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do Paciente Renal
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal.................................................................. 11
Capítulo 1
Depressão e comorbidades............................................................................................... 11
Unidade iI
O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização......................... 35
Capítulo 1
Adesão ao tratamento....................................................................................................... 35
Unidade iII
Estratégias De Enfrentamento........................................................................................................ 55
Capítulo 1
Família, educação e espiritualidade: conexões possíveis.............................................. 55
Referências................................................................................................................................... 78
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
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Introdução
Define-se insuficiência renal quando os rins se tornam incapazes de extrair os produtos
de degradação metabólica do corpo ou de realizar as funções reguladoras.
A insuficiência renal é uma enfermidade sistêmica e incide na via final comum de muitas
diferentes doenças do rim e do trato urinário.
Nessas circunstâncias, o rim não consegue realizar suas funções necessárias, isto é,
retirar do sangue todas as escórias metabólicas, como ureia e creatinina, que chegam a
ele, e que devem ser eliminadas na urina.
Nas etapas mais avançadas, o seu impacto sobre o estado funcional e a qualidade de
vida torna-se muito notável.
A IRC é uma doença que vem crescendo significativamente e tem como corresponsável
a elevação do número de pessoas que desenvolvem comorbidades como o diabetes,
a hipertensão, canceres como o de útero e colo; essa questão tem piorado, visto que,
muitos doentes renais acabam por detectar a doença tardiamente e/ou muitas vezes
não há um adequado acompanhamento da doença, o que acaba desenvolvendo essas e
outras comorbidades.
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A necessidade de se viver com uma doença crônica implica em um enorme empenho
de adaptação. A ação educativa parece ser a via para ajudar a adaptação e aceitação da
diálise através da participação ativa no tratamento. O trabalho da enfermeira de diálise
peritoneal vai consistir em excitar, motivar e apoiar os pacientes para que possam
realizar seu próprio tratamento.
Estar com uma doença crônica causa emoção, confusões e conflitos de culpa, de que
poderia ter cuidado da saúde se existissem mais orientações e conhecimento e, ao
mesmo tempo, indignação por estar nessa situação, gerando, assim, baixa da autoestima,
desânimo, estresse, ansiedade, enfim, mexendo com o desequilíbrio deste paciente e
seus familiares terão que mudar suas rotinas e terem paciência e compreensão para
poder ajudá-lo nessa nova etapa de vida.
Todas as pessoas são capazes de aprender e precisam ser motivadas para buscar, a
cada dia, a aprendizagem, ter em mente que quando se tem uma doença renal crônica,
precisa exercitar novas habilidades intelectuais e práticas para que possam se adaptar e
seguir uma nova rotina de vida, pensando sempre em ter a máxima autonomia e exercer
os cuidados sem dependência.
Mudar os hábitos de vida, rotinas, alimentação é algo difícil, mas o receio e o desânimo
podem ser reduzidos com um olhar e indagação positiva, trazendo para o paciente uma
visão otimista do seu estado de saúde.
O doente renal precisa ser envolvido, trazendo junto à assistência o olhar da humanização
em todas as práticas, buscando constantemente fazer uma educação continuada
direcionada à necessidade de cada paciente.
Cabe à equipe não apenas implementar o cuidado, mas entender o contexto social e
familiar ao qual esse paciente está inserido.
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ao tratamento e aceitá-lo. O paciente tem por necessidade o bem estar, um ambiente
agradável e amigável no momento da hemodiálise, sentir-se cuidado, amparado, seguro,
livre de perigos, protegido de qualquer dano ao seu bem estar e integridade física,
moral e psicológica, junto a profissionais treinados adequadamente para a conduta a
ser tomada em qualquer situação.
Deve-se ter o foco em fazer com que o paciente volte para as suas atividades normais
assim que puder, estimulando-o a cuidar de sua alimentação, higiene, enfim, refletindo
sobre a melhor maneira de enfrentar a patologia da qual é portador. Além de um cuidado
de qualidade e humanizado, outro fator fundamental para a assistência ao Renal
Crônico é a comunicação que deve estar presente pela equipe em todos os momentos,
sendo de forma correta, para que os objetivos sejam alcançados com eficácia e sem
intercorrências.
A comunicação pode ser vista como uma necessidade básica, uma competência que a
equipe multiprofissional deve desenvolver.
Todos esses mecanismos propiciarão, e devem ter como norte, a melhora da qualidade
de vida, já que estamos tratando de uma doença crônica, com diversas comorbidades e
muitas vezes letal.
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Objetivos
»» Compreender a atuação da equipe multiprofissional nos aspectos
psicológicos e sociais do paciente renal.
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Aspectos
Psicológicos E Unidade I
Sociais Do Paciente
Renal
Capítulo 1
Depressão e comorbidades
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
Uma vez com depressão, a pessoa apresenta vários sintomas classificados como físicos,
os que trazem fadiga progressiva, constante, insônia, dores nos músculos, dor de
cabeça, imunodeficiência, dentre outros; psíquicos, falta de atenção e concentração,
lentidão e alteração da memória, baixa autoestima, dentre outros; comportamentais,
irritabilidade, perda da iniciativa, comportamento hostil, agressivo, incapaz de relaxar;
e defensivos, com solidão, perda de interesse por trabalhar e por tirar um lazer,
absenteísmo, dentre outros.
