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DISSERTAÇÃO AMPLIADA - MESTRADO

DELIMITAÇÃO

O que eu quero com esta pesquisa ? objetivo geral investigar os princípios da


filosofia ecológica integral e da ética da responsabilidade, estabelecendo relações entre
a filosofia da tecnologia, a ética e a crise ambiental e civilizatória atual(XAVIER,2023)

1. Investigar a relação entre as filosofias ambiental, ecológica integral e


tecnológica.

Para Hans Jonas, “a tecnologia, além de ter se erigido como uma nova utopia ou
religião, propiciou tamanha transformação em nossas capacidades, que a própria
natureza do agir humano teria se modificado”. (DETTONI, 136). Noções introdutórias
a partir da LS

2. Verificar quais os caminhos para uma relação eco integral (ecologia integral
o conceito é mais abrangente que sustentabilidade) na atualidade.
Papel da Filosofia Ecológica Integral frente aos problemas atuais: “
‘Desenvolver um olhar diferente, um pensamento diferente, uma política, um
programa educativo, um estilo de vida e uma espiritualidade que opunham
resistência ao avanço do paradigma tecnocrático’ (LS.111). Não se trata, no
entanto, de renunciarmos às ‘possibilidades que oferece a tecnologia’(LS, 113),
mas sim de buscarmos integrar positivamente tecnologia e meio ambiente.”
(DETTONI, 137)
Diálogo frutuoso existe ?

3. Diálogo entre Hans Jonas e Papa Francisco (e um filósofo da tecnologia)

“Faz-se necessário, desse modo, o desenvolvimento de uma ética intergeracional e de


modo mais amplo, de uma ética do futuro iluminadas por princípios eco integrais.”
(DETTONI,158) Filosofia Ecológica integral, ampliando a reflexão.

Ecologia integral -> filosofia da tecnologia-> filosofia do futuro e ética da


responsabilidade.

TÍTULO

FILOSOFIAS ECOLÓGICA INTEGRAL, DA TECNOLOGIA E ÉTICA DA


RESPONSABILIDADE: o diálogo como meio de garantia das futuras gerações

Ideias a se pensar: teoria da geo-engenharia. Ex: “ para se repelir o impacto do


aquecimento global coloca-se no vasto território da África grandes espelhos para refletir
os raios etc.” Ou seja, grandes obras tecnológicas para diminuir, consertar os efeitos da
tecnologia.
Alguns teóricos objetam: como resolver os problemas da tecnologia com mais
tecnologia ?

Já outros dizem: a tecnologia foi longe demais, passou dos limites. Aliás a tecnologia se
auto emancipou, se desligou do ser humano.

Estamos começando uma nova época da humanidade: onde criamos um tipo de máquina
com poderes sem precedentes e que fogem ao nosso controle.

Ex: Inteligências Artificiais. Somos “macacos com armas nas mãos”, isto é, tem-se
muito poder nas mãos de quem não está maduro o suficiente para usar.

Cenário atual: independências das tecnologias, Ex: revolução das Ias(chat Gpt)
reconstrução de textos, composições, simulações...)

Semelhante à era do Whatsapp: transformação e revolução no modo de lidar com as


relações humana e tecnológica. Na substituição das funções humanas, não precisaremos
nos esforçar para certos tipos de coisas.

Problemas da IA superou, ou seja, virou mais prioridade do que o meio ambiente.

Questões acerca desse cenário: Por que isso ? Como relacionar tecnologia e meio
ambiente ? Quais deveriam ser as regras dessa relação, quais os bens verdadeiros
nessa transição paradigmática ?

● Conferência: Filosofia Amazônica: Fundamentos introdutórios 27/05/ 2023

“Ouvir os próprios povos originários, acolher suas epistemologias, ir além das nossas
epistemologias ainda muito ocidental-eurocêntricas. Eles precisam ser nossos novos
referenciais.” Professor Elvis Rezende Messias

"A Amazônia é um tema Interdisciplinar, envolve muitas áreas, Filosofia, Economia,


Sociologia, História, , Antropologia, Arqueologia, Religiosidade, Administração,
Turismo, Agricultura, Direito, Ecologia, Educação ambiental, etc." Prof Clarides
Henrich de Barba

"O avanço da agricultura na Amazônia visa, sobretudo, a alimentação do capital e da


concentração de renda. No território, gera contaminação do solo, do ar, das águas e
consequentemente, doenças para sua população" Lucineide Pinheiro

