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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 7
UNIDADE ÚNICA
SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS............................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
AMBIENTE – CONCEITOS BÁSICOS............................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
SAÚDE PÚBLICA...................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 3
QUESTÕES ESPECÍFICAS......................................................................................................... 14
CAPÍTULO 4
AMBIENTE, SAÚDE E SEGURANÇA............................................................................................ 24
CAPÍTULO 5
RESÍDUOS E MEIO AMBIENTE................................................................................................... 30
CAPÍTULO 6
SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL............................................................................................ 44
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 49
ANEXO............................................................................................................................................... 50
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua saúde como o “estado de completo bem-estar
físico, mental e social”. Este bem-estar está diretamente ligado às condições ambientais adequadas
para que pessoas e sociedades desempenhem suas atividades.
A Saúde Pública e a Gestão do Meio Ambiente convergem quanto à necessidade de promover o bem-
estar e a qualidade de vida e evitar que a deterioração dos ambientes, onde o homem transita e vive,
reduza sua expectativa de vida.
Estima-se (OMS, 2009) que um terço das mortes e doenças em crianças tem origem em fatores
ambientais adversos e que, das 102 categorias de doenças listadas no relatório mundial de saúde, 85
tem como causa primordial o ambiente.
Muitas destas doenças poderiam ser evitadas por meio da melhoria das condições sanitárias das
habitações, água em qualidade adequada para uso das famílias, melhores medidas de educação
sanitária e combustíveis mais limpos e seguros. Além disso, o melhor controle das substâncias tóxicas
a que a humanidade tem contato também ajudaria a reduzir a incidência de doenças relacionadas
aos processos cancerígenos.
A cada ano, 13 milhões de mortes poderiam ser evitadas pela correta gestão ambiental pública
e privada. Um terço das mortes de crianças com idade inferior a 5 anos em todo o mundo são
causadas por fatores ambientais relacionados à baixa qualidade da água e poluição do ar e poderiam
ser evitadas pela universalização de sistemas de tratamento de água e esgotos e gestão ambiental
adequada de impactos ambientais.
A gestão ambiental pública, por meio de políticas públicas e práticas adequadas, e a gestão ambiental
privada, por meio de implementação de sistemas de gestão ambiental, poderiam evitar 40% das
mortes por malária, 41% das mortes por infecções respiratórias e 94% por diarreias, os três fatores
que causam a mortalidade infantil.
A história humana demonstra que a adaptação e ocupação de espaços pela nossa espécie foi o resultado
de desenvolvimento de diversas estratégias para assegurar o fornecimento de alimentos, defesa contra
intempéries, defesa contra inimigos externos e acumulação de conhecimento, entre outros.
A população humana aumentou na medida em que foram domesticadas plantas e surgiu a agricultura
e a pecuária. Os assentamentos humanos passaram a existir e as relações dentro das sociedades se
tornaram mais complexas e estratificadas.
Este crescimento da população se deu pela utilização de recursos locais, pela adaptação aos limites
de recursos, pela interação entre os humanos e pela geração de tradições e culturas, bem como pela
geração de excedentes transacionáveis com outras sociedades.
Nesta adaptação às condições locais e à vida em sociedade, surgem também problemas. A domesticação
de animais resulta tanto em maior segurança na disponibilidade de alimentos quanto na
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introdução de agentes patogênicos nas sociedades, tais como vírus, bactérias e outros vetores
de doenças.
A responsabilidade por melhorar as condições de vida das sociedades é nossa. Cada um de nós, em
nossas atividades, pode contribuir para a melhoria das condições ambientais e de saúde pública.
O trabalho que iniciaremos com este material visa apresentar conceitos básicos que possam ser
utilizados pelos profissionais para aproximar a saúde pública das condições ambientais onde
ocorrem as atividades humanas, realizando a confluência entre os assuntos de gestão ambiental e
de saúde pública.
Objetivos
»» Compreender os conceitos de Prevenção de doenças e promoção de saúde para
crianças e adolescentes
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SAÚDE E QUESTÕES UNIDADE ÚNICA
AMBIENTAIS
CAPÍTULO 1
Ambiente – Conceitos Básicos
Ambiente pode ser conceituado como a soma das condições físicas, químicas e biológicas que, sob
determinado tempo e espaço, proporciona a coevolução, por meio de conexões das quais as espécies
dependem para promover a sua permanência em longo prazo. Das interações entre os seres vivos e
seu ambiente surge o conceito de ecossistema.
Este conceito remete à interdependência, uma vez que o comprometimento irreversível das
condições ambientais pode comprometer a capacidade deste ecossistema em sustentar as atividades
das espécies, com a disrupção2 da capacidade de gerar fluxos de matéria, energia e informação e
desmantelando as interações entre os componentes dos ecossistemas.
Na figura 1, apresentada a seguir, observa-se que o Sistema Econômico está inserido no Sistema
Ecológico, retirando do ambiente os recursos que necessita e devolvendo os resíduos, os quais
podem comprometer a habilidade do sistema ecológico em manter as atividades econômicas das
quais a sociedade depende para manter seu bem-estar.
1 Ecossistema é o resultado das interações do ambiente físico, do ambiente químico e dos componentes biológicos e sua
coevolução, cujas ligações entre componentes geram relações complexas e estabilidade.
2 Disrupção: comprometimento irreversível do ambiente devido ao acúmulo de impactos ambientais em escala superior à sua
capacidade de suporte.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
As atividades humanas sempre ocorrem em função dos limites estabelecidos pelos sistemas
ecológicos. Estes limites são denominados capacidade de suporte, que se refere especificamente
à disponibilidade e quantidade de recursos que podem ser retirados do ambiente e à quantidade
de resíduos que podem ser lançados sem o comprometimento irreversível da capacidade deste
ambiente de gerar mais recursos e manter um fluxo constante de material, energia e informação.
Muitas destas ameaças e exposições podem ser prevenidas por meio da identificação dos riscos e
impactos e pela adoção de planos para redução de riscos e vulnerabilidades.
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CAPÍTULO 2
Saúde Pública
A promoção e proteção da saúde são fundamentais para o bem estar humano, o desenvolvimento
social e o crescimento econômico. As condições ambientais onde as pessoas nascem, crescem,
vivem, trabalham e envelhecem são fundamentais para a manutenção da saúde.
Segundo a OMS (2003), saúde é o resultado das complexas inter-relações entre os processos
biológicos, ecológicos, culturais e socioeconômicos que acontecem na sociedade.
A interface com os processos ecológicos ocorrem ao se perceber que variações das condições
ambientais locais podem levar a processos de perda de qualidade de vida humana e que a degradação
ambiental pode causar aumento da frequência de doenças incidentes sobre os humanos.
O estudo da epidemiologia é fundamental para identificar relações de causa e efeito entre as doenças
e os fatores que facilitam sua disseminação. O conceito de epidemiologia remete ao estudo de como
as doenças incidem sobre a população e quais fatores são determinantes.
