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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
A IMPORTÂNCIA DA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
ADESÃO AO TRATAMENTO NA DIABETES................................................................................... 11
CAPÍTULO 3
INSTRUMENTOS PARA AVALIAR A ADESÃO................................................................................. 13
UNIDADE II
ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES............................................. 16
CAPÍTULO 1
AS VARIÁVEIS DO INDIVÍDUO................................................................................................... 16
CAPÍTULO 2
VARIÁVEIS RELACIONADAS COM A DOENÇA E O TRATAMENTO............................................... 25
CAPÍTULO 3
ADESÃO AOS AUTOCUIDADOS E QUALIDADE DE VIDA............................................................. 28
UNIDADE III
ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES................................................................. 30
CAPÍTULO 1
ESTRESSE NO DIABETES............................................................................................................ 30
CAPÍTULO 2
DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS..................................................................................................... 34
CAPÍTULO 3
ADAPTAÇÃO À DOENÇA CRÔNICA......................................................................................... 42
UNIDADE IV
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES...................................................................... 44
CAPÍTULO 1
TÉCNICAS DE MANEJO E TRATAMENTO PSICOLÓGICO NO DIABETES....................................... 44
CAPÍTULO 2
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO............................................................................................ 57
CAPÍTULO 3
INTERVENÇÕES NO ÂMBITO DO CONSULTÓRIO....................................................................... 67
CAPÍTULO 4
INTERVENÇÕES GRUPAIS......................................................................................................... 73
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 92
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
O presente material aborda a temática dos tratamentos clínicos, psicossociais e
neurolinguísticos do diabetes e está dividido em quatro Unidades.
Bons estudos!
Objetivos
»» Compreender a importância da adesão ao tratamento no diabetes.
8
A IMPORTÂNCIA
DA ADESÃO AO UNIDADE I
TRATAMENTO NO
DIABETES
Objetivos da unidade
»» Compreender o histórico da ideia de adesão ao tratamento.
CAPÍTULO 1
Histórico do estudo da adesão ao
tratamento
A adesão das pessoas a um tratamento tem sido tema de discussão na Medicina desde
o século IV a.C com os trabalhos de Hipócrates (SILVA, 2010).
Muitos autores, atualmente, consideram, assim como Hipócrates que a adesão dos
pacientes ao tratamento é um dos principais problemas enfrentados na Medicina.
A partir dos anos de 1970, do século XX o problema da não adesão passou a ser
estudado mais profundamente, sendo considerado um problema científico, com
possibilidade de ser adequadamente descrito e solucionado.
9
UNIDADE I │ A IMPORTÂNCIA DA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES
A ideia essencial destes novos termos é que o doente é ativo e responsável, sendo seus
comportamentos derivados de escolhas conscientes.
Não existe acordo ainda na literatura a respeito de quando o paciente deve ser
rotulado como não aderente ao tratamento.
Isso ocorre porque a adesão não está relacionada apenas com o cumprimento
estrito do tratamento indicado, podendo ser parcial, por exemplo.
10
CAPÍTULO 2
Adesão ao tratamento na diabetes
Todas essas ações são complicadas ainda pelo fato de o doente ter de ser responsável
em integrá-las e sequenciá-las em sua rotina. Todos os dias o paciente é responsável
por tomar decisões complexas relativas ao seu tratamento.
A definição precisa da adesão no caso do diabetes ainda não foi concebida, apesar de
muitos pesquisadores estarem constantemente debatendo, pesquisando e tentando
elaborar métodos capazes de avaliar a adesão do paciente.
11
UNIDADE I │ A IMPORTÂNCIA DA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES
Alguns estudos constataram que apenas 7% dos pacientes com diabetes aderiam
completamente ao tratamento (SILVA, 2010).
Outras pesquisas revelaram que um em cada dois pacientes não aderentes acabam
colocando sua vida em risco em decorrência da não adesão ao tratamento.
12
CAPÍTULO 3
Instrumentos para avaliar a adesão
13
UNIDADE I │ A IMPORTÂNCIA DA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES
14
A IMPORTÂNCIA DA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES │ UNIDADE I
O questionário também pode servir para indicar pacientes com diabetes que tenham
dificuldades com uma ou mais áreas relacionadas com o tratamento da doença.
Algumas limitações também foram apontadas no SDSCA, como não avaliar todos
os aspectos da adesão, como o cuidado com os pés, segurança e autorregulação da
insulina.
