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Infecciosas e Avanços
nas Rotinas Laboratoriais
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS........................................................... 9
CAPÍTULO 1
CITOMEGALOVÍRUS, DENGUE E HEPATITE.................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
HIV, HPV E HTLV........................................................................................................................ 28
CAPÍTULO 3
MONONUCLEOSE INFECCIOSA E RUBÉOLA............................................................................. 37
UNIDADE II
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS................................................. 42
CAPÍTULO 1
ENTEROCOCCIAS, ESTAFILOCOCCIAS E ESTREPTOCOCCIAS................................................... 42
CAPÍTULO 2
INFECÇÕES POR CLAMÍDIAS E CLAMIDÓFILAS, INFECÇÃO POR MICOPLASMAS E LEPTOSPIROSE
HUMANA................................................................................................................................. 60
CAPÍTULO 3
MENINGITES BACTERIANAS AGUDAS, SÍFILIS E TUBERCULOSE..................................................... 66
UNIDADE III
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS.......................................... 77
CAPÍTULO 1
AMEBÍASE E TRIPANOSOMÍASE AMERICANA ............................................................................ 77
CAPÍTULO 2
LEISHMANIOSES E MALÁRIA..................................................................................................... 82
CAPÍTULO 3
PROTOZOOSES EMERGENTES.................................................................................................. 91
UNIDADE IV
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS............................................... 101
CAPÍTULO 1
ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA E FILARIOSE BANCROFTIANA.............................................. 102
CAPÍTULO 2
HIDATIDOSE, NEUROCISTICERCOSE E TOXOCARÍASE.............................................................. 107
UNIDADE V
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS.................................................. 112
CAPÍTULO 1
MICOSES CUTÂNEAS............................................................................................................. 112
CAPÍTULO 2
MICOSES SISTÊMICAS............................................................................................................ 120
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
O Caderno de Estudos e Pesquisa Diagnóstico das Doenças Infecciosas e Avanços nas
Rotinas Laboratoriais foi elaborado com o objetivo de fornecer ao aluno os subsídios
necessários para compreensão e identificação das principais doenças infecciosas com
uma abordagem ampla em todos os tipos de diagnósticos disponíveis.
Por fim, o aluno terá como objetivo na disciplina aprender ferramentas para: identificar,
diagnosticar, e tratar pacientes com doenças infecciosas, não observando somente
o ambiente clínico. Ao final do curso, a avaliação será feita mediante aos exercícios
propostos, levando em consideração fatores técnicos, poder de decisão e análise do
contexto individual para cada evento aprendido no decorrer da disciplina.
Sejam bem-vindos!
Objetivos
»» Adquirir conhecimento sobre as principais doenças infecciosas.
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DIAGNÓSTICO DAS
PRINCIPAIS DOENÇAS UNIDADE I
CAUSADAS POR VÍRUS
CAPÍTULO 1
Citomegalovírus, dengue e hepatite
Citomegalovírus
CMV (HHV-5) pertence à família do herpes vírus humano (beta) 5, que é a mesma família
do vírus da catapora, herpes simples, herpes genital e do herpes zoster. Consequências
mais graves relacionam-se à patogenia nos imunodeprimidos e as anomalias congênitas,
como podem ser observadas na figura 1 A e 1 B, respectivamente. Considera-se uma
doença cosmopolita. No Brasil, revela uma prevalência maior em crianças do que
em adultos, porém a suscetibilidade é geral. Seu reconhecimento é necessário pela
forte associação com neoplasias. Esse vírus nunca abandona o organismo da pessoa
infectada. Permanece em estado latente e qualquer baixa na imunidade do hospedeiro
pode reativar a infecção (CHIN, 2002).
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Figura 1. Exemplo de lesões de membranas mucosas e pele, ao redor da cavidade figura A. Um recém-nascido
com infecção congênita com CMV apresentando hematomas múltiplos e trombopenia severa, na figura B.
Fonte: <http://enfermagemmassoterapia.blogspot.com.br/2012/03/citomegalovirus.html;http://citomegalovirus.blogspot.com.
br/>. Acesso em: 4 nov. 2015.
Transmissão
O CMV pode ser transmitido por vários mecanismos, como através da placenta (CMV
congênita), no interior do canal do parto, no aleitamento materno, sexualmente, pela
saliva, por transfusão de sangue, ou até mesmo por objetos. Seguintes formas:
»» Por objetos como xícaras e talheres, embora esse tipo de transmissão seja
pouco comum, ele é possível porque o citomegalovírus não é destruído
pelas condições ambientais.
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Achados clínicos
Aluno, talvez você nunca tivesse dado a verdadeira importância para esse vírus.
A partir deste primeiro capítulo se surpreenderá com a diversidade de métodos
de diagnóstico.
Tratamento
Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial da infecção pelo CMV pode ser feito por diferentes métodos,
que incluem exame direto de amostras por microscopia eletrônica, demonstração de
células com corpúsculos de inclusão característicos (Figura 2 A), e detecção de antígenos
ou DNA viral, isolamento viral em culturas celulares de secreção de garganta, ou de
urina (frequentemente utilizado para RN a fim de detectar precocemente a infecção
congênita). E várias metodologias imunológicas, tais como de fixação do complemento,
de aglutinação passiva em látex, ou de reação de imunofluorescência indireta e de
testes imunoenzimáticos (ELISA – Enzyme linked immunosorbent assay – ensaio
imunoenzimático), demonstrados na figura 2 B e 2 C juntamente com o equipamento
que pode utilizar tanto soro como plasma para detectar anticorpos do CMV (FERREIRA,
2013).
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
mas persistem por toda a vida. Os testes para determinação de títulos de anticorpos
(elevação igual ou superior a quatro vezes) podem também ser úteis. E nas biópsias
pulmonares podem-se observar células multinucleadas ou células com inclusões
intranucleares proeminentes (ROIT, 1995, p. 29.6).
Figura 2. Citomegalia com corpos de inclusão nucleares (HE, 100x) na figura A; sistema de ELISA na figura B; o Kit
CMV Brite Turbo (anticorpo monoclonal primário C10 / C11 específico para a proteína pp65 do CMV) na figura C.
Fonte:<http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?pid=S0872-81782010000400003&script=sci_arttext>; <http://spanish.
everychina.com/f-z51f538c/p-91994723/showimage.html>.<http://dpmdiagnostica.com.br/site/diagnostico-precoce-das-
infeccoes-por-citomegalovirus-cmv/> Acesso: 2 de jan. 2016.
Diagnóstico avançado
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
A técnica de PCR qualitativo, para detecção do genoma do CMV, tem seu emprego
limitado, pois apresenta baixo valor preditivo. Maioria dos transplantados soropositivos
apresenta PCR positivo, mesmo na ausência de doença invasiva. Entretanto, quando se
trata do PCR quantitativo, diversos estudos têm relacionado seu alto valor preditivo em
relação ao aparecimento de doença invasiva.
Dengue
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas
se infectem anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os continentes,
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Transmissão
A dengue pode ser transmitida por duas espécies de mosquitos, Aedes aegypti e Aedes
albopictus, que picam durante o dia e a noite, ao contrário do mosquito comum, que
pica durante a noite. Os transmissores de dengue, principalmente o Aedes aegypti,
proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações, em recipientes onde se
acumula água limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas).
Achados clínicos
Alterações cutâneas incluem diversos achados como erupção morbiliforme que pode
ser pruriginosa e que gera descamação residual, algumas manifestações hemorrágicas
discretas como epistaxe, petéquias e sangramento gengival. Extravasamento capilar
de plasma é responsável pela hemoconcentração e trombocitopenia observadas e que
caracterizam a dengue hemorrágica. Manifestações cutâneas da dengue hemorrágica
incluem lesões hemorrágicas disseminadas como petéquias e equimoses, mas também
instabilidade hemodinâmica com pulso filiforme, pressão arterial convergente,
extremidades frias, confusão mental e choque. (LUPY, 2007).
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Fonte: <http://www.dengue.org.br/mosquito_aedes.html>
Tratamento
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Diagnóstico
Diagnóstico sorológico
O isolamento viral deve ser orientado pela vigilância epidemiológica com o objetivo de
monitorar os sorotipos circulantes, a coleta é até o quinto dia de início dos sintomas e a
detecção de antígenos virais pela técnica de imuno-histoquímica de tecidos. E também
existe o diagnóstico molecular realizado pelo RT-PCR (Real Time – PCR/ PCR em
tempo real).
Todo óbito deve ser investigado e deve-se coletar sangue para isolamento viral
e/ou sorologia, além de tecidos para estudo anatomopatológico e isolamento viral. O
procedimento deve ser feito tão logo seja constatado o óbito e fragmentos de fígado,
pulmão, baço, gânglios, timo e cérebro devem ser retirados, para isolamento viral o
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
material deve ser colado em recipiente estéril, enviado imediatamente para o laboratório,
acondicionado em nitrogênio líquido ou gelo seco.
Caso não seja possível o envio imediato, acondicionar em geladeira (4°C) por até
seis horas; para o exame histopatológico o material deve ser colocado em frasco com
formalina tamponada, mantendo e transportando em temperatura ambiente.
<http://www.dengue.org.br/>
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/
svs/dengue>
<http://www.ioc.fiocruz.br/pages/informerede/corpo/hotsite/dengue/
arquivos/dengue_manejo_clinico.pdf>
Hepatite
Hepatite A (HAV)
É uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da hepatite A, que produz inflamação
e necrose do fígado. É também conhecida como “hepatite infecciosa”.
Transmissão
É fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados
pelo vírus.
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Achados clínicos
Diagnóstico
Hepatite A
Condição Anti-HAV IgM Anti- HAV IgG
Aguda + - ou +
Imunidade - +
Fonte: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/ABCDE_guia_bolso_menor.pdf>. Acesso em: 7 de abr. 2016.