Ao entender a maneira como a doença incide sobre a população e ao obter os dados, há o levantamento
de hipóteses sobre fatores determinantes e possíveis correlações, com a conclusão sobre as medidas
a adotar para reduzir o impacto sobre as populações.
Muito do combate às epidemias se resolve com informação, porém é insuficiente concentrar as soluções
somente na educação dos indivíduos. Há necessidade de infraestrutura adequada, água tratada e
gestão de resíduos com potencial para tornar-se ponto de criação de mosquitos, dentre outros.
A poluição do ar é outro problema ambiental que afeta diretamente a saúde das pessoas. A
epidemiologia identifica, por meio da análise dos dados de saúde, o impacto do gerenciamento
ambiental inadequado sobre a saúde das pessoas.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
A percepção de que os efeitos ambientais têm efeitos diretos sobre a saúde serve como instrumento
de pressão para adoção de políticas públicas ambientais e de saúde integradas, interdisciplinares,
devido à multicausalidade de muitos dos transtornos que afetam a qualidade de vida das populações.
Outro ponto de destaque na relação saúde e meio ambiente é a questão do risco. Risco é a probabilidade
de ocorrência de determinado evento, tendo em vista determinadas condições ambientais, que pode
causar impacto.
Para causar um impacto, há necessidade que uma série de fatores determinantes, atuando
em determinado espaço e em determinado período de tempo. Sendo este impacto adverso, há
necessidade de identificar que tipo de impacto é esse, suas causas, as prováveis consequências e
as medidas para evitar ou reduzir a possibilidade de nova ocorrência destes eventos críticos, para
reduzir o risco ao qual se estaria exposta a sociedade ou os indivíduos.
Os agentes biológicos são os organismos vivos que podem causar doenças, tais como vírus, bactérias,
protozoários, helmintos e artrópodes e as doenças causadas por estes agentes são conhecidas como
doenças infecciosas.
Os agentes químicos são os produtos naturais ou artificiais que podem provocar danos à saúde
humana. Estão nesta categoria gases, herbicidas, fungicidas, conservantes, corantes, poluentes
químicos, efluentes líquidos, dentre outros.
Os agentes físicos estão representados pela luz, ruído, radiações, ondas eletromagnéticas e outros
fatores ambientais desencadeadores de doenças.
Na categoria hospedeiro está o ser humano e os fatores que podem resultar em predisposição à
doença. O sexo, a idade, a condição socioeconômica, as raças ou etnias e a ocupação são fatores que
podem desencadear o processo de doença.
Na categoria ambiente existem os fatores de natureza física ou biológica. Os meios físicos são
propiciadores de condições que podem facilitar as epidemias ou intensificar doenças que teriam
menos impacto, no caso de ambientes mais salubres.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
O clima é um dos fatores que se enquadra nesta categoria. As variações de temperatura impactam
sobre o ciclo de vida de diversos agentes e determinam também os comportamentos dos hospedeiros.
A topografia também aparece como fator na categoria ambiente e refere-se ao tipo de terreno e
recursos presentes em determinada área geográfica. Um exemplo típico de como a topografia age
como fator determinante são as enchentes, onde, logo depois da subida repentina das águas e da
descida, ocorre o aumento dos episódios de diarreias e outras doenças associadas à ausência de
saneamento básico.
O meio biológico também tem correlação com saúde ou doença, tendo em vista que a preservação
da biodiversidade tem relação com a possibilidade de extrair princípios ativos que possam
enfrentar fatores perigosos, que diversas áreas biologicamente diversas são necessárias para
os processos ecológicos de ciclagem de nutrientes e de água que garantem a disponibilidade de
recursos para as sociedades.
Outro tópico essencial para entender a epidemiologia é a influência social sobre os episódios de
doença. Agregam-se à análise dos fatores agente, hospedeiro e ambiente as condições sociais onde
ocorrem as epidemias e os episódios de ausência de saúde.
Por exemplo, a mortalidade infantil é o problema mais grave em medida inversamente proporcional à
quantidade de recursos investida em saúde coletiva ou em equipamentos de saúde, em infraestrutura
urbana relacionada ao saneamento ambiental, à disponibilidade de água potável ou ao próprio
saneamento nas residências.
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CAPÍTULO 3
Questões Específicas
Cinco temas principais tem sido apontados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) como riscos fundamentais das mudanças climáticas e que devem ser objeto de planos de
ação específicos. São eles:
4. Vetores de doenças como a malária poderão ter sua distribuição afetada, uma vez que
a temperatura aumentada e as chuvas mais intensas poderão servir como ambiente
para expansão destes vetores. O enfrentamento desta questão exige que a saúde
pública e o saneamento sejam universalizados, com treinamento de profissionais
de saúde e das comunidades.
5. A qualidade do ar pode ser afetada também pelas mudanças climáticas, bem como
pelos problemas já existentes de queima de combustíveis fósseis de baixa qualidade.
As cidades já passam por episódios de qualidade do ar inadequada para respiração,
e este é um evento que precisará ser enfrentado pelo planejamento de ações de
adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
Desflorestamento
As florestas são componentes importantes para a regulação do clima global, pela regulação do ciclo
hidrológico, proteção contra a erosão e pela prevenção de desastres naturais. Além disso, as florestas
são fontes de produtos e serviços relacionados à alimentação, remédios, materiais de construção,
combustível, dentre outros.
A Organização Mundial de Saúde e o Programa das Nações Unidas identificam seis pontos principais
para abordagem da questão. São eles:
Biodiversidade
O funcionamento dos ecossistemas sem o risco de sua disrupção é necessário para prover de
água, ar, alimentos e remédios, pois o comprometimento da produtividade dos ecossistemas pode
comprometer a produção de alimentos, aumentar a vulnerabilidade às doenças, a resiliência das
comunidades em adaptar-se a eventos extremos. O PNUMA identifica quatro pontos de preocupação
na relação biodiversidade e saúde:
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
Água
A água é fundamental para toda e qualquer atividade humana. O acesso à água em quantidades e
qualidade adequada é fundamental para que a qualidade de vida não seja comprometida.
Cerca de 884 milhões de pessoas em todo o mundo necessitam de melhor acesso aos recursos
hídricos, à água tratada e ao saneamento básico. O investimento em sistemas de tratamento de água
cortaria drasticamente as ameaças à vida humana causadas pelas doenças de veiculação hídrica.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
1. Água contaminada causa doenças que podem levar à morte. Há cerca de 24.000
crianças com menos de 5 anos, morrendo a cada dia em virtude do consumo de água
contaminada.
4. Em duas décadas estima-se que 47% da população global viverão em áreas sujeitas
a estresse hídrico e as mudanças climáticas podem intensificar os efeitos. O estado
da Califórnia, nos EUA, estima a perda de um terço do volume do Rio Colorado e o
comprometimento do abastecimento do sudoeste do estado.
Saneamento
O saneamento permite a destinação adequada de dejetos humanos, a coleta e destinação adequada
de resíduos e a destinação adequada de águas residuais são cruciais para manter a saúde e proteger
os recursos naturais.
