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Técnicas Transpessoais: Expansão da

Consciência - Hipnose e Regressão

Brasília-DF.
Elaboração

Michele de Oliveira Cruz

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA.............................................................................................................. 11

CAPÍTULO 1
UMA VISÃO TRANSPESSOAL DE CONSCIÊNCIA......................................................................... 11

CAPÍTULO 2
A BUSCA: O ADORMECIMENTO DA CONSCIÊNCIA.................................................................. 18

CAPÍTULO 3
O SER E O SABER: O CONHECIMENTO DE SI MESMO............................................................... 21

CAPÍTULO 4
O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA............................................................................................. 24

CAPÍTULO 5
“EUS” PSICOLÓGICOS............................................................................................................. 27

CAPÍTULO 6
MORTE MÍSTICA...................................................................................................................... 32

CAPÍTULO 7
O DESDOBRAMENTO ASTRAL................................................................................................... 36

CAPÍTULO 8
MEMÓRIA E FALSA MEMÓRIA EQUILÍBRIO ............................................................................... 38

UNIDADE II
HIPNOSE.............................................................................................................................................. 42

CAPÍTULO 1
HIPNOSE TERAPÊUTICA............................................................................................................ 42

CAPÍTULO 2
CONCEITOS BÁSICOS E MITOS SOBRE HIPNOSE ...................................................................... 46
CAPÍTULO 3
ÉTICA NA HIPNOSE.................................................................................................................. 50

CAPÍTULO 4
HIPNOTERAPIA E HIPNOANÁLISE............................................................................................... 57

UNIDADE III
REGRESSÃO......................................................................................................................................... 61

CAPÍTULO 1
CONVERSA PRÉ-REGRESSÃO E PÓS-REGRESSÃO..................................................................... 61

CAPÍTULO 2
CONCEITOS BÁSICOS E MITOS SOBRE REGRESSÃO.................................................................. 68

CAPÍTULO 3
ÉTICA E REGRESSÃO............................................................................................................... 70

CAPÍTULO 4
REGRESSÃO TERAPÊUTICA....................................................................................................... 72

CAPÍTULO 5
ROTEIRO DE REGRESSÃO........................................................................................................ 79

CAPÍTULO 6
REGRESSÃO COM REPRESENTANTE E MEDITAÇÕES COMPLEMENTARES.................................... 89

CAPÍTULO 7
HARMONIA E LIMPEZA ENERGÉTICA......................................................................................... 94

PARA (NÃO) FINALIZAR...................................................................................................................... 96

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 98
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

6
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Durante o curso vamos estudar sobre o conceito de Hipnose, sua técnica,
métodos e abordagens variadas e aprender como pode ser utilizada de forma
ética e assertiva no tratamento de diversas doenças físicas e emocionais.

Para aprofundar nessa técnica antes vamos conhecer a multiplicidade dos conceitos
sobre “Consciência, as diversas formas de manifestações de acordo com vários
pontos de vista de áreas como: Filosofia, neurociência, psicologia, psicanálise
entre outras.

Também serão abordados temas como autoconhecimento, adormecimento da


consciência e seu despertar, dando enfoque ao transcendental. As multiplicidades
do “Eu”, o desdobramento astral, a experiência holística e considerada por muitos
como mística da experiência de “quase morte”, ou seria mesmo o conceito de “Morte
mística” abordado pelo escritor Samael Aun Weor?

Após esse aprofundamento na diversidade de teorias e olhares sobre o “ser


humano”, ou é melhor falar complexamente o “Eu” é que vamos aprofundar os
estudos sobre a técnica Hipnoterapêutica que também tem conceitos que podem
ser vinculados a psicologia e religião durante as sessões de Hipnose.

Ao longo dos estudos notaremos o quanto a Hipnose é aceita e utilizada há


séculos na área médica, além é claro de ter seu uso liberado no Brasil por
Conselhos Federais da Área da Saúde, como: Medicina, Psicologia, Odontologia
e Fisioterapia e Terapia Ocupacional, seguindo critérios específicos.

Falaremos sobre ética, regressão e como utilizar os recursos da hipnose no


tratamento e alívio de sintomas de doenças e transtornos afetivos, como por
exemplo: obesidade, depressão, fobias, enxaqueca, ansiedade, fibromialgia.

Vamos aprender técnicas de auto-hipnose e como fazer aprofundamento e


indução aos clientes resistentes. Prevenção e cuidados nos casos de ab-reação,
conceito e direcionamento prático.

O intuito é que ao final do curso o Hipnoterapeuta perceba que para que a


técnica seja eficaz e assertiva o único responsável é ele mesmo e o quanto se
compromete de forma ética com os clientes e com sua formação e atualização
dos conhecimentos.

8
Este curso apontará caminhos para que você se torne cada vez mais interessado
e consiga buscar conhecimentos adequados e em escolas reconhecidas por
sua competência, além é claro, de prover embasamento teórico e recursos
práticos para aplicar a técnica. No entanto, o tema é de alta complexidade e
exige dedicação constante.

Aproveite nossas sugestões de leitura complementar e não esqueça de se divertir


enquanto estuda!

Objetivos
» Apresentar conceitos psicológicos e transcendentalidade.

» Definir morte mística.

» Apresentar a multiplicidade dos “Eus”.

» Demonstrar fatos e verdades sobre hipnose.

» Introduzir a ética e legalidade da Hipnose.

» Examinar hipnose e Psicologia.

» Ponderar sobre regressão, auto-hipnose, perdão, cura e alívio de


sintomas e doenças.

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EXPANSÃO DA UNIDADE I
CONSCIÊNCIA

CAPÍTULO 1
Uma visão transpessoal de consciência

Para compreendermos a visão transpessoal da consciência, primeiro é importante


compreender o conceito: “consciência”.

Em torno de 1985, Freud escreve diversos textos com estudos teóricos


metapsicológicos com noções e/ou hipóteses sobre esse modelo no intuito de
embasar e fundamentar hipóteses para a psicologia psicanalítica. Era o início
de diversos estudos que deram origem a teoria que mais a frente tornaria a
psicanálise.

Durante os estudos e seus escritos metapsicológicos Freud propôs uma


diferenciação do estudo da “consciência” clássica em que a psicologia na época
estava pautada. Se observarmos o termo “metapsicologia” podemos fazer um
paralelo com a metafísica. De acordo com Laplanche e Pontalis (2004):

A consciência desempenha um papel importante na dinâmica do


conflito (evitação consciente do desagradável, regulação mais
discriminadora do princípio de prazer) e do tratamento (função
e limite da tomada de consciência), mas não pode ser definida
como um dos polos em jogo no conflito defensivo (LAPLANCHE;
PONTALIS. 2004. p. 93)

O que os autores estão falando?


A consciência exerce um papel fundamental na defesa daquilo que nos é
aversivo, porém não é a única responsável por este processo. Quando falamos
de conteúdos conscientes automaticamente todos temos a sensação de ter total
clareza do que se trata, como se o conteúdo que está consciente fosse o que é
lembrado, recordado.

11
UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

De acordo com Laplanche e Pontalis (2004) a consciência está diretamente


relacionada com a percepção e esta se opõe ao pré-consciente e inconsciente.
Para os autores Freud considera a consciência como uma experiência
individual, ou seja, subjetiva e intuitiva.

Uma outra forma de compreender melhor como a consciência atua é pela


vertente do Hipnotista Gerald F. Kein mais conhecido como “Jerry Kein”
(1939 – 2017) foi discípulo de Dave Elman (1900 – 1967) considerado um
dos melhores hipnotistas do mundo na atualidade e fundou um dos Institutos
de Hipnose mais conhecidos e renomados mundialmente OMNI Hypnosis
Training Center.

Em seus estudos Kein uniu conhecimentos adquiridos com Elman e


desenvolveu técnicas eficazes e com poucas limitações que contribuíram
para o processo de trabalho terapêutico em hipnose.

Durante seus estudos desenvolveu um modelo de mente para auxiliar os


hipnoterapeutas a identificarem estágios de transe e que devem atuar com o
cliente.

É importante ter claro que a mente e cérebro são diferentes, sendo o cérebro algo
físico, palpável, material, já a mente é intangível, não palpável é abstrata.

O modelo que os hipnoterapeutas seguem propõe a seguinte configuração:

Figura 1. Modelo da Mente Humana.


 Capacidade de análise
 Raciocínio
Consciente
 Atenção
 Memória de curto prazo
Fator crítico
 Força de vontade

 Emoções
 Medos e fobias
Subconsciente  Hábitos
 Preguiça
 Memória permanente
Sugestões  Autopreservação

Inconsciente

 Sistema nervoso autônomo


 Sistema imunológico

Fonte: Gerald F. Kein.

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EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

Agora que compreendemos o conceito de consciência para a hipnose e


sabemos sobre como ela atua em mente fica mais assertivo entender onde o
hipnoterapeuta deve fazer as sugestões que é para o subconsciente. O foco na
hipnoterapia é em tornar consciente por meio de sugestões ao subconsciente.

E a consciência transcendental?

Para compreender este conceito precisamos estudar sobre a Psicologia Transpessoal.

O psicólogo norte americano que introduziu o pensamento e técnica da Psicologia


Transpessoal foi Abraham Maslow (1908 – 1970) a partir de seus estudos e
observações, cabe lembrar que é considerada uma abordagem psicológica.

Maslow começou a estudar e a questionar as abordagens e métodos mais


tradicionais e conhecidos de técnicas psicológicas e sua funcionalidade
para diversas questões relacionadas a psiquê e as necessidades humanas,
assim como a eficácia do método terapêutico das três abordagens teóricas
consideradas mais fortes dentro do trabalho e recursos terapêuticos de
tratamento no campo do sofrimento mental.

Quais são essas abordagens?

Psicanálise, Psicologia Comportamental e Humanista.

Falaremos brevemente sobre cada uma dessas abordagens:

» Psicanálise foi fundada em 1890 pelo médico neurologista e


psiquiatra Sigmund Freud em que a princípio estudou e tratou com
a técnica da hipnose alguns casos de histeria, porém logo desiste
do método por notar que havia uma resistência (termo este que
mais adiante se tornaria um conceito da psicanálise) dos pacientes
em acessar “determinados” conteúdos. Deste modo, ao observar
que “determinados” conteúdos ficavam inacessíveis ele desenvolve
hipótese da estrutura do aparelho psíquico no qual conhecemos hoje
como: “consciente, pré consciente e inconsciente” e “ego, superego
e id”. O objeto de estudo é o inconsciente. A psicanálise também é
conhecida pela análise e interpretação dos sonhos, chistes e atos
falhos que de acordo com Freud são formas de se ter acesso aos
conteúdos inconscientes.

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UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

A psicanálise também consiste na análise e investigação dos conteúdos


inconscientes e traumas, por meio da escuta clínica em que investiga processos
mentais e de adoecimento psíquico em neuróticos, psicóticos e perversos (termos
também desenvolvidos por Freud). Tem como técnica o método da associação
livre. Em seus estudos Freud desenvolve várias teorias, ainda hoje, extremamente
utilizadas e importantes para a compreensão da mente humana, o comportamento,
estudo e tratamento de psicopatologias.

É importantíssimo ressaltar que a psicanálise não é uma abordagem da psicologia,


mas sim uma técnica independente.

» Psicologia Comportamental: também conhecida como behaviorista


(derivada do termo em inglês behavior) surgiu em 1913 e tem como
seus fundadores John Watson e Edward Thorndike baseia-se na
observação do comportamento e no reforço positivo ou negativo.
Trata-se da concepção de que o comportamento se repete se for
reforçado positivamente com uma recompensa, estímulo positivo,
da mesma forma o comportamento pode extinguir-se com o reforço
negativo, compreendido como uma punição.

Na época esse método foi muito utilizado para tratar traumas e na reabilitação de
ex-soldados de guerras.

É importante falar que a psicologia comportamental com suas pesquisas e


estudos tornou-se uma vertente mais moderna que é a Psicologia Cognitivo -
Comportamental (1950) e esta técnica difere do behaviorismo e é atualmente
utilizada no tratamento e reabilitação de pessoas com transtornos obsessivo
compulsivo, distúrbios alimentares, adicção de todas as formas: álcool,
cigarro e outras drogas, assim como transtornos mentais e compulsivos de
forma geral.

» Psicologia Humanista: essa abordagem surgiu na década de 1950 a


princípio pelo próprio Maslow e por Carl Rogers que mais adiante
irá fundar a Terapia Centrada no Cliente ainda com base humanista,
é claro, mas com a proposta da terapia ser centrada na pessoa.

A psicologia humanista foca nos processos conscientes e na compreensão de que


somos capazes de lidar com as emoções e desenvolver nossas habilidades e nos
realizarmos, foca na nossa capacidade de autorrealização, na felicidade e no bem
estar. Vê o ser humano como alguém capaz de conquistar, realizar e superar.

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EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

Deste modo, Maslow passou a questionar essas teorias que até então eram
conhecidas como os três pilares da Psicologia e reflete em como a psicanálise
foca no inconsciente, nos traumas e o tempo que esse processo terapêutico
pode levar para trazer resultados ao paciente. Notou também que a psicologia
comportamental é extremamente rígida e rigorosa no controle e alteração do
comportamento e como estava voltada apenas a reabilitação dos soldados e por
fim repensou a psicologia humanística na qual embora foque no consciente e
bem estar do cliente ele ainda não a achava completa. Questionava se havia algo
além que o ser humano buscava, algo que pudesse motivar.

Afinal, qual a motivação do ser humano?

Poder? Dinheiro? Saúde? Felicidade?

Seguindo este pensamento, começou a estudar o que é primordial ao ser humano?


O que o motiva?

Deste modo desenvolveu sua teoria da Hierarquia das necessidades, mais


conhecida como a Pirâmide de Maslow.

Figura 2. Pirâmide de Maslow.


moralidade,
criatividade,
espontaneidade
solução de
problemas,
ausência de
preconceito, Realização Pessoal
aceitação dos fatos.
autoestima,
confiança,
conquista, respeito Estima
dos outros, respeito
aos outros.

amizade, família, intimidade


sexual Amor e relacionamento

segurança do corpo, do emprego, de


recursos, da moralidade, da família, da Segurança
saúde, da prosperidade

Respiração, comida, água, sexo, sono,


homeostase, excreção Fisiologia

Fonte: https://cafebatepapoecultura.files.wordpress.com/2017/05/screenshot_2017-05-30-18-57-50-1.png?w=676.

Maslow foi detalhista em suas observações assim desenvolveu sua teoria de


forma clara e objetiva, mais rica em observações.

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UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

O que podemos com a Pirâmide das necessidades?

Vamos lá:

» Na base da pirâmide, constam as necessidades básicas do ser humano:


alimentação, comida, sexo, sono, necessidades fisiológicas.

Para que o indivíduo possa trabalhar, estudar e almejar a segunda base da


pirâmide ele primeiro precisar se alimentar, descansar, cumprir com suas
necessidades básicas. Afinal, como é possível estudar ou trabalhar com
fome? Podemos até conseguir, mais qual a qualidade de concentração de
alguém que está faminto, ou desnutrido?

» Segundo degrau da pirâmide: Segurança, moradia, emprego, família,


saúde.

Como se dedicar ao trabalho, ou a família e almejar mais da vida se


não tiver onde morar? Se não souber onde dormir? Como ficará a
segurança física, sua proteção da violência? Da sua família ou sua
saúde?

» Terceiro andar da pirâmide: se as necessidades fisiológicas estão


cumpridas, há alimentação, descanso, moradia, emprego e saúde o que
mais o ser humano se motiva a conquistar?

Relacionamento sexual, afetivo, família, amizades, comunidade, busca


pelo social. O ser humano é um ser social, portanto, também é uma
necessidade humana.

» Quarto andar da pirâmide: Autoestima. Necessidade de ser reconhecido


positivamente pelo “Outro” e por si mesmo. É a necessidade de
aceitação, mas que também deve ser a aceitação de si mesmo.

» Quinto e último pilar da pirâmide: moralidade, aceitação do que


não se pode mudar, maturidade, espiritualidade, autorrealização,
criatividade, espontaneidade, ausência de julgamento e preconceito,
ausência da necessidade do reconhecimento do outro. Quando todos os
outros pilares são conquistados a motivação é transcender.

Qual parte dessas necessidades compete ao Ego?


Para a Psicologia Transpessoal todas!

Deste modo, Maslow inicia o processo de desenvolvimento da Psicologia


Transpessoal que transcende e assim como ele há vários psicólogos que se
envolvem nesse movimento e contribuem para o desenvolvimento e estudo da
técnica transpessoal que fica conhecida como o Quarto Pilar da Psicologia.

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EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

Só para recordar, os três pilares ou força eram: Psicologia Comportamental e


Humanista e a Psicanálise (lembrando que psicanálise não é uma abordagem da
Psicologia).

Em suma a Psicologia Transpessoal baseia-se no estudo do consciente e de que o


ser humano pode se desenvolver a ponto de transcender sua mente e conectar-se
com o “não palpável” com o que transcendente, ou seja, com “aquilo” que ultrapassa
os conhecimentos científicos, enxerga o ser humano como um ser que vai além do
biológico e mental, integra-o ao espiritual e agrega seus valores morais e crenças
espirituais considerando-os em seu tratamento e não excluindo ou julgando.

De acordo com Arbeláez (2019) apud Wilber (1984) a consciência que temos
no estado de vigília é apenas uma manifestação da consciência que nos traz até
este ponto de partida. Para a Psicologia transpessoal que é a única abordagem
da psicologia que estuda os processos que ultrapassam, ou seja, transcendem os
processos de consciência.

Para o psicólogo e fundador da Psicologia Integral Ken Wilber que é responsável


pelo modelo de espectro de consciência que propõe que há um processo de
desenvolvimento interno que leva a consciência transpessoal. Divide este
processo em três categorias: pré-egóico, egóico e o transegóico. Sendo o estado
transegóico um estado de unicidade do Eu com o todo o que seria a consciência
transpessoal Arbeláez (2019).

É como se a nossa percepção habitual da realidade não passasse de


uma ilha insignificante, cercada por um vasto oceano de consciência,
insuspeitado e desconhecido, cujas ondas batem continuamente
contra os recifes que erigiram nossa percepção cotidiana como
barreiras…até que, espontaneamente, as ondas quebram e inundam
essa ilha com o conhecimento de um novo mundo de consciência, tão
vasto quanto inexplorado, mas intensamente real.( ARBELÁEZ, 2019
apud WILBER, 1984)

Diante de todos esses ensinamentos podemos perceber que a Hipnose não está
“solta” um excelente hipnoterapeuta vai além da técnica de hipnose em si ele estuda
diversas outras áreas e é exatamente o que estamos fazendo.

Uma viagem não somente no conceito de consciência, mas em todo o Universo de


estudos que nos trouxeram até aqui.

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CAPÍTULO 2
A busca: o adormecimento da
consciência

No capítulo anterior aprendemos sobre o conceito de consciência para a


psicanálise, psicologia e o transcender. Compreendemos sua importância
para a hipnose e onde o hipnoterapeuta irá focar as sugestões durante o seu
atendimento que é no subconsciente.

Mas, o que seria o adormecimento da consciência e qual sua influência para a


assertividade da sessão de hipnose?

O adormecimento da consciência nada mais é que o estado de transe hipnótico


que ocorre por meio de indução e relaxamento específico. Para atingir esse
estágio são utilizadas diversas técnicas em hipnose e roteiros no qual estudaremos
detalhadamente nos próximos capítulos.

Sabemos que a hipnose também utiliza recursos da Programação Neurolinguística


(PNL) e ao conduzir o cliente a um estado de transe hipnótico esses recursos são
fundamentais.

É preciso considerar os canais sensoriais, pois é por meio dele que o hipnoterapeuta
induz ao transe utilizando a linguagem que mais faz sentido ao cliente. E este
conhecimento vem da PNL e chama-se de sistemas representacionais, são eles:

» Visual – o que se vê.

» Cinestésico – sensações táteis ou o que se sentem (ainda que


imaginando).

» Digital ou auto fala – conhecido como sistema de rotulagem.

» Olfativo – aromas e cheiros.

» Gustativo – paladar.

E como é identificado o sistema


representacional do cliente?
Para isto é necessário que o hipnoterapeuta fique atento em como o cliente
se expressa. Essas observações devem ser anotadas já na primeira entrevista
que é realizada a anamnese e estabelecido o rapport. Todos esses dados

18
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

influenciarão na forma como o hipnoterapeuta vai se conduzir o processo de


aprofundamento do qual levará o cliente ao transe. Por exemplo:

O cliente ao relatar um caso sobre relacionamento pode referir-se a uma pessoa


como:

» “Doce, amarga, quente, fria”. São características gustativas.

» “Nem escuto, para mim é como se falassem árabe”. São características


auditiva.

» “Sinto cheiro de alegria no ar”, ou “para mim isso é fétido”. São


características olfativa.

» “Quando lembro sinto o toque do tecido na pele”. São características


cinestésica.

