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ÉTICA E MEIO AMBIENTE

ÉTICA X MORAL

 É ca é um conceito filosófico que foi entendido e discu do de diversas maneiras ao longo do tempo. A palavra
tem origem no termo grego ethos, que significa costume, hábito, disposição, e se referia ao modo de ser e de agir
do indivíduo na pólis.
 A moral se relaciona aos hábitos e modos de pensar construídos por uma sociedade. Refere-se àquilo que se
consolidou como verdade em relação à maneira como o indivíduo deve agir, de acordo com o padrão cultural
vigente. A palavra moral vem do la m (mos, mores) e significa tudo o que é rela vo aos costumes.

 AFINAL, QUAL A DIFERENÇA?


 A é ca se caracteriza como o desígnio de uma vida boa, com e para os outros, além de ser colocada no campo do
opta vo, isto é, do desejo individual de fazer o bem e viver bem. Já a moral se caracteriza por seu aspecto
obrigatório, marcado por normas, obrigações e interdições pautadas na exigência de universalidade e no efeito de
coerção.
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
ÉTICA AMBIENTAL

 A é ca ambiental é um campo da filosofia que se concentra nas relações entre os seres humanos e o meio
ambiente. Ela explora as responsabilidades morais e as questões é cas relacionadas à interação humana com a
natureza e o impacto das a vidades humanas no meio ambiente.

 Essa área considera questões como a conservação dos recursos naturais, a preservação da biodiversidade, a
sustentabilidade, a poluição, as mudanças climá cas e o uso responsável dos recursos naturais. Ela busca
estabelecer princípios e valores que orientem as ações humanas em relação ao meio ambiente, promovendo
prá cas que respeitem e protejam a natureza para as gerações presentes e futuras.
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
PRINCÍPIOS PARA UMA ÉTICA AMBIENTAL

 Responsabilidade intergeracional: Reconhecimento da responsabilidade de preservar e proteger o meio ambiente


para as gerações futuras, evitando a exploração excessiva dos recursos naturais.
 Sustentabilidade: Promoção de prá cas que atendam às necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades. Isso envolve o equilíbrio entre
desenvolvimento econômico, social e ambiental.
 Respeito pela biodiversidade: Reconhecimento da importância da diversidade de vida na Terra e a promoção de
ações que evitem a ex nção de espécies e mantenham ecossistemas saudáveis.
 Prevenção da poluição: Esforços para evitar a poluição do ar, água e solo, buscando prá cas e tecnologias mais
limpas e sustentáveis.
 Jus ça ambiental: Garan a de que todas as pessoas, independentemente de sua localização geográfica, classe
social ou origem étnica, tenham acesso equita vo aos bene cios da natureza e não sejam desproporcionalmente
prejudicadas pelos impactos ambientais nega vos.
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
PRINCÍPIOS PARA UMA ÉTICA AMBIENTAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 Princípio do poluidor-pagador: A ideia de que aqueles que causam danos ao meio ambiente devem ser
responsáveis por reparar ou compensar esses danos.
 Princípio da precaução: Quando há incerteza cien fica sobre os impactos ambientais de uma ação, a precaução
deve ser exercida para evitar danos graves ou irreversíveis ao meio ambiente.
 Par cipação pública: Incen vo à par cipação a va da sociedade na tomada de decisões relacionadas ao meio
ambiente, garan ndo transparência e responsabilidade.

 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
• É um processo que visa sensibilizar, informar e conscien zar as pessoas sobre as questões ambientais,
promovendo uma compreensão mais profunda das interações entre os seres humanos e o meio ambiente. Seu
obje vo é desenvolver conhecimentos, habilidades, a tudes e valores que levem a ações responsáveis e
sustentáveis em relação ao ambiente.
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IMPORTÂNCIA DA QUESTÃO AMBIENTAL

 Polarização polí ca (Guerra Fria), fim da década de 1960.

 Problemas ambientais nos 3 mundos (principalmente na Europa).