Estima-se que 2,6 bilhões de pessoas (WHO, 2010) não tenham acesso ao saneamento básico
adequado e que cerca de 1,1 bilhão lança seus dejetos diretamente na natureza. Doenças como cólera
e diarreia causam milhões de mortes que poderiam ser evitadas pelo investimento em saneamento
ambiental e destinação adequada de dejetos e resíduos.
As iniciativas necessárias, segundo o PNUD, para enfrentar as doenças causadas pela disposição
inadequada de dejetos são as seguintes:
2. A disposição inadequada de dejetos contamina as águas, que por sua vez funcionam
como meio de propagação de doenças. A disponibilização de sistemas de saneamento,
tratamento de água e educação sanitária podem reduzir a incidência destes riscos.
3. A educação sanitária deve começar nas escolas, para que as crianças funcionem
como indutores de mudanças de comportamento.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
6. Os dejetos devem ser fisicamente separados das habitações humanas, das fontes de
água, comida e áreas de lazer para evitar que os patógenos presentes afetem a saúde
de terceiros e das comunidades.
Higiene
As boas práticas de higiene e o acesso ao saneamento ambiental precisam ser adequadamente
repassados à sociedade por meio de programas de mudança de comportamento.
2. O simples hábito de lavar as mãos com sabão e água antes de preparar alimentos,
depois de ir ao banheiro e antes de alimentar crianças. Estima-se que o hábito de
lavar as mãos reduz em 47% o risco de diarreias.
3. Os alimentos devem ser lavados antes do consumo com água potável ou cozidos. A
comida pronta deve ser estocada em locais apropriados.
4. Lavar o rosto e as mãos com sabão e água ajuda a prevenir doenças, diarreias e
infecções oculares.
Resíduos perigosos
A quantidade de produtos químicos utilizados no dia a dia e a habitação perto dos locais de descarte
de resíduos; bem como a destinação inadequada de resíduos perigosos tem potencial de causar
danos ou envenenamentos por meio dos pulmões, pele ou boca. Para reduzir o risco, algumas
iniciativas podem ser tomadas:
Doenças infecciosas
Malária
A malária é uma doença que depende da proliferação do mosquito infectado. Esta proliferação
depende de programas de controle do ciclo reprodutivo do mosquito, o que necessita de participação
das pessoas que vivem no local.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
A mudança de ecossistemas pode alterar o equilíbro ecológico e resultar em ambiente favorável para
a reprodução do mosquito, expandindo sua população e o número de pessoas infectadas.
Dengue
A dengue é uma doença causada por vírus que se prolifera pela picada de mosquitos infectados.
Não há remédios específicos para a doença e é importante que se mantenha a hidratação. Um
terço da população global vive em áreas de risco de transmissão de dengue, com 50 milhões de
infecções ocorrendo a cada ano, 500.000 casos de dengue hemorrágica e, pelo menos, 18.000
mortes. A ação mais efetiva é a eliminação dos ambientes onde vive o mosquito para evitar a
conclusão de seu ciclo reprodutivo.
A dengue é transmitida por meio de picadas de mosquitos usualmente presentes em áreas urbanas
e a única maneira de controlar a doença é controlar o mosquito. O diagnóstico precoce pode evitar
piora no estado geral de saúde do paciente. É muito difícil enfrentar uma epidemia de dengue
depois do seu inicio. O investimento deve ser feito para controlar o mosquito. É necessário realizar o
gerenciamento ambiental das cidades, identificando áreas de ocorrência do mosquito e eliminando
os locais onde pode haver recursos para o mosquito completar seu ciclo de vida.
Poluição do ar
Em locais fechados
A poluição de locais fechados por fumaça e outras partículas é um fator de risco para o desenvolvimento
de pneumonia e outras infecções agudas do trato respiratório. O uso de combustíveis sólidos, como
madeira ou carvão, em locais fechados expõe os indivíduos à fumaça e possíveis agentes de irritação.
Para o caso da poluição causada por combustíveis sólidos, é eficiente uma ação de mudar a fonte de
energia para alguma mais limpa.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
Em locais abertos
Um quarto da população local global está exposto à concentração perigosa de poluição do ar. Esta
poluição do ar está mais concentrada perto das fontes de emissão, porém pode ser carreada pelo ar
para outros locais.
Muito desta poluição é gerada por veículos e em algumas cidades há paralisação de atividades em
caso de poluição muito grande. As medidas para enfrentar este tipo de poluição são o investimento
em transporte de massa, redução das emissões por grandes veículos, o uso de combustíveis mais
limpos, veículos com maior eficiência e monitoramento mais eficiente das emissões de veículos.
A queima de florestas também representa risco aumentado para doenças respiratórias e a redução
da exposição aos agentes patogênicos resulta em menos risco para a saúde e tal redução pode ser
conseguida por meio do controle e redução de emissões de muitos dos contaminantes presentes na
atmosfera por meio de ações de planejamento e gestão ambiental.
Ozônio
O ozônio atmosférico protege o planeta bloqueando a entrada de raios ultravioleta danosos à saúde
dos seres vivos. O consumo de produtos, cujos gases alteram e destroem a camada de ozônio, foi
proibido, porém persiste o passivo ambiental dos produtos ainda em uso e daqueles que necessitam
ser reciclados.
Enquanto o ozônio atmosférico protege os seres vivos dos efeitos deletérios das radiações
ultravioletas, o ozônio gerado na litosfera pode resultar em problemas de saúde permanentes.
Chumbo
O chumbo é um dos metais pesados mais perigosos para a saúde humana. A eliminação do chumbo
dos combustíveis foi uma das ações mais efetivas em saúde pública, para evitar seus efeitos deletérios
à saúde.
Apesar de ter sido retirado dos combustíveis, o chumbo persiste em diversos outros produtos
e é responsável por danos permanentes ao cérebro. Crianças são mais suscetíveis aos danos à
saúde permanentes.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
O uso de chumbo em baterias de carros, pinturas, remédios e cosméticos deve ser controlado ou
proibido para evitar a contaminação e a doença. Planos de Gerenciamento Ambiental de resíduos
podem promover a destinação adequada de resíduos contendo chumbo para aterros controlados ou
para reciclagem.
Mercúrio
O mercúrio também é um elemento químico que pode promover contaminação e danos permanentes
ao cérebro de seres humanos, afetando sua capacidade produtiva e sua qualidade de vida.
O mercúrio está presente em termômetros e pode estar, também, disponível em alimentos à base de
peixe que sofreu contaminação por bioacumulação do composto em seus órgãos internos.
Pesticidas
O uso de pesticidas tem levantado preocupação quanto à contaminação de alimentos e possíveis
efeitos deletérios sobre os ecossistemas. Os pesticidas podem acumular-se no ar, na água, no solo e
contaminar as águas utilizadas para abastecimento humano.
Os pesticidas devem ser deixados fora do alcance de quem não sabe manuseá-los e apresentar
rótulos explícitos quanto ao seu risco. Os produtos alimentícios, com risco de terem sido borrifados
com pesticidas, devem ser lavados antes do consumo, para evitar a contaminação e a acumulação
do pesticida no organismo.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
Para enfrentar o problema, é necessário identificar possíveis pontos de produção e consumo de POPs
e promover sistemas de gerenciamento ambiental para reduzir o risco de contato de populações de
seres vivos com os produtos.