» “Acho que não consigo fazer isso”, ou “não me vejo realizando essa
tarefa”. São características digital.

Para tal, é importante sempre lembrar que as palavras são processadas e


elaboradas pela mente, esse processo gera um pensamento e consequentemente
um sentimento que desencadeia uma ação.

A principal ferramenta do profissional em Hipnose é a linguagem verbal,


portanto, falar claramente e confiante é fundamental. A linguagem é o que vai
projetar o transe hipnótico e conduzir todo o processo nas sessões.

As principais características da linguagem hipnótica são:

» Tonalidade: toma baixo e calmo.

» Ritmo: devagar e por vezes prolongadamente.

» Sons Universais: utilizar sorrisos, suspiro e respiração profunda.

Essas três características se complementam e auxiliam na indução do


adormecimento da consciência para que o cliente entre em estado de transe.

Como referencial de padrão de linguagem hipnótica o psiquiatra e especialista


em terapia familiar e hipnose Milton Erickson (1901-1980) é uma referência
para os hipnoterapeutas. Erickson foi pioneiro em estudar e analisar como a
linguagem indireta pode ser benéfica para o tratamento em hipnose. Erickson
notou que há uma resistência nas pessoas em aceitar sugestões diretas e há uma

19
UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

divergência entre o que é dito pelo hipnoterapeuta e o que é imaginado pelo


cliente. Deste modo, pela própria divergência e resistência qualquer sugestão
direta pode fazer com que o estado de transe seja perdido.

Já nos padrões de linguagem indireta proposta por Erickson a linguagem é


estruturada de uma forma que a atenção do cliente é focada para o interno,
fazendo com que ele busque o significado.

Por exemplo, na linguagem direta:

» “Você está se sentindo sonolento”.

Na linguagem indireta:

» “E... talvez, enquanto você se senta, me ouvindo aqui, você pode


começar a notar um agradável sentimento de sonolência”.

Outro fator favorável da linguagem indireta é que ela proporciona liberdade para
interpretar o que é dito e de uma forma que faça sentido.

Por exemplo:

» “Nesse momento você vai para um local que lhe é agradável e lhe traz
a sensação de segurança e relaxamento”.

Utilizando a linguagem hipnótica proposta por Erickson o adormecimento da


consciência torna-se mais eficaz.

Para saber mais sobre a técnica Ericksoniana leia o livro “Cura em


Hipnose” - Milton Erickson.

20
CAPÍTULO 3
O ser e o saber: o conhecimento de si
mesmo

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os Deuses e o Universo”


Templo de Apolo – Delfos [?]

Quantas vezes você já ouviu essa frase, ou se recordou dela em algum momento de
indecisão ou dificuldade?

Esse aforismo está escrito na entrada do Templo de Apolo e ficou mundialmente


conhecido após o filósofo grego Sócrates (399 a.C) pronunciá-la. Há quem
atribua a ele essa frase, mas não há dados históricos que confirmem. O termo é
originalmente grego e foi traduzido para o latim e do latim para o português.

A multiplicidade de interpretações levanta diversas questões sobre o


autoconhecimento. A importância do autoconhecer-se e assim saber de seus
limites, também é um caminho a pensar.

Assim como, por meio do autoconhecimento é possível elevar-se


metafisicamente e entrar em contato com a essência Universal Divina,
acessar o “Deus” que habita dentro de si, ou para o Universo cósmico
energético, pois nem todos creem em Deuses e Deusas.

Há também de se refletir sobre como o autoconhecimento é libertador e provoca


mudanças na forma como enxergamos o mundo e consequentemente atuamos
nele e nas relações que nos cercam.

Há diversas interpretações para ela e todas nos levam a reflexão sobre a


importância de olhar para o interior e reconectar-se consigo mesmo. O
autoconhecimento é a resposta para todas as questões que permeiam nosso
subconsciente.

Nesse momento, sugiro que faça um pausa, feche os olhos delicadamente e respire
profunda e vagarosamente.

Reflita:

Quais sentimentos essa frase lhe provoca. Quais imagens ou lembranças vieram em
sua mente?

21
UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

Com base nessa reflexão e nesses sentimentos peço que anotem e utilizem
essa “descoberta” em um auto aprofundamento que irei ensinar na Unidade
III. Vamos dar início as descobertas que podem transformar sua vida!

A busca pelo autoconhecimento é um tema que permeia a humanidade e tem


sido objeto de estudo da filosofia e de outras áreas há séculos. Sua importância
remete ao poder pessoal. Pode ser encarado como um projeto ético e de grande
contribuição social.

O “Ser” nem sempre significa estar no mundo e ocupar um local de destaque


dentro das relações afetivas, sociais ou profissionais. Ser também não é sinônimo
de estar “vivo”, estar em alerta. Por muitas vezes “Ser” significa apenas “existir”
ou “coexistir”, há linhas teóricas filosóficas que afirmam que não “somos”, mas
“estamos” pois, “ser” implica em um estado imutável. Deste modo, quando digo:
“E sou” eu afirmo e permaneço nessa posição, meu subconsciente capta a ideia e
assume este papel.

No caso de “estar”, ou seja, quando digo “eu estou” afirmo algo com a
possibilidade de mudança, é reversível. Portanto, ser e estar são estados
diferentes.

O ser humano é dotado de alta capacidade de se adaptar e mudar se está se


sentindo triste, saiba que este é apenas um estado. Ninguém é triste. Portanto,
não afirme “sou triste”, diga “estou triste”.

Tudo que é afirmado e repetido torna-se um padrão mental e assim tende-se a


repetir.

Falamos de Ser e Estar e suas diferenças, mas quando falamos de


autoconhecimento fala-se do “Ser” no sentido amplo, completo, do que se é
quando pessoa, do “Ser” biopsicossocial e espiritual da visão do “Ser” como um
todo.

Ah! Mas, como o “Saber” me ajuda no processo de autoconhecimento?

Quando nos propomos a olhar para dentro e iniciar o caminho do


autoconhecimento há um gatilho na mente que é acionado e, é o gatilho da
busca pelo conhecimento. Não qualquer conhecimento, não apenas o “Saber”
científico tradicional, mas o transcendental.

Recorda-se sobre a consciência transcendental?

Quando o Ego – transcende? É quando o “Ser” desperta e entra em contato


com o todo, o Cosmo, com “aquilo” que ainda não é nomeável pela ciência

22
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

convencional, mas que pode ser sentido e ainda que faltem as palavras para
descrever não há dúvidas de sua existência.

Como o psicólogo Wilber (1984) descreve poeticamente sobre a consciência


antes de transcender, sendo algo próximo a uma realidade limitada, por estar
condicionado a olhar apenas o que está em nossa volta e, é a resistência que
gera essa limitação do olhar como se tivesse um véu que deturpa a realidade em
volta, mas que ao transpor essas barreiras, o véu se dissipa e é possível olhar
além do horizonte e notar um novo mundo repleto de novidades, conhecimento
e uma infinidade de possibilidades, todas elas reais e atingíveis.

Então... qual o caminho para o autoconhecimento?

Existem inúmeras possibilidades que podem ser utilizadas individual ou


conjuntamente, entre tanto a psicoterapia e/ou análise sempre devem estar
inclusas em conjunto com outras técnicas. É uma forma assertiva de alcançar
a autodescoberta e libertar-se de padrões e estereótipos que são impostas pelo
mundo externo, família, sociedade, cultura.

Uma das formas é conhecer suas características psicológicas, e o funcionamento


da psiquê (consciente, subconsciente e inconsciente) para que durante o
processo possa caminhar no despertar da consciência e transcendê-la. O
ego e suas ramificações, assim como as neuroses familiares influenciam a
autoimagem e consequentemente o comportamento. A conscientização da
importância do autoconhecimento e como influência na qualidade de vida
e de todas as relações interpessoais. A compreensão da importância de ter
planos e projetos pessoais, materiais e espirituais.

A meditação, hipnose, yoga, artes marciais, Reiki, Ho’Oponopono são


conhecimentos universais que podem ser aplicados como ferramenta de
autodescobrimento e podem ser aprendidos por quem redescobre seu
autoconhecimento e assim, retoma seu poder pessoal.

Quando falo em poder pessoal, me refiro a descoberta e liberação de todo o


potencial humano e espiritual que há em você e que no momento encontra-se
apenas adormecido.

Basta despertar para acessar esse conteúdo repleto de belezas que podem
ser compartilhados com o mundo e utilizados em benefício da humanidade.
Acredite em você!

23
CAPÍTULO 4
O despertar da consciência

Ao estudar sobre a importância do autoconhecimento, notamos que a psicoterapia


e a análise são partes fundamentais deste processo de autoconhecimento e
consequentemente despertar da consciência.

Neste capítulo, vamos abordar o “despertar da consciência”, ou seja, a clareza do


“Ser” do “Eu”, do transcender.

Para tanto, precisamos estudar a melhor o conceito de “Consciência”.

De acordo com o dicionário de psicologia Larousse do Brasil (s/d) em que fica


claro os diversos conceitos sobre consciência entre ele a concepção moral que
implica em julgamento de valores, de acordo com J. Delay apud Larousse Cultural
(s/d) em que explica:

A consciência é sinônimo de vigilância, existe um feixe concordante


de dados, graças ao qual é possível a descrição de sete níveis
diferentes entre a consciência e a inconsciência. O mais elevado
corresponde as emoções fortes, onde a vigilância é excessiva,
enquanto o nível mais baixo está representado pelo coma, no qual
as excitações sensoriais não provocam senão reações motoras
muito fracas. Entre esses dois extremos, situam-se a vigilância
atenta, a vigilância distendida, a sonolência ou o adormecimento, o
sono leve (com seus sonhos) e o sono profundo. O que se costuma
habitualmente denominar consciência se limita aos níveis que
precedem o adormecimento. Entretanto, a consciência não é
abolida mesmo além desses limites (o sonho e a recordação do
sonho, a mãe que permanece sensível ao apelo são exemplos disso);
o que se dá, então, é que o pensamento se fixa nas pulsões e na
afetividade. Embora a consciência não possua estrutura própria
e sede localizada, os estados de consciência não deixam de estar
intimamente relacionados com o estado e a atividade dos centros
cerebrais” (LAROUSSE CULTURAL, s/d).

O que o autor está dizendo?


Que a consciência tem diversos estágios, mas que em si é sinônimo de
despertar, de clareza é um estado de sentinela no qual está sempre atento

24
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

e cuidando. Em seu estágio mais elevado corresponde as emoções, a essas


percepções, pois ao sentir as emoções há sempre uma reação física que
a acompanha e consequentemente uma reação comportamental. Esse é o
estágio mais alto, mais desperto.

Em seu estágio mais baixo, em que sua vigilância está menos ativa,
corresponde ao estado de coma, ou seja, basicamente não há nenhuma
interação ou reação ao mundo exterior, apenas reações motoras quase
imperceptíveis, notadas pela atividade cerebral.

Ao entrar no estágio do sono há um rebaixamento da consciência, ou seja,


este estágio de vigilância é anterior ao adormecimento. No entanto, conforme
explicitado na citação os pensamentos são fixados na afetividade, portanto,
há um rebaixamento, mas a consciência não é extinguida.

Figura 3. Fases do sono.

Fonte: https://pbs.twimg.com/media/DU5oLj7XUAAvcms.jpg.

Outra forma de interpretar a consciência é compreendendo que ela é a


“consciência de si próprio”, o discernimento de ser quem se é, a consciência
que cada indivíduo tem de sua própria existência.

Ainda do ponto de vista do Larousse Cultural a consciência organiza e armazena os


dados da memória e dos sentidos que localiza o sujeito no tempo e espaço e esta só
existe enquanto função organizada e é relacionada ao cérebro, sem exterior ou interior
havendo apenas a “consciência em algo” formando uma ponte entre o sujeito e sua
percepção do mundo.

25
UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

“Longe de ser pessoal, a consciência é centro de universo”


M. Merleau-Ponty apud Larousse Cultural (s/d) p. 82.

Seria então a consciência o centro do Universo do “Eu”? De si mesmo? O centro


do universo do autoconhecimento?

Como notamos a definição de consciência emprega vários conceitos, há


estudos recentes na área de Neurociências que afirmam que a consciência
não está no cérebro, outros compreendem-na como uma qualidade da mente,
capacidade de percepção do outro, subjetividade, autoconhecimento.

Essa variável de interpretações ocorre porque a consciência também foi tema


de estudo na área religiosa, muitas vezes atribuindo o valor de julgamento
moral e espiritual. O tema é amplo e ainda é estudado pela psicologia,
neurologia, filosofia e ciências cognitivas.

Pesquise mais sobre esse tema e aprofunde seus conhecimentos. Isso vai
ajudá-lo durante os atendimentos.

26
CAPÍTULO 5
“Eus” psicológicos

Como podem notar estamos estudando sobre vários pontos de vista


científicos as definições que permeiam a mente e o comportamento humano.
Todo este percurso é suma importância para o preparo de um profissional
Hipnoterapeuta ético e qualificado, pois uma vez que não há pré-requisitos
educacionais e de experiência mínima para que o interessado ingresse em um
curso de hipnose e torne-se um hipnoterapeuta precisamos tomar reforçar a
importância de conhecer afundo o Universo que permeia a mente, psiquê e o
cérebro humano.

A partir de agora daremos continuidade aos estudos compreendendo melhor os


diversos perfis de “Eus”.

Como a psicologia compreende o “Eu”?

Para a psicologia de acordo com o Larousse do Brasil (s/d) o “Eu” pode ser
definido como indivíduo consciente, definido e afirmado e desenvolve-se com
o passar dos anos.

Esse desenvolvimento inicia-se no final dos 3 primeiros meses de vida em


que o bebê ao utilizar começar a explorar o mundo exterior com suas mãos ele
percebe assim que há um ‘eu” e o meio, passa a notar uma distinção em que na
fase do desmame tornar-se-á mais evidente. Outro exemplo, a Psicologia nos
remete é que o bebê (em torno de 24 meses) ao olhar-se no espelho sorri e não
percebe que se trata dele mesmo. No entanto, é a partir dos três anos de idade
que ele passa a utilizar “eu ou mim” para afirmar sua própria personalidade,
dando-se conta do “Eu” que existe.

Cabe ressaltar que o “Eu” e a consciência de si, continuam em desenvolvimento


e aprimorando-se ao longo dos anos, o tempo e esse desenvolvimento
depende de diversos fatores, como o meio sociocultural em que está inserido,
afetividade e sua maturação cognitiva.

Para a Psicologia Analítica fundada pelo conhecido psicólogo Carl Gustav Jung, no
qual falamos no primeiro capítulo, há diversos perfis de “Eu” chama-os de “Self”.

E como o “Self” é desenvolvido ou torna-se “Self”?

27
UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

De acordo com Raffaelli (2002):

Na conceituação junguiana, o eu posso ser entendido como


um repositório de imagens que se agrupam por significado,
oriundas tanto da percepção quanto da memória, formando um
complexo de ideias e sentimentos que conferem uma unidade
e identidade pragmáticas ao self, em especial nas relações
sociais. Mas essa unidade é composta de imagens cambiantes
que não possuem realidade em si, o que equivale a dizer que o
eu é uma solução de compromisso entre as imagens prevalentes
(sensoriais ou mnemônicas) num determinado momento.
(RAFFAELLI, 2002, p. 25)

O que o autor está dizendo?


O autor explica que o “Eu” é compreendido como um conjunto de imagens,
estas adquiridas por vivências e experiências sociais, sensações e memórias
que formam uma “ideia, uma concepção complexa, subjetiva e carregada de
idiossincrasias ocasionando na configuração do self. Todavia, essa unidade que
é composta por imagens mutáveis, alternantes que não possuem uma realidade
em si.

Portanto, sendo o “eu” uma junção entre a solução de compromisso entre uma
imagem sensorial e da memória não estático, ou seja, mutável.

Se o eu é mutável e é uma combinação entre a memória (traços mnêmicos) e a


percepção sensorial, podemos falar que somos múltiplos. Que em um “Eu” há
vários “eus”. Estamos falando dos papéis que exercemos na sociedade?

Os múltiplos “Eus” que precisamos ser de acordo com as vivências, o que


aprendemos, superamos, retomamos, insistimos em ser e agir?

Mas, isto também é uma construção social, afinal, há apelos familiares, no meio
sociocultural, mídias entre tantas outras questões no qual de tempos em tempos nos
ajustamos, readaptamos ou simplesmente almejamos nos tornar.

Nossas escolhas certamente são provenientes destes “Eus” que somos e por vezes
escolhemos ser.

Rose (2001) apud (GERGEN; GERGEN, 1988, p. 35) esclarece:

A “multiplicidade” do eu é, aqui, compreendida como uma


consequência da proposição de que “o indivíduo aloja a capacidade

28
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

para uma multiplicidade de formas narrativas” e domina uma


gama de meios de se tornar inteligível por meio de narrativas, de
acordo com as exigências feitas na negociação da vida social – por
exemplo, de que a pessoa se faça inteligível como uma identidade
duradoura, integral, coerente. (ROSE, 2001, p.10)

O autor ainda ressalta que embora a narrativa seja feita por um só “Eu” o
indivíduo, essa escolha não é isolada, pois há uma troca intersocial com
recompensas reflexos dessa própria interação com o outro. Há um reforço
positivo desse comportamento que compete a todos.

Retomando do ponto de vista da psicologia analítica para Ramos (2002) segue sua
definição de self como:

É o núcleo não só do inconsciente, mas, também, de toda a psique.


- É o arquétipo que leva o homem à busca pelo conhecimento de
si mesmo, pelo autoconhecimento, pela integração com os demais
homens, pela vivência espiritual, pela integração com Deus.
(RAMOS, 2002, p. 127).

De acordo com o autor podemos notar que Jung integra o conceito de Self ao
transcendental, integra ao espiritual e remete também a Deus. Nomeia essa
busca como processo de individuação, uma busca pela unificação e totalidade
psíquica integrando consciente e inconsciente.

De acordo com Ramos (2002), há os aspectos positivos e negativos do self, sendo eles:

» Negativo – o sujeito vive sem integrar o “Self” ao “eu” de forma


consciente e torna-se alvo de manipuladores e doutrinadores, como no
caso de alguns líderes religiosos fanáticos que impõem suas “verdades”.

» Positivo – o sentimento de totalidade psíquica que integra a


natureza, o homem e Deus traz como consequência o sentido da
vida e da morte.

Segundo os estudos de Ramos (2002), Jung define tipos psicológicos nos quais
definem alguns padrões. São eles:

Para melhor compreensão antes é necessário saber que Jung se refere ao


Libido como energia psíquica e a libido flui em dois sentidos extroversão
ou introversão, sendo que estes dois sentidos estão presentes em todas as
pessoas de forma complementar e opostas, uma com orientação consciente

29
UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

e outra com uma orientação inconsciente. Deste modo, se seu consciente é


introvertido, seu consciente é extrovertido.

» Extroversão: de dentro para fora da psique. O sujeito tende a se


orientar por fatores objetivos, externos.

» Introversão: de fora para dentro da psique o indivíduo tende a se


orientar por fatores subjetivos, internos.

Ramos (2002, p.137) apud Jung (1991) também esclarece que além da libido
que flui em dois sentidos (extrovertido e introvertido) há também funções
psíquicas: pensamento, sentimento, percepção e intuição.

Sendo:

» Pensamento: é a razão. Julga, classifica, discrimina uma coisa da outra.


Esclarece o que significam os objetos.

» Sentimento: é a lógica da emoção. Assim como o pensamento faz os


julgamentos, se nos agrada ou não. Faz a avaliação dos objetos e decide
o valor que estes têm para nós, mas seguindo as emoções.

» Percepção: relaciona-se aos mecanismos sensoriais da psique. Constata


a presença das coisas que nos cercam.

» Intuição: a intuição “vê” a natureza “oculta” das pessoas, dos objetos e


dos fatos. É via inconsciente.

Assim como a libido, as funções psíquicas também se complementam e se opõem.


O pensamento que é oposto ao sentimento e a percepção que se opõe a intuição.

Segue abaixo o quadro: com os padrões de tipos psicológicos estabelecidos por


Jung (1991).

Quadro 1. Diagrama – Tipos Psicológicos.

Tipo Extrovertido
1 função
o
2 e 3o funções:
o
4o função
Extrovertida 2o: Extrovertida- Consciente 3o: Introvertida- Introvertida
Inconsciente
Consciente Inconsciente
Pensamento Percepção ou intuição Sentimento
Sentimento Pensamento ou sentimento Pensamento
Percepção Percepção ou intuição Percepção
Intuição Pensamento ou sentimento Intuição
Ramos (2002).

30
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

Quadro 2. Diagrama – Tipos Psicológicos.

Tipo Introvertido
1o função 2o e 3o funções: 4o função
Introvertida 2o: Introvertida - Consciente 3o: Extrovertida Extrovertida
-Inconsciente
Consciente Inconsciente
Pensamento Percepção ou intuição Sentimento
Sentimento Pensamento ou sentimento Pensamento
Percepção Percepção ou intuição Percepção
Intuição Pensamento ou sentimento Intuição
Fonte: Ramos (2002).

