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gestão empresarial

Sociedade, Tecnologia e Inovação Tecnológica

Ambientalismo vs
evolução tecnológica
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Sociedade, Tecnologia e
Inovação Tecnológica
Ambientalismo vs
evolução tecnológica

Objetivos da Unidade de aprendizagem


Nesta unidade de aprendizagem você irá refletir sobre
o impacto do uso intensivo de tecnologia no ambiente.
Vamos discutir o quanto a tecnologia pode prejudicar o
ambiente ou ser uma forte aliada da sustentabilidade.

Competências
Ter capacidade de articular a relação entre a evolução
tecnológica e os problemas ambientais que enfrentamos
nos tempos atuais.

Habilidades
Articular os contextos ambiental e tecnológico, relacio-
nando criticamente o uso da tecnologia com as mudan-
ças que vêm ocorrendo sistematicamente no ambiente.
Entender de que forma a tecnologia pode ser útil para
ajudar a reverter este quadro.
Apresentação
O assunto desta unidade é de grande relevância. É dis-
cutido em todos os países e encontra nas mídias um es-
paço razoável para discussão e debate de políticos, cien-
tistas e empresários. Nós vamos tratar nesta unidade do
impacto que as tecnologias podem ocasionar ao meio
ambiente. Na aula anterior, aprendemos muito sobre a
globalização e o avanço das empresas multinacionais.
Chegou agora o momento de refletirmos sobre como a
industrialização acelerada pode repercutir no ambiente
do nosso planeta.
Vamos refletir juntos sobre as relações entre a evolu-
ção tecnológica e os problemas ambientais que enfren-
tamos nos tempos atuais.
Enfim, queremos muito que você aprenda e tome
consciência do quanto são importantes o avanço tecno-
lógico e a garantia de acesso às mais novas tecnologias
por todos os povos, sem deixar de preservar o ambiente.
Bons estudos!

Para começar
Terremoto no Haiti e no Chile, tsunamis, desaparecimen-
to de espécies... Não parece que a natureza está maluca?
Segundo a União Mundial de Conservação, existem no
mundo 16.306 espécies ameaçadas de extinção, cerca de
200 a mais que em 2005. Veja a situação das espécies
brasileiras ameaçadas na imagem a seguir:
Figura 1. Animais
ameaçados de
extinção no Brasil.
Fonte: Adaptado de
Mundo Vestibular.
Ararinha-azul

Cervo-do-pantanal

Mutum-do-nordeste
Onça-pintada

Mono-carvoeiro Mico-leão-dourado

Pica-pau-de-cara-amarela Tartaruga-de-couro

O que será que está acontecendo?


Será o homem o grande responsável por todas essas transformações?
De que forma podemos agir para evitar a degradação do ambiente?
Será possível termos evolução econômica e tecnológica com sustenta-
bilidade?
E aí? Chegou a alguma conclusão?

Fundamentos

papo técnico
O conceito de sustentabilidade foi introduzido em 1980,
no encontro internacional The World Conservation Strategy.
Para a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente das Nações
Unidas, sustentabilidade é o desenvolvimento que satisfaz
as necessidades atuais sem comprometer a possibilidade das
gerações futuras satisfazerem suas necessidades.

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Por que toda essa preocupação com o ambiente e sustentabilidade?
Bom, o ser humano sempre explorou as riquezas da Terra para a sua
subsistência. A partir da primeira revolução industrial – e o começo do
uso em grande escala de tecnologias para gerar negócios e riquezas – os
recursos naturais foram sendo extraídos cada vez mais rápido, sem pre-
ocupação com preservação ou reposição. Era como se todos os recursos
fossem infinitos.
O que se notou hoje é que, sim, os recursos são finitos e estão se esgo-
tando em velocidade bastante alarmante.
Esta situação trouxe para o debate público temas como: efeito estufa,
diminuição da camada de ozônio, emissão de carbono, aquecimento glo-
bal, degradação do ambiente e outros, que cada vez mais fazem parte do
dia a dia de todo cidadão. Será a tecnologia a grande vilã desta situação?

conceito
Uma tecnologia não é boa e nem é má, o uso que damos a
ela, ou a forma como a usamos, é que pode ser bom ou ruim.

São diversas as tecnologias utilizadas intensivamente que trouxeram me-


lhorias para humanidade, seja em qualidade de vida ou em aumento da
longevidade. Alguns exemplos:

→→ Motores a combustão: proporcionaram maior potência e velocida-


de às atividades humanas do que o uso da força animal oferecia;
reduziram o tempo de locomoção etc;
→→ Usinas hidrelétricas e termelétricas: permitiram que a energia
elétrica chegasse a custos razoáveis a boa parte das populações e
melhorasse o desempenho das empresas;
→→ Agrotóxicos: permitiram maior produtividade da lavoura a um custo
mais baixo.

