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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS AMÍLCAR FERREIRA SOBRAL - CAFS


BACHARELADO EM ENFERMAGEM
DISCIPLINA: SAÚDE AMBIENTAL

RESUMO DE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

FLORIANO – PI
2021
Legislação ambiental

A legislação ambiental no Brasil é o conjunto de normas jurídicas que se


destinam a disciplinar a atividade humana e, é considerada uma das mais completas e
avançadas do mundo, se aplicam às organizações de qualquer modalidade e ao cidadão
comum. Elas foram criadas com a intenção de proteger o meio ambiente e reduzir ao
mínimo as consequências de ações devastadoras, para atingir seus objetivos de
preservação, criou direitos e deveres para o cidadão. São fiscalizadas por órgãos
ambientais e definem regulamentações e atos de infração em casos de não cumprimento.
Essas leis ambientais definem normas e infrações e devem ser conhecidas, entendidas e
praticadas. Afinal, há um processo de mudança de comportamento na sociedade civil e
no mundo empresarial, que não está associado apenas às eventuais penalidades legais,
mas à adoção de uma postura de responsabilidade compartilhada entre todos para vencer
os desafios ambientais, que já vivenciamos.
As principais Leis Ambientais do Brasil e seus objetivos:
Lei 9.605/1998 - Lei dos Crimes Ambientais - Reordena a legislação ambiental quanto
às infrações e punições. Concede à sociedade, aos órgãos ambientais e ao Ministério
Público mecanismo para punir os infratores do meio ambiente. Trata das questões
penais e administrativas no que diz respeito às ações nocivas ao meio ambiente, como
em caso de crimes ambientais praticados por organizações. A pessoa jurídica, autora ou
co-autora da infração, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela
tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição pode
ser extinta caso se comprove a recuperação do dano;
Lei 12.305/2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e altera a
Lei 9.605/1998 - Estabelece diretrizes à gestão integrada e ao gerenciamento ambiental
adequado dos resíduos sólidos. Propõe regras para o cumprimento de seus objetivos em
amplitude nacional e interpreta a responsabilidade como compartilhada entre governo,
empresas e sociedade. Na prática, define que todo resíduo deverá ser processado
apropriadamente antes da destinação final e que o infrator está sujeito a penas passivas,
inclusive, de prisão;
Lei 11.445/2007 - Estabelece a Política Nacional de Saneamento Básico - Versa
sobre todos os setores do saneamento (drenagem urbana, abastecimento de água,
esgotamento sanitário e resíduos sólidos);
Lei 9.985/2000 - Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza – Entre seus objetivos estão a conservação de variedades de espécies
biológicas e dos recursos genéticos, a preservação e restauração da diversidade de
ecossistemas naturais e a promoção do desenvolvimento sustentável a partir dos
recursos naturais;
Lei 6.766/1979 - Lei do Parcelamento do Solo Urbano – Estabelece regras para
loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação ecológicas, naquelas onde a
poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços;
Lei 6.938/1981 - Institui a Política e o Sistema Nacional do Meio Ambiente - Dispõe
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus Fins e Mecanismos de Formulação e
Aplicação, e dá outras providências. Tem como objetivo a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental benéfica à vida, pretendendo garantir boas
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e
à proteção da qualidade da vida humana. Proíbe a poluição e obriga ao licenciamento,
além de regulamentar a utilização adequada dos recursos ambientais. Estipula e define,
por exemplo, que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar,
independente da culpa, e que o Ministério Público pode propor ações de
responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, como a obrigação de recuperar e/ou
indenizar prejuízos causados;
Política Agrícola (Lei 8.171 – 1991) - Essa lei objetiva a proteção do meio ambiente e
estabelece a obrigação de recuperar os recursos naturais para as empresas que exploram
economicamente águas represadas e para as concessionárias de energia elétrica. Define
que o poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da
fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para ordenar a ocupação de
diversas atividades produtivas, desenvolver programas de educação ambiental, fomentar
a produção de mudas de espécies nativas, entre outros;
Lei 7.347/1985 - Lei da Ação Civil Pública – Trata da ação civil pública de
responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio
artístico, turístico ou paisagístico, de responsabilidade do Ministério Público Brasileiro;
Lei 9.433/1997- Lei de Recursos Hídricos – Institui a Política e o Sistema Nacional de
Recursos Hídricos - Institui a política e o sistema nacional de recursos hídricos. Define a
água como recurso natural limitado, provido de valor econômico, que pode ter diversos
usos, como por exemplo o consumo humano, produção de energia, transporte,
lançamento de esgotos e outros. Esta lei também prevê a criação do Sistema Nacional
para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos
hídricos e fatores que interferem em seu funcionamento;
Lei nº 11284/2006 - Lei de Gestão de Florestas Públicas - Normatiza o sistema de
gestão florestal em áreas públicas e com a criação do órgão regulador (Serviço Florestal
Brasileiro) e do Fundo de Desenvolvimento Florestal;
Dispõe sobre a preservação da vegetação nativa e revoga o Código Florestal Brasileiro
de 1965, determinando a responsabilidade do proprietário de ambientes protegidos entre
a Área de Preservação Permanente (APP) e a Reserva Legal (RL) em preservar e
proteger todos os ecossistemas. O Novo Código Florestal levanta pontos polêmicos
entre os interesses ruralistas e ambientalistas até os dias de hoje;
Lei de Fauna (Lei 5.197 – 1967) - Esta Lei proporcionou medidas de proteção à fauna.
Ela classifica como crime o uso, perseguição, captura de animais silvestres, caça
profissional, comércio de espécies da fauna silvestre e produtos originários de sua caça,
além de proibir a importação de espécie exótica e a caça amadora sem autorização do
IBAMA. Criminaliza também a exportação de peles e couros de anfíbios e répteis.
Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902 – 1981) - Estabelece as diretrizes para a
criação das Estações Ecológicas e as Áreas de Proteção Ambiental (APA’s). As
Estações Ecológicas são áreas representativas de diferentes ecossistemas do Brasil que
precisam ter 90% do território inalteradas e apenas 10% podem sofrer alterações para
fins acadêmicos. Já as APA’s, compreendem propriedades privadas que podem ser
regulamentadas pelo órgão público competente em relação às atividades econômicas
para proteger o meio ambiente.
Lei 12.651/2012 - Novo Código Florestal Brasileiro – Revoga o Código Florestal
Brasileiro de 1965 e define que a proteção do meio ambiente natural é obrigação do
proprietário mediante a manutenção de espaços protegidos de propriedade privada,
divididos entre Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL); Novo
Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651 – 2012).