Para cada tipo psicológico há uma forma de se manifestar no mundo, agir,


interagir, coexistir e experienciar a vida. Cada perfil corresponde há uma
série de padrões emocionais e comportamentais.

Somos múltiplos e nessa multiplicidade há muita beleza e oportunidades de


crescimento com a troca e com a diversidade que nos habita. Para tanto, é
necessário estarmos atentos e em especial não julgar o “outro” jamais.

Um profissional ético e qualificado é imparcial, não julga e leva para seu


consultório a laicidade que é quando trabalhamos com a religiosidade que é
inerente ao outro, quando este fato está interiorizado no cliente e faz parte
do cotidiano dele, a fim de trabalharmos os conteúdos que o influenciam, no
entanto, o consultório é laico, não deve envolver a religião ou falta dela por
parte do hipnoterapeuta.

Em suma, o respeito a subjetividade do outro é fundamental e primordial


para os atendimentos, não interessando jamais os valores morais e religiosos
do profissional que o atende.

31
CAPÍTULO 6
Morte mística

O tema morte já foi um tabu na sociedade, entretanto na era pós-moderna não


o é mais. Há muitos estudos científicos, espirituais e holísticos que abordam o
tema. Para algumas religiões como o Espiritismo a morte é o estado natural do
espírito e não a vida, sendo esta última uma concisão temporária e compreendida
como uma oportunidade de aprendizado e elevação espiritual.

Para a medicina a “morte” não é um momento e sim um processo. Para alguém


ser considerado morto é necessário que exista uma parada cardíaca, ou seja,
quando o coração perde a capacidade de bombear sangue para o corpo, ou
aconteça a morte encefálica, mais conhecida como morte cerebral.

Há diversos relatos e estudos com pessoas que passaram pela experiência de


quase morte conhecida como EQM.

Mas, o que ocorre com a consciência nesses casos?

Essa experiência pode de fato levar a consciência a um estado transcendental?

Para a área científica a EQM é considerada um estado de consciência alterado


em que há valores e sentimentos subjetivos atrelados a ela. Há uma tendência de
acordo com os relatos e pesquisas que a experiência de EQM está mais voltada
para um estado transcendental de consciência do que uma atividade cerebral, já
que a própria definição de EQM inclui o fato de haver uma ausência de atividade
cerebral e cardíaca por alguns minutos.

De acordo com Fenwick (2013) apud Moody (1975) após publicar seu livro “Life
after Life” no qual descreve a EQM e torna pública sua experiência fica marcando
as características subjetivas e o quanto elas determinam esta experiência como
uma expansão da consciência transcendental. Em contrapartida os médicos
rebatiam o argumento de Moody com a informação de que sua vivência foi
provocada por alterações químicas no cérebro.

Ainda nesse mesmo estudo de Fenwick (2013) ele esclarece que os pesquisadores
Noyes e Slymen, ao tentarem fazer uma análise estatística nos fenômenos de
EQM, encontraram três fenômenos implícitos: aceleração dos pensamentos,
hipervigilância, visão e audição mais aguçadas, despersonalização com perda
da emoção e alteração na passagem do tempo, ao mesmo tempo de ter a sensação

32
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

do self separado ou desprendido do corpo, com sensação de estranhamento


ou irrealidade. Os pesquisadores, afirma que ¼ dos sujeitos encontraram
também um fator “místico”, incluindo sentimento de compreensão ampliada,
senso de harmonia e união, sentimento de contentamento e revelação.

Esses fatores místicos de harmonia, sentimentos de compreensão e união,


geralmente são relatados pela maioria das pessoas que vivenciam a EQM é
como se a morte fosse um alívio e não algo se temer.

Segundo Fenwick (2013) apud o psicólogo da Universidade de Connecticut


Kenneth Ring, no qual foi um dos primeiros pesquisadores a fazer uma
pesquisa científica sobre a EQM.

Nesta experiência ele enumerou algumas características no qual chamou de


núcleo das “EQMs”, são elas:

» sentimento de paz;

» experiência fora do corpo;

» entrar na escuridão;

» visão da luz;

» entrar na luz.

Em seu trabalho foi desenvolvido uma escala com diversos tópicos e dos mais
variados atribuindo valores (pesos) para cada uma delas para que fossem
pontuadas, assim quanto mais alto a pontuação mais profunda a experiência.

As cinco características acima são as mais vivenciadas pelas pessoas que tiveram
uma experiência de quase morte.

Pensando nos fenômenos de EQM o pesquisador Fenwick (2013) apud Greyson


(1983) aplicou o método-padrão de análise fatorial à metade dos seus dados
e depois testou os dados ponderados na segunda metade e desenvolveu a
escala Greyson tornando-se um valioso instrumento avaliação e aplicação para
pesquisadores que tem o intuito de estudar e avaliar os fenômenos das EQMs.

Os fenômenos são:

» calma;

» ausência de dor;

33
UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

» experiência fora do corpo;

» viajar por um túnel em direção à luz;

» encontrar “seres” espirituais;

» encontrar parentes falecidos;

» paisagem bucólica;

» visão retrospectiva da vida;

» reconhecimento de uma barreira ou limite para além do qual não se


pode ir;

» volta abrupta ao corpo.

Conforme podemos analisar as características dos fenômenos de EQMs são


afetivas, paranormais, transcendentais e cognitivas.

Cabe ressaltar que essa pesquisa foi realizada com pessoas da população
Ocidental e isto reflete nos resultados, pois a cultura com relação a morte
Ocidental difere da Orientação em termos de concepção e aceitação tanto
da vida quanto da morte. Mais uma vez, podemos observar o quanto o meio
influencia nossos costumes e vida. O quando a subjetividade de cada pessoa
e cultura deve ser compreendida e respeitada, pois influencia diretamente na
forma como se posiciona no mundo e contribui com o social.

De um outro ponto de vista sobre a morte mística há a visão da Gnose.

Mas, o que é Gnose?


A palavra gnosticismo é originária do grego “gnostikismós” em que “gnosis” quer
dizer conhecimento e “gnostikos” significa “aquele que tem o conhecimento”.

A Gnose pode ser descrita como a filosofia do ocultismo um conhecimento


compreendido por muitos como esotérico sobre a “verdade” espiritual. Nos
primeiros séculos do cristianismo a Gnose era considerada pela igreja católica
como herética.

Reune elementos da filosofia, espiritualidade, misticismo e busca a


transcendência espiritual. A prática busca elevar o estado da consciência,
ou seja, o estado mental de forma que permita contato com o mundo/plano
espiritual, ou plano astral como conhecido por muitos.

Para os gnósticos esse estado transcendental é atingido pela meditação, privação


de sentidos, transe ou métodos de hiperexcitação. O estado de Gnose pode ser
utilizado para realizar reflexões filosóficas, ou rituais mágicos e religiosos.

34
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

Percebem que a Consciência transcendental surge mais uma vez em nosso estudo?

Como a Consciência, o Eu e a Espiritualidade são marcantes no decorrer desse


processo?

Fiquem atentos, pois não é uma coincidência, o estudo da mente e todas as


possibilidades de explorá-la nos proporciona dados sobre a nossa multiplicidade
de existência. Há muito mais o que descobrir.

Weor (1987) descreve a morte mística como a morte da consciência julgadora,


da consciência crítica e moral, da consciência que prende ao racional e as
percepções da matéria. Em seu poema intitulado “A Consciência” ele diz:

Consciência que dorme...

Que diferente serias se despertasses...

Conhecerias as sete sendas da felicidade,

brilharia por todas as partes a luz do teu amor,

se regozijariam as aves no mistério de teus bosques,

resplandeceria a luz do espírito e alegres,

os elementais cantariam para ti versos em coro. (WEOR, 1987, p.118)

Weor refere-se ao adormecimento da consciência como um impedimento à


transcendentalidade do “Eu”.

Somente quando ocorre a morte da pluralidade do “Eu” é possível atingir o plano


astral, a unificação com o todo com o espiritual.

A morte mística trata-se da morte dos 49 níveis do subconsciente propostos


pelo autor. Da libertação das travas inconscientes, subconscientes e da
consciência da forma materialista na qual estamos submetidos pelos padrões
impostos pelos valores, religiosos e socioculturais.

Se você se interessou pelo assunto leia a sugestão de Leitura Complementar.

Livro - A Revolução da dialética. Samael Aun Weor. Obra Póstuma -1987


Editora Gnose. Disponível em: https://gnosislivros.files.wordpress.com/2009/09/
a-revolucao-da-dialetica5.pdf.

35
CAPÍTULO 7
O desdobramento astral

No capítulo anterior, aprendemos que pessoas que tiveram a experiência de


quase morte EQM evidenciaram o fenômeno de “desdobramento astral” que
também é conhecido como a sensação de estar fora do corpo.

Já aprendemos que por intermédio da expansão da consciência, com a morte


mística dos “Eus” é possível atingir o que os Gnósticos, Hindus, Budistas e
espiritualistas chamam de Unificação com o Universo, Divino, Deus, ou
simplesmente a Iluminação, ou o estado de Nirvana.

A prática da meditação em conjunto com a psicoterapia e ou análise


(tratamento psicanalítico) combinado com yoga e outras terapias holísticas
facilitam esse processo. Um dos fatos interessantes é para quem possui hábitos
espiritualistas vinculados às práticas de religiões orientais como o Budismo e
o Hinduísmo é notado que esse estado de desdobramento astral é vivenciado
com mais frequência. Isto ocorre, porque a cultura da prática de meditação e
bem estar no Oriente é milenar e um hábito ensinado a população (de forma
geral) desde a infância.

Segundo Arbeláez (2019) para a Psicologia Integral o atingimento do Nirvana


ou o “desdobramento astral” de acordo com o modelo evolutivo hierárquico
de Wilber (1984) ocorre da seguinte forma:

Esse modelo está em três categorias:

Figura 4. Modelo Consciência Transpessoal.


Pré-Egóico
Instintos e Egóico Transegóico
processos
somáticos

1. Sensório físico 1. A mente regra O nível psíquico é a


junção do pessoal com
2. Fantasmático 2. Reflexivo formal a visão lógica.
emocional 3. Visão lógica Aumento do nível da
3. Mente percepção e
representacional capacidade da mente
É alcançado após
ultrapassar o nível pré
Impulsos de ordem egóico, ou seja ao
emocional e transcender o próprio Nível intermediário de
sexual baseados ponto de vista, desenvolvimento espiritual.
em percepções atingindo um superior. Deus pessoal
simples e em
emoções.
Nível Causal- Estado do Eu sem
forma. Atinge-se uma
consciência de Unidade, sem
fronteiras ou barreiras.

Fonte: Wilber (1984).

36
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

Ao realizar o desdobramento Astral é possível o contato do “Eu” com novas


realidades. Independente se há um pensamento religioso (vinculado a religião
e dogmas) por trás dessa tentativa de romper as barreiras do egocentrismo ou
simplesmente da visão compactada do potencial do “eu” há sempre um relato em
que há contato com a espiritualidade envolvida nas experiências de quem consegue
transcender. Uma sensação de preenchimento integral do ser, de completude,
onde não há vazio ou falta.

As experiencias são individuais e, portanto, subjetivas, entretanto nas


narrativas a sensação de alegria, paz e equilíbrio sempre aparecem nos
discursos de quem vivenciou ou vivência essa experiência.

E você, o que acha de começar a praticar meditação, fazer psicoterapia,


autohipnose, todas essas práticas juntas, ou simplesmente começar focar mais
na sua saúde mental e busca pelo “Eu” superior.

Conforme aprendemos esse caminho é possível e o potencial para transcender está


acessível dentro de você.

Comece por dentro! Dentro de você!

Conheça mais sobre Carl Gustav Jung nessa entrevista – 1957. Disponível em: //
sociedadeinteramericanadehipnose.com/codigo-de-etica/.

37
CAPÍTULO 8
Memória e falsa memória equilíbrio

O si-mesmo pode certamente tornar-se um conteúdo simbólico


da consciência, mas é também, sem dúvida, transcendental como
grandeza inevitavelmente superior à consciência. (RAFFAELLI,
2012, p. 27 apud JUNG, 1982:161; IX, 264).

Iniciamos esse capítulo com a citação de Jung sobre o simbólico da consciência


e a construção de memórias e ideias. Ao falar sobre a transcendentalidade da
consciência e de si mesmo, do “self”, daquilo que compreendemos ser o Eu. É
superável.

Pergunto, o quanto lembramos de nossas experiências que de fato é real?

Ao pensar em um acontecimento que marcou sua vida de forma emocionante


e significativa, essa sequência de eventos que surge em sua mente e aciona sua
memória, saberia diferenciar o que realmente aconteceu versus o quanto de fato
esta memória está distorcida e mergulhada em emoções?

É preciso deixar claro que as falsas memórias não são mentiras elaboradas.
Elas não acontecem dessa forma.

Segundo (ALVES; LOPES, 2007) apud Sternberg (2000, p.204) memória pode ser
definida como:

O meio pelo qual você recorre às suas experiências passadas


a fim de usar essas informações no presente; refere-se a um
processo de mecanismos dinâmicos associados à retenção e
recuperação da informação. (ALVES; LOPES, 2007, p.2)

Agora que compreendemos uma definição de memória, sabemos da sua


importância para preservar as relações e o conceito de si e de todas as
experiências de vida.

Os eventos distorcidos, ou situações não presenciadas, até mesmo lugares não


visitados podem ser classificadas como falsas memórias.

Segundo ALVES; LOPES, 2007 apud Reyna e Lloyd (1997) as falsas memórias
vão além da experiência direta e que incluem interpretações ou inferências ou,
até mesmo, contradizem a própria experiência. São elaboradas pela união de

38
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

lembranças verdadeiras e de sugestões vindas de outras pessoas, sendo que


durante este processo, a pessoa fica suscetível a esquecer a fonte da informação
ou elas se originariam quando se é interrogado de maneira evocativa. (ALVES;
LOPES, 2007 apud LOFTUS, 2005) .

As falsas memórias podem ser produzidas de forma espontânea resultado do


processo de compreensão da experiência que o indivíduo teve. Também podem
ocorrer de forma sugestiva, o indivíduo é influenciado de forma indireta
propositalmente ou não pela experiência de outra pessoa. Essa realidade é
absorvida por ele como se fosse real.

É comum isto ocorrer nos casos de alienação parental em que a criança fica
exposta a valores, queixas, histórias e experiências de um dos cuidadores ou
(progenitores). Deste modo, a criança capta o que escuta como uma verdade e
desenvolve uma falsa memória.

Ocasionada também pela emoção e sentimentos que introjeta ao escutar a fala


externa do outro, ou seja, é uma falsa memória proveniente de sugestão.

É importante saber que as falsas memórias nem sempre são prejudiciais.


Entretanto, no exemplo quando se trata de alienação parental acarreta
sofrimento e, é importante para o sujeito discernir o que é real do que é falso,
pois as memórias fazem parte da história individual de cada um.

De acordo os estudos de Alves e Lopes (2007) há três linhas teóricas que estudam
a fundo o fenômeno das falsas memórias. São elas:

» Construtivismo – compreendem que os sujeitos recordam do


significado do evento e não do fato em si. Podendo ocasionar em falsas
memórias ou informações distorcidas. Os eventos experimentados
e interpretados conforme sua vivência e integrados ao sistema
individual significativo do sujeito. Deste modo, o conteúdo da
informação é alterado na memória.

» Monitoramento da fonte – os autores Johnson, Hashtroudi e


Lindsay buscaram algumas respostas nas quais não encontraram na
teoria do construtivismo. Não lhes fazia sentido que a construção
dos fatos por si só gerava distorções na memória.

O fato da memória e das experiências estarem interligadas pela sugestões


externas também não fazia total sentido. Para os autores há possibilidades de o
evento estar intacto e armazenado de forma separada a interferências externas.

39
UNIDADE I │ EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA

Para Johnson e cols (1993) apud Alves e Lopes (2007) “a tarefa primeira para
alguém relembrar um evento é o monitoramento da fonte, ou seja, de onde
veio determinada informação. Este é, portanto, um conjunto de processos
cognitivos envolvidos na atribuição sobre a origem das experiências mentais,
ou seja, discriminar se uma informação provém de sonhos, experiências reais
ou imaginadas” (JOHNSON; Cols., 1993; JOHNSON; MITCHELL, 2002;
MITCHELL; JOHNSON; MATHER, 2003) apud Alves e Lopes (2007, p.3).

Há três formas de monitoramento da fonte, sendo: o interno-externo da


realidade, o externo da fonte e o interno da fonte. Em suma, o monitoramento
da fonte pode ser feito rapidamente e de forma automática sem consciência
da ação, baseado nas características das memórias ativadas; ou de modo mais
lento e controlado, através de processos cognitivos complexos e sistemáticos.

» Teoria do traço difuso – no início da década de 1990 Brainerd e Reyna


desenvolvem essa teoria em que contradiz a teoria de que a memória
está vinculada ao raciocínio. aponta que a memória para a fonte da
informação é apenas um detalhe que com o passar do tempo pode
ser fragmentada ou perdida. Essa teoria prevê duas vertentes, sendo
a primeira na qual diz que a memória é um sistema unitário, mas
que possuem dois independentes sendo o primeiro é a “memória” e
“essência” no qual os indivíduo recorda-se claramente do evento com
detalhes específicos e a segunda é a de “essência” no qual a pessoa não
recorda de detalhes, mas do todo em si. Sendo diferenciadas pelos
detalhes e conteúdos em si.

No que se refere a segunda hipótese, está relacionada a durabilidade,


sendo as de “essência” mais duradouras, amplas e menos específicas
sobre o acontecimento. Já as “literais” são mais suscetíveis ao
esquecimento e a interferência externa, porém contém detalhes mais
precisos e se comparado as de “essência” podem ser esquecidas mais
rapidamente.

Notamos que as múltiplas teorias em psicologia e hipnoterapia convergem


com a teoria de que as situações vividas no presente (sintomas emocionais e
físicos) são parcialmente determinadas por experiências vividas no passado,
nas quais muitas dessas experiências foram esquecidas. E esses processos
inconscientes afetam o comportamento e experiências atuais convertendo-os
em sintomas.

40
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA │ UNIDADE I

Agora que aprendemos sobre as falsas memórias e sabemos o quanto o “outro”


ou as emoções vivenciadas no momento do evento pode alterar os fatos
armazenados na memória. Devemos estar atentos durante a fala do cliente sobre
os acontecimentos traumáticos. Porque ao aplicar a hipnose e levar o cliente a
regressão é possível descobrir que um trauma aparente foi gerado por uma
falsa memória e ressignificá-la.

Há muito para auxiliar o cliente com a ferramenta da hipnose que é riquíssima


em detalhes e uma vez que o transe seja profundo mais acesso ao inconsciente
do sujeito se tem.

Procure estudar mais sobre as Falsas Memórias!

Sua dedicação é o que fará você se destacar no mercado profissional. A qualificação


faz a diferença!

41
HIPNOSE UNIDADE II

CAPÍTULO 1
Hipnose terapêutica

Depois de estudar sobre a mente transcendental e como as vivências


do cotidiano nos influenciam, envolve, motiva, emociona e como esses
acontecimentos impactam nossas vidas mesmo não tendo total clareza na
maioria dos casos sobre este impacto, sabemos que tais acontecimentos
refletem em nossos comportamentos.

Neste capítulo, vamos aprender sobre como a Hipnose é terapêutica e nos auxilia a
solucionar esses conflitos internos.

A hipnose é utilizada como recurso terapêutico, desde 1774 tendo início com
as pesquisas de Fraz Anton Mesmer (1737- 1815). Mesmer acreditava que havia
um fluido Universal que influenciava a saúde das pessoas, fez experimentos
com imã na tentativa de alterar o campo e realizar curas. Embora Mesmer não
tenha realizado Hipnose propriamente dita, como conhecemos na atualidade,
os experimentos que fez utilizando os imãs e mais à frente a cura pela imposição
das mãos no qual resultou em efeitos de cura. O trabalho de Mesmer permitiu
induzir pacientes a estados alterados de consciência no qual era possível realizar
procedimentos cirúrgicos sem o uso de anestesia.

A comunidade médica da época não encontrou evidências que explicassem essa


cura, logo as práticas foram proibidas em Viena e Mesmer mudou-se para Paris,
continuou aplicando e aprimorando sua técnica.

Mesmer reuniu discípulos que propagaram sua técnica, em Londres há um


Hospital fundado em sua homenagem por um de seus alunos John Elliotson
chama-se “Mesmeric Hospital”.

A partir de agora faremos um breve “passeio” pela história da Hipnose e


seus contribuintes mais influentes. O intuito é de aprofundar o conhecimento

42
HIPNOSE │ UNIDADE II

e incentivá-los a pesquisar sobre essas ilustres figuras que descobriram,


estudaram e aprimoraram uma técnica valiosa na cura, apoio e suporte
emocional das pessoas.