Em uma nova versão, o instrumento passou a contar com mais itens, que avaliam
a dieta geral, a dieta específica, os exercícios, a auto-monitoração da glicemia, os
cuidados com os pés e o comportamento de fumar.
15
ELEMENTOS QUE
INTERFEREM
NA ADESÃO AO UNIDADE II
TRATAMENTO NO
DIABETES
Objetivos da unidade
»» Compreender as variáveis individuais que afetam a adesão ao tratamento.
CAPÍTULO 1
As variáveis do indivíduo
Estudos revelaram também que pessoas entre 18 e 50 anos com diabetes tendem
a não aderir ao tratamento quando na presença de colegas de trabalho ou estudos.
16
ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES │ UNIDADE II
Os pacientes maiores de 50 anos, por sua vez, mostraram tendência de não aderir
quando na presença de amigos.
Uma das variáveis psicológicas que afeta a adesão é o humor negativo. Tanto
adultos quanto crianças com transtornos psicológicos como ansiedade e
depressão tendem a apresentarem má gestão da diabetes.
17
UNIDADE II │ ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES
Crenças
As crenças do paciente a respeito da doença, da saúde e da recuperação também é
um fator importante a ser considerado no processo de adesão.
A adesão tende a ser superior quando o paciente percebe sua doença como grave
ou quando ele acredita estar em risco.
Culpabilização
Com frequência o aparecimento da diabetes é associado pelos pacientes ao sentimento
de culpa, que se refletem na adesão ao tratamento.
Relação conjugal
Alguns estudos sugerem que a relação conjugal é uma fonte importante de apoio
social. A proximidade e o compartilhamento de experiências, pensamentos e
18
ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES │ UNIDADE II
Disfunção familiar
Este apoio também está associado a uma melhor adesão à dieta, pois no caso da
alimentação toda a família de certa maneira participa do processo ao compartilhar
as refeições.
Ambientes familiares com controles mais flexíveis estão associados a uma maior
adesão do paciente e a uma percepção de apoio social mais adequada.
19
UNIDADE II │ ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES
pessoas estabelecem umas com as outras. Esses vínculos podem ser familiares,
comunitários, ligados ao trabalho ou ao entretenimento.
3. a informação que leva a pessoa a acreditar que faz parte de uma rede de
comunicação e de obrigações compartilhadas.
Não podemos confundir o apoio social com os recursos sociais. Os recursos sociais
podem ser compreendidos como os instrumentos disponíveis para o indivíduo ser
satisfeito em suas necessidades.
Por outro lado, há pesquisas que não encontram correlação significativa entre esses
dois elementos.
20
ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES │ UNIDADE II
A assistência psicológica prestada para a família, por sua vez, pode auxiliar no
controle do stress por parte do paciente, uma vez que os membros familiares
estão mais atentos às dificuldades do doente e podem ajudá-lo de maneira mais
direcionada.
A percepção, por parte do paciente, de seu apoio social influencia nos seus
autocuidados.
Pacientes que percebem seu apoio social como fraco ou insuficiente tendem ter piores
controles glicêmicos e comportamentos de autocuidados.
Por outro lado, a percepção de um apoio social disponível com o qual o paciente se
identifica e pode contar prediz comportamentos de controle glicêmico adequado.
A análise específica do apoio dos pais de adolescentes com diabetes mellitus tipo 1
mostrou que este apoio está relacionado positivamente com adesão ao tratamento,
mas não está associado com o controle metabólico. Com isso, os pesquisadores
concluíram que o apoio dos pais, apesar de ter um efeito direto na adesão – o que
pode estar relacionado com supervisão e monitoração – pode não ser desejado pelo
adolescente, que pode preferir resolver suas dificuldades sozinho ou com ajuda de
amigos (SILVA, 2010).
As relações entre irmãos, principalmente o conflito entre eles, estão ligados com
muitos aspectos da adaptação dos jovens com diabetes tipo 1.
Em conjunto com o sistema familiar amplo, os irmãos contribuem como uma fonte
de variável independente para a indicação da adaptação específica à doença e da
adaptação geral dos pacientes com diabetes tipo 1, podendo ser uma fonte de apoio
emocional e instrumental.
No entanto, a relação entre irmãos não estão associadas com o controle metabólico,
nem com adesão ao tratamento, elementos que parecem ser mais influenciados pelas
relações familiares em geral.