Hepatite B (HBV)
Transmissão
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Achados clínicos
Tratamento
Diagnóstico
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Interpretação dos Anti-HBcT Anti- Anti- HBsAg Anti-HBs HBeAg Anti- HBV
Resultados HBcM HBcG HBe
DNA
Incubação - - - + - + - +
Fase aguda + + -ou+ + - + - +
Fase crônica + - + + - -ou+ - -ou+
Portador + - + + - - + -
Recuperação + - + - + - + -
Imunização - - - - + - - -
Infecção progressa + - + - + - -ou+ -
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Hepatite C (HCV)
O vírus C, assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue.
Estima-se que 3% da população mundial estão infectadas pelo vírus da hepatite C. Em
torno de 85% das pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C evoluem para doença
crônica, sendo que 25% terão cirrose. Essa hepatite aumenta o risco de câncer do fígado.
Não existe vacina.
Transmissão
Por transfusão de sangue; por compartilhamento de material para uso de drogas;
material de higiene pessoal (objetos que furam ou cortam) ou para confecção de
tatuagem e colocação de piercings; a gravidez, quando a mãe infectada passa para o
filho; relações sexuais sem proteção com uma pessoa infectada (forma mais rara de
infecção).
Achados clínicos
Quando a reação inflamatória persiste sem melhora por mais de seis meses, comum
em 80% dos casos, os profissionais de saúde consideram que a infecção evoluiu para a
forma crônica.
Tratamento
O Interferon consiste de uma injeção subcutânea, de agulha superfina, que deve ser
aplicado uma vez por semana. A Ribavirina é uma cartela de cápsulas e a indicação é de
aproximadamente 4 comprimidos por dia. A dose varia de pessoa a pessoa, de acordo
com o peso e resistência aos efeitos colaterais que cada um apresenta.
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Diagnóstico
O teste sorológico anti-HCV indica que o indivíduo teve contato com o vírus C. No Brasil,
o Ministério da Saúde recomenda que o diagnóstico da infecção ativa seja confirmado
com o teste molecular quantitativo de carga viral.
Hepatite C
Condição Anti-HCV HCV RNA
Aguda + +
Crônica + - ou +
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Mal-estar, indisposição, dores no Pode ser confundida com uma Pele e olhos amarelados, enjoos,
corpo, cabeça, barriga, náusea, gripe leve. Os sintomas nem mal-estar, dores no fígado, falta
vômito, febre, icterícia. sempre aparecem. Pode ter a de apetite, urina escura, fezes
pele e os olhos amarelos, enjoos, claras. Os casos mais graves
Quais os sintomas? febre e dor na região do fígado, evoluem para câncer e morte.
faltam de apetite, urina escura,
fezes claras. Casos mais graves
podem evoluir para cirrose,
câncer e morte.
Repouso e descanso. Contínuo, sem prazo para Mais complicado e agressivo
Medicamento conforme o terminar. Remédios e injeções que da hepatite B. Precisa de
sintoma do paciente. (Interferon) não curam, injeção e comprimido. Às vezes
mas conseguem controlar o paciente precisa repetir o
Qual o tratamento? a multiplicação do vírus. A tratamento, que dura em média
medicação deve ser tomada um ano.
com acompanhamento médico,
porque provoca vários efeitos
colaterais.
Baixo Alto, em média em um ano se Altíssimo, em média 62,4 mil
Qual o custo do tratamento?
gasta 10 mil reais. reais por ano.
Fonte: Secretária Estadual da Saúde e hepatologista Marcelo Nooara, disponível em: <http://www.savk.org.br/fique_hepatite.
htm#1>. Acesso em: 5 de Nov. 2015)
Hepatite D (HDV)
O vírus da hepatite D ou delta é um dos menores vírus RNA animais. Tão pequeno que é
incapaz de produzir seu próprio envelope protéico e de infectar uma pessoa. Esse vírus
depende da presença do vírus da hepatite do tipo B para infectar uma pessoa. Portanto,
na maioria dos casos a hepatite D ocorre juntamente com o vírus da hepatite B, ambas
por transmissão parenteral.
Transmissão
Achados clínicos
Da mesma forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não apresentar sintomas ou
sinais discretos da doença. Quando ocorrem, os mais frequentes são cansaço, tontura,
enjôo e/ou vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes
claras.
Nos casos de infecção pelo vírus D em portadores do vírus B, o fígado pode sofrer danos
severos, como cirrose ou até mesmo formas fulminantes de hepatite. Pelo caráter grave
dessa forma de hepatite, o diagnóstico deve ser feito o mais precocemente possível. É
a principal causa de cirrose hepática em crianças e adultos jovens do Norte do Brasil.
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Tratamento
Até agora, ainda não surgiu qualquer tratamento totalmente eficaz, apenas o Interferon
alfa tem proporcionado alguns resultados positivos: somente um em cada dois casos tem
uma redução significativa da multiplicação do vírus, no entanto geralmente a doença
recidiva quando se interrompe o tratamento (Disponível em: <http://www.roche.pt/
hepatites/hepatited/tratamento.cfm>. Acesso em: 28 de Nov. 2015).
Diagnóstico
Hepatite D Resultados
Condição Anti-HDV
Ausência de infecção -
Infecção +
Hepatite E (HEV)
Transmissão
É fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados
pelo vírus (LEVINSON, 2010).
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Achados clínicos
Pode ser assintomático. Os sintomas mais comuns são cansaço, tontura, enjôo e/ou
vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Diagnóstico
Diagnóstico avançados
Caso o teste seja para pesquisa de anticorpos, haverá antígenos (usualmente proteínas
sintéticas) imobilizados, na membrana de nitrocelulose, para a captura dos anticorpos
presentes na amostra. Caso a pesquisa seja para antígenos, haverá anticorpos
imobilizados para a captura dos antígenos presentes na amostra. Quando ocorre está
ligação do antígeno com o seu anticorpo, pode se observar a formação de uma linha
rosa, precipitação desse complexo.
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Quadro 3. Diagnósticos laboratoriais existentes no mercado para diagnosticar os diferentes tipos de hepatites.
HAV Anti-HAV IgM (Diagnóstico da infecção aguda) e Anti-HAV IgG (Estudos epidemiógicos); Métodos: ELISA e Quimioluminescência
Testes sorológicos (Superfície viral: HBsAg e anti-HBs; core viral anti-HBc IgM ou IgG; antígeno “e” HBeAg e anti HBe;
HBV
Métodos: Biologia Molecular – Hibridação (b-DNA) e PCR (mais sensível)
Testes sorológicos de triagem: ELISA e Quimioluminescência
HCV
Testes sorológicosconfirmatório: Immunoblot.
HDV HDAg e Anti- HDV IgM
Fonte: <http://www3.hermespardini.com.br/pagina/599/primeira-analise---hepatites-virais---metodos-diagnosticos.aspx>.
Acesso em: 5 de Nov. 2015.
Figura 4. Exemplos de testes rápidos (TR), (1a) Imunocromatografia de fluxo lateral; (1b) Imunocromatografia de
Fonte: <http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/Hepatites%20-%20Manual%20
Aula%202.pdf>. Acesso em: 28 de Nov. de 2015.
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Obs.: Para ser considerado válido, um teste rápido deve sempre apresentar a linha
controle visível, ao final da reação, independentemente do resultado da amostra.
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CAPÍTULO 2
HIV, HPV e HTLV
HIV
HIV é o vírus da imunodeficiência humana, retrovírus, classificado na subfamília dos
Lentiviridae, e tem como características o período de incubação prolongado antes do
surgimento dos sintomas da doença, infecção dos linfócitos, e supressão do sistema
imune.
Os infectados pelo (HIV) sofrem uma destruição exacerbada dos linfócitos T CD4+,
uma das principais células-alvo do vírus, por isso a contagem de linfócitos T CD4+ é
um importante marcador dessa imunodeficiência, sendo utilizada tanto para estimar
o prognóstico como avaliar a indicação de início de terapia antirretroviral. (Disponível
em: <http://www.aids.gov.br/pagina/o-que-e-hiv>.
Transmissão
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitos soropositivos que vivem
anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o
vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas
contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação.
Tratamento
Achados clínicos
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Diagnóstico
Para crianças com idade inferior a 15 meses nascidas de mães soropositivas é realizada
a determinação qualitativa do cDNA viral, não podendo realizar técnicas sorológicas
devido à permanência de anticorpos maternos, que ocasionariam em resultado
falso-positivo. Também é recomendado a detecção do cDNA viral em casos de infecção
recente, com período inferior há 2 a 3 meses, nos quais não tenham havido, ainda, a
soro conversão e em casos de indícios com resultados de testes sorológicos duvidosos
ou indeterminados (FERREIRA, 2013).
29
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Diagnóstico avançado
Além de amostras de sangue periférico e de sangue total para detectar o vírus do HIV,
existem atualmente no mercado testes rápidos para amostras de fluído oral como pode
ser visualizado na figura 5.
Figura 5. Teste rápido que detecta os anticorpos contra o HIV no fluido oral: O kit de diagnóstico, o cronômetro
para marcar o tempo para leitura do teste rápido, confira o prazo de validade do kit, escreva no suporte e no
frasco o nome da pessoa a ser testada. O coletor deve ficar acima dos dentes e contra as gengivas, dessa
forma deve ser passado com ligeira fricção tanto na gengiva inferior como superior. Insira o coletor no frasco
identificado e quebre a haste, feche-o e agite-o. Em seguida coloque 2 gotas no poço 1. Após 5 minutos
coloque 4 gotas no poço 2. E então marque os 10 minutos, faça a leitura. Se tiver apenas a linha rosa do controle
a amostra é não reagente, se estiver tanto na linha rosa do teste quanto no controle a amostra é reagente. E se
Fonte: <http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/29039/mod_resource/content/1/cartela-dpp-hiv-fluido-oral.pdf>.
Acesso em: 28 de Nov. de 2015.
