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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O papel da educação na formação da personalidade

Paulina António Rego - 708213028

Beira, outubro, 2022


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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O papel da educação na formação da personalidade

Paulina António Rego - 708213028

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Habilidades de Vida, Saúde Sexual,
Reprodutiva, Género e HIV - SIDA
Ano de frequência: 2° Ano
Turma: B

Docente: Dr. Generoso Muchanga

Beira, outubro, 2022


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Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
✓ Índice 0.5
✓ Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais ✓ Discussão 0.5
✓ Conclusão 0.5
✓ Bibliografia 0.5
✓ Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
✓ Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
✓ Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
✓ Articulação e
domínio do discurso
académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e ✓ Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
✓ Exploração dos
2.5
dados
✓ Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
✓ Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas

Normas APA ✓ Rigor e coerência


Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
6

Folha de Feedback dos tutores:

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

1.2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

1.3. Metodologias ....................................................................................................................... 4

1.3.1. A pesquisa bibliográfica ................................................................................................... 4

2. A personalidade e as fases do seu desenvolvimento .............................................................. 5

2.1. Fases do desenvolvimento personalidade ............................................................................ 5

2.1. Temperamento ..................................................................................................................... 6

2.2. As principais capacidades humanas .................................................................................... 7

2.3. Os pilares de auto- estima e auto-confiante ......................................................................... 8

2.4. A influência da cultura a personalidade .............................................................................. 9

2.5. Gênero e personalidade ....................................................................................................... 9

2.6. Os papeis de gênero ........................................................................................................... 10

Conclusão ................................................................................................................................. 11

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 12


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1. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito do comprimento exigido pela Universidade Católica de
Moçambique para aquisição de alguns créditos académicos de modo a fazer a cadeira de
Habilidades de Vida, Saúde Sexual, Reprodutiva, Género e HIV - SIDA.

O trabalho está dividido em três secções além desta introdução, objectivos e procedimentos
metodológicos: a segunda secção traz a revisão de literatura e na terceira, as considerações
finais do estudo.
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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


• Demostrar o papel da educação na formação da personalidade.

1.2.2. Objectivos específicos


• Explicar conceitos de personalidade, caracter, temperamento, identidade;
• Descrever as principais capacidades humanas;
• Mencionar os pilares de auto- estima e auto-confiante;
• Exlicar a influência da cultura a personalidade;
• Discutir papéis e responsabilidades baseados em género.

1.3. Metodologias

1.3.1. A pesquisa bibliográfica


Utilizou-se este método com o objectivo de fazer uma sustentação teórica dos assuntos
relacionados com o tema em abordagem. Baseou-se em fontes secundárias, abrangendo toda
bibliografia já tornada pública em relação ao tema do estudo.
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2. A personalidade e as fases do seu desenvolvimento


Segundo UCM (2020, p.15) considerara a personalidade como sendo um conjunto de
características psicológicas e comportamentais que podem ser observadas numa pessoa. Não é
fixa, é dinâmico, dependente do contexto individual que pode mudar no curso da sua vida.
Portanto, a personalidade desenvolve-se, durante a vida, e é influenciada por factores físicos,
psicológicos, culturais e morais.

APA (DSM-IV-TR, 2002), a personalidade é constituída por “padrões persistentes de perceber,


relacionar-se e pensar sobre o ambiente e sobre si mesmo.” (p. 771).

Já Gilles Delisle (1999, p. 19) caracteriza a personalidade como um específico e relativamente


estável modo de organizar os componentes cognitivos, emotivos e comportamentais da própria
experiência. O significado (cognitivo) que uma pessoa atribui aos eventos (de comportamento)
e os sentimentos (emocional) que acompanham esses eventos permanecem relativamente
estáveis ao longo do tempo e proporcionam um senso individual de identidade. Personalidade
é esse senso de identidade e o impacto que ele provoca nas outras pessoas.

De acordo com UCM (2020, p.15) são quatro os factores apontados pelos antropólogos como
determinantes da formação da personalidade de um indivíduo:
• As características biológicas e genéticas dos sistemas neurofisiológico e
endocrinológico;
• As características do ambiente natural e social, em que o indivíduo vive;
• A cultura, de que o indivíduo participa;
• As experiências biológicas e psicossociais únicas, ou a história de vida do indivíduo.

