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ÍNDICE
INTRODUÇÃO............................................................................................................... 3
Capítulo I: PESQUISA.................................................................................................... 7
1.1. Definição e Tipo de Pesquisas ........................................................................... 7
Ϯ
INTRODUÇÃO
Supõe-se que o seu objetivo com relação à uma pesquisa seja de conhecer a
opinião dos consumidores de uma forma mais abrangente, ou ainda estudar toda a
população de uma cidade, uma província ou país. À partida, esse exercício é inviável.
As razões técnicas são evidentes: tal pesquisa levará mais tempo, exigirá altos
investimentos. O mais arriscado é a impossibilidade de ter a certeza que todos tenham
respondido o seu questionário. Tecnicamente, opta-se por aquilo que chamamos de
amostragem.
Entendemos por a amostra uma parte representativa do público a ser pesquisado.
Ela garantirá que os resultados obtidos por sua pesquisa quantitativa tenham a validade
e possam ser projetados para o universo total.
Numa primeira olhadela, parece algo complicado, mas não é. Por isso,
constituímos esse manual com propósito de que no final da leitura, o leitor tenha uma
ideia clara de como realizar corretamente uma amostragem de pesquisa que esteja
alinhada com seus desafios.
À título de exemplo, vamos tentar perceber o que é uma amostragem em uma
pesquisa de marketing. Primeiro, é necessário definir os seus objetivos e o público que
deseja atingir. Isto é, qual informação o pesquisador realmente precisa? A resposta para
essa pergunta contribuirá com a definição do universo ou população que será
investigada.
Podemos avançar exemplo: se a ideia é saber as razões que levam as pessoas
possuem TV por assinatura num dado município, você pode contar com todos os
habitantes deste município e perguntar se elas possuem o serviço e porque razão. Com
a utilização de uma amostragem, o pesquisador selecionaria um grupo de indivíduos –
que se chama amostra – para realizar as mesmas perguntas.
ϯ
Duas premissas servem de base de apoio no uso da amostragem
Estrutura do livro
ϰ
O segundo capítulo trata da noção de amostragem. Este capítulo começa por
ilustrar a visão geral de amostragem. Como era de esperar, indicamos as vantagens e as
inconveniências da amostragem. Do modo igual, fornecemos neste capítulo as principais
técnicas de amostragem, mostramos como determinar o tamanho da amostra e
chamamos atenção sobre os erros de não amostragem.
O último capítulo expõe diferentes anexos que consistem no Roteiro para se fazer
uma boa pesquisa, por um lado. Por outro, mostra como montar e executar um trabalho
académico, uma pesquisa exploratória e um Projecto de Pesquisa.
Os exemplos utilizados tornam fácil a compreensão do contudo desta obra para
os amadores que se querem assumir como pesquisadores da ciência e munir-se de
capacidades e treino metódico para perceber os problemas permanentes que vivem as
nossas sociedades.
Finalmente mencionamos – na Bibliografia – alguns livros utilizados nesse livro,
sem esquecer-se de outras sugestões bibliografias úteis para situar o leitor que pretende
perceber algo básico sobre amostragem. Desejamos boa leitura.
ϱ
ϲ
Capítulo I
PESQUISA
Definição
ϭ
LAKATOS; MARCONI, 1991: 45, 87-87
ϳ
Geralmente, consideramo-la como algo muito sério, cuja configuração de percepção
obedece ao rigor e método como é o caso da pesquisa científica acadêmica2.
Logo, consideramos a pesquisa como sendo um conjunto de acções que visam
construir conhecimentos, que buscam explicação dos fenómenos que nos rodeia e,
também, que descobrem novos saberes e técnicas.
Por essa razão, a pesquisa é uma das prioridades norteiam o trabalho académico
que é uma tradição universitária. Ela é tanto incentivada como requerida, sendo que um
dos critérios de avaliação no meio acadêmico. Para avaliar o nível dos estudantes, por
um lado, verifica-se – na base das mesmas medidas metodológicas – os resultados das
pesquisas efectuadas pelos estudantes. Tal é o caso do trabalho que marca a conclusão
de fim de cursos (Monografia de Licenciatura, Dissertação de Mestrado e Tese de
Doutoramento). Por outro, professores universitários são chamados em investigar de
forma permanente e partilhar os resultados das suas pesquisas junto de outros colegas
ou mesmo estudantes na sala de aulas.
Como podemos o notar, a pesquisa é um dos pilares actividade universitária, em
que os pesquisadores têm como objectivo produzir conhecimento para uma disciplina
acadêmica, contribuindo deste modo para o avanço da ciência e para o próprio
desenvolvimento social.
Tipo de pesquisas
Ϯ
CRUZ; RIBEIRO, 2004: 31
ϴ
Quanto à natureza do método:
i. Pesquisa qualitativa:
x não emprega instrumentos estatísticos;
x responde as questões tais como: “o quê”, “porquê” e “como”;
x faz avaliação mais detalhada dos dados sobre um menor número de
pessoas e casos;
x nela podem ser definidas proporções à serem investigadas;
x envolve pequenas amostras não necessariamente representativas de
grandes populações;
x permite estudar as questões em profundidade e detalhe;
x ajuda a entender os fenómenos de acordo com a perspectiva dos
participantes.
ϵ
Quadro 1
Comparação entre o método quantitativo e o método qualitativo
Como podemos notar no quadro nº. 1, completando o que temos abordado até
aqui, ambas pesquisas (qualitativa e quantitativa) apresentam diferenças, das quais
identificamos em ambas categorias os pontos fracos e fortes. Contudo, os elementos
fortes de um complementam as fraquezas do outro, e essa dinâmica proporciona maior
desenvolvimento da Ciência.
ϭϬ
Quanto aos fins:
i. Pesquisa exploratória:
x tem como objetivo constituir uma visão geral a respeito de um
determinado facto;
x é geralmente realizada quando o tema carece ainda de estudos ou, pelo
menos, o nível de conhecimento deste tema seja embrionário;
x proporciona maior familiaridade com o problema;
x é uma pesquisa difícil de ser bem desenhada.
3
ANTUNES; NETO; VIERA, 2016: 764-765
4
ANTUNES; NETO; VIERA, 2016: 764
ϭϭ
Quanto aos meios:
i. Pesquisa documental:
x consiste em exame de documento, podendo ser públicos ou privados –
daí a mudança de protocolo, consoante é público ou privado;
x varia de natureza, podendo ser papel, digital, microfilme, gravação
magnética, etc.
v. Pesquisa participante:
x Existe aqui a participação directa do pesquisador, que se realiza de
forma intensa, com a situação em estudo;
x Visa compreender as características do grupo (exemplo: avaliar o estilo
de vida da comunidade de Khoisan no Sul de Angola).
ϭϮ
vi. Pesquisa – Acção:
x Trata-se de uma investigação que implica a participação implícita do
pesquisador no fenómeno estudado;
x Versa-se numa exploração de dados onde o pesquisador passa a fazer
parte com fins de entender a questão.
ϭϯ
grandes movimentos e acções quando algo é descoberto e, por conseguinte, passa a ser
utilizado para ajudar ou evitar algum acontecimento.