A principal medida é a eliminação deste tipo de composto, tendo em vista que seu potencial de
contaminação e bioacumulação é muito alto e que os efeitos danosos de sua existência persistem no
ambiente e nas cadeias alimentares durante muito tempo.
Também, neste caso, o ideal seria o desenvolvimento de produtos com menos potencial de
contaminação de seres humanos, caso ingeridos. A educação e a informação são cruciais, ao lado do
cuidado com as crianças, para reduzir os riscos de ingestão de produtos químicos danosos à saúde.
As informações que constam das etiquetas dos produtos também devem ser chamativas e protegidas
da manipulação de crianças. Mais testes rigorosos devem ser aplicados aos produtos químicos, para
que somente os produtos mais seguros sejam utilizados.
Emergências ambientais
As emergências ambientais representam desafios adicionais à saúde e ao gerenciamento de crises,
tenham elas origem natural, tecnológica ou deliberada: pode ocorrer em tais situações a exposição
a produtos tóxicos, doenças, dejetos, água contaminada e traumas psicológicos.
As grandes tragédias naturais ou causadas pela falta de gerenciamento adequado de cidades são
responsáveis pela morte de centenas de milhares de pessoas.
As tragédias anuais que aconteceram recentemente no Rio de Janeiro, por causa das chuvas
intensas são exemplos da ausência de gerenciamento de riscos e ausência de planos de
contingência em caso de desastres e mesmo a ausência de planejamento da ocupação de espaços
para assentamentos humanos.
Barulho excessivo
Apesar de ainda não ser percebido como fator de risco para a saúde como no Brasil, o barulho
excessivo pode influenciar a saúde mental em termos de hiperatividade e afetar as respostas ao
estresse e o sentimento de bem estar.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
A exposição a níveis moderados de barulho pode causar estresse psicológico, inabilidade para
concentrar-se e sintomas como dor de cabeça, cansaço e irritabilidade, dependendo da natureza
do som.
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CAPÍTULO 4
Ambiente, Saúde e Segurança
Neste tópico será tratado a saúde e segurança no ambiente do trabalho e se refere às condições
que levam à redução dos riscos e ao aumento da produtividade dos colaboradores. Esta redução de
riscos é precedida por uma adequada avaliação integrada dos aspectos, que podem gerar riscos de
perda para a instituição, empresa ou comunidade e reduzir tais riscos, por meio da gestão integrada
de saúde e segurança no trabalho.
Para gerir adequadamente um sistema deste porte, é necessário que os seguintes passos sejam
seguidos.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
É essencial que o empreendedor conheça as regras aplicáveis à sua atividade, pois a gestão inadequada
dos aspectos relacionados à saúde e segurança no trabalho pode resultar em perdas econômicas por
multas, sanções ou até cancelamento da autorização de funcionamento.
Vale ressaltar que a gestão de resíduos é essencial para que haja conformidade com as legislações
relativas à qualidade ambiental, tais como as resoluções do CONAMA, ou à Política Nacional de
Resíduos Sólidos.
A identificação dos impactos e riscos é apenas o primeiro passo para a implantação de um sistema
de gestão de saúde e segurança.
Resoluções do CONAMA.
Para gerenciar um posto de saúde, um hospital ou uma padaria, é necessário estabelecer quais são
os responsáveis pela gestão de resíduos gerados pela atividade, identificando os pontos de entrada
e saída de materiais e qual a eficiência na transformação destes materiais em retorno econômico e
quanto de resíduos estão sendo gerados, impactando a sociedade.
25
UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
O profissional treinado para gerir os aspectos relacionados ao ambiente deve fazer o controle dos
materiais de saída e propor alternativas para o aumento da eficiência produtiva.
Várias metodologias podem ser utilizadas para controle destas saídas, desde a elaboração de
planilhas de controle do consumo de materiais até o monitoramento da geração e destinação dos
resíduos da atividade.
Um hospital deve controlar a saída e a correta destinação dos seus resíduos, em função do potencial
de risco à saúde humana que tais materiais podem representar. A destinação de resíduo hospitalar
é regulada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como das resoluções específicas do
CONAMA e Ministério do Trabalho e Emprego com relação aos critérios para descarte e destinação
do material utilizado.
A identificação dos resíduos gerados é necessária para que sejam traçadas estratégias para gerir
este impacto. A gestão deste impacto representa necessidades de investimento em treinamento,
equipamentos e tratamento que devem estar incorporados desde os primeiros estágios do
estabelecimento das empresas.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
Classificação Tipo
Benéficos ou prejudiciais.
Planejados ou acidentais.
Em relação aos impactos
Diretos ou indiretos.
Cumulativos ou simples.
Reversíveis ou irreversíveis.
Em relação ao tempo de duração Curto ou longo prazo.
Temporários ou contínuos.
Local.
Regional.
Em relação à área de abrangência
Nacional.
Internacional.
Gravidade.
Em relação a acidentes
Probabilidade.
Vale ressaltar que a questão da gestão inadequada de resíduos e materiais inservíveis foi responsável
pelos impactos extremamente negativos causados pela abertura de cápsula com Césio 137, em
Goiânia, que vitimou muitas pessoas.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
Abertura da cápsula de Césio 137, em Goiânia, foi causada pela gestão inadequada de riscos
ambientais referentes ao equipamento e à sua desmontagem, bem como da fiscalização inadequada
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
pelo estado e pela ormação insuficiente dos gestores do empreendimento. Após o acidente, diminuiu
a quantidade de pessoas que visitavam a cidade, impactando na capacidade de gerar processos
econômicos para ela.
Após o acidente, o empreendimento deverá recuperar o ambiente danificado, o que poderá impactar
grandemente a sua capacidade de gerar recursos e pode resultar em fechamento da empresa. Por isso
,entende-se que o investimento em sistemas de gestão de risco ambiental e social, o treinamento de
funcionários e a comunicação com a comunidade pode reduzir os custos que seriam muito maiores
da recuperação de áreas sujeitas a desastres.
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CAPÍTULO 5
Resíduos e Meio Ambiente
As relações dos seres humanos com o meio ambiente são relações de coevolução3 e adaptação,
mediadas pela modificação das condições físicas, químicas, biológicas, sociais, culturais e
econômicas. O controle das condições ambientais é necessário para que não ocorram eventos
extremos que impossibilitem a manutenção da vida em determinados ambientes.
Dividiremos o estudo dos impactos em relação ao meio onde eles ocorrem: serão apresentados os
impactos sobre a água, o ar e os solos.
Água
A água compõe 60% do peso humano, chegando a 98% em alguns seres aquáticos. Ela é indispensável
em quantidade e qualidade adequadas para a manutenção dos processos metabólicos vitais para os
seres vivos.