2.1. Fases do desenvolvimento personalidade


As fases do desenvolvimento personalidades, segundo UCM (2020, p.23), podem se dividir
em três etapas:
• 1ª Fase: dos 0 aos 14 anos - é caracterizada pela necessidade de receber, sendo
necessária uma correcta vivência da autoridade, dos limites, da orientação e coisas
semelhantes.
• 2ª Fase: dos 15 aos 40 anos - ocorre aqui uma demanda do compartilhar.
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• 3ª Fase: dos 40 aos 70 anos - Etapa - ocorre aqui a demanda do dar, até atingir a
consumação da identidade.

Já para Cloninger (1999, p.63) diz que existem cinco fases universais do desenvolvimento que
são chamadas de fases psicossexuais:

1) Na fase oral, o desenvolvimento ocorre desde o nascimento aos doze meses de vida.
Nesta fase a zona de erotização é a boca, as atividades prazerosas são em torno da
alimentação (sucção).
2) A fase anal ocorre durante o segundo e o terceiro ano de vida, onde o prazer está no
ânus. Nessa fase a criança tem o desejo de controlar os movimentos esfincterianos e
começa também a entrar em conflito com a exigência social de adquirir hábitos de
higiene.
3) Na fase fálica que ocorre dos três aos cinco anos, a área erógena fundamental do corpo
é a zona genital. Nessa fase fálica também ocorre o complexo de Édipo, que consiste no
menino desejar a própria mãe, mas por medo da castração abandona esse desejo,
igualmente ocorre com a menina mudando apenas os papéis, onde o pai seria o seu
objeto de desejo. Uma não resolução nessa fase pode ser considerada como a causa de
grande parte das neuroses.
4) A fase de latência que ocorre desde os 5 anos e vai até a puberdade é considerado um
período de relativa calma na evolução sexual, sendo que pouco é colocado por Freud
com relação a tensão libidinal.
5) Na fase genital que tem início na puberdade, o indivíduo desenvolve a capacidade de
obter satisfação sexual com um parceiro do sexo oposto. “O caráter genital é o ideal
freudiano do desenvolvimento pleno, que se desenvolve na ausência de fixações ou
depois da sua resolução por meio de uma psicanálise.” (Cloninger, 1999, p.63).

2.1. Temperamento
Temperamento traços de personalidade herdados que aparecem durante os primeiros dois anos
de vida e permanecem como componentes básicos, sendo compostos por quatro categorias:
emotividade, atividade, sociabilidade e impulsividade (Buss, 1995).
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Segundo UCM (2020) considera temperamento como sendo à vivacidade duma pessoa, a
intensidade com que os estímulos são respondidos, o nível geral de energia e actividade duma
pessoa. (p.16)

Já, Petroviski (1985) define o temperamento como sendo a combinação determinada e constante
das peculiaridades psicodinâmicas do indivíduo, que se revelam por meio de suas atividades e
comportamento, compondo dessa forma a sua base orgânica.

2.2. As principais capacidades humanas


Segundo UCM (2020, p.25) refere que o ser humano não nasce perfeito, e deve desenvolver a
sua personalidade, durante toda a sua vida. Sublinhamos, aqui, cinco capacidades humanas, que
consideramos importante desenvolver.

Ainda segundo UCM (2020, p. 25 a 26) descreve como as principais capacidades humanas por
desenvolver as seguintes:

• Domínio sobre a afectividade - Permite aproveitar a riqueza da afectividade, sem se


lhe estar submisso, etc.
• Prevalência do amor - Um amor, que se dá aos outros, num processo dinâmico e
habitual de integração interpessoal. Na vida do ser humano, existem diversas etapas,
que o vão preparando para atingir a possibilidade de viver o amor maduro. Todas elas
deverão ser vividas em plenitude.
• Capacidade de auto-reflexão, de auto-análise, de autocrítica e de crítica dos outros
- É o dinamismo do aperfeiçoamento e crescimento pessoal. A finalidade da crítica é a
análise atenta e objectiva do modo de agir das pessoas e do acontecer, na sociedade. Isto
supõe um processo de identificação de causas, de avaliação de situações e
comportamentos e da procura de novas soluções: tudo se dirige à formulação de uma
verdade.
• Sentido de responsabilidade - O "sentido de responsabilidade" é fruto da vivência.
Trata-se de um processo gradual e progressivo da educação auto consciente. O ser
humano que foge das responsabilidades, que não se arrisca conscientemente, quando é
preciso, que não assume, não se compromete, tem os traços da maturidade de uma
criança.
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• Capacidade de Adaptação - A adaptação da pessoa madura e psicologicamente adulta


constitui-se, num hábito espontâneo de flexibilidade e sensibilização, face às exigências
e expectativas das pessoas e situações, com que convive.