O mundo de hoje tornou-se um mundo da investigação científica. O século das
Luzes legou ao século XIX duas riquezas: (i) a razão metódica, que conduziu a
revolução industrial; (ii) a colocação do Homem no centro do universo complexo. Por
essa razão que o século XX recebeu da investigação científica uma doação de
conhecimentos para a sociedade. A investigação científica tornou-se a ferramenta mais
útil que a sociedade humana dispõe para o seu desenvolvimento socioeconômico,
tecnológico e não só. Mas esse legado é manifestamente o resultado da Metodologia de
Investigação Científica. Isto é, a ideia cartesiana5 de valorizar todo conhecimento que
resulta de um processo metódico de escolha, análise e classificação. Dito de outra
maneira, a metodologia é importante no destino da razão através da investigação
científica.
Em tese, valorizamos a pesquisa científica por, entre outras razões, fornecer-nos
explicações coerentes e lógicas para entender o mundo que nos rodeia. Ela ajuda as
pessoas a entenderem como as coisas funcionam e por que razão determinadas coisas
parecem ou se comportam de certa forma. Além de satisfazer a curiosidade, a
investigação científica também pode ajudar a salvar ou prolongar a vida humana. Isto é,
ela toca o centro da existência humana: vida. Ela contribui para que possamos conhecer
como o nosso corpo funciona, aprender sobre alimentos e hábitos alimentares,
prevenção. Também, leva-nos a aperfeiçoar a tecnologia e rentabilizar a medicina com
aportes científicos de todos calibres, entre outro6.
Consoante Lori Alice Gressler7, no que diz respeito a importância da pesquisa
científica:
Não há área do conhecimento humano que a pesquisa esteja ausente.
Graças à investigação científica é que surgem tantas conquistas. […]
E de consenso geral que a instituição própria para as actividades
científicas é, sem dúvida, a universidade, onde vivem profissionais de
todas as manifestações…
5
O adjectivo “cartesiana” deriva do nome de Réné Descartes que escreveu o livro sobre
Métodos (indutivo, dedutivo e a esquematização da sua validade ou não).
6
DIEHL; TATIM, 2004.
7
GRESSLER, 2004: 21
ϭϰ
Uma pergunta pertinente surge: será ou não necessário que se promova a
alfabetização científica da população em geral?
Duas razões estão a favor, a saber:
Para responder à pergunta acima levantada, vamos considerar duas visões: (a)
National Science Educação Standards; (b) UNESCO. A seguir vamos esmiuçar cada
visão:
(a) National Science Education Standards (1996 – USA):
“Num mundo replete pelos produtos da indagação científica:
x Todos necessitam utilizar a informação científica para realizar
opções que nos deparam a cada dia;
x Todos necessitamos ser capazes de participar em discussões
públicas sobre assuntos que relacionam com ciência e tecnologia;
x Todos merecemos compartilhar a emoção e a realização pessoal
que pode produzir a compreensão de mundo natural”.
Angola não está a parte desta realidade, pois a sua integração no concerto das
nações e na complexa concorrência na globalização levou as autoridades deste país em
ϭϱ
instituir um Ministério da Ciência e Tecnologia. Nessa matéria, o Jornal de Angola do
dia 20 de Agosto de 2009 revela-nos o seguinte:
8
Os Estados Unidos investiram em Pesquisa e Desenvolvimento, por exemplo em 1968, cerca
de US$ 25 bilhões. Em 1960 esse investimento foi menor do que um quarto de bilhão de dólares.
ϭϲ
É importante que se tenha presente em mente que somente numa sociedade onde
exista um clima cultural, em que o impulso à curiosidade e o amor à descoberta sejam
compreendidos e cultivados, pode a ciência florescer. Admite-se, porém, que somente
quando a ciência se torna profundamente enraizada como um elemento cultural da
sociedade é que pode ser mantida e desenvolvida uma tecnologia progressista e
inovadora. Então, torna-se possível uma conexão indissociável e vital entre ciência e
tecnologia. Essa indivorciável conexão é uma característica da nossa época e certamente
essencial para a manutenção de uma civilização com os níveis presentes de população e
da qualidade de vida.
Verifica-se que toda aplicação prática, por meio de tecnologias, tem um impacto
real. Mas nem sempre positivo. Pode se citar o exemplo da bomba atómica; pode se
citar, também, um caso corrente: a clonagem e a manipulação genética levantam
inúmeras questões éticas importantes e que merecem reflexão profunda.
A ética extrema critica a ciência pela sobrevalorização dos resultados sem olhar,
no entanto, os efeitos tidos como negativos. A moral religiosa, em parte, levanta e lidera
uma reação emocional contra a ciência e tecnologia nesse aspecto. Em outros casos, a
ciência e a tecnologia são consideradas como a panaceia para a cura de todos os males.
Como é evidente, estas posições extremas merecem ser analisadas para que se possa
tomar uma posição consciente do relacionamento entre a ciência e a sociedade.
9
Etimologicamente, metodologia significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados
para fazer pesquisa científica.
ϭϳ
Também, podemos olhar a metodologia como o estudo dos métodos. Nessa
perspectiva, a metodologia assenta-se em captar as informações e em analisar as
características dos dados recolhidos utilizando vários métodos disponíveis com
propósito de avaliar suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e
construir uma crítica sobre as implicações de sua utilização10.
Como já o notamos, a metodologia se interessa pela validade do caminho
escolhido para se chegar ao fim proposto pela pesquisa. Desta forma a metodologia vai
além da descrição dos procedimentos (métodos e técnicas a serem utilizados na
pesquisa), indicando a escolha teórica realizada pelo pesquisador para abordar o objecto
de estudo11.
Vamos nos concentrar agora na questão do método. Na sua acepção actual, ele
consiste na sequência de passos necessários para demonstrar que o objectivo proposto
foi atingido. Em caso dos passos definidos no método forem executados, os resultados
obtidos suscitam uma aceitação racional. Desta maneira, o método científico pode ser
definido como
10
FACHIN, 2001: 11; FIGUEIREDO, 2004: 15-17.
ϭϭ
DIEHL; TATIM, 2004: 21, 27
ϭϴ
Geralmente, descreve-se três tipos de métodos científicos que usualmente
abundam no enriquecimento do conhecimento: (1) método dedutivo, (2) método
indutivo; (3) método hipotético-dedutivo12:
Método Dedutivo
12
Quer dizer, este método serve para verificar as hipóteses.
13
Immanuel Kant fala da dedução transcendental, diferente da dedução empírica que resulta
das experiências. Trata-se, na sua visão, de uma dedução pura.
14
GIL, 1999
ϭϵ
Método Indutivo
Exemplo:
Mia Veta é mortal.
Nsimba é mortal.
Kalupeteka é mortal.
Matamba é mortal.
Ora,
Mia Veta, Nsimba, Kalupeteka, ... e Matamba são homens.
Logo,
(Todos) os homens são mortais.
ϮϬ
Método Hipotético-Dedutivo
Este método foi definido por Karl Popper, a partir de suas críticas ao método
indutivo. Para ele, o método indutivo não se justifica. Se a conclusão indutiva já veicula
nas premissas, isso leva a perceber que o salto indutivo de “alguns” para “todos” exigiria
que a observação de factos isolados fosse infinita para assegurar a verdade incontestável
na conclusão.
