Mbimbi de Morais, disse
que a iniciativa faz parte do
programa que visa
Pretende-se que as acções de psicoterapia incluam actividades de artes e ofícios minimizar as necessidades
discriminação contra as
pessoas com deficiência
física e motora,
acrescentando que
possuem as mesmas
capacidades intelectuais.

Armando Sapalo Dundo
O Instituto Nacional de Luta
Anti-Drogas (Inalud-Instituto
Público) pretende, a partir
deste mês, instalar na cidade
do Dundo, capital da pro-
víncia da Lunda-Norte, a
primeira “Casa Dia No País”,
uma unidade específica des-
tinada à desintoxicação, tra-
tamento, acompanhamento
e reinserção social dos toxi-
codependentes, por via de
acções de psicoterapia.
O coordenador da Uni-
dade de Intervenção do Ina-
lud na Lunda-Norte, Manuel
Borges, disse ao Jornal de
Angola que se pretende, com
a criação da primeira “Casa
Dia No País", que as acções
de psicoterapia dos toxico-
dependentes sejam eficazes,
com actividades socialmente
úteis, por intermédio de
artes e ofícios.
Manuel Borges explicou
que a intenção da instalação
da “Casa Dia” no Dundo foi
abordada no passado mês
de Outubro, num encontro
de cortesia entre uma dele-
gação do Inalud, chefiada
pela sua directora-geral, Ana
Graça, que trabalhou na
Lunda-Norte, com o vice-
governador para os Serviços
Técnicos e Infra-estruturas,
Lino dos Santos, em que se
ressaltou a importância de
que se reveste a criação dos
referidos serviços.
Para o ambicioso projecto,
que visa fundamentalmente
reforçar o combate às drogas
e à toxicodependência, que
lanas, para a cedência, em
regime de arrendamento,
das antigas instalações deste
organismo, localizadas no
Distrito Urbano do Dundo,
para servirem de unidade
de desintoxicação, trata-
mento e reinserção social
dos toxicodependentes.
Manuel Borges disse que
no encontro entre a delegação
do Inalud e as autoridades da
Lunda-Norte ficou patente
que, caso seja concretizado o
projecto de instalação da “Casa
Dia”, a mesma vai privilegiar
a reabilitação e reinserção
social dos toxicodependentes,
mediante actividades produ-
tivas, das artes e dos ofícios,
em detrimento da exclusão.
“O Inalud defende a
necessidade de uma coope-
ração multidisciplinar indis-
pensável à implementação
dos projectos da instituição,
principalmente no que res-
peita à agricultura, para a
reabilitação dos toxicode-
pendentes, uma patologia
decorrente da falta de afecto
e auto-estima, bem como
sobre a instalação, em breve,
de uma “Casa Dia” no Dundo,
que vai privilegiar a rein-
serção social”, afirmou.
Durante a sua jornada de
trabalho na Lunda-Norte,
segundo Manuel Borges, a
delegação da directora-geral
do Inalud reuniu também
c o m a ad m i n i st rad o ra
municipal adjunta do Chi-
tato para a área Política,
Social e Comunidades,
Helena Sapalo, onde se tra-
tou a questão ligada à con-
cessão de uma área para a
termos de estatísticas con-
solidadas sobre o número
de pessoas que fazem o con-
sumo de drogas e substâncias
psicotrópicas, uma vez que
deviam ser as unidades sani-
tárias a ter o tal controlo.
Não obstante a ausência
de estatísticas, o respon-
sável disse que as infor-
m a ç õ e s p re s ta d a s p e l a
Polícia Nacional e a socie-
dade civil apontam que os
principais consumidores
de bebidas alcoólicas e
outras drogas, sobretudo a
“cannabis” (liamba), são
jovens e adolescentes.
Manuel Borges disse que,
no município do Lucapa,
por exemplo, onde a dele-
gação do Inalud reuniu com
o administrador municipal
adjunto para a área Finan-
ceira e Orçamental, Nápoles
Cambinda, foi passada a
informação de que naquela
circunscrição diamantífera
da Lunda-Norte há registos
de acentuados índices de
consumo abusivo de bebi-
das alcoólicas e de cannabis.
No município do Lucapa,
acrescentou Manuel Borges,
as denúncias das autori-
dades locais indicam que
as pessoas ligadas à acti-
vidade de extracção e trá-
fico ilícito de diamantes
(garimpeiros) são as que
mais consomem cannabis.
Manuel Borges disse,
citando a directora-geral do
Inalud, Ana Graça, que no
referido encontro com as
autoridades municipais do
Lucapa foi manifestada a
preocupação do consumo
cias do consumo de drogas
por parte da juventude e ado-
lescentes. A Unidade de
Intervenção do Instituto
Nacional de Luta Anti-Drogas
na Lunda-Norte, acrescen-
tou, vai, nos próximos dias,
promover concursos de
desenho e de redacção e o
incremento de palestras nas
escolas, com vista a sensi-
bilizar a juventude e ado-
lescentes a absterem-se do
consumo de drogas.
Entre as estratégias tra-
çadas para afastar a juventude
das drogas, Manuel Borges
destacou também a parceria
que vai ser estabelecida com
a Emissora Provincial da
Rádio Nacional de Angola,
para a inserção, na sua grelha
de programas, de uma rubrica
permanente de sensibiliza-
ção, tanto em português como
nas línguas nacionais mais
faladas na Lunda-Norte, e
com o Gabinete local da Edu-
cação, sobre acções de pre-
venção nas escolas.
A província da Lunda-
Norte é bastante vulnerável
à e n t ra d a d e c a n n a b i s ,
devido à extensão da fron-
teira de 770 quilómetros,
dos quais 120 fluviais, que
partilha com a República
D e m o c rá t i c a d o C o n g o
(RDC), disse Manuel Borges,
para acrescentar que esta
informação foi prestada à
delegação do Inalud pelos
responsáveis dos serviços
de Migração e Estrangeiros
(SME) e de Investigação Cri-
minal (SIC) locais.
Além de vulnerável, a
fronteira é difícil de patrulhar,
FALTA DE TÉCNICOS
Mais de 15 postos de saúde
fechados no Cuanza-Norte
Manuel Fontoura | Lucala
Mais de 15 postos de saúde,
espalhados por vários muni-
c í p i o s d a p rov í n c i a d o
Cuanza-Norte, encontram-
se encerrados, há vários
meses, por falta de técnicos,
afirmou recentemente, no
mu n i c íp i o d o Lu ca l a , a
directora local do Gabinete
Provincial da Saúde.
Filomena Wilson, que dis-
sertava numa palestra sobre
o tema “Municipalização dos
cuidados primários de
saúde”, no âmbito do fórum
provincial da mulher no meio
rural, que aquele município
acolheu, disse ser preocu-
pante a situação de várias
unidades sanitárias perifé-
ricas em todos os municípios
da província, que se encon-
tram encerradas por falta de
especialistas, o que provoca
sobrecarga nos hospitais.
Segundo ela, para mini-
mizar a situação sanitária
das famílias que vivem nas
referidas zonas, a Direcção
Provincial da Saúde realiza
mensalmente consultas
comunitárias, com o apoio
de equipas de médicos, onde
a população é submetida a
exames e consultas de clínica
geral, de pré-natal às mulhe-
res grávidas, rastreio do can-
cro do colo uterino e da
mama, desparasitação, vaci-
nação e outras.
De acordo com Filomena
Wilson, a situação poderá
melhorar tão-logo se realize
o próximo concurso público,
que permitirá o ingresso de
mais técnicos, possibilitando
uma melhor cobertura em
todas as unidades sanitárias,
que até então se encontram
temporariamente fechadas.
Para o presente concurso
público, disse, a província
conta com 340 vagas, entre
as quais 30 médicos, 196 téc-
nicos de diagnóstico e tera-
pêutica, bem como outras
ligadas à área administrativa
e apoio hospitalar. “Está tudo
preparado, apenas aguar-
damos que o ministério nos
dê luz verde para a abertura
do concurso e vamos tra-
balhar no sentido de absor-
ver todos os técnicos, que
estão à espera de ingressar
no Sistema Nacional de
Saúde”, frisou.
Saliente-se que a pro-
víncia dispõe actualmente
de 824 técnicos de enfer-
magem, dos quais 90 médi-
cos, sendo 50 nacionais e
40 expatriados, e tantos
outros ligados a distintas
áreas não menos importan-
tes do sector da Saúde.
DANIEL BENJAMIM | EDIÇÕES NOVEMBRO