James Braid (1795 – 1860) em 1842 deu início a hipnose científica utilizou pela
primeira vez o termo grego “hipnos” que corresponde a sono para ilustrar a
indução. Embora não se durma durante o processo de hipnose o termo fixou e até
na atualidade o utilizamos.

James Esdaile (1808-1868) era cirurgião e operou aproximadamente 3000


pacientes sem anestesia, apenas com a utilização do sonambulismo magnético
(hipnoanalgesia).

Ivan Pavlov (1849 – 1936) neurofisiologista russo estudou os efeitos da hipnose


sobre o córtex cerebral e a indicação terapêutica nessas intervenções.

Jean Charcot (1825-1893) médico conhecido e reconhecido pela competência e


pesquisas. Utilizava a hipnose para tratar casos de histeria. Na época afirmava
que a hipnose só poderia ser utilizada com “histéricos”, alguns erros cometidos
por ele causaram a impressão de que a hipnose não era eficaz.

Sigmund Freud (1856-1939) médico neurologista e fundador da técnica da


Psicanálise. Foi aluno de Jean Charcot aplicou a hipnose com o intuito de obter
memórias reprimidas, logo depois, constatou que a mecanismos de defesas da
mente impediam este acesso e seguiu com outra técnica. Abandonando assim
o recurso da hipnose. Cabe lembrar que na época ainda não havia estudos que
conduziam a transes profundos.

Dave Elman (1900-1967) – estudioso na área embora tivesse outra profissão não
relacionada a área da saúde, pois era locutor de rádio, compositor e comediante.
Escreveu um livro o livro “Descobertas da Hipnose” - Hipnoterapia (Original
em inglês – “Findings in Hypnosis”). É importante saber que Elman ministrou
diversos cursos para médicos e sua técnica de indução foi utilizado amplamente
por médicos que conseguiam sucesso rápido na indução de seus clientes.

Um fato curioso e importante é que a primeira cirurgia cardíaca de tórax aberto


sem anestesia, por conta de complicações do paciente, foi conduzida pelos médicos
estudantes e orientada por ele durante todo o processo.

Seu método de Indução rápida é utilizado atualmente.

E, por fim, falaremos de Milton Erickson (1901-1980) médico psiquiatra


especializado em terapia familiar e hipnose. Podemos adiantar que Erickson
deixou um legado quando o tema é Hipnose.

43
UNIDADE II │ HIPNOSE

Suas pesquisas e contribuições são de suma importância. Foi um dos


hipnoterapeutas mais influentes e fundou a American Society of Clinical
Hypnosis. Foi o responsável por vários artigos e livros científicos sobre hipnose,
pois desenvolveu uma técnica de sugestões indiretas (metáforas, analogias)
partir de um estudo realizado em que notou que a resistência às sugestões era
menor quando utilizado sugestões indiretas e quando menor a resistência mais
sucesso no tratamento. Sendo reconhecida também por ser menos autoritária
que a hipnose clássica.

Na sugestão hipnótica proposta por Erickson ela é considerada “vaga”


propositalmente, pois deste modo dá a oportunidade para que o cliente
possa preencher as lacunas com sua própria mente, utilizando seu próprio
inconsciente. Ela também expõe menos o cliente, pois ele pouco é orientado a
falar, ele é conduzido pelo hipnoterapeuta, mas ao mesmo tempo é livre para
vagar e percorrer sua mente, encontrando assim suas próprias respostas e tendo
autonomia para resolver suas questões.

No decorrer do curso, vamos estudar as técnicas de Elman e Erickson.

Qual a definição de hipnose?

De acordo com a Associação Americana de Psicologia:

Hipnose é um estado de consciência que envolve atenção focada


e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior
capacidade de sugestão. É um estado mental ou um tipo de
comportamento usualmente induzidos por um procedimento
conhecido como indução hipnótica, o qual é geralmente composto de
uma série de instruções preliminares e sugestões.

Como está explanado na citação acima, hipnose não é um estágio do sono ao


contrário é um estado de hiperatenção da consciência, ela está focada, atenta aos
detalhes a as sugestões. Este estado de consciência alterada que não corresponde
ao sono pode ser comprovado, aliás já foi comprovado por cientistas por meio
de exames eletroencefalográficos em que compravam que as ondas cerebrais de
padrão, forma e frequência são distintas.

Então, o que seria Hipnose Terapêutica?

A palavra “terapêutica” é derivada de terapia que é originária do verbo grego


“Therapeúo” que significa cuidar, prestar cuidados. Deste modo, Hipnose
Terapêutica significa técnica de tratamento que por meio de indução é capaz de

44
HIPNOSE │ UNIDADE II

acessar conteúdos “esquecidos” ou desconhecidos no qual provocam traumas,


doenças e uma série de comportamentos não compreendidos pela pessoa, além é
claro dos sintomas físicos manifestados por doenças.

A hipnose terapêutica tem o intuito de acessar esses conteúdos e auxiliar o cliente


a ressignificá-la de diversas formas.

A hipnose é benéfica quando utilizada de forma correta e ética. Auxilia no tratamento


de diversas doenças como por exemplo:

» transtornos do sono;

» dificuldades no relacionamento conjugal ou familiar;

» adicção – cigarro, álcool e outras drogas;

» obesidade;

» transtornos alimentares;

» transtornos da sexualidade;

» transtornos de ansiedade;

» enxaqueca;

» fobias.

Entre muitas outras complicações de saúde.

É importante ressaltar que a hipnose isolada não promete a cura ou substitui o


tratamento regular especializado para muitos transtornos, em especial os transtornos
afetivos, de personalidade ou quadros clínicos graves ou de doenças autoimunes e
infectocontagiosas, entre outras.

A técnica de Hipnose não sugere que o tratamento médico regular ou a psicoterapia,


seja interrompida, mas é uma ferramenta que aliada a outros tratamentos de saúde
pode levar a “extinção” da doença (a depender) ou redução dos sintomas.

Cada caso clínico deve ser avaliado individualmente e o profissional


hipnoterapeuta não pode opinar ou receitar medicação ou qualquer outro
recurso terapêutico no qual não seja especialista por meios técnicos científicos
e possíveis de serem comprovados legalmente.

Mais uma vez nos deparamos com a questão ética! Fique atento! Esteja sempre
atento!

45
CAPÍTULO 2
Conceitos básicos e mitos sobre
hipnose

Na Unidade I, Expansão da consciência, aprendemos sobre o conceito de consciência


transpessoal, o conhecimento de si mesmo, o despertar da consciência, os “eus”
psicológicos, a morte mística, desdobramento astral e memória e falsa memória
e equilíbrio. Mas, o mais importante é que aprendemos esses conceitos do ponto
de vista de diversos teóricos o que torna o aprendizado mais enriquecedor.

A hipnose é um Estado de Hiper atenção, ou seja, você está focado, muito


concentrado em estado de alta concentração.

Na realidade a hipnose é um estado da mente no qual muitas vezes estamos


em estado hipnótico sem perceber. Aliás, muitas pessoas em diversos
momentos do dia estão em transe hipnótico.

Você mesmo já deve ter vivenciado inúmeras vezes o transe hipnótico, pois é um
estado natural. Já se deparou lendo um livro inteiro em um único dia?

Então, quando estamos em estado hipnótico nossa atenção fica focada em algo,
hiperatenção!

Outro exemplo, é quando a pessoa dirige um carro, essa é um experi6encia cotidiana,


sabe quando se chega ao destino e não percebe a trajetória?

Esse é mais um exemplo de transe hipnótico.

Sabe aquele filme ou série que te emociona? Assusta? Que provoca uma série de
reflexões?

Esse é um outro exemplo de transe hipnótico, ou seja, ainda que racionalmente


sabemos que se trata de uma ficção, nos deixamos envolver pela trama, sua
atenção está focada na história e assim ocorre o transe hipnótico.

Sabe quando alguém te chama inúmeras vezes e você simplesmente não responde
porque “não ouviu”, ou não participa da conversa mesmo estando no mesmo
ambiente e quando alguém lhe pergunta você simplesmente responde:

“Hã? Desculpe pode repetir? Não ouvi o que estavam falando, ou não ouvi me
chamar!”

46
HIPNOSE │ UNIDADE II

Isso é porque estava em estado hipnótico!.

Percebe como é algo natural?

Existem inúmeros mitos sobre a Hipnose e muitos desses mitos surgiram por
conta da divulgação antiética dos meios de comunicação em conjunto com
alguns hipnoterapeutas de palco que utilizavam a hipnose como ferramenta de
entretenimento, muitas vezes colocando o “atendido’ em situações vexatórias e
errôneas.

Vamos desmitificar alguns mitos:

Meditação e hipnose são sinônimas?

Mito!

Medição é uma técnica milenar que proporciona um estado de relaxamento


profundo da mente. Assim como na hipnose (compreendendo que a hipnose não
é milenar, não há dados científicos que comprovem esse fato). Ambas provocam
este estado de relaxamento e dependendo do objetivo podem levar a autoanálise
e consequentemente ao autoconhecimento. No entanto, na hipnose o intuito é
“descobrir” traumas, bloqueios e respostas para mudanças de pensamento e
comportamentos visando a cura ou alívio de sintomas e conflitos que impedem,
angustiam ou incapacitam o cliente a seguir a vida de forma saudável. Tudo
depende do objetivo da hipnose.

Hipnose leva a supermemória?

Verdade!

Com a hipnose é possível não só desbloquear e resgatar lembranças do passado,


como desenvolver uma super memória.

Hipnose e dormir é a mesma coisa?

Mito!

Durante o transe hipnótico o cliente participa ativamente de todo o processo,


pois como dito, a atenção dele está focada. O cliente está consciente das suas
falas, pensamentos e sentimentos. Esse mito pode ter surgido, pelo fato de o
cliente ficar de olhos fechados durante o estado hipnótico. Fechar os olhos é
importante para que se tenha mais atenção na voz do hipnoterapeuta e foco nos
pensamentos.

47
UNIDADE II │ HIPNOSE

Hipnose é igual ao estado inconsciente da mente e corpo?

Mito!

De acordo com o psicanalista Sigmund Freud, a única forma de acessarmos o


inconsciente é pelos sonhos ou por associação livre, método este utilizado pela
psicanálise. Podemos ter uma vaga ideia dos conteúdos por meio dos comportamentos
nos quais repetimos, mas não concordamos, das escolhas que nos desagradam, mas
ainda assim insistimos em repeti-las. De forma geral, o conteúdo do inconsciente está
vinculado a dor e sensações e lembranças desagradáveis. Por este motivo, tornam-se
inacessíveis.

Em estado hipnótico a tentativa é de acessar esses conteúdos para trabalhá-los e


ressignificá-los. O cliente está consciente e não a mercê do hipnoterapeuta.

O hipnotizado conta todos os seus segredos?

Mito!

Como sabemos, o cliente em transe está atento a voz do hipnoterapeuta e aos


pensamentos. A sessão de hipnose é focada no objetivo em questão. Um bom exemplo
sobre como é seguro para o cliente é na técnica Ericksoniana, o cliente pouco é
sugestionado a falar ele resolve as questões mais profundas silenciosamente.

O hipnoterapeuta domina o cliente em transe?

Mito!

O hipnoterapeuta é um facilitador e com a técnica ele conduz o cliente até acessar os


conteúdos que precisam ser trabalhados e o inconsciente do cliente trabalha esses
conteúdos.

Só é possível sair do transe com a ajuda do hipnoterapeuta?

Mito!

Como sabemos o estado de transe é natural e requer concentração. O


hipnoterapeuta por meio de diversas técnicas conduz o cliente a este estado e
este por sua vez está centrado e focado na sessão, mas pode sair naturalmente
do transe em qualquer momento.

O que ocorre muitas vezes é um aprofundamento maior no transe e cada


cliente leva um tempo para trabalhar tais conteúdos e ressignificá-los. Deste
modo, há pessoas que permanecem por mais tempo em transe, no entanto,

48
HIPNOSE │ UNIDADE II

estão dentro da proposta de trabalho e o corpo naturalmente sai do transe


quando o processo interno cessa.

Devemos recordar que o processo hipnótico é subjetivo e cada cliente


apresenta uma configuração de sintomas e queixas particulares, não
podemos rotular e tentar enquadrar ou normatizar as dores, angústias ou
qualquer sentimento e emoção. O respeito ao processo individual é uma
questão de ética básica.

Para que o cliente se sinta seguro e entre em transe hipnótico favorável para
trabalhar as queixas é fundamental que o rapport seja estabelecido de forma
adequada e sempre é possível reforçar o que irá acontecer com o cliente no
pré-talking, pois é uma forma de deixá-lo seguro.

Neste vídeo Milton Erickson responde: “O que é transe hipnótico?” - Disponível


em: https://www.youtube.com/watch?v=RR0uSeZkl4I

49
CAPÍTULO 3
Ética na hipnose

Nesse capítulo, falaremos sobre um tema fundamental para a prática clínica


da Hipnose, aliás para a prática de palco e rua (mais conhecida como Street)
também.

A hipnose é uma ferramenta de trabalho terapêutica que pode ser utilizada não
apenas por hipnoterapeutas, mas por profissionais de outras áreas da saúde.
Ainda que tenham surgido na área médica e psicológica, não há um Conselho
de Classe regulamentador da Profissão que regulamenta, fiscaliza ou proíbe a
prática da hipnose por qualquer pessoa.

O que isso quer dizer?

Quer dizer que uma pessoa que tenha formação educacional regular pode se
inscrever em um curso de formação em Hipnose/hipnoterapia e aplicar a técnica.

Especificamente não é exigido graduação ou qualificação na área da saúde


ou humanas para que se tenha acesso ao curso de formação e as técnicas de
hipnose e assim o “profissional” se torne um hipnoterapeuta. Não é exigido (por
algumas escolas) nem ao menos a escolaridade de ensino Médio.

Algumas escolas sérias e centros de estudos exigem sim escolaridade


específica na área da saúde e ofertam o curso como uma especialização
agregando valor a formação profissional do hipnoterapeuta que ao final
do curso torna-se um especialista em hipnose. Mas, o fato é que existem
inúmeros profissionais que vendem os cursos de “Formação em Hipnose”
sem se preocupar em como a hipnose será difundida e como os futuros
clientes/pacientes serão atendidos ou ficarão à mercê de “curiosos”
licenciados para aplicar uma técnica eficaz ou não (a depender do profissional)
do manejo utilizado, do preparo para lidar com ab-reação, traumas, dores,
memórias e reações físicas que surgem no decorrer da sessão.

Percebem o quanto essa questão é séria e impacta profundamente o bem estar


e a saúde emocional de quem procura o hipnoterapeuta?

Ah! Então, por que não há um Conselho Federal no Brasil para regulamentar a
profissão?

50
HIPNOSE │ UNIDADE II

A formação acadêmica para tornar-se um hipnoterapeuta e fazer uso da prática


no Brasil não é necessária, pois está englobada na categoria holística, deste
modo é como dito anteriormente qualquer pessoa pode fazer um curso e atuar
na área.

Em contrapartida, não é ilegal atuar como Hipnoterapeuta sem possuir


formação acadêmica (Graduação).

Se não há obrigatoriedades em formação acadêmica regular, então o que faz um


bom profissional?

A resposta está na Ética!

A ética é o caminho!

Um profissional ético está sempre buscando novos conhecimentos, aprofundando


os estudos na área em que atua, atualizando e mantendo-se conectado as novas
descobertas, participa de grupos de estudos, faz psicoterapia, pratica autoanálise
e terapias de autocuidado a fim de manter-se bem e em contato com valores e
conhecimentos que possam aprimorar seu trabalho.

O autocuidado com saúde mental, emocional e física também faz total diferença
na atuação do Hipnoterapeuta. Ao se cuidar aprende a reconhecer seus limites
pessoais e com isto, pode inclusive orientar melhor seus clientes e encaminhá-los
para os profissionais mais experientes em assuntos no qual ainda não se sente
preparado para atuar.

Isso também é ética!

Em contrapartida, há regulamentações da prática de hipnose pelos conselhos


de classe – Conselhos Federais (CFs) de Fisioterapia e Terapia Ocupacional,
Medicina, Psicologia e Odontologia no qual esclarecem, fundamentam, conceituam
e recomendam o uso das técnicas hipnoterápicas, como: ferramenta de trabalho
e alternativas complementares terapêuticas durante os tratamentos.

Veja trechos de algumas diretrizes da prática da Hipnose no Brasil:

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

Resolução Coffito no 380, de 3 de novembro de 2010. (DOU no 216, Seção 1, em


11/11/2010, página 120).

Regulamenta o uso pelo Fisioterapeuta das Práticas Integrativas e


Complementares de Saúde e dá outras providências.

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UNIDADE II │ HIPNOSE

Artigo 1 o Autorizar a prática pelo Fisioterapeuta dos atos complementares ao


seu exercício profissional regulamentado, nos termos desta resolução e da
portaria MS n º 971/2006:

a. Fitoterapia;

b. Práticas Corporais, Manuais e Meditativas;

c. Terapia Floral;

d. Magnetoterapia;

e. Fisioterapia Antroposófica;

f. Termalismo/ Crenoterapia/Balneoterapia;

g. Hipnose.

Conselho Federal de Odontologia


Resolução CFO -82, de 25 de setembro de 2008.

Reconhece e regulamenta o uso pelo cirurgião dentista de práticas integrativas e


complementares à saúde bucal:

Art. 1o Reconhecer o exercício pelo cirurgião-dentista das seguintes


práticas integrativas e complementares à saúde bucal: Acupuntura,
Fitoterapia, Terapia Floral, Hipnose, Homeopatia e Laserterapia.

Capítulo IV da Hipnose art. 19.

A Hipnose é uma prática dotada de métodos e técnicas que propiciam


aumento da eficácia terapêutica em todas as especialidades
da Odontologia, não necessita de recursos adicionais como
medicamentos ou instrumentos e pode ser empregada no ambiente
clínico.

Respeitando o limite de atuação do campo profissional do


cirurgião-dentista.

Conselho Federal de Medicina.

Parecer no 42/1999 – Regulamentação da Hipnose, segue ementa:

A hipnose é reconhecida como valiosa prática médica, subsidiária de


diagnóstico ou de tratamento, devendo ser exercida por profissionais
devidamente qualificados e sob rigorosos critérios éticos. O termo
genérico adotado por este Conselho é o de hipniatria. (CONSELHO
FEDERAL DE PSICOLOGIA)

52
HIPNOSE │ UNIDADE II

Resolução no 013/2000:

Art. 1o - O uso da Hipnose inclui-se como recurso auxiliar de trabalho


do psicólogo, quando se fizer necessário, dentro dos padrões éticos,
garantidos a segurança e o bem estar da pessoa atendida;

Art. 2o - O psicólogo poderá recorrer a Hipnose, dentro do seu campo


de atuação, desde que possa comprovar capacitação adequada, de
acordo com o disposto na alínea “a” do artigo 1o do Código de Ética
Profissional do Psicólogo.”

Cabe ressaltar que as resoluções e pareceres normativos acima


citados são trechos. Para que possam aprofundar sobre as diretrizes
regulamentadoras do uso da Hipnose em cada profissão acima
citada deixo o link no final deste capítulo dos referidos Conselhos
Federais para que possam consultar as Leis na íntegra. (CONSELHO
FEDERAL DE PSICOLOGIA)

Já compreendemos que embora a hipnose seja pautada em muitos estudos e dados


técnico-científico não há uma Lei que regulamenta a profissão no Brasil, mas há
um código de ética?

Sim! Porém cada Sociedade e Escola de Hipnose possuiu seu código de ética,
convergindo ou não em alguns critérios. Segue o exemplo dos princípios
fundamentais do código de Ética do Instituto Brasileiro de Hipnologia
Condicionativa:

Código de Ética dos Hipnólogos Condicionativos


Princípios Fundamentais

O Terapeuta:

I – Trabalhará na promoção do bem-estar do indivíduo, da coletividade


e do meio ambiente, segundo o paradigma holístico;

II – Manterá constante desenvolvimento pessoal, científico, técnico,


ético e filosófico, através de cursos, palestras, congressos e similares,
estando a par dos estudos e pesquisas mais atuais na área, além de
contribuir com seus estudos científicos;

III – Usará em seus trabalhos, métodos os mais naturais e brandos


possíveis, buscando catalisar o autoequilíbrio da pessoa atendida,
despertando-lhe os seus próprios recursos harmonizantes;

53
UNIDADE II │ HIPNOSE

IV – Orientar-se-á, no exercício de sua profissão, pela Declaração


Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10/12/1948 pela
Assembleia Geral das Nações Unidas.

Cabe lembrar que o código de ética citado também contém responsabilidades,


direitos e deveres do profissional. Visando sempre a promoção e cuidados com a
saúde do cliente.

Sempre ressaltando a importância da continuidade dos estudos e o respeito aos


Direitos Humanos.