O método hipotético-dedutivo pode ser explicado a partir do seguinte esquema:
Ϯϭ
Antes, convém realçar aqui a significação etimológica do termo experiência, que
em latim se decompõe da seguinte maneira: (i) o prefixo “ex-” para dizer externo; (ii) a
raiz “peri”: intentar; (iii) o sufixo “entia”: qualidade. Isto é, etimologicamente o termo
significa “tentativa de provar algo a partir do exterior”.
Por essa razão, o método experimental consiste a operação de verificação que
obedece as seguintes etapas (em circuito fechado): a ideia, a pergunta, a experiência, os
resultados, novas dúvidas. O melhor método é aquele que ajuda na compreensão do
fenómeno a ser estudado.
O método experimental é mais frequente nas pesquisas realizadas nas Ciências
Naturais e aos temas relacionados à Tecnologia. Pode se citar o “método experimental”
de Claude Bernard (1813-1878) na fisiologia humana e animal. Isso evoluiu para
medicina experimental15. Louis Pasteur (1822-11895) fez várias experiências
interessantes, melhorando esse método. A pesquisa experimental implica que o
pesquisador irá sistematicamente provocar alterações no ambiente a ser pesquisado de
forma a observar se cada intervenção produz os resultados esperados.
15
BERNARD, 1984
16
MARTINS, 1990: 22
ϮϮ
iv. Pesquisa descritiva;
v. Pesquisa exploratória;
vi. Pesquisa qualitativa
vii. Pesquisa quantitativa;
viii. Pesquisa participante.
Ϯϯ
Isto é, o pesquisador precisa de assegurar a cientificidade do seu trabalho, evitar
tudo que é sensitivo ou “conhecimento popular”. Para isso, a crítica deve nortear a sua
pesquisa e manter-se fiel ao pensamento crítico na averiguação das informações
colhidas.
Técnicas de pesquisa
a) Observação
Ϯϰ
delimitando a área a ser observada e requerendo um planeamento prévio para ser
desenvolvida.
Considerando o critério de participação do observador, a observação pode ser
não-participante ou participante. Diz-se que a observação não-participante quanto o
observador permanece fora da realidade a ser estudada. Seu papel é de espectador e evita
interferir ou envolver-se na situação. Na observação participante, o pesquisador
participa da situação que está a estudar, sem que os demais elementos envolvidos
percebam a posição dele: incorpora-se ao grupo e/ou à comunidade pesquisados, de
modo natural (quando já é integrante do grupo) ou artificialmente.
Levando-se em consideração o número de observadores, caso a observação for
feita por apenas um pesquisador, essa observação é chamada de individual. No caso de
mais pesquisadores estiverem envolvidos, diz-se que é uma observação em equipa. Se a
observação é feita no local de ocorrência do evento, ela é denominada de observação em
campo. Se as situações-problema (objeto de estudo) podem ser criadas artificialmente
em laboratório, a fim de que se possa observar a situação da variável experimental, tem-
se a observação em laboratório. É preciso ter algum conhecimento prévio do que
observar: antes de iniciar o processo de observação, procure examinar o local.
Determine que tipo de fenômenos merecerão registros. Essa forma evita desperdícios.
O planeamento de um método de registro crie, com antecedência, uma espécie de
lista ou mapa de registro de fenômenos. Procure estipular algumas categorias dignas de
observação. Deverá o pesquisador ter consciência dos fenômenos não esperados.
Aconselha-se que esteja preparado para o registro de fenômenos que possam surgir
durante a observação, visto a possibilidade de registar fenómenos não esperados no seu
planeamento.
Registro fotográfico ou vídeo: para realizar registros iconográficos (fotografias,
filmes, vídeos etc.), caso o objeto de sua observação sejam grupos de pessoas, prepare-
os para tal acção para não serem surpreendidos.
A observação pressupõe um relatório: procure fazer um relatório o mais cedo
possível.
Ϯϱ
b) Questionário
Ϯϲ
c) Entrevista
A seguir vamos dar algumas sugestões que, caso forem realmente seguidas,
podem contribuir significativamente para o sucesso da entrevista. Além de constar no
planeamento de uma entrevista, elas proporcionam maior chance de alcançar, no
mínimo, os desideratos do investigador.
17
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003: 69
Ϯϳ
Procure selecionar as pessoas que realmente têm o conhecimento necessário para
satisfazer suas necessidades de informação.
Pré-teste
Procure realizar uma entrevista com alguém que poderá fazer uma crítica de sua
postura antes de se encontrar com o entrevistado de sua escolha.
Diante do entrevistado
Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate de ideias. Não demonstre
insegurança ou admiração excessiva diante do entrevistado para que isto não venha
prejudicar a relação entre entrevistador e entrevistado.
Deixe que as questões surjam naturalmente, evitando que a entrevista assuma um
caráter de uma inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que a entrevista se
torne um questionário oral.
Seja objetivo, já que as entrevistas muito longas podem eventualmente cansar
entrevistado. Procure encorajar o entrevistado para as respostas, evitando que ele se sinta
isolado ao falar (o tipo de “falar sozinho”).
Durante a entrevista, aconselha-se que o investigador regista as informações do
entrevistado, sem deixar que ele fique esperando sua próxima indagação, enquanto ele
estiver a escrever.
Para o uso de gravador, o entrevistador deve pedir a permissão do entrevistador,
não apenas para evitar inibi-lo, mas também por questão de ética.
Relatório
Mesmo tendo gravado procure fazer um relatório o mais cedo possível.
Ϯϴ
d) Grupo focal
19
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003: 15
ϯϬ
Sem esta construção teórica, não há pesquisa válida, visto que não
podemos submeter à prova qualquer proposta. As propostas
explicativas devem ser o produto de um trabalho racional fundamentado
numa lógica e num sistema conceitual validamente constituído20.
20
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003: 17
ϯϭ
1.4.2. As sete etapas da pesquisa
ϯϮ
1.4.2.1. Primeira etapa: Questão inicial
Leitura
Escolha e organização das leituras são dois critérios de familiarização
para explorar com eficácia o tema escolhido21: partir da questão inicial;
evitar um grande número de textos; escolher textos de síntese num
primeiro momento para, em seguida, procurar textos que não
apresentem somente dados, mas que tenham também análise e
interpretações; escolher textos que apresentem abordagens e enfoques
21
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003 44
ϯϯ
diferentes sobre o tema; escolher os locais de busca de informações e
de textos sobre o tema22.
Como ler
Fazer resumos: colocar em evidência as ideias principais e suas
articulações de forma a tornar clara a unidade de pensamento do autor.
A qualidade de um resumo está diretamente ligada à qualidade da
leitura realizada.
22
Uma das formas mais aconselhadas é ver nas bibliografias dos livros consultados que tenham
abordado um ou outro aspecto do tema em pesquisa. Depois de identificar os textos, procura-
los nas bibliotecas especializadas, na Internet ou adquirir nas livrarias.
23
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003: 102-103
ϯϰ
i.Num primeiro momento, fazemos um levantamento das problemáticas
possíveis, evidenciamos suas características e as comparamos. Para
isso, o pesquisador utiliza os resultados do trabalho exploratório. Com
ajuda de referenciais (esquemas inteligíveis, modelos explicativos)
fornecidos pelas aulas teóricas ou pelos livros de referência sobre o
tema, ele tenta elucidar as perspectivas teóricas que estão por trás das
diferentes abordagens encontradas.
ii.Num segundo momento, o pesquisador escolhe e explicita a sua própria
problemática com conhecimento de causa. Escolher é adotar um quadro
teórico que convém e se adapta ao problema e que ele tem a capacidade
de dominar o suficiente. Para explicitar sua problemática, redefine-se o
melhor possível o objecto da pesquisa, precisando por isso qual o
ângulo em que ele decide abordá-lo e reformulando a questão inicial de
forma que ela se torne a questão central da pesquisa. Paralelamente,
expõe-se a orientação teórica escolhida, ajustando-a em função do
objeto de pesquisa, de forma a obter um “sistema conceitual
organizado” apropriado ao que se está à pesquisar.