Por isso, a busca por uma melhor qualidade de vida, prevenindo o estresse, garantindo
boa saúde física, bom sono, boa alimentação, praticar atividades físicas regularmente e
também manter hobbies e interesse pela vida sociável é fundamental para garantir que
os aspectos psicológicos do paciente renal sejam positivos.
Lazer e qualidade de vida são cruciais para que todo ser humano tenha desempenho
profissional favorável, principalmente quando se fala de períodos de trabalho diversos
e do trabalho em equipe.
O suporte para uma vida social ativa é fundamental no planejamento terapêutico desses
pacientes.
Atividades sociais devem ser estimuladas como processo terapêutico e, muitas vezes,
de prevenção da depressão!
A qualidade de vida é uma necessidade humana básica, assim como moradia, convívio
familiar e social, um cuidado pessoal, um lazer, trabalho satisfatório e remuneração
digna, esses são elementos essenciais à felicidade como um todo.
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
De acordo com a ideia de Maslow, os seres humanos vivem para satisfazer as suas
necessidades, com o objetivo de conquistar a sonhada autorrealização plena.
<https://www.youtube.com/watch?v=R3EEH6qljMI>.
<http://www.scielo.br/pdf/rae/v20n3/v20n3a05>.
Essa doença é um dano que pode afetar qualquer pessoa independendo de status social,
raça, crença, traz dano mental que afeta muito o pessoal, é um estado ativo em que o
indivíduo se depara diante de uma situação de alarme.
A depressão é o não funcionamento normal. Não escolhe classe, raça, religião, hierarquia.
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
O desgaste físico e psicológico da doença renal é um dos fatores que podem contribuir
para a depressão. É preciso saber identificar o que está acontecendo para poder intervir.
A diversidade de cargas, tanto na esfera física quanto emocional, pode acarretar aos
doentes renais impactos negativos à sua saúde.
Estudos com profissionais de serviços sociais e de saúde descrevem que as pessoas com
depressão apresentam atitudes negativas e de distanciamento pessoal, muitas vezes
o indivíduo até pode manter suas atividades laborais, entretanto a IRA associada à
depressão faz com que o indivíduo perca o interesse e a motivação pelo trabalho.
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
Existem graus de depressão, como leve, moderada e grave. O grau vai depender do fator
desencadeante, período de diagnóstico e tratamento da doença. Sabe-se que quanto
mais tardia a intervenção terapêutica, maiores os riscos de insucesso de tratamento.
Alguns relatos descrevem que pessoas que cometeram o suicídio, muitas das vezes
sinalizaram sintomas de depressão e, infelizmente, não foram tratados precocemente.
No Brasil, 7,6% dos adultos já foram diagnosticados com depressão, o que equivale
a cerca de 11 milhões de pessoas. Dentre esta população, cerca de 52% utilizam
medicamentos.
O Estado que mais é assolado por esta patologia é o Rio Grande Sul, sendo o primeiro
da lista em 2016 com cerca de 13,2% das pessoas maiores de 18 anos diagnosticados
por um profissional de saúde, no mesmo estudo podemos observar a incidência desta
doença no Pará, o qual está no último lugar da lista com apenas 1,6% dos adultos
diagnosticados.
A depressão, segundo este Órgão, é diferente das mudanças de humor mais comuns.
Ela se manifesta por um sentimento de tristeza que dura, ao menos, duas semanas, e
que impede a pessoa de levar uma vida normal.
O problema é que o sistema básico – que seria responsável por mapear o primeiro e o
segundo nível – não está preparado.
»» choro fácil;
»» culpa;
»» desamparo;
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
»» desesperança;
»» disforia;
»» humor deprimido;
»» ideação suicida;
»» incapacidade desproporcionada;
»» inutilidade;
»» isolamento social;
»» somatização excessiva;
»» tristeza.
O humor deprimido e a tristeza são respostas normais e apropriadas face à doença grave
e ou tratamento debilitante, os sintomas de perda ou ganho de peso, anorexia, insônia,
lentificação psicomotora podem ser decorrentes de doença prévia e cabe ao psicólogo
avaliar estas questões antes de sugerir, à equipe médica, a indicação do tratamento
depressivo.
Depressão é mais que uma rápida tristeza, trata-se de uma tristeza profunda, com
duração prolongada, vem junto com o desânimo, desinteresse, apatia, a pessoa não tem
vontade de fazer nada, tem cansaço e falta de apetite.
Acredita-se que vários fatores podem estar associados às causas, como biológicos,
psicológicos e sociais.
»» Genética.
»» Menor ou distimia
Considerada uma desordem depressiva crônica por pelo menos 2 anos em adultos e que
se manifesta pela presença da síndrome depressiva, onde o paciente consegue funcionar
socialmente, mas sem experimentar prazer.
Entendida como sendo uma desordem depressiva primária, endógena, e que não
tem relação causal com situações estressantes, patologias orgânicas ou psiquiátricas,
caracterizando-se por episódio puramente depressivo em períodos variáveis da vida do
paciente geneticamente predispostos à doença.
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
Forma grave, com acentuado retardo ou agitação psicomotora, anedonia, humor não
relativo a estímulos agradáveis, despertar matinal precoce, sintomas piores de manhã.
Depressão atípica:
›› Agitação/ letargia.
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
e. Sintomas inexplicáveis
No doente renal, a depressão está associada a uma síndrome, esta pode ter aspectos
patogênicos, clínicos e associada ao próprio tratamento.
