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Edição: 1ª
Organização e Edição
Instituto Superior Mutasa (Ensino Superior à Distância)
Autora: Cristina Paulo Simão Siriro Revisor de EaD:
ÍNDICE
FICHA TÉCNICA ............................................................................................................................. 2
Apresentação ...................................................................................................................................... 5
Introdução ao Módulo ....................................................................................................................... 6
Bem-vindo ao Módulo de Ciências Políticas e Sistemas Política ...................................................... 6
Prezados estudantes............................................................................................................................ 6
OBJECTIVOS .................................................................................................................................... 6
Ícones da Actividade .......................................................................................................................... 6
Dicas de Apoio ................................................................................................................................... 8
Tempo para o estudo .......................................................................................................................... 8
Testes/Avaliações.............................................................................................................................. 8
UNIDADE I. CIÊNCIA POLÍTICA E SISTEMA POLITICO ......................................................... 9
1.1. Campos da ciência política .................................................................................................... 10
1.2. Ramos de Ciências Políticas ................................................................................................ 11
1.3. Conceito operacional ............................................................................................................. 11
1.4. O historial das ciências Politicas ........................................................................................... 13
UNIDADE II. REGIME POLÍTICO .............................................................................................. 16
2.1. Democracias .......................................................................................................................... 16
2.2. Repúblicas ............................................................................................................................. 16
2.3. Governos dinásticos .............................................................................................................. 17
2.4. Regimes autoritários e totalitários ......................................................................................... 17
UNIDADE III: ORGANIZAÇÃO POLÍTICA ............................................................................. 18
3.1. Elementos da organização política ............................................................................................ 19
3.2. Natureza da organização política .............................................................................................. 19
3.3. Sociedade e Estado.................................................................................................................... 20
3.4. Características do Governo ....................................................................................................... 21
3.5. Formas de governo .................................................................................................................... 21
3.6. Níveis de desenvolvimento ....................................................................................................... 22
3.7. Tipos de organização política ................................................................................................... 23
UNIDADE IV: ESTADO MODERNO ........................................................................................... 26
4.1. Características do Estado Moderno........................................................................................... 27
4.2. Estado Moderno em Portugal .................................................................................................... 27
4.3. Estado Moderno na Espanha, França e Inglaterra ..................................................................... 28
4.4. Outras formas de exercícios do poder ................................................................... 29
5. Referências bibliográficas ............................................................................................................ 31
Apresentação
Caro(a) estudante! Está nas suas mãos o módulo de Ciências politicas e Sistemas Politica que integra
a grelha curricular do Curso de Gestão de Recursos Humanos e administração Pública oferecido pelo
Instituto Superior Mutasa na modalidade de Educação a Distância.
Este módulo que serve de guia de estudo, coadjuvado com outros saberes vinculados nos outros
módulos do seu curso, irá dotá-lo de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes fundamentais para
o seu sucesso na carreira estudantil e profissional.
Caro estudante!
Lembre-se sempre que o sucesso na aprendizagem depende de si. Desta forma, deve planificar-se para
estudar todos os dias, do período lectivo, para que possa alcançar os resultados da aprendizagem pré-
determinados no módulo.
Com a esperança de que este módulo constitua um verdadeiro guia de estudos, a equipa de professores
que se dedicou à sua elaboração, adaptação e organização deseja a si muita aprendizagem activa, que
poderá materializá-la através de diálogos e debates nos fóruns e nas sessões presenciais, visto que o
desenvolvimento do País depende da qualidade de serviço de cada um de nós, nos diferentes sectores
sócio-económicos.
A Equipa do EaD
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Introdução ao Módulo
Bem-vindo ao Módulo de Ciências Políticas e Sistemas Política
Prezados estudantes
Bem-vindo (a) à cadeira de Ciências politicas e Sistemas Politica, ponto de vista profissional quanto
do ponto de vista pessoal.
Iniciaremos o estudo falando sobre os Conceitos introdutórios de Ciências politicas e Sistemas Politica.
De seguida trataremos do campo do conhecimento e da relação humana que é necessário para o bom
convívio entre indivíduos de diferentes ideologias e pensamentos críticos, entre outros conteúdos que
farão parte da discussão do presente Modulo.