24
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003: 103
25
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003: 149
ϯϱ
O modelo de análise constitui o prolongamento normal da
problemática que articula de forma operacional os referenciais e as
pistas que serão finalmente escolhidos para guiar o trabalho de coleta
de dados e a análise. Ele é composto de conceitos e hipóteses que estão
interligados para formar conjuntamente um quadro de análise
coerente. A conceitualização – entenda, a construção de conceitos –
constituí uma construção abstrata que tenta dar conta do real. Nesse
sentido, ela não dá conta de todas as dimensões e todos os aspectos do
real, mas somente o que expressa o essencial segundo o ponto de vista
do pesquisador. Trata-se, portanto, de uma construção-seleção. A
construção de um conceito consiste em designar dimensões que o
constituem e em precisar os indicadores graças aos quais essas
dimensões poderão ser mensuradas. Distinguem-se os conceitos
operacionais isolados que são construídos empiricamente a partir das
observações diretas ou das informações colectadas e dos conceitos
sistêmicos que são construídos pelo raciocínio abstrato e se
caracterizam, em princípio, por um grau de ruptura mais alto com as
ideias preconcebidas e com a ilusão da transparência.
Duas formas são sugeridas para a construção das hipóteses (Quadro n.º 2)
Quadro 2
Métodos hipotético-indutivo e hipotético-dedutivo
ϯϲ
Daí, a abordagem hipotético-dedutiva passa a ter mais importância. Em outras palavras,
a construção das hipóteses parte de um postulado ou conceito como modelo de
interpretação do objeto estudado. Na realidade, essas duas abordagens se articulam, pois
todos os modelos elaborados por uma pesquisa científica comportam dedução e indução.
Esta é, também, uma etapa importante do processo de elaboração de uma
pesquisa, pois, associada às etapas anteriores, conduzirá normalmente o pesquisador à
etapa seguinte de elaboração da metodologia de colecta de dados.
ϯϳ
ANOTE
Em estatística, uma variável é um atributo mensurável que varia consoante
indivíduos.
Variável quantitativa: é numericamente mensurável. Exemplo, a idade,
a altura, o peso. Estas variáveis ainda se subdividem em:
Variável quantitativa contínua: é aquela que assume valores
dentro de um conjunto contínuo, caso típico dos números reais. São
exemplos o peso ou a altura de uma pessoa.
Variável quantitativa discreta: é aquela que assume valores
dentro de um espaço finito ou enumerável, caso típico dos números
inteiros. Um exemplo é o número de fihos de uma pessoa.
Variável qualitativa: é aquela que se baseia em qualidades, e não é
mensurável numericamente. Estas variáveis ainda se subdividem em:
Variável qualitativa ordinal: É aquela que pode ser colocada em
ordem; por exemplo, a classe social (A, B, C, D ou E) e a variável
“peso”, medida em três níveis (pouco pesado, pesado, muito
pesado).
Variável qualitativa nominal: é aquela que não pode ser
hierarquizada ou ordenada, como a cor dos olhos, o local de
nascimento.
ϯϴ
1.4.2.6 Sexta etapa: Análise das informações
26
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003: 213
27
QUIVY; CAMPONHOUDT, 2003: 243
ϯϵ
No desenvolvimento da análise, os autores supracitados28 enfatizam que
28
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003: 222
29
QUIVY; CAMPENHOUDT, 2003: 247-53
ϰϬ
ii. Novos aportes do conhecimento produzido, que são de dois tipos:
Todo pesquisador deseja que seu trabalho sirva para alguma coisa. A
maior preocupação situa-se no facto das conclusões de uma pesquisa
conduzirem raramente a uma aplicação prática clara e indiscutível. Será
ϰϭ
que tratar-se-ia de consequências práticas que certos elementos de
análise implicam claramente? Caso for o caso, por quais elementos de
análise e em que a implicação é indiscutível? Não será apenas pistas de
ação que as análises sugerem, sem induzi-las de forma automática e
incontestável?
ϰϮ
Como se pode notar, este modelo adapta-se consoante as especificidades
encontradas, e é ajustado sempre que possível para de acordo com as necessidades do
pesquisador.
ϰϯ
bairros. Nesse caso, é interessante anexar o mapa da cidade de Luanda,
a fim de mostrar como estão localizadas as regiões urbanas.
Exemplo n.º 2: você entrou em contato com uma empresa para pedir
informações sobre um determinado assunto importante para a sua
monografia. A resposta veio por correio eletrônico. Lembre-se de
anexar esse e-mail ao trabalho.
ϰϰ
auto (quem?), o título da obra (o que?), a edição, o local da publicação (onde?), a editora
e a data de publicação da obra (quando?).
Estes elementos devem ser apresentados de forma padronizada e na sequência
apresentada acima. Uma das finalidades das referências é informar a origem das ideias
apresentadas no decorrer do trabalho. Nesse sentido, apresente-as completas, para
facilitar a localização dos documentos.
Alguns exemplos de referências:
Isto é:
ϰϱ
EFRON, David, Gesture and Environment, Nova Iorque, King's Crown
Press, 1941 (tr. it. de Michelangelo Spada, Gesto, razza e cultura,
Milão, Bompiani, 1974).
a. Capa
Título:
x Não escreva o título pensando no especialista da área, deve ser visto
e atraído pelo leitor;
x Foque na principal conclusão do seu estudo;
x Utiliza palavras de fácil entendimento;
x Um termo não entendido no título pode ser motivo para que o leitor
desiste do artigo.
ϰϲ
b. Folha de rosto:
Trata-se de um elemento pré-textual de um livro (publicação), trabalho
académico ou científico, como um relatório, monografia, tese,
dissertação. Trata-se de uma página onde aparecem como itens
obrigatórios o nome da instituição, o nome do autor, o título do trabalho,
disciplina, orientador e data. É o afronte que fornece os dados
necessários à identificação da obra.
c. Itens opcionais:
x Dedicatória: tem a finalidade de oferecer o trabalho a alguém como
homenagem de gratidão especial.
x Agradecimentos: manifestação de gratidão àqueles que
contribuíram na elaboração do trabalho.
x Biografia: informações relevantes do autor
x Epígrafe: citação de um pensamento que, de certa forma, embasou
ou inspirou o trabalho.
d. Sumário:
Trata-se da parte onde consta os itens abordados e não pode ser
confundido com anexos ou apêndice.
Um bom trabalho acadêmico precisa ser muito bem estruturado e
organizado, caso contrário será muito difícil para qualquer leitor
acompanhar as ideias do autor. Impera a organização do conteúdo
propriamente dito é um fator importantíssimo, porém não é por isso que
se deva relaxar em relação ao que vem antes dele. O sumário não serve
apenas para mostrar a localização das páginas, é também uma forma de
mostrar ao leitor quais são as etapas e partes do seu trabalho, a
hierarquia delas e como ele pode encontrá-las. Facilitar a leitura é muito
importante, pois os avaliadores também precisam ler todo o trabalho, e
com certeza eles não gostarão de ficar perdidos no texto.