tanto mal fazem à saúde
humana, o Inalud necessita
apenas de instalações, referiu
o responsável, para acres-
centar que a mesma unidade
vai também atender pessoas
de outras províncias.
Manuel Borges adiantou
que a direcção-geral do ins-
tituto endereçou uma carta
às estruturas centrais da
Caixa de Segurança Social
das Forças Armadas Ango-
exploração agropecuária e
instalação dos projectos de
artes e ofícios, como serviços
integrados à “Casa Dia”, para
suporte à reintegração social
dos toxicodependentes.
Consumidores
O coordenador da Unidade
de Intervenção do Inalud na
Lunda-Norte, Manuel Bor-
ges, esclareceu que a insti-
tuição não tem uma base em
de drogas por parte da juven-
tude; que, no continente
africano, o álcool e a liamba
constituem as substâncias
psicotrópicas mais usadas,
cujos danos colaterais redun-
dam em gravidez precoce,
doenças como a tuberculose,
o VIH/Sida, a precariedade
da higiene e o empobreci-
mento das famílias. Ressaltou
que o fenómeno “mata-
aulas” é uma das consequên-
devido à escassez de recursos
técnicos e humanos, disse.
A Lunda-Norte faz fronteira
com quatro províncias da
RDC, habitadas por mais de
trinta milhões de pessoas,
contra os cerca de 800 mil
da Lunda-Norte, conforme
determinou o censo geral
da população e habitação,
realizado em 2014, pelo
Governo angolano, subli-
nhou Manuel Borges. Muitas unidades sanitárias à espera de médicos e enfermeiros
24
SOMOIL - Sociedade Petrolífera Angolana, S.A.
Oportunidade de Carreira
Somoil, SA - Empresa privada angolana do sector petrolífero, na qualidade de Operadora e no âmbito das suas actividades pretende recrutar:
CONSELHEIRO SÉNIOR DE CONFORMIDADE (COMPLIANCE)
■ Exigências Técnicas:
−Elaborar as estratégias e políticas, processos e procedimentos de Conformi-
dade (Compliance) na estrutura da SOMOIL, de forma a assegurar a conformi-
dade da empresa com os mecanismos contra fraudes, anti-corrupção /
anti-bribery e outros;
− Desenvolver um plano estratégico de Conformidade, identificar as áreas de
actuação que reflitam as características específicas da SOMOIL;
− Elaborar um plano anual de actividades e prioridades corporativas de Com-
pliance, rever e ajustar o plano em função das mudanças que ocorrem no sector
e no mundo de negócios;
− Implementar medidas de controle e monitorização, como ferramenta de
calibração dos actos da companhia, ajustando-os à directriz do conformidade e
integridade;
− Implementar políticas condizentes com as práticas apropriadas de Conformi-
dade (Compliance), associados, alinhados com os códigos internos de conduta
capazes de garantir uma conformidade com as normas jurídicas e evitar a prática
de ilícitos;
− Investigar irregularidades e transmitir as informações à direçção da Empresa
acompanhadas com medidas correctivas para implementação.
COMO APRESENTAR A CANDIDATURA:
Os candidatos deverão enviar as suas candidaturas para o e-mail: recrutamento@somoil.co.ao apresentando os seguintes documentos CV e Cópia do BI até 08/11/2019
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD
ANÚNCIO DE VAGA
O PNUD tem as seguintes vagas:
*Associado de Aquisições e Aprovisionamento – Projecto Fundo Global
https://jobs.partneragencies.net/erecruitjobs.html?JobOpeningId=26
526&hrs_jo_pst_seq=1&hrs_site_id=2
*Assistente de Aquições e Aprovisionamento – Projecto Fundo Global
https://jobs.partneragencies.net/erecruitjobs.html?JobOpeningId=26
527&hrs_jo_pst_seq=1&hrs_site_id=2
*Motorista
https://jobs.partneragencies.net/erecruitjobs.html?JobOpeningId=26
528&hrs_jo_pst_seq=1&hrs_site_id=2
*Especialista em Desenvolvimento de Parcerias
https://jobs.partneragencies.net/erecruitjobs.html?JobOpeningId=26
651&hrs_jo_pst_seq=1&hrs_site_id=2
As senhoras são encorajadas a candidatarem-se
Os Termos de Referência, incluindo todas as responsabilidades e qualifi-
cações necessárias estão disponíveis no link acima. Os interessados de-
verão submeter as suas candidaturas, acessando os sites acima até ao
dia 8 de Novembro.
(501.420)
Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
PUBLICIDADE
− ■ Qualificação Académica:
− Grau de Licenciatura (em Direito preferencialmente)
− Excelentes conhecimentos da Leis Tributárias, Fiscais, de Repatriamento de
Capitais; Leis das Sociedades e outras tal como Sarbanes-Oxley, FCPA etc
− ■ Experiência:
− Mais de 5 anos de experiência em funções semelhantes
− Fluente nas línguas portuguêsa e inglesa
− Forte sentido de responsabilidade, ética, rigor e capacidade de decisão
− Conhecimentos Avançados do pacote office (PowerPoint, Word, Excel)
− Habilidade de trabalhar em equipa
− Alto nível de autonomia
(501.418)
Anúncio de Concurso Público para Empresas
A Cabinda Gulf Oil Company Ltd (CABGOC), subsidiária da Chevron,
figura entre as principais empresas petrolíferas de Angola, vem por este
meio anunciar um concurso público para o fornecimento do seguinte ma-
terial:
Concurso Público Número: RFBA-057-PRODOPS-2019
Âmbito de Trabalho
A Contratada deverá providenciar, entre outros, cursos HES, Treinamento
Básico de Indução e Emergência de Segurança Offshore (BOSIET), Trei-
namento de Fuga Submarina de Helicópteros (HUET) e Treinamento de
Sobrevivência na Água (WST) para participantes qualificados da Com-
panhia. Os cursos devem ser ministrados em Cabinda, Província de Ca-
binda.
As empresas qualificadas que estejam interessadas em serem conside-
radas para o concurso acima descrito poderão accessar a página
www.angola.chevron.com, na secção de Fornecedores, Concurso Pú-
blico; preencher o formulário informativo do fornecedor e remeter para o
endereço electrónico concurso@chevron.com no prazo definido na pá-
gina da internet.
Cabinda Gulf Oil Company Limited
Edifício da Chevron – Chicala
Nova Marginal
Caixa Postal 2950 Luanda,
República de Angola
(501.446a)
Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
RECRUTAMENTO
A Nova Variante de Serviços – Mansource, especializada em Recrutamento e Alocação de Pessoal, está a recrutar quadros devidamente qualificados para o sector Petrolífero, para a área de DRILLING ONS-
HORE/ OFFSHORE, especificamente para os projectos referentes ao ano de 2020, remetemos as candidaturas para profissionais que se enquadrem nos perfis:
A. Engenheiro Supervisor de Perfuração Sénior/ Sénior Drilling Supervisor (Company Man)
Perfil da Função:
• Bacharelato em Engenharia de Perfuração
• Experiência comprovada como Engenheiro ou Técnico Superior
• Mínimo 3-5 anos de experiência de trabalho em operações de sondagem
Competências:
• Experiência em supervisão de operações de sondagem e supervisão de Poços de Petróleo
• Experiência em Manutenção de Equipamentos e suporte Técnico
• Conhecimento de operações de sondagem e seu funcionamento
• Experiência em Serviços de Perfuração
B. Engenheiro Supervisor de Perfuração Sénior/ Sénior Drilling Supervisor (Nigth Company Man)
Perfil da Função:
• Bacharelato em Engenharia de Perfuração
• Experiência comprovada como Engenheiro ou Técnico Superior
• Mínimo 3-5 anos de experiência de trabalho em operações de sondagem
Competências:
• Experiência em supervisão de operações de sondagem e supervisão de Poços de Petróleo
• Experiência em Manutenção de Equipamentos e suporte Técnico
• Conhecimento de operações de sondagem e seu funcionamento
• Experiência em Serviços de Perfuração
C. Engenheiro de Perfuração e Conclusão de Poços (Wellsite Drilling & Completion Engineer)
Perfil da Função:
• Bacharelato em Engenharia de Perfuração e conclusão de poços
• Experiência comprovada como Engenheiro ou Técnico Superior
• Mínimo 5-8 anos de experiência de trabalho em operações de sondagem e conclusão de poços
Competências:
• Experiência em estudos de tecnologias e produção, design de caixas, cimento, perfuração e con-
clusão de poços e fluídos.
• Experiência no suporte das operações hidráulicas e geomêcanicas avançadas.
• Conhecimento de operações de sondagem e seu funcionamento
• Experiência em Serviços de Perfuração
D. Engenheiro Supervisor de Perfuração Sénior/ Sénior Drilling Engineer (Project Engineer)
25
PUBLICIDADE
(501.381a)
Perfil da Função:
• Bacharelato em Engenharia de Perfuração
• Experiência comprovada como Engenheiro ou Técnico Superior
• Mínimo 3-5 anos de experiência de trabalho em operações de sondagem
Competências:
• Experiência em supervisão de operações de sondagem
• Experiência em Manutenção de Equipamentos, e suporte Técnico
• Conhecimento de operações de sondagem e seu funcionamento
• Experiência em Serviços de Perfuração
E. Engenheiro Supervisor de Perfuração Sénior/ Sénior Drilling Engineer (Project Engineer)
Perfil da Função:
• Bacharelato em Engenharia de Perfuração
• Experiência comprovada como Engenheiro ou Técnico Superior
• Mínimo 3-5 anos de experiência de trabalho em operações de sondagem
Competências:
• Experiência em supervisão de operações de sondagem
• Experiência em Manutenção de Equipamentos e suporte Técnico
• Conhecimento de operações de sondagem e seu funcionamento
• Experiência em Serviços de Perfuração
Responsabilidade das Funções:
• Supervisionar as operações nas sondas e poços de Petróleo
• Fazer manutenção dos equipamentos e acompanhar o seu desempenho
• Suporte Técnico, administração diária e coordenação da organização das operações
• Estudos de tecnologia de produção, suporte nas operações e geomecânicas avançadas
CONTACTOS:
Os candidatos interessados deverão enviar os CV’s via
Email: rh.admin@nvs-angola.com
e/ou responderem as candidaturas publicada no Site: www.goodjob.co.ao
(1549)
26 SOCIEDADE
HOMICIDA ESTÁ A SER PROCURADO PELO SIC EM LUANDA
Homem matou esposa e
enterrou o corpo na rua
Segundo as autoridades policiais, o acusado já tem cadastro
criminal por causa de agressões físicas contra a mulher
Operativos do SIC fazem diligências para prender um homem acusado de matar a esposa
André da Costa
O Serviço de Investigação
Criminal continua a efectuar
diligências no sentido de
prender e levar à Justiça o
homem já identificado que
matou a esposa com golpes
de martelo, desferidos na
cabeça, no dia 31 de Outubro,
no bairro Chimbicato, no
Centralidade já tem Posto
de Saúde e Esquadra da Polícia esperança para a reconciliação
Mário Clemente | Bengo
O Ministério do Ordena-
mento do Território, Urba-
nismo e Habitação procedeu,
na sexta-feira, à entrega ao
Governo da Província do
Bengo, de dois edifícios, com
oito apartamentos cada, para
o funcionamento provisório
de um posto policial e um
Centro de Saúde, na Centra-
lidade do Capari, em Caxito.
A instalação destes dois
serviços sociais, naquela
centralidade é uma resposta
às constantes reclamações
dos moradores que percor-
rem longas distâncias para
receber os serviços básicos
de saúde e segurança pública.
O chefe de Departamento
de Normas, Metodologias e
Tecnologias do Ministério
do Ordenamento do Terri-
tório, Urbanismo e Habita-
ção, Arnaldo Neto, disse,
durante a entrega, que as
infra-estruturas adaptadas
para acolher a Polícia Nacio-
nal e o Centro de Saúde local
Distrito Urbano da Camama,
em Luanda, e que continua
em fuga.
De acordo com uma fonte
do Serviço de Investigação
Criminal, o crime ocorreu
no interior de uma residência
familiar, depois de o casal
travar uma forte discussão,
seguida de agressão física,
com recurso a um martelo,
que só parou depois da morte
da mulher.
CAPARI
Crentes chamados a viverem na
são provisórias. Arnaldo
Neto afirmou que há a
necessidade de se construir
instalações de carácter defi-
nitivo, para ajudar os habi-
tantes da centralidade e
arredores a usufruirem des-
tes dois serviços sociais
essenciais para a população.
A segunda comandante
municipal da Polícia Nacional
em Caxito, Helena Vaz de
Almeida, disse que as infra-
estruturas para a corporação
naquela centralidade “já
deviam estar contidas na fase
de projecção da urbanização,
visto que os efectivos policiais
devem estar preparados para
qualquer eventualidade”.
De acordo com a segunda
comandante municipal de
Caxito da Polícia Nacional,
os apartamentos para o posto
policial ou esquadra, se assim
forem dimensionados, sofre-
rão alterações técnicas, em
função da quantidade de
moradores que vivem na
centralidade do Capari.
O representante do Gabi-
EDIÇÕES NOVEMBRO
Depois de matar a mulher,
o homicida manteve o corpo
da vítima no quarto onde dor-
miam, em casa da sua mãe,
onde viveram durante dois
anos, e por volta das 4 h00,
saiu, cavou um buraco, numa
zona baldia, nas redondezas,
e enterrou-o.
A fonte do Serviço de
Investigação Criminal disse,
ao Jornal de Angola, que o
homicida tem antecedentes
nete Provincial da Saúde no
Bengo, André Pedro, declarou
que “a entrega do edifício
constitui uma mais-valia,
uma vez que quando se
estruturou a centralidade não
foi concebido um espaço para
uma unidade sanitária”.
“O funcionamento será
para breve, dado o clamor
da população, visto que este
serviço tinha de ser para
ontem, uma vez que nesta
circunscrição apenas há um
posto do Tipo 2, que está no
outro lado do Musseque
Capari, mas estando agora
aqui, o que é benéfico, dentro
de alguns dias, vamos ter já
os técnicos e os equipamen-
tos para arrancar”, disse.
Joaquim Afonso, um dos
moradores da centralidade,
disse que com a implemen-
tação destes serviços, como
o da Polícia Nacional, haverá
maior proximidade e vai aju-
dar a reduzir o índice de cri-
m i n a l i d a d e q u e s e te m
intensificado nos últimos
tempos naquela região.
criminais de violência física
contra a esposa, situação que
o levou à cadeia, mas nos
últimos 15 dias, estava em
liberdade concedida pelo
Ministério Público.
A mãe do homicida e pro-
prietária da residência, Maria
da Silva, explicou que o casal
teve uma discussão e o filho,
enfurecido, desferiu golpes
de martelo na cabeça da nora,
causando-lhe morte imediata.
A falecida deixa uma criança
órfã e familiares muito revol-
tados com o sucedido.
Maria da Silva, contou que
os factos ocorreram na sua
residência, mas não se aper-
cebeu do caso, porque estava
ausente a trabalhar e só soube
após regresso a casa, altura
em que o filho “saiu para se
livrar do cadáver, por volta
das 4 horas”.
Explicou que o cadáver
permaneceu no quarto do
casal, até àquela hora, supos-
tamente para que as pessoas
não se apercebessem da
morte da mulher, situação
que chocou os residentes no
bairro Chimbicato e a socie-
dade em geral, devido à forma
violenta do crime cometido.
Fonte do Serviço de Inves-
tigação Criminal disse que
caso venha a ser detido, ser-
lhe-á aberto um processo-
crime, que será enviado para
o Ministério Público, com
vista a legalização da prisão,
e, posteriormente, levado a
Tribunal a fim de ser julgado.
O jurista Domingos Betico
disse, ao Jornal de Angola,
que o crime de homicídio
qualificado, plasmado no
Código Penal, é punível com
uma pena que vai de 20 a 24
anos de prisão.
A fonte do SIC apelou aos
cidadãos no sentido de evi-
tarem cometer acções de
violência física, uma vez que
constitui crime, passível de
pena de prisão.
FREI MIGUEL CHACACHAMA
Mazarino da Cunha
Crentes católicos da provín-
cia de Luanda foram, sábado,
“chamados a viver em espe-
rança e compromisso com
Deus, de modo a alcançarem
a reconciliação entre as famí-
lias e a sociedade”.
O pedido sobre “a vivência
na esperança e no compro-
misso com Deus” foi feito
pelo pároco da Igreja dos
Remédios, frei Miguel Cha-
cachama, durante a cele-
bração do Dia dos Finados,
assinalado no sábado.
Frei Miguel Chacachama,
que celebrava, no Cemitério
do Alto das Cruzes, a missa
disse que “o crente católico
e outros devem viver em
esperança e com compro-
misso com Deus, por forma
a retribuir o mal com o bem
e não o mal com o mal”.
O prelado declarou que “o
crente, que vive de acordo
com os padrões do cristia-
nismo, ou seja, na fé em Cristo,
não pode ter medo da recon-
ALERTA
OMS diz que carnes processadas são um risco para o cancro
Consumo de enchidos
causa risco de cancro
Um estudo publicado no
“International Journal of
Cancer” confirma para o que
a Organização Mundial da
Saúde (OMS) já tinha aler-
tado. O consumo de carne
processada é um factor de
risco de cancro, em parti-
cular da mama. Segundo os
investigadores, as mulheres
que ingeriram altos níveis
deste tipo de carne, como
bacon e salsichas, têm mais
9 por cento de risco de con-
trair cancro da mama do
que comem pouco esse tipo
de alimento.
Os investigadores citados
pela BBC, dizem que o risco
é baixo, já que os nove por
cento significam um caso
em cada 100.
Os autores do estudo, a
principal das quais é Maryam
Farvid, da Escola de Saúde
Pública TH Chan de Harvard,
nos Estados Unidos, apenas
associaram o aumento do risco
de cancro à carne processada
e não à carne vermelha.
Também a OMS incluiu a
carne processada na lista de
ciliação, mas sim deve ser o
promotor da paz entre os
povos de nações diferentes”.
A celebração do também
chamado Dia dos Defuntos,
disse, é uma tradição que
teve início no século V e, por
isso, solicitou aos cristão a
reterem a data como uma
ocasião propícia à reflexão
da vida.
O frei considerou o dia 2
de Novembro um momento
particular para comunicar
com os nossos ente queridos
e procurar viver, cada vez
melhor, de acordo com os
padrões que dignificam a
pessoa humana.
Entre os vários animais,
referiu o frei Miguel Chaca-
chama, o homem é o único
que tem a crença em Deus
e, procura, a cada dia, encon-
trar o verdadeiro sentido da
vida, vivendo sob princípios
diversos.
“Não podemos ter medo
da re conciliação , muito
menos ignorar o sofrimento
daqueles que necessitam de
Segunda-feira
4 de Novembro de 2019
DR
alimentos com risco elevado
de provocar cancro do intes-
tino humano.
A carne processada é
aquela que é modificada para
ampliar o seu prazo de vali-
dade ou alterar o sabor,
geralmente defumando,
curando ou adicionando sal
ou conservantes.
Ne ste pro ce ss o e stão
incluídos alimentos, como
o bacon, salsichas, salame,
carne enlatada, chouriço,
fiambre e presunto.
O estudo, que abrangeu
mais de um milhão de mulhe-
res, mostrou uma ligação
entre o consumo deste tipo
de carne e o risco de cancro
da mama.
Por exemplo,no Reino
Unido, o consumo de nove
gramas por dia foi considerado
alto e mais potenciador do
risco. Mas os investigadores
alertam, também, que além
do consumo da carne pro-
cessada, as mulheres poderão
ter outros comportamentos
que aumentam a possibilidade
de vir a desenvolver cancro.
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Frei Miguel Chacachama
durante a homilia sábado
ajuda. Temos de combater
o ódio e semear o amor”,
defendeu o padre.
A crente Paula dos Santos,
que limpava a campa do pai,
disse ao Jornal de Angola
que o 2 de Novembro é uma
data com significado pro-
fundo, porque “coloca na
vida o momento de ligação
com todos que já partiram”.
SOCIEDADE Segunda-feira
4 de Novembro de 2019 27
TERTÚLIA ATENDIMENTO MÉDICO
BIÉ
EDSON FABRIZIO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Cooperativa
junta membros
e fala do poder
Multiperfil regista baixo
dos mentores
Edna Mussalo
índice de mortalidade
A instituição realiza entre os dias 6 e 7 um congresso
Cerca de duas dezenas de jor-
nalistas reuniram-se sábado, internacional de Ciências da Saúde, com o objectivo de fazer
em Luanda, numa tertúlia, uma avaliação do estado actual do sector no país
em que os destaques foram
os depoimentos de Luísa Estabelecimento Prisional do Cuito realiza formação DR

