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Ficha Catalográfica
2
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
Senhor Gustavo Méndez
Especialista Principal em Água e Saneamento
Coordenador Setor Água e Saneamento Brasil
Representação no Brasil – CSC/CBR
SEN Quadra 802 Conj. F Lote 39
70.800-400 – Brasília, DF
Tel.: (55) 61 3317.4272
www.iadb.org
3
Índice
Abreviações 6
Glossário 8
1. Apresentação 12
2. Entraves para efetivação de soluções apropriadas de esgotamento 16
sanitário em áreas de baixa densidade demográfica
2.1 Entraves no aspecto físico que influenciam na operação e 17
manutenção das soluções
2.2 Entraves no aspecto físico que influenciam no dimensionamento 18
das unidades de tratamento
2.3 Entraves no aspecto ambiental 18
2.4 Entraves no aspecto sociocultural 19
2.5 Entraves no aspecto da gestão 20
3. Base conceitual para escolha das tecnologias 21
3.1 Base conceitual _ técnica 22
3.2 Base conceitual _ ambiental 23
3.3 Base conceitual _ social e cultural 24
3.4 Base conceitual _ econômica 26
3.5 Base conceitual _ institucional 26
4. As tecnologias disponíveis e suas principais caraterísticas 28
4
Lista de tabelas
Tabela 1 - Critérios para definição do SES em áreas de baixa densida- 30
de demográfica
Tabela 2 - Elementos norteadores para o estudo da viabilidade 31
Tabela 3 Características do Tanque Séptico 34
Tabela 4 - Características do Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente 35
Tabela 5 - Características do Filtro Anaeróbio 37
Tabela 6 - Características do Filtro de Areia e Vala de Filtração 38
Tabela 7 - Características do Biodigestor 40
Tabela 8 - Características dos Sistemas Alagados Construídos (SAC) 41
Tabela 9 - Características do Vermifiltro 43
Tabela 10 - Características do Sumidouro 44
Tabela 11 - Características da vala de infiltração 46
Lista de figuras
Figura 1 - Sistemas de Esgotamento Sanitários numa escala de áreas des- 30
centralizadas a centralizadas
Figura 2 - Tecnologias de sistemas de esgotamento sanitário em áreas de 33
baixa densidade demográfica
Figura 3 - Síntese das características das principais tecnologias selecionadas. 47
Figura 4 - Passos para a escolha da tecnologia
Figura 5 - Fluxograma 1 para escolha da tecnologia mais apropriada _ 50
Sistema Individual
Figura 6 - Fluxograma 2 para escolha da tecnologia mais apropriada _ 60
Sistema Semicoletivo
5
Abreviações
A&E Água e Esgoto
Agersa Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
APA Área de Proteção Ambiental
APP Área de Proteção Permanente
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
CAPEX Capital Expenditure / Custo de Capital
Central de Associações Comunitárias para Manutenção dos Sistemas
Central
de Saneamento
CERB Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM Serviço Geológico do Brasil
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
EC Empresa Consultora
EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
FOMIN Fundo Multilateral de Investimento
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDBG Grupo do Banco Interamericano de Desenvolvimento
IFI Instituição Financeira Internacional
INEMA Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
MSD Módulos Sanitários Domiciliares
NBR Normas Brasileiras
ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
OPEX Operational Expenditure / Custo de Operação
ONG Organização Não Governamental
OSC Organização da Sociedade Civil
6
PNSR Plano Nacional de Saneamento Rural
SAA Sistema de Abastecimento de Água
SES Sistema de Esgotamento Sanitário
SNIS Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento
SIHS Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento do Estado da Bahia
TdR Termo de Referência
UR Unidade Regional
7
Glossário
Águas cinzas: Esgoto ou águas servidas geradas dentro de uma casa, excluindo
o esgoto gerado no vaso sanitário. São as águas do chuveiro, pia do banheiro,
pia da cozinha e lavanderia.
Águas Negras: Esgoto gerado pela descarga de urina e fezes no vaso sanitário.