Tenho certeza de que com esta estruturação do assunto abordado neste Modulo terá a oportunidade de
entender como as Ciências politicas e Sistemas Politica ajudarão a ter um melhor relacionamento na
vida pessoal e profissional, apesar de muitas pessoas alegarem “não gostar” de política. Mas a política
está diretamente ligada à filosofia e sociologia nas ciências humanas, e é uma área de extrema
relevância para a sociedade.
OBJECTIVOS
Objectivo Geral
MARCONI e LAKATOS (2001:102) referem que os objectivos gerais "estão ligados a uma visão
global e abrangente do tema, relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e eventos,
quer das ideias estudadas vincula-se directamente a própria significação da tese proposta pelo
projecto."
A cadeira tem como objectivo geral: Ter uma visão ciência política contemporânea, de algumas das
características das sociedades actuais e o conhecimento das transformações jurídicas e políticas
modernas
Ícones da Actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem
para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica
de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
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Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir. Cada um com uma
descrição do seu significado e da forma como nós interpretámos esse significado para representar as
várias actividades ao longo deste Módulo.
Introdução
Desenvolvimento do conteúdo
Objectivos Resumo
Definições importantes
Tarefas
Auto-avaliação
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Dicas de Apoio
Se tiver dificuldades poderá consultar ao seu tutor, usando vários meios que serão definidos no início
do curso.
Testes/Avaliações
Nesta disciplina você vai realizar duas avaliações presenciais (AP’s) e várias avaliações a distância
(AD’s).
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UNIDADE I. CIÊNCIA POLÍTICA E SISTEMA POLITICO
Ciência política ou Análise política é o estudo da política dos sistemas políticos, das organizações e
dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos
de governo — ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente
assegurar segurança, justiça e direitos civis.
Enquanto o Sistema Politico é a forma como um país é governado, como o governo é organizado e
como faz suas políticas.
Existe no interior da ciência política uma discussão acerca do objeto de estudo desta ciência, que, para
alguns, é o Estado e, para outros, o poder.
A primeira posição restringe o objeto de estudo da ciência política; enquanto a segunda amplia. A
posição da maioria dos cientistas políticos (também chamados de politólogos), segundo Maurice
Duverger, é essa visão mais abrangente de que o objeto de estudo da ciência política é o poder.
O termo ciência política foi cunhado em 1880 por Herbert Baxter Adams, professor
de História da Universidade Johns Hopkins.
A ciência política é a teoria e prática da política e a descrição e análise dos sistemas políticos e do
comportamento político.
Abrange diversos campos, como a teoria e a filosofia políticas, os sistemas políticos, ideologia, teoria
dos jogos, economia política, geopolítica, geografia política, análise de políticas públicas, política
comparada, relações internacionais, análise de relações exteriores, política e direito internacionais,
estudos de administração pública e governo, processo legislativo, direito público (como o direito
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constitucional) e outros. A ciência política emprega diversos tipos de metodologia. As
abordagens da disciplina incluem a filosofia política
clássica, interpretacionismo, estruturalismo, behaviorismo, racionalismo, realismo, pluralismo, institu
cionalismo e igualitarismo.
Na qualidade de uma das ciências sociais, a ciência política usa métodos e técnicas que podem envolver
tanto fontes primárias (documentos históricos, registros oficiais) quanto secundárias (artigos
acadêmicos, pesquisas, análise estatística, estudos de caso e construção de modelos).
Ainda que o estudo de política tenha sido constatado na tradição ocidental desde a Grécia antiga, a
ciência política propriamente dita constituiu-se tardiamente. Esta ciência, no entanto, tem uma nítida
matriz disciplinar que a antecede como a filosofia moral, filosofia política, política econômica e
história, entre outros campos do conhecimento cujo objeto seriam as determinações normativas do que
deveria ser o estado, além da dedução de suas características e funções.
Muitos pesquisadores colocam que a ciência política difere da filosofia política e seu surgimento
ocorreria, de forma embrionária, no século dezanove, época do surgimento das ciências humanas, tais
A ciência política faz parte das ciências humanas e por isso é uma ciência bastante complexa, pois
analisa o Estado, a soberania, a hegemonia, os regimes políticos, os governos, as linhas históricas
destas partes da política nos países desde a antiguidade até hoje e a influência que têm sobre a sociedade
incluindo as Relações Internacionais.
