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Ficha Catalográfica

Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa)


Manual de Tecnologia Apropriada para o Serviço Público de Esgotamento
Sanitário em Áreas de Baixa Densidade Demográfica no Estado da Bahia/
Embasa. - 1ª. Edição. Salvador: Governo do Estado da Bahia, 2022.
Esgotamento sanitário/Baixa densidade demográfica/tecnologias apropriadas.

2
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
Senhor Gustavo Méndez
Especialista Principal em Água e Saneamento
Coordenador Setor Água e Saneamento Brasil
Representação no Brasil – CSC/CBR
SEN Quadra 802 Conj. F Lote 39
70.800-400 – Brasília, DF
Tel.: (55) 61 3317.4272
www.iadb.org

Embasa - Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.


Engº Alisson Meireles Brandão
Gerente da Unidade de Desenvolvimento Operacional - TDO
E-mail: tdo@embasa.ba.gov.br
4ª Avenida, 420, Centro Administrativo da Bahia - CAB
41.745-002, Salvador, Bahia, Brasil.
Telefone: (071) 3373-7845
www.embasa.ba.gov.br

MACS BRASIL Gestão e Consultoria em Serviços Ltda.


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São João do Tauape
Fortaleza, Ceará, Brasil
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E-mail: kassyo.rodrigues@macsonline.de
Web: www.macsbrasil.com.br

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Índice
Abreviações 6

Glossário 8

1. Apresentação 12
2. Entraves para efetivação de soluções apropriadas de esgotamento 16
sanitário em áreas de baixa densidade demográfica
2.1 Entraves no aspecto físico que influenciam na operação e 17
manutenção das soluções
2.2 Entraves no aspecto físico que influenciam no dimensionamento 18
das unidades de tratamento
2.3 Entraves no aspecto ambiental 18
2.4 Entraves no aspecto sociocultural 19
2.5 Entraves no aspecto da gestão 20
3. Base conceitual para escolha das tecnologias 21
3.1 Base conceitual _ técnica 22
3.2 Base conceitual _ ambiental 23
3.3 Base conceitual _ social e cultural 24
3.4 Base conceitual _ econômica 26
3.5 Base conceitual _ institucional 26
4. As tecnologias disponíveis e suas principais caraterísticas 28

5. Metodologia para escolha da tecnologia mais apropriada 49


6. Considerações finais 61
Referências 64
Anexos 70

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Lista de tabelas
Tabela 1 - Critérios para definição do SES em áreas de baixa densida- 30
de demográfica
Tabela 2 - Elementos norteadores para o estudo da viabilidade 31
Tabela 3 Características do Tanque Séptico 34
Tabela 4 - Características do Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente 35
Tabela 5 - Características do Filtro Anaeróbio 37
Tabela 6 - Características do Filtro de Areia e Vala de Filtração 38
Tabela 7 - Características do Biodigestor 40
Tabela 8 - Características dos Sistemas Alagados Construídos (SAC) 41
Tabela 9 - Características do Vermifiltro 43
Tabela 10 - Características do Sumidouro 44
Tabela 11 - Características da vala de infiltração 46

Lista de figuras
Figura 1 - Sistemas de Esgotamento Sanitários numa escala de áreas des- 30
centralizadas a centralizadas
Figura 2 - Tecnologias de sistemas de esgotamento sanitário em áreas de 33
baixa densidade demográfica
Figura 3 - Síntese das características das principais tecnologias selecionadas. 47
Figura 4 - Passos para a escolha da tecnologia
Figura 5 - Fluxograma 1 para escolha da tecnologia mais apropriada _ 50
Sistema Individual
Figura 6 - Fluxograma 2 para escolha da tecnologia mais apropriada _ 60
Sistema Semicoletivo

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Abreviações
A&E Água e Esgoto
Agersa Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
APA Área de Proteção Ambiental
APP Área de Proteção Permanente
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
CAPEX Capital Expenditure / Custo de Capital
Central de Associações Comunitárias para Manutenção dos Sistemas
Central
de Saneamento
CERB Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM Serviço Geológico do Brasil
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
EC Empresa Consultora
EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
FOMIN Fundo Multilateral de Investimento
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDBG Grupo do Banco Interamericano de Desenvolvimento
IFI Instituição Financeira Internacional
INEMA Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
MSD Módulos Sanitários Domiciliares
NBR Normas Brasileiras
ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
OPEX Operational Expenditure / Custo de Operação
ONG Organização Não Governamental
OSC Organização da Sociedade Civil

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PNSR Plano Nacional de Saneamento Rural
SAA Sistema de Abastecimento de Água
SES Sistema de Esgotamento Sanitário
SNIS Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento
SIHS Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento do Estado da Bahia
TdR Termo de Referência
UR Unidade Regional

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Glossário
Águas cinzas: Esgoto ou águas servidas geradas dentro de uma casa, excluindo
o esgoto gerado no vaso sanitário. São as águas do chuveiro, pia do banheiro,
pia da cozinha e lavanderia.

Águas Negras: Esgoto gerado pela descarga de urina e fezes no vaso sanitário.
Sinônimo de águas de vaso sanitário ou águas fecais.

Disposição final: Destino do esgoto tratado, após passagem pelo(s) sistema(s)


de tratamento de esgoto.

Esgoto doméstico: Esgoto gerado nas atividades domésticas. Composto pela


mistura de águas de vaso sanitário e águas cinzas.

Esgoto sanitário: Esgoto formado pela combinação dos esgotos doméstico e


industrial, água de infiltração e contribuição pluvial parasitária.

Esgoto tratado: Resíduo líquido gerado após a passagem do esgoto pelo(s)


sistema(s) de tratamento. Sinônimo de efluente final.

Estação de Tratamento de Esgoto: unidade operacional do sistema de esgo-


tamento sanitário que através de processos físicos, químicos ou biológicos
removem as cargas poluentes do esgoto, devolvendo ao ambiente o produto
final, efluente tratado, em conformidade com os padrões exigidos pela legis-
lação ambiental.

Lençol freático: O lençol freático marca a zona em que todos os poros do solo
estão cheios de água (ou saturados). O nível do lençol freático é a profundi-
dade em que este se encontra, é a camada superior das águas subterrâneas, e
pode ser observado nos poços rasos (poços caipiras ou freáticos).

Lodo: Sólidos gerados no tratamento do esgoto, ricos em microrganismos e


matéria orgânica.

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Patógenos: Microrganismos nocivos à saúde humana e animal.

Saneamento ambiental: Conjunto de medidas que visa preservar ou modificar


as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e pro-
mover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade
do indivíduo e facilitar a atividade econômica.

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
Rui Costa - Governador

SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA HÍDRICA E SANEAMENTO


Leonardo Góes Silva - Secretário

EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO S.A.


Rogério Costa Cedraz - Presidente

DIRETORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO – DT


César Silva Ramos - Diretor

ASSESSORIA DA DIRETORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO – A-DT


Tatiane Lima Verde Monteiro | Viviane Ramos Gomes | Vívian Carla Alves
- Equipe Técnica

UNIDADE DE DESENVOLVIMENTO OPERACIONAL – TDO


Alisson Meireles Brandão - Gestor do Contrato
Vanessa Britto Silveira Cardoso | Quize Maia da Costa
- Equipe Técnica

UNIDADE SOCIOAMBIENTAL – TSA


Thiago Hiroshi de Oliveira | Viviane Silva Vasconcelos
- Equipe Técnica

UNIDADE DE PROJETOS – EPR


Antônio Fernando de Melo Vieira | Ricardo Ferreira Azevedo | Victor Andrade Almeida
- Equipe Técnica

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Equipe da Consultoria MACS

Kassyo Rodrigues Pinheiro (líder da equipe)


Aliceana de Fátima Frazão de Lima
Karine Pinheiro Machado
Wolfgang Schwaab
Raul Lucas Lima Alves
Antônio Rodrigues de Lima Junior
Anderson Leão Frigo
Felipe Faria Toé Alves de Oliveira
Rivaldo Moura de Araújo

11
1. Apresentação

12
Os baixos índices de atendimento dos serviços de esgotamento sanitário, so-
bretudo no que se refere à coleta e ao tratamento de esgoto, indicam que é preci-
so buscar soluções adequadas e factíveis para a universalização do acesso.