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
HPV
Figura 6. Condiloma acuminata na figura A, um condimona perianal na figura B, e verrugas espalhadas por todo
Fonte: <https://www.google.com.br/search?q=HPV&rlz=1C1AVNC_enBR568BR569&es_sm=122&source=lnms&tbm=isch&sa=
X&ved=0CAcQ_AUoAWoVChMI4NWHiqJyQIVCReQCh0H0AFm&biw=1280&bih=675#imgrc=oPmOAHnb_ZqruM%3A>;<http://
blogmelinterativo.blogspot.com.br/2011/10/hpv-no-homem.html>. Acesso em: 5 nov. 2015.
Diagnóstico
Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV, alguns deles podendo causar câncer,
principalmente no colo do útero e do ânus. Esses associados a mucosas anogenital
(alfapapilomavírus) destacam-se o HPV 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% de todos
os tumores dessas localizações anatômicas, no mundo (FERREIRA, 2013).
Transmissão
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Achados clínicos
Tratamento
O tratamento será remoção mecânica da lesão, que poderá ser feito a laser, por
eletrocauterização, ou com ácido tricloroacético de 80% a 90%. No mercado existem
os medicamentos Efurix e Ixium. O primeiro interfere na síntese do DNA (ácido
desoxirribonucleico) e em menor extensão, com a formação do RNA (ácido ribonucleico).
Logo, o vírus é inibido; e outro medicamento não está esclarecido seu mecanismo
de ação, mas ele age como um imunomodulador do ser humano. Também foram
desenvolvidas duas vacinas para prevenir a infecção por HPV, a vacina bivalente e a
vacina quadrivalente. Essa previne contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em
70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de
verrugas genitais. A outra, bivalente, é específica para os subtipos de HPV 16 e 18.
Diagnóstico
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
»» Exame histológico.
»» Testes moleculares.
Diagnóstico avançado
Teste com base em PCR, no qual se baseia na homologia existente no gene L1 (450 pb)
entre os diferentes tipos de HPV, no mercado temos o kit Linear Array HPV Genotyping
Test®.
Arrays baseia-se numa sonda aderida a um suporte sólido, na qual se hibridiza ao gene
E1, emite fluorescência, a qual será detectada por um leitor e interpretada por um
software, PapilloCheck®.
HTLV-I e HTLV-II
A infecção pelo HTLV-II não está claramente associada com qualquer outra doença.
O vírus foi primeiramente isolado de dois pacientes com leucemia de células pilosas,
mas nenhuma evidência de infecção de HTLV-II foi encontrada em outros 21 pacientes
adicionais com essa mesma doença.
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UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Transmissão
A transmissão desse vírus se dá por relações sexuais sem proteção com uma pessoa
infectada, compartilhamento de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da
mãe infectada para o recém-nascido (também chamado de transmissão vertical),
principalmente pelo aleitamento materno.
Achados clínicos
A aparência das células tumorais é extremamente variável, mas as células com núcleos
multilobulados, descritas como células em “trevo” ou em “flor”, são frequentemente
encontradas nos tecidos envolvidos e no sangue periférico. A maioria dos pacientes
apresenta doença de progressão rápida e o óbito ocorre após um período entre alguns
meses a um ano, mesmo com quimioterapia agressiva (KUMAR et al., 2005).
Tratamento
Não há tratamento específico para a infecção. Para os casos os quais existem sintomas
comprovados de doença associada ao HTLV-I, o tratamento irá depender de uma
avaliação neurológica, assim como estadiamento do grau de comprometimento, tempo
de evolução, presença de outras infecções virais.
Diagnóstico
As amostras de soro são triadas para anticorpo anti-HTLV-I e II usando dois testes
imunoenzimáticos autorizados, de fabricantes diferentes, preparados com antígenos
do HTLV-I e II a partir do lisado total do vírus e algumas proteínas recombinantes.
Essa triagem é realizada obrigatoriamente no sangue dos doadores, conforme a RDC
no 34/2014 da ANVISA pela detecção de anticorpos específicos, voltados a constituintes
antigênicos das diferentes porções do vírus no soro ou plasma. Podendo ser avaliado a
pesquisa de segmentos de DNA pró-viral em células do sangue periférico.
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Em vista dos prognósticos muito diferentes associados às infecções por HTLV I e II,
portanto é fundamental essa distinção. Pesquisa de anticorpos por imunofluorescência
indireta (IFA) para HTLV-I/II foi realizada em alguns laboratórios.
Nenhum dos testes adicionais foi autorizado pelo FDA, mas eles estão disponíveis
em instituições de pesquisa, bancos de sangue, alguns laboratórios de saúde pública,
laboratórios industriais e como testes “in-house” em alguns laboratórios de diagnóstico.
Figura 7. Esquerda para direita, técnica de triagem que utiliza o kit ELISA para detectar HTLV e ao lado a técnica
35
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
EIA de 3a geração tem um custo por pocinho da placa de ELISA de 5 reais, os testes
disponíveis no mercado são Murex ® HTLV-I+II, Abbott, que são peptídeos sintéticos
env gp46 HTLV-I e HTLV-II + rgp21 HTLV-I, essa reação da peroxidase é lida em 450
nm, detecta IgG, IgM, IgA. Outro é o BioELISA HTLV-1+2 5.0, Biokit, na qual possuem
três proteínas combinantes de HTLV-I e HTLV-II, no qual forma um conjugado com
uma proteína de fusão tripla e a enzima peroxidase, 492 nm, detecta as mesmas três
imunoglobulinas: IgG, IgM, IgA. E o Gold Elisa HTLV-1/2, REM.
36
CAPÍTULO 3
Mononucleose infecciosa e rubéola
Mononucleose infecciosa
O vírus responsável pela doença é o Epstein-Barr, da família Herpesviridae, transmitido
pela saliva contaminada por contato íntimo entre as pessoas, daí o nome doença do
beijo.
Admite-se, também, que ele possa infectar as células epiteliais da faringe e que essa
infecção explique por que esse vírus esteja implicado no aparecimento do carcinoma da
nasofaringe.
»» nucleoide;
»» capsídeo;
»» envelope.
Transmissão
Achados clínicos
Uma síndrome viral aguda caracterizada clinicamente por febre, dor de garganta,
linfadenopatia e esplenomegalia; essa infecção pode ser assintomática (CHIN, 2002).
37
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Tratamento
Diagnóstico
Diagnóstico hematológico que revela leucocitose com elevada linfocitose atípica, abaixo
na figura 9 temos um exemplo de um linfócito atípico. E para confirmação laboratorial,
pode-se usar: testes rápidos para a detecção de anticorpos heterófilos, e/ou de anticorpos
específicos para o vírus Epstein-Barr. Também tem o diagnóstico sorológico com o teste
de Paul-Bunnell-Davidsohn, no qual se baseia na presença de anticorpos heterófilos.
Figura 9. Microscópia de uma lâmina corada com Giemsa, apresentando dois linfócitos atípicos entre as
hemácias.
Fonte: <https://www.google.com.br/search?q=linfocitos+atipicos+mononucleose&rlz=1C1AVNC_
enBR568BR569&biw=1280&bih=631&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiCgcPhmbPJAhWPmJAKHWGIBlUQ_AUIBigB
#imgrc=tj8DIbziKVkhpM%3A>. Acesso em: 20 de mar. 2016.
38
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Diagnóstico avançado
Demonstração do vírus, antígenos virais ou DNA viral: cultura, hibridização com sondas
de ácido nucleico e PCR.
Rubéola
O vírus da rubéola é membro da família Togaviridae, pertencente ao gênero Rubivirus,
que contém uma única espécie, Rubella virus (MURRAY, 2006). A rubéola é uma
doença exantemática aguda, de etiologia viral, altamente contagiosa, acometendo
principalmente crianças, como pode ser observado na figura 10.
Figura 10. Alguns exemplos da manifestação clínica causada pelo vírus da rúbeola.
39
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Transmissão
Achados clínicos
Tratamento
Diagnóstico
É importante ressaltar que resultados não reagentes para IgM não descartam a
possibilidade de infecção recente pelo vírus da rubéola. Não está indicada, na rotina
do pré-natal, a realização de pesquisa sorológica para rúbeola em gestantes que não
apresentam sintomas da doença.
40
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
os anticorpos IgG têm baixa avidez, o qual vai aumentando lentamente no decorrer de
semanas a meses. Assim as infecções antigas apresentam alta avidez.
Diagnóstico avançado
41
DIAGNÓSTICO
DAS PRINCIPAIS
DOENÇAS UNIDADE II
CAUSADAS POR
BACTÉRIAS
Nessa unidade iremos mergulhar no mundo das bactérias, 90% das infecções
hospitalares são causadas por esse tipo de micro-organismo. Considerando que todos
os aspectos serão abordados para diagnosticar as principais espécies de bactérias nessa
unidade, que tem como objetivo fornecer um bom acervo sobre as doenças bacterianas,
auxiliando tanto na identificação quanto na prevenção. Nesse contexto também será
inserido o laboratório de microbiologia, que tem como objetivo não apenas apontar o
responsável por um determinado processo infeccioso, mas também indicar o perfil de
suscetibilidade dos micro-organismos que estão interagindo com o organismo humano,
possibilitando a indicação de tratamentos mais adequados. Para o desempenho
satisfatório dessa função é fundamental que os laboratórios de microbiologia possuam
estrutura capaz de estabelecer informações sobre a amostra biológica ideal, reconhecer
a microbiota e os contaminantes, identificarem micro-organismos associados à infecção
ou com propósitos epidemiológicos, obter resultados rápidos em casos de emergência,
realizar o transporte das amostras e manter uma educação contínua em relação aos
aspectos da infecção relacionada à assistência à saúde.