Rogério e Ladislau Silva, vete-

ranos membros da classe,
que deram a conhecer os
meandros das respectivas
carreiras profissionais.
Promovida pela Coopera-
tiva de Jornalistas Angolanos
(CJA), o evento com o tema
“O poder dos mentores”, teve
como primeiro orador Ladislau
Silva que narrou o percurso
iniciado na Rádio Nacional
de Angola (RNA), em Maio
de 1977, tendo nessa altura
sido um dos rostos do cam-
peonato infantil “Caçulinhas
da bola”.
DOMBELE BRNARDO | EDIǺOES NOVEMBRO
Ladislau Silva revelou todo
o seu percurso profissional
Na RNA, Ladislau Silva
apresentou vários programas,
entre eles o “Dia-a- dia na
cidade”, “Manhã de Domingo”
e “Dia Novo”, só para citar
estes, tendo ao longo do per-
curso trabalhado com reno-
mados jornalistas da época,
nomeadamente Luísa Fan-
çony, Rui de Carvalho, Alde-
miro da Conceição, Júlio Silva,
João Melo e muitos outros.
O veterano jornalista con-
tou ainda sobre a passagem
pela Televisão Pública de
Reclusos querem
aprender profissões
Matias da Costa | Cuito
Uma acção formativa nas componentes de superação
profissional e académica, está a ser desenvolvida no
Estabelecimento Prisional do Cuito, com vista a habilitar
os participantes com conhecimentos fundamentais,
para o êxito no processo de reabilitação, humanização
e reintegração social dos reclusos.
No âmbito das jornadas alusivas ao 45º aniversário
da Independência Nacional, os reclusos daquele Esta-
belecimento Prisional defendem que aquela população,
na maior parte jovem, deve ser capacitada para prestar
melhor contributo à sociedade.
Sob o lema “Unidos pelo Desenvolvimento de Angola”,
os reclusos estão a ser submetidos a uma acção de for-
mação nas áreas de serralharia, carpintaria, mecânica, Especialista diz que a Multiperfil tem cumprido com o processo de Triagem de Manchester
canalização, electricidade e outras valências leccionadas
no Estabelecimento Prisional do Cuito.
Florentino Jess, que cumpre pena de prisão, mos- Edivaldo Cristóvão poníveis. “O Banco de Urgên- O director de Docência e Pós-
trou-se satisfeito com a acção formativa que está a ser cia da Multiperfil atende sem- graduação da Multiperfil disse
desenvolvida no Estabelecimento Prisional do Cuito, Em cada mil pacientes inter- pre primeiro o paciente e só que o objectivo da instituição
afirmando ter exemplos de antigos colegas de cela, que, nados na Clínica Multiperfil, depois é que cobra os custos é chegar a um atendimento
hoje em liberdade, contribuem de forma positiva para em Luanda, menos de um por do tratamento. Os doentes de qualidade e excelência.
uma sociedade melhor, com a realização de actividades cento deste número acaba por são classificados de acordo Mas para isso, os pacientes
onde se consegue alguma rentabilidade financeira. falecer, o que corresponde a com o estado de gravidade, têm de ter um atendimento
Para ele, o processo de formação ali implementado, uma taxa de mortalidade den- através de pulseiras de dife- que os deixa satisfeitos.
“tem sido a porta de oportunidades para que os reclusos tro dos padrões internacionais, rentes cores. A qualidade “ Hoj e o atendimento
consigam tocar para frente a vida em liberdade”. respeitando a Triagem de do atendimento é medida médico não é medido apenas
Morais Chissingui, outro recluso, confirma ter adqui- Manchester disse, ao Jornal desde a sua entrada até ao em números, ou seja, pela
rido novas valências na cadeia do Cuito, estando de Angola, o responsável pela momento de ser consultado quantidade de doentes aten-
formado na área de canalização. Segundo ele, aguarda área de Docência e Pós-gra- pelo médico, num período didos e melhorados, mas
apenas pela soltura para definir o melhor caminho a duação da instituição. exigido pela Triagem de também pela qualidade do
seguir na sociedade. Manuel Rocha explicou Manchester, que é de menos serviço prestado”.
O director provincial do Serviço Penitenciário do que os casos de mortes na um minuto, para os casos Manuel Rocha reconhece
Bié, subcomissário Pascoal Borges, disse que a instituição Multiperfil estão divididos em mais graves”, garantiu. que para se chegar à exce-
vai continuar a prestar solidariedade em prol da população extra hospitalar, que ocorrem Manuel Rocha explicou lência não é fácil, é um pro-
penal, correspondendo com os eixos de desenvolvimento dentro de 24 horas e intra hos- que a Multiperfil tem cum- cesso longo, que deve ter em
que se pretende. pitalar, que acontecem depois prido com a Triagem de conta o sistema de atendi-
de um dia. “A taxa de mor- Manchester, mas não se pode mento, as condições materiais
talidade está dentro dos afirmar isso de forma cate- e do próprio homem. Todas
padrões internacionais, górica, porque implica mui- essas partes têm de estar em
sendo inferior a um por tos pressupostos. Por isso, consonância e trabalhar de
PERISCÓPIO cento, em cada mil interna-
mentos”, referiu. O director
nenhum hospital do país
tem condições de afirmar
forma concertada.