Se o doente renal desenvolve depressão, junto a esse evento pode estar associada a
diminuição da qualidade de vida além do isolamento social, o que consequentemente
pode evoluir para comorbidades graves.
O afeto mostra diversos caminhos, com sentimentos subjetivos (amor, raiva, depressão)
e aspectos expressivos (sorrisos, gritos, lágrimas).
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
Observa-se que o psiquismo é construído com base na relação dos fatores sociais e
orgânicos ao longo da vida.
Nesse processo, o orgânico e o social são os fatores que possibilitam as condições para
que essa evolução ocorra.
Observa-se que a afetividade, bem como a inteligência, é construída ao longo dos anos
nos seres humanos, não vem pronta ao nascer.
»» Afetividade.
»» Movimento.
»» Inteligência.
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
Mesmo tendo que enfrentar mudanças, e por mais que os clientes fiquem contrariados
por serem obrigados a se adaptar, devemos lembrar a estes clientes que as mudanças
fazem parte da vida de todas as pessoas.
Às vezes são boas e às vezes ruins, mas tudo sempre muda e, por isso, tais sentimentos
e sensações tendem a desaparecer gradativamente ao longo do tratamento, dando lugar
ao sentimento de confiança, segurança e conforto, pois estará em contato com outras
pessoas que passam pelo mesmo problema, podendo trocar experiências, recebendo
também atenção de vários profissionais que trabalharão com respeito e profissionalismo.
A grande maioria dos nefropatas apresenta pelo menos uma doença crônica, entretanto
se bem gerenciada, conseguem prosseguir a vida normalmente, de forma autônoma e
independente.
Transtornos mentais
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
Figura 1.
Fonte: <http://pad1.whstatic.com/images/thumb/c/c3/Prevent-Alzheimer%27s-Disease-Step-1-Version-2.jpg/670px-Prevent-
Alzheimer%27s-Disease-Step-1-Version-2.jpg>.
Demência
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
Figura 2.
Fonte: <http://www.psicosite.com.br/tra/out/demencia.jpg>.
Para que isso não ocorra, não podemos desvalorizar o cuidado na assistência, devemos
realizar as técnicas de forma correta e segura, passando para o cliente que você está ali
para ajudá-lo, e que precisa da compreensão e cooperação dele para que tudo dê certo,
assim, quando atitudes negativas se exteriorizarem, estaremos aptos a enfrentá-las.
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
Figura 3.
Fonte: <https://newsatjama.files.wordpress.com/2013/10/10-2-13-icu-delirium-istock_000021992120xsmall.jpg>.
Observa-se que nos estágios iniciais da doença, e durante o tratamento, não são
incomuns queixas de esquecimento e dificuldade de abstração que podem ocorrer de
forma súbita e discreta.
Esse exame irá possibilitar a detecção de alterações precocemente, que talvez, inclusive,
passariam desapercebidas sem uma avaliação formal, na contribuição para o diagnóstico
correto de desordens que apresentam sintomas semelhantes, no estabelecimento
do tratamento apropriado, no fornecimento de dados sobre a capacidade do
doente de tomar decisões que podem influenciar seu tratamento, na prevenção de
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
Figura 4.
Fonte: <http://www.va.gov/GERIATRICS/images/delirium_professionals.png>.
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
A Prevenção Primária são ações dirigidas para a manutenção da saúde, com a promoção
da Saúde, subentende-se moradia adequada, escolas, áreas de lazer, alimentação,
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
Por fim, a Prevenção Terciária visa desenvolver a capacidade residual do indivíduo para
impedir a incapacidade total, através da reabilitação: fisioterapia, terapia ocupacional
e emprego.
»» educação e informação;
Algumas ações mais específicas que poderão ser adotadas nos ambientes de trabalho
para a proteção e prevenção de riscos no trabalho são:
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
A organização não pode ignorar o fato deste ter um contexto familiar e social que
irá refletir no trabalho, por isso uma adequada anamnese, investigação, entender os
hábitos e estilo de vida do trabalhador são itens necessários para uma devida condução
de promoção à saúde mental.
A promoção da saúde mental tem como principal objetivo aquilo que mantém
e melhora o nosso bem-estar mental. Importa sublinhar que, para ser tão eficaz
quanto possível, a promoção da saúde mental deve incluir uma combinação da
gestão dos riscos e promoção da saúde.
<https://www.youtube.com/watch?v=6ht5gu0LIAE>.
»» Diabetes.
»» Hipertensão.
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
»» Câncer.
Figura 5.
Fonte: <http://bemnutri.com.br/site/wp-content/uploads/2015/08/img-diabetes.jpg>.
»» DM tipo 1 (DM1).
»» DM tipo 2.
<https://www.youtube.com/watch?v=GxY-QADa4nA>.
<https://www.youtube.com/watch?v=4yV7_Xsphs0>.
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
<https://www.youtube.com/watch?v=iIL-uC4f87U>.
Os fatores de riscos podem ter pesos diferentes, porém, para que o evento ocorra, há
necessidade de uma interação entre eles. Isoladamente, nenhum fator de risco promove
o fenômeno.
A DM é uma condição crônica de saúde que exige cuidados permanentes para seu
controle, é preciso definir os cuidados necessários em equipe com foco sempre no
controle metabólico.
Em alguns casos podem ocorrer também câimbras e visão embaçada, sendo que esses
sinais e sintomas podem se desenvolver de forma única ou conjunta, variando de pessoa
para pessoa.