Sinônimo de águas de vaso sanitário ou águas fecais.
Lençol freático: O lençol freático marca a zona em que todos os poros do solo
estão cheios de água (ou saturados). O nível do lençol freático é a profundi-
dade em que este se encontra, é a camada superior das águas subterrâneas, e
pode ser observado nos poços rasos (poços caipiras ou freáticos).
8
Patógenos: Microrganismos nocivos à saúde humana e animal.
9
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
Rui Costa - Governador
10
Equipe da Consultoria MACS
11
1. Apresentação
12
Os baixos índices de atendimento dos serviços de esgotamento sanitário, so-
bretudo no que se refere à coleta e ao tratamento de esgoto, indicam que é preci-
so buscar soluções adequadas e factíveis para a universalização do acesso.
13
com atenção às especificidades de salubridade, segurança, higiene e dignidade.
• Capítulo 1 - Apresentação;
• Capítulo 2 - Entraves para efetivação de soluções apropriadas de esgo-
tamento sanitário em áreas de baixa densidade demográfica;
• Capítulo 3 - Base conceitual para escolha das tecnologias;
• Capítulo 4 - As tecnologias disponíveis e suas principais características;
• Capítulo 5 - Metodologia para escolha da tecnologia mais apropriada;
• Capítulo 6 - Considerações Finais;
• Capítulo 7 - Referências;
• Anexos.
14
Anexo III _ Estudo de Caso. A Metodologia desenvolvida para a seleção da
tecnologia mais apropriada de esgotamento sanitário em áreas de baixa den-
sidade demográfica foi aplicada nas localidades de Futurama I e Futurama II,
pertencentes ao município de Dias d’ávila, Bahia. As experiências e resultados
estão apresentados neste Anexo.
1
A organização de um banco de dados pode permitir, no futuro, o desenvolvimento de
um algoritmo que ajude na seleção das tecnologias e na elaboração de Projetos. Por isso,
reforçamos a importância de registrar todo o conhecimento que a Embasa acumule com o
desenvolvimento de trabalhos nessas áreas.
15
2. Entraves para efetivação
de soluções apropriadas de
esgotamento sanitário em áreas
de baixa densidade demográfica
16
Alguns entraves ou limitações contribuem para aumentar os obstáculos
durante a escolha da melhor alternativa tecnológica, em áreas de baixa den-
sidade populacional, exigindo dos atores responsáveis por essa tarefa, pers-
picácia nas escolhas, e tornando imprescindível o conhecimento técnico das
unidades que possam vir a ser implantadas.
17
2.2 ENTRAVES NO ASPECTO FÍSICO QUE INFLUENCIAM NO DIMEN-
SIONAMENTO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO
• Número de habitantes;
• Clima (precipitações1);
• Solo (tipo, granulometria, permeabilidade e impermeabilidade);
• Topografia;
• Nível de lençol freático;
• Tipo de vegetação;
• SAA existentes para consumo humano e/ou dessedentação de animais.
1
O regime pluviométrico é um parâmetro específico para a concepção de Projetos e deve
ser analisado quando da fase de elaboração de Projetos, pois ele tem impacto direto no
dimensionamento das unidades do SES. Vale aqui também ressaltar que os fenômenos de
mudança climática – climate change – também terão impacto nesse tema.
18
2.4 ENTRAVES NO ASPECTO SOCIOCULTURAL
• Padrões culturais;
• Tipo de banheiro (chuveiro, lavatório), pia para lavar louça, tanque
para lavagem de roupa;
• Tipo de construção (próprio ou alugado) / no de cômodos;
• Escolaridade / renda;
• Populações tradicionais;
• Organização comunitária;
• Disposição do material da caixa de gordura, escuma do tanque séptico
e do lodo tratado das unidades de tratamento;
• Reúso do esgoto sanitário tratado;
• Capacidade de pagamento de tarifa dos beneficiários.
19
sejam unidades de simples operação e manutenção. Logo, a gestão de um SES
individual não deve ter as mesmas diretrizes de um sistema convencional.