O consumo de água nos processos econômicos concentra-se na área agropecuária, onde se consome
cerca de 70% do total. 22% do total são consumidos na indústria e 8% no consumo doméstico,
conforme mostra a figura a seguir:
Agricultura
Indústria
Uso doméstico
WORLD BANK - 2001
3 Coevolução – Processo de evolução de espécies em consonância com as condições do ambiente onde existem.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
A indústria consome 22% do total e descarta grande parte de seus efluentes em corpos d’água
com alto potencial de contaminação. Para reduzir os riscos de contaminação de recursos hídricos,
há necessidade de sistemas eficientes de tratamento de efluentes que levem em consideração as
especificidades de cada setor e da composição química destes efluentes.
O uso doméstico, apesar de uma porcentagem pequena em relação ao total, tem alto potencial
de contaminação, caso seja lançado sem tratamento nos cursos d’água. O aumento do tamanho
de assentamentos humanos tem sido responsável por quantidades crescentes de efluentes sendo
captados pelas redes de esgotamento sanitário e pelas necessidades crescentes de investimento em
tratamento destes efluentes.
A água é abundante no planeta, apesar da distribuição não uniforme. É reciclada pelo ciclo hidrológico
de evaporação e precipitação, com processos de infiltração e percolação e evapotranspiração4 em
plantas. A água precipitada também escoa pelos rios. A poluição deste recurso ocorre quando há
alteração das condições físicas, químicas ou biológicas de forma negativa, prejudicando os usos
deste recurso.
A gestão adequada das bacias hidrográficas é a base de qualquer política que vise o uso múltiplo
das águas. Para assegurar a manutenção da qualidade dos recursos hídricos é necessário que haja o
estudo integrado das bacias, levando em consideração as necessidades de todos os seus usuários e o
diagnóstico adequado da situação destes recursos.
A água tem diversos usos, tanto para as necessidades humanas quanto para a preservação da vida,
e as alterações na sua qualidade podem impactar de forma irreversível os processos que asseguram
a vida no abastecimento público, para atividades industriais, agropastoris, preservação da fauna e
flora aquática, recreação, geração de energia elétrica, navegação, diluição e transporte de efluentes.
O uso da água para abastecimento público necessita de qualidade adequada, pois se refere ao uso da
água para consumo humano, para higiene pessoal, limpeza de utensílios, lavagem de roupas, pisos
e banheiros, cozimento de alimentos, irrigação de jardins e combate a incêndios.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
O abastecimento industrial é o uso da água pela indústria para manter seus processos produtivos.
Esta utilização depende dos volumes envolvidos na produção e do setor de atividade.
As atividades agropecuárias são intensivas em uso de água. Corresponde a 70% do total de água
consumido no planeta. O recurso é utilizado para a dessedentação5 de animais e para a irrigação. A
água utilizada nestes processos não retorna em qualidade igual aos corpos d’água, mas em qualidade
inferior, com solo, resíduos de fertilizantes e agrotóxicos.
O uso para recreação refere-se à prática de esportes ou atividades em águas, seja em rios, lagos ou
oceanos. A presença de microorganismos patogênicos pode causar a transmissão de doenças de
veiculação hídrica e a identificação deste tipo de contaminantes enseja o planejamento de iniciativas
que reduzam a quantidade destes organismos patogênicos.
A geração de energia elétrica também necessita de água com qualidade, pois água com contaminantes
físicos, químicos ou biológicos podem reduzir a vida útil das usinas hidrelétricas. Vale ressaltar que
a implementação de empreendimentos de usinas hidrelétricas provoca alteração nos ecossistemas
locais, com alteração da distribuição de espécies e das relações ecossistêmicas entre elas, podendo
causar inclusive a extinção de espécies chave para os ecossistemas.
A navegação também é um tópico importante para o uso múltiplo dos recursos hídricos. Boa parte
da produção econômica europeia e norte-americana é escoada por rios até chegar ao mar, em virtude
dos custos, que pode chegar a até um terço do valor do transporte por rodovias.
A diluição e o transporte de efluentes também é um dos usos de recursos hídricos. Grande parte das
águas é utilizada para receber os efluentes das atividades humanas e, portanto, a gestão integrada
de recursos hídricos é fundamental para manter e melhorar a qualidade destes recursos.
A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei n0 9.433/1997) estabelece as diretrizes para a gestão
de recursos hídricos e as necessidades de assegurar que padrões de qualidade e quantidade mínimos
sejam assegurados pelos gestores e usuários destes recursos, com vistas a permitir os usos múltiplos
a que se refere esta lei.
É definitivamente importante que a gestão de impactos ambientais tenha por base o que estabelece a
legislação e no caso específico da água que o gestor conheça e aplique a legislação e os regulamentos
de forma adequada.
5 Dessedentação – disponibilização de água como insumo produtivo para manutenção do crescimento de animais
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
Fontes de poluição
A poluição das águas pode ocorrer de forma natural, por esgotos domésticos, efluentes industriais
ou drenagem de áreas agrícolas ou urbanas, com efeitos para cada um dos múltiplos usos.
Cada fonte de poluição depende do padrão de uso e ocupação do solo e dos usos predominantes que
os recursos hídricos têm, de acordo com a região ou atividade econômica predominante.
A poluição natural ocorre com o arraste de partículas orgânicas e inorgânicas do solo, de resíduos
de animais silvestres e de folhas e galhos de árvores e vegetação, bem como pelo solo carreado pelas
águas superficiais ou subterrâneas, causando aumento da carga orgânica, porém ainda não é crítica,
pois considera-se dentro dos padrões ecológicos de ciclagem de nutrientes e a água é passível de uso
após tratamento simples, conforme mostra a figura 4.
Quanto maior o assentamento humano, maior o potencial de contaminação dos recursos hídricos
pela poluição doméstica e maior a necessidade de investimento público ou privado em sistemas
que garantam a qualidade dos recursos hídricos, conforme mostra a figura 5.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
Os contaminantes que demandam preocupação são aqueles relacionados com o aumento da matéria
orgânica, microorganismos patogênicos e concentrações de fósforo e nitrogênio. A ausência de
sistemas de coleta e tratamento de esgotos é responsável por problemas diversos nos corpos d’água
de diversas cidades brasileiras.
Também é necessário, num sistema adequado de gestão ambiental, caracterizar os efluentes de acordo
com a atividade e buscar alternativas tecnológicas para reduzir o potencial de poluição destes efluentes.
A poluição produzida por drenagens de áreas agrícolas e urbanas são aquelas que se depositam na
superfície e são carregadas pelas chuvas, acumulando os materiais em valas e bueiros e são carreados
para os corpos d’água pelas galerias de águas pluviais ou, no caso de áreas agrícolas, podem causar
carreamento de material de processos erosivos, comprometendo os rios que recebem o impacto.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
Os efeitos na constituição destas águas pelos diferentes tipos de poluição podem ser tratáveis
dependendo da natureza, da persistência, ou do potencial de contaminação.