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
O controle inclui:
»» Pressão arterial.
»» atividade física;
»» dieta alimentar;
»» insulina terapia;
»» hipoglicemiantes orais;
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Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal │ UNIDADE I
Em São Paulo, o governo estadual definiu a Lei no 10.782 que trata sobre a política de
prevenção e atenção integral à saúde da pessoa com DM (SUS).
Hipertensão
Figura 6.
Fonte: <http://itnet.com.br/imagens/hipertensao_dezembro2011.jpg>.
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UNIDADE I │ Aspectos Psicológicos E Sociais Do Paciente Renal
Figura 7.
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-FzDAghU0RKk/UjTHNxVooBI/AAAAAAAAAtY/-qMgoEjdRPc/s1600/61n2pblbctj8slwasvi09x6bd.
jpg>.
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O Modelo Sistêmico:
Relações Afetivas Na Unidade iI
Família, Trabalho E
Socialização
Capítulo 1
Adesão ao tratamento
Adesão significa ação de aderir, aderência, o paciente também colabora com a sua
assistência, junto ao profissional de saúde, trata-se de ações e atos conjuntos.
A doença renal crônica traz consigo uma série de questões que marcam a vida do
indivíduo, a partir do diagnóstico, sendo comuns as manifestações psíquicas acarretando
alterações na interação social e desequilíbrios psicológicos, não somente do paciente
como também da família que o acompanha alterando significativamente a qualidade de
vida dos pacientes.
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UNIDADE II │ O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização
O treinamento do paciente pode ser definido como qualquer interação entre o paciente
e o profissional de saúde, que intencionalmente reconhece as necessidades de saúde,
permitindo que o paciente tenha um conhecimento maior da sua condição e necessidade
de cuidados.
Trabalhar com a ansiedade, medo, incertezas, dentre outras comorbidades tanto físicas
como mentais, são aspectos importantes para que ocorra a maior aderência à terapia.
Caminhar junto para um único bem comum, o bem-estar do paciente, essa é a chave do
sucesso!
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O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização │ UNIDADE II
prevenção, e redução de danos a essas pessoas que estariam ativas, sem prejuízos
emocionais, sociais, psicológicos, autoestima, relacionando, ainda, a expectativa de
vida aos avanços tecnológicos em diagnósticos e tratamentos, além da preocupação
com questões socioambientais.
Com o avançar do tempo e com o início do movimento natural para adequação, ele
percebe a existência de pessoas ao seu redor preparadas a ajudá-lo e a promover o
início da terapia, por mais que sofra os eventos no seu ser.
A equipe próxima do contexto familiar deve atentar-se a fatores de risco, tais como:
ingestão de líquidos, hipertensão, controle de peso, e controle de diabetes uma vez que
detêm um poder de persuasão sobre as decisões do portador.
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UNIDADE II │ O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização
Todos os seres humanos são capacitados a aprender e são motivados pela busca
da aprendizagem e pelo exercício das habilidades intelectuais e práticas para
acondicionarem-se e para exercerem cuidados em seus dependentes.
Vale lembrar que a prática educativa que engloba o processo de trabalho da enfermagem
contribui para gerar um aumento da autonomia do sujeito, ampliação das capacidades
de escolha e livre decisão dos indivíduos sobre suas próprias ações.
Atualmente, nossa vida é influenciada por diversos fatores: social, cotidiana, ambientais
dentre outros. Essas prerrogativas por si só já afetam a qualidade de vida da população,
e em maior grau observamos a de pacientes acometidos por doenças crônicas, como a
doença renal crônica.
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O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização │ UNIDADE II
conversas, bem como podem ser mais bem analisadas as disfunções e assim, no debate
entre profissionais, podem ser buscados meios para minimizar tais disfunções, também
através da análise individual e conjunta dos pacientes.
Dentre os motivos para a não adesão existem aqueles relacionados a erros em virtude
da falta de informação por parte dos pacientes, como não saber se devem continuar
usando os medicamentos; não usar os medicamentos se não se alimentarem; não
saber que medicamentos controlam a pressão e acreditarem ser melhor não usar os
medicamentos em dias de consulta.
O ser humano necessita de cuidado e afeto, que orientem e dinamizem sua postura em
direção aos objetivos pessoais e sociais.
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UNIDADE II │ O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização
Uma das características importante é que se trata de uma doença com evolução lenta,
tornando-se crônica em jovens e, com isso, o problema tende a se agravar. Outra
dificuldade é o fato de o paciente “esquecer” o tratamento, sendo este o motivo mais
frequentemente apontado como causa da omissão de doses, e de acordo com a prática
tem sido evidenciado que é importante o profissional de saúde ficar atento para isto.
O “esquecimento” pode, muitas vezes, estar ligado a fatores, como exemplo a não
aceitação do diagnóstico.
Acrescenta-se a isso o fato de que a doença traz aos pacientes duas questões centrais: a
sexualidade e a morte. Para muitos pacientes, a introdução da hemodiálise significa o
“início do fim”. O início do tratamento é um divisor de águas entre a vida e a proximidade
da morte.
Há o enfoque para outros fatores relacionado a não adesão ao tratamento por parte do
paciente além do esquecimento, o fator de não se sentir à vontade no local onde se fará
o tratamento, o pré-conceito de não ser bem aceito ou devidamente compreendido fora
do habitat natural geralmente culmina na atitude de tirar “férias” do tratamento em
situações como: festas, feriados, viagens ou até mesmo finais de semana.