“Numa filosofia amazônica penso que é preciso entender que nossa base é o senso
comum que se especializa, aprofunda: nisso, todos somos cientistas, somos filósofos. O
cientista ou o filósofo tem a capacidade de garimpar os saberes presentes neste senso e
aprofundar cientificamente ou, no nosso caso, filosoficamente.” Professor Euliene da
Silva Gonçalves. Sobre a interdisciplinaridade da Amazônia

"Mais do que impor uma teoria de fora que adequa a realidade a si. É preciso produzir a
teoria a partir do contexto que nunca é uma ilha, mas está em diálogo com outras teorias
que a formam. Um elemento que considero indispensável no processo de autoria é
transcender o limite de autoria para o escrito a avançar para o oral, para que está sendo
executado. Por isso a história oral e a capacidade de colher relatos de experiência."
Professor Euliene da Silva Gonçalves.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................

2 FUNDAMENTO DA ECOLOGIA INTEGRAL.....................................................

2.1 O CONCEITO DE ECOLOGIA


INTEGRAL…………………………………………………...

2.2 DESAFIOS PARA UMA ECOLOGIA


INTEGRAL………………………………………………..

2.3 FILOSOFIA ECOLÓGICA


INTEGRAL…………………………………………………………

3 FILOSOFIA ECOLÓGICA INTEGRAL NA LAUDATO SI……………………

3.1 ASPECTOS FILOSÓFICOS NA ENCÍCLICA


…………………………………………………

3.2 ANTROPOCENTRISMO, INDIVIDUALISMO, TECNOLOGIA E CRISE


ECOLÓGICA………………

3.3 POR UMA ECOLOGIA INTEGRAL: SOCIAL, ECONÔMICA, AMBIENTAL,


CULTURAL E INTERGERACIONAL
…………………………………………………………………………..

4 FILOSOFIA DA TECNOLOGIA E ÉTICA: UM DIÁLOGO FRUTUOSO E


NECESSÁRIO…………………………………………………………………………..

4.1 OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS E O DRAMA DA TOMADA DE


DECISÃO(APONTAR AQUI AS POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA O MEIO
AMBIENTE)..………………………………………..

4.2 AS PROMESSAS TECNOLÓGICAS: COMO SUPERAR AS CRISES


AMBIENTAL E
CIVILIZATÓRIA?...........................................................................................................

4.3 NECESSIDADE DE UMA NOVA ÉTICA: A ÉTICA DA


RESPONSABILIDADE………………..

5 GEOENGENHARIA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: SOLUÇÃO OU


PERIGO ?
5.1 AS VANTAGENS DA GEOENGENHARIA NA DIMINUIÇÃO DO EFEITO
ESTUFA……………..

5.2 OS PERIGOS E OS DESAFIOS DO INVESTIMENTO


TECNOLÓGICO…………………………

5.3 A UTILIZAÇÃO DA IA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS


AMBIENTAIS…………………….

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………

7 REFERÊNCIAS……………………………………………………………………….

1 INTRODUÇÃO

Diante da crescente relevância que as questões ambientais têm tomado, faz-se


necessário cada vez mais abordar a ecologia integral numa perspectiva filosófica. Nesse
sentido, essa pesquisa tem por objetivo geral apresentar uma relação dialogal entre as
filosofias ambiental e tecnológica à luz da Filosofia Ecológica Integral, de maneira que
se obtenha possíveis soluções, sobretudo éticas, para problemas ambientais que se
apresentam nesta crise ambiental e civilizatória atual. Para alcançar este objetivo, a
pesquisa se fundamenta nos princípios da Filosofia Ecológica Integral de Josenir Lopes
Dettoni, na proposta de uma ecologia multidimensional e integral do Papa Francisco, na
sugestão de um novo olhar ético para o futuro de Hans Jonas, e nas promessas
tecnológicas que a revolução tecnocientífica propõe a exemplo da Inteligência Artificial
e da Geoengenharia Climática.