Angola (TPA), no “Programa

Kutonoka”, bem como em
várias séries televisivas, sem
esquecer a função de adido
de imprensa da Embaixada
de Angola, no Canadá.
Luísa Rogério, que já leva
quase 35 anos de serviço no
Jornal de Angola, narrou que
iniciou a carreira aos 16 anos,
por incentivo de uma profes-
sora e com a ajuda da mãe,
ingressou na empresa, come-
çando por se adaptar na
Redacção, mas não escondeu
o machismo e preconceito
reinantes na altura.
A presidente do Conselho
Directivo da Cooperativa de
Jornalistas, Sara Fialho, disse
que as tertúlias serão realizadas
de três em três meses e visam
congregar e reunir a classe.
A “Tertúlia de Jornalistas”
pretende aproximar profis-
sionais da comunicação social
e demais interessados, pos-
sibilitando a troca de expe-
riências e a promoção da auto
sustentabilidade.
Edna Mussalo
Novas técnicas de vigarice
Luciano Rocha
A pedinchice, nas mais varia-
das formas, que a imaginação
consegue engendrar, actua-
lizou processos, em Luanda,
não se apresenta andrajosa,
nem estende a mão ou apre-
senta mazelas, usa, até, roupas
de marca.
A pedinchice moderna é
constituía por “azarados” a
quem o malvado depósito de
gasolina fica, amiúde, “ines-
peradamente vazio” ou, ao
mesmo ritmo , tem furado e
o sobresselente está em casa
e, ainda, “recém-saídos” de
hospitais, de carteira vazia,
mas gordas receitas a aviar
na farmácia.
Em versões mais modestas,
há as “mães” de “gestações”
quase ininterruptas, sem avo-
lumar de ventres, umas atrás
das outras, sempre com filhos
bebés que nunca se vê crescer.
À frente delas um cartão com
frases como “temos fome”.
E as listas de avios de mer-
cearia, com quantidades espe-
cificadas, não raro, com
sugestões de marcas e alertas
aos candidatos a beneméritos
quanto a saldos, mas, igual-
mente, prazos de validade
expirados ou prestes a estarem.
Neste caso, a pedinchice é
feita por grupos, com os ele-
mentos que os formam,, apa-
rentemente desligados uns
dos outros, com tarefas dis-
tintas. Por exemplo, um pede
um pacote de arroz ou massa,
outro, lata de atum, um ter-
ceiro, óleo e tomate, um quarto
cebola e, por aí adiante.
Estas engenhosas formas
de cravar, como doença
peçonhenta, tem vindo a
crescer em Luanda e, pelos
vistos, hão-de continuar.
Que imaginação de vigarista
não tem limites.
disse que a clínica tem 132
médicos, 402 enfermeiros e
148 técnicos de diagnóstico
e terapêutica e garantiu que
o quadro do pessoal corres-
ponde com a procura.
Na quarta e quinta-feira,
a Clínica Multiperfil realiza o
5º Congresso de Ciências da
Saúde, sob o lema “Quali-
dade e Excelência”. Durante
os dois dias vai demonstrar
o estado actual do sector no
país, bem como colher expe-
riências internacionais, com
a participação de cerca de
1.000 especialistas, entre
angolanos, brasileiros, por-
tugueses e cubanos.
De acordo com a fonte, a
Multiperfil recebe em média
diária, no Banco de Urgência,
mais de 200 pacientes, mas
em épocas de chuvas pode
chegar até 400, enquanto na
Consulta Externa o atendi-
mento fica em cerca de 500.
A capacidade de interna-
mento é de 118 pacientes,
entre adultos e crianças. A
pediatria tem 24 camas dis-
que cumpre.
Na quarta
e quinta-feira,
a Multiperfil realiza
o 5º Congresso de
Ciências da Saúde,
sob o lema
“Qualidade
e Excelência”,
para demonstrar
o estado do sector
no país
“Estamos no bom caminho,
porque os indicadores per-
mitem sermos comparados
com alguns centros mundiais
em termos de atendimento”.
Referiu que o planeamento
estratégico da Multiperfil é
avaliado com indicadores
todos os meses e quando
alguma coisa não corre bem
é logo rectificado.
O sector da qualidade está
sempre atenta aos défices,
prevenindo os riscos prováveis.
Gestão hospitalar
O director garantiu que o sis-
tema de gestão hospitalar da
Multiperfil, que existe desde
2006 e tem sido actualizado
constantemente, também
serve como parte integrante
da excelência, porque o
paciente é monitorizado desde
o momento em que entra na
clínica até à assistência médica
e medicamentosa.
Referiu que este controlo
faz com que diminua a pos-
sibilidade de riscos no
doente, uma vez, uma vez
que a comissão de segurança,
prevê as situações que pos-
sam ocorrer com o doente
durante o atendimento, de
forma a evitar erros.
A malária continua a ser
das doenças mais frequentes
na Multiperfil, apesar de ter
outras infecciosas como o VIH
e doenças cardiovasculares.
O director disse não haver
problemas de logística na clí-
nica, nem com medicamentos
nem com material gastável e
outros utensílios.
28 Segunda-feira
4 de Novembro de 2019

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TERCEIRA REGIÃO TRIBUTÁRIA

(Luanda e Bengo)

AVISO DE APREENSÃO N.º 80

A Terceira Região Tributária avisa aos importadores abaixo indicados que, nos termos do artigo 509.º, n.º 1, alínea b), conjugado com os artigos 512.º e 481.º todos, do Código
Aduaneiro, procedeu à apreensão das mercadorias demoradas abaixo indicadas:

CENTRO LOGÍSTICO ADUANEIRO - KM 33 VIANA

LOTE DESCRIÇÃO DA MERCADORIA IMPORTADOR ETIQUETA/Nº DATA DE CHE- VOO VOLUME

SEPARADO GADA
44 DAPTPAL/17 Chinelas Pedro Frederico 038788 27/12/16 DT-746 01 Vol
45 DAPTPAL/17 Chinelas Pedro Frederico 038789 27/12/16 DT-746 01 Vol
46 DAPTPAL/17 Chinelas Pedro Frederico 038791 27/12/16 DT-746 01 Vol
47 DAPTPAL/17 Chinelas Pedro Frederico 038792 27/12/16 DT-746 01 Vol
48 DAPTPAL/17 Chinelas Francisco Titi M 721742 05/10/16 DT-746 01 Vol
49 DAPTPAL/17 Chinelas, Vestidos e Desodorizante Obim Naeme 079291 19/10/16 DT-746 01 Vol
50 DAPTPAL/17 Chinelas Francisco Titi M 721741 05/10/16 DT-746 01 Vol
51 DAPTPAL/17 Óculos, Carteiras e Bolsas Manuel Júlio José 819614 03/11/16 DT-653 01 Vol
52 DAPTPAL/17 Películas de Telefones e Cinto Nsezambo 181853 25/03/16 KQ-770 01 Vol
53 DAPTPAL/17 Piscinas Plásticas e Boias Joaquim António 965277 27/12/16 ------ 01 Vol
54 DAPTPAL/17 Frascos de Creme Corporal Pana Ivam 786966 24/10/16 DT-746 01 Vol
55 DAPTPAL/17 Tesouras de Corte, Discos de Cortes e Pacote c/ Carvão Wang 589781 05/10/16 SA-054 01 Vol
56 DAPTPAL/17 Cx. c/ Discos, Tinta, Rolos de Lixa e Veio de Roscas Hu 064821 11/03/16 KQ-770 01 Vol
57 DAPTPAL/17 Batentes da Porta ------ SL-045110 ------- ------ 01 Vol
58 DAPTPAL/17 Embalagem de Convites Dung 381696 ------- KQ-770 01 Vol
60 DAPTPAL/17 Cerca Eléctrica Augusto Isabel 592825 27/11/16 DT-578 01 Vol
61 DAPTPAL/17 Mantas, Toalhas e Roupa Diversa Encos 301631 10/09/16 SA-054 01 Vol
62 DAPTPAL/17 Peças de Tecidos Dialó 838079 04/06/16 ------ 01 Vol
63 DAPTPAL/17 Ligaduras, Gazes e Aparelhos Médico Conceição Adriano 343952 29/06/16 DT-746 01 Vol
64 DAPTPAL/17 Calçados Júlio Rodrigues 106640 21/04/16 DT-746 01 Vol
65 DAPTPAL/17 Factos Desportivos Makimba Pessiali 357613 03/07/16 DT-578 01 Vol
66 DAPTPAL/17 Embalagem de Papel e Toalhas de Mesa Trigu 179275 24/08/16 KQ-770 01 Vol
67 DAPTPAL/17 Trampolim (Pula-pula) Camacho 534594 03/03/16 TP-289 01 Vol
68 DAPTPAL/17 Sacos Plásticos ------- 68585 -------- ------ 01 Vol
69 DAPTPAL/17 Roupas Balsa Blacaim 719054 07/07/16 AT-291 01 Vol
70 DAPTPAL/17 Batas Brancas Mbangue 211070 15/07/16 KQ-770 01 Vol
71 DAPTPAL/17 Material de Canalização Hoang 016598 04/03/16 KQ-770 01 Vol
72 DAPTPAL/17 Rolo de Cabo Estêvão Fortunato 576587 01/03/16 DT-578 01 Vol
73 DAPTPAL/17 Carteiras de Senhoras Daniel Erik 691393 14/01/16 AF-57 01Vol
74 DAPTPAL/17 Batas Brancas Mbangui 211067 15/07/16 KQ-770 01 Vol
75 DAPTPAL/17 Liquidificador Massango Luísa 514936 03/11/16 DT-651 01 Vol
76 DAPTPAL/17 Material para Cerca Eléctrica Pinto Esperança 694057 20/12/16 ------ 01 Vol
77 DAPTPAL/17 Equipamentos Desportivos Makimba Persiali 357614 03/07/16 DT-578 01 Vol
78 DAPTPAL/17 Acessórios de Telefones Wei Wang 191853 06/03/16 KQ-770 01 Vol
79 DAPTPAL/17 Livros Miguel Motane 187566 28/12/15 SA-054 01 Vol
80 DAPTPAL/17 Calções Desportivos Batista Emilsa 694719 20/12/16 DT-578 01 Vol
82 DAPTPAL/17 Escova de Dentes, Pepsodente, Cremes e Bomba p/ Aquário Tran 014740 11/11/2016 KQ-770 01 Vol
83 DAPTPAL/17 Carteiras para Senhoras e Chinelas Havaianas Trocadas Ngoma Rebeca 007695 21/03/16 DT-742 01 Vol
84 DAPTPAL/17 Roupa para Bebé e Adulto Malumanioc A & Filhos 205248 08/12/16 DT-746 01 Vol
85 DAPTPAL/17 Roupa Diversa António 078207 13/07/16 DT-651 01Vol
86 DAPTPAL/17 Roupa e Cigarros Ngo 157533 23/03/16 KQ-770 01 Vol
87 DAPTPAL/17 Guarda Chuva e Cabides de Madeira Branca Oliveira 009005 22/03/16 DT-651 01 Vol
88 DAPTPAL/17 Frascos de Perfumes, Cremes, Sabonete e Pepsodente Barry 452689 26/10/16 SA-054 01 Vol
89 DAPTPAL/17 Peças de Tecido e Lenços -------- -------- 29/12/16 W-30362 01 Vol
91 DAPTPAL/17 Livros Diversos Taleby 740250 10/10/16 AT-746 01 Vol
92 DAPTPAL/17 Embalagem de Sacos Plásticos Sílvia ------- ------- ------- 01 Vol
93 DAPTPAL/17 Balastros, Chizatos, Lâmpadas, Pilhas Pequenas e Grandes, Cloro, Furador, Mangueira, ------- 556019 10/02/17 AT-291 01 Vol
Óleo do Motor, Luvas de Plásticas e Filtros
94 DAPTPAL/17 Malas Santos Hirondina 427202 21/06/16 AT-291 01 Vol
95 DAPTPAL/17 Malas Kandila Maria Isabel 047818 04/03/16 SA-054 01 Vol
96 DAPTPAL/17 Brindes de Casamento, Embalagem de Sacos, Panos de Decoração, Alfinetes, Velas, Fátima Maria 152712 06/05/16 DT-651 01 Vol
Convites e Colares