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UNIDADE II │ ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES
Adultos com cônjuges que os apoiam, casais funcionais e que têm recursos
emocionais, financeiros e sociais consistentes apresentem melhor prognóstico
para lidar com a doença.
Por outro lado, casais disfuncionais e que não se apoiam têm maiores problemas
para lidar com a diabetes.
No que concerne ao apoio social de idosos com diabetes, observa-se que os apoios
vindos de amigos têm função mais significativa no processo de adaptação do que
o apoio oriundo da rede familiar.
22
ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES │ UNIDADE II
Coping
Tal definição indica que as estratégias de coping são atitudes intencionais que podem
ser aprendidas, utilizadas e descartadas.
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UNIDADE II │ ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES
Estudos indicaram que pacientes mais jovens que utilizam estratégia de coping de
esquiva tendem a seguir menos as indicações médicas em relação ao tratamento da
diabetes.
Isso indica que as estratégias de coping também podem ser utilizadas negativamente
em relação à adesão ao tratamento.
Psicoeducação
O paciente com diabetes que é psicoeducado sabe a respeito dos sintomas da doença,
suas causas, sua duração e consequências. Tudo isso impacta diretamente no processo
de adesão aos cuidados da diabetes.
Pacientes psicoeducados podem perceber com mais precisão, por exemplo, as pistas
ou sintomas corporais, sendo capazes de intervirem para aplacá-los.
O modo como o paciente percebe seus sintomas é determinante para a adesão. Não
é incomum que pacientes tenham receio de sofrer com a hipoglicemia (que podem
ser considerados embaraçosos, levar a acidentes e até ao coma). Tal receio pode levar
a ansiedade em relação à diminuição da glicemia, fazendo com que o paciente se
esforce deliberadamente para mantê-la em níveis acima do recomendado.
24
CAPÍTULO 2
Variáveis relacionadas com a doença e
o tratamento
Logo depois do diagnóstico e ao longo dos dois primeiros anos ocorre um período
de difícil adaptação à doença.
25
UNIDADE II │ ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES
Os fatores de não adesão variam ao longo do tempo, por isso é importante que o
profissional frequentemente esteja atento a modificação dessas barreiras.
Relação médico-paciente
As qualidades da consulta médica são outro fator importante que afeta na adesão dos
pacientes.
26
ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES │ UNIDADE II
1. motivadores;
2. rotineiros;
3. autoritários;
4. negligentes.
Os profissionais identificados como motivadores são os que mais têm pacientes que
aderem ao tratamento.
Outro aspecto que pode ser considerado aqui é a periodicidade das consultas
médicas.
Por outro lado, os pacientes tendem a aderirem mais quando a data da consulta
está próxima.
27
CAPÍTULO 3
Adesão aos autocuidados e qualidade
de vida
Observem que dois novos fatores importantes foram trazidos para a definição da
expressão: percepção das necessidades e bem-estar subjetivo.
Pacientes que encaram a dieta como algo restritivo e que afeta sua liberdade
de escolha, por exemplo, terão uma insatisfação maior do que aqueles que não
encaram a dieta dessa maneira.
28
ELEMENTOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES │ UNIDADE II
Em pesquisa realizada com esse intuito, Paulweber et al. (2010) apontam que para
a prevenção do diabetes tipo dois deve ser adotada uma concepção biopsicossocial
integrada pelos seguintes objetivos:
29
ASPECTOS
PSICOLÓGICOS UNIDADE III
CARACTERÍSTICOS
DO DIABETES
Objetivos da unidade
»» Compreender a importância do estresse no diabetes.
CAPÍTULO 1
Estresse no diabetes
30
ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES │ UNIDADE III
por meios conscientes como o acting out– que aparece como recusa de adotar
comportamentos saudáveis.
Doentes com uma ou mais complicações crônicas apresentam níveis mais altos de
estresse do que os doentes sem essas complicações.
Os relatos iniciais sugeriram que o início do diabetes tipo 1 pode ser desencadeado
por um estresse psicológico, em uma pessoa fisiologicamente suscetível.
Outro foco de pesquisa tem sido a função do estresse como um desencadeante para
o diabetes tipo 2.
Hoje está certo que o estresse pode afetar o curso do diabetes diretamente, por
meio dos hormônios do estresse que prejudicam os níveis de glicose no sangue
e o metabolismo da insulina.
31
UNIDADE III │ ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES
Nas crianças com diabetes tipo 1, a infusão de epinefrina produz graus de glicose no
sangue mais elevados e liberação de cetonas mais rápida do que entre as crianças
sem diabetes.