Em um mundo tecnicista e tecnológico, onde impera a busca por soluções


rápidas e eficientes, as questões relacionadas ao meio ambiente se tornam cada vez mais
irrelevantes. Não obstante, ainda existem pensadores, pesquisadores, cientistas e
autoridades religiosas que não medem esforços para alertar e incentivar a mudança na
maneira predatória de lidar com a natureza que, como consequência, tem levado a uma
verdadeira crise ecológica e civilizatória de escala planetária.
A tecnologia e a técnica, aliadas ao imediatismo e ao consumismo tornaram as
pessoas cada vez mais apáticas com relação às questões ambientais. Temas como
preservação do meio ambiente, educação e conservação ambiental, reflorestamento, não
são mais atraentes e nem garantem êxito a um discurso. No entanto, faz-se necessário
não só abordar tais questões, como também acolher novas maneiras de intervir nos
problemas ambientais como o acolhimento das novas tecnologias, visto que há como ser
tecnofóbico em pleno século XXI.
Dessa forma, é fundamental a investigação aqui proposta com o título
“Filosofia ecológica integral, da tecnologia e ética da responsabilidade: o diálogo como
meio de garantia das futuras gerações”. O presente trabalho visa não só deixar claro os
deveres intrínsecos ao Ser Humano de zelar e preservar a natureza como um todo, como
também ressaltar a alarmante situação catastrófica do planeta Terra e “esperançar”
soluções para um ambiente seguro e habitável para as futuras gerações.

2 FUNDAMENTO DA ECOLOGIA INTEGRAL

Antes de abordar o tema “meio ambiente” é preciso se entender primeiro o que é


Ecologia Integral. De modo sucinto, o termo ecologia deriva de dois vocábulos gregos–
oikos– que significa casa e logos, que é estudo, ou seja, ecologia nada mais é que o
estudo não só dos seres vivos, mas também da casa, do lugar onde eles vivem; além
disso, o termo ‘integral’ serve para ampliar a relação entre seres vivos, interligando tudo
o que existe no sistema planetário como partes de um único ser. De acordo com tal
ciência, a natureza é um todo unificado composto por inter-relacionamentos complexos
e autênticos, seja ela orgânica ou inorgânica, o que se vê é um sistema de forças ativas.
Em suma, Ecologia Integral é um conjunto de relações cooperativas de organismos num
mesmo oikos, daí a noção de “casa comum” expressa na Encíclica Papal Laudato Si
(2015).

2.1 O CONCEITO DE ECOLOGIA INTEGRAL

O conceito de ecologia integral é tão amplo quanto filosófico, uma vez que não
se restringe apenas às questões relacionadas ao meio ambiente. De maneira plena e sem
exclusão, a ecologia integral abarca os campos das ecologias social, humana, ambiental,
econômica e cultural. Enfim, compreende-se como ecologia toda forma de ser vivente
sobre a Terra, incorporando e unindo o “clamor da terra” e o “clamor dos pobres”.

Nesse mesmo sentido, Cervi e Hahn (2017) afirmam ser a ecologia integral uma
categoria de compreensão que:

abarca uma amplitude de movimento ininterrupto amplificado que, ao


mesmo tempo, é sistêmico, complexo, diverso, multiforme, relacional e
dinâmico. Integra, como acima exposto, o grito da terra e o grito dos
pobres. Enquanto categoria de compreensão, abrem-se e irradiam-se
sentidos e significados de compromisso com o outro, seja este outro
sujeito humano, sujeito animal ou sujeito natureza. (CERVI; HAHN,
2017, p. 160-161).

Nota-se que a Ecologia Integral vai além de uma simples relação


homem-natureza, muito pelo contrário abarca dimensões políticas, sociais, eclesiais,
filosóficas e outras áreas que facilmente se integram à ela. Todavia, não basta apenas ter
consciência de uma ecologia integral e da importância de sua implementação, é
necessário buscar caminhos para superar os desafios que surgem quanto à sua
implementação.

2.2 DESAFIOS PARA UMA ECOLOGIA INTEGRAL

Não obstante, um desafio que se apresenta frente à implementação de uma


ecologia integral de cunho ético-filosófico na sociedade é o fato de que a educação
contemporânea pauta-se numa visão positivista e gnosiológica. Isto é, os ensinamentos,
saberes e práticas são transmitidos apenas no molde cognitivo. A esse respeito, afirma
Cervi e Hahn (2017, p. 161):

O foco cognitivo, o desenvolvimento racional científico, em dominar o


conhecimento de determinada área, com o viés da especialização e com
uma metodologia dissociativa e fragmentadora, no sentido de não
captar inter-relações e interdependências de saberes distintos, foi
decisivo para a formação de uma cultura calculista e funcionalista.