 “Explosão demográfica” como o principal fator de degradação ambiental (começo da década de 1970).

 Clube de Roma - estudo Limites do crescimento (1971): cinco variáveis: tecnologia, população, nutrição, recursos
naturais e meio ambiente.

• Conclusão: que o planeta entraria em colapso até o ano 2000 caso fossem man das as tendências de produção e
consumo vigentes. Para evitar o colapso, sugeriam a redução tanto do crescimento populacional quanto do
crescimento econômico, polí ca que ficou conhecida como “crescimento zero”.

 Alertar a comunidade internacional, tornando público que o desenvolvimento poderia ser limitado pela
disponibilidade finita dos recursos naturais do planeta.
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO

Países mais populosos do mundo em 2023


1. Índia 1,428 bilhão
2. China 1,425 bilhão
3. Estados Unidos 334,6 milhões
4. Indonésia 281,6 milhões
5. Paquistão 232,9 milhões
6. Nigéria 220,5 milhões
7. Brasil 203,0 milhões (Censo 2022)
8. Bangladesh 169,3 milhões
9. Rússia 146,1 milhões
10. México 132,7 milhões
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O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
ESTOCOLMO-72
 Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o
Meio Ambiente.

 05 a 16 de junho de 1972.

 113 países e mais de 400 organizações


governamentais e não governamentais.

 Preservacionismo X Desenvolvimento econômico.

 A Declaração de Estocolmo.

• 26 princípios es pulando ações para que os países


buscassem resolver os conflitos inerentes entre as
prá cas de preservação ambiental e o crescimento
econômico.
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ESTOCOLMO-72

 Respeito à soberania das nações.

 A criação do Programa das Nações Unidas para o Meio


Ambiente (Pnuma).

 Criação de órgãos de defesa do meio ambiente e


legislações de controle contra a poluição ambiental.

 Brasil na Conferência de Estocolmo

• “Milagre econômico”.

• “Desenvolver primeiro e pagar os custos da poluição


mais tarde.”
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PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

 PRESERVACIONISMO

• Filosofia: O preservacionismo tem uma filosofia mais radical e muitas vezes defende a não intervenção humana em
ecossistemas naturais. Ele postula que certas áreas selvagens e ecossistemas devem ser man dos intocados e
protegidos contra qualquer interferência humana significa va.

• Foco na natureza intocada: Os defensores do preservacionismo acreditam que alguns lugares devem ser
preservados em seu estado natural, sem extração de recursos, desenvolvimento humano ou qualquer alteração
significa va.

• Exemplos prá cos: Reservas naturais, parques nacionais e áreas de conservação ambiental estritamente
regulamentadas refletem abordagens preservacionistas.
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

 CONSERVACIONISMO

• Filosofia: O conservacionismo tem uma abordagem mais pragmá ca, reconhecendo a necessidade de uso
sustentável dos recursos naturais para atender às necessidades humanas, ao mesmo tempo em que procura
preservar a biodiversidade e os ecossistemas.

• Uso sustentável: Os conservacionistas buscam equilibrar o uso humano dos recursos naturais com a conservação a
longo prazo, promovendo prá cas que garantam a renovação e a sustentabilidade dos recursos.

• Exemplos prá cos: Manejo florestal sustentável, pesca sustentável e prá cas agrícolas que visam a conservação do
solo e a preservação da biodiversidade são exemplos de abordagens conservacionistas.
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

 Estudo chamado: Nosso futuro comum, 1987


(Relatório Brundtland) - defendia o desenvolvimento
para todos, buscava um equilíbrio entre as posições
antagônicas surgidas na Estocolmo-72.

 Igualdade econômica, jus ça social, preservação da


diversidade cultural, da autodeterminação dos povos e
da integridade ecológica.

 Cons tuição Federal brasileira de 1988.

 Lei n° 9.795 (1999).


ÉTICA E MEIO AMBIENTE
LEI N. 9.795 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
RIO-92

 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

 13 a 14 de junho de 1992.