ϰϳ
textual cuja presença é obrigatória. A obrigatoriedade é notória sobretudo nos trabalhos
académicos, onde professor exige que uma determinada norma seja rigorosamente
seguida.
Exemplo do sumário:
Imagem: bibliofree.files.wordpress.com
ϰϴ
Índice onomástico: organiza em ordem alfabética os autores, ou os
personagens ou as autoridades citadas ao longo do texto.
Índice remissivo: organiza em ordem alfabética os assuntos tratados
no texto.
É possível encontrar textos ou livros com mais de um índice e eles podem ser
tipos diferentes de índices, pode acontecer em textos muito extensos e o índice neste
caso facilita a leitura. É muito comum encontrar índices em enciclopédias de todos os
tipos, mas, nestes casos é mais comum encontrarmos índices remissivos para facilitar a
localização dos demais volumes da obra.
Resumo
ϰϵ
Imagem: bibliofree.files.wordpress.com
ϱϬ
1.5.2 Elementos Textuais
O autor desenvolve nos elementos textuais o seu tema escolhido, é onde ele traz
o fruto de suas pesquisas e sua idéia sobre o assunto em questão. Cada um dos elementos
textuais tem pelo menos um objetivo principal.
ϱϭ
A introdução faz um apanhado geral do trabalho acadêmico e apresenta os pontos
mais importantes superficialmente. No desenvolvimento, o autor precisa discorrer e
mostrar domínio sobre o tema escolhido, esclarecer os métodos utilizados e desenvolver
o texto. A última parte, a conclusão é o espaço onde o autor deve mostrar o seu ponto
de vista com relação a tudo que foi estudado. Não é permitida a inclusão de dados,
apenas a ideia concluída do assunto trabalhado.
Os elementos textuais trazem a parte mais importante de todo o trabalho: o
conteúdo em si. É preciso que o texto esteja coeso e bem escrito para que os avaliadores
entendam o processo descrito no desenvolvimento e o ponto de vista do autor
apresentado na conclusão.
Glossário
Elemento opcional, elaborado em ordem alfabética.
Apêndice(s)
Elemento opcional. Os apêndices são identificados por letras
maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. Em caso
exepcionais, são utilizadas as letras maiúsculas dobradas, na
identificação dos apêndices, quando esgotadas todas as letras do
alfabeto.
Exemplo:
APÊNDICE A – Avaliação numérica de células inflamatórias
totais aos quatro dias de evolução.
ϱϮ
APÊNDICE B – Avaliação de células musculares presentes nas
caudas em regeneração.
Anexo(s)
Elemento opcional. Os anexos são identificados por letras maiúsculas
consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. De forma
excepcional, utiliza-se letras maiúsculas dobradas, na identificação dos
anexos, quando esgotadas todas as letras do alfabeto. Exemplos:
Índice
Elemento opcional – Informação e documentação – Índice –
Apresentação.
ϱϯ
ϱϰ
Capítulo II
NOÇÂO DE AMOSTRAGEM
Nesse primeiro ponto, iremos definir o que se entende por amostra de pesquisa.
Também, iremos ilustrar nesse capítulo, quais são os passos que devem, em rigor, seguir.
Entendemos por amostra de pesquisa toda parcela populacional que respeita as
proporções e critérios da população de maneira a representá-la correctamente. Essa
medida justifica-se pelo facto de ser impossível de entrevistar toda população. Desta
feita, convém sempre obedecer rigorosamente em observar todos os passos, ao risco de
comprometer a amostra de pesquisa. Podemos avançar um exemplo: “fazer pesquisa
sobre os consumidores de bebidas alcoólicas”. Essa pesquisa, como podemos o notar,
não nos leva necessariamente a mapear e projectar conversa com todos os consumidores
de uma determinada região ou país. Mas é possível realizar tal pesquisa a partir de uma
amostra de pesquisa.
Dito de outra maneira, amostra de pesquisa seria uma parcela dos consumidores
de bebidas alcoólicas e que pode representar o total do universo do estudo a partir
de critérios estatísticos e metodológicos. Importa salientar aqui a importância da
metodologia escolhida.
Podemos ainda utilizar outros exemplos mais simples ainda: para saber o sabor
de um bolo, não é necessário comer o bolo na íntegra. Uma pequena porção do bolo
poderá revelar o sabor e muito mais. Esse pedaço de bolo pode ser equiparado a amostra
de pesquisa e o bolo em si constituiu o universo (população) que se pretende pesquisar.
Chamamos amostragem o processo criterioso de obter as amostras – e pequena
quantidade – como partes do universo/população por pesquisar. Essas amostras são
descritas, manipuladas, questionadas, verificadas na base das características que
apresentam, verificar a partir de testes para finalmente chegar a uma inferência. Isto é,
para compreender o geral/univeso. A ilustração a seguir resume esse processo.
ϱϱ
Fonte: https://sites.google.com/site/estatisticabasicacc/conteudo/parte-2---inferencia/01---
amostragem?
Exemplo 1:
Uma cozinheira a preparar “nsaki madesu”: feijão com kizaka numa
panela cheia. A fim de descobrir se ela colocou sal suficiente na “nsaki
madesu”, ela precisa apenas provar uma colher com a comida. A sua
percepção do sal na colher reverte-se naquilo que é o sal em toda
comida.
Exemplo 2:
Um médico está examinar um paciente. Para determinar a proporção de
glóbulos brancos e vermelhos no sangue do paciente, ele extrai alguns
mililitros de sangue. Com essa pequena quantidade ele conta o número
de células brancas e vermelhas, e calcula a proporção dessas contagens.
Ele então assume que essa relação se aplique ao sangue do paciente.
Exemplo 3:
Um arqueólogo explora um antigo cemitério e encontra alguns objectos
como flechas e facas. Com base no exame dessas descobertas, ele forma
uma opinião sobre a cultura que produziu essas flechas, facas, etc.
ϱϲ
A cozinheira, o médico e o arqueólogo têm em comum a tarefa de abordar, de
alguma forma metódica, o problema de todo um universo vasto a partir de uma amostra.
As suas conclusões a partir da amostra versam-se para uma população e são
necessariamente incertas. Mas eles não estão salvos de “erro”. Existem, no entanto,
diferenças consideráveis entre os três exemplos de como lidar com esse problema.
1. A cozinheira agita a sopa cuidadosamente na panela antes de tomar a
colherada de sopa para saborear. O processo de “agitar sopa” serve para torná-
la homogênea. Logo, essa experiência indica que a colherada de sopa
reflectirá com precisão o sabor da sopa.
2. O médico partiu do pressuposto que o sangue na veia do paciente é
homogêneo. Isto é, as propriedades de uma quantidade ínfima do sangue
correspondem as propriedades todo sangue do corpo.
3. O arqueólogo, no entanto, está em situação mais complexa. Ele deve ter em
conta que suas possíveis descobertas podem não ser obrigatoriamente
“representativas” da população da qual elas foram selecionadas. Logo, ele
evitará desconsiderar a responsabilidade de dar uma imagem enganosa da
cultura em questão, por ser, por exemplo, mais resistente do que a maioria dos
objectos.