Política descritiva, ou empírica: nesta linha os pesquisadores optam por análises meramente
empíricas da realidade política. Sendo uma ciência muito controversa, esta fase, ou opção da
análise política é de fundamental importância na coleta de dados fiéis à realidade, distinguindo-
se - assim - das teorias normativas;
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Teoria política: nesta abordagem, os pesquisadores partindo dos dados empíricos
articulam-nos à teoria política propriamente dita para compreender e explicar a realidade
considerando insuficiente a mera descrição da realidade tal como é;
Política comparada: fundamental na ciência política, esta abordagem da pesquisa busca, através
de comparações entre diversas realidades sócio históricas, elementos mais gerais da realidade
política das sociedades. Também aqui é necessária a mediação do dado empírico com a teoria,
mas desta vez, através da comparação, tenta-se chegar a elementos generalizáveis da realidade
política e questionar hipóteses ou teorias feitas a respeito de uma única realidade delimitada.
1.2.Ramos de Ciências Políticas
Ciência Política é dividida em alguns ramos específicos de assunto a ser tratado em questões políticas,
tais como:
Política financeira;
Política econômica;
História da ciência política;
Geografia política;
Política jurídica.
A ciência política constitui um conceito operacional e possível, difícil de definir, porque existem várias
definições para ela. A onipresença virtual da política nos factos ou a sua politização pode depender da
correlação entre as forças políticas e ainda de acontecimentos que tenham maior ou menor impacto na
opinião pública. Também o contexto internacional pode contribuir para a politização de um
determinado facto.
1.3.Conceito operacional
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Como ciência do Estado
Já desde a Antiga Grécia que a ação política desenvolvida na pólis (cidade) se encontrava estreitamente
ligada ao Estado. Mais tarde, também Prélot veio reafirmar esta ideia clássica de que a ciência política
estava ligada e que se centrava no Estado. Esta posição assumida por Prélot foi criticada pelos seus
colegas por considerarem o Estado uma parcela redutora de tudo aquilo que a ciência política estuda.
No entanto, e em sua defesa, Prélot defende que o Estado tem de ser visto de uma forma mais profunda,
daí que chamasse a atenção para os fenómenos que dele decorriam (inter-estatais; supra-estatais; infra-
estatais; e para-estatais). A crítica, no entanto, manteve-se, por considerarem que era uma ideia
desatualizada, uma vez que apenas considera o Estado enquanto Soberano.
Estuda o poder gerado numa sociedade politicamente organizada e estruturada, quando exercido
como coação.
Estuda o conjunto de interações através da qual se processa a distribuição autoritária de recursos numa
determinada sociedade (concepção originada por David Easton).
Surge, então, como o estudo das estruturas e processos pelos quais o sistema político de uma sociedade
persegue sua permanência, ao mesmo tempo que procede à distribuição imperativa dos recursos de que
tal sociedade se vale, em seu funcionamento.
A ciência política estuda o Estado e as suas relações com os grupos humanos. Estuda, ainda, os agentes
políticos internos que lutam pela conquista, aquisição e pelo exercício do poder, ou pelo menos de
influencia-lo, visando a satisfação dos seus interesses. Estuda, também, os agentes políticos
internacionais que influenciam ou tentam influenciar o comportamento dos órgãos que no quadro de
uma sociedade nacional exercem o poder político máximo.
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A utilidade da ciência política baseia-se na existência de uma disciplina que consiga
sistematizar os processos, movimentos e instituições políticas, isto é, os fenômenos políticos. Ajuda
através dos seus instrumentos analíticos e teorias a uma melhor compreensão dos sistemas políticos, o
que vai proporcionar um melhor conhecimento e aperfeiçoamento dos sistemas políticos, e que vai
permitir aos cidadãos mais esclarecidos intervir na legitimação do poder e participar de forma activa
na vida política dos Estados.
Na Grécia Antiga, para Aristóteles a política deveria estudar a pólis e as suas estruturas e instituições
(a sua constituição e conduta). É considerado o pai da ciência política, porque considerou a política a
ciência “maior”, ou mais importante do seu tempo. Criou, ainda, um método de observação que
permitiu uma sistematização e explicação dos fenómenos sociais. Preocupava-se com um governo
capaz de garantir o bem-estar geral (o bom governo).
