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Eletiva "Inovação e Sustentabilidade"

Anexo I - Emissões de carbono e o aquecimento global

O efeito estufa é um processo natural e vital para a sobrevivência no planeta que ocorre
quando uma parte da radiação infravermelha (percebida como calor) é emitida pela superfície
terrestre, e absorvida por determinados gases presentes na atmosfera, os chamados gases do
efeito estufa (GEE), entre eles encontra-se com destaque o gás carbônico (CO2). Como
consequência desta absorção, parte do calor é irradiado de volta para a superfície, não sendo
libertado para o espaço, mantendo a temperatura do planeta e, assim, garantindo a
manutenção da vida.
Várias atividades humanas estão envolvidas na elevação da concentração dos GEE. As
principais são a queima de combustíveis derivados do petróleo, chamados combustíveis
fósseis e os processos industriais, que emitem grandes quantidades de gás carbônico na
atmosfera. Os índices de CO2 lançados na atmosfera pelas atividades humanas se
intensificaram após a Revolução Industrial, período em que se ampliou a ação industrial e
acelerou os processos de urbanização em todo o mundo.
Desde 1997 com o Protocolo de Kyoto, as nações começaram a se preocupar e
estabelecer metas de redução de GEE. No entanto, embora novos acordos estejam surgindo, os
esforços para cumpri-los e efetivar a redução das emissões ainda são poucos e ineficientes. O
Acordo de Paris é considerado, hoje, como o principal compromisso assumido para frear o
aquecimento global no mundo, já que a maioria dos países não cumpriram as metas do
Protocolo de Kyoto. O principal objetivo do acordo é reduzir as emissões de GEE para limitar o
aumento médio de temperatura global a 2ºC.
No que se refere ao Brasil, no Acordo de Paris, o país se comprometeu a: aumentar a
participação de bioenergia sustentável na matriz energética brasileira para 18% até 2030;
alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz
energética em 2030, promover novos padrões de tecnologias limpas e ampliar medidas de
eficiência energética e de infraestrutura de baixo carbono; no setor de transportes, promover
medidas de eficiência, melhorias na infraestrutura de transportes e no transporte público em
áreas urbanas, entre outros compromissos.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) afirma que se o
desmatamento fosse um país, seria o terceiro maior emissor de CO2 depois dos Estados
Unidos e da China, razão pela qual a proteção de florestas em pé, 70% das quais estão
ameaçadas pelo desmatamento, e a restauração de paisagens degradadas, são tão
importantes.
Segundo o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2019, da Organização das Nações
Unidas (ONU), hoje ainda temos a chance de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Embora
ainda haja impactos climáticos a 1,5°C, de acordo com cientistas, este é o nível que está
associado aos impactos menos devastadores. Cada fração de aquecimento adicional a 1,5°C
resultará em impactos cada vez mais severos e caros, ameaçando vidas, meios de subsistência
e economias. Os cientistas concordam que, para entrarmos na trajetória para limitar o aumento
da temperatura global a 1,5°C, as emissões devem cair rapidamente para 25 gigatoneladas (Gt)
até 2030. Se os países conseguirem cumprir os compromissos atuais, as emissões deverão
chegar a 56 Gt CO2e em 2030, mais do dobro do que deveria ser.
Hoje precisamos reduzir as emissões em 7,6% a cada ano, contudo os planos nacionais
mais ambiciosos de ação climática comprometem-se com reduções anuais bem inferiores a
7,6%. Agora, o mundo precisa ampliar em cinco vezes os compromissos atuais. Os cortes
necessários são ambiciosos, mas ainda possíveis.

Referencial Teórico: Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2019


informe sobre o progresso da ação climática global. Disponível em:
https://www.unep.org/interactive/emissions-gap-report/2019/report_pt.php; Acordo de Paris: o que é?
Politize! Disponível em: < https://www.politize.com.br/acordo-de-paris/> Acesso em: 22/06/2021.

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