 178 países, além de milhares de membros de Organizações Não Governamentais (ONGs) em uma conferência
paralela.

 O obje vo fundamental era tentar minimizar os impactos ambientais no planeta, garan ndo, assim, o futuro das
próximas gerações.

 Convenções: Biodiversidade e Mudanças climá cas.

 Declaração de princípios rela vos às florestas.

 Plano de ação.
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
RIO-92
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
PROTOCOLO DE KYOTO
 Convenção da ONU sobre Mudanças Climá cas (Japão, 1997).

 Firmado um acordo para a redução da emissão de gases do efeito estufa (redução média de 5,2% até 2012).

 Entrou oficialmente em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005.

 Principais países emissores x países em desenvolvimento.

 Estratégias para redução do nível de emissões de gases:

• A reforma dos setores de energia e transportes;

• O aumento na u lização de fontes de energia renováveis;

• A limitação das emissões de metano no tratamento e des no final do lixo;

• A proteção das florestas e outros sumidouros de carbono.

 Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e os créditos de carbono.

 Conferência das Partes (COP).


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PROTOCOLO DE KYOTO
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO (MDL)
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
CRÉDITOS DE CARBONO
 Os créditos de carbono são instrumentos financeiros que têm o obje vo de incen var a redução das emissões de gases
de efeito estufa (GEE) para combater as mudanças climá cas.

 Geração de Créditos de Carbono:

• Projetos de Redução de Emissões: Empresas ou projetos implementam ações que reduzem as emissões de gases de
efeito estufa. Isso pode incluir a adoção de tecnologias mais limpas, o uso de energias renováveis ou a implementação de
prá cas mais sustentáveis.

• Medição e Verificação: A quan dade de emissões reduzidas é medida e verificada de acordo com padrões internacionais.
A cer ficação garante que as reduções são reais e adicionais, ou seja, que não teriam ocorrido sem o projeto.

 Emissão e Registro de Créditos:

• Uma vez verificadas, as reduções de emissões se convertem em créditos de carbono.

• Esses créditos são registrados em um sistema, que pode ser gerenciado por uma en dade governamental, uma
organização não governamental ou uma en dade privada, dependendo da jurisdição.
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CRÉDITOS DE CARBONO

 Compra e Venda de Créditos:

• Empresas que não conseguem reduzir suas emissões o suficiente para cumprir os limites estabelecidos podem comprar
créditos de carbono para compensar suas emissões excedentes.

• Empresas que reduziram mais emissões do que o necessário podem vender seus créditos no mercado.

 Mercados de Carbono:

 Os créditos de carbono são negociados em mercados específicos, nos quais é estabelecido um preço para cada crédito.

• Existem mercados voluntários e mercados regulamentados por governos ou tratados internacionais, como o Protocolo de
Kyoto ou o Acordo de Paris.

 Impacto Ambiental:

• Em teoria, o sistema incen va a redução global de emissões, atribuindo um valor financeiro à redução de gases de efeito
estufa.
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RIO+10

 Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Johannesburgo, África do Sul, em 2002).

 Principal obje vo: realizar um balanço dos resultados prá cos ob dos depois da Rio-92.

 Temas mais importantes para a busca do desenvolvimento sustentável:

• Erradicação da pobreza;

• Mudanças no padrão de produção e consumo;

• U lização sustentável dos recursos naturais;

• Possibilidades de se compa bilizar os efeitos da globalização com a busca do desenvolvimento sustentável.

 Plano de Implementação da Agenda 21


ÉTICA E MEIO AMBIENTE
RIO+20

 Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio de Janeiro, 2012).

 Esperava-se:


A implantação de uma economia verde;


Uma discussão com base no termo “direitos reprodu vos”;


A transformação do Pnuma em uma agência da ONU.


Expecta vas frustradas, pois nenhum dos temas centrais em questão fizeram parte do documento final.