A indústria da pesca pode ser afetada em virtude do comprometimento dos ecossistemas que dão
suporte à produção pesqueira ou pela contaminação dos peixes com os contaminantes advindos dos
recursos hídricos não gerenciados de forma integrada. A navegação pode ser comprometida pela
presença de carga orgânica alta, elevada concentração de produtos químicos ou do assoreamento de
cursos d’água. A recreação pode ser comprometida pela contaminação por patógenos e prejudicar a
possibilidade de realização de atividades recreativas no local.
Para combater a poluição das águas, são necessárias medidas para mitigar ou diminuir o aporte
de poluentes e assegurar patamares de qualidade apropriados para os usos identificados dos
recursos hídricos.
Os métodos para tratamento dependem fundamentalmente das características locais, dos processos
econômicos regionais, da disponibilidade de tecnologias apropriadas para tratar os efluentes e da
disponibilidade de recursos para investimento nos sistemas de tratamento.
É importante ressaltar que a qualidade inadequada de recursos hídricos causa problemas de saúde
na população que impactam diretamente o desenvolvimento de atividades produtivas, muitas vezes
de forma definitiva, no município, estado ou país.
A gestão em saúde e segurança específica para o setor público ou privado é fundamental para que
haja a manutenção da produtividade e a qualidade dos recursos hídricos pode ser um fator limitante
para as atividades produtivas.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9433.htm>.
Ar
A poluição do ar está associada a diversos tipos de enfermidades humanas, bem como à deterioração
das condições de vida. A partir da revolução industrial, o uso cada vez maior de combustíveis
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
fósseis tem contribuído tanto para o crescimento econômico quanto para o fenômeno das
mudanças climáticas.
Os poluentes atmosféricos são quaisquer formas de matéria sólida, líquida ou gasosa e de energia
que pode torná-la poluída e podem ser divididas em materiais particulados ou gases e vapores.
O material particulado são partículas sólidas ou líquidas emitidas por fontes de poluição do ar e
podem ser classificadas como poeiras, fumos, fumaça ou névoas. As poeiras têm por fonte o cimento,
o amianto, o algodão e a sujeira da rua. Os fumos originam-se da queima de chumbo, alumínio,
zinco ou cloreto de amônia. A fumaça origina-se da queima de combustíveis fósseis, biomassa e
outros materiais combustíveis e a névoa refere-se às partículas líquidas em suspensão.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
Cada um destes componentes tem uma dinâmica própria quando inalados e podem causar danos
irreversíveis à saúde humana, desde inflamações do trato respiratório até a morte por intoxicação.
Os gases e vapores são poluentes na forma molecular e são classificados em poluentes primários e
secundários. Os primários são poluentes per se, não necessitando de outras combinações químicas
para serem nocivos. Os secundários são formados por reações químicas ou fotoquímicas entre
componentes atmosféricos, resultado em elementos nocivos à saúde.
Qualquer processo, equipamento, sistema, máquina ou empreendimento que possa liberar ou emitir
matéria ou energia que polua a atmosfera pode ser considerada fonte de poluição e são classificadas
em fixas ou móveis, naturais ou antrópicas6.
Os veículos são a principal fonte de emissão de poluentes para a atmosfera em centros urbanos.
Grandes aglomerados urbanos com frotas significativas de veículos tem adotado estratégias para
redução de emissões potencialmente danosas à saúde humana, tal como o rodízio de veículos em
São Paulo.
Os veículos movidos a álcool e gasolina são emissores de monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio
e hidrocarbonetos, enquanto aqueles movidos a diesel emitem óxidos de enxofre, óxidos de
nitrogênio e material particulado.
A introdução de tecnologia nos veículos tem sido responsável pela redução do volume de emissões
de veículos, sendo que padrões de emissões cada vez mais restritos têm sido adotados no Brasil,
tendo em vista a necessidade de reduzir os impactos da poluição do ar sobre os ecossistemas e
as pessoas.
Os efeitos da poluição do ar podem ocorrer em nível local, regional, nacional ou global e manifestam-se
na saúde, no bem-estar da população, nas alterações na vegetação e na fauna, no desgaste de materiais
e na deterioração da qualidade da atmosfera, na redução da visibilidade, alteração da acidez das águas
da chuva (chuva ácida), no aumento da temperatura da Terra (potencial de aquecimento global), na
modificação da intensidade da radiação solar (destruição da camada de ozônio).
6 Fontes antrópicas ou antropogênicas de poluição são aquelas que se originam dos processos econômicos humanos.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
Além disso, as alterações das condições dos ecossistemas afetam a distribuição de espécies de
determinados biomas e podem causar o aumento descontrolado de doenças transmitidas por
vetores que em condições naturais estariam sujeito a controle biológico.
Os danos globais causados pela poluição são objeto de diversos tratados internacionais. Como
exemplo, tem-se a diminuição da camada de ozônio causada pela emissão de Clorofluorcarbono
(CFC’s), que destrói o ozônio e libera a passagem de raios ultravioletas que podem causar catarata e
doenças de pele, bem como efeitos negativos à vegetação, à agricultura, reduz a fotossíntese.
Outro dano global são as mudanças climáticas, causada pela intensificação dos efeitos da emissão de
Gases de Efeito Estufa. Os gases de efeito estufa são emitidos em virtude das atividades econômicas
humanas, baseadas em consumo de combustíveis fósseis para produção de energia.
Os maiores emissores globais de Gases de Efeito Estufa são a China, os EUA e a União Europeia,
nesta ordem. Esforços têm sido despendidos para gerar iniciativas globais de redução das emissões
por meio do investimento em tecnologias e energias limpas, como o esforço político em atribuir
metas para a redução de emissões.
Tais metas dependem fundamentalmente de negociações políticas entre múltiplos atores, cada qual
defendendo suas partes interessadas internas face às pressões globais para redução de emissões, o
que dificulta a construção de consensos.
Há consenso, no entanto, de que se deve investir mais em adaptação, tendo em vista que o consumo
continua a aumentar nos mais diversos países, há crescimento populacional e que o sistema econômico
tende a crescer continuamente para satisfazer as necessidades de consumo destas populações.
Apesar das negociações anuais, os esforços para a concretização de limites para emissões em
países desenvolvidos não tem sido efetivos e estima-se que a evolução da questão atribua limites,
também, para os países em desenvolvimento, com o investimento em transferências de tecnologia
de produção, visando reduzir as emissões provenientes de seus processos produtivos.
O Brasil contribui com parte das emissões globais devido principalmente às queimadas
de florestas. Há diversas iniciativas brasileiras que visam reduzir emissões causadas pelas
queimadas, entre elas destacam-se o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, o Plano de Ação
para Produção e Consumo Sustentáveis.
A Chuva Ácida origina-se da emissão de óxidos de enxofre e nitrogênio e a posterior reação química
com as águas atmosféricas, que formam ácidos que alteram o pH das chuvas. O pH ácido das chuvas
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
Tendo em vista os diversos impactos que a contaminação do ar causa para a saúde e o ambiente
foram desenvolvidas estratégias para prevenção e controle da poluição do ar. A prevenção significa
evitar a geração de poluentes por meio de processos industriais e combustíveis menos poluentes,
redução de consumo de produtos poluidores e de energia. O controle significa mitigar os efeitos das
emissões de poluentes para a atmosfera.