Atualmente, a Embasa atende a 368 municípios baianos com abastecimen-


to de água com um índice de cobertura de 92,03%. Desses municípios, 111 são
atendidos com esgotamento sanitário com índices de cobertura de esgoto tra-
tado de 45,87%. Na grande parte desses municípios atendidos por esgotamen-
to sanitário, especialmente aqueles do interior do Estado, o serviço ocorre nas
sedes municipais, ficando os distritos e comunidades isoladas de baixa densi-
dade demográfica sem a devida coleta e disposição ambientalmente adequa-
da dos efluentes sanitários, além daqueles 257 municípios que não possuem
atendimento por parte da prestadora.

Aliado a isso, são encontradas dificuldades para atendimento dessas áreas


de baixa densidade demográfica, sejam por motivos financeiros ou por ina-
dequação tecnológica. O desafio se torna ainda maior quando a lei que alte-
rou o marco legal do setor saneamento básico, Lei nº. 14.026 sancionada em
15 de julho de 2020, estabeleceu a meta de 90% para elevação da cobertura
de esgotamento sanitário até 2033. Nesse cenário, encontra-se suporte nas
chamadas Tecnologias Apropriadas que são aquelas que permitem atender às
comunidades com serviços de saneamento em condições sanitárias seguras e
eficientes, que sejam aceitas pelas comunidades e que contemplem aspectos
construtivos, operacionais e de custos compatíveis com as características so-
cioeconômicas, ambientais e culturais dessas respectivas comunidades.

Dessa forma, para o atendimento com serviços de esgotamento sanitário


em áreas de baixa densidade demográfica, a seleção de tecnologia apropriada,
além de envolver uma série de decisões, que vão para além da questão tec-
nológica em seu sentido restrito, deve apresentar facilidade e baixo custo na
prestação do serviço e proporcionar aceitação do ponto de vista sociocultural,

13
com atenção às especificidades de salubridade, segurança, higiene e dignidade.

Este Manual de Tecnologia Apropriada tem como objetivo orientar as


ações da Embasa nos passos necessários para a escolha da tecnologia de es-
gotamento sanitário mais adequada às áreas de baixa densidade demográfica;
ele está organizado nos seguintes capítulos:

• Capítulo 1 - Apresentação;
• Capítulo 2 - Entraves para efetivação de soluções apropriadas de esgo-
tamento sanitário em áreas de baixa densidade demográfica;
• Capítulo 3 - Base conceitual para escolha das tecnologias;
• Capítulo 4 - As tecnologias disponíveis e suas principais características;
• Capítulo 5 - Metodologia para escolha da tecnologia mais apropriada;
• Capítulo 6 - Considerações Finais;
• Capítulo 7 - Referências;
• Anexos.

Os Anexos foram desenvolvidos para complementar e aprofundar o enten-


dimento de temas importantes, mas que se fossem aqui desenvolvidos desvir-
tuariam um dos objetivos desse Manual: ser de fácil leitura e entendimento
por diversos profissionais em distintas áreas da Embasa. Recomenda-se a lei-
tura dos Anexos que apresentam o seguinte conteúdo:

Anexo I _ A Participação das Organizações da Sociedade Civil no saneamen-


to brasileiro. Este Anexo aborda os aspectos sociais, institucionais e legais da
participação de Organizações da Sociedade Civil (OSC) na gestão de sistemas
de esgotamento sanitário em áreas de baixa densidade demográfica.

Anexo II _ Roteiro de visita às localidades de Futurama I e Futurama II. Este


roteiro serviu de base para a visita técnica que foi uma das atividades desen-
volvidas no Estudo de Caso.

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Anexo III _ Estudo de Caso. A Metodologia desenvolvida para a seleção da
tecnologia mais apropriada de esgotamento sanitário em áreas de baixa den-
sidade demográfica foi aplicada nas localidades de Futurama I e Futurama II,
pertencentes ao município de Dias d’ávila, Bahia. As experiências e resultados
estão apresentados neste Anexo.

Anexo IV _ Orçamento paramétrico das tecnologias de SES. As planilhas or-


çamentárias das tecnologias estão apresentadas em arquivo editável em Excel.

Os autores foram guiados por duas ambições ao prepararem este Manual:


(a) fornecer instrumentos que possibilitem as equipes multidisciplinares anali-
sarem a situação local, discutirem com os futuros beneficiários as alternativas
tecnológicas existentes mais adequadas e planejar a maneira mais sustentá-
vel de implementar as soluções de esgotamento sanitário; (b) alertar para a
importância da formação de um banco de dados1 por região (ou mesmo por
munícipio) para facilitar, no futuro, a análise, a tomada de decisão e a prepa-
ração de projetos quando da implementação de SES em áreas de baixa densi-
dade demográfica.

1
A organização de um banco de dados pode permitir, no futuro, o desenvolvimento de
um algoritmo que ajude na seleção das tecnologias e na elaboração de Projetos. Por isso,
reforçamos a importância de registrar todo o conhecimento que a Embasa acumule com o
desenvolvimento de trabalhos nessas áreas.

15
2. Entraves para efetivação
de soluções apropriadas de
esgotamento sanitário em áreas
de baixa densidade demográfica

16
Alguns entraves ou limitações contribuem para aumentar os obstáculos
durante a escolha da melhor alternativa tecnológica, em áreas de baixa den-
sidade populacional, exigindo dos atores responsáveis por essa tarefa, pers-
picácia nas escolhas, e tornando imprescindível o conhecimento técnico das
unidades que possam vir a ser implantadas.

Os entraves aqui apresentados e discutidos são de ordem física, ambiental,


sociocultural e de gestão; eles foram, neste capítulo, analisados, e para cada
um deles foram destacados os pontos mais relevantes a serem observados
quando da análise da situação atual das comunidades que serão contempladas
com soluções sanitárias. Como lição geral, as ações de saneamento (sejam em
abastecimento de água, sejam em esgotamento sanitário) em áreas de baixa
densidade demográfica – pequenos distritos, localidades rurais – requerem uma
abordagem e uma análise diferentes das zonas mais populosas.

2.1 ENTRAVES NO ASPECTO FÍSICO QUE INFLUENCIAM NA OPERAÇÃO


E MANUTENÇÃO DAS SOLUÇÕES

Os entraves físicos relevantes para a escolha das alternativas tecno-


lógicas são:

• Disposição das casas na área de implantação do sistema;


• Condições sanitárias das residências: banheiros, cozinha, tanques de
roupa (instalações hidrossanitárias inadequadas, fora dos padrões nor-
mativos);
• Distância entre a área beneficiada com soluções individuais ou semi-
coletivas de esgotamento sanitário e as unidades de operação e manu-
tenção da Embasa;
• Condições da estrada de acesso à localidade/região a serem contem-
pladas com SES.

17
2.2 ENTRAVES NO ASPECTO FÍSICO QUE INFLUENCIAM NO DIMEN-
SIONAMENTO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO

Outros entraves físicos também influenciam no dimensionamento das uni-


dades de tratamento de esgoto; são eles:

• Número de habitantes;
• Clima (precipitações1);
• Solo (tipo, granulometria, permeabilidade e impermeabilidade);
• Topografia;
• Nível de lençol freático;
• Tipo de vegetação;
• SAA existentes para consumo humano e/ou dessedentação de animais.

2.3 ENTRAVES NO ASPECTO AMBIENTAL

Os limites impostos pela legislação ambiental também impactam na esco-


lha da solução de tratamento, na disposição do efluente e do lodo e no reúso
dos esgotos tratados; dentre eles, podemos citar:

• Unidades de Conservação Ambiental;


• Áreas de Preservação Permanente (APP);
• Cobertura vegetal;
• Bacias hidrográficas;
• Mananciais superficiais / mananciais subterrâneos;
• Nascentes.

1
O regime pluviométrico é um parâmetro específico para a concepção de Projetos e deve
ser analisado quando da fase de elaboração de Projetos, pois ele tem impacto direto no
dimensionamento das unidades do SES. Vale aqui também ressaltar que os fenômenos de
mudança climática – climate change – também terão impacto nesse tema.