Desse modo o estresse influencia indiretamente no controle metabólico, uma vez que
afeta toda a organização comportamental do paciente, que muitas vezes se vê incapaz
de manejar adequadamente suas rotinas e tarefas associadas com o diabetes. O estresse
faz o paciente interromper um ciclo de comportamentos, tornando-o vulnerável às
exigências do momento, que muitas vezes podem consumir seu tempo e energia.
As doenças crônicas e seu tratamento podem ser também fontes de estresse que
o paciente deve confrontar.
Por meio de uma série de entrevistas e pesquisas, estudiosos formularam uma lista
com 20 fontes de sofrimento específico do diabetes que impactam os pacientes:
32
ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES │ UNIDADE III
13. sentir culpa e ansiedade quando não cumpre alguma orientação associada
ao manejo da doença;
16. sentir que a doença está consumindo muita energia mental e física todos
os dias;
18. sentir que os familiares e amigos não apoiam seus esforços no manejo da
doença;
33
CAPÍTULO 2
Distúrbios psiquiátricos
A maior parte dos estudos que investigam a relação do diabetes com os distúrbios
psiquiátricos são baseados em corte transversal, com uma amostra escolhida e
investigada em um dado momento do tempo.
Os estudos longitudinais, por outro lado, acompanham a amostra por mais tempo.
Entre os pacientes com diabetes tipo 1 é possível assumir que o diabetes em si pode
elevar o risco do desenvolvimento de alguns transtornos psiquiátricos específicos.
Depressão e diabetes
O diagnóstico de depressão em pacientes com outros quadros médicos acompanha a
problemática da diferenciação entre sintomas somáticos da depressão e sintomas da
condição médica prévia, no caso a diabetes.
34
ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES │ UNIDADE III
A prevalência da depressão pode ser afetada por muitos fatores, como a metodologia.
35
UNIDADE III │ ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES
Transtornos alimentares
Kahn et al. (2009) descrevem estudo que comparou 56 mulheres com diabetes
tipo 1 e 67 mulheres pareadas por idade, sem diabetes.
36
ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES │ UNIDADE III
»» 35,9% acreditavam que um bom controle faria com que ficassem gordas.
As mulheres que relataram mau uso da insulina tiveram níveis mais elevados de
hemoglobina glicada, taxas maiores de hospitalização e atendimentos de emergência
e taxas maiores de neuropatia e retinopatia do que as mulheres que não relatavam
omissão da insulina (KAHN et al., 2009)
37
UNIDADE III │ ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES
As mulheres com diabetes tipo 1 podem usar a manipulação da insulina como uma
maneira de purgação calórica.
Esse comportamento também é muito perigoso, pois coloca as mulheres em maior risco
de desenvolver infecções, cetoacidose diabética potencialmente fatal e complicações
clínicas a longo prazo.
Por esse motivo, a detecção precoce e a intervenção podem ser fundamentais. Questões
abertas podem ser feitas ao paciente:
Funcionamento sexual
38
ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES │ UNIDADE III
Pesquisas indicam que em até 20% dos homens diabéticos com impotência relatada
a disfunção pode acontecer em decorrência de fatores primordialmente psicogênicos.
De acordo com Kahn et al. (2009) desde 1971 apenas 16 dessas pesquisas foram
publicadas.
39
UNIDADE III │ ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES
São necessárias mais pesquisas a respeito do impacto causado pelo diabetes e da sua
inter-relação com os fatores psicológicos e físicos na sexualidade feminina.
»» a capacidade cognitiva;
40
ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES │ UNIDADE III
As crianças com começo do diabetes tipo 1 antes dos seis anos que foram
acompanhadas durante a adolescência e início da vida adulta também parecem
apresentar prejuízos sutis de desempenho cognitivo.
De acordo com Kahn et al. (2009) dois grandes estudos avaliaram detidamente
o impacto do tratamento intensivo do diabetes e da hipoglicemia severa no
desenvolvimento de problemas cognitivos em pacientes com diabetes tipo 1
diagnosticados quando adolescentes ou adultos.
Ainda de acordo com Kahn et al. (2009), houve sugestões de que os problemas
encontrados na cognição, estrutura e função cerebral também podem estar
ligados com a incidência elevada de depressão em pacientes com diabetes tipo 1.
No entanto, é preciso destacar que nenhum estudo examinou detidamente essa
hipótese.
