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Direito Ambiental

 Histórico
o Leis Antigas e Tradicionais: Muitas culturas antigas possuíam normas e práticas
que regulavam o uso sustentável dos recursos naturais. Por exemplo, sociedades
indígenas frequentemente tinham sistemas de gestão de terras e recursos baseados
na sustentabilidade.
o Século XIX: Com a Revolução Industrial, houve um aumento significativo na
poluição e na degradação ambiental. No entanto, as preocupações ambientais ainda
não eram amplamente reconhecidas como questões jurídicas separadas.
o Século XX (até meados): Com o tempo, ocorreu uma crescente conscientização
sobre os danos ambientais causados por atividades industriais e urbanas. Isso levou
a alguns marcos importantes, como a criação do primeiro parque nacional nos
Estados Unidos em 1872 (Parque Nacional de Yellowstone) e a introdução de leis
de controle da poluição.
o Década de 1960: O crescente ativismo ambiental na década de 1960 culminou na
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em
Estocolmo em 1972. Isso levou à criação de agências de proteção ambiental em
muitos países e à adoção de regulamentos mais rigorosos.
o Década de 1970 em diante: A conscientização global sobre questões ambientais
cresceu, resultando em várias conferências internacionais importantes. A
Declaração de Estocolmo (1972) e a Convenção sobre Diversidade Biológica (1992)
são exemplos. A noção de desenvolvimento sustentável também ganhou destaque.
o Anos 1980-1990: Houve um aumento na formulação e implementação de leis
ambientais, incluindo regulamentações sobre poluição do ar, água, resíduos e
conservação da biodiversidade. O Protocolo de Montreal (1987) e o Protocolo de
Quioto (1997) são exemplos de acordos internacionais que visavam abordar
problemas específicos.
o Século XXI: O direito ambiental continua a se desenvolver, à medida que as
preocupações sobre mudanças climáticas, perda de biodiversidade e outros
desafios globais crescem. Acordos como o Acordo de Paris (2015) são exemplos
recentes de esforços internacionais para enfrentar essas questões.

 Evangelho da Ecoeficiência
O termo "evangelho da ecoeficiência" se refere a um conceito que prega a ideia de que é
possível alcançar a produção e o consumo sustentáveis por meio da eficiência no uso dos
recursos naturais. Isso envolve a otimização de processos industriais, redução de
desperdício e adoção de tecnologias mais limpas.

 Culto a vida silvestre


Essa expressão pode se referir a um forte apreço e respeito pela biodiversidade e pelas
espécies selvagens presentes no planeta. É um chamado para a preservação dos habitats
naturais e das formas de vida que eles sustentam.

 Ecologismo dos Pobres


Este termo descreve uma abordagem do movimento ambiental que enfatiza a relação entre
questões socioeconômicas e ambientais. O ecologismo dos pobres destaca como as
comunidades mais vulneráveis são frequentemente as mais afetadas pelos impactos
ambientais negativos.

 Declaração de Estocolmo
Refere-se à Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, adotada
durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano realizada em
Estocolmo, em 1972. Essa declaração marcou um marco importante na conscientização
global sobre questões ambientais.

 Cronologia no Brasil

1934 A Constituição Brasileira de 1934 trazia algumas menções iniciais à proteção


ambiental e aos recursos naturais.

1967 A Constituição Brasileira de 1967 trazia a definição de patrimônio nacional, que


incluía terras devolutas e recursos naturais.

1981 Foi criado o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), por meio da Lei nº
6.938, que estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente. Esse sistema previa a
criação de órgãos ambientais e normas para a proteção do meio ambiente.

1988 A Constituição Brasileira de 1988 (Constituição Cidadã) trouxe um capítulo


específico sobre o meio ambiente, consolidando as bases legais para a proteção ambiental
no país. Essa Constituição garante o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
como um direito fundamental.

1998 Foi promulgada a Lei nº 9.985, que criou o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC), estabelecendo critérios e normas para a criação e gestão de áreas
protegidas no Brasil.

2000 Aprovada a Lei nº 9.605, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, que define
infrações e penalidades relacionadas a danos ao meio ambiente.

2009 O Brasil aprovou a Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei nº 12.187),
estabelecendo metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e diretrizes para
adaptação às mudanças climáticas.

2012 Foi sancionado o novo Código Florestal (Lei nº 12.651), que alterou as regras de
uso e proteção das áreas florestais e de preservação permanente, gerando debates
intensos sobre seu impacto na conservação ambiental.