Dessa forma, percebe-se, portanto, que numa sociedade fechada para as


relações com a alteridade não há espaços para o relacionar-se com o outro, seja este
humano, animal ou vegetal e se torna cada vez mais difícil uma organização integral
para a resolução dos problemas ambientais que surgem. Além disso, o desenvolvimento
do sentimento cético quanto aos poderes da tecnologia deixa a humanidade de mãos
atadas, enquanto as potências mundiais continuam despejando resíduos tóxicos na
atmosfera de maneira predatória.
2.3 FILOSOFIA ECOLÓGICA INTEGRAL
A Filosofia Ecológica Integral é um paradigma para o raciocínio ecológico
pautado numa estrutura filosófica, no entanto, voltada para a ação prática, mediante o
engajamento político e a ação hodierna, ambos trabalhados em conjunto constitui um
estilo de vida.
A ecologia integral, essencialmente ecológica, assume apenas que a dignidade
de cada pessoa somente se expressa numa lógica de relação com outras pessoas e com o
mundo. Relação essa que não é de domínio, competição ou imposição, pelo contrário, se
assenta antes numa ética do cuidado, na cooperação, na responsabilidade e na
reciprocidade.
Ademais, a Filosofia Ecológica Integral vai muito além de uma simples relação
entre todos os seres vivos. Assim, como a Filosofia possui várias áreas de conhecimento
como a ética, a moral, a ontologia, a gnosiologia, metafísica, etc, a filosofia ecológica
integral busca responder às questões ecológicas de maneira sistemática e filosófica
como por exemplo a ética no meio ambiente, a moralidade em relações de poder
ecológico (possuir a Amazônia ? soberania ? ), o direito ontológico de cuidado e
responsabilidade dos seres vivos e a metafísica como refúgio para os problemas atuais.
O filósofo e pensador contemporâneo Josenir Lopes Dettoni (2019) introduziu o
primeiro conceito de Filosofia Ecológica Integral, ou seja, uma primeira sistematização
teórico-filosófica da encíclica do Papa Francisco Laudato Si, com este trabalho Dettoni
objetivou verificar aspectos filosóficos capazes de fundamentar o desenvolvimento de
uma teoria ética que combata o individualismo secular e contribua de maneira
satisfatória para o enfrentamento ao problema ambiental que se apresenta.
Dessa forma, Dettoni apresenta o cunho filosófico que a carta contém:

Sustentamos que a Filosofia pode contribuir para a tarefa do cuidado da


casa comum, organizando e aprofundando a reflexão sobre o tema ecointegral e
seus desdobramentos teóricos e práticos. Também recorremos ao pensamento
filosófico para fundamentar o conceito de ecologia integral. SEm essa
colaboração, as contribuições da encíclica tendem a sere restritas mais ao
âmbito da fé católica, o que o próprio documento parece querer evitar, visto que
se apresenta como uma tentativa de diálogos com todos sobre a questão
ambiental (DETTONI, 2019, p. 129-130).

Assim, exposto o que vem a ser a Filosofia Ecológica Integral, vale salientar que tal
conceito surgiu do sínodo para a Amazônia, evento realizado em 2019 que contou com a
presença de bispos, cardeais e filósofos que juntos buscaram traçar um caminho para a
Amazônia. Será apresentado a seguir os aspectos filosóficos que deram origem à Rede
Internacional de Filosofia Ecológica Integral.

3 FILOSOFIA ECOLÓGICA INTEGRAL NA LAUDATO SI


6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

7 REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia: São Paulo: Martins Fontes, 1998.

CERVI, Jacson Roberto; HAHN, Noli bernando. O cuidado e a ecologia integral.


Revista Direitos Culturais, v.12, n.27, p. 149-172, maio/ago. 2017. Disponível em:
<http://srvapp2s.santoangelo.uri.br/seer/index.php/direitosculturais/article/view/2341>.
Acesso em: 20 janeiro de 2023.
DETTONI, J. L. (Pós-)Individualismo e Meio Ambiente: perspectivas de um olhar
responsável para o futuro. Tese, Doutorado em Filosofia), Programa de Pós-Graduação
em Filosofia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2017. Disponível
em: <http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6471>. Acesso em 08 de
janeiro de 2023.

FRANCISCO, Papa. Carta Encíclica Laudato Si. Sobre o cuidado da casa Comum.
Roma: Tipografia Vaticana, 2015. Disponível em:
<https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20
150524_enciclica-laudato-si.html> Acesso em: 02 de novembro de 2022.

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