É importante lembrar que as leis enumeradas são apenas parte do Direito


Ambiental do País, que ainda possui inúmeras outras matérias, como decretos,
resoluções e atos normativos. Há também regulamentações de órgãos comprometidos
para que as leis sejam cumpridas, como é o caso do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (Conama) e do Ministério do Meio Ambiente. Também é preciso ter
conhecimento da legislação específica de cada Estado e, ao seguir as normas
estabelecidas pela legislação federal ou estadual, sempre é aconselhável optar pelas
mais restritivas para não correr o risco de sofrer punições. O Artigo 225 da Constituição
Brasileira de 1988 das leis ambientais, define a importância de manter o ecossistema
estabilizado através da preservação e recuperação ambiental, tendo como principal
objetivo a qualidade de vida que todo indivíduo é digno de ter.
Desse modo, com os avanços das indústrias e da tecnologia, se tornou essencial debater
sobre o desenvolvimento sustentável nas empresas conciliando com as práticas
adequadas ao uso dos recursos naturais. A partir disso, surge o termo Compliance
Ambiental, que significa estar de acordo com a legislação, adotar práticas e ações
rotineiras com o intuito de evitar danos ambientais, colaborando com a sustentabilidade
do país. Apesar de bem elaboradas, as leis ambientais brasileiras apresentam algumas
lacunas em sua aplicação, inviabilizando suas propostas e objetivos. Um exemplo típico
é retratado na fauna brasileira, que segundo dados do IBAMA, a exploração crescente
deste grupo, têm gerado um processo intenso de extinção de espécies, seja pelo avanço
da fronteira agrícola, perda de habitat, caça esportiva, de subsistência ou com fins
econômicos, como a venda de pêlos e animais vivos.
As 17 leis ambientais mais importantes podem garantir a preservação do grande
patrimônio ambiental do país. São as seguintes:
Lei da Ação Civil Pública – número 7.347 de 24/07/1985.
Lei de interesses difusos, trata da ação civil publica de responsabilidades por danos
causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio artístico, turístico ou
paisagístico.
Lei dos Agrotóxicos – número 7.802 de 10/07/1989.
A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua
comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da embalagem.
Exigências impostas:
- obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor.
- registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde.
- registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
– IBAMA
- o descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão.
Lei da Área de Proteção Ambiental – número 6.902 de 27/04/1981.
Lei que criou as “Estações Ecológicas “, áreas representativas de ecossistemas
brasileiros, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas e 10 % podem sofrer
alterações para fins científicos. Foram criadas também as “Áreas de Proteção Ambiental
” ou APAS, áreas que podem conter propriedades privadas e onde o poder público
limita as atividades econômicas para fins de proteção ambiental.
Lei das Atividades Nucleares – número 6.453 de 17/10/1977.
Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal
por atos relacionados com as atividades nucleares. Determina que se houver um
acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação tem a responsabilidade
civil pelo dano, independente da existência de culpa. Em caso de acidente nuclear não
relacionado a qualquer operador, os danos serão assumidos pela União. Esta lei
classifica como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar ou exportar material
sem autorização legal, extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir
informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de segurança relativas à
instalação nuclear.
Lei de Crimes Ambientais – número 9.605 de 12/02/1998.
Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A
pessoa jurídica, autora ou co-autora da infração ambiental, pode ser penalizada,
chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou
ocultar um crime ambiental. A punição pode ser extinta caso se comprove a recuperação
do dano ambiental. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50 milhões de reais.
Para saber mais: www.ibama.gov.br.
Lei da Engenharia Genética – número 8.974 de 05/01/1995.
Esta lei estabelece normas para aplicação da engenharia genética, desde o cultivo,
manipulação e transporte de organismos modificados (OGM), até sua comercialização,
consumo e liberação no meio ambiente. A autorização e fiscalização do funcionamento
das atividades na área e da entrada de qualquer produto geneticamente modificado no
país, é de responsabilidade dos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da
Agricultura. Toda entidade que usar técnicas de engenharia genética é obrigada a criar
sua Comissão Interna de Biossegurança, que deverá, entre outros, informar