CAPÍTULO 1
Enterococcias, estafilococcias e
estreptococcias
Enterococcias
Enterococcus são cocos Gram-positivos (CGP) que se apresentam isolados, ou aos
pares, ou em cadeias curtas (Figura 11), normalmente encontradas no intestino e no
trato genital feminino (MURRAY, 2006). Os mais frequentes são E. faecalis (85 a 90%,
menos propensa ao desenvolvimento de resistência) e o E. faecium (5 a 10%), as duas
42
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Figura 11. Enterococcus: CGP em cadeia pela coloração de Gram na figura A; colônias transparentes no meio
Fonte: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/Gramp_entero.htm>;
<http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/revista_virtual/microbiologia/artigoximenes.pdf>; <https://www.
google.com.br/search?q=chromágar+enterococcus&rlz=1C1AVNC_enBR568BR569&espv=2&biw=1280&bih=675&source=
lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwipw8CaxrrJAhXEsZAKHcnDATMQ_AUIBigB#imgrc=-bkbkWbILwKq4M%3A>. Acesso em: 6
nov. de 2015.
Transmissão
Achados clínicos
»» infecções de feridas;
»» bacteremias (7%);
43
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Tratamento
Diagnóstico
Figura 12. Teste de PYR na figura A; ágar bile-esculina na figura B; crescimento em caldo de NaCl a 6,5% na figura
44
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Controle de qualidade
45
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Resistência intrínseca
46
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
»» Fluoroquinolonas.
»» Macrolídeos.
»» Rifampicina.
»» Tetraciclinas.
Figura 13. Laminocultivo com crescimento de VRE em meio cromogênico e ágar enterococo.
47
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Diagnóstico avançado
Existem testes bioquímicos, nos quais se avalia a produção de ácido a partir de metil-
a-D-glucopiranosídeo para diferenciar do E. faecium, E. gallinarum e E. casseliflavus
(Figura 14). Considerando que para fins de controle e prevenção de infecções, as espécies
de E. faecium e E. faecalis necessitam rapidamente ser distinguidas de E. gallinarum
e E. casseliflavus, a fermentação da xilose é outro teste de valor. Apesar de todos os
enterococos fermentarem a xilose, pelo fato de os E. gallinarum possuírem a enzima
pré-formada, a reação para esta espécie ocorre com maior rapidez, permitindo leitura
em duas horas. No entanto essas provas não são comercializadas no Brasil. Os kits
de provas bioquímicas existentes são API 20 STREP (bioMérieux), o sistema BD BBL
Crystal (BECTON DICKINSON COCKEYSVILLE).
Métodos moleculares
»» PCR para:
»» Hibridização de DNA.
48
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Estafilococcias
Achados clínicos
O S.aureus causa doença por meio da infecção de tecidos tipicamente criando abscessos
e/ou pela produção de toxinas, como infecção localizada de pele (furúnculo, carbúnculo,
impetigo), profundas (osteomielite e artrite), endocardite aguda (geralmente pelo uso
intravenoso de drogas), septicemia (infecção generalizada), pneumonia, infecções
hospitalares (feridas cirúrgicas, decubitais ou cateteres), toxicoses (Síndrome do choque
tóxico), gastrenterite estafilocócica, síndrome da pele escaldada (STHOL, 2004, p. 154).
Tratamento
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UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Diagnóstico
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Fonte:<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo4/fluxo_sta.
Coagulase em tubo
Técnica: Em tubo, misturar 0,5 mL de caldo com a bactéria com 0,5 mL de plasma e
incubar a 37°C por 4 - 24 h.
Coagulase em lâmina
Técnica: Fazer uma suspensão bacteriana equivalente ao tubo 0,5 da escala de McFarland
e semear em uma placa de ágar Müller-Hinton. Colocar disco de novobiocina 5 μg/
incubar por 24h.
Mecanismos de resistência
52
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
O estudo das CIM mediante prova de E-test com fita de oxacilina é uma alternativa
válida nos casos de dúvida, com uma eficácia diagnóstica praticamente similar ao do
método de referência de dilução em ágar Müller-Hinton com NaCl a 4% com 6 µg/ml
de oxacilina (NCCLS,1997).
Todo Staphylococcus aureus com halo para vancomicina < 6 mm deve-se testar a CIM
e aqueles com CIM > 8mg/mL enviar a Laboratório de Referência (OPLUSTIL, 2010).
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UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
3. Inativação da droga.
Estreptococcias
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Transmissão
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UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Achados clínicos
Tratamento
Diagnóstico
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Ex.: Meio MTS: Quando a bactéria é capaz de crescer em alta concentração de NaCl,
produz metabólitos ácidos que ocasionam a viragem do indicador de pH (púrpura de
bromocresol) para amarelo.
57
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
São utilizados caldos seletivos como Todd-Hewitt ou caldo LIM ou caldo Trans-Vag,
onde os swabs são introduzidos e incubados em estufa por 18 a 24h a 35 a 37 °C.
Posteriormente, as amostras que apresentarem turvação deverão ser subcultivadas em
placas de Ágar-sangue, por 18 a 24 h, com 5% de CO2. Colônias suspeitas deverão ser
idfentificadas por provas bioquímicas tradicionais: prova da catalase (-), teste de CAMP
(+), agluitinação em látex específico (OPLOSTIL, 2012, p. 10).
Diagnostico avançado
São definidos dois grupos dos estreptococos resistentes às drogas; PRSP (Penicilin
resistant Streptococcus pneumoniae) resistente à penicilina e DRSP (Drug resistant
Streptococcus pneumoniae) que é resistente a múltiplas classes, com resistência total
ou intermediária à penicilina associada a pelo menos um agente antimicrobiano de
outra classe.
»» Penicilina.
»» Macrolídeos.
»» Tetraciclina.
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
»» Sulfa.
»» Fluoroquinolonas.
»» Vancomicina.
»» Cloranfenicol.
Caro aluno, se você estiver dominando todos esses assuntos até agora, parabéns!
Você já pode se considerar um especialista em microbiologia.
59
CAPÍTULO 2
Infecções por clamídias e clamidófilas,
infecção por micoplasmas e
leptospirose humana
Transmissão
Infecções por clamídia são consideradas como doença sexualmente transmissível (DST),
via contato sexual anal, oral ou vaginal e pode também ser congênita, ou seja, pode
ser passada de mãe para filho durante a gravidez. Mulher infectada pela Chlamydia
trachomatis (bactéria intracelular obrigatória), durante a gestação, está mais sujeita a
partos prematuros e a abortos. Nos casos de transmissão vertical na hora do parto, o
recém-nascido corre o risco de desenvolver um tipo de conjuntivite (oftalmia neonatal)
e pneumonia (LEVINSON, 2010).
Achados clínicos
Tratamentos
Diagnóstico
Identificação direta:
60
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
» Cultura (McCoy, figura 17 B, Hela 22a, HEp2, BGMK e outras), na qual as células
mais tarde poderão ser coradas por iodo, Giemsa ou ainda por anticorpos
monoclonais conjugados a substâncias fluorescentes, específicos contra a
MOMP ou outra estrutura clamidial.
Identificação indireta
61
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Figura 17. Técnica de imunofluorescência direta na figura A, cultura em células de McCoy na figura B,
citopatológico na figura C.
Diagnóstico avançado
Micoplasma hominis gera desde problemas leves, como infecções do trato urinário
até outros mais severos que afetam os órgãos genitais, causando infecções puerperais,
repetição de abortos e consequente infertilidade.
Existe uma grande variedade de micoplasmas, mas os que geram infecções sexuais
(uretrite, Bartolinite, vaginite, e doença inflamatória pélvica, entre outras).
62
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Transmissão
Achados clínicos
A pneumonia por micoplasma geralmente é doença leve. O espectro varia desde uma
infecção assintomática até uma pneumonia grave com comprometimento neurológico
e hematológico ocasional (anemia hemolítica) e varias lesões cutâneas. Pode ocorrer
meningite bolhosa em casos espontâneos. Os achados patológicos consistem em
pneumonite intersticial e peribrônquica e em bronquiolite necrosante. Outras doenças
relacionadas incluem eritema multiforme, meningite, menigoencefalite, miocardite,
pericardite, pancreatite e artrite.
Tratamento
Diagnóstico
A ausência de IgM não afasta o diagnóstico, pois pode representar a coleta antes da
produção de níveis detectáveis do anticorpo. Também pode haver reinfecções sem a
produção de anticorpos IgM; isso, porém, induz a um aumento significativo de IgG. Na
ausência de títulos de anticorpos IgM e persistência dos sintomas é recomendado que
se teste o anticorpo IgG específico, de forma pareada, entre as amostras da fase aguda
63
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Diagnóstico avançado
Leptospirose humana
Dentre os fatores ligados ao agente etiológico, que favorecem a persistência dos focos
de leptospirose, especial destaque deve ser dado ao elevado grau de variação antigênica,
à capacidade de sobrevivência no meio ambiente (até 180 dias) e à ampla variedade de
animais suscetíveis que podem hospedar o micro-organismo.
Trasmissão
Achados clínicos
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
pacientes, a leptospirose progride para a fase tardia da doença, que é associada com
manifestações mais graves e potencialmente letais.
Tratamento
Diagnóstico
Diagnóstico avançado
»» PCR-RFLP.
<http://www.hra.famema.br/nucleo_vigilancia/leptospirose/LEPTO09_GUIA_
MANEJO>
65
CAPÍTULO 3
Meningites bacterianas agudas, sífilis e
tuberculose
Considera-se como caso suspeito de meningite bacteriana aguda, todo paciente com
quadro de febre alta, de início súbito, vômitos, sem outro foco infeccioso aparente,
acompanhado de cefaleia intensa, rigidez de nuca, sonolência, torpor, irritação,
diminuição da sucção em lactentes, abaulamento de fontanela e convulsões.
66
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Transmissão
Por contato direto ou por gotículas e secreções do nariz e da garganta, durante o período
infeccioso. A porta de entrada é mais comum é a nasofaringe (CHIN, 2012).