No século XVI, Maquiavel e a sua obra dão origem à modernidade política. A sua preocupação era a
criação de um governo eficaz que unificasse e secularizasse a Itália. Defende um príncipe ou dirigente
de governo sem preocupações morais ou éticas, um dirigente que não olha a sensibilidades para atingir
os seus fins. A política, era assim a arte de governar, ou seja, uma técnica que permitisse ao dirigente
ou governante alcançar os fins independentemente dos meios, não visa a realização geral mas sim
pessoal. Introduziu, ainda, um método comparativo-histórico, fazendo comparação entre dirigentes da
sua época e de épocas anteriores através de exemplos. Introduziu, também, e reforçou a importância
do Estado e da Instituição Estatal.
Na segunda metade do século XVI, Jean Bodin escreve “República”, obra que era também uma
sistematização e explicação dos fenómenos políticos. Dá também grande relevância à ideia de
soberania do Estado, é com base nesta teoria de soberania do Estado que Bodin cria o conceito de
soberania (segundo o qual, o poder não tem igual na ordem interna e nem superior na ordem externa).
Divide, portanto, o Estado em ordem interna e ordem externa e apenas considera um Estado soberano,
se este for superior nestas duas dimensões.
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No século XVIII, Montesquieu em pleno iluminismo, difunde ideias políticas que têm por
base a acção humana. Esta surge, assim, como alternativa às ideias de Aristóteles, chamando a atenção
para a “natureza das coisas”. Procurou explicar a natureza das coisas pelas suas idiossincrasias. Foi
com Montesquieu que a geografia dos Estados ou a geopolítica se tornou um elemento importante na
análise política. Introduz o método comparativo de base geográfico.
Faz a distinção entre república, monarquia e despotismo, afirmando que este último deveria ser
erradicado e afastado, na república o poder pertence ao povo ou a uma parte esclarecida deste, na
monarquia o poder pertence ao monarca, no despotismo, o poder pertence a um indivíduo, o déspota
que governa sem honra e que utiliza o terror e a violência como forma de governação. Para erradicar
o despotismo, Montesquieu apresenta a teoria da separação de poderes, de forma que o poder seja
descentralizado das mãos de uma só pessoa para que não o use em proveito próprio. Resolvia-se então
o perigo do despotismo com a institucionalização da separação de poderes.
A partir da segunda metade do século XVIII, a investigação dos fenómenos políticos começaram a
perder terreno e a dar lugar a ciências como a sociologia, o direito e a economia. Embora a ciência
política não tenha desaparecido.
A prová-lo está o contributo dado por três autores e pensadores do século XIX:
Nos finais do século XIX a ciência política é reconhecida nos EUA nas universidades, como forma de
combater o caciquismo no poder local e a corrupção nos partidos políticos.
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Só após a Segunda Guerra Mundial, a ciência política volta a ganhar relevo e a tornar-se
também uma disciplina autónoma nos quadros das universidades europeias. Além disso ganha força a
análise de sistemas eleitorais, e também do comportamento do eleitorado.
Os fenómenos que contribuíram para o reforço da ciência política foram a proliferação dos sistemas
democráticos, dos partidos políticos, dos mass media, de organizações internacionais, pelo próprio
sistema internacional, etc. Estes factos levaram ao aumento de estudos sobre estes assuntos, o que
suscitou também uma maior proliferação da ciência política (criação da IPSA, associação onde
cientistas políticos discutiam as suas posições e que deu origem a outras organizações sobre a mesma
temática).
1. No século XIX os autores e pensadores Auguste Comte, Alexis de Tocqueville e Karl Marx
deram o seu contributo no destaque da ciência politica, em poucas palavras descreva os seus
contributos.
4. A ciência política faz parte das ciências humanas e por isso é uma ciência bastante complexa,
pois analisa o Estado, a soberania, a hegemonia, os regimes políticos, os governos, as linhas
históricas destas partes da política nos países desde a antiguidade até hoje e a influência que
têm sobre a sociedade incluindo as Relações Internacionais.”
c) Mencione as três formas de se abordar os objetos de estudo desta ciência.
5. Fale da utilidade da ciência política.
6. Que autor fala da teoria da separação de poderes, de forma que o poder seja descentralizado
das mãos de uma só pessoa para que não o use em proveito próprio, resolvia-se então o perigo
do despotismo com a institucionalização da separação de poderes.