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O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização │ UNIDADE II
A atenção à saúde do nefropata deve ser integral e estruturada nos moldes de uma
linha de cuidados, com foco no indivíduo, baseada nos seus direitos, necessidades,
preferências e habilidades:
Com relação à promoção da saúde, coloca-se que deve levar em conta a complexidade
do envelhecimento humano e jamais se deve cometer o erro de criar estruturas
infantilizadoras, que reforcem estigmas e preconceitos arraigados na sociedade em
relação a esse segmento etário.
»» Mudanças Demográficas.
»» Novas doenças.
»» Novos tratamentos.
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UNIDADE II │ O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização
Prevenção em Saúde: conjunto de ações que visa reduzir e/ou mitigar o risco de
doenças/ agravos de saúde individual ou coletiva.
Hoje, além das ações de prevenção e assistência, considera-se cada vez mais
importante atuar sobre os fatores determinantes da saúde.
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O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização │ UNIDADE II
»» Agropecuário.
»» Alimentício.
»» Indústria.
»» Educação.
»» Habitação.
A proposta é a máxima postergação do início das doenças, pois elas, em sua maioria,
são crônicas. E, uma vez instaladas, pode-se apenas controlar seu tempo de progressão.
A estratégia passa a ser levar a morbidade ao limiar mais próximo possível do limite
biológico da vida.
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UNIDADE II │ O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização
Programas de gerenciamento de doenças são ainda mais complexos e têm uma relação
custo-benefício bastante baixa, pois tratar adequadamente uma doença apenas reduz
os índices de morbidade de tal patologia.
Como esses pacientes possuem múltiplas doenças crônicas, fica evidente que priorizar
apenas uma doença, em detrimento das demais, não é a medida mais adequada.
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O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização │ UNIDADE II
»» Moradia.
»» Trabalho.
»» Educação.
»» Hábitos de vida.
»» Hábitos de higiene.
»» Alimentação.
Para alcançar esse objetivo geral, a promoção de saúde deve estar organizada nos
seguintes eixos, onde o paciente renal deve ser contemplado.
»» Acidentes de Trânsito.
»» Álcool/drogas/ cigarro.
»» Alimentação equilibrada.
»» Cultura.
»» Sustentabilidade.
»» Exercícios físicos.
Alimentação equilibrada
Atividade física
Deve-se considerar que não é ir à academia, mas fazer com que seu corpo tenha um
ritmo de atividade regular por 30 minutos pelo menos 3x/semana.
Caminhar, correr, além, claro, dos esportes diversos, devem ser considerados como um
hábito não apenas para a melhora biológica do organismo, mas também para a melhora
da mente.
Aspectos sociais, a comunicação, integração com outras pessoas faz com que a prática
da atividade física melhore a sensação de bem-estar, logo, tem-se o foco de saúde não
como ausência de doença, mas como um bem-estar bio, psico, social.
Cigarro
Sabemos que o tabagismo é uma doença crônica que causa dependências físicas e
psíquicas.
O fumo do tabaco é uma suspensão constituída por mais de 4000 substâncias, com
efeitos tóxicos e irritantes como o monóxido de carbono, metais pesados e substâncias
radioativas.
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O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização │ UNIDADE II
As doenças respiratórias, tais como asma, alergia e doenças pulmonares podem conduzir
à exclusão social e laboral.
»» Redução dos danos ao meio ambiente: para cada 300 cigarros produzidos
uma árvore é derrubada e o filtro do cigarro leva cerca de 100 anos para
ser degradado na natureza.
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UNIDADE II │ O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização
O enfermeiro pode, dentro desse processo, seja com o paciente ou com familiares e
entes próximos:
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O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização │ UNIDADE II
As intervenções devem ser feitas de forma individual e a decisão terapêutica vai depender
da avaliação clínica do fumante, onde será analisado o perfil e seu histórico de saúde.
O autocuidado (AC) é uma ação normalmente orientada pelo enfermeiro, e faz com que
o paciente se conheça melhor e conheça mais da doença que o acomete.
Humanização
A humanização prevê a construção coletiva para que ao mesmo tempo sejam promovidas
a motivação e autoestima dos profissionais, além da criatividade na busca de soluções
e responsabilidade social.
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UNIDADE II │ O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização
Esse modelo tradicional de saúde está sendo desconstruído ao longo dos tempos,
principalmente devido às modificações nas diretrizes curriculares das graduações dos
cursos da saúde.
No entanto, esse novo método de pensar saúde, preocupando-se também com o lado
humano gera certa desconfiança nos profissionais já inseridos no mercado de trabalho.
O contato com a dor, com a angústia e o sofrimento alheio, aliado à falta de estrutura dos
locais de trabalho, às longas jornadas de trabalho e, por vezes, à falta de profissionais
podem interferir na qualidade do cuidar.
A falta de condições técnicas, seja de capacitação e/ou de materiais, pode contribuir para a
mecanização, bem como na qualidade do cuidado em saúde. Tais condições contribuem
50
O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização │ UNIDADE II
O processo de cuidar em saúde, portanto, é garantido por seres humanos, os quais são
dotados de potencialidades e fragilidades. Assim, condições de trabalho insatisfatórias,
de desrespeito à subjetividade do sujeito que trabalha e que estão em uma dimensão
puramente tecnicista e burocrática, desqualificam e desumanizam o cuidado em saúde.
