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SANTA INÊS
2023
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
MARANHÃO – CAMPUS SANTA INÊS
Trabalho referente a
reposição para obtenção da
primeira nota na disciplina
de Ciências do Ambiente
SANTA INÊS
2023
Introdução
A relação entre homem, ciência e meio ambiente tem sido objeto de intensa discussão e
preocupação nas últimas décadas. À medida que a sociedade avança em termos de
desenvolvimento científico e tecnológico, torna-se cada vez mais evidente que nossas
ações e decisões têm um impacto profundo no meio ambiente em que vivemos. Esse
impacto se manifesta de diversas formas, desde a degradação dos ecossistemas naturais
até as mudanças climáticas globais, ameaçando a sustentabilidade do planeta e a
qualidade de vida das futuras gerações.
Durante os anos 80, ocorreu uma mudança significativa na perspectiva dos economistas
devido à crescente globalização da economia e à flexibilização dos formatos
organizacionais. Isso levou os pesquisadores a direcionarem sua atenção para a
formação e desenvolvimento de redes como um tema central no campo da inovação.
Assim surgiu o conceito de sistemas nacionais de inovação, nos quais as interações
entre os diversos agentes econômicos, instituições de pesquisa e órgãos governamentais
desempenham um papel fundamental na criação das condições necessárias para
impulsionar a inovação. Nesse contexto, políticas locais e setorizadas ganham
importância vital na compreensão do potencial inovador de uma nação ou região,
independentemente das flutuações da demanda e das características específicas de cada
setor econômico. ANDRADE (2004).
O debate em torno do meio ambiente e avanço tecnológico envolve o dilema entre risco
e inovação. A teoria do risco argumenta que a prática científica e tecnológica gera
instabilidades e incertezas, exigindo vigilância e precaução para lidar com os riscos. No
entanto, a inovação tecnológica, apesar de ser vista como potencialmente arriscada, é
fundamental para o progresso e a renovação social. A inovação não busca apenas novas
tecnologias, mas também a compatibilização entre avanço tecnológico e instituições
sociais existentes. ANDRADE (2004).
Para Andrade (2004) incerteza e o risco são inerentes à inovação, pois permitem a
abertura para o contingente e o imprevisível. A regulação da prática inovativa é
importante para controlar os efeitos indesejados, mas a inovação não pode ser
totalmente controlada, pois a indeterminação é necessária para o desenvolvimento de
novas soluções técnicas. A inovação deve ir além do incremento e da substituição
tecnológica para promover avanços significativos. A abertura para o desconhecido e a
experimentação constante são essenciais para impulsionar a inovação.
Andrade (2004) fala também que, a inovação não deve se limitar à criação de novas
tecnologias, mas também envolver a adaptação dessas tecnologias às instituições sociais
existentes. A capacidade de lidar com a incerteza e as contingências da vida moderna é
crucial nesse processo. Ao integrar o avanço tecnológico de forma compatível com as
esferas sociais, a inovação promove soluções mais relevantes e sustentáveis para as
necessidades da sociedade.
O paragrafo acima está diretamente ligado ao termo "Antropoceno" que se refere a uma
nova época geológica marcada pela influência e impacto significativo da atividade
tecnológica humana sobre as condições de vida no planeta. Essa expressão reconhece
que os seres humanos, através de suas ações, têm alterado de forma substancial e única
o meio ambiente, resultando em mudanças ambientais e geológicas significativas. O
Antropoceno representa uma nova era em que os efeitos da atividade humana são
reconhecidos como uma força poderosa e duradoura na história da Terra. PIMENTA
(2022).
“Faz-se necessário ir mais além (scaling up), ou seja, abandonar o olhar tópico e
imediato para determinadas tecnologias e processos específicos e procurar entender a
inovação enquanto fórmula de compatibilização complexa de um sistema tecnológico
enquanto ambiente técnico e social.” ANDRADE (2004, p.101).
Além disso, a inovação sustentável impulsiona a transição para uma economia de baixo
carbono, promovendo processos produtivos limpos e a criação de produtos com menor
impacto ambiental. No entanto, é importante superar o excesso de controle e
planejamento sobre o progresso tecnológico, que muitas vezes restringe a capacidade de
assumir riscos e realizar experimentações livres. A inovação requer abertura para o
desconhecido e a experimentação constante, além de considerar os aspectos sociais,
econômicos e ambientais. É essencial encontrar um equilíbrio entre diretrizes e espaço
para a inovação, integrando o avanço tecnológico às esferas sociais existentes e a
preservação do meio ambiente de forma saudável à vida humana.
Referências
MENON, M. G. K. O papel da ciência no desenvolvimento sustentável. Revista Estudos
Avançados, 6(15),123-127. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9587.
Acesso em 13/09/2022.
ANDRADE, Thales de. Inovação tecnológica e meio ambiente: a construção de
novos enfoques. Revista Ambiente & Sociedade – Vol. VII nº. 1 jan./jun. 2004.