20
3. Base conceitual para escolha das
tecnologias
21
A determinação da base conceitual para a escolha da tecnologia mais apro-
priada foi fruto da vivência dos autores, da experiência acumulada no tema, das
determinações legais e das discussões quando da elaboração de outros produtos
do contrato de Consultoria1. Essa base conceitual apresenta 05 (cinco) aspectos:
técnico, ambiental, sociocultural, econômico e institucional.
1
Este Manual é o quinto Produto desenvolvido no contrato de consultoria entre o BID e
a empresa MACS do Brasil Ltda. Os temas aqui apresentados neste Manual sintetizam os
pontos principias discutidos em outros produtos desse contrato.
2
O Estudo de Caso (Anexo III) validou a orientação de que esses valores devem ser utiliza-
dos como uma referência e devem ser analisados pela equipe multidisciplinar dentro do
contexto de cada região de trabalho.
22
rar sempre planejar para as soluções de esgotamento o uso de equipamentos
de fácil manuseio.
23
legislação ambiental brasileira. Essa atividade deve ser discutida durante o
planejamento do projeto e deve envolver os técnicos da área ambiental para
análise de todos os processos (licenças, equipamentos, terrenos, logística) en-
volvendo essa atividade. Essa atividade deve ser discutida desde o planeja-
mento até o pós-obra e deve envolver os técnicos da área social.
24
entendimento da problemática causada pela falta dos serviços; (b) dis-
cussão e compreensão da tecnologia recomendada; (c) necessidade de
contrapartida (financeira ou ambiental) pelos serviços que serão pro-
vidos; (d) detalhamento das ações pós-obra (operação, manutenção e
monitoramento);
As atividades após a finalização das obras (pós-obra) têm como objetivo pos-
sibilitar que a aceitação se converta em fidelização: construção de um relacio-
namento de confiança pautado na comunicação, educação, flexibilidade e pro-
moção de espaços de escuta continuados. Os dados e lições aprendidas durante
o processo devem ser compartilhados com técnicos de outras UR da Embasa
para melhoria constante do processo. As principais atividades do pós-obra são:
25
3.4 BASE CONCEITUAL _ ECONÔMICA
Deve-se estruturar um banco de dados para: (1) identificar onde está a popu-
lação-alvo; (2) onde estão os déficits; (3) quais soluções já foram implementadas
e qual o estado atual dessas soluções; e (4) quais indicadores socioambientais
podem fazer parte do critério de priorização dos investimentos. A implementa-
ção desse banco de dados está orientada pela Lei nº 14.026/2020 que no art.9º,
inciso VI registra: implementar sistema de informações sobre os serviços públi-
cos de saneamento básico, articulado com o Sistema Nacional de Informações
em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a
Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (Singreh), observadas a metodologia e a periodicidade esta-
belecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. O Programa Nacional
de Saneamento Rural também registra a importância do banco de dados no
3
A equipe multidisciplinar pode também discutir com a população uma combinação entre es-
sas duas modalidades; isso pode facilitar o processo de sensibilização e adesão das famílias.
26
Saneamento Rural com os objetivos de: acompanhar cumprimento de metas; se-
guir a situação dos indicadores voltados à gestão do Programa; realizar e moni-
torar o diagnóstico situacional que favoreça a tomada das decisões estratégicas
do Programa; gerar relatórios para transparência pública e produzir conteúdo
para informação e formação.
27
4. As tecnologias disponíveis e suas
principais caraterísticas
28
Para obtenção dos resultados pretendidos é necessário que haja uma padro-
nização das tecnologias que integram todo o sistema de esgotamento sanitário
nas áreas de baixa densidade populacional desde a produção, coleta, transporte,
tratamento até a disposição final no meio ambiente.
29
Figura 1 Sistemas de Esgotamento Sanitários numa escala de áreas descentrali-
zadas a centralizadas
*Devido as especificidades locais, podem ser implantados em uma mesma localidade os dois
tipos de sistemas de esgotamento sanitário: individual ou semicoletivo.