Outro código de Ética bem fundamentado e que serve como diretriz norteadora
para os Hipnoterapeutas é o da Sociedade Interamericana de Hipnose − SIAH.
Segue trecho:

Todos os membros da Sociedade Interamericana de Hipnose, doravante


denominada simplesmente SIAH, devem aderir ao Código de Ética e Conduta:

1. Manter sigilo absoluto sobre os tratamentos de seus clientes, a menos


que tenha a permissão por escrito para a divulgação e/ou seja obrigado
por ordem judicial a divulgar informações de natureza confidencial,
ou sob a exigência legal quanto ao suspeitar de abuso, negligência ou
violência contra uma criança ou um idoso adulto ou outras situações
definidas pela legislação de seu país.

2. Somente utilizar em suas práticas clínicas técnicas terapêuticas e


psicoterapêuticas que não coloque em risco, em hipótese alguma, a
integridade física, emocional ou mental de seus clientes.

3. Ser consciente de suas próprias limitações e, quando necessário,


encaminhar o cliente para acompanhamento com outro(s)
profissional(is) (Exemplos: médico, psicólogo, fisioterapeuta etc.),
que esteja(m) preparado(s) para oferecer tratamento adequado.

4. Atualizar constantemente seus conhecimentos sobre práticas


hipnóticas e terapêuticas, a fim de oferecer ao seu cliente as melhores
condições de tratamento.

5. Cooperar com outros profissionais, sempre considerando o melhor


interesse do cliente, desde que tenha o seu consentimento para tal.

6. Não aconselhar clientes a abandonarem procedimentos


recomendados por médicos, psicólogos ou outros profissionais de
saúde, a menos que possua formação adequada na área de saúde.
Lembre-se: o que está em questão é a saúde do cliente.

54
HIPNOSE │ UNIDADE II

Ao lerem os itens acima, notam como há diversas escolas com cursos de formação
em hipnose, mas com abordagens diferentes?

Percebem o quanto a cooperação, atualização dos conhecimentos se repetem entre


um código e outro?

E o sigilo profissional?

Ah! Sim! Outro item fundamental e que em todas as escolas é reforçado como um
pré-requisito essencial ao realizar os atendimentos, independente da formação do
hipnoterapeuta.

Um fator importantíssimo é que o Hipnoterapeuta não está apto ou liberado para


receitar medicamentos ou qualquer outro método terapêutico no qual ele não seja
especialista, no qual não detenha conhecimento científico especializado por meio
de formação formal e que possa comprovar essa formação por meios legais e com
certificados de instituições reconhecidas legalmente.

Refiro-me no caso dos Hipnoterapeutas que possuem única formação em Hipnose,


obviamente que se você é formado em Medicina, poderá atender seu paciente e
medicá-lo de acordo com a área de especialização que possui. Isto é válido para os
outros profissionais.

O fato é que a Hipnose não substitui tratamento médico, fisioterápico,


odontológico, psicoterapêutico, ou qualquer outro tratamento clínico que o
paciente esteja fazendo.

A hipnose também não promete a cura de nenhuma doença! Fique atento!

Cuidado ao fazer propaganda do seu trabalho, faça uma publicidade limpa e


honesta, sem apelos a valores financeiros ou “promessas” de cura em especial
para casos graves em que é necessário o acompanhamento de profissional
especializado.

A hipnose em conjunto com outras terapias é eficaz e pode sim, levar a melhorias
ou extinção de sintomas. Mas o fato é que embora a Hipnose seja assertiva e eficaz
em inúmeros casos, cada ser humano é único e exige cuidados específicos.

Seja ético! Não interfira em áreas profissionais nas quais não possui
conhecimento. Muita cautela ao lidar com a dor do “Outro”. Não há problema
ou vergonha em indicar outros profissionais e trabalhar em conjunto. A
interdisciplinaridade é tão benéfica quando a diversidade do Ser.

55
UNIDADE II │ HIPNOSE

Conforme estudamos, sabemos que há inúmeras abordagens dentro da


Hipnose, assim como ocorre em outras áreas de formação, inclusive dentro
de uma mesma profissão como é o caso da Psicologia em que há inúmeras
abordagens teóricas e todas elas com seu valor teórico prático. Cabendo
apenas ao profissional especializar-se e exercer sua função de forma ética e
assertiva dentro das técnicas aprendidas.

No caso da Hipnose, a vertente Ericksoniana tem sido a Escola que mais se


destaca dentro do campo da Psicologia com seus estudos aprofundados e sendo
este um curso de Especialização considerado um dos mais completos entre
teoria e prática.

Cabe sempre ressaltar que ao lidar com a dor do próximo é necessário além de
ética, ter empatia. Todo conteúdo relacionado a mente humana é subjetivo e exige
neutralidade e não julgamento por parte do profissional.

Respeitar o mundo do outro é obrigação do hipnoterapeuta. Só assim será


construída uma ponte entre terapeuta e o cliente e, assim a resistência será
superada. Para tanto, não podemos esquecer do rapport que é o momento em que
a empatia pode ser estabelecida.

Em sugestão de Estudo complementar deixo o link para acessar os códigos de


ética na íntegra. Sua leitura é imprescindível.

Conselhos Federais: Odontologia, Medicina, Psicologia e Fisioterapia e Terapia


Ocupacional respectivamente:

CFO – Conselho Federal de Odontologia, disponível em: http://cfo.org.br/


website/.

CFM – Conselho Federal de Medicina, disponível em: https://portal.cfm.org.br/.

CFP – Conselho Federal de Psicologia, disponível em: https://site.cfp.org.br/.

COFFITO – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, disponível


em: https://www.coffito.gov.br/nsite/.

INSTITUTO BRASILEIRO DE HIPNOLOGIA, disponível em: https://


institutohipnologia.com.br/codigo-de-etica/.

SIAH – Sociedade Interamericana de Hipnose, disponível em: http://


sociedadeinteramericanadehipnose.com/codigo-de-etica/.

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CAPÍTULO 4
Hipnoterapia e hipnoanálise

Como estudamos a Hipnoterapia é o método de rebaixamento da consciência


e a indução ao transe por meio de aprofundamento com o intuito de tratar
terapeuticamente o cliente e libertá-lo de traumas, dores, anseios e sintomas
que permeiam sua rotina trazendo-lhe sofrimento.

Há muitos termos destinados ao profissional, mas pode-se utilizar


hipnoterapeuta, hipnólogo e hipnotista, sendo este último definido como
o profissional que induz o transe hipnótico de forma metódica, técnica e
sistemática, é teórico e prático na área da hipnose e tem habilidade e domínio
das técnicas e pessoas.

Com relação ao hipnotizador é quem casualmente hipnotiza sem possuir


conhecimento teórico e técnico, embora tenha uma certa habilidade, mas lhe
falta conhecimento e aprofundamento na área.

É muito comum encontrar hipnotizadores utilizando do recurso do transe para


colocar pessoas em situação vexatória, em estado de confusão mental em que
por meio de sugestão esquece o próprio nome, ou expondo a hipnose de forma
sensacionalista nos meios de comunicação. Geralmente, os hipnotizadores
trabalham apresentando-se nas ruas, com a hipnose de segmento conhecida
como “street”.

Por que estamos categorizando mais uma vez o trabalho e atuação do


Hipnoterapeuta?

Porque é preciso deixar claro as diferenças sobre o papel que o Hipnoterapeuta


exerce, uma vez que lidar com a mente humana exige extremo respeito e cuidado.
Após aprender sobre as falsas memórias que são elaboradas e armazenadas
devemos estar sempre atentos em como podemos sugerir e impregnar mentalmente
os clientes. O foco é sempre na queixa versus a técnica, algo que veremos logo
adiante em como conduzir as sessões.

Cuidar das palavras proferidas, do tom de voz é sempre algo que devemos ter em
mente, não somente com os clientes, mas em todas as relações interpessoais.

O que seria Hipnoanálise?

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UNIDADE II │ HIPNOSE

O termo Hipnoanálise foi utilizado em meados de 1920, por Hadfield para


explicar uma combinação de técnicas reeducacionais e a catarse psicanalítica
que era utilizada com soldados que retornavam da guerra (1 a Guerra Mundial).

A Hipnoanálise utiliza as técnicas da psicanálise unindo ao transe profundo


no qual a hipnose consegue induzir para ajudar ao paciente a ressignificar os
acontecimentos traumáticos. Sendo que a hipnose facilita a associação livre
e, portanto, o acesso ao inconsciente é facilitado, pois em transe profundo há
menos resistência por parte do cliente.

Podemos dizer que Hipnoanálise é a combinação de hipnose com psicanálise,


mas ambas as técnicas só podem ser utilizadas por profissionais qualificados.

O Médico austríaco Josef Breuer (1842-1925) no qual seus trabalhos formaram


o início do estudo e base para que Freud desenvolvesse a psicanálise, fez
diversos estudos e utilizou a Hipnose obtendo resultados importantíssimos.

A natureza dos sintomas tornava-se clara: os sintomas histéricos


pareciam ser significativos e sua significação residia na sua ligação
a um acontecimento emotivo do passado (traumatismo psíquico).
Os sintomas constituem, por assim dizer, os restos e os símbolos
mnemônicos destas experiências traumáticas. (NUTTIN, 1967, p. 34)

Os sintomas eram ocasionados por estas experiências que não estavam claras
na memória, estavam reprimidas no inconsciente e com a hipnose a descarga
emotiva ocorria e, assim havia uma compreensão e ressignificação do incidente
traumático. Estamos falando de quadros histéricos que era o que o Dr. Breuer
tratava com hipnose e nesses quadros quando a emoção não é manifestada
livremente ela se converte em um sintoma.

Durante uma conferência em 1909, nos Estados Unidos da América em que Freud
se refere ao tratamento de histeria por meio da técnica de hipnose como:

Ninguém antes tinha curado um sintoma histérico por tais


métodos, ou tinha conseguido chegar tão perto da compreensão da
sua causa. Isto constituirá uma descoberta notável, desde que se
possa alimentar a esperança de que outros sintomas ainda, talvez
a maior parte, surjam desta maneira e possam ser afastados do
mesmo modo[...]

[...] quase todos os sintomas nasciam precisamente do mesmo


modo, como “restos”, depósitos por assim dizer, de experiências

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HIPNOSE │ UNIDADE II

carregadas de afetividade que, por este motivo, denominamos


ulteriormente “traumatismos psíquicos. (NUTTIN, 1967, p. 34)

Esses relatos são importantes para compreendermos o quanto a psicanálise já


pesquisou e fez uso com sucesso da hipnose, embora Freud tenha optado em não
utilizar mais este recurso, pois, alguns sintomas eram substituídos por outros ou
retornavam, não significa que a técnica não é eficaz.

Apenas reforça o fato de que cada caso é singular e o hipnoterapeuta precisa


compreender e aceitar quando algum recurso não cause o efeito desejado,
devendo alternar o método ou dependendo do caso encaminhar o cliente para
outros profissionais que possam conduzir os tratamentos necessários para o caso
em questão.

A hipnoanálise na atualidade é uma técnica muito utilizada entre os analistas


que possuem formação em hipnose, pois a hipnose desenvolveu diversas
ferramentas e foi aprimorada, portanto, o tratamento de hipnose em conjunto
com a psicanálise é funcional.

A Espiritualidade é um tema que está sempre a margem da ciência e Mallmann


(2013) realiza uma pesquisa que visa unir a espiritualidade a hipnose e a
psicologia, como um caminho possível para estes três campos de saber.

Como estudamos sobre a transcendentalidade, sabemos que por meio do transe é


possível vivenciar essa experiência extracorpórea, que vai além da matéria.

A abordagem de Milton Erickson, conhecida como hipnose ericksoniana é


acolhedora, pois aceita a espiritualidade do sujeito o que faz total diferença no
tratamento, pois proporciona condições propícias dentro do contexto terapêutico
para o tratamento.

Mallmann (2013) aborda o tema e sua pesquisa e percebe que os estudos de


Erickson sobre o transe e seu aprofundamento o auxiliam em inúmeros casos.
Seu trabalho rompe com a lógica da explicação tão exigida na modernidade.
Abre um caminho para que a psicoterapia seja compreendida de forma correlata
em que o conhecimento do terapeuta não se sobressai ao conhecimento do
cliente. Erickson não pretende responder a subjetividade do indivíduo, não há
essa pretensão.

Seus conceitos e técnicas que atualmente são conhecidas como Hipnose


Ericksoniana, segue a linha de interpretação comportamental e um método
peculiar naturalista no qual o transe visa romper as crenças e valores
introjetados por intermédio de sugestões indiretas, simbólicas, metonímicas
e metáforas em que se acessa o inconsciente.

59
UNIDADE II │ HIPNOSE

Ele parte do princípio colaborativo em que faz sugestões indiretas e, portanto,


não autoritárias em que conduz gentilmente o cliente ao transe profundo,
colaborando para que o sujeito possa sentir-se responsável pelo próprio
processo e consiga em cooperação solucionar suas questões. Durante o processo
de hipnose ericksoniana o cliente pouco é induzido a falar, sendo preservado-o.

O processo acontece por metáforas e aforismo e o cliente dá o próprio significado


a isto, o que lhe faz sentido, reduzindo as chances dos desencontros verbais em
que ora o hipnoterapeuta sugere algo que o cliente não acompanhou ou não
aceitou a sugestão por seu pensamento estar em outro foco.

Da mesma forma que aceitar a espiritualidade do cliente é abrir espaço para


um processo terapêutico que inclui o que é mais significativo e subjetivo para
o outro e também é um dado importante sobre esse sujeito que permite ao
hipnoanalista ou hipnoterapeuta adentrar em sua mente e que confia a condução
de suas memórias e portanto parte de sua identidade estará sendo bem cuidada.
Essa é uma das tantas expectativas dos clientes que procuram esse método de
tratamento.

Devemos tomar isto como um ato fraternal e de respeito.

Por outro lado, negar o “sagrado” do outro implica em negá-lo em parte e como
a análise irá ocorrer se não tiver uma entrega e dedicação completa por parte
do terapeuta?

É de suma importância não dogmatizar a cena clínica.

60
REGRESSÃO UNIDADE III

CAPÍTULO 1
Conversa pré-regressão e pós-regressão

Ao receber o cliente, qual seria a primeira ação do hipnoterapeuta?

Na Hipnose clássica há uma estrutura de atendimento. A princípio neste capítulo


vamos aprender algumas, são elas:

1. Compreender a queixa – Rapport.

2. Coletar dados – anamnese.

3. Pré-talk e Yes Set (aceite do cliente) - conversa prepara o cliente para


a possível hipnose.

4. Pseudo hipnose.

Antes de aprofundar sobre a conduta e o passo a passo na conversa pré-regressão


é preciso ESCUTAR, sim! ESCUTAR é fundamental.

Sabemos que a prática do dia a dia e a rotina pode nos trazer uma falsa
confiança exacerbada de que dominamos a técnica e consequentemente correr
o risco de sem perceber entrar em modo “automático” nos atendimentos e
ignorar o quanto a escuta é importante.

Estar de fato presente e com atenção durante o atendimento é mais importante


do que decorar o roteiro de indução. Sim! Você leu corretamente! A escuta
clínica é mais importante que decorar cada palavra do roteiro de indução.

É por meio da escuta que irá estabelecer empatia com seu cliente e ao
estabelecer empatia é que parte da resistência inicial, ou toda a resistência
será superada. Falo da resistência consciente que é o que fará com que o
cliente confie em você e diga de fato como se sente.

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UNIDADE III │ REGRESSÃO

Se o Hipnoterapeuta estabelece a empatia com o cliente ele consegue ir escutar


além do que é dito e a partir de então pode definir a direção do tratamento e
estabelecer o plano de conduta hipnótica.

Escutar o que não é dito, ir além das palavras exige prática e treino, além é claro
de atenção focada aos detalhes, habilidade e capacidade análise. Não é algo fácil.

Muitas vezes o cliente chega com uma queixa e ao hipnotizá-lo descobre-se que
a queixa é apenas o sintoma. Por exemplo:

Uma pessoa que tem a queixa de Enxaqueca este pode ser o sintoma de um
trauma estabelecido na infância e que foi provocado por uma queda na qual
bateu a cabeça, ou porque quando criança presenciava brigas e discussões,
entre outros motivos.

Atenção! É apenas um exemplo, cabe recordar que é tudo subjetivo e cada caso
deve ser analisado individualmente.

Então, vamos definir o passo a passo e detalhar a importância de cada um


deles para que o tratamento seja assertivo.

Compreender a queixa – Rapport


No primeiro atendimento ao cliente está repleto de anseios e expectativas,
afinal, ao procurar o tratamento com hipnose sabemos que não se trata
apenas de curiosidade, mas sim de alguma queixa que por trás esconde
emoções e sentimentos inóspitos, assim como uma dor pode ser física ou
emocional.

Portanto, deve-se escutar atentamente o cliente. Deixe-o falar livremente neste


primeiro momento. É nesta etapa que se estabelece a empatia que vale dizer é
mútua, a empatia deve acontecer entre ambos.

O que é empatia?

É ressonância, comunicação afetiva com os outros. – A mãe conhece


intuitivamente as necessidades e os sentimentos de seu bebê, com
o qual está em permanente e íntima comunicação. A empatia (em
al. Einfulhlung) está na base da identificação e da compreensão
psicológica entre os seres. (LAROUSSE DO BRASIL, s/d)

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REGRESSÃO │ UNIDADE III

Empatia é uma capacidade de colocar-se no lugar do outro sem necessariamente


precisar sentir ou passar pela mesma experiência, ela pode ser manifestada corporal
e cognitivamente. É uma habilidade que envolve generosidade e afeto. Não é forçada
ou planejada, ela é instintiva, um processo interno, emocional.

É durante o rapport que a empatia pode ser estabelecida.

O que é o Rapport?

Rapport é uma técnica, um conceito da psicologia. O termo é originário da língua


francesa “Rapporter” que significa relação harmônica por meio da sincronização.
Embora empatia não possa ser simulada, o rapport tem o intuito de facilitar a
comunicação e gerar a confiança durante este processo. O rapport é benéfico, pois
auxilia o cliente a ficar mais receptivo e confiante, interagindo com o terapeuta.

Para o psicólogo Anthony Robbins (2009):

Rapport é a capacidade de entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir


que você o entende e que vocês têm um forte laço em comum. É a
capacidade de ir totalmente do seu mapa do mundo para o mapa do
mundo dele. É a essência da comunicação bem sucedida.

Coletar dados – anamnese

Estabelecido o rapport o hipnoterapeuta delicadamente passa a conduzir a sessão.


Esse é o momento em que irá preencher a ficha de Anamnese e coletar desde
dados pessoais básicos, como nome completo, documentos, endereço como dados
relacionados à “Queixa”, ou seja, ao que levou o cliente a buscar ajuda. Qual é o
problema?

A ficha de anamnese tem perguntas estruturais e tem o intuito de coletar dados


iniciando o processo investigativo sobre a queixa, histórico clínico, expectativa do
cliente com relação à hipnose, sua motivação.

É nesse documento que também poderá ser feita a avaliação do tratamento, pois o
cliente é quem irá dizer como se sente atualmente e o quanto espera de melhorias
com a técnica de hipnose. Ao final do tratamento ele irá avaliar.

Tudo isso se tornará mais claro quando acessar o formulário de hipnose, disponível
em anexos.

63
UNIDADE III │ REGRESSÃO

Pré-talk e Yes Set- conversa prepara o cliente para


a possível hipnose

É a conversa prévia tão primordial quanto as outras em que se antecede a


hipnose. Essa conversa é fundamental, pois reforça a confiança entre terapeuta
e cliente e vai desmistificar crenças sobre o processo hipnótico, reduzindo assim,
insegurança e proporcionando consequentemente mais vínculo entre ambos.

Durante o pré-talk deve-se explicar o que não é hipnose, deixar aberto a perguntas
para que sejam esclarecidas as dúvidas e encerrar explicando como o processo
de hipnose é natural e dando exemplos práticos de como o transe acontece
rotineiramente. Perguntar abertamente se o cliente aceita ser hipnotizado.

» Explicar o que não é hipnose.

» Exemplificar como a hipnose ocorre diariamente.

» Aceite Hipnótico.

É fundamental fazer a pergunta para o cliente:

“Você aceita ser hipnotizado por mim?”

O aceite hipnótico é a etapa que precede o transe, ela é considerada o início da


hipnose. Porque é durante o aceite que o cliente passa a ser sugestionado pelo
hipnoterapeuta.

Para tanto, a conduta do hipnoterapeuta deve ser calma, respeitosa e o tom


de voz deve ser tranquilizador. São duas perguntas fundamentais, mas antes
dessas perguntas certifique-se que o cliente não tem dúvidas.

Pergunte claramente e pausadamente olhando nos olhos do cliente:

Você tem mais alguma dúvida antes de você entrar em transe?

Perceba que essa frase já inclui uma sugestão hipnótica que é: “Você vai
entrar em transe”

Há uma possibilidade de o cliente responder: “Não”. Neste caso pergunte


sobre o que ele receia e qual a dúvida e deixe-o falar livremente. Após esta
etapa diga a ele:

Há duas coisas muito simples (ênfase na palavra) que você precisa fazer para
ter essa experiência fantástica.