Vantagens:
A amostragem é útil pelo facto de permitir acompanhar um processo inverso que
chamamos de generalização. Para conhecer um universo, o que fazemos é: (1) Extrair
uma amostra do mesmo, (2) Medir um dado ou opinião, (3) Projetar no universo o
resultado observado na amostra. Esta projeção ou extrapolação recebe o nome de
generalização dos resultados. Contudo, a amostragem permite:
x Estudar menos indivíduos e empregar menos recursos (tempo e dinheiro) para
compreender um fenómeno ou realidade;
x Simplificar a manipulação de dados. Se uma amostra de 1.000 pessoas é
suficiente, torna-se desnecessário analisar um arquivo com milhões de
registros.
ϱϳ
Inconveniências:
x Existe um erro controlado no resultado, devido a própria natureza da
amostragem e a necessidade de generalizar os resultados;
x Há um risco de má selecção da amostra. Por exemplo, se não se seleccionar
os indivíduos de forma aleatória, os resultados poderão ser seriamente
afetados.
Alguns conceitos
População e amostra
Em estatística, a população está formada pelo conjunto de indivíduos (ou
objectos) finitos ou infinitos que queremos abranger no nosso estudo e para
ϱϴ
os quais desejamos as conclusões da pesquisa. Os indivíduos da população
têm pelo menos uma característica em comum.
Exemplos:
x População finita: adolescentes da província do Uíge;
x População infinita: peixes no território marítimo de Angola.
População amostral:
Trata-se do conjunto de indivíduos da população que estão de facto acessível
para serem amostrados.
Amostra:
É a parcela da população amostral efectivamente seleccionada para a
realização do estudo, de acordo com um processo de selecção adequado.
Parâmetro:
É uma característica fixa e desconhecida da população a qual se tem
interesse em estudar.
Os parâmetros representam quantidades numéricas que podem ser
interpretadas pelo pesquisador, como por exemplo: média; proporção;
variação; taxa de crescimento; etc.
ϱϵ
Estimativa:
É o valor calculado a partir dos dados obtidos pela amostra para se estimar
o valor desconhecido do parâmetro.
Exemplo: média amostral, proporção amostral, variância amostral, etc...
Unidade amostral:
É o indivíduo (ou elemento) da população amostral sobre o qual a medida de
interesse será observada; elemento objecto da pesquisa.
Amostragem probabilística:
É a pesquisa por amostragem realizada segundo critérios bem definidos da
teoria estatística das probabilidades. Na amostragem probabilística todas as
ϲϬ
unidades da população amostral devem ter a mesma probabilidade de serem
seleccionadas; não deve existir intenção ou simpatia na escolha dos
elementos (unidades).
PLANOS DE AMOSTRAGEM
Interessa realçar que, numa mesma pesquisa, é possível que existam vários planos
de amostragem. A escolha do plano de amostragem depende nesse caso dos seguintes
factores:
o Tamanho da população N;
o Custo;
o Heterogeneidade da população.
ϲϭ
duma forma objectiva, na qual não há intervenção do “critério individual”, tal que todas
unidades da população amostral têm a mesma possibilidade de ser seleccionadas e com
alguma certeza. Isto significa que as unidades da amostra são seleccionadas por acaso.
Existe uma variedade de planos sobre os quais a amostra pode ser seleccionada.
Em cada plano considerado, nota-se que a estimação da dimensão de amostra seja
possivelmente realizável no que diz respeito ao conhecimento do grau de precisão
desejado. Os custos relativos e o tempo levado em cada plano são confrontados antes de
tomar a decisão.
Observação:
Quando o tamanho da população for muito grande, os dois procedimentos de
sorteio (“sem reposição” ou “com reposição”) são equivalente.
Na A.A.S., a probabilidade de qualquer indivíduo (ou elemento) da
população fazer parte da amostra é igual a
ே
ϲϮ
Perante à pergunta: “como realizar o sorteio”?
Respondemos da seguinte maneira:
i. Geração de número aleatórios pelo computador;
ii. Tabela de número aleatórios;
iii. Gobos com bolinas numeradas;
iv. Qualquer outra forma aleatória de escolha que preserve a propriedade de
que cada unidade amostral tenha a mesma chance de ser seleccionada.
ii. Tamanhos das amostras nos estratos: n1, n1, n3, ... nk
n1 + n2 + n3 + . . . + nk = n
Observação:
A A.A.E. produz resultados mais precisos do que a A.A.S. com o
mesmo tamanho de amostra. É mais cara pelo facto de segmentar a
população.
Pergunta:
Sabendo que o tamanho da amostra é n, como se pode alocar – quer dizer,
determinar – o número de indivíduos a serem seleccionados em cada um dos
estratos?
30
Quer dizer, quando as características observadas variam muito de um indivíduo para outro.
ϲϯ
Resposta:
i. Alocação por tamanho igual: caso se desconfia de que os estratos
estejam todos de tamanhos parecidos. Isto é:
N1 ≈ N2 ≈ N3 ≈ . . . ≈ Nk
Então pode-se fazer: n1 = n2 = n3 = . . . = nk =
Exemplo:
Considere uma amostra de tamanho n = 48 a ser seleccionada de uma
população dividida em 3 estratos, tais que N1 = 45, N2 = 86 e N3 = 139,
então
N = 45 + 86 + 139 = 270
ேଵ ସହ ଵ ସ଼
ൌ = => n1 = =8
ே ଶ
ேଶ ଼ ସଷ ସ଼௫ସଷ
= = => n2 = = 15,2 ≈ 15
ே ଶ ଵଷହ ଵଷହ
ேଷ ଵଷଽ ସ଼௫ଵଷଽ
= => n3 = = 24,7 ≈ 25
ே ଶ ଶ
31
Também chamada de alocação proporcional.
ϲϰ
Portanto, n1 = 8, n2 = 15 e n3 = 25 é a alocação proporcional ao
tamanho dos estratos.
Exemplo:
Estudo sobre a percepção social dos problemas sanitários do município de
Kilamba Kiaxi na cidade de Luanda.
ϲϱ
Definindo-se os quarteirões como sendo os conglomerados:
a) A.A.C. em um (1) estágio:
Uma A.A.S. é aplicada para a selecção de uma amostra aleatória de
quarteirões, e o questionário é aplicado a todos os domicílios dos
quarteirões então seleccionados.
ϲϲ
d. Amostragem Sistemática
ϲϳ
Exemplo:
se a população tem tamanho N = 84 e deve-se seleccionar uma amostra de
tamanho n = 6, então, tendo-se em mão uma relação com os 84 indivíduos
da população:
଼ସ
i. Divide-se população em 6 seções de tamanho = 14
Ordem Indivíduo
seleccionado
1 5o
2 19o
3 33o
4 47o
5 61o
6 75o
ଽ
Outro exemplo: N = 79 e n = 7 => = 11,3
Ordem Indivíduo
seleccionado
1 3o
2 14o
3 25o
4 36o
5 47o
6 58o
7 69o
ϲϴ
Situações especiais:
଼
Se, por acaso: N = 68 e n = 7 => = 9,7 ≈ 10
Ordem Indivíduo
seleccionado
1 9o
2 19o
3 29o
4 39o
5 49o
6 59o
7 69o
Note que nesse caso, o 69o indivíduo da relação não existe, uma vez que N
= 68, logo, a amostra fica com uma unidade a menos.