18
2.4 ENTRAVES NO ASPECTO SOCIOCULTURAL

A sustentabilidade das intervenções físicas feitas para implantação de in-


fraestrutura de esgotamento sanitário depende da participação dos benefi-
ciários e, por isso, a importância de identificar os principais empecilhos, difi-
culdades na esfera sociocultural para a efetivação dessas ações; dentre eles,
podemos aqui citar:

• Padrões culturais;
• Tipo de banheiro (chuveiro, lavatório), pia para lavar louça, tanque
para lavagem de roupa;
• Tipo de construção (próprio ou alugado) / no de cômodos;
• Escolaridade / renda;
• Populações tradicionais;
• Organização comunitária;
• Disposição do material da caixa de gordura, escuma do tanque séptico
e do lodo tratado das unidades de tratamento;
• Reúso do esgoto sanitário tratado;
• Capacidade de pagamento de tarifa dos beneficiários.

2.5 ENTRAVES NO ASPECTO DA GESTÃO

As unidades dos SAA estão dispostas em áreas públicas de livre acesso


para operação, manutenção e monitoramento da oferta de água potável. O
SES convencional também está disposto em áreas públicas ou privativas das
concessionárias contribuindo para a eficácia do tratamento e disposição final
do esgoto sanitário.

Entretanto, a realidade dos SES individual é bem adversa: as unidades de


tratamento estão localizadas em terrenos privados e necessitam de monitora-
mento periódico para garantir os padrões ambientais dos efluentes mesmo que

19
sejam unidades de simples operação e manutenção. Logo, a gestão de um SES
individual não deve ter as mesmas diretrizes de um sistema convencional.

Alguns pontos precisam entrar no planejamento das intervenções nessas


áreas pois terão grande influência na gestão desses sistemas:

O envolvimento e a fidelização dos futuros clientes;

• O entendimento do beneficiário que deve permitir o acesso – quando


necessário – às instalações para operação, manutenção e monitora-
mento das tecnologias dos sistemas de esgotamento;
• Os aspectos fundiários envolvidos nas intervenções;
• A preparação de modelos de documentos apropriados para essas
intervenções.

Nos casos de implementações de soluções individuais e semicoletivas para


esgotamento sanitário não se pode simplesmente repassar a gestão dos equi-
pamentos e dos serviços ao beneficiário final. O beneficiário final deve ser
parte ativa do processo e fazer parte de uma cadeia de agentes que apoiem o
funcionamento adequado das soluções implementadas.

20
3. Base conceitual para escolha das
tecnologias

21
A determinação da base conceitual para a escolha da tecnologia mais apro-
priada foi fruto da vivência dos autores, da experiência acumulada no tema, das
determinações legais e das discussões quando da elaboração de outros produtos
do contrato de Consultoria1. Essa base conceitual apresenta 05 (cinco) aspectos:
técnico, ambiental, sociocultural, econômico e institucional.

3.1 BASE CONCEITUAL _ TÉCNICA

Os valores referenciais para definição das áreas de baixa densidade popu-


lacional são:

• Áreas com densidade demográfica ≤ 50 habitantes por hectare e consumo


per capita de água ≤ 100 L/hab. dia: as soluções de esgotamento serão
individuais.

• Áreas com densidade demográfica entre 75 e 50 habitantes por hectare e


consumo per capita de água > 100 L/hab. dia: as soluções de esgotamento
podem ser coletivas ou individuais dependendo das especificidades e pe-
culiaridades in loco2;

Deve-se priorizar soluções de caráter individual para o serviço de esgota-


mento sanitário. Todavia, pode existir a necessidade de soluções combinadas:
centralizada (coletiva) para o núcleo mais populoso + descentralizada (indivi-
dual) para as áreas dispersas. Deve-se zonear a localidade em bacias e procu-

1
Este Manual é o quinto Produto desenvolvido no contrato de consultoria entre o BID e
a empresa MACS do Brasil Ltda. Os temas aqui apresentados neste Manual sintetizam os
pontos principias discutidos em outros produtos desse contrato.
2
O Estudo de Caso (Anexo III) validou a orientação de que esses valores devem ser utiliza-
dos como uma referência e devem ser analisados pela equipe multidisciplinar dentro do
contexto de cada região de trabalho.

22
rar sempre planejar para as soluções de esgotamento o uso de equipamentos
de fácil manuseio.

Os projetistas precisam ter um engajamento e um treinamento diferen-


ciados para entender, estudar e planejar soluções para áreas com baixa den-
sidade populacional. Durante as discussões do projeto, as alternativas de
manutenção e operação devem ser estudadas e precificadas e, nesse caso,
as discussões devem envolver os técnicos de operação e manutenção de SES
como também os técnicos da área socioambiental. As alternativas mais sim-
ples com baixo custo de energia elétrica e facilidade de operação e manuten-
ção devem ser priorizadas. Deve-se sempre analisar se existe alguma intera-
ção com a ODS 7 (Energia acessível e limpa) e a possibilidade de realizar reúso
dos efluentes tratados.

Deve ser observada nas áreas contempladas a previsibilidade de um rápido


crescimento demográfico para verificar se as soluções escolhidas, no momento,
poderão ser adaptadas para a nova situação de maior densidade demográfica
no futuro próximo. Os investimentos em SES coletivos podem ser planejados de
forma escalonada tendo um horizonte de 10 (dez) anos como meta para os in-
vestimentos; dessa forma, o custo inicial de investimento seria menor e os ajus-
tes podem ser feitos de acordo com o desenvolvimento da região.

3.2 BASE CONCEITUAL _ AMBIENTAL

As intervenções físicas devem observar e, se for o caso, assegurar a existên-


cia de instalações hidrossanitárias aceitáveis do ponto de vista higiênico e cultu-
ral. No caso da escolha de MSDs, deve ser estudado qual o tipo de solução está
sendo utilizada pelas famílias e, se for o caso, planejar as intervenções físicas de
forma integral ou complementando o que já existe desde que não comprometa
o uso de mananciais superficiais ou subterrâneos.

O lodo gerado nas soluções de tratamento precisa ser devidamente cole-


tado, estabilizado e ter um destino ambientalmente adequado e amparado na

23
legislação ambiental brasileira. Essa atividade deve ser discutida durante o
planejamento do projeto e deve envolver os técnicos da área ambiental para
análise de todos os processos (licenças, equipamentos, terrenos, logística) en-
volvendo essa atividade. Essa atividade deve ser discutida desde o planeja-
mento até o pós-obra e deve envolver os técnicos da área social.

3.3 BASE CONCEITUAL _ SOCIAL E CULTURAL

As ações socioculturais devem ter um alcance além da implantação das in-


fraestruturas físicas (pós-obra) e devem envolver organizações locais (ONGs)
de apoio ao meio ambiente e/ou desenvolvimento local. O controle social, a
participação popular e a adequabilidade da solução aos aspectos locais são
requisitos fundamentais para o sentimento de pertencimento, sustentabilida-
de e apropriação da solução pelos futuros beneficiários e deve ocorrer da con-
cepção ao pós-obra.

Os materiais audiovisuais de apoio aos trabalhos de sensibilização e edu-


cação voltados para a fidelização e capacitação para aceitação e uso correto
dos equipamentos devem ser apropriados às especificidades locais e ter um
forte apelo visual: pouco texto e imagens que sejam facilmente relacionadas
às mensagens principais.

O processo de aceitabilidade, pertencimento e apropriação das soluções


de esgotamento sanitário pelos beneficiários, envolve duas grandes etapas:
pré-obra e o pós-obra. As atividades do pré-obra são:

• Mapeamento da situação local: realizar levantamento das ONGs locais


e de sua área de atuação; levantamento de dados secundários da área;
entrevistas e reuniões com a equipe multidisciplinar da Embasa/UR e
com as comunidades;

• Revisão de criticidades: com base no mapeamento, fazer a revisão dos


pontos críticos a serem trabalhados com os futuros beneficiários: (a)

24
entendimento da problemática causada pela falta dos serviços; (b) dis-
cussão e compreensão da tecnologia recomendada; (c) necessidade de
contrapartida (financeira ou ambiental) pelos serviços que serão pro-
vidos; (d) detalhamento das ações pós-obra (operação, manutenção e
monitoramento);

• Contato e articulação: proceder contato e articulação com as lideran-


ças da localidade (comunidade, distrito ou bairro) para o planejamen-
to das ações de mobilização e sensibilização e construção do plano de
engajamento.