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REGRESSÃO │ UNIDADE III

Diga: “Querer (ênfase na palavra) vivenciar essa experiência fantástica e seguir


minhas (ênfase nas palavras) instruções”.

Então, refaça a pergunta:

“Você quer passar por essa experiência fantástica?”

Pode confiar que o cliente dirá “Sim!”.

Todavia, caso ele diga “não”, não insista, trate-o com respeito, mantenha-se
a disposição caso ele mude de ideia. Esse cliente ainda não está preparado
para o processo e forçá-lo ou tentar persuadi-lo a vivenciar esse momento
seria uma agressão.

Pseudo hipnose: A pseudo hipnose tem duas finalidades: a primeira é


a de demonstrar ao cliente de forma prática uma forma de hipnose e a
segunda é a de néticos”, descobrir se o cliente é facilmente sugestionado e
consequentemente poderá entrar em transe com facilidade ou se é resistente
e se necessário fazer uma indução completa. Existem várias técnicas de
pseudo hipnose. Vamos exemplificar com a mais conhecida que é “Dedos
Magnéticos”, essa técnica é muito utilizada por se tratar de uma atividade em
que os dedos se unem de ‘qualquer forma’ após um tempo, o corpo responde
a atividade. Portanto, o cliente que não conseguir fazer durante as sugestões
é um cliente que precisa de mais preparo para entrar em transe durante as
induções.

O intuito é de que os dedos se unam e a sugestão hipnótica é “são atraídos


por um poderoso imã”.

Orientações:

Pode ser realizada com o cliente em pé ou sentado, o importante é que esteja


concentrado e focado em suas orientações que devem ser sempre claras,
mantendo o tom de voz.

Peça para que o cliente uma os dois pés e deixe-os paralelos, a seguir
peça para entrelace as duas mãos deixando palma com palma, os dedos
indicadores devem estar alongados, apontando para cima e separados, os
polegares entrelaçados. Os cotovelos devem estar apoiados na região do
estômago.

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UNIDADE III │ REGRESSÃO

Figura 5. Dedos magnéticos.

Fonte: https://i.ytimg.com/vi/_bFeXpblWAQ/hqdefault.jpg.

Instruções:

“Quero que aperte bem os dedos. Agora iniciarei uma contagem 3 a 1.

Somente quando chegar no 1 você irá abrir seus dedos indicadores


apontando para cima e separá-los o máximo que conseguir. Então olhe
fixamente para eles e imagine tudo que eu disser.”

Inicia a contagem e já no 1 você começa a falar:

“Concentre-se no espaço entre os dois dedos e imagine que estou colocando


dois imãs muito poderosos em cada um deles, sinta a força magnética desses
imãs super poderosos (ênfase nas palavras). Esses imãs são tão poderosos
que já estão se atraindo, fazendo seus dedos ficarem mais próximos e você
percebe quanto mais seus dedos se aproximam mais a força dos imãs aumenta.
Seus dedos vão se aproximando cada vez mais e mais.... e mais... e a atração é
tão forte que eles se tocam.” (ênfase nas palavras).

São três resultados possíveis:

» Os dedos se aproximam apenas um pouco.

Significa que embora seja participativo, não se envolveu o suficiente com sua
sugestão.

» Os dedos se unem rapidamente.

Significa que você conseguiu sugestioná-lo. De acordo com a receptividade


da pessoa após a pseudo hipnose pode se iniciar facilmente uma indução e
aprofundamento.

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REGRESSÃO │ UNIDADE III

» Os dedos se afastam ou permanecem imóveis.

Significa que por motivos particulares o cliente nega a sua sugestão. Ele tem
um nível de resistência alta. Procure identificar os motivos que o levaram
desfocar a atenção da sua sugestão.

Há outras pseudo hipnoses que podem ser utilizadas, como por exemplo:
“Mãos Coladas” e “Dedos Colados”.

Ambas estão disponíveis em Anexos, acesse!

Como é o atendimento pós-regressão?

O atendimento pós-regressão tende a ser bem simples no sentido de


que o hipnoterapeuta tende a certificar-se de que o cliente está seguro e
amparado para encerrar a sessão em segurança.

A conversa é prática no sentido de coletar dados, pois o hipnoterapeuta


já participa ativamente do processo, então os dados já são coletados
durante o próprio processo. Chamo de dados o percurso terapêutico da
sessão, se o cliente acessou os conteúdos necessários, se ressignificou, o
quanto de acesso ele teve, quais as reações, se houve ab-reação.

Evitar conversar muito com o cliente após a regressão faz parte do


processo, pois é importante que ele continue refletindo, olhando para
“dentro” e observando as sensações, as descobertas tudo é terapêutico.
Portanto, certifique-se de que o cliente está se sentindo bem (dentro do
possível) para encerrar a sessão e remarque novo atendimento, caso seja
necessário.

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CAPÍTULO 2
Conceitos básicos e mitos sobre
regressão

O que é regressão terapêutica na Hipnose?

A regressão é um conceito psicanalítico e da psicologia que consiste em:

Num processo psíquico que contenha um sentido de percurso ou de


desenvolvimento, designa-se por regressão um retorno em sentido
inverso desde um ponto já atingido até um ponto situado antes desse.
(LA PLANCHE; PONTALIS, 2004, p. 440)

E continua:

No sentido formal, a regressão designa a passagem a modos de


expressão e de comportamento de nível inferior do ponto de vista da
complexidade, da estruturação e da diferenciação. (LA PLANCHE;
PONTALIS, 2004, p. 440)

O intuito da regressão é como sugere o próprio termo retornar a um “ponto, memória,


acontecimento” específico, no qual teoricamente originou um trauma proveniente de
algum fato, lembrança, emoção ou falsa memória de uma situação vivenciada pelo
sujeito. Deste modo, ao descobrir o motivo pelo qual o sintoma e sofrimento foram
originados é possível tratá-lo.

É por meio do transe com sugestão hipnótica que se pode atingir esse estado.
Chama-se terapia de regressão porque parte do princípio de tratamento.

Ao descobrir causa do trauma ou bloqueio é possível ressignificar. O cliente sente-se


aliviado e livre daquilo que o oprime, podendo fazer novas escolhas com mais clareza,
alterando seu padrão de comportamento e consequentemente aumentando a
qualidade de vida.

E quais são os mitos sobre a regressão?

Existem mitos sobre o processo de regressão hipnótica, vamos comentar alguns deles.

O mais conhecido é sobre a ideia de quando regredir “não se poderá retornar”.

As pessoas costumam ter receio de ficarem perdidas mentalmente na idade ou fase


na qual regride, mas isso é um mito.
68
REGRESSÃO │ UNIDADE III

Recordam-se que a mente fica em estado de super atenção?

Então! Ainda que o cliente atinja um estado de transe profundo “Alfa” ele apenas
estará tendo acesso ao seu inconsciente. É como se abrisse as portas da sua mente e
unificasse com o todo. De acordo com sua maturidade emocional se aprofunda nesses
“arquivos”, acessa-os e retorna naturalmente ao estágio pré-regressão. Mesmo nesse
estágio ele permanece consciente.

O único lugar que o cliente chega é dentro do seu próprio “Eu”, e isto é muito
positivo. Afinal, é o intuito da regressão terapêutica.

Outro mito é: “Ao acordar sentirei todas as dores novamente”

Isso é mito! Você revive e acessa o acontecimento, as emoções só serão sentidas se


for necessário para ressignificação, isto vai depender da condução do hipnoterapeuta.
É possível inclusive voltar ao fato olhando-se de fora da cena, apenas observando
e preservando-se das emoções. Esse sugestão hipnótica é muito utilizada por
terapeutas, o cliente volta ao acontecimento traumático e observa a cena “de fora”
dela, como expectador.

Nos casos de vítimas de abusos: sexuais, físicos, psicológicos entre outros e quando
o cliente tem clareza das causas que o incomoda a sessão já é preparada e dirigida
para este fato de forma cuidadosa, ou seja, o cliente não vai sentir nenhuma dor ao
término da regressão.

Outro mito: a regressão terapêutica só acontece para pessoas que tem religião, ou
fé em um Ser Superior.

Totalmente mito!

A regressão terapêutica é uma técnica embasada em teorias científicas e


comprovada. Não há nenhuma ligação com religiões ou dogmas espirituais.

Lembram da ética profissional? Então, o Estado e o consultório devem ser laico!

69
CAPÍTULO 3
Ética e regressão

Discutimos sobre a ética profissional que o hipnoterapeuta deve seguir. Tivemos


acesso ao código de conduta e a algumas Leis e pareceres de Conselhos Federais
que regulamentam as profissões na área da saúde. Embora não exista um órgão
fiscalizador específico dos profissionais, por não se tratar de uma profissão
regulamentada no Brasil, sabemos que qualquer má conduta está sujeita à
denúncias civis.

O que difere a ética em Hipnose da ética em Regressão Terapêutica?

Absolutamente nada!

Todos os temas abordados e tópicos discutidos no capítulo anterior permanecem


como norteadores de conduta. Mas claro que é necessário acrescentar alguns
temas e situações nas quais exigirão maior atenção e cuidado do profissional para
com o cliente.

Antes de realizar a Regressão terapêutica, caso o cliente peça para gravar ou se


você quanto profissional quiser gravar o atendimento para estudar ou utilizar
como pesquisa, em ambos os casos é extremamente necessário documentar e pedir
autorização ao cliente com um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Sabemos que a Regressão consiste em um retorno ao “fato” traumático e para


que isto ocorra o cliente estará em transe profundo e consequentemente aberto
a todas as sugestões do profissional. Para tal, é ético que a sessão seja preparada
previamente e um roteiro seja desenvolvido especificamente para a condução do
caso.

Ah! Mas, como faço isso na prática?

Recorda-se do Rapport e da Anamnese? Então, não é apenas uma entrevista é


parte fundamental no processo de análise dos casos. É nessa etapa que irá coletar
os dados e decidir qual é a “Queixa” principal a ser trabalhada durante a regressão.
A partir daí utiliza-se os roteiros e durante a condução do transe prepara-se a fala.

Nem todos os clientes podem ser tratados com regressão terapêutica. É inapropriado,
antiético e altamente NÃO recomendado utilizar regressão terapêutica em clientes
que tem os seguintes quadros clínicos ou complicações:

» problemas cardíacos;

» hipertensos;

70
REGRESSÃO │ UNIDADE III

» pessoas que sofreram acidente vascular cerebral;

» idosos com saúde debilitada – múltiplos problemas de saúde;

» grávidas.

Há casos que devem ser estudados com cuidado e discernimento como por
exemplo, nos casos de “memória perigosa” que é quando o cliente passou por
um fato traumático e muito violento. Nesses casos o trauma está consciente e na
regressão ele irá vivenciar novamente a cena e poderá sim ter acesso a dor e todas
as emoções, ainda que o terapeuta conduza a indução para que ele só observe. É
preciso ter cautela e conversar abertamente com o cliente para que esteja ciente
de todos os riscos.

As memórias perigosas geralmente estão relacionadas com presença em situações de


abuso sexual, guerra, confronto policial, acidentes graves entre outros.

O que fazer se o cliente tiver uma ab-reação?

Atenção esse termo é extremamente importante e, é necessário que esteja preparado


para identificar e conduzir a ab-reação.

Vamos a definição:

Descarga emocional pela qual um sujeito se liberta do afeto* ligado


a recordação de um acontecimento traumático, permitindo assim
que ele não se torne ou não continue sendo patogênico. A ab-reação
pode ser provocada no decorrer da psicoterapia, principalmente
sob hipnose, e produzir então um efeito de catarse*, também pode
surgir de modo espontâneo, separada do traumatismo inicial por
um intervalo mais ou menos longo. (LAPLANCHE; PONTALIS,
2004, p. 1).

A ab-reação é positiva e em geral ocorre sob o efeito de hipnose. Quer dizer que o
cliente “liberta-se” de um afeto, emoção, sentimento traumático e este fato deixa
de ser patológico, não mais terá o mesmo peso negativo em sua vida.

Caso o cliente tenha uma ab-reação é importante não tocá-lo para não “ancorar”
esse acontecimento, mantenha a calma e de acordo com a fala do cliente utilize-se
disso e oriente-o delicadamente para que “veja a cena em uma tela” para que ele
projete o acontecimento e vá orientando-o no sentido de que a cena vai passando...
passando até que não exista mais. Oriente a controlar e recuperar a respiração
de forma mais natural possível e certifique-se de que a cena foi finalizada, em
seguida encerre.

71
CAPÍTULO 4
Regressão terapêutica

Estudamos o conceito de Regressão terapêutica e já sabemos quando é


recomendada e quando não devemos utilizá-la e os casos que exigem mais
preparo na condução.

Neste capítulo, vamos aprender sobre como conduzir uma sessão de Regressão
Terapêutica e as técnicas mais utilizadas pela hipnose clássica.

Para dar início a regressão terapêutica é necessário compreender sobre a


linguagem hipnótica. A ferramenta do profissional de hipnose é a linguagem
verbal, é por meio da fala que o hipnoterapeuta faz as sugestões hipnóticas e
conduz as sessões, para isto é necessário que ele fale com clareza e segurança.

A linguagem hipnótica possui três características principais:

» Sons Universais – Suspiros, sorrisos, respiração profunda, chiados,


assobios como de pássaros, onomatopeias em geral: “ah....” etc.
Esses sons trazem recordações, lembranças e sensações em geral são
curtos e possuem tons e ritmo específicos.

» Tonalidade – tom calmo e baixo, sereno e tranquilo. Tom que


proporciona relaxamento.

» Ritmo – devagar e prolongadamente em especial quando se quer dar


ênfase a um fato ou emoção.

O hipnoterapeuta não fala rápido, como se estivesse ansioso. Por exemplo,


experimente falar a frase abaixo em ritmo rápido e em tom alto, certamente irá
provocar o efeito contrário.

“Relaxe profundamente....”

Os padrões de fala hipnótica fazem parte da técnica. Conforme estudado


anteriormente Erickson foi pioneiro em estabelecer uma linguagem hipnótica
indireta e sabemos que os benefícios são diversos.

Para Dell’isola (2019) apud Hunter (2016) exemplifica as diferenças entre


Sugestão direta e indireta:

72
REGRESSÃO │ UNIDADE III

Sugestão Direta:

» Enquanto você relaxa, você fica tão sonolento que só


quer aproveitar desse estado. Sua mente vagueia, mas seu
subconsciente ouve minha voz. Agora, faça uma inspiração
profunda e, lentamente, exale o ar. Relaxe...deixe ir mais
fundo... Você vai sentir uma maior sensação de paz profunda a
cada respiração que você toma.

» Imagine balões de hélio amarrados a seu braço esquerdo. Quanto


mais você imagina ver ou sentir os balões, mais leve o seu braço
se torna. E o outro braço você o sente tão pesado como se fosse
de chumbo. Sendo pesado demais para levantar. E enquanto você
imagina o peso de um braço e a leveza do outro, você percebe uma
diferença maior entre as sensações de cada um dos braços.

» Feche os olhos agora e observe como eles querem ficar fechados.


Enquanto sua mente consciente vagueia, o seu subconsciente ouve e
responde a cada palavra que eu digo.

Sugestões indiretas:

» Você pode ficar sonolento e relaxado.... você pode desfrutar o


tanto quanto quiser desse momento...Mas, você não precisa ouvir,
simplesmente deixe sua mente consciente vagar.

» Imagine que é um caminhante andando na floresta e enche os


pulmões com ar, notando que a natureza é serena e tranquila...
Dando-lhe um sentido mais profundo a cada passo e a cada
respiração.

» Você pode notar algo interessante acontecendo em seus braços.


Talvez um deles pode se sentir mais leve, como se estivesse sentado
puxado para cima por balões de hélio...ou talvez um deles pode
sentir-se muito pesado. Eu não sei qual sensação seu inconsciente
permita que você sinta mais facilmente.

» É cada vez menos importante para seus olhos manterem-se


abertos...e tornar-se cada vez menos importante se você escuta ou
não a minha voz conscientemente porque o seu inconsciente vai
ouvir tudo que eu digo e fará você responder.

73
UNIDADE III │ REGRESSÃO

Percebem a diferença?

Nas sugestões propostas pelo modelo ericksoniano elas são menos autoritárias
e, portanto, tem mais eficácia com os clientes que tendem a resistir mais as
sugestões.

Agora vamos aprender sobre os sinais de transe e os diversos níveis, pois é parte
fundamental para que possa ser conduzida a regressão.

Costa e Lima (2018) explicam sobre o transe hipnótico sendo uma reação
complexa com elementos psicossomáticos, sendo uma reação complexa, pois
envolve sintomas fisiológicos e psicológicos.

Partindo de um foco excitatório inicial no córtex cerebral, que


pode estar relacionado com as áreas auditiva, visual, cinestésica,
dependendo dos estímulos utilizados, provocando uma mudança
na frequência das ondas cerebrais e um recuo da mente objetiva.
(COSTA; LIMA, 2018)

Os autores seguem com a explicação:

Isto ocorre porque ao baixar o nível de ondas do cérebro para os


níveis Teta ou Delta, começa a existir uma troca na dominância entre
norepinefrina (NE ) e acetilcolina – caindo a primeira e subindo a
segunda, ativando o sistema límbico e occipital, permitindo que as
imagens internas e emoções fluam com mais liberdade, na mesma
proporção em que a realidade exterior e os sentidos perdem força e
vontade. (COSTA; LIMA, 2018)

O transe ocorre em diversos níveis, mas para atingir o relaxamento necessário


para se ter acesso as memórias tornam-se necessário rebaixar as ondas cerebrais
inferior a 8 hertz.

O transe tem o intuito de proporcionar a regressão de memória, a liberação de


afetos, ressignificação, a reprogramação de novos comportamentos e a extinção
de antigos hábitos gerados por crenças limitantes.

Embora exista diversos níveis de transe, vamos estudar os seis mais utilizados
pelos hipnoterapeutas. Com base na escala de le Cron e Bordeaux apud Medrado
(s/d) que realizaram observações práticas em que identificaram uma sequência
de reações fisiológicas e espontâneas que ocorrem em pessoas hipnotizadas. São
elas:

74
REGRESSÃO │ UNIDADE III

» Hipnoidal – Expressão de cansaço, frequentemente tremores nas


pálpebras e contrações espasmódicas nos cantos da boca e nas
mãos. Esse estágio de transe não é considerado apropriado para a
regressão. A pessoa está em estado de relaxamento, mas ainda fala
livremente.

» Transe leve – estado de alienação ao que aos estímulos externos.


Mantém-se imóvel, há catalepsia dos membros e pálpebras, perda
dos movimentos voluntários embora esteja consciente. Neste estágio,
o cliente segue às sugestões mais simples, mas pode resistir as
sugestões mais complexas. Ao retornar do transe mantém recordação
de todo o processo.

» Transe médio – catalepsia do corpo, anestesia extensiva e relaxamento


profundo. Consegue acessar memórias do presente e do passado. Ao
despertar tem amnésia profunda.

» Transe profundo – neste estágio o relaxamento é tão profundo que o


corpo pode apresentar letargia, tendo seus músculos rígidos. Estado
de anestesia profunda. É possível abrir os olhos e conversar sem
despertar. Ao despertar tem amnésia profunda.

» Transe sonambúlico – neste estágio a respiração é lenta e ocorre


anestesia geral no corpo do cliente. Altamente sugestionável e pode
ocorrer fenômenos de escrita automática, alucinações positivas e
negativas.

» Transe Coma hipnótico – o transe é tão profundo que há catatonia


dos membros e rigidez no corpo todo. A pessoa não interage com o
hipnotizador, se desconecta de tudo que está ao redor para tirá-lo do
transe é necessário negociar.

Agora que aprendemos sobre os níveis de transe, vamos aprender sobre os


fenômenos hipnóticos:

» Catalepsia – ausência de movimento voluntário.

» Anestesia – corpo fica anestesiado. Utilizado para procedimentos


cirúrgicos.

» Analgesia – redução significativa da sensibilidade a dor.

75
UNIDADE III │ REGRESSÃO

» Dissociação – é o fenômeno na qual a pessoa pensa, ou sente que é


duas, podendo realizar duas coisas ao mesmo tempo.

» Amnésia - perca de memória total ou parcial.

» Hiperaminésia – lembrança aguçada de fato e detalhes.

» Regressão – retornar a uma idade ou época específica, entrando em


contato com memórias e fatos ocorridos no passado.

» Progressão – projeção futura, induzir o paciente a ir ao futuro e traçar


metas e planos. É uma técnica motivacional.

» Distorção do tempo – quando há perca da noção do tempo. O cliente


não percebeu o tempo passar durante a sessão.

» Alucinação positiva – quando há a percepção de que um dos cinco


sentidos está mais aguçado.