଼
Isto é: N = 80 e n = 7 =>
ordem Indivíduo
seleccionado
1 2o
2 13o
3 24o
4 35o
5 46o
6 57o
7 68o
8 79o
Já, nesse caso, o 79º indivíduo é o penúltimo da relação e deve ser incluído, logo,
a amostra fica com uma unidade a mais. A amostra pode ter uma unidade a mais ou a
menos em função do arredondamento.
ϲϵ
2.3.2. Amostragem não-Aleatória
ϳϬ
Exemplos:
1) Estudo sobre a produção científica dos departamentos de ensino de
uma universidade.
2) Estudo sobre a percepção do conceito de morte em crianças de
diferentes períodos de desenvolvimento cognitivo (subperíodo pré-
operacional, subperíodo das operações concretas, período formal).
ϳϭ
continua até que o pesquisador tenha todas as entrevistas que necessita. Isto é,
preferencialmente, até que todos os contatos tenham sido atingidos
(http://www.contornospesquisa.org/search/label/pesquisa%20qualitativa).
Também muito comum na pesquisa qualitativa.
ϳϮ
Ou melhor: supõe-se que a sua empresa esteja à realizar uma pesquisa de
mercado e faz recurso à uma determinada amostra. Isso significa que não
serão entrevistadas todas as pessoas de seu universo. Contudo, uma parcela
representativa destas pessoas será entrevista. As respostas e opiniões desta
amostra vão representar o pensamento (ou visão) do todo. Nesse caso, a
margem de erro corresponderia a quantos pontos percentuais
aquelas informações podem variar, para mais ou para menos.
Caso 80% de sua amostra de pesquisa tenha declarado que concorda com
determinada frase, e estando à utilizar uma margem de erro de 5 pontos
percentuais, a concordância com a frase será entre 75% e 85%. Ou seja, 5
pontos percentuais para cima ou 5 pontos percentuais para baixo.
Define-se o erro amostral como a diferença que há entre a estimativa obtida para
um parâmetro e o seu verdadeiro valor. Este erro decorre da variabilidade natural das
unidades amostrais (é aleatório)
(http://www.contornospesquisa.org/search/label/pesquisa%20qualitativa).
ϳϯ
Fonte: https://www.netquest.com/blog/br/blog/br/amostragem-porque-funciona
ϳϰ
(3) O nível de confiança de uma pesquisa ou o erro tolerável é a certeza de
que os dados obtidos estão dentro da margem de erro. Dando um
exemplo: se o nível de confiança é de 95%, se você repetir a pesquisa 100
vezes, com amostras aleatórias, em 95 dos casos o resultado será o
mesmo.
ϳϱ
fazer uma pesquisa para encontrar uma percentagem (% de pessoas que fumam) com
uma margem de erro de 5% e uma margem de confiança de 95%. Se o universo estudado
englobar 100 pessoas, a amostra teria 79,5 indivíduos (isto é, 79,5% do universo, que
representa uma parte muito importante de todo o universo). Se o universo fosse de 1.000
pessoas, a amostra do pesquisador seria de 277,7 pessoas (27,7% do universo). E se o
universo do pesquisador fosse 100.000, a amostra necessária seria de 382,7 pessoas
(3,83% do universo).
Portanto, a medida que o universo for maior, a amostra deve crescer de forma
desproporcional, com a tendência de estagnar, cada vez mais e em representar uma
percentagem menor do universo. Na verdade, a partir de um certo tamanho do universo
(cerca de 100.000 indivíduos), o tamanho da amostra não cresce mais, conforme
observamos no exemplo a seguir:
Fontes: https://cdn2.hubspot.net/hubfs/2595966/imported_Blog_Media/tabela.jpg?
t=1530629977817
Os dados acima citados ilustram que não importa quão grande é o tamanho do
universo. Um aspecto importa a realçar aqui, por exemplo, é que com 385 pessoas é
possível estudar todos os dados com o mesmo nível de erro (margem de erro de 5% e
ϳϲ
95% de margem de confiança). Por esta razão, a amostragem verifica-se tão poderosa:
podemos afirmar dados altamente precisos de um grande número de indivíduos através
de uma pequena parte do todo.
Em contrapartida, a amostragem não funciona muito bem em pequenos
universos. Numa sala de aulas com 10 alunos, a opinião de cada um é fundamental para
compreender a opinião global. Nessa quantidade, é desaconselhado deixar de lado
nenhum indivíduo. Para não apresentar falhas neste caso, convém considerar o universo
de 10 indivíduos e examinar todos eles.
A tabela abaixo relaciona o tamanho do universo a ser estudado (população total)
com a margem de erro desejada para a pesquisa, com um coeficiente de confiança de
95,5%:
ϳϳ
Erros de não amostragem
ϳϴ
viii. Interferências causais impróprias.
ix. Processamentos de dados.
x. Análise.
xi. Interpretação.
Para evitar estes erros numa pesquisa, é preciso pautar pelo rigor e muita
disciplina em todas as etapas necessárias, aplicando os seguintes princípios:
Utilização de recursos humanos adequados às necessidades de pesquisa;
Treinamento adequado dos pesquisadores;
Elaboração de um manual de instruções (pesquisas complexas):
Distribuição de instruções ao longo do instrumento;
Manutenção de um contínuo controlo da qualidade;
Verificação por amostragem a veracidade e a qualidade das entrevistas
realizadas.
ϳϵ
Capítulo III
OS ANEXOS
ϴϬ
alcançou os resultados, quais eram as fontes ou informações utilizadas e como consegui-
las. Essa clareza levará outros pesquisadores a consultar as mesmas informações,
verificá-las consoante as mesmas metodologias ou optar por outras, para dinamizar a
discussão e garantir uma diacronia esclarecedora do conhecimento. É assim que se
constrói o conhecimento científico, sempre baseada nas seguintes perguntas: (1) o quê?;
(2) quem?; (3) onde?; (4) quando?; (5) como?; (6) Por quê?; (7) qual?; (8) quanto?; etc.
1. DEFINIR OS OBJETIVOS:
O que o professor pediu? O que sei a respeito? Este tema é parte de algum tema
maior? Qual é o assunto principal? São as primeiras perguntas que deve fazer a si
mesmo para poder entender como encontrar o que procura. O título da pesquisa ou
trabalho pode ser a ideia-síntese a partir da qual você desenvolverá seu trabalho.
Exemplo: “O que é a Mídias?” Com o título, tente estabelecer um roteiro-guia, que
vai lhe permitir encontrar todas as informações e fazer o texto.
2. CONSTRUIR UM ROTEIRO:
Novamente procure fazer perguntas, partindo das mais genéricas para as mais
específicas.
Usando o exemplo dado:
Qual o conceito de Mídias?
Quais seus tipos?
Desde quando se fala em Mídias?
ϴϭ
3. UTILIZAR AS FONTES
ϴϮ
conhecimento pode ser dividido em 9 classes principais, e estas podem ser infinitamente
divididas numa hierarquia decimal. As principais divisões da CDU são:
1. Generalidades. Informação. Organização.
2. Filosofia. Psicologia.
3. Ciências Sociais. Economia. Direito. Política. Assistência Social. Educação.
4. Classe vaga.
5. Matemática e Ciências Naturais.
6. Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.