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CAPÍTULO 3
Adaptação à doença crônica
Três fatores sociais gerais que impactam na adaptação de uma pessoa à doença crônica
são:
»» estresse;
»» capacidade de manejo;
O curso de uma doença crônica como o diabetes também pode ser impactado por
experiências estressantes.
42
ASPECTOS PSICOLÓGICOS CARACTERÍSTICOS DO DIABETES │ UNIDADE III
Há bastante tempo se sabe que o diabetes é uma doença complexa e que exige o
trabalho de uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde para o cuidado
ideal.
No entanto, a maioria dos pacientes com diabetes não tem acesso a uma equipe
multidisciplinar, recebendo o cuidado do diabetes no consultório médico ou por
médicos de família.
43
INTERVENÇÕES,
TÉCNICAS E UNIDADE IV
TRATAMENTOS NO
DIABETES
Objetivos da unidade
»» Estudar técnicas de manejo e tratamento psicológico no diabetes.
CAPÍTULO 1
Técnicas de manejo e tratamento
psicológico no diabetes
»» relaxamento;
»» biofeedback;
»» modelagem;
»» resolução de problemas;
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INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
Relaxamento
O treinamento de relaxamento é uma técnica comportamental que pode ser utilizada
para uma ampla gama de problemas, como o stress, a ansiedade e a raiva.
Outros autores sugerem, por exemplo, que no caso do treinamento com crianças, as
sessões devem ser breves e trabalhar apenas alguns conjuntos musculares.
Os padrões de fala dos terapeutas nas sessões de relaxamento devem ser suaves,
melódicos e afetivos.
O ritmo da fala deve ser lento quando comparado ao ritmo da fala normal.
45
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
Depois solicita-se a ele que apague uma vela de cada vez com suas expirações.
Essa técnica é eficiente pois a forma como se apaga as velas coincide com a forma de
inspirar e expirar durante o relaxamento.
Além disso, visualizar a vela sendo apagada estimula os pacientes a expirar mais
fortemente.
O relaxamento diminui as variações de humor, que por sua vez reduz a variabilidade
da absorção da insulina injetada de modo subcutâneo.
46
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
Biofeedback
O termo biofeedback, também conhecido como biorretroalimentação, foi usado
inicialmente em 1969, por Barbara Brown no contexto da criação da Biofeedback
Research Society nos EUA (NETO, 2010).
Modelagem
O pressuposto da modelagem é a existência de um modelo de comportamento a ser
imitado pelo paciente.
47
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
No caso de crianças a modelagem pode ser feita de forma lúdica, com personagens
que indicam os modelos a serem imitados.
Os reforços servem para consolidar etapas, permitindo que elas deem lugar,
ao longo do tempo, por etapas que se aproximam do modelo inicial tomado
como referência.
Vamos pensar em um paciente que tem dificuldades em cumprir uma dieta e não faz
exercícios físicos.
Ele pontua que não tem tempo para cozinhar, assim como não tem tempo para fazer
atividades físicas.
O primeiro passo seria verificar possibilidades: o que o paciente não está percebendo
(ou está evitando)? Será a falta de tempo uma desculpa verossímil?
Com um pouco de investigação ficamos sabendo que o paciente não gosta de se sentir
controlado e por isso, não adere às recomendações médicas.
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INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
Pode optar-se primeiro por temas mais simples, com comportamentos a serem
modelados mais fáceis adquirir.
Resolução de problemas
A resolução de problemas é desenvolvida a partir de cinco etapas básicas.
Orienta-se o paciente para que escreva cada uma das avaliações. A resolução
do problema pode parecer abstrata, então o registro do processo concretiza o
procedimento.
49
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
O paciente deve ser incentivado a desenvolver uma tolerância com a incerteza que o
processo faz emergir.
Se antes ele se via frustrado e imobilizado por não enxergar alternativas, agora
ele pode se sentir incapaz de escolher diante de tantas opções, pois teme falhar
se preferir uma em detrimento de outras tantas.
O objetivo, é preciso deixar claro para o paciente, é que se encontre a melhor solução
do problema e não a solução perfeita.
O terapeuta deve sempre oferecer feedbacks ao paciente, pois assim ele terá padrões
corretos a serem seguidos para o bom desenvolvimento da habilidade trabalhada.
Aos poucos os contextos vão se expandindo, até que a habilidade seja aplicada
espontaneamente pelo paciente em todas as situações de vida.