» Alucinação negativa − quando há a percepção de que um dos cinco


sentidos não está presente. Neste momento o hipnoterapeuta deve
motivá-lo a sair desse estado mental. Após o terapeuta deve direcionar
com sugestão algo positivo.

Prosseguindo com os estudos, além de ter conhecimento sobre a importância do


transe, seus níveis e as possíveis reações hipnóticas é necessário aprender sobre
os sinais ideomotores, pois é partir deles que o cliente irá se comunicar com o
hipnoterapeuta.

Os sinais ideomotores são a forma não verbal que o cliente se comunica com o
hipnotizador, vale lembrar que nem todas as técnicas de hipnose utilizam esses
sinais. No entanto, iremos aprendê-los.

O subconsciente move uma parte do corpo (no qual é sugerida pelo hipnoterapeuta)
para responder a uma pergunta.

Por exemplo:

Quando o cliente estiver em transe você pede escolha mover um dedo para a
resposta “Sim”, outro para “Não” e um terceiro para “Não sei”.

Há pessoas que preferem responder verbalmente, mas isto ocorre durante o


processo mesmo de regressão ainda que o subconsciente tenha respondido
da forma solicitada. Outro dado importante é que muitas vezes o cliente não

76
REGRESSÃO │ UNIDADE III

movimenta ou movimenta sutilmente os dedos, neste caso é imprescindível


a atenção focada do hipnoterapeuta nas respostas. Quando o cliente não
movimenta os dedos não quer dizer que o hipnoterapeuta não conseguiu
implantar a sugestão. O fato é que as vezes o cliente está respondendo
mentalmente, isto porque o transe é profundo.

O que o hipnoterapeuta deve fazer neste caso?

Utilizando a linguagem hipnótica contendo as três características aprendidas ele


deve falar gentilmente:

“Nome do cliente ... se você consegue me ouvir faça um movimento


com a cabeça”.

O cliente irá movimentar. Em seguida pergunte:

“Você prefere responder tudo mentalmente?” e continue


“Movimente sua cabeça se a resposta for Sim”.

Se o cliente responder, oriente-o como ele deve seguir e faça as perguntas


normalmente, pois o mais importante é que ele experimente o processo de
regressão, como já aprendemos com os estudos de Erickson o cliente é capaz de
solucionar suas questões desde que esteja se sentindo seguro e bem conduzido.

O mesmo pode ser feito caso o cliente não sinalize com o movimento com a
cabeça. Pode ser perguntado a ele prefere falar verbalmente “Sim”, “Não”
ou “Não sei”. Caso ele fique em silêncio nessa situação ou anterior, não há
problemas, não insista mais, não invada o espaço dele. Essas tentativas já são
suficientes para demonstrar segurança e que está presente no processo.

Cada ser humano é único e precisamos estar atentos as suas singularidades.

No próximo capítulo, vamos apresentar o roteiro completo para utilizar a técnica


dos sinais ideomotores.

Sintetizando o passo a passo da atendimento em hipnose, sendo que a regressão


terapêutica só ocorre na 2a sessão.

Etapas da primeira sessão de atendimento em Hipnose terapêutica:

1. Rapport/Empatia.

2. Anamnese.

77
UNIDADE III │ REGRESSÃO

3. Pré-talk e yes set.

4. Pseudo-hipnose (opcional).

5. Indução.

6. Aprofundamento.

7. Respostas ideomotoras.

8. Emergir.

Por que a regressão não acontece na primeira sessão?

Porque é necessário coletar os dados, analisar e preparar a sessão de regressão.


O tema é muito sério e adentrar na mente do outro é muito delicado e exige
cuidados específicos. Além de que uma sessão inicial com regressão ficaria
extremamente exaustiva para o cliente e terapeuta, impactando na qualidade e
resultado do trabalho.

Etapas a partir da segunda sessão de atendimento em Hipnose terapêutica:

» Rapport com anamnese para mensurar os resultados obtidos.

» Indução – que pode ser rápida a depender da facilidade que o cliente


tem para entrar em transe.

» Aprofundamento.

» Regressão terapêutica.

» Ressignificar.

» Ponte ao Futuro.

» Emergir.

» Plano de ação.

Há muito o que estudar, avaliar e treinar. Você pode começar com a auto-hipnose
também é muito benéfica e os resultados são incríveis. Cuide de você antes de
cuidar do “Outro”.

78
CAPÍTULO 5
Roteiro de regressão

Vamos apresentar os roteiros utilizados com base na hipnose clássica e de Dave


Elman. Assim como informações de como utilizá-las com os clientes.

Vamos começar com aprendendo a indução de Dave Elman que pode ser utilizada
usando músicas instrumentais ou frequências em som muito baixo, quase inaudível.

Roteiro:

Peça para o cliente sentar-se da forma que ele se sentir mais confortável e
oriente-o a deixar os braços descruzados e com as mãos sobre as coxas.

Neste momento o cliente ainda está de olhos abertos.

Em algum momento eu poderei tocar seu pulso, sua testa ou seu


ombro (enquanto fala toque-o), você me autoriza, certo?

Olhe-o nos olhos sorria e continue.... inspire profunda e vagarosamente, faça


uso dos sons universais.

Prossiga:

Então agora quero que inspire profundamente e segure o ar


(faça junto com ele). Isso... muito bom...(sorria levemente)...
E enquanto solta o ar lentamente, você pode fechar os olhos e
relaxar.

E enquanto relaxa mais e mais eu quero que foque sua atenção nos seus
olhos. Relaxe todos os pequenos músculos e nervos dos seus olhos. Quero
que relaxe seus olhos a ponto de desligar todos os músculos deles. Desligue
totalmente seus olhos, tão deligados que eles ficaram totalmente colados.

Em algum momento você poderá fazer um pequeno teste para ter certeza de
que seus olhos estão totalmente desligados.

Quando tiver certeza que seus olhos estão totalmente desligados, você pode tentar
abrir, mas não vai conseguir.

(Neste momento perceberá que o cliente iniciou o teste)

Muito bom... não precisa mais testar... relaxe novamente seus olhos.
79
UNIDADE III │ REGRESSÃO

Agora deixe que esse relaxamento se espalhe por todo o seu


corpo, começando pela sua cabeça e indo até seus pés. Relaxando
profundamente todos os músculos do seu corpo.

Daqui a pouco, não agora, pedirei que abra seus olhos e passarei minha
mão na frente deles e fechará seus olhos acompanhando minha mão e
dobrando o relaxamento.

Relaxando duas vezes mais instantaneamente.

Abra os olhos....

Feche os olhos... duas vezes mais relaxado...

Abra os olhos...

Feche os olhos... relaxando duas vezes mais profundo...

Abra os olhos...

Feche os olhos.... ainda mais profundo e mais relaxado...

Muito bom...

Escute apenas o som da minha voz e enquanto ouve a minha voz você relaxa
ainda mais profundamente se sentindo muito bem.... talvez você escute
algum outro som, pessoas falando, carros passando, até mesmo sirenes, não
importa... nenhum desses barulhos vai te incomodar ou te atrapalhar... ao
contrário... qualquer barulho que você ouvir faz você relaxar ainda mais...
cada vez mais profundo.... cada vez mais relaxado... muito bom....

Agora quero que toda a sua atenção esteja no braço direito, permita ele
relaxar ainda mais. Em algum momento pegarei seu braço pelo pulso,
levantarei um pouco para testar o seu relaxamento, não me ajude a levantar.
E quando eu soltar, seu braço cairá pesado como uma toalha molhada.
Relaxando profundamente 10 vezes mais.

(Delicadamente segure o braço do cliente pelo punho, movimente-o para os


lados e solte).

Isso! Muito bom! Novamente deixe que esse relaxamento se espalhe por todo
o seu corpo, começando pela cabeça e indo até seus pés.

Esse é o relaxamento físico, mas há outro que é o relaxamento mental.

80
REGRESSÃO │ UNIDADE III

Em algum momento, pedirei que inicie uma contagem em voz alta de 100 a 0.
Desse jeito:

(Nesse momento o hipnoterapeuta inicia a contagem em voz alta falando...


100 mais relaxado...99...mais relaxado).

E quero que cada contagem deixe os números saírem da sua mente.


E talvez no número 98 ou antes você fará os números desaparecerem
totalmente da sua mente, terão ido embora.

Então relaxe sua mente e inicia a contagem a partir do 100 agora!

Cliente: 100 mais relaxado...

99 mais relaxado...

98 mais relaxado....

Deixe os números saírem da sua mente.

(Se o cliente ficar mudo pergunte: Os números saíram da sua mente?)

Acene com a cabeça se os números sumiram...

Não se preocupe com os números. Só continue relaxando profundamente e


aproveitando ainda mais esse transe.

Essa é uma das induções mais eficazes e utilizadas por hipnoterapeutas. Deve
ser utilizada por completo no primeiro atendimento.

Há induções mais rápidas que também podem ser utilizadas a partir


do segundo atendimento, depende da facilidade que o cliente tem para
entrar em transe. Cabe ao profissional decidir qual o melhor roteiro
para cada caso em questão, por exemplo, um cliente que realizará cinco
sessões de hipnose é provável que na terceira já esteja condicionado a
indução de Elman e poderá adiantar mentalmente os passos podendo
prejudicar e comprometer o atingimento do transe.

Seguiremos com o aprofundamento:

É importante dizer que qualquer palavra ou técnica pode auxiliar no


aprofundamento do transe. Neste estágio poderá utilizar de recursos sonoros
tornando-os um pouco mais perceptíveis. Mas, lembre-se apenas músicas
instrumentais e frequências vibracionais para relaxamento, perdão, cura,
amor entre outras que sejam terapêuticas.

81
UNIDADE III │ REGRESSÃO

Você pode criar um roteiro de aprofundamento visando o conforto, segurança


e contato com alguns sintomas que são peculiares ao cliente, por exemplo,
se ele tem medo de água, quando já estiver relaxado e aprofundando cada
vez mais pode adicionar elementos que contenham água, uma jarra de água,
um copo cheio com água, um aquário na cena e tornando o contato com o
elemento água cada vez mais presente.

Abaixo alguns roteiros de aprofundamento igualmente conhecidos entre os


hipnoterapeutas:

Contagem

“Iniciarei agora uma contagem de 1 a 10. Quanto maior o número que eu contar
ainda mais profundo você vai no estágio de relaxamento. Se sentindo seguro e
confortável....

Um... seus músculos ficam ainda mais soltos e relaxados...

Dois... mais e mais profundo... relaxando ainda mais....

Três... sentindo-se leve... cada vez mais relaxado....

Quatro.... está tão profundamente relaxado que já não sente os membros...

... Dez você está tão relaxado que consegue flutuar....”

Lembre-se que você pode criar seu próprio roteiro, apenas precisa ter claro a sua
intenção.

Mais um roteiro chama-se “Lugar Seguro.”

Este roteiro tem efeitos terapêuticos profundos, você pode adicionar nesse
lugar seguro um “Portão” no qual o cliente irá personalizá-lo (por meio da
sua sugestão) com as cores, o nome e tudo o que ele quiser, com tudo que
mais o agrada. O mais interessante é sugerir que este portão dá acesso a um
jardim particular. Que é o jardim pessoal, nesse jardim você pode sugerir
flores, frutos, árvores, jardins (remete as emoções) podar, colher, guardar,
plantar, replantar.

O intuito é de conduzi-lo de forma clara e singela de que ele está cuidando das
emoções e do seu jardim interior. Portanto, as sugestões devem ser claras, mas
não impositivas, o jardim deve ter a cor, forma, aromas e conter somente o que
agrada o cliente. A criação é dele.

Recorde-se: é o jardim particular que representará o mundo interior do seu cliente.

O jardim também pode ser utilizado independente do “Lugar seguro”.

82
REGRESSÃO │ UNIDADE III

Bom, vamos retornar ao “Lugar seguro” e sua importância. Após levar o cliente
ao lugar seguro, no término você poderá implantar uma sugestão pós-hipnótica
na qual ele receberá um comando que ao vivenciar alguma situação de conflito ou
estressante que ele volte ao lugar seguro, que ele acesse imediatamente este lugar.
Por este motivo, é uma técnica que tem uma terapêutica quase permanente se fora
ancorada de forma adequada.

Lugar seguro.

“Muito bom... agora que está profundamente relaxado quero que imagine uma
escada a sua frente muito segura (ênfase nas palavras).

Iniciarei uma contagem de 1 a 10 e cada número que eu contar você desce mais
um degrau relaxando ainda mais... Quanto maior o número mais profundo você
vai.... se sentindo seguro e confiante você vai seguir... Então vamos lá... Um...
você desce e enquanto desce imagina seu lugar ideal.... Dois... um lugar pacífico
e seguro para você.... Três.... um lugar na sua mente que tudo é do jeito que você
quiser.... Quatro.... permita-se criar o lugar mais tranquilo e fantástico que você
quiser.... Cinco.... estamos na metade da escada e você está se sentindo mais
relaxado e seguro... Seis... agora você já pode ver o seu lugar ideal.... Sete.... você
sente os detalhes do seu lugar... os cheiros... a temperatura... tudo é forma que
mais lhe agrada.... Oito.... muito profundo vendo cada detalhe do lugar... Nove
profundamente relaxada e confiante... Dez você já está no seu lugar seguro,
confortável, tranquila, se sentindo em paz....

Por um tempo quero que você aproveite seu lugar seguro.... explore ele.... a cada
respiração seu corpo e mente são preenchidos com segurança e paz, sumindo
os sentimentos que você não quer mais.... isso.... muito bom! Maravilhoso!
Aproveite o seu lugar seguro...

(Nesse momento o hipnoterapeuta fará a sugestão hipnótica para criar uma


ancoragem na qual o cliente poderá acessá-la sempre que quiser ir ao lugar seguro).

Agora, respire profunda e calmamente e toque seu polegar de uma forma única
que você escolheu agora... isso... respire calmamente... toda vez que você tocar
seu polegar dessa maneira e respirar calmamente, você irá acessar seu lugar
seguro. E a qualquer momento que eu pedir para você ir ao seu lugar seguro,
você fará o mesmo movimento com o polegar, respirará calmamente e acessará
imediatamente seu lugar seguro”.

Feito a ancoragem que servirá além de recurso terapêutico como recurso para ser
utilizado em momentos de tensão ou crises durantes a regressão hipnótica.

83
UNIDADE III │ REGRESSÃO

A próxima etapa é direcionar o cliente para a Regressão terapêutica. Ele irá sair
do lugar seguro, ou irá para a regressão terapêutica logo após atingir o nível de
transe profundo.

Quem deve decidir o melhor momento será o profissional, de qualquer forma a


transição é sempre por comando verbal e deve ser direta e objetiva, porém em
tonalidade pacífica.

Seguindo as etapas de atendimento da primeira sessão vamos aprender o roteiro


completo dos sinais ideomotores.

Após o cliente atingir o transe sonambúlico inicie:

“Muito bom.... a partir de agora quero que aprecie essa experiência incrível... esse
estado profundo de hipnose... aprecie como esse estado limpa completamente sua
mente e seu corpo...

Faça uma pausa de segundos.

A partir de agora quero que sua mente consciente desfrute dessa experi6encia em
todos os sentidos...

Sua mente consciente não precisa mais prestar atenção a qualquer coisa que eu estou
falando... porque agora eu estou falando com seu subconsciente.

Em algum momento, não agora, eu vou pedir para que você levante um dedo da
sua mão, mas não qualquer dedo... o dedo que o subconsciente escolher para o
dedo do SIM.

Subconsciente levante o dedo agora para a resposta “SIM”.

Repita o processo para o “NÃO” e para o “NÃO SEI”.

Muito bom... a partir de agora eu vou perguntar para seus subconsciente


algumas perguntas relacionadas ao seu problema (Fale o problema) ... e
o subconsciente me responderá Sim, Não ou Não sei − levantando o dedo
correspondente.

1. Essa causa está relacionada a alguma figura de autoridade?

2. Essa causa está relacionada a uma questão não resolvida atualmente?

3. Seu subconsciente causou esse problema porque você tem algo a ganhar?

84
REGRESSÃO │ UNIDADE III

4. Você está se identificando com outra pessoa?

5. Você está sentindo um conflito interno ou dois desejos contraditórios?

6. Seu problema foi causado por um evento passado?

7. Você está punindo a si mesmo por alguém ou alguma coisa?

Após coletar os dados, e isto não quer dizer escrevê-los, pois sua atenção deverá
estar focada no cliente, observando suas reações para conduzi-lo de forma
adequada. Neste caso deve iniciar o processo de retorno, ou seja, emergi-lo.

A conversa pós processo deve ser dirigida para esta experiência. Compartilhe com o
cliente as respostas, oriente, esclareça, pergunte se ele se recorda de algo mais, escute.
Deixe-o se expressar e então planeje a próxima sessão.

Roteiro de Regressão Terapêutica:

“Em algum momento, não agora, eu quero que você vá até o momento que
inconscientemente ou conscientemente foi o causador do que passa hoje (fale o
nome da queixa).

.... Não qualquer momento, não qualquer memória, mais sim você irá para a mais
relevante, a mais forte que foi a causadora da sua dor falar o problema).

Iniciarei uma contagem de 1 a 3 e no 3 você estará nesse momento causador


mais importante.

1, 2, 3 ...(estale os dedos próximo ao ouvido do cliente e dê o comando tocando nos


ombros)

Dentro do momento! Está sentindo, vendo, ouvindo tudo que está acontecendo...

Enquanto observa as expressões faciais e corporais questione:

1. Olhe ao seu redor, você conhece esse lugar?

2. Você está dentro ou fora do momento?

3. Onde você está?

4. Você está sozinho ou acompanhado?

5. O que está acontecendo?

6. Como você se sente?

7. O que você está precisando agora?

85
UNIDADE III │ REGRESSÃO

Ao falar mantenha as características específicas da comunicação em hipnose.


Não tenha pressa para fazer as perguntas, muito menos se preocupe em obter
as respostas. Lembre-se que o processo é íntimo e, portanto, subjetivo, nem
todas as respostas serão lógicas para o profissional, mas tem significado para
o cliente. Há também situações em que a pessoa está vivenciando toda a cena,
afinal isto faz parte do objetivo e neste caso ela não interage de imediato com o
hipnoterapeuta. Seu papel fundamental na regressão é estar atento as reações
hipnóticas e prestar todo o auxílio possível.

Ainda que o cliente permaneça em silêncio, deixe pausas entre as perguntas,


mas sinalize gentilmente que está ao lado, que está presente na sessão. Poderá
sinalizar com suspiros, incentivos verbais “muito bom, continue enfrentando essa
situação”.

Muitos clientes optam em filmar a sessão de hipnose é um recurso válido, porém


mesmo que seja um pedido do cliente, não esqueça de fazê-lo formalizado por
meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Guarde uma cópia e vale
recordar que todo o material das sessões é de uso restrito e não deve ser divulgado
em hipótese alguma.

O próximo passo após a sessão de regressão é o Ressignificar.

Ainda em transe, o cliente será conduzido da regressão direto para a ressignificação.

Roteiro de ressignificação:

“Peça para o cliente adulto com todos os recursos que têm hoje converse com seu
“Eu” do passado, diga para ele que o ensine, fortaleça, inspire, liberte...

.... Ofereça tudo que seu “eu” do passado precisa... ofereça amor... acolhimento... dê
um abraço e diga que o ama.....ame-o...

... agora fraternalmente despeça-se dele.... deixo o “eu” do passado se dissipar


como uma nuvem no céu e enquanto ele suavemente se dissipa você sente um
calor percorrer todo o seu corpo... é a energia positiva invadindo e preenchendo o
seu ser atual....”

Após fazer a ressignificação leve-o para a última etapa da sessão que é a Ponte ao
Futuro.

Roteiro Ponte ao Futuro:

“Faça o cliente se visualizar com o novo comportamento do futuro, livre do


problema no qual se queixa (atenção nessa etapa não se fala mais no problema)

86
REGRESSÃO │ UNIDADE III

use apenas as palavras positivas seguindo o que o cliente almeja com o


tratamento.

Visualize-se no futuro da forma como deseja... livre... seguro... saudável.... veja...


olhe e observe como você está feliz agora que atingiu seu objetivo (fale o objetivo).

Peça para que ele veja todas as ações e comportamentos necessários para que ele
alcance seus objetivos...peça para ele enxergar o passo a passo dessa trajetória de
sucesso.

Peça ao cliente para que ele diga qual a ação que ele fará a partir desse momento, a
mais importante que fará com que ele se aproxime ou conquiste seu objetivo.

Muito bom! Agora imagine-se executando essa ação...Muito bom...respire


profundamente e relaxe novamente.

A partir de agora não há mais impedimentos, novos comportamentos e novos


sentimentos foram gravados em seu subconsciente e você pode resgatar todos os
seus recurso internos tornando ainda mais forte seus novos comportamentos e
sentimentos a partir de agora!

Muito bom! Seus caminhos estão livres...