Achados clínicos
Tratamento
67
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Quadro 4. Distribuição dos agentes etiológicos de meningite bacteriana de acordo com a faixa etária.
Diagnóstico
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
pelo método de Ziehl-Neelsen, fixa a fucsina, não se descorando depois de tratado pelos
alcoóis, bacilos álcool resistentes (BAAR).
A meningite também pode ser causada por vírus, fungos e protozoários, os sintomas
são os mesmos da meningite bacteriana, as que ocorrem com maior frequência são as
causadas por vírus e bactérias. Essas como já vimos se transmitem pela via respiratória.
Abaixo temos um quadro laboratorial comparatório do exame do líquor, podendo ser
observado nos casos de meningite bacteriana o aspecto é turvo, branco-leitoso, com
glicose e cloretos diminuídos e proteínas totais aumentadas, presença de muitos
neutrófilos.
69
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Exames Meningoencefalia
Bacteriana Tuberculose Viral Encefalites Neurocisticercose Normal
laboratoriais por fungos
Límpido ou
ligeiramente Límpido ou ligeiramente
Aspecto Turvo Límpido Límpido Límpido Límpido
turvo turvo
(opalescente)
Branca-leitosa Incolor
Incolor ou Incolor ou
Cor ou ligeiramente Incolor Incolor Incolor
xantocrômica opalescente Cristalino
xantocrômica
Presença ou
Coágulo Presença Ausência ausência ausência ausência
ausência
Cloretos ↓ ↓ Normal Normal Normal Normal
45 a
Glicose ↓ ↓ Normal Normal Normal Normal
100mg/dl
15 a
Proteínas totais ↑ ↑ Levemente ↑ Discretamente ↑ Discretamente ↑ Discretamente ↑
50mg/dl
+ (alta e ↑ discreto
Globulinas +(Gamaglobulina) +ou- Normal ↑ (Gama-globulina)
gamaglobulinas) (Gamaglobulina)
200 a milhares 25 a 500 5 a 500 1 a 100 1 a 100 (Linfócitos ou
Leucócitos 1 a 100 (Linfócitos) 0 a 5mm3
(neutrófilos) (Linfócitos) (Linfócitos) (Linfócitos) cosinófilos)
Positiva para DGN, Positiva (tinta nanquim Gram-
Microscopia BGN, CGP, BGP Gram-negativa Gram- negativa Gram- negativa para C. neoformans ou
ou não para Candida sp negativa
Crescimento
Crescimento em meio
Crescimento em em meio de
Cultura Sabouraud e ágar
ágar chocolatec Lowestein-
sangue
Jansen
Fonte: <http://neurologiahu.ufsc.br/files/2012/10/MENINGITES_Guia-de-Vigil%C3%A2ncia-Epidemiol%C3%B3gica-da-Secretaria-
de-Vigil%C3%A2ncia-em-Sa%C3%BAde-7%C2%AA-edi%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso: 3 de Jan. 2016.
Sífilis
É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum (TILLE, 2013).
Pode se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras
fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar
sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença, como pode ser visto na
figura 18 que mostra o curso de uma sífilis não tratada. A primeira manifestação da
doença em adultos é uma pequena mácula, a qual se transforma em uma pápula que,
por sua vez, se torna uma úlcera.
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis,
principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação
do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1a consulta do pré-natal, no
3o trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames
anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas
no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.
70
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Transmissão
Por relação sexual desprotegida, na quase totalidade dos casos da área genitoanal. Na
Sífilis congênita, há infecção fetal pela via hematogênica, em qualquer fase gestacional
ou estágio clínico da doença materna.
Achados clínicos
Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas
virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém
infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus.
Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a
pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar certo estágio, podem
surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.
A doença pode ficar sem apresentar sintomas por meses ou anos, até o momento em
que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas
cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.
71
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Tratamento
Penicilina.
Diagnóstico
Uma vez que o T. pallidum não pode ser cultivado em meio artificial, os métodos de
detecção direta, tais como a microscopia de campo escuro, imunofluorescência direta
(IF) e testes para detectar sequências de DNA específicas de T. pallidum em espécimes
obtidos de lesões na pele ou tecidos são os métodos de escolha para diagnosticar a sífilis
precoce.
72
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
O antígeno não é coberto por essas partículas, mas o carvão é preso na estrutura formada
pelo complexo antígeno-anticorpo nas amostras reativas, tornando a reação visível a
olho nu. O teste pode ser realizado em soro ou plasma não aquecido e é conduzido em
círculos de 18 mm em cartões plastificados. O RPR constitui o teste não treponêmico
macroscópico mais amplamente disponível, sendo utilizado em todo o mundo.
O método utilizado para coletar material de lesão para o EID é idêntico ao usado para
a microscopia de campo escuro. Os espécimes devem ser passados em uma área de
1 cm2 da lâmina do microscópio, secos ao ar livre e fixados com acetona ou metanol,
podendo, depois, ser acondicionados para o transporte ao laboratório. Após adicionar
globulina anti-T. pallidum marcada com fluoresceína, obtida comercialmente, incubar
e lavar, as lâminas devem ser examinadas com um microscópio de fluorescência.
Qualquer espiroqueta T. pallidum no espécime aparece como um organismo colorido
verde-maçã, com a morfologia típica de T. pallidum contra um fundo preto.
73
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Figura 19. Treponema pallidum, microscopia de campo escuro figura A; Teste de reagina plasmática rápida (RPR)
Ensaio de Western blot treponêmicos tem sido utilizado como um teste confirmatório
para anticorpos treponêmicos no soro de pacientes com sífilis. Antígenos individuais
de T. pallidum são fracionados por eletroforese de poliacrilamida de lisados celulares
totais. As bandas de polipeptídeos resolvidas de várias massas moleculares são, então,
transferidas para folhas de membrana de nitrocelulose. Essas folhas são secas e cortadas
em tiras para ser utilizadas em amostras de soro individuais.
Tuberculose
74
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Transmissão
Achado clínico
Cansaço, falta de apetite, suores ou febre, tosse durante 3 semanas, inicialmente seca
e depois com catarro, pus ou sangue; dor no peito, junto ao tórax e dificuldade em
respirar; Produção de escarro esverdeado ou amarelado.
Tratamento
Diagnóstico
Baciloscopia
Este exame é efetuado ao escarro do paciente, e a recolha deverá ser logo pela manhã e
depois de fazer a higiene oral, com o paciente ainda em jejum. Será examinada através
de coloração específica, para a pesquisa de BAAR.
75
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Por exemplo:
Diagnóstico avançado
Outros testes realizados são de detecção do fator corda, da enzima adenosina deaminase
(ADA), detecção e quantificação de interferon-gama (Quanti-FERON®-TB Gold In
Tube), testes de hibridização em fase sólida (INNO-LiPA Rif TB® Assay e o GenoType®
MTBDR).
76
DIAGNÓSTICO
DAS PRINCIPAIS
DOENÇAS UNIDADE III
CAUSADAS POR
PROTOZOÁRIOS
CAPÍTULO 1
Amebíase e tripanosomíase americana
Amebíase
Infecção causada por protozoário que se apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto.
Esse parasita pode atuar como comensal ou provocar a invasão de tecidos, originando
as formas intestinais e extraintestinais da doença (CHIN, 2002).
77
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Transmissão
Achados clínicos
Os principais sintomas são desconforto abdominal, sangue nas fezes, forte diarreia
acompanhada de sangue ou mucoide, além de febre e calafrios. Nos casos mais abrasivos,
a forma trofozoítica do protozoário pode se espalhar pelo sistema circulatório, afetando
o fígado, pulmões ou cérebro.
Tratamento
Diagnóstico
Pesquisa de cistos nas fezes pelo método de Faust, na qual os cistos flutuam quando
tratados por uma solução de sulfato de zinco, e quando corados com lugol apresentam
78
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
E. coli até 8, este também é um pouco maior de tamanho, com até 35 µm e possui feixes
ou agulhas, que é seu corpo cromatoide (RNA).
Diagnóstico avançado
Tripanosomíase americana
79
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Transmissão
Manifestação clínica
Tumores (chagomas) podem se desenvolver no local da infecção, com uma doença febril
que geralmente é transitória, mas pode, raramente, levar à morte por insuficiência
cardíaca, aumento do coração pode ser observado na figura 22 C. Após a invasão dos
parasitas no interior das células, a doença obedece a um curso extremamente lento e
crônico. A principal causa de morte é a miocardite, com enfraquecimento progressivo e
dilatação dos ventrículos, decorrente da destruição dos neurônios intramurais cardíacos
pelos parasitas (ROITT, 1995, pp. 30.12 e 13).
Tratamento
A fase crônica é incurável, uma vez que os danos em órgãos como o coração e o sistema
nervoso são irreversíveis. No entanto na fase aguda podem ser utilizados o nifurtimox,
alopurinol e benzonidazol.
Diagnóstico
Na fase aguda, os parasitos podem ser visualizados pelo método direto, no qual faz a
pesquisa do parasita, como no esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa (Figura 22 A,
esquerda) (ROITT, 1995).
Figura 22. Esfregaço sanguíneo na figura A; o vetorbarbeiro na figura B e a demostração do aumento do coração
Fonte: <https://jornalufgonline.ufg.br/n/44396-laboratorio-de-pesquisa-da-doenca-de-chagas-da-ufg-e-referencia-
internacional>. Acesso, 1 de Dez. de 2015.
80
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
Diagnóstico avançados
Testes imunocromatográficos e Western blotting (TEScruzi®) (FERREIRA, 2013).
Caro aluno, até este momento você já concluiu 2/3 dessa disciplina, você
está se tornando um especialista nos métodos de detecção laboratorial de
micro-organismos, não desanime! Força no estudo e dedicação para se tornar
um “expert” no assunto. Já vimos vírus, bactérias, e está chegando ao fim dos
parasitas.