Outro ponto a ser considerado é a falta de incentivo profissional, bem como as lacunas
na comunicação, se constituindo, dentre outros, como elementos desagregadores no
processo de educação em saúde.
A Educação em Saúde vem sendo inserida nas novas diretrizes curriculares propostas
aos cursos de graduação da área da saúde, para que haja uma reorientação do modelo
de atenção.
Dessa forma, é preciso formar não apenas bons técnicos, mas também bons profissionais,
capazes de ser criativos no pensar, no sentir, no querer e no atuar, os profissionais
devem entender e reconhecer a necessidade de ampliar o cuidado em saúde, ou seja, a
necessidade de superar a visão biologista de compreender e promover a saúde.
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UNIDADE II │ O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização
O profissional mantém uma participação ativa nas redes e movimentos sociais em todo
o processo de humanização. Isso se torna possível porque o cuidado por parte da equipe
de saúde depende do vínculo de confiança que consiga estabelecer por meio da escuta e
do diálogo, com respeito às crenças, valores e cultura das pessoas.
Os participantes não são meros receptores de ordens, mas são sujeitos do seu próprio
cuidado, informados e motivados. Nesta perspectiva, as pessoas são as responsáveis
e promotoras de sua saúde. A interação entre equipes de saúde qualificadas para a
escuta e o entendimento e as pessoas que demandam cuidados, mas sem abrir mão
de sua autonomia para decidir sobre sua saúde, é o campo da gestão do cuidado
pela escuta. Nesta interação voltada para o entendimento prevalece a busca do
compromisso alcançado mediante a argumentação livre e igual entre as partes,
compromisso que é formalizado por meio do contrato coletivo do cuidado entre a
equipe e a pessoa e sua família.
Nestes casos, o cuidado por parte da equipe de saúde depende do vínculo de confiança
que consigam estabelecer por meio da escuta e do diálogo, com respeito às crenças,
valores e cultura das pessoas.
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O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização │ UNIDADE II
Este itinerário pode contribuir para formar trabalhadores de saúde que pratiquem a
gestão do cuidado pela escuta.
A gestão do cuidado pela escuta implica a gestão do sistema e dos serviços pela
escuta de modo a tornar comunicativa, democrática e participativa a gestão pública
da saúde.
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UNIDADE II │ O Modelo Sistêmico: Relações Afetivas Na Família, Trabalho E Socialização
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Estratégias De Unidade iII
Enfrentamento
Capítulo 1
Família, educação e espiritualidade:
conexões possíveis
É o processo pelo qual uma pessoa ou grupo de pessoas adquire conhecimentos gerais,
científicos, artísticos, técnicos ou especializados, com o objetivo de desenvolver sua
capacidade ou aptidões.
Para tal, é preciso tentar implantar programas eficientes e eficazes ligados diretamente ao
ensino e aprendizagem, buscando a utilização de intervenções educativas diferenciadas
na conquista de uma assistência em saúde com qualidade.
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
É difícil que o indivíduo tenha consciência crítica logo após o processo educativo, o
processo é lento e as mudança só serão percebidas quando ele entender a real necessidade
delas, as quais não são imediatas. Elas vão acontecer em processos contínuos, na
intermediação de saberes, em que não será mais o saber do profissional de saúde e o
saber do indivíduo, mas a construção de um novo saber.
O termo vulnerável deve ser considerado nas ações de educação em saúde, ser vulnerável
é estar mais sensível a riscos, e riscos devem ser gerenciados.
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
O ser humano é vocacionado para ser sujeito na medida em que ele se posicione de forma
crítica, refletindo sobre sua condição de sujeito, comprometido com sua realidade e não
como um mero espectador das ações de outrem. Portanto, no momento em que ele se
integra com o mundo e no mundo, recria então sua própria história e decide sobre ela,
sobre o que é bom ou ruim à sua saúde.
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
O educando deve fazer parte da construção do seu próprio conhecimento, ter uma
posição crítica de maneira que vai tornando-se cada vez mais capaz de construir o seu
saber e dele se valer.
Essa forma de conduzir a ação é necessária para que não se faça um discurso idealizado
de que uma ou outra prática de saúde é melhor para o indivíduo do que a outra, sem,
entretanto, apresentar a menor coerência com suas reais expectativas, necessidades ou
desejos.
A participação do indivíduo como corresponsável pelas ações de saúde deve ser o item
norteador nas ações dos profissionais de saúde, o educador deve ser capaz de agir
politicamente, ter ética e respeitar o indivíduo.
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
Figura 8.
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-8L7VP8znOrw/TZ5kS3nGfuI/AAAAAAAAAqI/19OEx4VzO2k/s1600/imagesCAGZDG8S.jpg>.
O profissional de saúde não pode deixar de pensar que não há um único saber, saber
verdadeiro, todo saber é relativo, negado, superado ou complementado por outros
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
saberes. Daí sua noção de inacabado, de incompleto, pois existe sempre algo a mais a se
saber ou a ser reformulado por outros saberes.
A premissa básica deve ser de propiciar o fortalecimento pessoal dos seres humanos
com quem interagem.
De outra maneira, sem uma ação coletiva, compartilhada com o saber popular, o
conhecimento científico não consegue progredir, por isso a importância do profissional
de saúde educador vincular a teoria com a prática.