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UNIDADE II. REGIME POLÍTICO
Um regime político é um conjunto de estruturas políticas que compõem um estado. Um regime político
também pode ser conhecido como uma forma de governo, um sistema estadual ou um sistema político.
O termo regime político também pode, por vezes, referir-se a um governante específico ou conjunto
de governantes dentro de um sistema político.
Um sistema político é a forma como um país é governado, como o governo está organizado e como o
governo faz suas políticas.
Um regime político é um conjunto de estruturas políticas que compõem um estado. Estes sistemas
políticos vão desde democracias diretas até regimes totalitários, como as ditaduras militares.
Os sistemas comuns no mundo moderno incluem repúblicas democráticas, monarquias e democracias
representativas.
Existem também tipos de governos principalmente teóricos, como uma meritocracia rigorosa.
2.1. Democracias
Um dos sistemas políticos mais falados é uma democracia representativa. Este é um sistema em que
os representantes são eleitos diretamente pelos cidadãos, e esses representantes então tomam decisões
políticas para o povo, com a suposição de que suas decisões refletirão a vontade geral da república.
Isso pode ser comparado a uma democracia direta, na qual os cidadãos votam diretamente sobre todas
as questões de importância.
2.2. Repúblicas
A república é um dos sistemas de governo mais comuns do mundo, embora tenha muitas formas
diferentes. Por exemplo, uma república pode ser associada a uma religião, como no caso de uma
república islâmica; um sistema econômico, como em uma república socialista; ou um procedimento
político, como uma república parlamentar.
Várias repúblicas tentam mostrar o fato de que elas são compostas por partes menores e
semiautónomas.
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As repúblicas são frequentemente denotadas no nome oficial do estado, e muitas vezes
incluem um modificador para transmitir algum tipo de ideal filosófico que o regime político contenha.
As formas comuns de regimes autoritários ou totalitários incluem juntas militares, nas quais um
pequeno comitê de líderes militares governa o país ou um Estado de partido único, no qual apenas um
partido político está no poder e outros são abertos ou tacitamente não podem desafiar sua autoridade.
Outra forma é uma ditadura, em que uma pessoa governa o país sem ser responsável perante qualquer
um e depois passa seus poderes para outra pessoa após a morte.
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UNIDADE III: ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
Organização política é qualquer organização que se envolva no processo político, incluindo partidos
políticos, organizações não-governamentais, e grupos de interesse. Organizações políticas são aquelas
envolvidas em atividades políticas (por exemplo, lobismo, organização comunitária, publicidade de
campanhas etc.) destinadas a atingir objetivos políticos claramente definidos, que normalmente
beneficiam os interesses de seus membros.
Embora os partidos sejam um tipo de organização política que possa se envolver em algumas ou todas
essas atividades, eles são distintos, pois geralmente se concentram em apoiar candidatos a cargos
públicos, vencer eleições e controlar o governo.
A organização política de um povo abrange o conjunto de instituições através das quais se mantêm a
ordem, o bem-estar e a integridade do grupo, sua defesa e proteção. Essas instituições regulam e
controlam a vida da sociedade, garantindo a seus membros:
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para a segmentação das sociedades. A característica essencial da organização política é o
exercício do poder. Outros aspectos têm igual importância: participação, lealdade, tradições e símbolos
comuns, governo e sistema de relações externas.
Parentesco
A descendência, as regras de residência, os arranjos matrimoniais, os clãs, as linhagens, enfim, as
relações de parentesco que unem as famílias formam um conjunto significativo e atuante no controle
político. Quanto mais acentuados são os laços de parentesco mais se estreitam os laços políticos,
fortalecidos sempre pela atuação da religião. As sociedades simples fundamentam-se quase que
exclusivamente no parentesco.
Religião
A religião exprime-se através das crenças, da mitologia e determina a visão de mundo das sociedades.
Tem função política ou é o instrumento do político que regula as relações sociais. Torna-se necessário
o conhecimento dos diferentes tipos de manifestação religiosa em face da inter-relação entre o político,
o religioso e o social.
Economia
Indivíduos e grupos participam das múltiplas formas de produção que as sociedades apresentam, desde
a coleta e a caça rudimentares, praticadas pelos aborígenes australianos, passando pela agricultura e
criação intensivas até as complexas economias de Estado dos Incas e Astecas. Através dessas formas
organiza-se o trabalho, a produção e a distribuição dos recursos existentes (terra, água e outros bens).