30
Densidade Demográfica e Sistemas de Esgotamento
Consumo de água per capita Sanitário
*Devido as especificidades locais, podem ser implantados em uma mesma localidade os dois
tipos de sistemas de esgotamento sanitário: individual ou semicoletivo.
31
Elementos norteadores para o estudo da viabilidade técnica,
econômica, ambiental e social
• Poços de água;
• Limites de terreno;
• Sumidouros existentes;
• Tanques sépticos existentes;
• Árvores próximas a áreas contempladas para execução das unidades
de tratamento.
32
As tecnologias que compõe esses SES devem estar em conformidade com os
critérios hidráulicos, estruturais e arquitetônicos normatizados no Brasil propi-
ciando uma execução simples e rotinas de operação e manutenção adequadas à
essas áreas de baixa densidade. A Figura 2 apresenta as tecnologias apropriadas
de esgotamento sanitário adotadas neste Estudo.
33
Tabela 3 - Características do Tanque Séptico.
Tanque Séptico
Definição: Uni-
dade cilíndrica
A câmara arma-
ou prismática re-
zena o esgoto
tangular de fluxo
por determinado
horizontal. Trata- Não deve receber O lodo e a escuma
período, sedimenta
mento de esgotos águas pluviais e acumulados devem
o material sólido e
por processo de pode necessitar ser removidos a
ocorre a flutuação
sedimentação, de tratamento intervalos de tempo
de sólidos e gor-
flotação e diges- complementar. definidos no projeto.
duras (escuma). O
tão. Podem ser
material sedimen-
de câmara única tado forma o lodo.
ou de câmaras
em série.
1
Observar definições no Glossário.
34
Tanque Séptico
Variação do fluxo de
esgoto.
Taxa de infiltração Profundidade do
Distância das águas
do esgoto no solo. lençol freático.
superficiais.
Fatores a serem Disponibilidade de Natureza e pro-
Distância das nas-
considerados espaço. Declivida- fundidade do leito
centes.
de do terreno. rochoso.
Não precisa de um
pré-tratamento.
Alternativas para
Águas Superficiais Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final
35
Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - RAFA
Geralmente são
usados em con-
Não precisa de um
Fatores a serem junto com outras Requisitos específi-
pré-tratamento. Pode
considerados na unidades de trata- cos de operação e
ser precedido de
seleção mento a depender manutenção.
caixa de inspeção.
dos padrões da
legislação.
Alternativas
Filtro de areia e
técnicas para Filtro anaeróbio. SAC
valas de filtração.
pós-tratamento.
Alternativas para
Águas Superficiais. Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final
36
Tabela 5 Características do Filtro Anaeróbio.
Filtro Anaeróbio
Alternativas
Filtro de areia e
técnicas para SAC
valas de filtração.
pós-tratamento.
Alternativas para
Águas Superficiais Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final
37
Tabela 6 Características do Filtro de Areia e Vala de Filtração.
Utilizado com o
uso de unidades de Área necessária para
Pode ser individual
esgotos pré-tra- até 5 pessoas de uma
Características ou para um grupo
tados. Possui uma unidade familiar: 2m2
pequeno de casas.
alta remoção de a 5m2.
matéria orgânica.
2
O uso alternado garante a degradação do material retido durante o repouso.
38
Filtro de Areia e Vala de Filtração
Alternativas
técnicas para Como pós-tratamento pode ser lançado no SAC.
pós-tratamento.
A NBR 13 969:1997
recomenda uma A depender dos
taxa de aplicação padrões de qualidade
Alternativas para Solos arenosos,
diária de esgoto de pode ser disposto no
disposição final permeáveis.
no máximo 200l/ solo ou em corpo d
m3, para a vala de ‘água.
filtração 100l/m .
2
39
Tabela 7 Características do Biodigestor.
Biodigestor
As vantagens em
relação às alterna-
tivas é o aproveita- O tipo de esgoto
O excesso do lodo
mento do biogás, a tratar é de água
Características pode ser removido
porém deve ser marrom ou esgoto
a cada 2 a 4 anos.
observado critérios doméstico.
em relação à cons-
trução e operação.