2.3. Os pilares de auto- estima e auto-confiante


O conceito de autoestima que orienta essa proposta segue os pressupostos de Branden (2002)
que apresenta seis atitudes fundamentais que necessitam ser desenvolvidas: viver
conscientemente, autoaceitação, autorresponsabilidade, autoafirmação, intencionalidade e
integridade pessoal. Se propõe também a oferecer uma proposta de cuidado corporal para o
alívio do estresse e de tensões, favorecendo o autoconhecimento e a integração corpo e mente.

Em psicologia, a auto-estima inclui a avaliação subjectiva, que uma pessoa faz de si mesma,
como intrinsecamente positiva ou negativa, em algum grau (Sedikides & Gregg, 2003 citado
por UCM, 2016, p. 17).

Para o mesmo autor a auto-estima envolve umas. tantas crenças autossignificantes e emoções
autossignificantes associadas. Também encontra expressão no comportamento.
Psicoterapia para a baixa auto-estima
F. Potreck-Rose e G. Jacob (2006 citdado por UCM, 2016, p.17) propõem uma abordagem
psicoterapêutica, para a baixa auto- estima, baseada no que elas chamam "os quatro pilares da
auto-estima":
1. Auto-aceitação: uma postura positiva, com relação a si mesmo, enquanto pessoa. Inclui
elementos como: estar satisfeito e de acordo consigo mesmo, ter respeito a si próprio,
ser "um consigo mesmo", e sentir-se em casa, no próprio corpo;
2. Autoconfiança: uma postura positiva relação às próprias capacidades e desempenho.
Inclui as convicções de saber e conseguir fazer alguma coisa, e de fazê-la bem feita, de
conseguir alcançar alguma coisa, de suportar as dificuldades e de poder prescindir de
algo;
3. Competência social: é a experiência de ser capaz de fazer contactos. Inclui saber lidar
com outras pessoas, sentir-se capaz de lidar com situações difíceis, ter reacções
flexíveis, conseguir sentir a ressonância social dos próprios actos, saber regular a
distância-proximidade com outras pessoas;
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4. Rede social: é estar ligado a uma rede de relacionamentos positivos. Inclui uma relação
satisfatória, com o parceiro e com a família, ter amigos, poder contar com eles e estar à
disposição deles, ser importante para outras pessoas.

2.4. A influência da cultura a personalidade

Atitudes, valores e crenças são importantes porque influenciam como as pessoas se comportam,
e são incluídos em todas as teorias sobre a mudança de comportamento. Quando as pessoas têm
uma atitude positiva em relação a algum comportamento, eles são mais propensos a se envolver
nesse comportamento; pelo contrário, quando têm uma atitude negativa, são menos propensos
a se envolver naquele comportamento. E quanto mais forte e mais específico é a atitude (alias
o gosto ou desgosto), quanto mais influência terá no comportamento. (UCM, 2020, p.27).

2.5. Gênero e personalidade


O termo gênero é comumente utilizado nas Ciências Sociais e Humanas para enfatizar o caráter
cultural das diferenças existentes entre homens e mulheres. As assimetrias de poder que
demarcam estas distinções e discriminações são justificadas pela atribuição de características
entendidas como naturais entre homens e mulheres, traços decorrentes das distinções corpóreas,
em especial as associadas às capacidades reprodutivas. (Mazzariello e Ferreira, 2015, p.1).

Gênero então corresponde aos processos individuais, sociais, institucionais, nunca finalizados,
fixos e lineares, pelos quais os sujeitos vão se constituindo como masculinos e/ou femininos,
em meio à cultura e às relações de poder (Meyer, 2003).

Portanto, a personalidade também é influenciada pela inteligência e criatividade onde, através


dela, consegue-se encontrar soluções diferentes para as coisas, havendo a abertura diante de
novas experiências, apresentando uma competência social, onde demonstra capacidade de
defender ou impor os seus interesses e a capacidade de construir relacionamentos.