Neste momento você desipnotiza o cliente. Dando o comando:

Roteiro para Emergir:

Agora vou iniciar uma contagem de 10 a 1 e quanto maior for o número que eu disser
mais revigorado e seguro você irá se sentir, para cada número que eu disser você
se sentirá mais atento e ativo. Quando eu chegar no 1 você vai abrir sentindo-se
revigorado e muito bem.

(Inicie a contagem e a cada número vai sugerindo como ela deve se sentir).

....10 você sente os pés no chão....9 está se sentindo revigorado...8 está sentindo suas
coxas e quadris...7 começa a sentir seu tronco...6 pode sentir seu coração pulsar...5
agora sente seus braços...”

Segue a sequência até o cliente despertar.

É importante lembrar que a partir da Indução todos os passos descritos acima


são realizados com o cliente em transe. Um passo é conduzido diretamente ao
outro pelo hipnoterapeuta.

87
UNIDADE III │ REGRESSÃO

Após o processo hipnótico completo é feita a conversa pós-regressão que


deve ser direta e objetiva, tem o intuito de ancorar e reafirmar as sugestões
hipnóticas feitas durante o processo.

Assista ao vídeo em que Dave Elman – Tratamento de Gagueira


- Disponível no canal do Youtube: https://www.youtube.com/
watch?v=PmsPPBL3toU&t=325s.

Assista ao vídeo em que Milton Erickson faz atendimento com seu método
metafórico – Disponível no canal do Youtube: https://www.youtube.com/
watch?v=VrS3aFRMvxQ.

88
CAPÍTULO 6
Regressão com representante e
meditações complementares

A regressão com representantes e meditações complementares trata-se da mesma


técnica com o complemento de outras “figuras” representacionais de importância para
o cliente.

Dependendo do caso é necessário acrescentar uma “terceira” pessoa no processo


de hipnose. Por exemplo, nos casos mais complexos e que exigem o perdão
é preciso durante o momento de regressão “convocar” por meio de sugestão
hipnótica a presença da pessoa que ocasionou o traumas. Mas, esse recurso
deve ser utilizado com muito cuidado e atenção para evitar um novo trauma.

A terapia do perdão é muito eficaz no caso de divórcio, término de


relacionamentos afetivos conturbados, ruptura de relações com pessoas
queridas que faleceram, entre outros casos.

O hipnoterapeuta deve estar seguro de suas habilidades e da potencialidade


emocional do cliente para lidar com essas situações e conduzir o cliente nesses
dois casos.

Com relação a regressão com meditações complementares quer dizer “Terapia de


Vidas Passadas” é um processo que exige o transe sonambúlico e expertise por
parte do profissional hipnoterapeuta. É possível de ser aplicada e tem resultados
eficazes em diversos aspectos.

Vamos aprender as duas técnicas!

Vamos começar com a Terapia do Perdão:

Neste caso, cliente conclui a etapa da ressignificação o que quer dizer que ele
foi conduzido na regressão para o momento específico que o marcou e gerou o
problema em questão, ou seja, todas as sugestões hipnóticas estão relacionadas
ao tema. Por exemplo, se é sobre o ex-marido, deve-se falar desta questão em
específico.

Após ressignificar, o cliente não vai a “Ponte ao Futuro” ele é direcionado


diretamente para “o lugar seguro, o intuito é que ele possa se recompor e
harmonizar-se.

89
UNIDADE III │ REGRESSÃO

“Agora quero que você vá para o seu lugar seguro e sinta-se em paz e seguro. Eu
quero que você realmente se liberte de tudo que pode te impedir de alcançar seu
objetivo (falar o objetivo do cliente).

Em algum momento, não agora, eu vou pedir para que você veja a pessoa opressora
em sua frente (fale o nome da pessoa).

Você está em seu lugar seguro, se sentindo segura e em paz.

Respire profundamente e se sinta ainda mais segura.

Agora eu vou contar e no 3 a pessoa opressora (repete o nome da pessoa) estará na


sua frente, 1,2,3 agora!

Continue respirando... e em cada respiração você é preenchido de segurança, paz


e amor.

Eliminando todo o sentimento que te faz mal.

Ficarei em silêncio ao seu lado por alguns segundos para que diga tudo o que
precisa dizer a essa pessoa agora. Fale agora...

(Faça silêncio por alguns minutos)

Muito bom... Agora quero que repita para essa pessoa o que vou lhe dizer:

» Eu te vejo e te reconheço.... Eu te perdoo e você me perdoa...

» Eu te amo e você me ama também (se for uma pessoa querida).

» Eu lhe agradeço e você me agradece (se for uma pessoa querida).

Não existe mais nenhum ressentimento entre nós...

Só há tranquilidade e paz em mim agora.

Estou livre e serei cada vez mais feliz...

Você irá repetir mais uma vez as frases e dessa vez a cada frase que você disser
essa pessoa (fale o nome da pessoa) vai ficar cada vez mais distante e pode até
desaparecer se você quiser.

Vamos começar agora!

(Repete o processo das frases)

90
REGRESSÃO │ UNIDADE III

Ao concluir o processo pergunte:

A pessoa desapareceu?

Se a resposta for “Sim”, responda: “Muito bem”

Se a resposta for “Não”, responda: “então ela desaparece agora e você volta a estar
sozinha no seu lugar seguro.

Agora relaxe profundamente, sinta-se em paz, confiante e segura para agir a


caminho da sua felicidade.

A partir desse momento basta emergir o cliente e encerrar a sessão com a conversa
pós-regressão.

Vamos aprender sobre a regressão de vidas passadas com base no trabalho do


psicólogo e Hipnoterapeuta Alberto Dell’Isola. As etapas são:

1. Indução hipnótica estado sonambúlico.

2. Lembre-se de gravar – para estudos e referências, antes tenha o


consentimento do seu cliente.

3. Use uma das técnicas de regressão específicas para vidas passadas.

4. Peça para o cliente descrever as cenas com detalhes como um


observador.

5. Faça apenas sugestões abertas. Não faça sugestões ou guie durante


as observações. Escute!

Exemplos de perguntas abertas: Onde você está? Qual é o seu nome? O que você
faz? Qual sua idade? Em que ano você está? Está em lugar aberto ou fechado?
Está sozinha ou acompanhada? Você reconhece esse lugar? Como são suas
roupas? Descreva esse lugar? Reconhece as pessoas?

Sugestão de roteiro Túnel:

“Nesse momento eu quero você imagine um túnel bem grande...e você começa a
andar em direção desse túnel...e você vai andando e ao entrar nesse túnel... você
percebe que o tempo começa a voltar lentamente...os dias vão voltando...(estala os
dedos)...os meses vão voltando (estala os dedos).... e cada vez mais rapidamente
... (estala os dedos) até que os anos vão voltando...e os anos vão voltando...(estala
os dedos)... até a época que você tinha 15 anos de idade...em um momento muito

91
UNIDADE III │ REGRESSÃO

feliz quando você tinha 15 anos de idade.... um momento de alegria e felicidade


quando você tinha 15 anos de idade....... e você se lembra desse momento... cada
vez mais profundo... cada vez mais no momento...e quando eu estalar meus dedos
você estará vivendo este momento feliz com 15 anos de idade (estala os dedos).

Qual o seu nome?...Quantos anos você tem?.... Você estuda?... Qual sua matéria
favorita?... Muito bom! Olhe nos meus olhos... DURMA... (estala os dedos)...
isso... e vai afundando...cada vez mais afundando...cada vez mais profundo...e
agora você está cada vez mais no túnel do tempo... e lá no fundo do túnel tem
uma imagem bem antiga.... de uma vida passada bem anterior a essa... e talvez
você se lembre ou não dessa vida agora..., não importa... essa imagem está pouco
nítida, mas ela vai ficando cada vez mais clara... cada vez mais nítida...vou fazer
uma contagem de 10 a 1 e em algum momento no 1 eu vou tocar seu ombro e você
vai estar dentro dessa imagem... dentro dessa cena e vai ver, ouvir, sentir tudo
realmente... Dez...décadas vão voltando... Nove...séculos...Oito...vai voltando...
cada vez mais... Sete...voltando...e você vai se lembrando... Seis... vai lembrando
cada vez mais...Cinco... você entra dentro daquela vida...Quatro... dentro daquela
existência...Três... Dois... Um... (Toque os ombros). Isso. muito bom...você está
dentro da vida agora...

A partir daqui inicia-se as perguntas abertas.

Continue e diga... a partir de agora vou conversar com (diga o nome do cliente
na vida atual) e toda vez que eu tocar no seu punho você vai ver a cena de fora do
corpo dessa vida... (toque punho) ... muito bom!

(diga o nome do cliente) Você está vendo a vida de fora do seu corpo agora?

Consegue vê-la?

Em qual contexto vocês estão?

Quando eu soltar seu punho você vai voltar imediatamente ao seu túnel do tempo....
e agora o tempo começa a voltar... cada vez mais rápido... cada vez mais rápido...
e no final do túnel está uma imagem embaçada de uma vida passada... mas, não
qualquer vida, não qualquer momento... o momento exato no qual começou esse
problema (falar o nome do problema).. como começou... vamos voltar para a
verdadeira origem, causa raiz de seu sintoma. Novamente vou fazer a contagem
de 10 a 1 e em algum momento no 1 eu vou tocar no seu ombro e você estará
dentro desta imagem... dentro dessa cena... na verdadeira origem causadora
desse problema... (inicia-se a contagem como anteriormente... toque no ombro)

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REGRESSÃO │ UNIDADE III

...dentro da vida agora! Explore...Quando eu contar até 3 a 1e você vai avançar


para experiência da morte dessa vida, você pode assistir de cima em segurança
como observador... isso... muito bom.. 3,2,1... agora!

Inicia-se as perguntas:

Você está dentro ou fora do corpo?

O que provocou sua morte?

Tem algum compromisso não finalizado?

Agora é hora de sair da experiência da morte e você será envolto em uma luz
branca Universal se sentindo seguro e calmo. Nesse momento seu débito foi pago,
você pode se sentir seguro e calmo. Não precisa mais carregar nenhuma dor ou
sofrimento. Você será capaz de levar todas as memórias boas e tranquilas dessa
vida com você. Libertando a si mesmo deste corpo e desta vida... começa a se
sentir seguro... calmo e relaxado profundamente.... totalmente cercado de uma luz
branca... se sentindo seguro e calmo.

Ainda se visualizando envolto na luz branca quero que me responda a algumas


perguntas:

» Qual foi a mensagem mais significativa que aprendeu na sua vida passada?

» Como isso pode te ajudar na sua vida atual?

» O que você precisar soltar e prender na sua vida atual?

Muito bom...permita agora que qualquer dor, negatividade ou sofrimento seja


lançada luz branca universal onde será resolvida. Você vai trazer de volta apenas
as lições positivas aprendidas. Você tem estado em uma viagem fantástica através
do tempo e merece saúde e felicidade. Agora eu vou iniciar uma contagem de 1
a 5 e no 5 você estará totalmente energizado... se sentindo muito bem.... tendo
a certeza que nenhuma dor te prende a este passado... se sentindo muito bem.
Um... sentindo-se energizada... Dois... voltando para o aqui e agora (descreve
da data atual)...Três... voltando para seu corpo atual... Quatro... se sentindo
muito bem... Respirando profundo... Cinco... abra os olhos se sentindo muito
bem!”

Após emergir inicie a conversa pós-regressão.

93
CAPÍTULO 7
Harmonia e limpeza energética

Entre tantos aprendizados que a técnica de hipnose pode nos proporcionar


sabemos que a limpeza de memórias é um fato marcante e que proporciona
alívio emocional, físico e energético.

Sim! Quanto a limpeza de memórias impacta na energia física, mental e


espiritual proporcionando harmonia, gerando pensamentos mais equilibrados
e saudáveis o que vai impactar diretamente na saúde e qualidade de vida.

Há outros métodos que podem ser utilizados individualmente ou combinados


entre si para proporcionar a limpeza energética dos clientes, terapeuta e do
consultório, pois o espaço físico também absorve as vibrações energéticas e é
importante que seja limpo com frequência, tornando o ambiente harmonizado,
com alta frequência vibratória e auxiliando nos atendimentos, afinal a influência
da energia e vibração já estão mais que comprovadas pela física quântica.

E quais são os métodos eficazes de limpeza energética? Há diversos métodos,


mas vamos indicar dois que são rápidos, tem baixo valor de investimento
financeiros e são práticos para mantê-los.

O Reiki é sempre uma excelente opção que pode ser utilizado no ambiente
todos os dias e atua também não só na transmutação das energias da matéria,
mas equilibrando todos que tiverem em contato com o local, no caso, o
consultório em que serão realizados os atendimentos. Mas, você pode aplicá-
lo na sua casa, no seu carro, em você e em qualquer outro lugar.

O Reiki pode ser definido como uma técnica de cura sistematizada, séria no qual
é utilizado a imposição das mãos em combinação com os símbolos. É um sistema
de harmonização e cura do corpo físico, mental e espiritual, transmuta energias
maléficas em benéficas.

Há também a possibilidade de utilizar os cristais e pedras como forma de proteção


e limpeza energética. Estudos indicam o poder curativo de algumas pedras e
cristais.

Esse método é interessante, pois não exige reinvestir financeiramente, ou seja,


uma vez que o cristal é adquirido não precisa de manutenção e não será descartável,
seu uso é contínuo e além de possuir poder curativo, são lindos e servem para

94
REGRESSÃO │ UNIDADE III

decorar o local. Exige apenas o cuidado de serem lavados em água corrente


e se possível utilizar sal grosso que é um outro tipo de cristal. Colocá-los
sobre a luz do sol é uma ótima indicação, pois além dos cristais absorver essa
energia benéfica o Sol amplifica o poder de restauração dos cristais.

As pedras mais indicadas para a limpeza energética são:

» Ametista Roxa – Transmuta o negativo em positivo. Atua nos processos


emocionais.

» Turmalina negra – absorve toda a energia negativa

» Malaquita – Atua no DNA e na área espiritual.

» Quartzo Rosa – Amor, segurança e calma.

» Hematita – atua na área sanguínea. Emana energia vital.

» Olho de Tigre – Ativa a criatividade e proporciona energia de ação.

Há inúmeros outros cristais que podem ser utilizados e cada um deles tem uma
função e energia que atua em áreas específicas promovendo a saúde e o reequilíbrio
mental, físico e espiritual. Analise quais são suas necessidades e invista!

Cada tipo de cristal tem sua energia e característica particular, você pode
combiná-los entre si e utilizá-los também em pulseiras, pingentes, ou
simplesmente carregá-los com você para manter-se sempre energizado.

Cuide de você! Você é importante!

95
Para (não) Finalizar

Durante o curso estudamos os múltiplos conteúdos sobre vários pontos de vista


científicos e as definições que permeiam a mente e o comportamento humano
de forma geral. Mas, quando focamos em Hipnose também nos deparamos com
diversos conceitos e vertentes que baseiam seu saber científico. Há inúmeros
estudos e relatos que comprovam sua eficácia e em contrapartida, há também
situações em que a Hipnose não foi eficaz, ou seria este o resultado da inabilidade
e despreparo do profissional?

Todo este percurso foi de suma importância para a orientação do preparo de


um profissional Hipnoterapeuta ético e qualificado, pois uma vez que não há
pré-requisitos educacionais e de experiência mínima para que o interessado
ingresse em um curso de hipnose e torne-se um hipnoterapeuta, foi necessário
reforçar a importância de conhecer afundo o Universo que permeia a mente,
psiquê e o cérebro humano. Do mesmo modo em que também não há nenhuma
grade curricular padronizada pelo Ministério da Educação − MEC para as
escolas que ofertam cursos e ensinam a técnica.

Portanto, a Faculdade Unyleya tem o compromisso de ensinar de forma mais


profunda, ética e orientar conteúdos além da apostila, nosso intuito é que
possam buscar mais conhecimento e em fontes fidedignas. Por este motivo,
leiam as sugestões complementares, assistam os vídeos sugeridos e procurem
praticar a técnica.

Você pode começar treinando a Indução gravando sua própria voz e depois ao
ouvir, vai ajustando de acordo com as características da fala hipnótica. Pode até
mesmo realizar uma autohipnose.

Como em todas as áreas, a prática leva a perfeição e você pode praticar com
segurança e ética em pessoas próximas, treinando a priori os conceitos mais
básicos, como a entrevista inicial, pré-talking, pseudos hipnoses, indução e
aprofundamento. Sabemos que essas etapas farão total diferença na aceitação do
cliente e diminuição da resistência e consequentemente o transe hipnótico será
mais fácil de ser atingido.

96
PARA (NÃO) FINALIZAR

Se você se sente seguro, está estudando e treinando tudo que foi ensinado
durante o curso, então lhe desejamos Sucesso! Vá siga em frente, invista na sua
carreira e em você.

Continue buscando novos conhecimentos, faça cursos de atualização, pesquise e


participe de eventos na área. Quando você renova seus conhecimentos agrega ainda
mais a sua carreira.

Me despeço com uma frase de Jung e um convite à reflexão:

Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar


uma alma humana, seja apenas outra alma humana. Aquilo a que
você resiste, persiste. O sofrimento precisa ser superado, e o único
meio de superá-lo é suportando-o. Tudo o que nos irrita nos outros
pode nos levar a uma melhor compreensão de nós mesmos.
Carl G. Jung (s/d) via site “O Pensador”.

97
Referências
ARBELÁEZ, Castro. Alejandra María. Ken Wilber o criador da Psicologia
integral – 27/1/2019 – disponível em: www.amenteemaravilhosa.com.br. Acesso
em: 28/4/2020.

ALVES, Cíntia Marques; LOPES, Ederaldo José. Falsas Memórias: questões


teórico-metodológicas. Paidéia (Ribeirão Preto). Ribeirão Preto, v. 17, n. 36, pp.
45-56, abril de 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0103-863X2007000100005&lng=en&nrm=iso.

CARREIRO, Antonio Almeida. Hipnose e Psicoterapia: Etiologia e Práxis.


Salvador: Editora Fiuza, 2008.

CFM – Conselho Federal de Medicina. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/.

COFFITO. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.


Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/.

COSTA, R.; LIMA, A. O Transe Das Possibilidades Ressignificando A Hipnose


e a Filosofia na Extensão Universitária. Revista UFG, v. 18, n. 24, 28 dez. 2018.
Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/58602.

CFO. Conselho Federal de Odontologia. Disponível em: http://cfo.org.br/


website/.

CFP. Conselho Federal de Psicologia. Disponível em: https://site.cfp.org.br/.

Dell’ isola, Alberto - https://albertodellisola.com.br/ 2019.

Dicionário de Psicologia – Larousse Cultural (s/d) em português. Prefácio escrito pelo


Dr. Hesnard. – Ed. Larousse do Brasil.

FENWICK. Peter. As experiências de quase morte (EQM) podem contribuir


para o debate sobre a consciência? - Tradução: Adriana Sleutjes - Revisão da
tradução: Alexander Moreira-Almeida - Fenwick P / Rev Psiq Clín. 2013; 40(5):203-7.

INSTITUTO BRASILEIRO DE HIPNOLOGIA. Disponível em: https://instituto


hipnologia.com.br/codigo-de-etica/. Acesso em: 28/4/2020.

JUNG, G. Carl. Memórias, Sonhos e Reflexões. Tradução Dora Ferreira da


Silva – Editado por Aniela Jaffé Ed. Nova Fronteira. São Paulo 1986. Disponível em:
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpb
nxwc2ljb2xvZ2lhdW5nMjAxMW5hN29zZW1lc3RyZXxneDoyNGZkYjU3YTM1NTBjOWRi.
Acesso em: 28/4/2020.

98
REFERÊNCIAS

LAPLANCHE, J; PONTALIS, J. B. Vocabulário da Psicanálise. Tradução


TAMEN Pedro. Ed. Martins Fontes. São Paulo 2004.

MALLMANN, João Antonio de Assis. Hipnose como dispositivo de mediação


entre psicologia clínica e espiritualidade. 2014. ix, 92 f. Dissertação (Mestrado
em Psicologia Clínica e Cultura) - Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

MEDRADO Andonai. Disponível em: http://www.adonaimedrado.pro.br.

NUTTIN, Joseph – Psicanálise e Personalidade. 5ª Edição Brasil. Tradução


Geraldo Severo. Editora Agir – Rio de Janeiro 1967.

RAFFAELLI, Rafael. Imagem e Self em Plotino e Jung: Confluências. Rev. Estudos


de Psicologia, PUC-Campinas, v. 19, n. 1, pp. 23-36, janeiro/abril 2002. Disponível em:
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RAMOS, L. A. Marcelo. Educação Temática Digital. Campinas, v. 4, n. 1, pp.


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WEOR, Aun Samael. A Revolução da dialética. Obra Póstuma -1987 Editora


Gnose. Disponível em: https://gnosislivros.files.wordpress.com/2009/09/a-
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screenshot_2017-05-30-18-57-50-1.png?w=676.

https://pbs.twimg.com/media/DU5oLj7XUAAvcms.jpg.

https://i.ytimg.com/vi/_bFeXpblWAQ/hqdefault.jpg.

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