As atividades após a finalização das obras (pós-obra) têm como objetivo pos-
sibilitar que a aceitação se converta em fidelização: construção de um relacio-
namento de confiança pautado na comunicação, educação, flexibilidade e pro-
moção de espaços de escuta continuados. Os dados e lições aprendidas durante
o processo devem ser compartilhados com técnicos de outras UR da Embasa
para melhoria constante do processo. As principais atividades do pós-obra são:

• Manter um relacionamento de confiança e parceria com os beneficia-


dos sobre a solução adotada para evitar desvios não desejados no pro-
cesso como: uso indevido dos equipamentos e instalações e divulgação
de informações falsas sobre o resultado das soluções implantadas;

• Realizar as atividades de monitoramento dos serviços de manutenção


e operação e discutir com os beneficiados sobre os resultados positivos
obtidos com base nos aspectos socioambiental, de salubridade e de
saúde da população beneficiada;

• Atualizar o banco de dados para acompanhar situações como uso in-


devido das soluções e o porquê desse desvio na concepção inicial, co-
bertura efetiva (soluções implantadas e em uso correto) e lições apren-
didas nos projetos.

25
3.4 BASE CONCEITUAL _ ECONÔMICA

A prestação de serviços de esgotamento sanitário sempre deve ter uma con-


trapartida dos beneficiários; essa contrapartida pode ser financeira - através do
pagamento mensal de tarifas – ou pode ser como prestação de serviço ambien-
tal: participação na proteção de mananciais superficiais, por exemplo3. A con-
trapartida financeira das famílias (tarifas) para a prestação do serviço não deve
ultrapassar 5% da renda familiar total para os dois serviços (A&E).

Para o caso da formação de parcerias locais com ONGs, deve-se observar a


possibilidade de oferecer incentivo financeiro (créditos nas contas de água, por
exemplo) para que elas acompanhem o uso adequado por parte da população
dos sistemas individuais ou coletivos de esgotamento sanitário.

3.5 BASE CONCEITUAL _ INSTITUCIONAL

Deve-se estruturar um banco de dados para: (1) identificar onde está a popu-
lação-alvo; (2) onde estão os déficits; (3) quais soluções já foram implementadas
e qual o estado atual dessas soluções; e (4) quais indicadores socioambientais
podem fazer parte do critério de priorização dos investimentos. A implementa-
ção desse banco de dados está orientada pela Lei nº 14.026/2020 que no art.9º,
inciso VI registra: implementar sistema de informações sobre os serviços públi-
cos de saneamento básico, articulado com o Sistema Nacional de Informações
em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a
Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (Singreh), observadas a metodologia e a periodicidade esta-
belecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. O Programa Nacional
de Saneamento Rural também registra a importância do banco de dados no

3
A equipe multidisciplinar pode também discutir com a população uma combinação entre es-
sas duas modalidades; isso pode facilitar o processo de sensibilização e adesão das famílias.

26
Saneamento Rural com os objetivos de: acompanhar cumprimento de metas; se-
guir a situação dos indicadores voltados à gestão do Programa; realizar e moni-
torar o diagnóstico situacional que favoreça a tomada das decisões estratégicas
do Programa; gerar relatórios para transparência pública e produzir conteúdo
para informação e formação.

Um aspecto institucional importante é a participação de organizações da


sociedade civil no saneamento brasileiro. No Anexo I, esse tema foi desenvol-
vido abordando os aspectos sociais, institucionais e legais da participação de
Organizações da Sociedade Civil (OSC) na gestão de sistemas de esgotamento
sanitário em áreas de baixa densidade demográfica.

27
4. As tecnologias disponíveis e suas
principais caraterísticas

28
Para obtenção dos resultados pretendidos é necessário que haja uma padro-
nização das tecnologias que integram todo o sistema de esgotamento sanitário
nas áreas de baixa densidade populacional desde a produção, coleta, transporte,
tratamento até a disposição final no meio ambiente.

Diante do vasto território da Bahia e das condições físicas, socioculturais e


ambientais das áreas a serem contempladas, os SES adotados serão classificados
em Sistemas Individuais e Sistemas Semicoletivos, onde:

• Sistema individual de esgotamento sanitário: é aquele dimensionado


para atender a 01 economia ou até três economias desde que estejam
construídas no mesmo terreno (propriedade);
• Sistema semicoletivo de esgotamento sanitário: é aquele dimensionado
para atender a mais de 01 economia construída em terrenos distintos,
por possuírem um maior volume de contribuição de esgoto e exigirem
uma maior dimensão das unidades tecnológicas de tratamento. Esses
esgotos serão transportados por rede coletora e emissário de esgoto até
uma área disponível para execução das modalidades de tratamento.

A Figura 1 ilustra os tipos de sistemas de esgotamento sanitário variando


de uma situação descentralizada (povoados e pequenas localidades) até uma
situação centralizada (sedes municipais e grandes distritos). Essa ilustração
pode ser utilizada em seminários internos da Embasa ou em reuniões nos Mu-
nicípios com o intuito de introduzir - de forma visual e didática - as diversas si-
tuações que orientam as escolhas de tecnologias para esgotamento sanitário
mais apropriadas para uma determinada área.

A densidade demográfica e o consumo per capita de água serão os critérios


determinantes para a escolha do SES a ser adotado. Sendo o sistema individual a re-
ferência e o sistema semicoletivo a exceção à regra, conforme descrito na Tabela 1.

29
Figura 1 Sistemas de Esgotamento Sanitários numa escala de áreas descentrali-
zadas a centralizadas

Tabela 1 - Critérios para definição do SES em áreas de baixa densidade demográfica.

Densidade Demográfica e Sistemas de Esgotamento


Consumo de água per capita Sanitário

• Densidade Demográfica ≤ 50 hab./ha; Sistema Individual de Esgotamento


• Consumo de água per capita ≤ 100 L/hab. dia. Sanitário.

*Devido as especificidades locais, podem ser implantados em uma mesma localidade os dois
tipos de sistemas de esgotamento sanitário: individual ou semicoletivo.

30
Densidade Demográfica e Sistemas de Esgotamento
Consumo de água per capita Sanitário

• 50 hab./ha < Densidade Demográfica < 75 Sistema* Individual de Esgotamento


hab./ha; Sanitário e /ou Semicoletivo de Esgo-
• Consumo de água per capita > 100 L/hab. dia. tamento Sanitário

*Devido as especificidades locais, podem ser implantados em uma mesma localidade os dois
tipos de sistemas de esgotamento sanitário: individual ou semicoletivo.

Dentre as tecnologias que compõem os SES, há várias combinações de solu-


ções de tratamento que podem ser implantadas as quais dependem das carac-
terísticas físicas, técnicas, ambientais e socioculturais das áreas contempladas
conforme as especificidades e peculiaridades locais discriminadas na Tabela 2.

Tabela 2 - Elementos norteadores para o estudo da viabilidade.

Elementos norteadores para o estudo da viabilidade técnica,


econômica, ambiental e social

• Espaço disponível para execução do tanque séptico e com-


plemento individual;
• Espaço disponível para execução do tanque séptico e com-
Área Disponível:
plemento semicoletivo;
• Espaço disponível para disposição e tratamento do lodo do
tanque séptico.

31
Elementos norteadores para o estudo da viabilidade técnica,
econômica, ambiental e social

• Organização social local;


• Equipamentos e serviços públicos disponíveis;
• Existência de comunidades tradicionais;
Social: • Crenças, costumes e valores locais;
• Capacidade de pagamento de tarifas dos beneficiários;
• Comprometimento de áreas produtivas;
• Segurança.

• Número de casas total da localidade;


• Número de casas atendidas pelo SAA da Embasa;
Casas: • Números de economias ativas;
• Números de casas isoladas;
• Número de casas aglomeradas.

• Características do solo: arenoso, siltoso, argiloso, rochoso;


Solo e topografia:
• Curvas de nível, declividades.

• Aquífero subterrâneo e superficial;


Manancial: • Nível do lençol freático;
• Barragens, nascentes.

Elementos que exigem distâncias horizontais mínimas para a instalação


do tanque séptico:

• Poços de água;
• Limites de terreno;
• Sumidouros existentes;
• Tanques sépticos existentes;
• Árvores próximas a áreas contempladas para execução das unidades
de tratamento.