Alternativas
Filtro de areia e
técnicas para Filtro anaeróbio. SAC
vala de filtração.
pós-tratamento.
3
Para mais detalhes consultar o livro “Tratamento de esgotos domésticos em comunidades isoladas:
referencial para a escolha de soluções.” O livro encontra-se disponível na Web em formato PDF.
40
Biodigestor
Alternativas para
Águas Superficiais. Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final
4
Para mais detalhes consultar o livro “Tratamento de esgotos domésticos em comunidades isoladas:
referencial para a escolha de soluções.” O livro encontra-se disponível na Web em formato PDF.
41
Sistemas Alagados Construídos-SAC
As plantas utilizadas
são as comuns na
Deve ser previsto o
região para esta fi-
pré-tratamento por Pode ser trata-
nalidade; são usadas
tanque séptico para mento para esgoto
no Brasil as plan-
Características evitar colmatação doméstico (com
tas: taboa (Thypa),
e a substituição pré-tratamento) ou
papiro (Cyperus), biri
total do material para águas cinzas.
(Canna), gramíneas
filtrante.
como o capim Tifton
(Cynodon).
Alternativas
técnicas para Não existe pós-tratamento.
pós-tratamento.
Alternativas para
Águas Superficiais. Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração;
disposição final
42
Tabela 9 Características do Vermifiltro.
Vermifiltro/Círculo de Bananeiras
Definição: vermi-
É preenchido por
filtro é um tanque
duas camadas: a de
impermeável.
cima composta por
Pode ser constru-
serragem, húmus
ído em anéis de
e minhocas e a de
concreto, alvena-
baixo por materiais O círculo de bananei-
ria, caixas d’água Não há normas
filtrantes, brita ou sei- ras é preenchido com
ou outro material para os padrões
xo rolado dividido em galhos e palhas (ou
que garanta a im- de construção.
camadas de diferen- mudas de bananeiras).
permeabilização.
tes granulometrias.
Círculo de Bana-
O húmus da minho-
neira é uma vala ca deve ser retirado
circular preenchi- e pode ser usado
da com material para adubo.
permeável.
Tipo de tratamento
Área necessária
opcional para trata-
(vermifiltro) para até
mento individual e
5 pessoas: 2 a 4 m2.
para moradores que
Área necessária (Cír- Necessita de pré-
Características sejam adeptos a tec-
culo de bananeiras) -tratamento.
nologias ecológicas
para até 5 pessoas: 3
sendo imprescindível
a 5 m2.
o comprometimento
de todos.
Alternativas
técnicas para Alternativas técnicas para pós-tratamento.
pós-tratamento.
43
Vermifiltro/Círculo de Bananeiras
Alternativas para
Águas Superficiais. Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final
Sumidouro
A NBR 13 969:1997
Seu uso é favorável
Definição: Uni- sugere a construção
Por ser verticaliza- somente nas áreas
dade de infil- de pelo menos dois
do é mais difícil de onde o aquífero é
tração vertical sumidouros para uso
manter o processo profundo e onde
que atravessa alternado pois existe
aeróbio, e por isso possa garantir a
algumas cama- a possibilidade de
a colmatação das distância mínima
das de solos com colmatação.
paredes internas é de 1,50m entre o
características Deve ser estimado o
mais precoce. seu fundo e o nível
distintas. grau de percolação
aquífero máximo.
da água.
44
Sumidouro
Procedimento para
estimar a capacida- Deve sempre ter
Deve ficar distante
Fatores a serem de de percolação o registro do nível
de fontes de água
considerados na do solo encontra-se do lençol freático
em pelo menos 30
seleção no Anexo-A da NBR nas áreas a serem
metros.
13 969:1997- item- implantadas.
-A.2
5
Como já mencionado anteriormente, essa avaliação faz parte do processo de elaboração
do projeto.