O prazo para a interposição do recurso hierárquico com fundamento na não susceptibilidade do confisco das mercadorias apreendidas, é de dez (10) dias úteis, contados
da data da publicação do presente aviso, conforme preceitua o artigo 514.º do Código Aduaneiro.

As mercadorias apreendidas estão sujeitas a confisco, no caso de não ser interposto, no prazo fixado o recurso a que se refere o parágrafo anterior.

Terceira Região Tributária, em Luanda, aos 17 de Outubro de 2019

A DIRECTORA REGIONAL
Eurídice Cristina F. Bárber A. Alves
(1.626)
CULTURA
4 de Novembro de 2019
Simbolismo inequívoco da
premiação de Alberto Teta Lando
Revalorização do património artístico pode contrariar o risco de banalização do galardão
e outros nomes da história da Música Popular Angolana poderão ser merecedores da distinção
Jomo Fortunato
Distinguido com o “Disco de
Ouro” em 1974, pela Com-
panhia de Discos de Angola
(CDA), de Sebastião Coelho,
com o LP “Independência”,
Teta Lando representa o sim-
bolismo da musicalidade pro-
verbial e linguística da Música
Popular Angolana (MPA).
Teta Lando iniciou a carreira
musical em 1962, somando-
se onze anos desde a data da
sua morte, 2008, caracterizada
por uma vida conturbada e
intensamente confinada à
música. Cantor e compositor
de inequívoco mérito, Teta
Lando foi uma criança normal
no seu tempo, e a mãe, que
extraía acordes num velho
acordeão, terá exercido forte
influência, não propositada,
na criança que, anos depois,
veio a trilhar um dos caminhos
mais gloriosos da história da
Música Popular Angolana.
Teta Lando lembrou que,
quando criança, cantava em
festas escolares de fim de
ano, numa altura em que os
pais, professores e amigos
haviam detectado uma evi-
dente propensão para o canto,
tendo aprendido, muito cedo,
a extrair sons audíveis numa
harmónica, primeiro ins-
trumento musical em que
se afeiçoou, que agradava
quem o ouvia.
Domingos Van-Dúnem,
eminente homem de cultura,
escreveu o seguinte sobre
Teta Lando: “Teta Lando
encarna o querer que per-
sonifica o homem lutador,
que percorre os caminhos
da vida com espírito decisivo,
contornando atropelos rom-
pendo incompreensões, des-
truindo invejas e acariciando
males. Em miúdo, os vizinhos
não compreendiam que filho
de pais ricos, da linhagem
directa do reino do Kongo,
preferisse o canto ao canudo
“ESCRITOR DO MÊS”
Obra e vida de Uanhenga Xitu no Camões
O trabalho feito por Uanhenga
Xitu em prol da preservação
dos costumes da tradição oral,
descritos em muitos dos livros
publicados, são recordados
hoje, às 10h00, no Camões -
Centro Cultural Português,
em Luanda, em mais uma
edição do projecto “Escritor
do Mês”.
O autor, que é o homena-
geado da 22ª edição do pro-
jecto, volta a ser recordado
no dia 25, às 10h00, ainda no
Segunda-feira
CÂNONE LITERÁRIO E DESAFIOS DA INDÚSTRIA EDITORIAL
de medicina, direito ou enge-
nharia. A mãe, dolorosamente
esmagada pela morte do pai,
pelo sonho da independência,
perplexa, reflectiu e, final-
mente entendeu que o canto
é a gota sagrada que dulcifica
corações emperdenidos...”
No d i a 1 2 d e Ma i o d e
2006, Teta Lando assumiu
a direcção da UNAC, União
Nacional dos Artistas e Com-
positores, desenvolvendo
um trabalho associativo de
suma importância para a
melhoria das condições
sociais da classe artística.
Filho de Alberto Teta Lando
e de Maria da Conceição San-
tos Teta, Alberto Teta Lando
nasceu em Mbanza Kongo,
capital da província do Zaire,
no dia 2 de Junho de 1948 e
morreu no dia 14 de Julho de
2008, em Paris, vítima de
cancro. Teta Lando privilegiou
os provérbios e a filosofia
existencial bakongo, nas suas
canções cantadas em Kikongo.
Política
Figura emblemática do período
da música de intervenção em
1974, emparceirando, pela
qualidade textual e alcance
estético da sua obra, com Carlos
Lamartine, Bonga, Rui Mingas,
Ngola Ritmos e Tonito, Teta
Lando gravou “Angolano segue
em frente” e disse que valeu
a pena escrever temas de
índole política, pois que, argu-
mentou: “não sou uma pessoa
que se arrependeu do que fez.
Tudo quanto fiz, serviu-me
de alguma coisa e teve sempre
o seu lado positivo. Respeito
e acho que valeu a pena porque
senti e achei que devia par-
ticipar naquela altura e par-
ticipei. Não estou de forma
nenhuma arrependido, muito
pelo contrário”.
Propaganda
Teta Lando distinguia o texto
musical panfletário e propa-
Camões, como forma de pas-
sar e recordar aos jovens o
legado deixado pelo criador
de “Vozes na Sanzala” e “Os
Discursos do Mestre Tamoda”.
O projecto foi criado
pelo Camões como forma
de promover a leitura e
divulgar os autores de lín-
gua portuguesa. Para tal,
foi instituído um “Núcleo
de Leitura”, com tarefa de
revisitar alguns autores con-
sagrados da lusofonia, com
Teta Lando representa o simbolismo da musicalidade proverbial e linguística da MPA
gandístico da música de inter-
venção política, propriamente
dita. Enquanto a primeira
aplaude , cegamente, os dita-
mes de determinadas forma-
ções políticas, a segunda visa
a mudança e contrapõe-se
aos poderes em presença, o
que aconteceu, amiúde, de
forma explícita em Angola no
período que antecedeu a inde-
pendência.Teta Lando sus-
tentou um argumento à volta
da sua propensão para escrever
canções de cariz político e
social: “Para quem faz música
ou poemas que reflectem o
quotidiano do nosso povo,
dificilmente consegue escapar
a influência política directa,
ou seja, tudo na vida é política.
Essa política engajada, essa
política directa que a gente
conhece. Mesmo durante o
tempo colonial, sempre houve
composições de teor político
embora a estrutura textual
das composições fosse enco-
berta. Em 1969, gravei o tema
“Deus tira os feiticeiros da
o apoio de jovens, sobretudo,
estudantes universitários e
pré-universitários.
Uanhenga Xitu é o nome
do ficcionista angolano
Agostinho André Mendes
de Carvalho, nascido em
Calomboloca, Icolo e Bengo,
a 29 de Agosto de 1924. Era
enfermeiro de profissão.
Militante do MPLA, foi preso
pela PIDE em 1959, por acti-
vidades políticas, que visa-
vam a independência de
minha terra”, uma canção
que já acusava, na sua inten-
ção, um impacto político
directo. Contudo, só em 1975
o engajamento político come-
çou a ser mais directo e já se
podia compor directamente,
o assunto e as nossas inquie-
tações políticas. Claro que
essa fase foi mais turbulenta
e mais propícia ao engaja-
mento político dos artistas e
eu, explicou Teta Lando, não
pude escapar a essas influên-
cias, mesmo quando, depois,
decidi viver fora do país. É
justo recordar que muito antes,
os temas “Semba de Angola”,
“Mamã grande” e “Tia Chica”,
a última esposa do senhor
Manuel, colono, que, depois
de rico, a abandona, possuem
um teor político directo,
mesmo sem estar expresso”.
Exílio
Durante o período de exílio,
em 1975, Teta Lando passou
pela Alemanha, 1976, e fixou
residência em França, 1980.
Angola e, de 1962 a 1970,
esteve preso no campo de
concentração do Tarrafal
em Cabo Verde.
O escritor faleceu em
Luanda, a 13 de Fevereiro de
2014, por motivos de doença.
Ao longo da vida publicou
livros como “Meu Discurso”,
“ B o l a C o m Fe i t i ç o ” ,
“Manana”, “Os Sobreviven-
tes da Máquina Colonial
Depõem”, “O Ministro” e
“Cultos Especiais.
DR
A sua passagem pela Europa
alterou os contornos técnico-
estilísticos da música que
veio a produzir depois, “Não
posso considerar que tenha
havido uma alteração de raiz
mas é justo referir que as har-
monias passaram a ser mais
ricas”, reconheceu.Sobre o
tema “Kimbemba”, uma
música rica do ponto de vista
harmónico e anterior à sua
permanência na Europa, Teta
Lando disse o seguinte: “hoje
quando oiço o “kimbemba”
tenho a tentação de mexer
alguma coisa, em termos de
harmonia, porque os conhe-
cimentos que possuo hoje,
permitem-me pensar que a
melodia seria muito mais rica
se lhe acrescentasse alguns
acordes. Bom, mas isto são
tentações que tenho. Todavia
nunca corrijo aquilo que está
estabelecido, como um facto,
não gosto de corrigir, deixo
ficar assim porque é um tes-
temunho daquilo que fiz e
configura uma época”.
Uanhenga Xitu eleito Escritor do Mês de Novembro pelo Camões
29
Discografia
Teta Lando gravou pela pri-
meira vez, “Luginguluami”,
minha vivência, em 1968,
depois de uma estadia de
cinco anos em Portugal, onde
chegou em 1963. Seguiram-
se depois dois singles que
registaram os êxitos, “Um
assobio meu” e “Tata nketo”.
Em 1973, gravou a canção
“Kimbemba”, canção refe-
rencial da carreira de Teta
Lando. Um dos registos mais
importantes de Teta Lando,
no universo da canção política
militante, aconteceu em 1974,
com o álbum “Independên-
cia”, a última obra gravada
por Teta Lando antes da sua
partida para o exílio, em 1975,
em França, com o agrupa-
mento “Merengues” de Car-
litos Vieira Dias. O álbum
“Independência” foi primeiro
lançamento da CDA, Com-
panhia de Discos de Angola,
disco de ouro, e marca per-
sonalidade de um artista preo-
cupado com os destinos
políticos de Angola, entendido
como país emancipado.Ao
álbum “Independência”
seguiu-se o LP “Reunir”, 1989,
duas obras que, embora dis-
tantes no tempo, acusam uma
certa unidade temática que
se consubstancia no desejo
de progresso e concórdia entre
os angolanos. Em “Reunir”,
Teta Lando regravou o tema
“Tata nkento”, e desfilam os
temas, “Ntoyo”, “Eu vou vol-
tar”, “Reunir”, Funji de
domingo, “Mufete”, de André
Mingas, “Luauano” e “Dub
Ntoyo”. O CD “Esperanças
idosas”, 1993, último trabalho
de Teta Lando, atingiu o pri-
m e i ro luga r n o “ To p d e
África”, durante dois meses,
e foi escutado, durante três
meses, nos voos da “Air
France”. Em “Esperanças ido-
sas”, “o desempenho dos ins-
trumentistas esteve a um bom
nível”, recordou Teta lando.
DR
30 DESPORTO Segunda-feira
4 de Novembro de 2019