32
As tecnologias que compõe esses SES devem estar em conformidade com os
critérios hidráulicos, estruturais e arquitetônicos normatizados no Brasil propi-
ciando uma execução simples e rotinas de operação e manutenção adequadas à
essas áreas de baixa densidade. A Figura 2 apresenta as tecnologias apropriadas
de esgotamento sanitário adotadas neste Estudo.

Figura 2 Tecnologias de sistemas de esgotamento sanitário em áreas de baixa


densidade demográfica.

As Tabelas a seguir apresentam as definições das 9 (nove) modalidades de


tratamento disponíveis para esgotamento sanitário em áreas de baixa densida-
de demográfica destacando: (a) suas principais caraterísticas; (b) os fatores a se-
rem considerados na sua seleção; (c) as alternativas técnicas para tratamento do
efluente e (d) as alternativas para disposição final.

33
Tabela 3 - Características do Tanque Séptico.

Tanque Séptico
Definição: Uni-
dade cilíndrica
A câmara arma-
ou prismática re-
zena o esgoto
tangular de fluxo
por determinado
horizontal. Trata- Não deve receber O lodo e a escuma
período, sedimenta
mento de esgotos águas pluviais e acumulados devem
o material sólido e
por processo de pode necessitar ser removidos a
ocorre a flutuação
sedimentação, de tratamento intervalos de tempo
de sólidos e gor-
flotação e diges- complementar. definidos no projeto.
duras (escuma). O
tão. Podem ser
material sedimen-
de câmara única tado forma o lodo.
ou de câmaras
em série.

Pode ser individual


Serve para tratar ou para um grupo
águas negras, de casas. A sedi-
Área necessária para
águas cinzas ou mentação durante
Características até 5 pessoas: 1,5m2
esgoto doméstico.1 o período que o
a 4m2.
Tem baixa frequên- esgoto fica retido
cia de manutenção. pode chegar a 70%
formando o lodo.

1
Observar definições no Glossário.

34
Tanque Séptico

Variação do fluxo de
esgoto.
Taxa de infiltração Profundidade do
Distância das águas
do esgoto no solo. lençol freático.
superficiais.
Fatores a serem Disponibilidade de Natureza e pro-
Distância das nas-
considerados espaço. Declivida- fundidade do leito
centes.
de do terreno. rochoso.
Não precisa de um
pré-tratamento.

Alternativas Filtro de areia e SAC


Biodigestor.
técnicas para valas de filtração. Vermifiltro/Círculo
Filtro anaeróbio.
pós-tratamento. RAFA (DAFA). de bananeiras

Alternativas para
Águas Superficiais Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final

Tabela 4 Características do Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente.

Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - RAFA

Definição: O flu- O RAFA também é


São comercializa-
xo é ascendente conhecido pela si- O principal parâme-
dos em diferentes
e em seu interior gla em inglês UASB: tro de dimensiona-
materiais como,
há a formação Upflow Anaerobic mento é a estimativa
polietileno e plás-
de “manta de Sludge Blanket. No do volume de esgoto
tico reforçado com
lodo” constituída Brasil também é a ser tratado por dia.
fibra de vidro.
por microrganis- reconhecido como O volume interno do
Pode haver mau
mos soltos ou em DAFA: Digestor reator deve garantir
cheiro devendo ser
pequenos grupos Anaeróbio de Fluxo que o esgoto demore
instalado tubo de
(degradação Ascendente. em torno de 9 horas.
ventilação.
anaeróbia).

35
Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - RAFA

Serve para tratar


Área necessária para
águas negras, ou
Pode ser individual até 5 pessoas: 1,5m2
esgoto doméstico.
Características ou para um grupo a 4m2. Considerando
Necessita baixa
pequeno de casas. neste caso um RAFA/
frequência de
DAFA compacto.
manutenção.

Geralmente são
usados em con-
Não precisa de um
Fatores a serem junto com outras Requisitos específi-
pré-tratamento. Pode
considerados na unidades de trata- cos de operação e
ser precedido de
seleção mento a depender manutenção.
caixa de inspeção.
dos padrões da
legislação.

Alternativas
Filtro de areia e
técnicas para Filtro anaeróbio. SAC
valas de filtração.
pós-tratamento.

Alternativas para
Águas Superficiais. Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final

36
Tabela 5 Características do Filtro Anaeróbio.

Filtro Anaeróbio

Devem ser imper-


meáveis as paredes
Definição:
e o fundo. Há
Retém o lodo
modelos pré-fabri- Deve ser instalado
produzido pelos São comercializa-
cados. O material tanque séptico antes
micro-orga- dos em diferentes
filtrante não deve do filtro. Todo o ma-
nismos; geral- materiais que
apresentar altera- terial filtrante deve
mente o fluxo devem garantir a
ções a longo prazo ser mantido afogado,
é ascendente. É impermeabilização
e pode ser de: brita, preenchido com
recomendável da parede e do
seixo, cacos de esgoto para evitar a
que seja pre- fundo.
tijolos ou telhas, oxigenação.
cedido de um ou outros materiais
pré-tratamento. com características
filtrantes.

Área necessária para


O esgoto na Pode ser individual
até 5 pessoas de uma
Características entrada deve ser ou para um grupo
unidade familiar:
pré-tratado. pequeno de casas.
1,5m2 a 4m2.
Fatores a serem A limpeza do leito
considerados na filtrante deve ser O lodo pode acelerar a colmatação.
seleção contínua.

Alternativas
Filtro de areia e
técnicas para SAC
valas de filtração.
pós-tratamento.
Alternativas para
Águas Superficiais Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final

37
Tabela 6 Características do Filtro de Areia e Vala de Filtração.

Filtro de Areia e Vala de Filtração

Devem ser imper-


meáveis as paredes
e o fundo. Há
Definição: Filtro modelos pré-fa-
São comercializa-
formado por uma bricados. O esgoto
dos em diferentes
camada superior previamente Necessita de
materiais: polie-
de areia seguida tratado é aplicado unidades de pré-tra-
tileno e plástico
de camadas de sobre a superfície tamento.
reforçado com
outros materiais de areia de forma
fibra de vidro.
filtrantes. intermitente.
A vala de filtração
é um filtro de areia
longitudinal.

Utilizado com o
uso de unidades de Área necessária para
Pode ser individual
esgotos pré-tra- até 5 pessoas de uma
Características ou para um grupo
tados. Possui uma unidade familiar: 2m2
pequeno de casas.
alta remoção de a 5m2.
matéria orgânica.

Pode haver colma-


tação da camada
Fatores a serem Precisa de uma O sistema pode ser
superior de areia,
considerados na alta frequência de duplicado para uso
devendo ser ras-
seleção manutenção. alternado2.
pada e substituída
por areia limpa.

2
O uso alternado garante a degradação do material retido durante o repouso.

38
Filtro de Areia e Vala de Filtração

Alternativas
técnicas para Como pós-tratamento pode ser lançado no SAC.
pós-tratamento.

A NBR 13 969:1997
recomenda uma A depender dos
taxa de aplicação padrões de qualidade
Alternativas para Solos arenosos,
diária de esgoto de pode ser disposto no
disposição final permeáveis.
no máximo 200l/ solo ou em corpo d
m3, para a vala de ‘água.
filtração 100l/m .
2

39
Tabela 7 Características do Biodigestor.

Biodigestor

Existe vários mode-


Definição: É um
los: o modelo chinês
tipo de tanque
é muito utilizado no Deve ser previsto o
formado por uma
Brasil; o sertanejo é tratamento comple-
câmara fechada São unidades pro-
uma adaptação que mentar;
e um gasômetro jetadas que usam
utiliza placa de con- Seu dimensionamen-
que armazena em uma mesma
creto e o canadense to não se encontra
o biogás produ- câmara o sistema
é uma lagoa coberta expresso na NBR 13
zido que pode tanque mais filtro
por lona. Há também 969:1997.
ser aproveitado anaeróbio e utili-
modelos pré-fabrica-
como gás de co- zam o biogás.
dos com seixo rolado,
zinha, iluminação dividido em camadas
e aquecimento de diferentes granu-
de água.3 lometrias.