81
CAPÍTULO 2
Leishmanioses e malária
Leishmanioses
As leishmanioses são antropozoonoses causadas por protozoários do gênero
Leishmania; é transmititida por mosquito e apresenta as formas visceral, cutânea e
mucosa.
Figura 23. Da esquerda para direita, exemplos de: leishmanias na forma amastigota e promastigota.
Transmissão
82
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
Manifestação clínica
Tratamento
Diagnóstico
83
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
A lesão ulcerada é a mais frequente, mas o aspecto dermatológico pode ser bastante
variado e mesmo atípico, então é feito um raspado que devem ser realizados na borda da
lesão, que segue os sequintes processos: impressão em lâmina, para posterior coloração,
acondicionalmente em salina estéril com antibiótibo para posterior cultivo em NNN,
acondicionamento em formal 10% para análise histológica, coleta em frasco virgem para
epsquisa de DNA de Leishmania por PCR.
84
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
hipersensibilidade.
Fonte:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Rea%C3%A7%C3%A3o_intrad%C3%A9rmica;http://www.scielo.org.pe/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1726-46341999000100002>. Acesso em: 05 de Jan. 2016)
Malária
Apesar de muito antiga, a malária continua sendo um dos principais problemas de saúde
pública no mundo. Estima-se que a doença afeta cerca de milhões de pessoas nas áreas
subtropicais e tropicais do planeta. A malária humana é uma doença parasitária que
pode ter evolução rápida e ser grave. Ela pode ser provocada por quatro protozoários do
gênero Plasmodium: Plasmodium vivax, P. falciparum, P. malariae e P. ovale.
85
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
No Brasil, somente os três primeiros estão presentes, sendo as duas primeiras as espécies
predominantes. A transmissão natural da doença se dá pela picada de mosquitos do
gênero Anopheles infectados com o Plasmodium (DE CARLI, 2007). Estes mosquitos
também são conhecidos por anofelinos.
Transmissão
Achado clínico
Tratamento
Primaquina, cloroquina.
Diagnóstico
86
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
Para tal, o exame padrão da gota espessa deve ser de 100 campos microscópicos. Um
método semiquantitativo de avaliação da parasitemia, expressado em “cruzes”, é então
obtido, conforme abaixo.
»» 1 por campo: +.
Plasmodium falciparum
87
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Plasmodium vivax
Plasmodium malariae
88
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
Figura 25. Identificação das espécies de malária baseada nas formas observadas nos esfregaços sanguíneos.
Fonte: <http://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/acp-medicine/5818/infeccoes_por_protozoarios_%E2%80%93_
wesley_c_van_voorhis.htm>. Acesso 3 de Jan. 2016.
89
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Diagnóstico avançado
90
CAPÍTULO 3
Protozooses emergentes
Isospora belli
São oocistos elipsoides com o maior tamanho desta classe, medindo em média 20 a 30
µm de comprimento e 10 a 19 µm de largura. Quando excretados nas fezes, os oocistos
são imaturos (não esporulados) contendo um esporoblasto. Depois da excreção os
oocistos maduros dividem-se formando dois esporoblastos. Os esporoblastos segregam
cada qual uma membrana resistente em torno de si, transformando-se em esporocistos,
com quatro esporozoítos dentro de cada um (DE CARLI, 2007).
Transmissão
É pela ingestão de oocistos por meio de água e/ou alimentos contaminados (oocisto
esporulado). Restrito à mucosa intestinal.
Achados clínicos
Tratamento
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela demonstração de oocistos nas fezes, os quais, quando corados
pelos derivados da fucsina-fenicada, apresentam coloração do rosa ao vermelho, ao
púrpuro intenso (Figura 26 D). São elipsoides, apresentando dupla membrana fina,
lisa e hialina, e podem ser diagnosticados pelo exame direto a fresco, já que apresentam
maior tamanho quando comparados com os demais coccícidios. Os oocistos podem ser
91
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Além do diagnóstico pela análise direta, pode-se lançar mão de técnicas de coloração,
dentre as mais utilizadas destacam-se a coloração de Zielh-Neelsen modificada,
(Kinyoun) Tricrômio ou Hematoxilina-Eosina. Nesses casos, as amostras devem ser
concentradas, coradas e posteriormente são levadas para observação em microscópios
ópticos em aumentos de 400 e 1000x.
92
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
Figura 26. Microscopia do oocisto esporulado pelo exame direto a fresco nas figuras A e B; com fluorescência de
Cryptosporidium parvum
Transmissão
Achados clínicos
Em pacientes imunocompetentes, os parasitas são identificados nas fezes três dias após
a contaminação e o tempo de emissão é curto, não havendo abundância. Já nos pacientes
imunodeprimidos, a permanência dos oocistos pode ser indefinida, correspondendo
aos períodos de diarreia, esta é aquosa acarreta a diluição dos parasitas e a aceleração
das evacuações, com presença de muco e de numerosos restos de vegetais que podem
mascarar a pesquisa.
Tratamento
93
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Diagnóstico
Oocistos (4-6 µm) adquirem fluorescência verde-maçã (Figura 27 C). Esta técnica oferece
a mais alta combinação de sensibilidade e especicidade e é considerada o “padrão ouro”
por muitos laboratórios. Porém, ela não proporciona um registro permanente como o
faz a lâmina corada que pode ser arquivada, além de requerer equipamento especial
(microscópio fluorescente) e a compra de reagentes comercialmente disponíveis.
Figura 27: Cryptosporidium no exame direto na figura A; corado com Kinyon modificado na figura B e por
imunofluorescência na figura C.
94
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
Oocistos (4-6 µm) frequentemente se apresentam com sua parede evidente e se coram
de rosa claro a vermelho-brilhante. Entretanto, a coloração pode ser variável: infecções
em fase de recuperação, em particular, podem ter oocistos “fantasmas” não corados.
Oocistos maduros podem ter esporozoitas visíveis (até 4). Esse método é o mais fácil
e prático e proporciona obtenção de registro permanente. Erros de diagnóstico podem
acontecer, todavia, em decorrência da variabilidade nas colorações e confusão com
artefatos (Figura 27 B).
Montagem a fresco
95
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Diagnóstico avançado
Cyclospora cayetanensis
Transmissão
Achados clínicos
Tratamento
96
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
Diagnóstico
Figura 28. A figura da esquerda para direita, microscopia com coloração de safranina, observa-se formas
ovaladas de cor vermelha que medem 8-10 μm de diâmetro, aumento de 400x. Autofluorescência quando
97
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Toxoplasmose
Achados clínicos
98
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE III
Transmissão
O ser humano é infectado após ingerir o alimento, como vegetais, com oocistos provindos
de gatos infectados, ou ao se alimentar da carne malcozida e contaminada. Como é fácil
a contaminação é importante que as mulheres grávidas façam no exame pré-natal o
teste que detecta a imunidade à toxoplasmose.
Tratamento
Diagnóstico
Pode dosar a avidez com que os anticorpos IgG se ligam a seus respectivos antígenos
com o objetivo de estimar a época em que a toxoplasmose foi adquirida pela gestante.
Devido à possibilidade de resultados falso-positivos (7%) é aconselhavel a repetição
da sorologia em três semanas e a sua confirmação com outro método mais específico,
com Enzyme Linked Fluorescent Assay (ELFA) com os sistemas automatizados, por
exemplo, VIDAS® ToRC solution E AXSYM (abbott).
99
UNIDADE III │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Diagnóstico avançado
Você aluno é um felizardo, pois este material elaborado está supercompleto, traz
o que existe no mercado de mais atual. Terá sempre disponível para consulta.
Mesmo que pareça extenso, não desanime, pois você será o diferencial!
100
DIAGNÓSTICO
DAS PRINCIPAIS
DOENÇAS UNIDADE IV
CAUSADAS POR
HELMINTOS
101
CAPÍTULO 1
Esquistossomose mansônica e filariose
bancroftiana
Esquistossomose mansônica
É um trematódeo digenético que infectos seres humanos e algumas outras espécies de
vertebrados que entram em contato com coleções de água doce infestadas por cercárias
(NEVES, 2011). Do ponto de vista clínico e anatomopatológico, e esquitossomose pode
ser dividida em três grupos: Intestinal, Hepatointestinal, Hepatoesplênica.
Transmissão
É transmitido por moluscos em águas poluídas com fezes humanas, principalmente entre
as crianças e adultos jovens. Esses moluscos de água doce são do gênero Biomphalaria,
conhecidos popularmente, como caramujos (NEVES, 2011).
Achados clínicos
Tratamento
Praziquantel ou oxaminiquine.
Diagnóstico
Métodos diretos
Exame de fezes
Ovos de S. mansoni são encontrados nas fezes, sob a forma de ovos viáveis, granulosos
ou calcificados; dos métodos de exame de fezes, o mais aconselhável é o Método de
Kato-Katz.
102
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS │ UNIDADE IV
Exames parasitológicos
Biópsia retal
Na esquistossomose crônica, sem hipertensão portal, uma biópsia retal apresenta cerca
de 80% de positividade enquanto que no exame de fezes, 50%. A biópsia retal é também
utilizável, com maior positividade do que o parasitológico de fezes. É muito importante
no controle de cura, podendo ser sistematicamente adotada com esta finalidade. O
raspado retal também é empregável, sem, entretanto, apresentar vantagens sobre a
biópsia. As biópsias tissulares, por exemplo, intestino e fígado, dentre outras, também
fornecem o diagnóstico na avaliação histopatológica, representando, porém, mais
achados do que métodos diagnósticos propriamente ditos.