BAI SICASAL TRICOLORES DERRUBAM MILITARES

CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Ciclismo angolano Classificação 2018/2019

com título inédito TOTAL CASA FORA
no Tour du Faso CLUBES PT J V E D +G- PC JC V E D +G- PF JF V E D +G-
1º 1º de Agosto 27 11 9 0 2 21 6 6 4 0 1 12 3 5 4 0 1 8 4
Teresa Luís
2º Petro 26 11 8 2 1 21 6 5 5 0 0 11 2 6 3 2 1 10 4
Contra todas as expectativas, 3º A Lobito 24 11 7 3 1 14 3 5 5 0 0 9 1 6 2 3 1 5 2
a equipa de ciclismo Bai Sica- 4º R Libolo 24 11 7 3 1 16 9 5 5 0 0 9 2 5 1 3 1 5 6
sal Petro de Luanda fez his- 5º D Huíla 18 10 5 3 2 10 5 5 4 1 0 7 0 5 1 2 2 3 5
tória ontem, ao vencer a 32ª 6º Interclube 15 11 4 3 4 13 12 6 2 2 1 9 5 5 1 1 3 4 7
edição do Tour du Faso, prova 7º B Maquis 14 11 4 2 5 12 15 6 3 0 3 10 9 5 1 2 2 2 6
de estrada, categoria 2.2 da
União Internacional (UCI), 8º Sporting 14 11 3 5 3 12 12 5 3 2 0 8 3 6 0 3 3 49
disputada no Burkina Faso. 9º C Cubango 13 11 3 4 4 11 14 6 1 5 0 6 5 5 1 0 3 5 9
Num total de dez etapas, 10º Williete 13 11 3 4 4 9 13 5 2 3 0 8 5 6 1 1 4 1 8
o Petro ganhou sete, feito 11º R Caála 11 11 3 2 6 10 13 5 2 1 2 5 3 5 1 0 3 5 11
nunca antes alcançado nos 12º Sagrada 10 11 2 4 4 93 5 2 2 1 8 5 6 0 2 4 1 5
anais do ciclismo angolano. Paciência no processo defensivo garantiu aos tricolores o triunfo na visita aos rubro e negros 13º Progresso 08 10 2 2 6 7 12 4 2 0 2 3 3 6 0 2 4 4 9
Além de ocupar o pedestal
mais alto do pódio por equi- 14º Ferroviário 08 11 2 2 6 3 12 5 1 1 3 2 5 5 1 1 3 1 7
pas, à frente das formações
do Rwanda e Alemanha, os
petrolíferos ganharam tam-
bém na classe individual.
Petro vence com justiça 15º
16º
1º de Maio 06
Santa Rita 06
11
11

11ª Jornada
1
1
3
3
7 6 18 6 1 3 2 2 5
7 8 22 6 1 2 3 5 12
5 0 0 5 4 13
5 0 1 4 3 8

12ª Jornada
Dário António e Bruno
Araújo destacaram -se no
primeiro e segundo lugares
da tabela classificativa, com
clássico de estádio cheio 1
2
JOGOS
B. Maquis-R. Libolo
1º de Maio-Sagrada
Data
1-2
1-0
1
2
JOGOS
R. Libolo-1º de Agosto 23 de Novembro
S. Cabinda-Interclube23 de Novembro
Data

as camisolas amarela (líder
do Tour) e a branca ( atleta
mais jovem). Com o feito
inédito, o conjunto tricolor
encaixou financeiramente
quatro milhões e 800 mil
francos (CFA), o equivalente
a oito mil 169 dólares norte-
americanos.
Em declarações ao Jornal
de Angola , Dário António
explicou o significado da
conquista: “é a realização de
um sonho. Não contávamos
com essa vitória. Outras
equipas angolanas já ven-
ceram etapas, mas ganhar
essa prova mediática é total-
mente diferente. Nunca
fomo s favorito s . Com o
triunfo no contra-relógio,
aos poucos ganhámos con-
fiança. A temperatura foi a
principal dificuldade. Exigiu
muito dos atletas”.
Por sua vez, Bruno Araújo
realçou que as dificuldades
vivenciadas no Burkina Faso
tornam o feito especial.
DR
“Perdemos a camisola
amarela na terceira etapa,
mas recuperámo-la. Os
adversários são muito fortes
principalmente a equipa do
Rwanda. A nossa entrega e
determinação foi fundamen-
tal. Nem as doenças enfra-
queceram a nossa ousadia.
Toda a preparação feita no
início do ano, com a partici-
pação em competições inter-
nacionais, permitiu-nos estar
bem fisicamente”, disse.
A caminhada do Petro no
Tour começou com triunfo
no contra-relógio, seguiu-
se a vitória na segunda etapa.
O conjunto do Rwanda domi-
nou da terceira a quinta fase.
A seguir, os tricolores toma-
ram de assalto a liderança
até à última etapa.
O grupo às ordens de Car-
los Araújo regressa a Luanda
na quarta-feira.
1º de Agosto perde conforto no topo da classificação por falta
de pontaria na finalização na disputa com o eterno arqui-rival
Honorato Silva
Humildade e muito querer
foram os pilares da vitória
do Petro de Luanda, por 2-
0, sobre o 1º de Agosto, ontem
no Estádio Nacional 11 de
Novembro, no clássico 79 do
futebol angolano, que marcou
a 11ª jornada do Girabola,
cuja classificação regista um
maior equilíbrio no topo,
com os arqui-rivais separados
agora por um escasso ponto.
Ao aceitar a proposta de
controlo dos ritmos de jogo
feita por Dragan Jovic, nos
rubro e negros, Antonio
Cosano encontrou o caminho
para o sucesso dos tricolores,
inédito no primeiro turno do
campeonato diante do adver-
sário que domina o confronto
d i re c to e n t re a mb o s o s
emblemas, na nova catedral.
Um golo de belo efeito,
pleno de oportunidade e
notável execução técnica de
Dany, já perto do intervalo,
e outro de Mensah, nos der-
radeiros 10 minutos, deram
aos petrolíferos o triunfo que
relançou a competição, visto
que a vitória dos militares
abriria um fosso de sete pon-
tos, vantagem suficiente para
os tetra-campeões fazerem
uma abordagem confortável
da caminhada rumo ao
quinto título consecutivo,
feito que o clube do Eixo Viá-
rio está apostado em invia-
bilizar, de modo a continuar
como único penta.
O Petro foi mais intenso
no início do jogo. Com Job
colocado numa posição mais
central, alteração que deixou
a Tony e Tó Carneiro a tarefa
de explorar os corredores
laterais, o 1º de Agosto viu-
se obrigado a redobrar os
cuidados defensivos, dado
o risco de sofrer um golo
madrugador. A resposta dos
rubro e negros forçou o recuo
dos tricolores, que cedo con-
cordaram em aceitar uma
posição subalterna.
Ibukun, Buá e Macaia (os
mais esclarecidos na equipa
militar) ganharam ascen-
dente na disputa no centro
do terreno, vantagem des-
valorizada pela falta de envol-
vimento de Ary Papel, nas
acções colectivas, e de acerto
de Mabululu, que assinou
uma cátedra em dois tomos
da arte de desperdiçar situa-
ções de golo.
Contrariamente às duas
vezes anteriores, nas quais
empatou (0-0) no Girabola
e perdeu (0-2) na meia-final
da Taça de Angola, Cosano
abriu mão do arreganho
competitivo, estratégia que
serviu de engodo para ador-
mecer o adversário, sobran-
c e i ro n a a b o rd ag e m d a
partida. Mas ontem os astros
estavam alinhados no sentido
de premiar quem mais fez
para justificar a conquista
dos três pontos, enquanto
do outro lado avultavam
dúvidas que levavam a ques-
tionar o paradeiro do can-
didato de corpo inteiro.
Falta de civismo
L a m e n t av e l m e n t e , n o
melhor pano caiu a nódoa.
Por não existir bela sem
senão, os 45 mil espectadores
que disseram sim ao cha-
mado da festa do civismo e
da cidadania, acabaram por
ver, depois do soar do apito
de Hélder Martins, a indicar
o final do jogo, aquilo que
ninguém queria.
Um adepto do Petro foi agre-
dido por apoiantes do 1º de
Agosto, descontentes com o
resultado. Estava tudo mon-
tado para começar e acabar
bem, sobretudo depois da
manifestação de amor à
pátria feita no momento do
entoar do “Angola Avante”.
O público abafou a ampliação
sonora do estádio.
Ficou a boa resposta dos
adeptos, que mostraram que
o clássico dos clássicos con-
tinua vivo e enche a nova
catedral, apesar da fraca
cobertura dos transportes
públicos. Avistaram-se lon-
gas filas de jovens com as
camisolas dos dois clubes a
percorrer a pé a Avenida
Fidel de Castro, nos dois sen-
tidos, no regresso a casa.
3 Interclube-A. Lobito
4 Ferrovia-D. Huíla
5 R. Caála-Williete
6 Santa Rita-Progresso
7 C. Cubango-S. Cabinda
8 1º de Agosto-Petro
COMO NUNCA MAIS SE TINHA VISTO
Adeptos lotam catedral
numa tarde de emoções
Teresa Luís
Em tarde de clássico, não
podia ser diferente. Os adep-
tos dos eternos rivais, 1º de
Agosto e Petro de Luanda
não defraudaram as expec-
tativas. Ávidos de testemu-
nhar os gigantes do futebol
angolano, perto de 45 mil
espectadores estiveram
ontem no Estádio Nacional
11 de Novembro.
À semelhança das cores
dos assentos, o vermelho e
preto, azul e amarelo, colo-
riram na totalidade o primeiro
anel e grande parte do segundo,
da actual catedral do desporto
“rei”. Os efectivos da Polícia
Nacional, ordem pública e
trânsito, rigorosamente equi-
pados garantiram a segurança
dentro, fora e nos arredores
do recinto.
C o m a mb u l â n c i a s d e
suporte básico e avançado,
os Serviços de Emergências
Médicas (Inema) também
estiveram em prontidão. Após
o início do “duelo” de titãs,
por via do árbitro internacio-
nal, Hélder Martins, em cada
investida dos artistas da bola,
o público vibrou.
Até ao primeiro quarto de
hora, por duas vezes os mili-
tares levaram o perigo à baliza
defendida por Élber, para
gáudio dos adeptos da equipa
agostina, mas aos 43 minutos,
foram os petrolíferos a festejar
0-0 3 D. Huíla-Santa Rita 23 de Novembro
0-1 4 Sagrada-Ferrovia 23 de Novembro
0-0 5 Progresso - R. Caála 24 de Novembro
1-0 6 A. Lobito - B. Maquis 24 de Novembro
1-1 7 Williete-C. Cubango 24 de Novembro
0-2 8 Petro-1º de Maio 24 de Novembro
Melhores marcadores
Jogador Clube Golos
1 Tony Petro 6
2 Yano Petro 6
3 Gazeta B. Maquis 6
4 Liliano R. Libolo 6
5 Mabululu 1º de Agosto 5
efusivamente o golo marcado
por Dany com remate colo-
cado fora da área.
Num ápice, o barulho
ensurdecedor se fez ouvir,
com assobios e gritos à mistura,
para o desalento da claque
rubro e negra, que em jeito de
frustração levou as mãos à
cabeça. O “pisa”-“pisa”, a par
do “fecha”-“fecha” foram as
palavras de ordem.
Na segunda parte, assis-
tiu-se mais do mesmo, o
público não arredou pé, pois
nada ainda estava definido.
Na medida em que a partida
se desenrolava, os adeptos
do 1º de Agosto atentos aos
relógios, faziam contas, com
alguma ansiedade.
Do lado do Petro, o apoio
incondicional era evidenciado
com a agitação das camisolas
e outros adereços. Nota nega-
tiva para a claque agostina
que em desespero de causa,
foi arremessando objectos
para o rectângulo de jogo.
Aos 80 minutos, o golo de
Isaac caiu como balde de água
fria no seio da “nação” militar.
A reacção nas bancadas não
se fez esperar: alegria e tristeza
eram visíveis nos rostos, mui-
tos optaram por abandonar
o recinto. Nos registos, des-
taque ainda para o mau com-
portamento dos adeptos do
1º de Agosto, que agrediram
fisicamente um adepto tri-
color no final do encontro.
DESPORTO Segunda-feira
4 de Novembro de 2019 31
MÉDIO OITAVOS-DE-FINAL DO MUNDIAL DE FUTEBOL SUB-17 SELECCIONADOR NACIONAL