50
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
Mas não é apenas a relação com os familiares que se beneficiará com o treino em
habilidades sociais. O próprio paciente pode vir a se sentir mais confiante, adequado e
apto a enfrentar os desafios da doença após o treinamento.
Além disso, como no exemplo dado pouco acima, a relação com os profissionais da
saúde podem melhorar, tornando-se mais afetivas e respeitosas.
O treinamento individual tem a vantagem sobre o treinamento grupal pois este pode
mascarar a variação que os pacientes tiveram individualmente.
Para este tipo de pessoa pode ser interessante começar o treino de modo individual e,
tendo a ansiedade diminuído, pode-se pensar em introduzi-la em um grupo.
51
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
52
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
O ator principal, no caso, é o paciente com diabetes, que descreve brevemente uma
situação-problema verdadeira.
As perguntas que?, quem?, como?, quando? e onde? são importantes para recriar a
cena, bem como para especificar o modo como o paciente quer atuar.
Agora, voltaremos aos outros dois tipos básicos de treinamento de habilidades sociais.
A carga horária das sessões também pode variar, mas é comum grupos com
duração de uma hora a uma hora e meia.
53
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
A habilidade social pode provocar avaliações não favoráveis que podem prejudicar
características das interações pessoais. Os pacientes devem compreender isso e ser
54
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
O conceito não é usado em relação ao indivíduo, mas sim às ações que a família deve
executar para conseguir adaptar-se à situação do paciente crônico.
55
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
Sendo assim, a influência dos pares pode ser tanto positiva quanto negativa.
Ele mesmo, ao longo do tempo, precisa ser capaz de reconhecer quem são as pessoas
que ajudam e quem são as pessoas que atrapalham o seu tratamento e sua relação com
a doença.
Claro que nesse processo o paciente pode ter ajuda profissional e dos pais. No final das
contas, quem realmente decide com quem se relacionar é o próprio paciente.
56
CAPÍTULO 2
Modalidades de intervenção
A opção de utilizar apenas mudanças no estilo de vida quase sempre falham em questão
de alguns meses.
Somada a ela está a prevenção secundária, que é a prevenção e gestão dos efeitos da
diabetes.
57
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
1. ambiente cultural;
2. nível de instrução;
3. disponibilidade de tempo;
4. recursos financeiros;
Todas essas reações interferem no modo como o paciente vai aderir ao tratamento,
podendo torná-lo difícil e colocando o doente em risco.
58
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
As reações podem ser adaptativas, ainda que tragam imenso sofrimento. Mas o
diagnóstico da diabetes e suas sequelas podem constituir uma crise que impeça
o funcionamento corriqueiro da pessoa, impossibilitando o uso do seu repertório
padrão de respostas para lidar ou resolver questões estressantes, o que afeta o
bem-estar e prejudica a gestão da doença.
Uma das abordagens psicoterapêuticas que podem ser de grande auxílio para o
paciente é a Psicoterapia de Apoio.
Ela pode ser aplicada em muitas situações que não tenham indicações determinadas
para uma terapia ou outro tratamento indicado previamente.
59
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
A Psicoterapia de Apoio pode ser de curta duração – por volta de seis sessões – ou de
longa duração (estendendo-se por meses).
60
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
»» demonstração de acolhimento;
61
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
Para que a mudança ambiental seja eficiente e realmente cause benefícios ao paciente
é preciso que se avalie a maior quantidade possível de variáveis que interferem
negativamente na relação do paciente com a doença e seu tratamento.
»» fontes de stress;
»» relações conflituosas;
»» negação da doença;
O terapeuta jamais pode deixar de considerar a família e o que ela tem a expressar, a
dizer, a ensinar.
62
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
Como são múltiplas as estratégias que podem ser adotadas, variados os objetivos a
serem estabelecidos, por exemplo:
»» reequilíbrio emocional;
Neurolinguística
Ela tem aplicações práticas que são facilmente incorporadas nas entrevistas clínicas e
nas prescrições terapêuticas.
63
UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
»» a prosódia;
»» movimentos faciais;
»» movimentos oculares;
»» respiração.
O objetivo é estabelecer um diálogo fluente, não apenas por meio das palavras, mas
também pelos gestos e movimentos corporais.
64
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
1. de expressão;
2. de clarificação;
3. de validação.
Tais técnicas devem ser usadas de modo consciente, linear, sem repetições
desnecessárias.