Métodos indiretos
Intradermorreação
Reações sorológicas
103
UNIDADE IV │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS
Ultrassonografia hepática
Diagnóstico avançado
<http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2012/v10n1/a2676>
< ht t p : / / w w w. f i o c r u z . b r / b i b m a n g / c gi / c gi l u a . exe / s ys / s t a r t.
htm?infoid=92&sid=106>
<http://www.saude.ce.gov.br/index.php/rede-de-servicos/controle-de-
zoonosevetores/44740-esquistossomose-mansonica#>
Filariose bancroftiana
É uma doença exclusiva do ser humano, causada pelo verme Wuchereria bancrofti
e transmitida pelo mosquito fêmea Culex quinquefasciatus, principal vetor do
parasito (REY, 2001). É um parasita que tem tropismo pelo sistema linfático. A figura
29 demonstra o comprometimento do tecido. Existem outras 9 espécies que podem
parasitar o homem além W. Bancrofti, como a O.volvulus e M.ozzardi, que são
encontradas no Brasil (DE CARLI, 2007).
104
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS │ UNIDADE IV
Transmissão
Pelo mosquito Culex infectado pelo parasita no seu intestino (NEVES, 2011).
Achados clínicos
Tratamento
Dietilcarbamazina ou ivermectina.
105
UNIDADE IV │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS
Diagnóstico
Diagnóstico específico
Sorologia
Diagnóstico avançado
106
CAPÍTULO 2
Hidatidose, neurocisticercose e
toxocaríase
Hidatidose
O agente etiológico desta enfermidade é o platelminto Echinococcus granulosus e
Echinococcus vogeli, que tem como hospedeiro definitivo os canídeos (cão, raposa
e lobo); bovinos, ovinos, caprinos, equinos, suínos e roedores são os hospedeiros
intermediários; e o homem, hospedeiro acidental (REY, 2001).
Transmissão
Achados clínicos
Tratamento
Remoção cirúrgica, quando não é possível fazer a cirurgia, o tratamento por meio de
medicamentos, como albendazol ou mebendazol, é a opção viável.
107
UNIDADE IV │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS
Diagnóstico
»» avaliação laboratorial;
Diagnóstico avançado
Neurocisticercose
Cisticercose é a infecção causada pela forma cística da Taenia solium que acomente
o sistema nervoso central. Nas formas meníngeas ocorre uma meningite crônica
(meningite cisticercótica) que se manifesta por cefaleia e sinais de irritação das
meninges, como por exemplo a rigidez de nuca. Nas localizações intraventriculares
os cisticercos obstruem o fluxo do líquor de forma contínua ou intermitente causando
hidrocefalia obstrutiva.
Transmissão
108
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS │ UNIDADE IV
Tratamento
Albendazol
Diagnóstico
A ressonância nuclear magnética pode mostrar os cisticercos vivos com mais nitidez,
inclusive o escólex pode ser visto no interior das vesículas, sendo útil para diferenciar
os cisticercos de outras lesões, quando a tomografia não é conclusiva. As vesículas
intraventriculares também podem ser demonstradas por esse método.
<http://clinicadralexandrecruzeiro.webnode.com.br/news/neurocisticercose/>
Toxocaríase
Esse parasita apresenta incidência de 3,6% no Brasil, e a sua infecção pode ser
assintomática ou manifestar-se com forma visceral ou forma ocular. Essa última há
diminuição da acuidade visual, dor ocular e estrabismo, com exame fundoscópico
109
UNIDADE IV │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS
Transmissão
Achados clínicos
A maioria das pessoas infectadas com o toxocara não tem quaisquer sintomas. Há duas
formas principais de toxocaríase, toxocaríase visceral (LV), também chamados de LMV,
e toxocaríase ocular (OT), também chamados de LMO (CDC, 2015).
A figura 30 mostra o verme adulto (B) e a larva de Toxocara canis (C), geralmente
os exames laboratoriais indicam presença de eosinofilia, hipergamaglobulinemia e
hepatomegalia, junto com a sintomatologia descrita ou os exames oftalmoscópios no
caso de toxocaríase ocular (Figura 30 A), permitem suspeitar a presença da infecção.
Figura 30. Da esquerda para direita, Toxocara ocular, verme adulto, larva.
Tratamento
110
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS │ UNIDADE IV
Diagnóstico
O soro é utilizado para o exame sorológico, o volume recomendável 0,3 mL, jejum
obrigatório de 8h, e pode ser conservado refrigerado por 7 dias entre 2 e 8 °C para
pesquisa IgG (ELISA) anti-Toxocara canis, cujos pontos de corte mais elevados sugerem
doença recente e, os mais baixos, infecção leve ou em resolução.
Diagnóstico avançado
111
DIAGNÓSTICO
DAS PRINCIPAIS
DOENÇAS UNIDADE V
CAUSADAS POR
FUNGOS
Durante muitos anos, a micologia teve pouca expressão na área médica. Com o passar
do tempo, as infecções fúngicas vêm se tornando cada dia mais frequente, e isto se
deve a vários fatores como: a utilização de terapias imunossupressoras, com aumento
do número de pacientes transplantados e com AIDS, fazendo com que fungos até
então considerados sapróbios pasassem a ser vistos como elementos potencialmente
patogênicos, capazes de produzir os mais variados processos patológicos enquadrados
no grupo das micoses oportunistas. Dessa forma, é de extrema importância o
aperfeiçoamento do diagnóstico das espécies de fungo, o conhecimento da morfologia
macro e microscópica, as características bioquímicas. Aqui abordaremos as principais
micoses cutâneas e sistêmicas, escolhemos esses dois grupos pela maior prevalência
clínica. Então se prepare para conhecer o mundo dos fungos.
CAPÍTULO 1
Micoses cutâneas
São aquelas micoses cujos fungos invadem a camada córnea da pele ou a parte
queratinizada dos pêlos ou da lâmina ungueal. Ocasionando manchas inflamatórias
na pele, lesão de tonsura no pelo e destruição da lâmina ungueal na unha, as quais são
provocadas principalmente por dermatófitos e espécies de levedura do gênero Candida;
entretanto outras espécies também podem provocar micoses cutâneas. Os dermatófitos
são dividos em três gêneros: Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton (LACAZ,
112
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
Transmissão
Achados clínicos
Tipos de dermatofitides
113
UNIDADE V │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
Aluno, essa classificação dos tipos de dermatofitides proposto por Lacaz é para
saberem que existe. Não se assustem com esses nomes. Micologia é bem mais
simples que outras áreas.
Tinea cruris
114
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
Tinea pedis
Tratamento
Já a candidíase é outro tipo de micose cutânea, C. albicans pode causar lesões na pele,
unhas e mucosas de indivíduos predispostos, pois invade a camada córnea da pele ou a
lâmina ungueal de hospedeiros normais. O diagnóstico é feito por meio do cultivo em
ágar Sabouraud glicose e o tratamento com derivados azólicos e poliênicos (FERREIRA,
2013).
Diagnóstico
Ao obter amostras de fontes cutâneas, recomenda-se passar pela área da coleta, algodão
com álcool 70%, a fim de eliminar contaminantes bacterianos. As amostras das lesões
típicas de dermatófitose devem ser tomadas da borda eritematosa de desenvolvimento
periférico. Devem-se recolher as amostras de unhas por debaixo destas para obter
material branco de base. Se isto não for possível, raspa-se a superfície da unha com um
estilete a fim de obter material de partes mais profundas, donde e mais provável achar
organismos infectantes.
O material utilizado para coleta é simples, necessita-se de: lâmina de vidro, bisturi,
pinça tesoura, estiletes e uma placa de petri para guardar o material. Uma vez recebida
a amostra no laboratório, esta deve ser examinada e inoculada em meios de cultura
adequados. São inoculados nos meios “Mycosel” (cloranfenicol e cicloheximida) e em
ágar sabouraud. Esses meios são especialmente úteis para o isolamento de dermatófitos
e outros fungos patogênicos de amostra cutâneos. Recomenda-se o exame microscópico
direto da maioria das amostras enviadas ao laboratório para cultivo de fungos. Este
pode ajudar a selecionar os meios de cultivo adequados e proporcionar ao médico uma
rápida identificação.
115
UNIDADE V │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
Exame direto pode ser realizado a partir de materias como: pêlos, unhas e escamas de
pele. Colocando o material coletado entre lâmina e lamínula com 1 a 2 gotas de KOH
(10 ou 20%) a fim de observar a presença de blastoconídios (Candida) ou artroconídios
(Dermatófitos). Outras formulações como KOH mais tinta Parker, ou calcoflúor, ou
vermelho congo são usadas na rotina (FERREIRA, 2013).
Testes bioquímicos:
Epidermophyton floccosum
116
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
117
UNIDADE V │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
<http://www.learnerstv.com/Free-medical-Video-lectures-ltv031-Page1.htm>
E. floccosum M. canis T.
M. gypseum T. rubrum
Espécie mentagrophytes
Invade pele e Perfura cabelo in
Geofílico Foliculite
unhas vitro Onicomicose
Microconídios
Numerosos redondos.
Macroconídios Macroconídios macroconídios
abundantes em forma fusiformes. fusiformes. Isolados Microconídio piriforme,
de raquete, parede lisa, geralmente ao longo da
Multisseptados (6 a 15 Multisseptados ou em cachos.
clavados (0 a 4 septos) hifa não ramificada (gota de
septos). (acima de 6 septos). Ao longo da hifa, lágrima).
clamidoconídios em
cultutas velhas. Parede rugosa e espessa. Parede rugosa e podendo adquirir
Exame direto: Macroconídios raros.
fina, microconídios formato espiral.
Morfologia Microconídios ausentes. Zoofílico. Macroconídio presente
abundantes.
em algumas cópias.
Microscópica
Cultura: Colônia verde- limão, Colônia branca- Pulverulenta Cor Colônia cor creme, Colônia branca, aveludada,
plana ou com camurça, verso da camurça; verso de marrom-clara ou rósea, às vezes pulvurulenta;
Morfologia
dobras, pulverulenta colônia alaranjado. camurça a vermelho- plana pulverulenta a verso vermelho- sangue,
Macroscópica a aveludada, verso marrom, crescimento granular ou penugenta, ou amarelo, laranja, ou
Algodonada, crescimento
amarelo-marrom. Tufos rápido. anverso marrom- pigmento amarelo difusível.
rápido.
brancos são comuns na claro, amarelado,
superfície de culturas avermelhado, algumas
velhas, crescimento vezes produz pigmento
lento. melanoide.