Esses elementos propiciam prestígio, poder e status que resultam em desigualdades no interior das
sociedades, dando origem ao Estado.
Estado
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Costuma-se defini-lo como a nação politicamente organizada. Copans (1970:27) afirma
que o Estado é uma forma não primitiva de governo, um meio de governar sociedades, devendo ser
compreendido em termos de território, população e governo. O território e a população são anteriores
ao Estado, e o governo é o próprio Estado.
Território - uma unidade territorial corresponde a uma unidade política. São áreas definidas, menores
ou maiores, ocupadas respectivamente por pequenos agrupamentos (bandos ou hordas) ou por
organizações maiores (tribos, confederações, impérios), ligados por padrões e idéias comuns.
População - grupos de indivíduos ligados por uma cultura comum. As populações formam sociedades,
portadoras de interesses individuais e grupais.
Segundo Copans (1970:8), " ele tem um papel que é uniforme em toda parte: controlar e dirigir
as vidas das pessoas sob seu império, por meio de poder social centralizado nas mãos de uns
poucos".
A partir dessa base comum, o Estado acha-se em condições de cumprir seus objetivos: dirigir e
assegurar as vidas dos cidadãos; controlar as relações entre os diversos Estados; garantir o bem-estar
dos membros da sociedade. Na história da humanidade surgiram diferentes tipos de Estados (alguns já
desapareceram e a maioria transformou-se em Estados modernos):
Cidades-Estado;
Estados imperiais e teocráticos;
Tribos-Estado; Estados tribais consanguíneos;
Estados nacionais e numerosas outras formas estatais.
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O Estado Nacional, característico das sociedades modernas, originou-se na Europa e
desenvolveu-se na América, Ásia e África, sendo, hoje, uma forma dominante de Estado, adaptando-
se às diferentes ideologias (democracia, socialismo, comunismo).
Governo
Consiste no instrumento executivo da organização política. Representa a autoridade que controla os
membros da sociedade, através de normas preestabelecidas e dentro de um território definido. Ele se
concretiza por meio de órgãos, onde pessoas especializadas exercem funções ligadas ao poder e se
preocupam em executá-las, valendo-se da força e de poderes coercitivos.
Todo governo desenvolve relações formais e informais nas sociedades em geral. Nos grupos simples,
o governo é informal, enquanto nas sociedades complexas é formalizado e relaciona-se diretamente
com o Estado.
A característica fundamental consiste na concentração da força física nas mãos da autoridade central.
Há uma série de restrições aos membros dos grupos no que tange aos seus direitos, como, por exemplo,
tirar a vida do outro. Entretanto, essas restrições não atingem o Estado que tem o poder de vida e morte,
confisco de bens e propriedades, sanções etc.
Nas sociedades sem Estado, a proteção e o controle são executados, quando necessários, pelo próprio
grupo. Cessa quando a necessidade desaparece.
O mesmo acontece nas associações, compostas de membros unidos por um fim comum, praticamente
independentes da organização de parentesco e de vizinhança da sociedade. Exemplo - Os índios crow,
das planícies dos Estados Unidos, organizam-se em associações. Entre as sociedades ágrafas, o
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governo é sempre democrático; raramente aceitam lideranças. Políticas ditatoriais.
Exemplos - A liga dos Iroqueses, chamada As Cinco Nações; os grupos tribais do Alto Xingu (Brasil),
em sua aculturação intertribal, conservaram sua autonomia. O controlo político assume formas
diferentes, de acordo com as culturas onde se manifesta.
a) Oligarquia - poder nas mãos de uma classe social pequena. Exemplo - Triunvirato militar na
Grécia (1967-73).
b) Monarquia - poder atribuído à pessoa de um rei Exemplos - Holanda, Suécia, Ilhas Polinésias.
c) Gerontocracia - governo de homens idosos. Exemplo - Os Andamaneses (negros da Baía de
Bengala).
d) Democracia - poder investido no povo que o exerce direta ou indiretamente. Exemplos -
Suíça, Finlândia.
e) Teocracia - governo por direção sobrenatural (sacerdotes). Exemplos - Antigo Egito, Havaí,
Tibete.
De todas essas formas de governo, a mais frequente entre os povos ágrafos é a gerontocracia. O
governo de mulheres em sociedades não civilizadas parece nunca ter existido. Matriarcado e
matrilinearidade são formas de organização social que não devem ser confundidas com governo de
mulheres.
