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TÍTULO:

TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE: a geoengenharia climática como solução para


os problemas ambientais

TEMA / TÍTULO: TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE: a geoengenharia climática


como solução para os problemas ambientais

CONTEXTUALIZAÇÃO/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A evolução da espécie humana é um fato inegável, isso porque o homem sabe e tem
consciência do poder de evoluir física, espiritual e intelectualmente. Assim, a distância entre
o Ser Humano e os primatas aumentou subitamente à medida que a tecnologia foi descoberta
e aprimorada pelo homem. Tal descoberta trouxe consigo vantagens e desvantagens, pois a
tecnologia é uma ferramenta que, se bem utilizada será, sem dúvida, benéfica; do contrário,
suscitará problemas e desastres sem precedentes em todos os campos .

Nesse sentido, faz-se necessário uma reflexão acerca da tecnologia e suas


consequências no meio ambiente. O século XXI foi denominado com a “Era da tecnologia”, e
de fato o é. Mas, dessa afirmação deriva a questão: porque o século da era tecnológica, com
grandes promessas, enfrenta tantos problemas ambientais, políticos, sociais e econômicos,
não se poderia simplesmente criar algoritmos que pudessem rechaçar todo tipo de
adversidades ? Quem sabe esse cenário possa ser visto um dia, mas a realidade atual é
bastante diferente.

A tecnologia desperta muitos céticos devido ao fato de que nem sempre o poder
tecnológico esteve totalmente nas mãos de pessoas de boa índole. Vale ressaltar que no
intervalo das duas guerras mundiais o aporte e o investimento tecnológico para a corrida
armamentista foi surreal. Segundo o historiador e pensador israelense Yuval Noah Harari :

o ritmo do desenvolvimento tecnológico disparou porque as


nações envolvidas em uma guerra total mandaram a cautela e a
economia para o espaço e investiram imensos recursos em todo tipo
de projetos audaciosos e fantásticos. Muitos desses projetos
fracassaram, mas alguns resultaram em tanques, radar, gás venenoso,
jatos supersônicos, mísseis intercontinentais e bombas nucleares. (
2018, p.159)

Nesse sentido, no âmbito da comunicação, a tecnologia propiciou o que há três


séculos atrás era inimaginável, como poder se comunicar com pessoas em outra cidade,
estado ou país. Além disso, a comunicação inter-relacional entre as pessoas aumentou e ficou
mais rápida, instantânea e eficaz graças à tecnologia a exemplo das redes sociais como orkut,
facebook, whatsapp e instagram. No entanto, o uso demasiado dessa comunicação
tecnológica afastou as pessoas presencialmente, ou seja, o convívio social deu lugar ao
convívio virtual que suscitou uma doença do século XXI muito conhecida chamada síndrome
do isolamento em casa “Hikikomori”, que consiste na incapacidade do jovem de se relacionar
com outras pessoas, partindo de uma grau menor até o caso extremo de ficar sem comer e
tomar banho.

No que tange ao Meio-Ambiente, a tecnologia sempre se mostrou muito


revolucionária, com práticas e medidas com a mesma promessa: aumento da produtividade,
diminuição na mão de obra e no tempo de produção. Todavia, a tecnologia utilizada em larga
escala prejudica o solo, a água, o clima e todo o ecossistema trazendo problemas ambientais
em escala planetária. De acordo com Harari (2018), daqui a algumas décadas o gênero
humano além de se preocupar com a guerra nuclear, terá que “enfrentar uma nova ameaça
existencial que os radares políticos mal registravam em 1964: o colapso ecológico”. Isso
porque o poder tecnológico levou o ser humano a ter um poder sobre a natureza, extraindo
“cada vez mais recursos do meio ambiente, e despejando nele quantidades enormes de lixo e
veneno, mudando a composição do solo, da água e da atmosfera” (p. 151).

Assim, a urgência de se discutir e refletir novos meios de usar a tecnologia no


meio-ambiente de maneira ecológica e ética se dá pelo fato de que o poder tecnológico serve
aos interesses de poucos que visam o ter e não o viver. Logo, se persistirem com essa
expedição tecnológica desenfreada na natureza, a resposta climática será bem rápida e fatal;
sobre tal cenário, Harari afirma:

Como resultados dessas atividades, hábitats são degradados, animais


e plantas são extintos e ecossistemas inteiros, como a Grande
Barreira de Corais australiana e a Floresta Amazônica, podem ser
destruídos. Durante milhares de anos o Homo sapiens comportou-se
como um assassino em série ecológico; agora está se
metamorfoseando num assassino em massa ecológico. Se
continuarmos no curso atual, isso não apenas causará a aniquilação
de um grande percentual e de todas as formas de vida como poderia
também solapar os fundamentos da civilização humana. (HARARI,
2018, p.151)

Dessa forma, verifica-se a grande necessidade de buscar uma possível relação


benéfica entre a tecnologia e o meio-ambiente, a exemplo de uma abordagem tecnológica
menos degradante para a com a Natureza. O filósofo alemão Han Jonas, preocupado com a
ética no meio-ambiente desenvolveu uma teoria ética: a “ética da responsabilidade”, que se
baseia num olhar mais fraterno e cuidadoso para com a Natureza, antes não vista como parte
da relação ética entre os seres humanos. Partindo dos imperativos kantianos, Hans Jonas
(2006) elabora o imperativo da responsabilidade: “aja de modo a que os efeitos da tua ação
sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida humana sobre a Terra” (p.47).