Diagnóstico avançado
118
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
119
CAPÍTULO 2
Micoses sistêmicas
Paracoccidioidomicose
É a micose sistêmica mais frequente na América Latina, causada por Paracoccidioides
brasiliensis e P. lutzi; fungos dimórficos cuja forma parasitária é a levedura. Acomete,
principalmente, agricultores que mantêm contato direto com a natureza, especialmente
o solo.
120
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
endêmicas tenham sido expostos ao agente desta micose. Felizmente, apenas uma
proporção muito pequena de indivíduos expostos a P. brasiliensis desenvolve alguma
manifestação clínica da micose. Esta micose representa um importante problema de
saúde pública devido ao seu alto potencial incapacitante e à quantidade de mortes
prematuras que provoca principalmente para segmentos sociais específicos, como os
trabalhadores rurais, que além de tudo isso apresenta grandes deficiências de acesso e
suporte da rede dos serviços de saúde favorecendo o diagnóstico tardio. A faixa etária
mais acometida situa-se entre 30 e 50 anos de idade e mais de 90% dos casos são do
sexo masculino (SHIKANAI-YASSUDA, 2006).
Transmissão
As manifestações clínicas são bem variadas, pois podem acometer qualquer órgão,
aparelho ou sistema. As manifestações cutâneas, que ocorrem, em geral, por
disseminação hematogênica, já que a pele como porta de entrada é infrequente, surgem
como lesões papulosas, papulotuberosas, vegetantes, ulcerações, mostradas nas três
primeiras imagens da figura 31. Nas úlceras, nota-se, no fundo, o mesmo pontilhado
hemorrágico que dá o aspecto moriforme encontrado na estomatite de Aguiar Pupo. As
adenopatias são comuns, podendo ser regionais ou generalizadas, com amolecimento
e fistulização.
121
UNIDADE V │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
Figura 31. Imagens da esquerda para direita de paracoccidioidomicose: vegetações discretas no nariz;
vegetação exuberante no lábio inferior; fistulização no pescoço e lesões na face; RX de tórax com lesões
infiltrativas bilaterais.
Achados clínicos
A doença é adquirida por meio da inalação de propágulos do fungo. Nas áreas endêmicas,
a infecção primária ocorre durante a infância e envolve o sistema imunológico. A forma
crônica do adulto mais frequente é de disseminação multifocal, com envolvimento dos
pulmões, linfonodos, pele e mucosas. Essa forma tem evolução crônica com diagnóstico
tardio. Tosse, dispneia e perda de peso associada a lesões cutâneas e das mucosas são
evidentes e constituem as queixas principais da doença. A radiografia simples de tórax
apresenta infiltrado reticulonodular difuso mais evidente nos lobos superiores.
Tratamento
Diagnóstico
122
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
A imunodifusão em duplo gel de ágar é muito útil no diagnóstico quando o fungo não é
encontrado nos exames micológicos.
Diagnóstico avançado
Vários outros primers podem ser usados para sua identificação molecular, como
as sequências PBITS1s e PBITS3a que geram fragmentos de 418 pb. OL5 e OL3, em
combinação com ITS 1 e UNI_R, capaz de discriminar P.brasiliensis de outros fungos
patogênicos. Podendo também empregar o gene gp43 ou ITS. Ou glicoproteína gp43KDa
por métodos imunohistoquímico (LACAZ, 2002, p. 657).
Coccidioidomicose
123
UNIDADE V │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
Transmissão
Por inalação dos artroconídeos (forma do fungo no solo). A transmissão por inoculação,
sobretudo a decorrente de acidentes de laboratório, é relativamente comum. Transmissão
durante a gravidez e rara e, quando ocorre, pode haver óbito neonatal.
Achados clínicos
Esta micose irá afetar o pulmão, podendo causar pneumonia aguda e, com a disseminação
pelo corpo, aparecem lesões granulomatosas, supurativas em órgãos e tecidos (Figura
32). Por se tratar de agravo inusitado, todo caso deve ser notificado ao setor de vigilância
epidemiológica e investigado obrigatoriamente.
Figura 32. Lesões múltiplas na pele, resultado da disseminação do fungo nos pulmões.
Tratamento
124
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
Anfotericina B, 1 a 3 g, dose total, seguida por fluconazol, 400 mg/dia, por 6 a 12 meses
ou itraconazol, 300 mg/dia, pelo mesmo período. O critério de cura é clínico, agregado à
negativação do exame micológico. O fluconazol está especialmente indicado nas formas
que comprometem o SNC, por sua excelente difusão cerebral.
Diagnóstico
O exame micológico direto é realizado a partir das amostras clínicas de escarro, pús,
líquido cefalorraquidiano, lavado broncoalveolar, raspado de lesão de pele e de biópsia.
125
UNIDADE V │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
Figura 33. Esquerda para direita, exame microscópico de escarro em preparação com hidróxido de potássio a
10%, esférula repleta de endósporos; mesma estrutura só que a partir de uma biópsia pulmonar pela coloração
de Grocott.
Diagnóstico diferencial
Blastomicose
Transmissão
126
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
Achados clínicos
Tratamento
Anfotericina B e itraconazol.
Diagnóstico
Histoplasmose
127
UNIDADE V │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
O conídio ao serem inalado pelo homem ocasiona uma doença respiratória que pode
ter regressão espontânea ou evoluir para um acometimento sistêmico. Indivíduos
imunodeprimidos são mais suscetíveis a este patógeno, que é encontrado naturalmente
em substratos ricos em nitrogênio e fósforo (como as fezes de morcegos), em diferentes
regiões geográficas, principalmetne no sul e no oeste dos EUA, na América Central e na
América do Sul.
Esses conídios são estruturas de resistência que possuem melanina em sua constituição,
componente importante também para a virulência do fungo na fase leveduriforme,
uma vez que permite às leveduras melanizadas escapar da ação de reativos ativos do
oxigênio liberados pelos macrófagos.
Achados clínicos
Algumas vezes podem aparecer sintomas que se assemelham desde uma tuberculose a
um resfriado. Os glânglios mediastinais podem estar envolvidos. Quando não ocorre a
cura espontânea, evolui para a forma generalizada. No qual ocorre por disseminação
pulmonar apresentando sintomas de acordo com o órgão afetado principalmente os
que fazem parte do sistema retículo endotelial como fígado, baço e linfonodos.
<http://www.mycology.adelaide.edu.au/Fungal_Descriptions/Dimorphic_
Pathogens/Histoplasma/>
<http://www.cdc.gov/fungal/diseases/histoplasmosis/>
128
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
Figura 34. Histoplasma ganglionar, gomas e ulcerações no pescoço; A) diagnóstico histopatológico em lâmina
corada pela hematoxilina e eosina com aumento de 400X; B) outra lâmina corada pela técnica de Grocott; C)
o diagnóstico molecular pela demonstração do amplicon em gel de agarose com controle positivo no 200pb,
Tratamento
Transmissão
Diagnóstico
129
UNIDADE V │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
sem necrose caseosa. A imunodifusão em duplo gel de ágar é o teste sorológico mais
fácil e disponível para o diagnóstico imunológico. As formas agudas com sintomas
prolongados, as formas disseminadas e a forma pulmonar crônica requerem tratamento.
A droga de escolha é o itraconazol.
O diagnóstico da histoplasmose tem sido evidenciado classicamente a partir da análise
morfológica microscópica e macroscópica de colônias isoladas; exame histopatológico
de lesão cutaneomucosa ou ganglionar; hemocultivo; punção medular e cultivo
de material de medula óssea, que são positivos em mais de 90% dos casos. Exames
citopatológico do escarro; por meio de testes antigênicos tem apresentado grande valor
nos casos de histoplasmose disseminada, mas apresentam limitação para casos da
infecção localizada.
O fungo é dimórfico, isto é, apresenta fase miceliana na temperatura ambiente e fase
levediforme, quando cultivado em meios ricos a 37º C. Neste último caso, o meio
não deve conter os antibióticos mencionados acima, porque são impedientes da fase
levediforme. No primeiro isolamento, as colônias nunca aparecem antes de 10 dias,
apresentando um micélio, a princípio, branco e sedoso. Conforme vai se tornando mais
velha, a colônia toma uma coloração mais escura, de superfície tanto mais granulosa
quanto mais velha a cultura, aspecto que corresponde à intensa esporulação do fungo.
No exame direto, no material biológico com KOH dificilmente são encontradas por este
método as formas de leveduras. Já que o agente é predominantemente, intracelular,
colorações panóticas são mais indicadas que exame a fresco, tais como Leishmann, May
Grunnwald-Giemsa ou Wright (FERREIRA, 2013). Sua forma filamentosa apresenta
e macroconídios mamilonados ou espiculados hifas hialinas, septadas e ramificadas
(Tabela 6).
No exame histopatológico corado pela H.E permite visualizar as células parasitárias
arredondadas, aparecendo como elementos intracelulares, de parede grossa e citoplasma
retraído. Observa-se uma zona clara entre a parede e o citoplasma, o que simula uma
cápsula. Na temperatura de 37 °C as células leveduriformes são globosas e/ou ovaladas,
podendo se constatar algumas células com brotamente. O diâmetro varia dse 2 a 4 μm
(LACAZ, 2002, p. 596).
Cultura com a fase miceliana, o sangue e aspirado de medula óssea devem ser
inoculados diretamente em meio líquido que contenha substância anticoagulante,
que não seja EDTA.
Diagnóstico diferencial
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DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS │ UNIDADE V
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Referências
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