Bandos ou hordas
O bando patrilocal, a mais simples e rudimentar forma de estrutura social, encontra-se em todas as
partes da Terra. Os bandos constituídos por poucas famílias nucleares aparentadas (100 pessoas no
máximo) são nômades, com economia de subsistência: coleta, caça e pesca.
Não existe lá vida política separada, nem governo ou sistema legal acima da modesta autoridade
informal dos chefes de família e dos líderes efêmeros & quot, afirma Service (1970: 120); e conclui: a
família e o bando são a única organização econômica, política e religiosa e suas relações não são
formalizadas, são apenas familiares. Exemplos – Os Esquimós do Alasca; os Pigmeus da África.
Tribos e nações
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O nível tribal de organização sociocultural das tribos e nações é mais complexo do que o
do bando, do qual conservam ainda algumas características. São " organizações segmentares &
quot;, marcadamente familiares, igualitárias, com laços baseados no parentesco.
Nesse nível surgem instituições propriamente tribais que levam à integração das partes num todo
cultural mais amplo e controlam as relações entre os vários grupos - etários, religiosos, econômicos
etc. Entre esses outros grupos menores, como linhagens, anciãos, homens, mulheres etc., estabelece-
se uma hierarquização não institucionalizada. Exemplos - Os Tiv da Nigéria, estudados por Balandier;
a tribo ou & quot; nação & quot; Tupi-guarani, da costa brasileira, do século XVI. Nação é um povo
fixado em determinada área geográfica possuindo certa organização, sentimentos de união, identidade
de língua, etnia, religião etc. A formação de nações encontra-se com mais frequência no âmbito das
sociedades civilizadas.
Chefaturas
Consistem em um tipo de organização política, mas ainda não estatal, embora tenham já certa
autonomia em nível político e condições de passarem a Estado. Colocam-se entre os bandos e as tribos
e o Estado. Em vários aspectos da cultura _ economia, arte, religião, política – contrastam com as
tribos.
No alto da pirâmide social encontra-se o chefe; abaixo dele, sucessivamente, as demais pessoas, com
grande rivalidade de status. As chefaturas encontram-se em muitas localidades da Terra. Exemplos -
As civilizações arcaicas do Peru; os Ashanti da África.
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Estado. Inúmeras são as formas reguladoras da sociedade, e a tipologia, aqui relacionada,
baseia-se na apresentada por Hoebel e Frost (1981: 323 ss).
Organização Indiferenciada
Nesse tipo de organização, as relações sociais acham-se intimamente ligadas ao parentesco e são
comumente encontradas nas hordas e bandos. Entre estes, a família, geralmente, é patriarcal, a
descendência patrilinear e o governo gerontocrático (de homens idosos). Exemplos - Os Esquimós do
Alasca; os Bosquímanos do Sul da África.
Linhagem segmentária.
Nesse sistema de organização política, atribui-se o poder de decisão às linhagens, ou seja, aos grupos
de parentesco que se consideram descendentes de um ancestral comum. As tribos dividem-se em
segmentos e esses em linhagens. São formações sociais baseadas também no parentesco. Exemplo -
Os Nuer do Sudão, segundo Evans-Pritchard, vivem em uma anarquia organizada, sem instituições
legais e onde os valores políticos são relativos.
Sociedades de Estado
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À medida que as sociedades se tomam mais complexas, em função da estabilidade
económico-social e da fixação em aldeias permanentes, vão exigindo lideranças mais estáveis e
instituições governamentais mais efetivas. Estabelecem-se as sociedades de Estado nas quais a
autoridade é exercida por chefes, reis, conselhos e mesmo por associações de caráter apolítico, e
abrange toda a sociedade.
Chefias
A necessidade de liderança faz surgir o chefe, que se distingue socialmente pela autoridade a ele
conferida. O exercício da chefia, assim como suas funções e poderes, varia entre os diferentes grupos
humanos, podendo ser hereditário ou não. Muitas vezes faz-se a distinção entre chefes de paz e chefes
de guerra, Com atribuições específicas nas relações tribais internas e externas. Exemplos - Os lroqueses
e os Cheyennes dos Estados Unidos.
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UNIDADE IV: ESTADO MODERNO
O Estado Moderno surgiu a partir da união dos diversos feudos existentes no continente europeu.