Se por um lado essas tecnologias trouxeram benefícios, por outro tam-


bém trouxeram e ainda trazem grandes danos ao ambiente e à sustenta-
bilidade do planeta, como os já citados anteriormente.
O uso ou a falta do uso das tecnologias permite ao ser humano fustigar
a natureza. Alguns exemplos de danos nos esgotos despejados sem trata-
mento nos rios; no lixo jogado na rua; na devastação das matas para explo-
ração de madeira, para aumento das áreas de pastoreio ou de agricultura.

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dica
A pecuária é uma das grandes responsáveis pela devastação
das matas e pela emissão dos gases que causam o chamado
efeito estufa. No Brasil, isso é bastante sério, pois possuí-
mos o segundo maior rebanho bovino do mundo (sendo o
primeiro o da Índia).

A humanidade tem tratado a natureza como se fosse capaz de se recu-


perar indefinidamente, mas percebemos a cada dia que esta capacidade
está diminuindo.
O mundo inteiro começa a se organizar para mudar a situação. Um
dos primeiros passos nesse sentido foi a RIO ECO-92, a Conferência das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD),
realizada em 1992, na cidade do Rio de Janeiro. Foi um encontro interna-
cional que consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável e dei-
xou claro, em seu documento final, que os principais danos causados ao
meio ambiente são de responsabilidade dos países desenvolvidos. Nesse
documento consta também que deveriam ser tomadas medidas de apoio
financeiro e tecnológico às nações em desenvolvimento, para que sejam
direcionadas a um projeto de desenvolvimento sustentável.
Outro passo importante foi dado em 1997, na cidade de Kyoto, no Ja-
pão. O conhecido Protocolo de Kyoto estabeleceu um acordo internacio-
nal para a redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa
por parte dos países industrializados, buscando garantir um modelo de
desenvolvimento limpo aos países em desenvolvimento. O protocolo es-
tabeleceu uma série de metas para os países desenvolvidos até 2012. Por
entender que esse acordo traria consequências negativas à economia de
seu país, o então presidente dos EUA, George W. Bush, não ratificou o
acordo em 2001.
Como o protocolo de Kyoto está próximo de sua data final, uma nova
rodada de negociações foi realizada em 2009, na cidade de Copenhague,
na Dinamarca, e gerou um acordo político não vinculante, ou seja, sem va-
lidade jurídica, que servirá de base para acertos futuros. Esta nova rodada
foi de certa forma frustrante, pois esperava-se avanços significativos em
relação a Kyoto e que houvesse uma forte aderência dos países desenvol-
vidos, em especial dos Estados Unidos – o que acabou não acontecendo.

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Após o protocolo de Kyoto, já houve outras duas Conferências sobre
meio ambiente: 20ª Conferência das Nações Unidas sobre mudanças Cli-
máticas (COP 20) em Lima. “Perspectiva positiva de um novo acordo climá-
tico em 2015, em Paris, eleva os ânimos entre os participantes da COP 20,
na capital do Peru. Até China e EUA querem participar”. A COP 21, Paris,
em dezembro 2015, teve como objetivo firmar um novo acordo global que
substituirá o Protocolo de Quioto a partir de 2020.
Outra frente que começa a ser bastante discutida é o uso de tecnolo-
gias limpas, que são aquelas, conforme a ONU, capazes de produzir pou-
co ou nenhum resíduo e/ou impacto ambiental. Requer-se que os produtos
gerados por estas tecnologias também sejam ambientalmente corretos,
não apresentando qualquer risco aos usuários durante todo o seu ci-
clo de vida, que sejam eficientes no uso de energia e que seu descarte
seja possível.
Um exemplo de tecnologia limpa é o uso de pipoca. Sim, aquela que
comemos! Ela pode ser empregada como amortecedor de impactos nas
embalagens de produtos, no lugar do isopor.
Outro exemplo de tecnologia limpa é o esforço que começa a ser de-
senvolvido pelos grandes fabricantes de telefones celulares. Estes apare-
lhos causam, no seu formato atual, sérios transtornos para o ambiente,
seja pelo uso e descarte das baterias, seja pelo próprio aparelho, em seu
uso e descarte. Hoje um celular tem uma vida média de dois anos, após o
que sua tecnologia está bastante defasada, sem contar no forte apelo de
marketing para que o substituamos por um modelo mais “moderninho”,
mais “bonitinho”. Os grandes fabricantes estão trabalhando para que o
que mude no celular seja o seu software e não mais o equipamento todo,
fazendo com que este tenha uma vida útil maior.
O uso de tecnologia limpa não significa somente criar novas tecnolo-
gias. Envolve aproveitar as já existentes, dando-lhes um uso mais adequa-
do às necessidades de preservação do ambiente.
Essas são algumas ideias e ações que estão em andamento. Há muito
mais a ser feito e depende da conscientização de todos nós, de lutarmos
para que a tecnologia nos forneça recursos para tornar o mundo um lugar
melhor para todos.