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
O apoio e a resposta social que se busca alcançar envolve a comunicação entre diferentes
indivíduos que não objetiva a homogeneização de formas de pensar e levar a vida, mas
a construção e o fortalecimento de cumplicidades na busca de proteção.
O profissional de educação em saúde deve entender que se trata do caminho que busca
articular dimensões complementares com vistas à construção de respostas sociais
significativas, a educação não trata de definir comportamentos corretos para os demais,
mas de criar oportunidades de reflexão crítica e interação dialógica entre sujeitos sociais.
Um dos pressupostos sobre a ciência do cuidado se ancora no fato de que este pode
ser efetivamente demonstrado e praticado apenas interpessoalmente, considerando ser
através do desenvolvimento dos próprios sentimentos que as pessoas interagem.
Na medida em que a equipe de saúde aumenta sua própria sensibilidade, torna-se mais
autêntica, e assim tornando-se, encoraja o auto crescimento e a autorrealização dela
própria e com quem interage.
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
Com o passar dos anos, a Educação em Saúde foi sendo remodelada, com olhar crítico
nas ações e influência do indivíduo, mudando o seu conceito no ato de ofertar escolhas,
para que o indivíduo se aproprie de sua saúde e direcione seus hábitos e estilo de vida à
prevenção, promoção e controle de agravos à saúde.
Na prática, deve estar preocupada com a melhoria das condições de vida e de saúde dos
indivíduos em busca de um nível adequado de saúde às populações.
As pessoas precisam saber identificar e satisfazer suas necessidades básicas, devem ser
capazes de adotar mudanças de comportamentos, práticas e atitudes, além de dispor
dos meios necessários à operacionalização dessas mudanças.
A década de 70 foi uma fase com enfoque crítico, caracterizando-se por uma tomada de
consciência de que o homem se educa a partir da realidade que o cerca e em interação
com outros homens, como sujeito transformador.
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
Este modelo tradicional de educação traz uma questão norteadora importante onde
a relação educador (professional da saúde) e educando (paciente) tem a marca da
unidirecionalidade e verticalidade, ou seja, a concepção neste modelo é do profissional
falar e o sujeito ouvir.
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
Educação em Saúde, nem como ciência nem como arte, mas como disciplina de
ação e neste espaço, entre as esperanças da população e as políticas de saúde do
governo.
A educação em saúde deve ser dirigida para atuar sobre o conhecimento das pessoas,
para que elas desenvolvam juízo crítico e capacidade de intervenção sobre suas vidas e
sobre o ambiente com o qual interagem e, assim, criarem condições para se apropriarem
de sua própria existência.
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
»» Desenvolvimento emocional.
»» Formação ética.
»» Formação moral.
Tipos de Educação:
Deve-se fazer uso de recursos educativos como folhetos e palestras, quando possível.
Um profissional mencionou que investiga outros problemas de saúde que podem estar
acometendo esses clientes, não se detendo exclusivamente à doença renal crônica.
Nesse cenário, emerge a importância da produção de um saber coletivo que se traduz
na autonomia e emancipação dos sujeitos e da sua família.
Na ação assistencial há seis áreas do conhecimento que podem ser analisadas para se
compreender as competências desenvolvidas.
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
Com base nos quesitos autonomia e independência, instrumentais foram criados para
avaliar o nefropata, um exemplo é a avaliação multidimensional da pessoa.
A assistência à saúde deve seguir um Plano de Cuidado como estratégia para organização
e integralidade do cuidado, deve ser feito e conduzido por toda a equipe multidisciplinar
(enfermagem, médico, psicólogo, assistente social, fonoaudiólogo, nutricionista e
outros) e levar em consideração o mapeamento global; os problemas biopsicossociais e
o planejamento de intervenções de cunho preventivo, curativo, paliativo e reabilitador.
Portanto, supõe-se que o cuidado por parte dos equipamentos de saúde às pessoas
nefropatas necessita considerar a complexidade não somente clínica, mas também a
sociofamiliar, o controle, monitoramento e avaliação do que foi estipulado como meta.
Cabe lembrar que a organização do serviço deve ser centralizada nas metas, na
efetividade e eficácia, preconizando atividades que se traduzem por quantas vezes
determinada ação é realizada e quem a realizou.
O Ministério da Saúde define cuidador como a pessoa que mais diretamente presta
cuidados, de maneira contínua e regular, podendo ou não, ser alguém da família.
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
No cuidado, é importante saber quem cuida do doente. Uma questão que deve ser
analisada é: Se faz por livre escolha ou porque as circunstâncias determinaram?
É necessário que se determine junto ao cuidador quais ações vai realizar para cuidar;
qual a periodicidade de fornecimento de orientações para cuidar; como será feito; quem
e quando fará a supervisão das ações de cuidado.
O doente e sua família são senhores de suas escolhas, por isso é necessário propiciar
condições materiais e emocionais para fazê-las, adquirindo competências para tanto a
partir de um sistema formal de prestação de cuidados em saúde.
A presença do cuidador muitas vezes é necessária, mas ele não pode esquecer que o
paciente precisa ter autonomia e estimular que faça suas atividades de vida diárias.
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
Para que o profissional de saúde realize o cuidado, deve estar preparado, ter atitudes,
aceitar o desafio do cuidar e deve ter sensibilidade e atributos tais como maturidade,
educação, saber conversar, ser flexível, criativo, ter objetivos de cuidado.