Resíduos sólidos
Os resíduos sólidos resultam das atividades econômicas e sociais da humanidade e podem ter
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. A geração
de resíduos é um dos maiores problemas que afetam a humanidade, tendo em vista que a expansão
da sociedade do consumo causa o aumento da exploração de recursos naturais e o consequente
descarte de materiais na natureza.
Os resíduos industriais variam entre 65 e 75% do total de resíduos gerados em regiões mais
industrializadas. A responsabilidade pelo manejo é da empresa geradora e o resíduo pode ser
destinado a um aterro. Em função da periculosidade, os resíduos são classificados pela NBR
10004 como:
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
Os resíduos urbanos são produzidos em menor escala que os resíduos industriais e incluem-
se nesta categoria os resíduos domiciliares, o resíduo comercial, os oriundos da limpeza pública
urbana. A gestão destes resíduos é de responsabilidade das prefeituras.
Os entulhos são considerados resíduos de construção civil: demolições, restos de obras, solos
de escavações e materiais afins e a responsabilidade da remoção destes resíduos, desde que em
quantidades pequenas, é das prefeituras municipais.
O descarte inadequado de resíduos de saúde é um fator de risco para a população que vive das
cadeias produtivas de resíduos, pois pode causar efeitos devastadores para a saúde.
<http://www.gestaoderesiduos.com.br/residuo-servico-saude.php?id=268>.
Os resíduos agrícolas são aqueles resultantes das atividades da agricultura e pecuária, tais como
embalagens de adubos, de defensivos agrícolas e de ração, restos de colheita e esterco animal. As
embalagens de agroquímicos estão sujeitas à regulamentação específica e há obrigatoriedade do
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
recolhimento das embalagens, em virtude do potencial de contaminação e risco para a saúde que
estas representam.
Link <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res03/res33403.xml>.
Os resíduos radioativos são aqueles provenientes de fonte radioativa e de equipamentos que usam
elementos radioativos. O controle da produção, utilização e descarte é de responsabilidade da
Comissão Nacional de Energia Nuclear. No Brasil, a falha no controle do descarte de material e
equipamentos radioativos resultou no acidente com o Césio 137, em Goiânia.
A situação dos resíduos sólidos no Brasil não é adequada sob o ponto de vista do saneamento
básico. A situação ideal seria aquela onde 100% dos resíduos fossem destinados a aterros
sanitários ou onde a reciclagem seria estimulada por instrumentos econômicos que permitissem
que o material a ser reciclado tivesse valor de mercado semelhante à extração do material primário
do ambiente.
Ressalte-se que a produção de resíduos em municípios com mais de 500 mil habitantes era de
0,7 kg/habitante/dia em 2001, quantidade que tende a aumentar com o crescimento econômico
e a disponibilização de mais bens de consumo industrialização a mais pessoas, pressionando a
capacidade dos gestores públicos e privados em enfrentar o problema do volume de lixo produzido
nas cidades, conforme mostra a figura 11.
Fonte: <http://juniormascote.spaceblog.com.br/177869/LIXAO-POE-EM-RISCO-ACIDADE-DE-ITAGI/>.
A estrutura dos resíduos gerados é importante para determinar quais tipos de rotas tecnológicas
serão utilizadas para o tratamento deste material. No Brasil, prevalece na constituição do lixo
produzido a matéria orgânica, com cerca de 52,5% do volume total gerado diariamente, enquanto
nos EUA o valor é de 13,6% e na Europa é de 28%, segundo dados de 2001.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
A evolução das sociedades também diz muito sobre como tratar seus resíduos. Em locais como
o Japão ou a Holanda, onde a disponibilidade territorial é pequena, exige procedimentos mais
complexos para a gestão de resíduos, tais como a incineração de plástico para gerar energia ou a
utilização de compostagem de resíduos orgânicos para diminuir a necessidade de terras com usos
mais nobres.
Outro caso emblemático é que em Nova Iorque a escassez de terras para serem usadas como aterro
sanitário exigiu que a cidade exportasse seus resíduos para outros municípios, o que gerou custos
acessórios aos cidadãos para gerir seus resíduos.
Link <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>.
O Plano Nacional de Mudanças Climáticas também funciona como uma pressão adaptativa sobre
as empresas e sobre o poder público, pois há a necessidade de internalizar nos custos de produção o
valor do carbono emitido para gerar o fluxo econômico positivo, o que pode alterar a percepção do
valor econômico atribuído pelo cliente aos produtos que consome.
Link <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/77650.html>.
A percepção do valor econômico do resíduo, também influencia na qualidade das políticas públicas
voltadas para a questão. Há locais onde a coleta e a disposição em aterros sanitários é considerada
suficiente, desperdiçando o potencial de geração de renda dos resíduos recicláveis.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
Este é um processo que está no cerne da discussão sobre o desenvolvimento e a gestão de resíduos
e onde as pressões do poder público e da sociedade.
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CAPÍTULO 6
Sistemas de Gestão Ambiental
Conceitua-se como sistema de Gestão Ambiental as políticas e práticas de uma instituição visando:
6. Monitorar, fazer auditoria e relatar os ganhos com a gestão ambiental para seus
públicos de interesse.
Os Sistemas de Gestão Ambiental estão normatizados na ABNT ISO14001, onde estão descritos os
procedimentos para implementação de um sistema desta natureza.
O levantamento de aspectos e impactos ambientais constitui a base do SGA, pois visa municiar de
informações estratégicas os formuladores da estratégia de gestão ambiental da empresa, bem como
as alternativas para redução de impactos ambientais negativos na atividade de uma empresa.
O levantamento dos impactos deve levar em conta os impactos sobre a água, incluindo seu consumo
e seu descarte, os impactos sobre as emissões aéreas, da geração e disposição de resíduos e da saúde
e segurança dos trabalhadores.
O levantamento dos aspectos ambientais refere-se à legislação local, regional, estadual ou nacional
aplicável ao empreendimento, as características físico-químico-biológicas locais, a presença de
sítios arqueológicos, populações tradicionais. Após o levantamento dos impactos e aspectos, é
necessário elaborar um plano de ação visando mitigar, compensar ou evitar tais impactos, com
responsabilidades, prazos e orçamento definidos.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
A implementação do SGA deve realizar as atividades para compensar, mitigar ou evitar tais
impactos, levando sempre em consideração os múltiplos públicos interessados e a necessidade de
conciliar diversos interesses diferentes.
A implementação também deve ser acompanhada sempre da avaliação dos resultados obtidos com o
SGA baseado em indicadores de desempenho que traduzam os impactos ambientais e promovam um
gerenciamento dinâmico do ambiente onde a empresa promove suas atividades. Este gerenciamento
dinâmico deve permitir a readequação de objetivos, se for o caso, e promover a melhoria contínua
dos planos de controle ambiental definidos na fase de planejamento.
