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Disposição Final - Lixão

A disposição de resíduos sólidos a céu aberto, na forma de lixão, é inadequada. Caracteriza-se pela simples
descarga dos resíduos sobre o solo, sem nenhum sistema de controle ou proteção, compromete o meio físico
(água, ar e solo), o meio biótico (fauna, flora), promove impactos sociais, acarreta problemas sanitários (fogo,
fumaça, odores, proliferação de vetores etc.), ambientais (poluição de água, ar, solo) e prejudica a saúde dos
catadores que trabalham nessas áreas.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305/2010, estabelece a obrigatoriedade do encerramento dos
lixões, fixou prazos que, infelizmente, não foram cumpridos pela maioria dos municípios brasileiros, e determina
também que somente rejeitos (componente não reciclável dos resíduos) devem ser confinados em aterro
sanitário, uma vez que os recicláveis têm que ser valorizados (retornar à cadeia produtiva).

A nova Lei do Saneamento Básico, Lei nº 14.026/2020, estabelece novos prazos para a eliminação dos lixões,
até 31 de dezembro de 2020, mas os estende para municípios que tenham até essa data os seus Planos de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e instituíram cobrança de taxas ou tarifas para os geradores como forma
de garantir sua sustentabilidade econômico-financeira, conforme seguem: até agosto de 2021, para capitais e
cidades de regiões metropolitanas; até agosto de 2022, para cidades com mais de 100 mil habitantes; até agosto
de 2023, para municípios com população de 50 a 100 mil habitantes e agosto de 2024 encerra o prazo para
cidades de menos de 50 mil habitantes.

Disposição Final - Aterro Sanitário

Técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, fundamentado em critérios de engenharia e normas


operacionais especificas, permite o confinamento seguro, em termos de controle da poluição ambiental e proteção
ao meio ambiente, minimizando impactos ambientais, os resíduos são confinados no menor volume possível e
cobertos diariamente com uma camada de terra ou material inerte, o solo compactado é protegido por manta
impermeável e drenos são instalados para a captura e tratamento dos gases e chorume produzidos.
Legislação

No território nacional existem várias normas que disciplinam os resíduos sólidos, instituídas por órgãos da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme critério de repartição de competências, em matéria legislativa,
adotado no texto constitucional de 1988.

Neste sentido, existem leis e normas específicas para cada tipo de resíduo gerado (agrossilvopastoris,
construções e demolições, mineração, serviços de saúde, serviços de transporte, serviços de saneamento básico,
indústrias e sólidos urbanos etc.,), como também para cada tipo de atividade que utiliza esses materiais.

A legislação vigente possibilita também a interface com organizações da sociedade civil, para que a gestão de
resíduos sólidos seja tratada com maior nível de qualidade e eficiência, visando um ambiente ecologicamente
equilibrado para todos.

Legislação Estadual
Em Mato Grosso, a Constituição do Estado estabelece em seu art. 263 que: “Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Estado, aos Municípios e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações”.
De forma específica para a matéria resíduos sólidos, a Constituição Estadual prevê a necessidade de promoção
de “estudos técnico-científicos visando à reciclagem de resíduos de matérias-primas, bem como incentivar sua
aplicação nas atividades econômicas”, e, ainda, o estímulo “à pesquisa, ao desenvolvimento e à utilização de
fontes de energia alternativas, não poluentes, bem como de tecnologias poupadoras de energia”. A Lei
Estadual n. 7806 de 19 de dezembro de 2009 disciplina a Política Estadual de Resíduos Sólidos, prevendo
objetivos, princípios e fundamentos básicos, diretrizes, da gestão e instrumentos dos resíduos sólidos no Estado
de Mato Grosso. A mencionada norma estadual, aliada às diretrizes da Lei Federal n. 12.305 de 2010, tem por
objetivo promover mudanças de atividades e hábitos da sociedade mato-grossense.
Legislação Municipal
Cada Município da Federação pode e deve definir em seu território local uma política municipal de resíduos
sólidos, conforme balizado na Carta Maior de 1988. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a
gestão dos resíduos no âmbito local deve ser feita por meio do Plano Municipal de Gestão de Resíduos, o qual
deve ter como base o diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território.

Portanto, o grande instrumento a ser realizado pelos Municípios é a elaboração do Plano Municipal de Gestão de
Resíduos, englobando desde a origem, o volume, a caracterização e as formas de destinação e disposição final
adotadas, bem como a previsão de metas de não geração, redução, reutilização, coleta seletiva, entre outras
diretrizes consagradas.

Destaca-se que a elaboração dos Planos Municipais de Gestão de Resíduos deve ser de forma ampla,
participativa e transparente, com o envolvimento de todos os cidadãos e atores que atuam direta e indiretamente
com a gestão de resíduos sólidos no âmbito local.

Legislação Federal

A principal norma no âmbito da União é a Lei Federal 12.305 de 2010 que instituiu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecendo parâmetros para todo o território nacional, sendo considerada um
marco regulatório na área dos resíduos sólidos.

A Lei Federal 12.305 de 2010 dispôs também sobre princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as
diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Também
devem observar as diretrizes da PNRS pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis,
direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão
integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

A mencionada norma federal foi regulamentada por meio do Decreto Federal n. 7.404, de 23 de dezembro de
2010, que criou também o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê
Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa.
O Decreto Federal que estabelece normas para execução da Política Nacional de Resíduos Sólidos dispõe
sobre a integração da Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Política Nacional do Meio Ambiente e sua
articulação com as diretrizes nacionais de saneamento básico e com a Política Federal de Saneamento Básico,
e, ainda, com a Política Nacional de Educação Ambiental.

Recentemente, foi instituído o novo Marco Legal do Saneamento no Brasil, a Lei Federal n. 14026 de 15 de
julho de 2020, que atualiza o marco existente do saneamento básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de
2000, para atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) competência para instituir normas
de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico; a Lei nº 10.768, de 19 de novembro
de 2003, para alterar o nome e as atribuições do cargo de Especialista em Recursos Hídricos; a Lei nº 11.107,
de 6 de abril de 2005, para vedar a prestação por contrato de programa dos serviços públicos de que trata o
art. 175 da Constituição Federal; a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições
estruturais do saneamento básico no País; a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, para tratar de prazos para
a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; a Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto
da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação a unidades regionais; e a Lei nº 13.529, de 4 de dezembro
de 2017, para autorizar a União a participar de fundo com a finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos
especializados.

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