Nelinho é a voz
de optimismo Angola defronta amanhã Pedro Gonçalves antevê
dificuldades na partida
nos Palanquinhas
Pedro Augusto | Goiânia

À semelhança dos treina-

a Coreia do Sul em Goiânia
Palanquinhas e sul-coreanos foram segundos classificados
António Cristóvão | Goiânia

dores, os jogadores da Selec-
ção Nacional de futebol de
Sub-17 estão motivados para
o duelo de amanhã, às 20h30,
diante da Coreia do Sul, no
Estádio Olímpico de Goiás,
em partida referente aos oita-
vos-de-final do Campeonato
do Mundo.
O optimismo dos Palan-
quinhas foi manifestado na
m a n h ã d e o n te m , p e l o
médio Nelinho, após o treino
realizado no campo Onésio
Brasileiro Alvarenga (OBA),
do Vila Nova FC, sessão em
que os comandados de Pedro
Gonçalves ensaiaram deter-
minadas variantes para ultra-
passar os sul-coreanos.
“O grupo está muito moti-
vado e preparado para o jogo
dos oitavos-de-final. A
Coreia é um adversário rápido
e que joga em profundidade.
Por isso, o treinador quer
muita concentração no dia
do jogo (amanhã) e pediu
igualmente para rematarmos
O treinador da Selecção
ambos com seis pontos, nos respectivos grupos, A e C Nacional Sub-17 de Futebol,
DR
Pedro Gonçalves, disse,
ontem, em declarações à
imprensa, que o desafio
frente à Coreia do Sul vai ser
muito difícil.
“Sabemos que vai ser um
jogo de grau de exigência ele-
vado. Tivemos oportunidade
de assistir ao jogo. Todo o
grupo viu o desafio. Vimos
as valias daquilo que é a equipa
da Coreia, a forma como
jogam, a intensidade que
põem em campo, como fazem
o ataque rápido e a pressão
alta que exercem”, explicou
antes do treino realizado
ontem, no Estádio Onésio
Brasileiro Alvarenga (OBA).
Para Pedro Gonçalves, o
adversário tem evoluído no
escalão de formação e figura
na lista de favoritos à con-
quista do título Mundial.
“A Coreia já há algumas
décadas que tem vindo a
cimentar a qualidade do seu
futebol. Sabemos que vamos
ter um adversário difícil, mas
também é verdade que já esta-
mos numa fase da prova onde
qualquer adversário que nos
calhe nos obrigará a elevado
grau de dificuldade”, disse.
A Coreia do Sul, que par-
ticipa pela sexta vez na prova,
ocupou a segunda posição
do Grupo C, com seis pontos,
atrás da França com nove.
Na última participação do
torneio, disputado em 2015,
no Chile, os sul-coreanos
foram afastados pela Bélgica
nos oitavos-de-final, por 0-
2, no Estádio La Seerena.
“Os adversários também
estão a olhar para nós e a ver
as nossas potencialidades.
Vai ser um jogo que me
parece com uma caracterís-
tica um pouco diferente
daquilo que têm sido as par-
tidas até ao momento. Vamos
procurar dar uma boa res-
posta. A equipa está a crescer
e vamos pôr em prática as
nossas ideias na terça-feira”,
disse confiante.
DR

sempre que houver oportu-

nidades. Vamos fazer bem
o nosso trabalho, queremos
continuar a dar alegria aos
angolanos, assim como
fazer mais do que já fizemos
até agora neste Mundial.
Estamos bem e à espera do
jogo”, disse.
DR
Jogadores estão confiantes
num bom resultado amanhã
A sessão de treinos de
ontem, no Onésio Brasileiro
Alvarenga, ficou marcada
com trabalho aturado na
finalização e marcação de
grandes penalidades. Pois,
a partir de agora, o campeo-
nato é a eliminar.
“Trabalhamos muito a
finalização e também a
marcação de penalties, pois
o jogo pode sair empatado
e também jogarmos o pro-
l o nga m e nto ” , re fe r iu o
médio dos Palanquinhas,
que pediu aos angolanos
para manterem a confiança
no grupo.
“Pedimos aos angolanos
que continuem a acreditar
em nós. Vamos, como nos
jogos anteriores, tudo fazer
para alcançar mais uma vitória
e a qualificação para os quar-
tos-de-final”, sublinhou.
Combinado angolano tem como objectivo fazer história no campeonato do Brasil’2019
António Cristóvão | Goiânia dio da Serrinha, para a pri- por 0-1, no sábado, com o
meira jornada do Grupo C. Japão, no Estádio Kléber
A Selecção Nacional Sub- Na s e g u n d a ro n d a e n o Andrade, em jogo a contar
17 de Futebol joga amanhã, mesmo recinto, o adversário para a terceira e última ronda.
às 20h30, com a Coreia do de Angola perdeu com a O golo do triunfo foi apon-
Sul, no Estádio Olímpico, na França, por 1-3. tado por Nishikawa na ponta
cidade de Goiânia, em partida Pa ra a q u a l i fi c a ç ã o à final da partida bastante equi-
referente aos oitavos-de- segunda etapa, a Coreia ven- librada em que os africanos
final da 18ª edição do Cam- ceu sábado o Chile, por 2- desperdiçaram óptimas opor-
peonato do Mundo, que se 1, no Estádio Kléber Andrade, tunidades para marcar.
disputa até 17 de Novembro. na cidade de Cariacica, desa- Com a derrota, a selecção
Para chegar à fase a eliminar, fio pontuável para a terceira africana aguarda nos oita-
os angolanos ocuparam o e última jornada. vos-de-final pelo primeiro
segundo lugar do Grupo A, Os golos dos coreanos classificado do Grupo E, cujo
com seis pontos, mercê das foram apontados por Paik e encontro está agendado para
vitórias na primeira e segunda Hong, enquanto Oroz marcou quarta-feira, às 20h30, no Treinador quer ambição e determinação por parte dos atletas
jornadas, diante da Nova Zelân- o tento dos chilenos. Estádio da Serrinha.
dia e Canadá, ambas por 2-1. Com este resultado, a No mesmo dia e à mesma
Na terceira e última ronda, selecção asiática ocupou a hora, o Japão joga com o ter-
a Selecção Nacional perdeu segunda posição do grupo, ceiro do Grupo B, E ou F, no
APÓS EXIBIÇÕES CONVINCENTES
frente ao Brasil, por 0-2, no com seis pontos, atrás da Estádio Bezerrão, para a
Estádio Olímpico. França com nove. segunda fase da competição.
Durante a primeira fase,
Angola marcou quatro golos Representante africano
A Nigéria, outro repre-
sentante africano na prova,
Primeira fase da prova
e sofreu o mesmo número.
Já os sul coreanos vence-
ram o Haiti, por 2-1, no Está-
O Senegal classificou-se no
segundo lugar do Grupo D,
com seis pontos, ao perder
aguarda amanhã pelo terceiro
classificado do Grupo A, B
ou F, no Estádio Olímpico.
revela talentos escondidos
A primeira fase do Campeo- A “cabeça de ouro” de
nato do Mundo de futebol de Zine Salvador não só foi fun-
Manilson pode falhar o jogo por lesão Sub-17 do Brasil acabou por
revelar alguns talentos até
então “escondidos” na Selecção
damental no bom compor-
t a m e n t o d e s p o r t ivo d e
Angola na prova, como aca-
Com queixas num dos joelhos, o médio Manil- Luanda está apto para o desafio com os Nacional. O avançado Ambro- bou por galvanizar um grupo
son está em dúvidas para defrontar amanhã sul-coreanos. “O Gegé teve uma contusão sini António Cabaça Salvador, por si só já ambicioso e deter-
a Coreia do Sul, cuja partida está agendada no jogo passado, mas está a trabalhar, embora conhecido por Zine, é um des- minado, assim como fez uma
para as 20h30, no Estádio Olímpico, em condicionado. Não é nada de grave que o ses jovens que encantou nas Nação inteira acreditar no
Goiânia, a contar para os oitavos de final da possa impedir de estar presente nas próximas hostes dos Palanquinhas. sucesso da selecção de Sub-
18ª edição do Campeonato do Mundo Sub- partidas”, garantiu o médico. O avançado da equipa de 17 no “mundial do samba”.
17 de Futebol. As saídas pelas laterais para a construção da juniores do 1º de Agosto, que Os golos apontados e que
A informação foi avançada ontem à imprensa ideia do jogo ofensivo e os lances de bolas por motivos de saúde não fez o colocaram na lista dos arti-
pelo médico da Selecção Nacional, Agostinho paradas dominam hoje, às 14h00, em local a ser parte da brilhante campanha lheiros do campeonato, bem
da Costa, após a sessão de treino realizada indicado pelo Comité Organizador Local e a FIFA, de Angola na Taça Cosafa e como a assistência para o
no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), a sessão de treino da Selecção Nacional. no Campeonato Africano das tento marcado por David
no sector Leste Universitário, em Goiânia. Antes, o técnico assistente de Pedro Gon- Nações (CAN), provas dis- Nzanza no duelo com os
“Neste momento a equipa está privada çalves, Mauro Gonçalves, orienta os habituais putados em Março do ano canadianos, que qualificou
de alguns atletas. Manilson está a ressen- e indispensáveis exercícios para a regeneração passado e Abril último, nas Angola para os oitavos-de-
tir-se de uma lesão num dos joelhos. A lesão física do colectivo. Ilhas Maurícias e na Tanzânia, final, deram muito mais con-
é antiga, agudizou-se. Por precaução deci- Na segunda parte do treino, o técnico respectivamente, com 2 golos fiança à “estrela” militar que
dimos retirá-lo momentaneamente dos reparte os jogadores em dois grupos para marcados à Nova Zelândia e deixou nos jogos efectuados
treinos”, esclareceu. ensaiarem situações de jogo e fazerem cor- ao Canadá, ambos de cabeça, indicadores de poder brilhar
Em relação ao capitão Gegé, o clínico recções de todos os pormenores de concepção é um dos “ases” na cintilante no futuro.
garantiu que o defesa central do Petro de individual e colectiva. campanha dos angolanos. Pedro Augusto | Goiânia

