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GESTÃO SOCIOAMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
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TEMA 2 – POLÍTICA AMBIENTAL INTERNACIONAL E OS TRATADOS
INTERNACIONAIS
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Dentre os principais temas discutidos foram os efeitos das chuvas ácidas e
consequentemente a acidificação dos corpos d’água e solos, e também o
processo de eutrofização (aumento da concentração de nutrientes em
ecossistemas aquáticos).
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Johanesburgo, África do Sul. As discussões ocorridas na Rio+10 se destacaram
por não se restringirem somente às questões ambientais, mas também
englobaram os aspectos sociais.
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Durante a década de 1920, surgiu a ideia de se criar no Brasil um Código
Florestal para estabelecer o uso racional das florestas, sendo que em 1934, com
a implantação do Estado Novo, foi instituído o primeiro Código Florestal, que era
a principal norma que regulava o uso das florestas. No ano de 1965, foi criado o
segundo Código Florestal Brasileiro, em substituição do Código de 1934, sendo
que esse novo código foi um importante instrumento disciplinador das atividades
florestais, pois declarou as florestas presentes em território brasileiro como bens
de interesse comum a toda população.
No ano de 1981, finalmente, foi criada a Política Nacional de Meio Ambiente
(PNMA), que é regulamentada pela Lei n. 6.938, de 31 agosto de 1981 e define
os mecanismos e instrumentos de proteção do meio ambiente no Brasil (Brasil,
1981). Esta legislação é anterior à Constituição de 1988 e coloca que “todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações” (Brasil, 1981).
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) prevê, no art. 2º, a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, sendo que, para
isso, a Lei apresenta o meio ambiente como um patrimônio público que deve ser
assegurado e protegido para o uso coletivo (Brasil, 1981). A Lei trata também do
princípio de racionalização do uso do solo, o planejamento e fiscalização do uso
dos recursos ambientais, a proteção dos ecossistemas e o controle e zoneamento
das atividades poluidoras. Além desses pontos, a Lei prevê incentivos à pesquisa
e ao estudo para a proteção dos recursos ambientais, além do acompanhamento
da qualidade ambiental, a recuperação de áreas degradadas, a proteção de áreas
ameaçadas de degradação e a educação ambiental (Brasil, 1981).
Entre os demais objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)
encontra-se a compatibilização do desenvolvimento econômico e social com a
preservação ambiental, definição de áreas prioritárias de ação governamental e o
estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de manejo dos
recursos ambientais. Outros pontos previstos são o desenvolvimento de
pesquisas e tecnologias para uma utilização racional dos recursos ambientais, a
divulgação de dados e informações a respeito do meio ambiente, além de impor
a recuperação e/ou indenização dos danos causados aos recursos ambientais por
agentes poluidores ou predadores.
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A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) pode ser considerada como
a referência de maior importância para a proteção ambiental no Brasil, pois o
avanço tecnológico e industrial nas últimas décadas aumentou em grande parte a
demanda por recursos naturais e, por meio dessa Lei, os órgãos ambientais das
esferas federal, estadual e municipal podem limitar e fiscalizar a atuação de
empresas e indústrias, fazendo com que a exploração dos recursos naturais
ocorra de maneira sustentável.
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I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em
desacordo com a obtida;
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em
cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da
fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e
objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou
sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade
competente.
[...]
Dos Crimes contra a Flora
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das
normas de proteção:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em
estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica,
ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei
n. 11.428, de 2006).
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente. (Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).
[...]
Da Poluição e outros Crimes Ambientais
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que
resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que
provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da
flora:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.
[...]
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão
judicial;
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica
ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
[...]
Dos Crimes contra a Administração Ambiental
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir
a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em
procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou
permissão em desacordo com as normas ambientais, para as atividades,
obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder
Público:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa. (Brasil, 1998)
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estados ou municípios, sendo que os empreendimentos e atividades, no entanto,
são licenciados por somente um único ente federativo. O Ibama é o órgão executor
do licenciamento ambiental de competência da União. A Lei Complementar n.
140/11, art. 7º, inciso XIV (Brasil, 2011), e o Decreto n. 8.437/15 (Brasil, 2015)
estabelecem os critérios e tipos de atividades e de empreendimentos sujeitos ao
licenciamento ambiental no Ibama. São de competência do Ibama o licenciamento
ambiental de atividades e de empreendimentos:
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• petróleo e gás: exploração e avaliação de jazidas, compreendendo as
atividades de aquisição sísmica, coleta de dados de fundo (piston core),
perfuração de poços e teste de longa duração quando realizadas no
ambiente marinho e em zona de transição terra-mar (offshore);
• petróleo e gás: produção, compreendendo as atividades de perfuração de
poços, implantação de sistemas de produção e escoamento, quando
realizada no ambiente marinho e em zona de transição terra-mar (offshore);
• petróleo e gás: produção, quando realizada a partir de recurso não
convencional de petróleo e gás natural, em ambiente marinho e em zona
de transição terra-mar (offshore) ou terrestre (onshore), compreendendo as
atividades de perfuração de poços, fraturamento hidráulico e implantação
de sistemas de produção e escoamento;
• usinas hidrelétricas com capacidade instalada igual ou superior a 300
megawatts;
• usinas termelétricas com capacidade instalada igual ou superior a 300
megawatts;
• usinas eólicas, no caso de empreendimentos e atividades offshore e zona
de transição terra-mar.
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• Licença Prévia e de Instalação (LPI): substitui os procedimentos
administrativos do licenciamento prévio e do licenciamento de instalação
ordinários, unificando-os. Antes de iniciar-se a implantação do
empreendimento ou atividade, em uma única fase o órgão ambiental
atesta a viabilidade ambiental e autoriza a instalação da atividade ou
empreendimento, estabelecendo as condições e medidas de controle
ambiental necessárias. Geralmente será concedida quando a análise de
viabilidade ambiental não depender de estudos ambientais, podendo
ocorrer simultaneamente à análise dos projetos de implantação.
• A Licença Ambiental Simplificada (LAS) é concedida antes de iniciar-se
a implantação do empreendimento ou atividade e, em uma única fase,
atesta a viabilidade ambiental, aprova a localização e autoriza a
implantação e a operação de empreendimento ou atividade,
estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental que
deverão ser atendidas. A concessão da LAS geralmente está associada
à classificação do empreendimento quanto ao grau de impacto ambiental
gerado, sendo aplicada à empreendimentos ou atividades de pequeno
ou micro porte e baixo potencial poluidor. A Licença Única (LU) substitui
os procedimentos administrativos ordinários do licenciamento prévio, de
instalação e operação do empreendimento ou atividade, unificando-os
na emissão de uma única licença, exigindo-se as devidas condições e
medidas de controle ambiental.
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REFERÊNCIAS
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