A equipe de saúde deve ser constituída por profissionais que interagem na atividade
assistencial, movidos pelo interesse em ultrapassar os limites e com o objetivo de atingir
o bem-estar do paciente.
Vale ressaltar que são aspectos fundamentais para a constituição desta equipe:
»» a compreensão da doença;
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
e com a visão sistêmica e integral dele e de sua família, adotando uma prática competente
e humanizada, considerando as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Deve haver o envolvimento de uma equipe formada por vários profissionais direta e
indiretamente no tratamento e no cuidado ao paciente.
É preciso ter habilidades emocionais para lidar com todo o estresse, angústia e dor que
a doença traz a todos os envolvidos.
Tanto o paciente como a família, cuidador e demais pessoas envolvidas com o paciente,
precisam ser entendidas também, muitas vezes a luta com a doença pode ocasionar
um desgaste mental e até desânimo por parte de todos, logo, cabe o entendimento dos
profissionais para ofertar conforto a todos os envolvidos.
A equipe deve entender esse contexto e se preparar para nortear diferentes sentimentos
e situações ao longo da assistência do paciente renal.
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
mas também do paciente, família, cuidador e entes queridos que estarão envolvidos
diretamente na assistência deste paciente.
»» Por que cabe a realização de mudanças, como por exemplo, estilo de vida,
hábitos alimentares? (Justificativa da proposta do plano)
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
O planejamento deve ser feito com base em informações obtidas nas avaliações e
acompanhamento de toda a equipe multidisciplinar, família e cuidador, devendo
buscar resoluções para os problemas encontrados, sempre considerando os recursos
existentes tanto do paciente quanto da comunidade e priorizar conforme negociação
entre ele (junto aos familiares, se necessário) e os profissionais de saúde.
As metas devem ser mensuráveis de curto, médio e longo prazos a serem alcançadas.
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
Quando o paciente tem uma condição mais grave e alto grau de dependência, a
colaboração familiar é fundamental, no entanto, seus membros devem se preparar para
significativas alterações de sua rotina doméstica. Principalmente nos casos de doenças
crônicas ou incapacitantes, a convivência com o paciente pode gerar dor e sofrimento
nos entes querido.
O apoio e a resposta social que se busca alcançar envolve a comunicação entre diferentes
indivíduos que não objetiva a homogeneização de formas de pensar e levar a vida, mas
a construção e o fortalecimento de cumplicidades na busca de proteção.
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
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Estratégias De Enfrentamento │ UNIDADE III
A psicoterapia pode ser indicada para os pacientes doentes renais crônicos, descrita
como a condensação dos elementos de dor psíquica e espiritual, com isso cabe ao
profissional utilizar-se de imagens mentais e relaxamento mental para as sessões de
orientação familiar.
Espiritualidade
A fé faz parte das religiões tradicionais e da busca pessoal pela religiosidade, podendo
passar por vários estágios. Está vinculada à força espiritual e à busca em acreditar num
sentimento maior, possuindo uma existência subjetiva dentro das lógicas científicas.
A espiritualidade, por sua vez, é entendida como um dogma que busca a compreensão
do sentido da vida e da transparência. Portanto, o desenvolvimento de parcerias no
atendimento ao cliente atende não somente a especificidade de cada caso, mas também
contribui para o complemento de um tratamento.
Religião Espiritualidade
»» O caminho »» O objetivo
»» Destinado a um grupo de pessoas »» Jornada pessoal e particular
»» Código de conduta »» Contém elementos comuns a todas as religiões
»» Conjunto de crenças e rituais »» Um estado além dos órgãos dos sentidos
»» Envolve instituições e organizações
»» É um modo de vida
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UNIDADE III │ Estratégias De Enfrentamento
Sobre este assunto, Freud relata que fortes emoções envolvem os seres humanos e que
isso acaba desempenhando um papel intelectual na vida do homem, assumindo uma
lacuna que a ciência não pode ocupar e que seja autossuficiente e coerente dentro de
um paralelo que, no contexto atual, está totalmente abalado.
Cuidar de doentes com doenças crônicas tem sido uma preocupação da humanidade e
gera o cumprimento concreto de algumas metas que podem influenciar na qualidade
de vida das pessoas.
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Para (não) Finalizar
Doenças que não têm cura repercutem na vida do doente de maneira avassaladora,
principalmente pelo fato de o tratamento, na visão do paciente, “não ter fim”.
O suporte espiritual deve ser contemplado, e deve estar associado a aspectos familiares,
mudanças de hábitos e estilo de vida.
O paciente renal deve ter um entendimento claro das regras de alimentação e suas
prováveis limitações.
A saúde pode ser vista como um processo científico/ fisiológico, entretanto a equipe,
família e paciente devem considerar os aspectos espirituais, psicológicos, sociais e
financeiros.
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Referências
ALMEIDA, L. R. de. (orgs). Henri Wallon: Psicologia e Educação. São Paulo: Loyola,
2003.
BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela Terra. Petrópolis, Rio de
Janeiro: Ed. Vozes. 1999.
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Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3ª Edição. Grupo Editorial Nacional (GEN),
2011.
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ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia afetiva. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
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Referências
Fonte imagens
Bem Nutri. Disponível em: <http://bemnutri.com.br/site/wp-content/
uploads/2015/08/img-diabetes.jpg>. Acessado em: 1/6/2017.
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Referências
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