Assim sendo, para resolver ou ao menos buscar caminhos que conduzam à luz diante
dos problemas ambientais que se enfrenta, Hans Jonas (2006) tem uma importante lição. Para
ele, é crucial antes de pensar no que fazer é preciso perguntar-se o que temer, esse método é
conhecido como a ‘heurística do medo' que consiste na capacidade de encontrar soluções para
questões difíceis impulsionada pelo medo. Dessa forma, cabe a pergunta: o que a sociedade
contemporânea teme ? Guerras, fome, imigração, aquecimento global desenfreado dizimação
da Natureza ? É somente norteado por essas questões que o ser humano poderá desenvolver
um sentimento de responsabilidade não só com o meio-ambiente do seu tempo, como
também com as futuras gerações.

JUSTIFICATIVA

Este trabalho se justifica pelo fato de que a tecnologia é uma realidade inegável e suas
contribuições são tão relevantes quanto seus efeitos catastróficos. O filósofo Josenir Lopes
Dettoni (2017) em sua tese de Doutorado em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos
Sinos, aborda o perigo de se deixar a tecnologia nas mãos do ser humano à mercê de um
sentimento pós individualista e os desafios ecológicos como um problema da moral
individualista contemporânea numa perspectiva ética.
Segundo Dettoni, é preciso unir forças contra o discurso pós-individualista e
promover um olhar mais ético e humano para as futuras gerações, sem deixar de utilizar as
tecnologias, ao contrário, utilizá-las para superar os problemas ambientais contemporâneos.
Sobre essa preocupação com a tecnologia, Dettoni afirma:

“ Assim, temos a tecnologia como uma espécie de nova utopia, de


nova religião, Prometendo à sociedade contemporânea um novo
paraíso, uma nova salvação para seus males. Tamanho poder e
importância em nossa cultura atual fazem com que a tecnologia se
torne importante elemento de análise filosófica contemporânea.”
(DETTONI, 2017, p. 17).

Dessa forma, é de suma importância, discutir novos meios de se utilizar as


tecnologias, a exemplo da bioengenharia, da geoengenharia climática, e do reflorestamento
ambiental. Logo, essas ideias de reduzir o aquecimento global são frutos de um processo
reflexivo acerca do meio ambiente; a tecnologia deu poder máximo ao homem e este não soube
utilizar. Outrora, o poder de destruição do homem era de pouco alcance, porém, com a chegada da
tecnologia “nossas ações são capazes de atingir toda a humanidade e de afetar , inclusive,
diversas gerações futuras [...] Temos, em nossos dias, real poder e, consequentemente,
responsabilidade ética sobre a vida futura como um todo. ” (DETTONI, 2017, p. 18). Mas,
afinal, a geoengenharia funciona mesmo, seria capaz de melhorar a condição de vida na Terra ? Seus
custos são acessíveis, geram esperanças ?

A geoengenharia, uma tecnologia que permite ações diretas no meio ambiente a fim
de impedir ou mitigar consideravelmente os efeitos do aquecimento global têm sido alvo de
críticas de muitos especialistas por se tratar de algo arriscado demais para ser efetivamente
cogitado. Por outro lado, alguns argumentam a necessidade de intervir com tecnologias de
ponta diante do potencial catastrófico das mudanças climáticas; desde que se invista em
aceleração e ampliação das pesquisas tecnológicas a fim de se ter mais verificabilidade e
segurança, para que a implementação dessa tecnologia no meio ambiente traga mais
vantagens e menos riscos.

Dentre as tentativas tecnológicas para tentar conter os efeitos da elevação da


temperatura terrestre estão: reduzir a incidência de radiação solar na superfície terrestre,
remover carbono da atmosfera, injetar aerossóis de sulfato na estratosfera, usar o oceano
como espelho para refletir os raios solares. No entanto, os desafios que surgem são a demora
nos resultados, por exemplo, para se ter o resfriamento permanente do planeta , os aerossóis
deveriam ser injetados por décadas, outro desafio é o custo-benefício, pois essas tecnologias
demandam altos investimentos, como exemplo, especialistas indicam um gasto de
aproximadamente 18 bilhões de dólares por ano, para baixar a temperatura planetária em 1°C.

OBJETIVOS

GERAL

● Verificar a relação entre Filosofia da Tecnologia e Filosofia Ambiental.

ESPECÍFICOS

● Apresentar soluções que a tecnologia traz para o enfrentamento dos problemas


climáticos.
● Investigar as vantagens e desvantagens dos projetos da geoengenharia para o
meio ambiente
● Apresentar a viabilidade da implantação da geoengenharia climática. tecnologia
no meio ambiente, acolher ou rechaçar ?