trabalhadores e a comunidade sobre questões relacionadas à saúde e segurança nesta
atividade.
Lei da Exploração Mineral – número 7.805 de 18/07/1989.
Esta lei regulamenta as atividades garimpeiras. Para estas atividades é obrigatória a
licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão ambiental competente. Os
trabalhos de pesquisa ou lavra, que causarem danos ao meio ambiente são passíveis de
suspensão, sendo o titular da autorização de exploração dos minérios responsável pelos
danos ambientais. A atividade garimpeira executada sem permissão ou licenciamento é
crime. Para saber mais: www.dnpm.gov.br.
Lei da Fauna Silvestre – número 5.197 de 03/01/1967.
A lei classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais silvestres, caça
profissional, comércio de espécies da fauna silvestre e produtos derivados de sua caça,
além de proibir a introdução de espécie exótica (importada) e a caça amadorística sem
autorização do Ibama. Criminaliza também a exportação de peles e couros de anfíbios e
répteis em bruto. Para saber mais: www.ibama.gov.br
Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965.
Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de preservação
permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória) uma faixa de 30 a 500
metros às margens dos rios, de lagos e de reservatórios, além de topos de morro,
encostas com declividade superior a 45 graus e locais acima de 1.800 metros de altitude.
Também exige que propriedades rurais da região Sudeste do país preservem 20 % da
cobertura arbórea, devendo tal reserva ser averbada em cartório de registro de imóveis.
Lei do Gerenciamento Costeiro – número 7.661 de 16/05/1988.
Define as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, ou seja,
define o que é zona costeira como espaço geográfico da interação do ar, do mar e da
terra, incluindo os recursos naturais e abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre.
Permite aos estados e municípios costeiros instituírem seus próprios planos de
gerenciamento costeiro, desde que prevaleçam as normas mais restritivas. Este
gerenciamento costeiro deve obedecer as normas do Conselho Nacional do Meio
Ambiente ( CONAMA ).
Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989.
Criou o Ibama, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as agências
federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao Ibama compete
executar a política nacional do meio ambiente, atuando para conservar, fiscalizar,
controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais.
Lei do Parcelamento do Solo Urbano – número 6.766 de 19/12/1979.
Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação
ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços
Lei Patrimônio Cultural – decreto-lei número 25 de 30/11/1937.
Lei que organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, incluindo
como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico, arqueológico, os monumentos
naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza ou a partir de uma
intervenção humana. A partir do tombamento de um destes bens, ficam proibidas sua
demolição, destruição ou mutilação sem prévia autorização do Serviço de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, SPHAN.
Lei da Política Agrícola – número 8.171 de 17/01/1991.
Coloca a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus
instrumentos. Define que o poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do
solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para ordenar a
ocupação de diversas atividades produtivas, desenvolver programas de educação
ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre outros.
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938 de 17/01/1981.
É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a indenizar danos
ambientais que causar, independentemente da culpa. O Ministério Público pode propor
ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a
obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados.Esta lei criou a
obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios de Impacto Ambiental (EIA-
RIMA).
Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997.
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos
Hídricos. Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que
pode ter usos múltiplos (consumo humano, produção de energia, transporte, lançamento
de esgotos). A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de Informação sobre
Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de
informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.
Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – número 6.803 de
02/07/1980.
Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões ambientais
para a instalação e licenciamento das industrias, exigindo o Estudo de Impacto
Ambiental.

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