As vantagens em
relação às alterna-
tivas é o aproveita- O tipo de esgoto
O excesso do lodo
mento do biogás, a tratar é de água
Características pode ser removido
porém deve ser marrom ou esgoto
a cada 2 a 4 anos.
observado critérios doméstico.
em relação à cons-
trução e operação.

Alternativas
Filtro de areia e
técnicas para Filtro anaeróbio. SAC
vala de filtração.
pós-tratamento.

3
Para mais detalhes consultar o livro “Tratamento de esgotos domésticos em comunidades isoladas:
referencial para a escolha de soluções.” O livro encontra-se disponível na Web em formato PDF.

40
Biodigestor

Alternativas para
Águas Superficiais. Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final

Tabela 8 Características dos Sistemas Alagados Construídos (SAC).

Sistemas Alagados Construídos-SAC

São unidades proje-


tadas para reprodu-
zir processos naturais
usados em etapas
Definição: São Existem usos
de pós-tratamento e
valas com pa- visando também a
remoção de pató-
redes e fundos remoção de outros
genos.Nas unidades
impermeabili- poluentes. Não há normas
do SAC são previstos
zados, alagados Nesse meio, há a re- para os padrões de
materiais ddo tipo
com o esgoto moção por meio de construção e o di-
areia, brita, seixo
a ser tratado; processo físico de mensionamento é
rolado que servem
nessas valas tem sólidos sedimenta- baseado principal-
como meio filtrante
plantas aquáti- res e em suspensão. mente no volume
pra o crescimento
cas ou macró- Possuem possibili- diário de esgoto a
das plantas. No meio
fitas e material dade de uso agríco- ser tratado.
suporte são desen-
como areia, brita la para o efluente
volvidos biofilmes
e seixo rolado tratado.
entremeados pelas
no seu interior.4 raízes das plantas
que promovem a de-
gradação da matéria
orgânica em solução.

4
Para mais detalhes consultar o livro “Tratamento de esgotos domésticos em comunidades isoladas:
referencial para a escolha de soluções.” O livro encontra-se disponível na Web em formato PDF.

41
Sistemas Alagados Construídos-SAC

As plantas utilizadas
são as comuns na
Deve ser previsto o
região para esta fi-
pré-tratamento por Pode ser trata-
nalidade; são usadas
tanque séptico para mento para esgoto
no Brasil as plan-
Características evitar colmatação doméstico (com
tas: taboa (Thypa),
e a substituição pré-tratamento) ou
papiro (Cyperus), biri
total do material para águas cinzas.
(Canna), gramíneas
filtrante.
como o capim Tifton
(Cynodon).

Alternativas
técnicas para Não existe pós-tratamento.
pós-tratamento.

Alternativas para
Águas Superficiais. Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração;
disposição final

42
Tabela 9 Características do Vermifiltro.

Vermifiltro/Círculo de Bananeiras

Definição: vermi-
É preenchido por
filtro é um tanque
duas camadas: a de
impermeável.
cima composta por
Pode ser constru-
serragem, húmus
ído em anéis de
e minhocas e a de
concreto, alvena-
baixo por materiais O círculo de bananei-
ria, caixas d’água Não há normas
filtrantes, brita ou sei- ras é preenchido com
ou outro material para os padrões
xo rolado dividido em galhos e palhas (ou
que garanta a im- de construção.
camadas de diferen- mudas de bananeiras).
permeabilização.
tes granulometrias.
Círculo de Bana-
O húmus da minho-
neira é uma vala ca deve ser retirado
circular preenchi- e pode ser usado
da com material para adubo.
permeável.

Tipo de tratamento
Área necessária
opcional para trata-
(vermifiltro) para até
mento individual e
5 pessoas: 2 a 4 m2.
para moradores que
Área necessária (Cír- Necessita de pré-
Características sejam adeptos a tec-
culo de bananeiras) -tratamento.
nologias ecológicas
para até 5 pessoas: 3
sendo imprescindível
a 5 m2.
o comprometimento
de todos.

Alternativas
técnicas para Alternativas técnicas para pós-tratamento.
pós-tratamento.

43
Vermifiltro/Círculo de Bananeiras

Alternativas para
Águas Superficiais. Solo: Sumidouro; Vala de Infiltração.
disposição final

Em todos os tipos de tecnologias apresentadas verifica-se a obrigação da


disposição dos esgotos no meio ambiente de forma que atenda às legislações
pertinentes. Nesse âmbito, devemos analisar duas situações imprescindíveis que
impactam no tratamento de esgoto sanitário, são elas:

• A disposição dos efluentes tratados no meio ambiente que é realizada de


duas formas, no solo ou nos corpos hídricos;

• A disposição, manejo e tratamento dos lodos gerados pelos sistemas bem


como o descarte das escumas e material das caixas de gordura.

Tabela 10 Características do Sumidouro.

Sumidouro

A NBR 13 969:1997
Seu uso é favorável
Definição: Uni- sugere a construção
Por ser verticaliza- somente nas áreas
dade de infil- de pelo menos dois
do é mais difícil de onde o aquífero é
tração vertical sumidouros para uso
manter o processo profundo e onde
que atravessa alternado pois existe
aeróbio, e por isso possa garantir a
algumas cama- a possibilidade de
a colmatação das distância mínima
das de solos com colmatação.
paredes internas é de 1,50m entre o
características Deve ser estimado o
mais precoce. seu fundo e o nível
distintas. grau de percolação
aquífero máximo.
da água.

44
Sumidouro

Caso haja necessi-


dade de reduzir a
Importante fazer a
altura útil e/ou o
avaliação do índice
diâmetro, devido Em locais onde
pluviométrico10 nas
à proximidade do o nível de lençol
regiões para prever
nível do aquífero, freático não é muito
a drenagem das
Características pode-se aumentar profundo devem ser
áreas e coloca-
o número de unida- implantados vários
ção de material
des. A distância das sumidouros ou valas
filtrante protegen-
paredes deve ser de infiltração.
do as paredes do
mínima de 1,50m e
sumidouro.
o menor diâmetro
interno de 0,30m.

Procedimento para
estimar a capacida- Deve sempre ter
Deve ficar distante
Fatores a serem de de percolação o registro do nível
de fontes de água
considerados na do solo encontra-se do lençol freático
em pelo menos 30
seleção no Anexo-A da NBR nas áreas a serem
metros.
13 969:1997- item- implantadas.
-A.2

5
Como já mencionado anteriormente, essa avaliação faz parte do processo de elaboração
do projeto.

45
Tabela 11 Características da vala de infiltração

Vala de Infiltração

Definição: Uni- A NBR 13 969:1997


Deve ser previs-
dade de infiltra- Seu desempenho sugere que deva
to sistema de
ção horizontal depende grande- se manter uma
drenagem pluvial
que consiste na mente das carac- distância horizontal
na área da vala de
percolação do terísticas do solo mínima conforme
infiltração.
efluente no solo assim como do seu as características
Importante fazer a
onde ocorre a grau de saturação do solo de qualquer
avaliação do índice
depuração devi- por água. poço para captação
pluviométrico nas
do aos processos A vala de infiltração de água de modo a
regiões para prever
físicos (retenção deve manter a condi- permitir tempo de
a drenagem das
de sólidos) e ção aeróbia durante percurso de fluxo
áreas para evitar
bioquímicos seu processo. de 03 (três) dias até
saturação do solo.
(oxidação). atingir o poço.

Observar a distância
Não é recomen- Não é recomendável
mínima de 1,50m
dável o plantio de em solos saturados
Características entre o fundo e o
árvores próximos às de água ou solos
nível máximo do
valas de infiltração. muito argilosos.
aquífero.

O número máximo
Deve ser precedida
instalado deve ser
de avaliação técnica Procedimento para
de 10 unidades/
para não haver estimar a capacida-
Fatores a serem hectare. Devem ser
contaminação do de de percolação do
considerados na instaladas no míni-
aquífero causada solo encontra-se no
seleção mo 2 (duas) unida-
por nitratos, vírus e Anexo A da NBR 13
des para garantir
outros micro-orga- 969:1997- item-A.1
que o processo seja
nismos patogênicos.
intermitente.