Quando for necessário podem vir associadas a outras estratégias que auxiliem no
desenvolvimento do relacionamento terapêutico.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
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CAPÍTULO 3
Intervenções no âmbito do consultório
Ele fornece aos pacientes uma abordagem sistemática para aumentar a antecipação,
prevenção, consciência e resposta relacionadas às mudanças intensas nos graus de
glicose no sangue.
Entrevista motivacional
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
Adequado para uso pelos profissionais de cuidados da saúde, não apenas por
conselheiros.
»» pré-contemplação;
»» contemplação;
»» decisão;
»» ação;
»» manutenção.
Essa situação pode ser resultado de uma ausência de informações corretas a respeito
das consequências do comportamento ou se refere a um contexto em que o paciente
já tentou outras vezes modificar suas atitudes e, por isso, acredita que não é capaz de
alterá-las de modo significativo.
Eles possivelmente apresentam maior resistência, baixa motivação e são vistos como
pessoas que não estão prontas para frequentar os programas de promoção de saúde.
68
INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
No caso do diabetes, o paciente nesse estágio pode ser aquele que não reconhece a
doença, negando sua importância ou diminuindo-a.
Ele pretende mudar seu comportamento futuramente, mas ainda não estabeleceu
um prazo para a modificação.
O paciente reconhece que existe o problema e está inclinado a superá-lo, mas ainda
não tem um comprometimento fundamental.
No caso do diabetes, o paciente nessa fase pode, por exemplo, reconhecer que
seu padrão alimentar não é saudável, mas ele acredita que o sabor dos alimentos
considerados saudáveis não é agradável ou ele não tem tempo para preparar uma
refeição adequada. Esses obstáculos impedem que ele adote a dieta recomendada.
O paciente nesse estágio pode dizer: “na próxima segunda feira eu começarei a minha
rotina de exercícios” ou “a partir desse final de semana eu início minha dieta”.
A pessoa nessa fase também consegue, muitas vezes, modificar seu ambiente e
interpretar suas experiências prévias de modo favorável.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
O foco das pessoas nessa etapa é prevenir recaídas e fortalecer seus benefícios
conquistados durante todo o processo.
Essa fase não é fixa, considerando que existe uma mudança contínua de
comportamento iniciada no estágio anterior.
O paciente que passou por uma reeducação alimentar e adotou uma dieta
saudável há mais de um ano e está na fase de manutenção.
A intervenção pode ser aplicada por profissionais treinados e pode ser realizada no
momento da consulta médica.
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INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
O cuidado por telefone foi ampliado para envolver o manejo de doença telefônico
automático (MDTA).
Ele também atua como educação em forma de “dicas de saúde” ou módulos interativos
de educação dietética.
Para pacientes com diabetes tipo 2, o MDTA como auxílio ao cuidado usual
melhorou as evoluções glicêmicas, frequência de monitoramento da glicose no
sangue, satisfação com o cuidado e autoeficácia em fazer as tarefas de autocuidado.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
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CAPÍTULO 4
Intervenções grupais
Kurt Lewin, com seus estudos, é tido como o iniciador da pesquisa da atual
dinâmica de grupos.
Lewin descreve que o grupo vai além da soma dos seus integrantes. O grupo para ele
consiste em um todo complexo e móvel, tendo características específicas enquanto
totalidade.
O grupo tem estrutura própria, assim como objetivos e interações com outros
grupos.
O autor identifica o grupo como um todo dinâmico, ou seja, a mudança que incide
em uma das suas partes afeta e modifica todas as outras.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
»» a família;
»» os moradores de um bairro.
»» os cursos universitários.
»» reunião no trabalho;
»» grupo de estudo;
»» assembleia de trabalhadores.
Os grupos duráveis não apresentam uma limitação temporal, nem tampouco sua
existência é estipulável.
»» a família;
»» as organizações militares;
»» a igreja.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
O grupo, para cada indivíduo, pode ter ainda funções secundárias, como:
Uma a cada três pessoas com diabetes sente-se isolada com sua doença e acredita
que não exista ninguém com quem possam conversar a respeito.
Muitos pacientes com diabetes precisam saber que existe um espaço que possam
conversar com outras pessoas que estão na mesma situação em relação à doença.
Os pacientes em grupo podem aprender estratégias para lidar com situações difíceis,
quebrando assim a sensação de isolamento e facilitando o desenvolvimento de
competências para uma gestão mais efetiva do diabetes.