Mazzariello e Ferreira (2015) o conceito de gênero se desenvolve em um quadro marcado por


intelectuais e militantes feministas em todo o mundo, abrindo espaço para a consolidação de
novas formas de conhecimento e de luta política. (p.2).
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A personalidade pode ser classificada pelas atitudes, pela auto-estima, como o juízo que a
pessoa faz de si mesma, o bem estar, que representa também um traço da personalidade, e que
tem a ver com a parte subjetiva da saúde mental.

2.6. Os papeis de gênero


Segundo UCM (2016) refere que os homens e mulheres desempenham papéis diferentes, na
sociedade:

• Papel reproductivo: inclui cuidar da criança/ responsabilidade de criação e trabalho


doméstico (não remunerado).
• Papel productivo: trabalho efectuado, para sustentar a vida individual e colectiva; inclui
a produção para o mercado (trabalho remunerado) e a subsistência doméstica (trabalho
não assalariado).
• Papel da Gestão Comunitária: provisão e manutenção de recursos escassos de consumo
colectivo, tais como a água, os cuidados de saúde e educação; normalmente, é um
trabalho não remunerado.
• Papel político: atividades executadas, ao nível comunitário, até nacional, ao nível formal
político. Na maioria, são atividades remuneradas.
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Conclusão
Concluímos que a personalidade é o resultado da interação dos nossos aspectos orgânicos
(genéticos e fisiológicos) com o meio em que vivemos e com a forma que entendemos a nossa
estada neste mundo. Ela é de fundamental importância, pois é através dela que garantimos a
nossa individualidade. Por ser um conjunto de características que se desenvolvem durante a
vida (principalmente na infância e adolescência) é necessário que tenhamos a consciência da
importância de saber quais são os estímulos que chegam para os alunos e para nossos filhos, a
fim de estarmos envolvidos no seu desenvolvimento. Até porque o ser humano tem a
necessidade de se adaptar ao meio, e, responde de acordo com os parâmetros que possui.

Podemos dizer que a maturidade humana, enfim, é: conquista pessoal favorecida pelo próprio
esforço, pelo ambiente, pela educação e pelo dinamismo da acção da graça de Deus no nosso
ser. Santo Agostinho define, com muita sabedoria e simplicidade, o caminho do crescimento
humano: "Orar, como se tudo dependesse de Deus, e agir como se tudo dependesse de nós.”

Contudo, a auto-estima, como parte valorativa do conhecimento de si mesmo, ou seja, o juízo


que eu faço sobre mim mesmo, pode ser concebida como a atitude de uma pessoa sobre si
mesma. E também uma característica da personalidade, se bem que menos estável do que a auto
imagem, por ser sensível a variações do humor.
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Referências bibliográficas
Branden, N. (2002). Autoestima e os seus seis pilares. Tradução de Vera Caputo. 7. ed. São
Paulo: Saraiva.
Buss, A.H. (1995). Personality - temperament, social behavior, and the self. Massachusets:
Allyn and Bacon.
Cloninger, Susan C. (1999). Teorias da Personalidade. São Paulo: Martins Fontes, p. 53-63.

Cloninger, Susan C. (1999). Teorias da Personalidade. São Paulo: Martins Fontes, Pg. 53-63.
Delisle, Gilles. (1999). Personality Disorders: A Gestalt-therapy perspective. Otawa: Sig Press.
DSM-IV-TR – (2002). Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. 4ª ed. rev –
Mazzariello, Carolina Cordeiro & Ferreira, Lucas Bulgarelli. (2015). "Gênero". In:
Enciclopédia de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de
Antropologia. Recuperado a 22 de outubro de 2022 em: https://ea.fflch.usp.br/conceito/genero.
ISSN: 2676-038X.
Meyer, Dagmar Elisabeth Estermann. (2003). Gênero e educação: teoria e política. In: LOURO,
GuaciraLopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilodre. Corpo, gênero e sexualidade: um
debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes. p. 9-27.

Strelau, J. (1998). Temperament: A Psychological Perspective. New York: Plenum.


Universidade Católica de Moçambique - UCM (2016). Disciplina Curricular - Habilidades de
Vida, Saúde Sexual, Reprodutiva, Género e HIV - SIDA. Beira
Universidade Católica de Moçambique - UCM (2020). Habilidades de Vida – Manual de
Estudante. Beira

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