46
A Figura 3 apresenta uma síntese das principais caraterísticas das tecnologias
apresentadas com destaque para a coluna CAPEX onde os valores apresentados
estão em conformidade com os cálculos orçamentários dispostos no Anexo IV;
essas planilhas foram elaboradas por meio de modelo de projetos padrão que
podem servir de referência para elaboração de orçamento paramétrico não de-
vendo ser considerado como projeto básico. Os valores apresentados na Figura 3
têm como referência 01 (uma) economia, e o Anexo IV também apresenta valo-
res orçamentários considerando alguns exemplos de modelos de combinações
de modalidades de tratamento.

Figura 3 Síntese das características das principais tecnologias selecionadas.

47
Observe na Figura acima que a tomada de decisão deve ser ponderada por
uma equipe multidisciplinar. Por exemplo, filtros de areia tem alta remoção de
matéria orgânica, mas apresentam alta frequência de manutenção. Em outros
casos, tecnologias de tratamento com baixo de custo de OPEX apresentam
somente uma média eficiência na remoção de matéria orgânica como pode
ser observado nas valas de infiltração. As escolhas dessas tecnologias - e de
suas possíveis combinações - não é uma “ciência exata” e vai demandar muito
do bom senso e da capacidade de negociação da equipe multidisciplinar com
os beneficiários finais dos investimentos.

48
5. Metodologia para escolha da
tecnologia mais apropriada

49
Considerando a vasta extensão territorial do estado da Bahia e as diversi-
dades regionais, além da possibilidade do uso de várias combinações de tec-
nologias que podem compor os SES individuais ou semicoletivos, foi criada
a Metodologia composta por 11 (onze) passos (Figura 4) que tem o objetivo
de orientar a escolha da tecnologia mais apropriada e proporcionar as bases
para os estudos de viabilidade técnica, econômica, social e ambiental.

Figura 3 Síntese das características das principais tecnologias selecionadas.

Cada passo da Metodologia foi aplicado no Estudo de Caso das localidades


de Futurama I e II no município de Dias D’ávila (BA) e se encontra registrado

50
no Anexo III. A conclusão desse Estudo mostrou que os parâmetros da densida-
de demográfica foram devidamente aplicados como base conceitual e que a
exceção da regra geral (sistema semicoletivo) é relevante. Por conseguinte, a
aplicação da Metodologia é um fator determinante para a escolha das moda-
lidades de tratamento perante a complexidade e especificidade do sistema de
esgotamento sanitário em áreas de baixa densidade demográfica.

No Anexo II, temos o plano que foi utilizado para a visita técnica do Estudo de
Caso: Passo 2 da Metodologia. A seguir, apresentação dos 11 (onze) passos e suas
respectivas considerações: atividade; base conceitual1; Ponto-chave no desenvol-
vimento da atividade e as ferramentas utilizadas para aplicação da Metodologia.

Passo 1 -

• Atividade: identificação e caracterização prévia da área

• Base conceitual técnica: utilizar ferramentas digitais para conhe-


cer e coletar primeiras informações da área.

• Ponto chave: analisar a área antes da visita de campo e ajustar os


pontos do Checklist (Passo 2), caso seja necessário.

• Ferramenta utilizada:
- Sistema de Georreferenciamento da Embasa (Geoweb) ou outra
Ferramenta GIS.
- Reunião operacional da equipe multidisciplinar antes da visita de campo.
- Pesquisar a existência de projetos ou estudos de concepção já
realizados pela Embasa, Cerb ou SIHS (Secretaria de Infraestrutura
Hídrica) na área da visita.
- No caso de atendimento com SAA, levantar dados disponíveis nos

1
Tema abordado no Capítulo 3.

51
sistemas da Embasa; verificar existência de indicadores oficiais.

Passo 2 -

• Atividade: Visita de campo

• Base conceitual técnica, ambiental, social e cultural: visita de cam-


po com equipe multidisciplinar (engenharia, ambiental, social) para
primeira abordagem da situação atual2.

• Ponto chave:
- Fazer contato com poder público municipal para não gerar expec-
tativas fora do escopo da visita.
- Entender a relação das famílias com o meio ambiente.
- Identificar serviços e equipamento públicos disponíveis na área.
- Identificar a organização social local.
- Entender a relação das famílias com outros prestadores de serviços
para fortalecer argumentos na sensibilização para a prestação dos
serviços de esgotamento sanitário.

• Ferramenta utilizada:
- Entrevistas com técnicos da Embasa, líderes comunitários e morado-
res da área.
- Checklist para primeira abordagem dos pontos-chave dos passos 2 a 8.

Passo 3 -

• Atividade: identificar se a área atende aos critérios de baixa densi-


dade demográfica

2
Ver Estudo de Caso _ Anexo III.

52
• Base conceitual técnica:
- (a) Densidade demográfica menor do que 50 habitantes por hectare.
- (b) Densidade demográfica entre 50 - 75 habitantes por hectare.

• Ponto chave:
- (a) Soluções devem ser preferencialmente individuais.
- (b) Identificar se existe área disponível para solução semicoletiva.
- (c) Identificar área disponível nas residências (situação atual) e exis-
tência de cisternas, poços.

• Ferramenta utilizada:
- Dados operacionais da Embasa (número de economias e hidrômetros).
- Sistema de Georreferenciamento da Embasa (Geoweb) ou outra
Ferramenta GIS.
- Cadastro comercial da Embasa.

Passo 4 -

• Atividade: Identificar o tipo de abastecimento de água.

• Base conceitual técnica:


- (a) SAA com per capita de até 100 l/hab./dia.
- (b) SAA com per capita maior 100 l/hab./dia.

• Ponto chave:
- (a) Solução individual.
- (b) Solução individual e/ou semicoletiva.
- Utilizar o per capita real.

• Ferramenta utilizada:
- Relatório operacional da Embasa.
- Conta de água (consumo real).
- Dados de outros fornecedores de água (se for o caso).

53
Passo 5 -

• Atividade: Identificar qual o tipo de solo predominante.

• Base conceitual técnica: NBR 13.969/97

• Ponto chave: Composição química do solo e percolação.

• Ferramenta utilizada: Portal EMBRAPA (http://geoinfo.cnps.embrapa.


br/maps/616/download)

Passo 6 -

• Atividade: Identificar o nível do lençol freático.

• Base conceitual técnica: NBR 13.969/97

• Ponto chave: Identificar a existência de poços na região (privado,


CERB, Funasa, ONGs, CPRM).

• Ferramenta utilizada: Pesquisar na região a existência de poços para


servir de referência quanto ao nível do lençol freático.

Passo 7 -

• Atividade: Analisar qual o destino mais adequado do efluente final.

• Base conceitual técnica e ambiental: NBR 13.969/97


- Portaria Inema 17.280/2018.

3
NBR 13.969 - item 5.1.3.1: “além da capacidade de percolação do solo, exerce influência funda-
mental na remoção eficiente dos agentes patogênicos e de fósforo, a composição química do solo
constituinte, além de sua saturação.”

54
• Ponto chave:
- (a) Priorizar soluções que prevejam infiltração no solo, ao invés de lança-
mentos superficiais, devido à demanda de obtenção de outorgas difusas.
- (b) Garantir os parâmetros mínimos para descarte no corpo hídrico.
- (c) Analisar se existe instalações da Embasa que possam receber o
lodo gerado nas fossas.

• Ferramenta utilizada:
- (a) Verificar as características do solo: pH, nitrato, coliformes termotole-
rantes e vírus.
- (b) Observar legislação federal, estadual e municipal.

Passo 8 -

• Atividade: Identificar os aspectos socioambientais.

• Base conceitual técnica:


- Base conceitual ambiental e social e cultural:
- Regulamentação Municipal (caso exista).
- Regulamentação INEMA.
- Regulamentação CONAMA.

• Ponto chave:
- Identificar potenciais impactos sociais, como: sonoros, odores
desagradáveis, áreas sagradas, comprometimento de áreas produti-
vas, crenças, costumes e valores locais que influenciam na escolha da
solução de esgotamento.
- Caracterizar as Unidades de Conservação e APPs.
- Identificar se ONGs locais têm envolvimento com projetos ambientais.

• Ferramenta utilizada:
- IBGE (ibge.gov.br/geociencias/downloads-geociencias.html).
- ISA (Instituto Socioambiental) - Unidades de Conservação no Brasil
- (https://uc.socioambiental.org/mapa)

55
Passo 9 -

• Atividade: Analisar a possibilidade de reúso.