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antena
parabólica
Todos nós somos parte do ambiente. A sua manuten-
ção é de responsabilidade de todos e não apenas uma
preocupação dos governos e seus governantes. Todas as
ações que tomamos em nossa vida pessoal ou profissio-
nal devem levar isso em consideração.
Cada gesto nosso deve refletir essa preocupação. Al-
guns cuidados básicos como não jogar lixo na rua, cola-
borar para a reciclagem de materiais, usar materiais e
produtos menos poluentes e recicláveis, preferir tecno-
logias limpas, reduzir o consumo de água e de energia e
tantas outras atitudes são ações capazes de nos propor-
cionar um mundo mais sustentável.

E agora, José?
Agora você já sabe dos impactos causados pelo homem
ao ambiente e de algumas medidas que podem mudar
essa situação. Na próxima unidade iremos conversar um
pouco sobre o futuro: de que maneira a forma como agi-
mos afeta o futuro? O que devemos fazer para que as
futuras gerações tenham condições de vida dignas?
Agora é com você.
Glossário
Ambiente: conjunto de fatores naturais, so- E graças a esse efeito a temperatura do pla-
ciais e culturais que envolvem os indivídu- neta manteve-se relativamente constante
os e com os quais eles interagem, influen- durante milênios. Contudo, verificou-se um
ciando e sendo influenciado por ele. Usa-se aumento sem precedentes desses gases na
também a expressão meio ambiente, com o atmosfera nas últimas décadas, especial-
mesmo sentido, e com o sentido de oposi- mente do gás carbônico (CO2), fazendo com
ção ao meio interno de um organismo. Os que mais calor seja retido. Há divergências
peixes que vivem em meio ambiente poluí- nas opiniões de pesquisadores sobre as cau-
do podem apresentar poluição em seu meio sas: alguns a atribuem a um ciclo natural
interno. milenar do planeta, outros à ação humana.
Aquecimento global: aumento gradativo da Seja como for, é fato que toneladas desses
temperatura do planeta em decorrência do gases são lançadas na atmosfera anualmen-
aumento da emissão dos gases que causam te, devido a queimadas, usinas termelétricas,
o efeito estufa. motores a combustão e outros. Em conse-
Camada de ozônio: camada de gás ozônio (O3), quência, vem ocorrendo um aumento da
na atmosfera, que protege a natureza dos temperatura média do planeta, o chamado
raios ultravioletas emitidos pelo Sol. aquecimento global. Esse aumento de tem-
Educação ambiental: processo de formação e peratura está associado a mudanças climáti-
informação social orientadas para o desen- cas, aumento da frequência e da intensidade
volvimento crítico sobre a problemática am- de furacões, ondas enormes, incêndios, de-
biental. gelo, secas e elevação do nível de oceanos.
Efeito estufa: uma condição natural surgida Ultravioleta: são raios de luz de comprimento
quando os raios solares atravessam a atmos- de onda menor que a luz visível que chegam
fera e rebatem sobre a superfície da Terra, a terra emitidas pelo Sol e que são filtrados
ficando parte do calor presa na camada de pela camada de ozônio. A exposição cons-
gases que envolvem o planeta. Sem esse tante a raios ultravioleta causam danos a
efeito, a Terra seria gelada, sem condições de nossa pele.
manter as formas de vida que conhecemos.

Referências
ECYCLE. Animais em extinção no CASTELLS, M.  Sociedade em Rede. São Paulo/
Brasil e no mundo.
SP: Ed. Paz e Terra, 2012.
Disponível em:
<https://www.ecycle.com.br/animais- TOFFLER, Alvin. A
 terceira onda. Rio de Janeiro:
em-extincao/> Record, 2010.
WWF BRASIL.  O que é a camada de ozô-

MEIO SUSTENTÁVEL. Sustentabilidade. nio. Disponível em: <http://www.wwf.


Disponível em: org.br/informacoes/questoes_ambientais/
<https://meiosustentavel.com.br/sus
tentabilidade/> camada_ozonio/>.

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