O que há em comum entre eles é o fato de que não apenas se baseiam em um modelo
teórico, mas também são ecléticos, pois combinam diferentes abordagens, sempre
com o objetivo de potencializar as suas influências positivas.
»» o tamanho do grupo deve ser reduzido, sendo composto por quatro a seis
pacientes;
»» a duração das sessões deve ser adequada à idade das crianças, podendo
ser de 15 a 30 minutos para as mais novas;
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
Ele pode ser feito tanto individualmente quanto em grupo, mas no caso grupal
a técnica mostra todo seu potencial, pois as interações fazem emergir mais
ideias diferentes.
Para atingir esses objetivos podem ser usadas técnicas suplementares como:
»» automonitoramento;
»» modelagem;
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INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
»» insulinoterapia;
»» cuidados alimentares;
»» exercício físico;
O programa teve como ponto inicial uma pré-sessão em que foram dados
esclarecimentos a respeito dos objetivos da implementação do grupo. Além disso,
essa pré-sessão serviu para avaliar a motivação dos participantes para atuarem
ativamente no grupo.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
As sessões duravam por volta de uma hora e meia, variando de acordo com a
demanda dos indivíduos e os temas trabalhados.
Os autores concluíram que foi possível atingir um bom nível de motivação e que o
grupo ajudou para a desmistificação do medo relacionado à insulinoterapia.
O paciente deve ter um papel ativo não apenas no tratamento do diabetes, mas
também na prevenção e no cuidado com o pé diabético.
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INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
Concomitante ao comportamento desses doentes está a crença de que eles não são
suscetíveis às complicações e de estas, principalmente o pé diabético, não são graves.
O modelo proposto por Silva e Ribeiro (2000) baseia-se em dois eixos teóricos
fundamentais:
A partir disso pode-se pensar em oferecer ao indivíduo pistas para a ação, que
seriam um estímulo desencadeador de comportamentos adaptativos.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
Ele envolve vários fatores importantes para os cuidados de saúde mas não se limita a
eles.
Nesse estágio o paciente não está passivo, pois recebe e processa informações de
modo a decidir e acompanhar as recomendações médicas.
Esse estágio é conhecido como adesão e nele o paciente continua o tratamento com
uma vigilância limitada.
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INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
O controle deve ser desenvolvido até atingir a autonomia total (no estágio três) pelo
sujeito.
O programa pode ser aplicado de forma grupal, como estudamos aqui, ou pode ser
aplicado individualmente. O ideal é um grupo composto por cinco pacientes.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
1ª sessão
2ª sessão
3ª sessão
4ª sessão
5ª sessão
O quadro de burnout não acomete apenas os doentes com diabetes, mas também os
profissionais de saúde que atuam nesse contexto.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
A doença é uma síndrome de ordem psicológica, envolvendo uma reação contínua aos
estressores interpessoais constantes.
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INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
»» fadiga permanente;
»» falta de atenção;
»» negligência;
»» sentimento de onipotência;
»» distúrbios do sono;
»» alterações da memória;
»» irritabilidade;
»» humor depressivo.
As pessoas com burnout se sentem pouco valorizadas pelos seus chefes, colegas e
pacientes.
A evidência de elementos como a exaustão física e emocional faz com que exista
interferência na qualidade do trabalho desempenhado.
»» baixa produtividade;
»» atrasos;
»» absenteísmo;
»» baixo comprometimento;
»» problemas interpessoais.
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
Apesar de o burnout poder afetar pessoas que exercem atividades laborais diferentes,
os trabalhadores da área da saúde são considerados os mais vulneráveis a ele.
Isso acontece devido às fortes demandas sociais e emocionais que permeiam a área de
assistência na saúde.
A avaliação da síndrome de burnout pode ser feita pelo Maslach Burnout Inventory.
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INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES │ UNIDADE IV
Como alternativa para a intervenção baseada nos modelos das doenças agudas têm
sido estudada a abordagem do empowerment (SILVA, 2010).
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UNIDADE IV │ INTERVENÇÕES, TÉCNICAS E TRATAMENTOS NO DIABETES
Existem barreiras que precisam ser superadas para aplicar com sucesso o
empowerment aos autocuidados no diabetes.
Diante disso, eles se sentem relutantes para consultar o profissional de saúde, não
conseguindo:
As emoções são, certamente, o maior motivador para mudanças, mas também podem
ser as maiores barreiras para essas mudanças.
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Referências
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REFERÊNCIAS
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