METODOLOGIA

A metodologia que se utilizará neste estudo é bibliográfica, analítica e hermenêutica,


ou seja, baseada em obras de filósofos que abordam o presente tema intercalado com
posicionamentos de cientistas da teoria tecnológica, em seguida será feita uma análise e por
fim, uma compreensão da relação entre a Filosofia da Tecnologia e Filosofia Ambiental como
meio para soluções de problemas climáticos.

O presente trabalho terá como fundamento basilar a obra O Princípio


Responsabilidade: Ensaio de uma ética para a civilização tecnológica, de Hans Jonas e como
auxílios teóricos o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano, a obra Ética
Eco–espiritualidade de Leonardo Boff, a tese de doutorado de Josenir Lopes Dettoni,
intitulada (Pós) Individualismo e Meio Ambiente: perspectivas de um olhar responsável para
o futuro, a obra Saber Ambiental: Sustentabilidade - Racionalidade - Complexidade – Poder
de Enrique Leff, a obra 21 lições para o século 21 de Yuval Noah Harari e outros artigos
científicos que abordam o presente tema.

REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia: São Paulo: Martins Fontes, 1998.

BOFF, Leonardo. Ética Eco-espiritualidade. São Paulo: Verus, 2003.

DETTONI, J. L. (Pós-)Individualismo e Meio Ambiente: perspectivas de um olhar


responsável para o futuro. Tese, Doutorado em Filosofia), Programa de Pós-Graduação em
Filosofia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2017. Disponível em:
<http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6471>. Acesso em 08 de janeiro de
2023.

HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21; tradução Paulo Geiger. 1° – ed – São
Paulo: Companhia das Letras, 2018.

JONAS, Hans. O Princípio Responsabilidade: Ensaio de uma ética para a civilização


tecnológica. PUC-Rio, 2006.

LEFF, Enrique. Saber Ambiental: Sustentabilidade - Racionalidade - Complexidade – Poder.


Rio de Janeiro: Vozes, 2011.

<Geoengenharia: possibilidades e riscos de uma gestão tecnológica do clima - Centro de


Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade (ipea.gov.br)> Acesso em 15 de junho de
2023.

PROPOSTA DE SUMÁRIO

1
INTRODUÇÃO……………………………………….......………………………………….
2 FUNDAMENTO DA FILOSOFIA DA TECNOLOGIA
……………………………………….......
2.1 O Avanço tecnológico contemporâneo
...........................................................................................................
2.2 Vantagens da Emancipação Tecnológica(coisas boas que a tecnologia
trouxe).............................................................................................
2.3 Desafios para uma Tecnologia filantrópica ou sustentável
.......................................................................................
3 FILOSOFIA AMBIENTAL E NATUREZA…………………………….........
3.1 A crise planetária e a necessidade de um olhar cuidadoso (ref. Boff)............................
3.2 A natureza como responsabilidade intríseca do Ser Humano (ref.
Jonas)..............................................................................................................
3.3 O dever ético e moral de cuidado para com as futuras gerações (ref.
Jonas)....................................................................................................................
4 GEO ENGENHARIAS CLIMÁTICAS …………………………………….......…..
4.1 Tecnologias, projetos e promessas de possíveis soluções
................................................................................................................
4.2 As vantagens da Geo Engenharia no enfrentamento do aquecimento
global....................................................................
4.3 Os desafios e limites de tecnologias apuradas...........
5 FILOSOFIA DA TECNOLOGIA, ÉTICA E FILOSOFIA
AMBIENTAL…......………..
5.1 A Relação entre Filosofia da Tecnologia, Ética e Filosofia
Ambiental................................................
5.2 A Sabedoria como caminho para o bom uso da tecnologia no combate às catástrofes
ambientais ...................................
5.3 Prosseguir ou Regredir ? Vale a pena investir em tecnologias de ponta para amenizar os
desastres ambientais ? ................................................
6 CONSIDERAÇÕES
FINAIS..................................................................................………….
7 REFERÊNCIAS......................................................................................................…………
Resumo: É a apresentação concisa do texto, com destaque para seus aspectos
mais relevantes. Elabore-o contendo entre 100 e 300 palavras (Times New Roman,
corpo 12, parágrafo único e simples, justificado), seguido de três (03) a cinco (05)
palavras-chave.

1 INTRODUÇÃO: Deve-se apresentar aqui a pretensão do trabalho, ou seja, a


exposição clara e objetiva do seu desejo de pesquisa. Introduzindo o leitor ao objeto
de estudo e apontando os meios que serão utilizados para a realização dessa
pesquisa. Por fim, dizer os tópicos que terão o trabalho e as obras e autores
consultados.

2 “BREVE RESENHA BIBLIOGRÁFICA”

3 DESENVOLVIMENTO (ou RESULTADOS E DISCUSSÃO): Apresentar e


desenvolver aqui os tópicos e subtópicos do artigo, iniciando com uma breve
introdução à vida do autor referencial seguido dos tópicos sobre o tema escolhido.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS (ou CONCLUSÃO): Apresentar aqui os principais


resultados obtidos com a pesquisa e possíveis caminhos para uma futura pesquisa
sobre o tema.

5 REFERÊNCIAS

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