45
Tabela 11 Características da vala de infiltração
Vala de Infiltração
Observar a distância
Não é recomen- Não é recomendável
mínima de 1,50m
dável o plantio de em solos saturados
Características entre o fundo e o
árvores próximos às de água ou solos
nível máximo do
valas de infiltração. muito argilosos.
aquífero.
O número máximo
Deve ser precedida
instalado deve ser
de avaliação técnica Procedimento para
de 10 unidades/
para não haver estimar a capacida-
Fatores a serem hectare. Devem ser
contaminação do de de percolação do
considerados na instaladas no míni-
aquífero causada solo encontra-se no
seleção mo 2 (duas) unida-
por nitratos, vírus e Anexo A da NBR 13
des para garantir
outros micro-orga- 969:1997- item-A.1
que o processo seja
nismos patogênicos.
intermitente.
46
A Figura 3 apresenta uma síntese das principais caraterísticas das tecnologias
apresentadas com destaque para a coluna CAPEX onde os valores apresentados
estão em conformidade com os cálculos orçamentários dispostos no Anexo IV;
essas planilhas foram elaboradas por meio de modelo de projetos padrão que
podem servir de referência para elaboração de orçamento paramétrico não de-
vendo ser considerado como projeto básico. Os valores apresentados na Figura 3
têm como referência 01 (uma) economia, e o Anexo IV também apresenta valo-
res orçamentários considerando alguns exemplos de modelos de combinações
de modalidades de tratamento.
47
Observe na Figura acima que a tomada de decisão deve ser ponderada por
uma equipe multidisciplinar. Por exemplo, filtros de areia tem alta remoção de
matéria orgânica, mas apresentam alta frequência de manutenção. Em outros
casos, tecnologias de tratamento com baixo de custo de OPEX apresentam
somente uma média eficiência na remoção de matéria orgânica como pode
ser observado nas valas de infiltração. As escolhas dessas tecnologias - e de
suas possíveis combinações - não é uma “ciência exata” e vai demandar muito
do bom senso e da capacidade de negociação da equipe multidisciplinar com
os beneficiários finais dos investimentos.
48
5. Metodologia para escolha da
tecnologia mais apropriada
49
Considerando a vasta extensão territorial do estado da Bahia e as diversi-
dades regionais, além da possibilidade do uso de várias combinações de tec-
nologias que podem compor os SES individuais ou semicoletivos, foi criada
a Metodologia composta por 11 (onze) passos (Figura 4) que tem o objetivo
de orientar a escolha da tecnologia mais apropriada e proporcionar as bases
para os estudos de viabilidade técnica, econômica, social e ambiental.
50
no Anexo III. A conclusão desse Estudo mostrou que os parâmetros da densida-
de demográfica foram devidamente aplicados como base conceitual e que a
exceção da regra geral (sistema semicoletivo) é relevante. Por conseguinte, a
aplicação da Metodologia é um fator determinante para a escolha das moda-
lidades de tratamento perante a complexidade e especificidade do sistema de
esgotamento sanitário em áreas de baixa densidade demográfica.
No Anexo II, temos o plano que foi utilizado para a visita técnica do Estudo de
Caso: Passo 2 da Metodologia. A seguir, apresentação dos 11 (onze) passos e suas
respectivas considerações: atividade; base conceitual1; Ponto-chave no desenvol-
vimento da atividade e as ferramentas utilizadas para aplicação da Metodologia.
Passo 1 -
• Ferramenta utilizada:
- Sistema de Georreferenciamento da Embasa (Geoweb) ou outra
Ferramenta GIS.
- Reunião operacional da equipe multidisciplinar antes da visita de campo.
- Pesquisar a existência de projetos ou estudos de concepção já
realizados pela Embasa, Cerb ou SIHS (Secretaria de Infraestrutura
Hídrica) na área da visita.
- No caso de atendimento com SAA, levantar dados disponíveis nos
1
Tema abordado no Capítulo 3.
51
sistemas da Embasa; verificar existência de indicadores oficiais.