• Base conceitual técnica:


- Base conceitual técnica, ambiental e social e cultural:
NBR 13.969/97.
- O reúso local deve ser aceito pelos beneficiários e permitir ativi-
dades dentro da cultura e hábitos locais.

• Ponto chave:
- Identificar qual é a cultura local para o uso de águas cinzas4.
- Identificar se os beneficiários têm alguma preferência para reúso.
- Listar todas as dificuldades operacionais e financeiras para fazer o
correto monitoramento do reúso.

• Ferramenta utilizada:
Diagnóstico socioambiental sobre uso e aceitabilidade do reúso (água
não potável, mas sanitariamente segura). Observar orientações do Es-
tudo de Avaliação das Potencialidades de Reúso de Efluente Sanitário
Tratado no Estado da Bahia (Embasa), disponível no EmbasaDoc http://
embasadoc.embasanet.ba.gov.br/jspui/handle/123456789/33620 ou
no Portal Embasa https://www.embasa.ba.gov.br/index.php/conteudo-
-multimidia/publicacoes/livros.

Passo 10 -

• Atividade: Visita de campo.

4
Esgoto ou águas servidas geradas dentro de uma casa, excluindo o esgoto gerado no vaso sanitário.
São as águas do chuveiro, pia do banheiro, pia da cozinha e lavanderia.

56
• Base conceitual técnica, ambiental e social e cultural:
Visita de campo com equipe multidisciplinar (engenharia, ambien-
tal, social) para última checagem antes de definir a tecnologia
mais apropriada.

• Ponto chave: Tirar possíveis dúvidas e revisitar pontos críticos que


influenciam na escolha da tecnologia.

• Ferramenta utilizada:
- GPS.
- Imagens de satélite.
- Entrevistas com grupos focais da comunidade.
- Reuniões públicas abertas.

Passo 11 -

• Atividade: Definir a tecnologia mais apropriada

• Base conceitual técnica, ambiental, social e cultura e econômica:


A tecnologia deve ser aceita e entendida pelos beneficiários, ter
baixa frequência de manutenção (1 vez por ano), eficiência de
remoção de matéria orgânica média (maior que 50%) e monito-
ramento anual das instalações e trimestral do desempenho do
tratamento (NBR 13.969/97).

• Ponto chave:
- Identificar se já existe alguma tecnologia em uso na área e a situa-
ção das instalações hidro sanitárias.
- Planejar a gestão do lodo: leito de secagem para uma área; leito de
secagem para várias áreas; descarte em ETE.
- Identificar a necessidade de contrapartida ambiental.
- A contrapartida financeira não deve ultrapassar 5% da renda fami-
liar total para A&E.

57
- A tecnologia deve estar adequada às mulheres e portadores de
deficiência física.
- Para localidades com relatos de criminalidade e baixa participação
social recomenda-se SES semicoletivos para facilitar as ações de ope-
ração e manutenção nos equipamentos.

• Ferramenta utilizada:
- Diagnóstico socioambiental sobre renda familiar e gastos mensais
por categoria (água, alimentação, medicamentos, energia, celular).
- Complementação do inquérito sanitário domiciliar.
- Reuniões com a comunidade para apresentar e validar as alternati-
vas de solução.

Como forma de orientar a escolha da tecnologia de esgotamento sanitário


mais apropriada, foram elaborados dois Fluxogramas apresentados abaixo nas Fi-
guras 5 e 6; esses fluxogramas resumem os tópicos discutidos neste Manual. Obser-
ve que em alguns momentos as tomadas de decisão precisarão ser feitas com base
no conhecimento da realidade local. No fluxograma da Figura 5, algumas informa-
ções coletadas nas áreas a serem atendidas podem alterar a tomada de decisão e
conduzir à escolha de uma opção semicoletiva onde, ainda que em uma primeira
análise, a opção indicada fosse sistema individual. O aspecto social pode influen-
ciar nessa tomada de decisão como foi registrado no Estudo de Caso (Anexo III).

58
Figura 5 Fluxograma 1 para escolha da tecnologia mais apropriada _ Sistema Individual

59
60
Figura 6 - Fluxograma 2 para escolha da tecnologia mais apropriada _ Sistema Semicoletivo
6. Considerações finais

61
Nas implementações de soluções para esgotamento sanitário em áreas de
baixa densidade demográfica não se pode simplesmente repassar a gestão dos
equipamentos e dos serviços ao beneficiário final. O beneficiário final deve ser
parte ativa do processo e fazer parte de uma cadeia de agentes que atuem em
parceria para o funcionamento adequado das soluções implementadas.

Os projetistas precisam ter um engajamento e um treinamento diferen-


ciados para entender, estudar e planejar soluções para áreas com baixa den-
sidade populacional. Durante as discussões do projeto, as alternativas de
manutenção e operação devem ser estudadas e precificadas e, nesse caso,
as discussões devem envolver os técnicos de operação e manutenção de SES
da Embasa como também os técnicos da área socioambiental. As alternativas
mais simples com baixo custo de energia elétrica, menor impacto socioam-
biental e facilidade de operação e manutenção devem ser priorizadas.

Em áreas de baixa densidade demográfica, mesmo com SAA implantado,


verifica-se residências com banheiros executados na área externa, ou mesmo
internamente, porém com instalações hidráulicas inadequadas e sem apare-
lhos sanitários como: lavatório, tanque de lavar roupa e pia de cozinha. Por
isso, a importância do inquérito sanitário nas áreas contempladas. Muitas fa-
mílias não recebem bem a questão de o banheiro ser colocado fora das insta-
lações da casa e muitas mulheres em projetos similares no Brasil têm relatado
casos de infecção urinária, pois evitam o uso desse equipamento durante o pe-
ríodo da noite com medo de abordagens agressivas de estranhos; esse assunto
deve ser abordado nas discussões iniciais com as famílias e deve respeitar os
compromissos assumidos pelo Brasil com a ODS 6b.

A prestação de serviços de esgotamento sanitário sempre deve ter uma


contrapartida dos beneficiados; essa contrapartida pode ser financeira - atra-
vés do pagamento mensal de tarifas – ou pode ser como prestação de serviço
ambiental: participação na proteção de mananciais superficiais, por exem-

62
plo. O custo do investimento (CAPEX) dificilmente tem como ser recuperado
através do pagamento de tarifas e deve ser encarado como investimento do
Estado em saúde pública com externalidade positiva em outras áreas como di-
minuição das internações hospitalares, aumento da frequência escolar, contri-
buição para o atendimento das metas da Agenda 2030 e promoção do acesso
aos Direitos Humanos a Água e ao Saneamento (DHAS).

Para alcançarmos a Universalização dos serviços é muito importante a in-


teração entre os diversos atores do saneamento no estado da Bahia para cons-
tante troca de tecnologias e experiências de gestão. Para otimizar as ações e
os esforços, deve-se observar sempre a possibilidade de integrar as ações de
financiamento, planejamento, gestão e monitoramento.

Este Manual deve passar por revisões periódicas para que o aprendizado
da Embasa em suas intervenções nas diversas regiões do estado da Bahia, pos-
sa aqui ser registrado e promover o contínuo aperfeiçoamento da Empresa e
dos técnicos que trabalham no setor.

Este Manual de Tecnologia Apropriada é o primeiro passo para a estrutu-


ração da Embasa na sua tarefa de universalizar os serviços de esgotamento
sanitário em áreas de baixa densidade demográfica.

63
Referências

64
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65
para lançamento de efluentes e revoga a Instrução Normativa SRH N° 03 de
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3pPPr/view >. Acesso em: 09 jun. 2021.

BAHIA. Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento do estado da


Bahia – SIHS. Relatório de Atividades 2020. Salvador, SIHS, 2020. Disponível
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apoio técnico e financeiro de que trata o art. 13 da Lei nº 14.026, de 15 de
julho de 2020, sobre a alocação de recursos públicos federais e os financia-
mentos com recursos da União ou geridos ou operados por órgãos ou enti-
dades da União de que trata o art. 50 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de
2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 de dezembro de 2020. Disponível
em: <https://www.in.gov.br/web/dou/-/decreto-n-10.588-de-24-de-dezembro-
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10.768, de 19 de novembro de 2003, a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, a Lei
nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, a Lei
nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole), e a Lei nº 13.529,
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69
Anexos

70

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