Os ajustes no SGA são a última fase. Tendo em vista que as ciências ambientais experimentam grande
avanço nas últimas três décadas, diversos indicadores de desempenho vêm sendo incorporados
nos sistemas de gestão das empresas, bem como tecnologias para aumentar a eficiência do uso de
recursos para diminuir o impacto ambiental e aumentar o retorno financeiro.
Por fim, há necessidade de relatar ao mercado e à sociedade em geral os resultados obtidos com
a implementação do SGA, como forma de promover um diálogo com os múltiplos públicos que se
beneficiam das atividades da empresa.
Diversos tipos de relatórios ambientais e sociais tem sido publicados, com critérios cada vez mais
restritivos de desempenho, que calculam até a quantidade de CO2 gerado por unidade monetária
como medida de eficiência da gestão de aspectos e impactos ambientais.
Outro tipo de indicador que tem sido utilizado pela sociedade é a Avaliação de Ciclo de Vida de
produto, metodologia que avalia e compara alternativas de uso de processos, materiais e tecnologias
para apontar melhores práticas para a gestão de impactos ambientais.
Por fim, a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei no 6.938/1981) como uma das principais regras
a seguir para levantar impactos e aspectos ambientais e propor-se a mitigar, compensar ou evitar
impactos ambientais. O Estudo de Impacto Ambiental é um instrumento usualmente utilizado para
levantamento de aspectos e impactos que podem ocorrer quando da implantação de projetos de
investimento e da elaboração de Planos de Controle Ambiental para reduzir tais impactos.
O ponto de partida para uma correta gestão ambiental é a identificação dos aspectos e impactos
ambientais. A implementação de planos de ação para redução de efeitos ambientais negativos e para
diminuir os efeitos negativos sobre a saúde humana são necessários para diminuir o impacto das
atividades econômicas e sociais sobre o ambiente.
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UNIDADE ÚNICA │ SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
As pressões sobre as empresas e instituições para reduzir os impactos ambientais são tangibilizadas
pela evolução do mercado, pela ação dos organismos estatais responsáveis pela qualidade
ambiental e exige uma postura mais ativa destas empresas e instituições visando qualificar seus
processos produtivos.
As certificações ambientais tem sido utilizadas para construir uma diferenciação de mercado
com relação aos processos de gestão que cada empresa possui. Percebe-se que nos diversos países
do mundo, especialmente nos países desenvolvidos, o direcionamento da sociedade em escolher
produtos, a partir do impacto ambiental de seus processos produtivos. Nos produtos disponíveis
nas gôndolas dos supermercados europeus, por exemplo, as certificações ambientais são comuns e
são utilizados como critério de diferenciação e escolha entre produtos semelhantes.
Fonte: <http://c1.redgreenandblue.org/files/2009/03/carbon-label.jpg>.
Outras iniciativas promovem a gestão ambiental e social como estratégia empresarial e institucional
de geração de valor. As grandes empresas são avaliadas periodicamente com relação às suas políticas
e práticas voltadas para o fomento de uma economia sustentável, especialmente porque o mercado
internacional tem utilizado as políticas e práticas socioambientais de empresas para diferenciá-las
em mercados mais exigentes.
Fica evidente na etiqueta mostrada na figura 12, que os países desenvolvidos e seus cidadãos-
consumidores tem adotado estratégias para escolha de produtos a serem consumidos que remetem
diretamente ao impacto ambiental gerado no seu processo produtivo.
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SAÚDE E QUESTÕES AMBIENTAIS │ UNIDADE ÚNICA
de comprometer de forma irreversível as condições de vida humanas e das outras espécies que
dividem o planeta com a humanidade.
Ao analisar novamente a figura 1 (p. 11), percebe-se que há limites para a acumulação de resíduos na
atmosfera, águas ou solos. Há limites inclusive para a saúde humana. A Gestão Ambiental permite
que tais acumulações de resíduos sejam quantificadas e que uma abordagem técnica seja utilizada
para reduzir, evitar ou compensar tais acumulações.
Percebe-se que ao aumentar demais o “quadrado” das emissões para o ambiente, menos espaço
sobra para os demais “quadrados”, inclusive para o “subsistema econômico”. A diminuição de todos
os demais espaços em virtude do aumento das emissões pode comprometer o futuro da humanidade.
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Para (não) finalizar
Ao final deste Caderno de Estudos e Pesquisas, esperamos ter apresentado alguns conceitos e
categorias úteis para que o aluno entenda a interrelação entre saúde e meio ambiente.
A Gestão Ambiental apresenta ferramentas para gestão de impactos ambientais das atividades
humanas e estes impactos, quando usualmente não adequadamente identificados e mitigados,
podem ter responsabilidade direta sobre a saúde das pessoas.
A um país que espera ser desenvolvido, não se justifica que ainda haja municípios sem água tratada
para todos seus cidadãos ou sem saneamento ambiental.
A gestão ambiental deixa de ser uma opção para as empresas e instituições e tornou-se uma
necessidade em virtude do amadurecimento crescente das sociedades, das pressões que a sociedade
exerce e da incorporação crescente da qualidade do meio ambiente como régua para medir o
desenvolvimento de uma sociedade.
O caderno Saúde e Meio Ambiente teve por objetivo apresentar os conteúdos mais relevantes sobre
o assunto, de forma introdutória, para que os profissionais que participam do curso entendam a
importância de gerenciar os impactos de suas ações e instituições sobre o ambiente e que a qualidade
ambiental está diretamente ligada à qualidade de vida e à saúde pública.
Houve toda uma evolução na questão da gestão da saúde pública e da gestão de impactos ambientais
ao longo do tempo. Esta evolução continua a ocorrer. Para uma população crescente, com a geração
de riquezas e necessidades diversas, as aglomerações urbanas cada vez maiores, os processos
industriais cada vez mais sofisticados, as necessidades de alimentos para alimentar mais de 6 bilhões
de humanos exigem uma postura de antecipação dos possíveis impactos ambientais e sociais e a
adoção de iniciativas e tecnologias para redução do impacto ambiental das cadeias produtivas que
garantem os processos econômicos e o bem estar das sociedades.
Há carência de profissionais tenham a visão de que a saúde pública é diretamente afetada pelos
impactos ambientais das atividades humanas. Espera-se que com este material os profissionais se
sintam estimulados a procurar mais e mais qualificação na área de gestão ambiental e saúde pública,
pois a implementação destes sistemas assegura maior qualidade de vida da população e é um sinal
de evolução da sociedade brasileira.
48
Referências
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Jersey, US: Prentice-Hall, Inc., 1999. 308 pp.
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LE PRESTE, Philippe. Ecopolítica Internacional. 1. ed. São Paulo: Editora Senac, 2000.
ODUM, Eugene P.; BARRETT, Gary. Fundamentals of Ecology. 5. ed. Belmont, US: Thomson
Brooks/Cole, 2005.
PHILIPPI JR. Arlindo; ROMERO, Marcelo de Andrade; BRUNA, Gilda Collet. Curso de Gestão
Ambiental. 1. ed. São Paulo: Manole, 2004.
49
Anexo
50