Passo 2 -
• Ponto chave:
- Fazer contato com poder público municipal para não gerar expec-
tativas fora do escopo da visita.
- Entender a relação das famílias com o meio ambiente.
- Identificar serviços e equipamento públicos disponíveis na área.
- Identificar a organização social local.
- Entender a relação das famílias com outros prestadores de serviços
para fortalecer argumentos na sensibilização para a prestação dos
serviços de esgotamento sanitário.
• Ferramenta utilizada:
- Entrevistas com técnicos da Embasa, líderes comunitários e morado-
res da área.
- Checklist para primeira abordagem dos pontos-chave dos passos 2 a 8.
Passo 3 -
2
Ver Estudo de Caso _ Anexo III.
52
• Base conceitual técnica:
- (a) Densidade demográfica menor do que 50 habitantes por hectare.
- (b) Densidade demográfica entre 50 - 75 habitantes por hectare.
• Ponto chave:
- (a) Soluções devem ser preferencialmente individuais.
- (b) Identificar se existe área disponível para solução semicoletiva.
- (c) Identificar área disponível nas residências (situação atual) e exis-
tência de cisternas, poços.
• Ferramenta utilizada:
- Dados operacionais da Embasa (número de economias e hidrômetros).
- Sistema de Georreferenciamento da Embasa (Geoweb) ou outra
Ferramenta GIS.
- Cadastro comercial da Embasa.
Passo 4 -
• Ponto chave:
- (a) Solução individual.
- (b) Solução individual e/ou semicoletiva.
- Utilizar o per capita real.
• Ferramenta utilizada:
- Relatório operacional da Embasa.
- Conta de água (consumo real).
- Dados de outros fornecedores de água (se for o caso).
53
Passo 5 -
Passo 6 -
Passo 7 -
3
NBR 13.969 - item 5.1.3.1: “além da capacidade de percolação do solo, exerce influência funda-
mental na remoção eficiente dos agentes patogênicos e de fósforo, a composição química do solo
constituinte, além de sua saturação.”
54
• Ponto chave:
- (a) Priorizar soluções que prevejam infiltração no solo, ao invés de lança-
mentos superficiais, devido à demanda de obtenção de outorgas difusas.
- (b) Garantir os parâmetros mínimos para descarte no corpo hídrico.
- (c) Analisar se existe instalações da Embasa que possam receber o
lodo gerado nas fossas.
• Ferramenta utilizada:
- (a) Verificar as características do solo: pH, nitrato, coliformes termotole-
rantes e vírus.
- (b) Observar legislação federal, estadual e municipal.
Passo 8 -
• Ponto chave:
- Identificar potenciais impactos sociais, como: sonoros, odores
desagradáveis, áreas sagradas, comprometimento de áreas produti-
vas, crenças, costumes e valores locais que influenciam na escolha da
solução de esgotamento.
- Caracterizar as Unidades de Conservação e APPs.
- Identificar se ONGs locais têm envolvimento com projetos ambientais.
• Ferramenta utilizada:
- IBGE (ibge.gov.br/geociencias/downloads-geociencias.html).
- ISA (Instituto Socioambiental) - Unidades de Conservação no Brasil
- (https://uc.socioambiental.org/mapa)
55
Passo 9 -
• Ponto chave:
- Identificar qual é a cultura local para o uso de águas cinzas4.
- Identificar se os beneficiários têm alguma preferência para reúso.
- Listar todas as dificuldades operacionais e financeiras para fazer o
correto monitoramento do reúso.
• Ferramenta utilizada:
Diagnóstico socioambiental sobre uso e aceitabilidade do reúso (água
não potável, mas sanitariamente segura). Observar orientações do Es-
tudo de Avaliação das Potencialidades de Reúso de Efluente Sanitário
Tratado no Estado da Bahia (Embasa), disponível no EmbasaDoc http://
embasadoc.embasanet.ba.gov.br/jspui/handle/123456789/33620 ou
no Portal Embasa https://www.embasa.ba.gov.br/index.php/conteudo-
-multimidia/publicacoes/livros.