2021 O Brasil sediou a 15ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade
Biológica (COP-15), em que se discutiu a biodiversidade e sua importância global.
Racismo Ambiental
O termo "racismo ambiental" se refere à sobreposição entre questões de justiça ambiental e
racial, onde grupos étnicos minoritários frequentemente enfrentam uma distribuição desigual de
riscos ambientais e têm acesso limitado a benefícios ambientais. Em outras palavras, o racismo
ambiental aponta para a maneira como comunidades marginalizadas, muitas vezes devido a
fatores raciais ou étnicos, são desproporcionalmente afetadas por impactos negativos no meio
ambiente, como poluição, degradação do solo, falta de acesso à água limpa e outros problemas
ambientais.
Algumas características do racismo ambiental incluem:
1. Localização de Poluentes: Comunidades de baixa renda e grupos minoritários
frequentemente vivem em áreas onde indústrias poluentes, aterros sanitários e outras
fontes de poluição são localizadas. Isso resulta em uma maior exposição a poluentes e
riscos à saúde.
2. Falta de Acesso a Recursos Ambientais: Essas comunidades frequentemente têm
acesso limitado a espaços verdes, parques, água limpa e outras amenidades ambientais
que promovem uma qualidade de vida melhor.
3. Impacto na Saúde: A exposição crônica a poluentes e condições ambientais
desfavoráveis pode levar a problemas de saúde mais prevalentes nessas comunidades,
incluindo doenças respiratórias, cardiovasculares e outros problemas relacionados à
exposição a substâncias tóxicas.
4. Negligência Institucional: A falta de representação e influência dessas comunidades nas
tomadas de decisão pode resultar em regulamentações mais fracas para proteger o meio
ambiente em áreas onde vivem.
5. Desigualdades Socioeconômicas: O racismo ambiental frequentemente está interligado
com desigualdades socioeconômicas, já que grupos marginalizados geralmente enfrentam
obstáculos adicionais para acessar educação, emprego e outros recursos que poderiam
ajudar a melhorar suas condições de vida.
O reconhecimento do racismo ambiental destaca a necessidade de abordagens mais
abrangentes para a justiça social e ambiental, que levem em consideração as disparidades raciais
e étnicas nas políticas de proteção ambiental e desenvolvimento sustentável. É um chamado para
garantir que todas as comunidades, independentemente de sua origem étnica, tenham igualdade
de acesso a um ambiente saudável e seguro.

Mochila Ecológica
A "mochila ecológica" se refere a uma abordagem de avaliação ambiental que considera todos os
impactos ambientais e recursos utilizados ao longo do ciclo de vida de um produto, processo ou
serviço. Essa abordagem é também conhecida como "análise de ciclo de vida" (ACV) e visa
compreender o impacto ambiental total de uma atividade, desde a obtenção das matérias-primas
até a disposição final.
A ideia por trás da mochila ecológica é que, assim como uma mochila que carregamos nas
costas, qualquer atividade ou produto carrega consigo uma "mochila" invisível de impactos
ambientais. Esses impactos podem incluir consumo de recursos naturais, emissões de poluentes,
geração de resíduos, entre outros. A avaliação da mochila ecológica visa quantificar e analisar
esses impactos para tomar decisões mais informadas sobre como minimizá-los.
A análise de ciclo de vida envolve diferentes etapas, incluindo:
1. Definição de Objetivos e Escopo: Determinar os limites da análise, o que será avaliado e
quais serão os impactos considerados.
2. Levantamento de Dados: Coletar informações detalhadas sobre os insumos, processos e
produtos envolvidos ao longo do ciclo de vida.
3. Avaliação de Impacto: Avaliar como os diferentes impactos ambientais (como pegada de
carbono, consumo de água, poluição do ar) se relacionam com os dados coletados.
4. Interpretação: Interpretar os resultados da análise, identificando os pontos-chave onde os
impactos ocorrem e as opções para reduzi-los.
5. Análise de Sensibilidade: Avaliar como variações nos dados e suposições podem afetar
os resultados da análise.
A mochila ecológica ou análise de ciclo de vida é uma ferramenta poderosa para a tomada de
decisões mais sustentáveis em diversos setores, desde a indústria até o consumo pessoal. Ela
permite que empresas, governos e indivíduos considerem não apenas os impactos óbvios, mas
também os impactos ocultos ao avaliar o impacto ambiental de suas atividades e produtos.

Lei 6938/81
 A Lei 6938/81 é uma lei brasileira que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente.
Ela foi promulgada em 31 de agosto de 1981 e tem como objetivo principal definir diretrizes
para a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, bem como para a
proteção dos recursos naturais.
 Essa lei criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que é um conjunto de
órgãos e entidades responsáveis por executar a política nacional do meio ambiente. Além
disso, a Lei 6938/81 introduziu instrumentos como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e
o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que são obrigatórios para empreendimentos que
possam causar significativo impacto ambiental.
 A Lei 6938/81 também estabeleceu infrações administrativas ambientais e suas
respectivas penalidades, buscando punir atividades que causem degradação ao meio
ambiente. Ela é um marco importante na legislação ambiental do Brasil e tem como base a
Constituição Federal de 1988, que reconhece o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado como um direito fundamental de todos e um dever do Estado e da sociedade.

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