SEG04NOV
ALTO
Sequele
Iluminação pública
É cada vez mais frequente ob-
servar funcionários na manu-
tenção dos postos de ilumina-
ção na estrada que liga a Via
Expressa Fidel Castro à centra-
lidade do Sequele. Graças ao
trabalho rotineiro (e ainda bem)
deste punhado de homens, os
mais de oito quilómetros que
vão dar à centralidade estão
completamente iluminados, ex-
ceptuando algumas zonas onde
os postos foram arrancados por
automobilistas imprudentes e
até agora não foram repostos.
Ainda assim, vale a pena enco-
rajar este trabalho louvável. Pe-
na é que a iniciativa não seja
seguida para iluminar a Via Ex-
pressa ou a de Cacuaco. Uma
e outra estão completamente
às escuras, o que significa um
convite certo para os acidentes.
BAIXO
Basquetebol
A “fuga” de Maneda
Hélder Cruz "Maneda", o homem
que há dois anos prometeu di-
namizar o basquetebol angolano,
acabou por renunciar, deixando
a modalidade numa crise nada
compatível com o respeito que
a modalidade granjeou para o
país a nível internacional. Depois
de tanta polémica, com a Selec-
ção Nacional sénior masculina
a ter de cancelar estágios impor-
tantes e a registar desempenhos
sofríveis, o agora demissionário
presidente da Federação de Bas-
quetebol teve a proeza de deixar
todos a ver o campeonato na-
cional pelo binóculo. A prova
devia iniciar no dia 18 do mês
passado. Por falta de pagamen-
tos aos árbitros, agora não se
sabe se acontece mesmo. Por
tudo quanto fez à modalidade
até à hora da retirada, vale a
pena dar um “prémio” a Maneda.
DR
Hamilton dominou a época
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA EM SAURIMO
Largo 1º de Maio em Saurimo tinha sido entregue a um privado, num processo que agora a PGR desfez
Confiscados bens públicos
cedidos a agentes privados
A Procuradoria-Geral da
República (PGR) na Lunda
-Sul confiscou, quinta-
feira, em Saurimo, três
imóveis, alegadamente
cedidos ilegalmente a pri-
vados, a fim de serem res-
tituídos ao Estado.
De acordo com a Angop,
que cita uma fonte do Ser-
viço de Investigação Cri-
minal sob anonimato, os
imóveis confiscados são
o Mercado Municipal de
Saurimo, instalações dos
ex-serviços comunitários
e o Largo 1.º de Maio.
A PGR, segundo ainda
PASSAGEM DO CFL
Circulação no Cazenga
alterada devido a obras
A circulação rodoviária
junto à obra do Caminho
de Ferro de Luanda (CFL),
sofrerá alterações no sen-
tido Cazenga – Rangel a
partir de hoje, indica um
comunicado do Minis-
tério da Construção e
Obras Públicas.
BRITÂNICO CONQUISTA SEXTO TÍTULO
Hamilton é campeão mundial
O britânico Lewis Hamil-
ton sagrou-se, ontem,no
Grande Prémio dos Esta-
dos Unidos, hexacampeão
mundial de Fórmula 1,
tornando-se, assim, num
dos maiores de sempre da
Fórmula 1.
Valtteri Bottas venceu
o Grande Prémio, mas a
festa rija foi para o com-
a fonte da Angop, adian-
tou que os imóveis con-
fiscados vão ser entregues
ao Governo Provincial da
Lunda-Sul, que servirá
como fiel depositário.
A fonte disse que os
imóveis em causa foram
alienados num “processo
eivado de irregularidades
e altamente prejudicial
ao Estado”. Em função da
gravidade do ocorrido,
precisa a fonte, foi ins-
taurado o processo-crime,
para o apuramento dos
factos e responsabilização
dos autores.
O percurso será feito
junto aos muros de con-
tenção, passando pela
passagem de nível da Rua
do Tunga Ngo e saindo
pela Rua 3. Já no sentido
Rangel–Cazenga, a cir-
culação manter-se-á sem
qualquer alteração.
panheiro, Lewis Hamil-
ton, que confirmou o título
que já não lhe parecia
escapar. É o sexto título
mundial para o piloto da
Mercedes, que se torna
assim o segundo piloto mais
titulado de sempre, apenas
atrás de Michael Schuma-
cher que é heptacampeão
do mundo (sete títulos).
KAMUANGA JÚLIA | EDIÇÕES NOVEMBRO
O mercado municipal,
com capacidade para 400
vendedores, foi inaugurado
em 2013, no município de
Saurimo, com custos de
72 milhões de kwanzas.
A construção do em-
preendimento enquadrou-
se no programa do Governo
local de melhorias das
condições de comercia-
lização das vendedoras,
evitar a venda ambulante
e acabar com a comer-
cialização de produtos na
via pública. O mercado
possui uma área de 50
hectares.
As alterações surgem no
âmbito da construção da
passagem desnivelada do
Caminho de Ferro de Luanda,
cruzamento com a Avenida
Hoji ya Henda.
Já em Junho, devido à
execução dos muros de
contenção da passagem
desnivelada do Caminho
de Ferro de Luanda, o
Ministério da Construção
e Obras Públicas também
viu-se obrigado a alterar
a circulação rodoviária na
Avenida Hoji ya Henda.
Bastou um segundo lugar
no circuito de Austin para
o britânico poder festejar,
num dia em grande para a
Mercedes. Valtteri Bottas
garantiu o segundo lugar
no Mundial, isto depois da
equipa alemã já ter garantido
também ela o sexto título
de construtores, desta feita
de forma consecutiva.
Lewis Hamilton con-
quistou o campeonato,
quando ainda faltam duas
provas (Grande Prémio do
Brasil e o de Abu Dhabi).
AFRICANO DE XADREZ
Luzia Pires conquista
13º título para Angola
A xadrezista Luzia Pires
sagrou-se sábado campeã
africana de júnior, em
prova que decorreu na
cidade de Acra (Ghana),
sendo o 13º título para
Angola no cômputo do
escalão, apurou a Angop,
em Luanda, de fonte da
Federação Angolana da
modalidade.
A até então Mestre FIDE
totalizou oito pontos de
nove possíveis, atingindo
agora a categoria de Mestre
Internacional (MI). Tam-
bém alcançou a primeira
norma das três necessárias
para sagrar-se Grande
Mestre (GM). Com este
troféu a atleta do 1º de
Agosto qualificou-se para
o Campeonato do Mundo
em 2020. A selecção
nacional contou também
Luzia Pires (centro) conseguiu no Ghana o 13º título para o país
SAIFULLAH AL-MAMUN
Maior traficante de pessoas
do mundo é preso no Brasil
Saifullah Al-Mamun, nas-
cido no Bangladesh e con-
siderado, pelas autoridades,
um dos traficantes de seres
humanos mais prolíficos
do mundo, foi capturado,
q uinta - feira , em São
Paulo (Brasil), numa ope-
ração conjunta das auto-
ridades norte-americanas
e brasileiras.
Além de Al-Mamun,
que estava na lista da
Interpol, foram ainda deti-
dos outros sete membros
de um grupo que se dedi-
cava ao tráfico de pessoas
para os EUA, através de
rotas ilegais. A maioria
das vítimas era oriunda
de países como o Afega-
nistão, Bangladesh, Índia
e Paquistão. Al-Mamun
foi preso em São Paulo,
onde residia há seis anos
com um visto de refugiado.
A Polícia congelou, ainda,
42 contas bancárias que
PUBLICIDADE
com o campeão nacional
júnior em masculino,
Márcio Filipe. Eduardo
Pascoal foi o selecciona-
dor nacional.
Com a vitória, Angola
mantém a hegemonia do
xadrez continental no esca-
lão de júnior, depois da pri-
meira conquista pelo MI
Adérito Pedro, em 1993, na
Etiópia. Seguiram-se os
triunfos de Eugénio Cam-
pos (Ilhas Seicheles'1994
e Angola'1995), Waldimiro
P i n a ( N ig é r i a ' 1 9 9 6 e
Maputo'1997), Herikson
Soares (África do Sul'2011),
Esperança Caxita (Argé-
lia'2013, Lunda-Sul'2014
e Tunísia'2016), David
Silva (Lunda-Sul'2014,
Ilhas Seicheles'2015 e
Togo'2017) e agora Luzia
Pires (Ghana'2019).
DR
terão sido usadas pelo
grupo para financiar as
actividades criminosas,
conta a Reuters.
O Departamento de
Justiça dos EUA acusa-o
de ter trazido pessoas do
Sul da Ásia e organizado
a viagem através de uma
rede de contrabandistas
q ue op eram no Peru ,
Equador, Colômbia,
Panamá, Costa Rica, Nica-
rágua, Honduras, Guate-
mala e México.
As vítimas eram obri-
gadas a empreender uma
perigosa viagem da Amé-
rica Central até a fronteira
com o México e dali para
os EUA. Cada uma pagava
cerca de 12.524 dólares
pela tentativa de entrar
em solo norte-americano.
Alguns acabavam por per-
manecer ilegalmente no
Brasil, onde recebiam
documentos falsos.