Passo 10 -
4
Esgoto ou águas servidas geradas dentro de uma casa, excluindo o esgoto gerado no vaso sanitário.
São as águas do chuveiro, pia do banheiro, pia da cozinha e lavanderia.
56
• Base conceitual técnica, ambiental e social e cultural:
Visita de campo com equipe multidisciplinar (engenharia, ambien-
tal, social) para última checagem antes de definir a tecnologia
mais apropriada.
• Ferramenta utilizada:
- GPS.
- Imagens de satélite.
- Entrevistas com grupos focais da comunidade.
- Reuniões públicas abertas.
Passo 11 -
• Ponto chave:
- Identificar se já existe alguma tecnologia em uso na área e a situa-
ção das instalações hidro sanitárias.
- Planejar a gestão do lodo: leito de secagem para uma área; leito de
secagem para várias áreas; descarte em ETE.
- Identificar a necessidade de contrapartida ambiental.
- A contrapartida financeira não deve ultrapassar 5% da renda fami-
liar total para A&E.
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- A tecnologia deve estar adequada às mulheres e portadores de
deficiência física.
- Para localidades com relatos de criminalidade e baixa participação
social recomenda-se SES semicoletivos para facilitar as ações de ope-
ração e manutenção nos equipamentos.
• Ferramenta utilizada:
- Diagnóstico socioambiental sobre renda familiar e gastos mensais
por categoria (água, alimentação, medicamentos, energia, celular).
- Complementação do inquérito sanitário domiciliar.
- Reuniões com a comunidade para apresentar e validar as alternati-
vas de solução.
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Figura 5 Fluxograma 1 para escolha da tecnologia mais apropriada _ Sistema Individual
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Figura 6 - Fluxograma 2 para escolha da tecnologia mais apropriada _ Sistema Semicoletivo
6. Considerações finais
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Nas implementações de soluções para esgotamento sanitário em áreas de
baixa densidade demográfica não se pode simplesmente repassar a gestão dos
equipamentos e dos serviços ao beneficiário final. O beneficiário final deve ser
parte ativa do processo e fazer parte de uma cadeia de agentes que atuem em
parceria para o funcionamento adequado das soluções implementadas.
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plo. O custo do investimento (CAPEX) dificilmente tem como ser recuperado
através do pagamento de tarifas e deve ser encarado como investimento do
Estado em saúde pública com externalidade positiva em outras áreas como di-
minuição das internações hospitalares, aumento da frequência escolar, contri-
buição para o atendimento das metas da Agenda 2030 e promoção do acesso
aos Direitos Humanos a Água e ao Saneamento (DHAS).
Este Manual deve passar por revisões periódicas para que o aprendizado
da Embasa em suas intervenções nas diversas regiões do estado da Bahia, pos-
sa aqui ser registrado e promover o contínuo aperfeiçoamento da Empresa e
dos técnicos que trabalham no setor.
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Referências
64
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Definição sobre
normalização. Disponível em: <https://www.abnt.org.br/normalizacao/sobre
>. Acesso em: 25 mai. 2021.
65
para lançamento de efluentes e revoga a Instrução Normativa SRH N° 03 de
08 de novembro de 2007. Diário Oficial do Estado, DOEBA, Bahia, 20 de no-
vembro de 2018.
66
2022/2020/lei/l14026.htm>.
67
<http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.downlo-
ad&id=627>. Acesso em: 06 jul. 2021.
68
Parte-I.pdf>. Acesso em, 14 jun.2021.
TONETTI, Adriano Luiz, 1973; BRASIL Ana Lucia; MADRID Francisco José
Peña y Lillo et al. Tratamento de esgotos domésticos em comunidades iso-
ladas: referencial para a escolha de soluções. Campinas, SP.: Biblioteca/Uni-
camp, 2018. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1cO4nMVULSR-
QstTNco5EP-V3dWYH43-0n/view>. Acesso em: 30 jun. 2021.
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Anexos
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