A formação do Estado Moderno é dividida, para fins de estudos, por quatro fases: o estado moderno,
estado liberal, crise no estado liberal e estado democrático liberal.
O modelo que ficou conhecido como Estado Moderno surge a partir da crise no Feudalismo. No
modelo feudal, não havia estados nacionais centralizados. Os senhores feudais é quem controlavam os
poderes políticos sobre as terras e exerciam uma força diluída, sem núcleo.
Cada feudo tinha a própria autonomia política. Igualmente poderia estar submisso a um reino maior,
como era o caso do Sacro Império Romano Germânico, o soberano inglês e o Papa.
O poder dos senhores feudais era partilhado com o governo das cidades medievais autónomas, que
eram conhecidas por comunas.
A partir dos séculos XIV e a primeira metade do XV passa a ocorrer a crise do sistema feudal em
consequência das revoltas sociais dos camponeses e da evolução do comércio na Europa.
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A burguesia passa a exigir elementos que garantam a sua evolução política, econômica e
social. Desta maneira, urge a existência de um governo estável e com a centralização dos serviços à
população.
Os burgueses também brigavam contra os elevados impostos sobre as mercadorias e a diversidade de
moedas.
O Estado Moderno é um fruto de um processo de cerca de três séculos para se estabelecer. A primeira
fase dele é o absolutismo monárquico. Por meio da centralização do poder na monarquia, começa a ser
desenvolvido o aparelhamento das forças armadas, da estrutura jurídica e a estruturação da cobrança
de impostos.
A monarquia permite, ainda, a formação da infra-estrutura que garante a máquina pública e cria as
condições para o surgimento do corpo burocrático.
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4.3. Estado Moderno na Espanha, França e Inglaterra
Tais instituições têm por objetivo regular a disputa pelo poder político e o seu respectivo exercício,
inclusive o relacionamento entre aqueles que o detêm (a autoridade) com os demais membros da
sociedade (os administrados).
A forma de governo adoptada por um Estado não deve ser confundida nem com a forma de
Estado (Estado unitário, federal ou confederado), nem com seu sistema de
governo (presidencialismo, parlamentarismo, dentre outros).
Outra medida de cautela a ser observada ao estudar-se o assunto é ter presente o fato de que é
complicado categorizar as formas de governo. Cada sociedade é única em muitos aspectos e funciona
segundo estruturas de poder e sociais específicas. Assim, alguns estudiosos afirmam que existem tantas
Monarquia
República
Anarquia (ausência de Estado);
Auto-governo
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Monarquia - Governo de um só
Aristocracia - Governo de poucos ou dos melhores
Democracia - Governo do povo
Esta secção combina formas de governo, sistemas de governo e conceitos afins em classificações de
acordo com cada tipo. Cada Estado pode adoptar elementos de mais de um sistema ao mesmo tempo.
Autocracia
Fascismo
Castrismo
Leninismo
o Absolutismo
Despotismo esclarecido
o Despotismo
o Ditadura
Ditadura militar
Ditadura do proletariado (tal ditadura não seria, porém, um "estado de excepção", ou o
governo de um ditador. Seria apenas o domínio do proletariado sobre a política)
o Monarquia (uma variante, a monarquia constitucional, não pode ser considerada autocrática)
Monarquia absoluta (historicamente, o mesmo que absolutismo)
o Totalitarismo
Nazismo
Stalinismo
Maoismo
o Tirania
Democracia
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o Democracia directa
Demagogia, forma corrompida da Democracia, segundo Aristóteles.
o Democracia indirecta (ou Democracia representativa)
o Democracia semi-direta
o Democracia orgânica (podendo ser semi-direta em alguns países, mas sempre com
corporativismo)
Corporativismo
Parlamentarismo
Presidencialismo
Semi-presidencialismo
o Centralismo Democrático
Oligarquia
Aristocracia
Cleptocracia
Gerontocracia
Meritocracia
Plutocracia
Tecnocracia
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5. Referências bibliográficas
Maltez, José Adelino (1996). Princípios de Ciência Política : Introdução à Teoria Política. Lisboa :
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Moreira, Adriano. (2014) Ciência Política. Coimbra : Almedina, 6.ª ed.
Sá, Luís. (1999) Introdução à Ciência Política. Lisboa : Universidade Aberta.
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