 O futuro que queremos.


ÉTICA E MEIO AMBIENTE
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO (ODM)
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS), 2015
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA 2022
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
ENERGIA EÓLICA
 O Brasil tem experimentado um crescimento significa vo no setor de energia eólica nas úl mas décadas. A energia eólica
é uma fonte renovável que u liza a força dos ventos para gerar eletricidade, e o país possui condições favoráveis para a
implementação de parques eólicos.

 Alguns pontos importantes:

• Capacidade instalada - cerca de 20 gigawa s (GW);

• Localização dos parques eólicos - principalmente nas regiões Nordeste e Sul, devido aos seus ventos constantes;

• Incen vos governamentais - Programa de Incen vo ao Desenvolvimento da Energia Eólica e da Solar Fotovoltaica (Pides),
que visa o financiamento pela União de até R$ 500 milhões em energia eólica e energia solar fotovoltaica para todas as
regiões do Brasil;

• Desafios - melhorar a infraestrutura de distribuição de energia e alto custo de construção dos aerogeradores;

• Empresas fabricantes de aerogeradores instaladas no Brasil - Siemens Gamesa, GE, WEG, Wobben, Vestas, Nordex
Acciona e Aeris Energy.
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ENERGIA EÓLICA
 Principais Estados geradores:

 1° Rio Grande do Norte (potência de geração 7.872,4 MW); 2° Bahia (7.633,37 MW); 3° Piauí 3.583,95 (MW); 4°
Ceará (2.568,34 MW); 5° Rio Grande do Sul (1.835,89 MW); 6° Pernambuco (1.061,77 MW); 7° Paraíba (765,94
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ENERGIA SOLAR

 Do mesmo modo que a energia eólica, o Brasil tem experimentado um crescimento significa vo no setor de
energia solar nos úl mos anos.

 Alguns pontos importantes:

• Capacidade instalada - cerca de 15 gigawa s (GW);

• Distribuição geográfica - A energia solar é uma fonte abundante em todo o território brasileiro, mas algumas
regiões se destacam pela maior incidência solar. Estados como Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Piauí e Ceará têm
visto um grande número de projetos solares devido às suas condições climá cas favoráveis.

• Desafios - melhorar a infraestrutura de distribuição de energia e elevado custo de fabricação dos painéis solares;

• 1° Minas Gerais (potência de geração 3,06 GW); 2° São Paulo (3 GW); 3° Rio Grande do Sul 2,27 (GW); 4° Paraná
(2,16 GW); e 5° Santa Catarina (1,37 GW).
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
HIDROGÊNIO VERDE


Hidrogênio verde refere-se ao hidrogênio produzido por meio da eletrólise da água usando eletricidade proveniente
de fontes renováveis, como energia solar, eólica, hidrelétrica ou outras fontes limpas. Durante o processo de
eletrólise, a água (H2O) é dividida em hidrogênio (H2) e oxigênio (O2) usando eletricidade.


A coloração "verde" destaca a natureza sustentável da produção de hidrogênio, uma vez que a eletricidade u lizada
no processo é gerada a par r de fontes de energia renovável, evitando emissões significa vas de gases de efeito
estufa. Essa abordagem contrasta com outras formas de produção de hidrogênio, como o hidrogênio cinza
(produzido a par r de gás natural com captura de carbono) e o hidrogênio azul (produzido a par r de gás natural
com captura de carbono, mas com compensação de emissões).
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HIDROGÊNIO VERDE


O hidrogênio verde é considerado uma alterna va promissora para descarbonizar setores que são desafiadores de
eletrificar diretamente, como o transporte pesado, indústrias de alta temperatura e certos processos industriais. No
entanto, a produção de hidrogênio verde ainda enfrenta desafios econômicos e tecnológicos, e a infraestrutura para
o transporte e armazenamento de hidrogênio também precisa ser desenvolvida para que essa forma de energia
desempenhe um papel significa vo na transição para uma economia de baixo carbono.

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