7. Arte. Belas-artes. Recreação. Diversões. Desportos.
8. Linguagem. Linguística. Literatura.
9. Geografia. Biografia. História.
Examine os livros e anote os títulos, capítulos, partes e etc. que lhe interessem.
Quando tiver examinado todos os materiais que separou para sua pesquisa, proceda a
leitura completa desses capítulos, partes e etc., seguindo seu roteiro. A partir daí,
construa seu próprio texto. Não faça cópias simplesmente de pedaços ou fragmentos
porque ficaria como uma “colcha de retalhos” sem sentido nem coerência. Ou pior,
ficaria identificável a cópia de textos de autores conhecidos pelos estudiosos que são
seus professores, o que configuraria seu trabalho como plágio. Importa que o produto
do seu trabalho seja realmente fruto do esforço pessoal e reflicta inteligência de quem
escreve. Quer com isso dizer que, não interessa copiar aqui e colar acolá resultados de
outros pesquisadores. Porque os livros são resultados dos assuntos pesquisados pelos
autores que os publicam, tendo lido e estudado os escritos de outras pessoas. Eles
observaram, fizeram pesquisas aturadas de campos e etc. O texto deve apresentar suas
partes ligadas umas às outras, deve estar enquadrado na folha, ter (se necessário) as
ilustrações relativas ao texto bem localizadas. É aconselhável enriquecer trabalho de
pesquisa com mapas, gráficos, reportagens, entrevistas e curiosidades, se puder e se for
pertinente. Depois de elaborar seu texto, divida-o em partes seguindo seu roteiro-guia.
ϴϯ
5. CONCLUSÃO:
6. BIBLIOGRAFIA
7.1 CAPA Deve conter, na ordem, estes itens: • Nome completo da Instituição •
Nome da matéria • Título do trabalho • Nome e período do aluno ou equipe • Nome da
cidade em que está apresentando o trabalho • Ano da apresentação do trabalho
ϴϰ
seguir. Utilize o sistema de numeração decimal para identificar as partes e subpartes de
seu trabalho, anotando a página inicial em que cada uma pode ser encontrada.
ϴϱ
e de encerramento da publicação (se houver) 7.6.2.1 Partes de revista Inclui volume,
fascículo, números especiais e suplementos sem título próprio: • Título • Local •
Editora • Numeração do ano/volume • Numeração do fascículo • Informação de
períodos e datas de publicação 7.6.2.2 Artigos e/ou matérias Inclui partes de
publicações periódicas com título próprio. • Autor • Título da parte, artigo ou matéria
• Título da publicação • Local • Numeração correspondente ao volume e/ou ano •
Fascículo ou número • Paginação inicial e final 7.6.2.3 A referência para meio
eletrônico.
A referência segue o padrão para documentos, acrescidas das informações
relativas à descrição física do meio eletrônico. • O endereço eletrônico deve ser
apresentado entre os sinais <>, precedido da expressão “disponível em:” e • Data de
acesso ao documento, precedida da expressão” acesso em:” 7.6.2.3.1 Artigo e/ou
matéria de meio eletrônico. Segue os padrões indicados para artigo e/ou matéria de
revista, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico.
7.6.2.4 Artigo e/ou matéria de jornal • Autor • Título • Título do jornal • Local e
publicação • Data de publicação • Seção • Caderno ou parte •Paginação
correspondente Quando não houver seção, caderno ou parte, paginação do artigo
precede a data.
ϴϲ
gerentes e vendedores de petshop para saber como o mesmo funciona; médicos
veterinários especialistas em cãos com fins de saber o mesmo funciona, nutricionistas
que trabalham com alimentos para animais.
As quatro etapas do Projeto de Pesquisa são: (a) Definição do Problema; (b)
Objetivos: primário e secundário; (c) Tipos de Pesquisa; (d) Tabulação. Cada etapa é
composta por informações que enriquecem o projeto, tal como mostramos a seguir:
ϴϳ
Apresentação e análise dos dados colectados. Descrever quais foram os principais
resultados obtidos na colecta e análise da pesquisa, não importa se o resultado de cada
gráfico seja positivo ou negativo.
Não esquecer: cada página deverá constar apenas duas tabelas e dois gráficos, e
também realizar a leitura de cada gráfico. Apresentar um relatório analítico e com
sugestão para resolução do problema de pesquisa.
Pesquisa Qualitativa
ϴϴ
Plano de Amostragem
Metodologia e amostragem
Em pesquisa torna-se imprescindível descrever como será realizada a pesquisa.
O conceito de amostragem é comum a todos nós: entende-se por amostra uma parte de
um universo. Dito de outra forma, ela consiste numa porção de uma população, com as
mesmas características. Em pesquisa de marketing, a maioria dos estudos são realizados
a partir de amostras, que podem ser de pessoas, empresas, entidades, famílias, lojas etc.,
e são representativas do universo, se calculadas e seleccionadas a partir de critérios
estatísticos específicos.
Uma das desvantagens de trabalharmos com amostras é que, dependendo das
proporções da população em estudo, tendo em conta que é praticamente impossível
pesquisar todo o universo.
Técnicas amostrais
A determinação da amostra leva à qualidade de uma pesquisa de marketing.
Amostra probabilísticas
Para se obter uma amostra probabilística, utiliza-se os conceitos de estatística,
pois, neste sentido de amostra, todo o elemento da população tem igual probabilidade,
e diferente de zero, de serem seleccionados para compor a amostra.
ϴϵ
Etapas para elaboração de um projeto de pesquisa
i. Estudos preliminares
ii. Anteprojecto
iii. Projecto final оu definitivo
iv. Montagem е execução
v. Funcionamento normal
1. O que fazer?
Planos da natureza e formulação do problema e do enunciado das hipóteses.
a. Formular o problema
b. Enunciar as hipóteses
c. Definir os termos do problema е das hipóteses
d. Estabelecer as bases teóricas, relação existente entre а teoria, а
formulação do problema е enunciado das hipóteses.
e. Relatar as consequências para о facto real ou para а teoria se as hipóteses
forem aceites ou, caso contrário, se forem refutadas
ϵϬ
b) Controle das variáveis
c) Instrumento de pesquisa
d) Técnicas estatísticas
e) Cronograma
Quanto?
Com quanto fazer e como pagar? É aqui uma questão plano geral dos custos para
suportar a pesquisa. Advoga-se a necessidade de prever os gastos que realmente serão
feitos na realização da pesquisa. Vamos especificar cada um deles.
ϵϭ
x Em que nível de significância?
x Previsão sobre interpretação dos dados?
O PROBLEMA DA PESQUISA
Toda pesquisa científica começa pela formulação de um problema е o seu
principal objetivo consiste em encontrar а solução do mesmo. Em regra geral, o tema é
apresentado numa forma de proposição interrogativa.
A hipótese é uma solução provisória que se dá ao problema.
Tema da Pesquisa
Tema: assunto que se deseja provar ou resolver
O tema deve ser:
“Concreto”;
Determinado;
Preciso;
De forma bem caracterizada; e
Com limites bem definidos.
Para transformar um assunto geral еm um tema, devemos:
o Observar а realidade, de maneira cuidadosa е persistente, no âmbito
do assunto qυе pretendemos pesquisar;
o Livros;
o Obras especializadas;
o Periódicos;
o Pessoas entendidas оυ interessadas nо assunto;
o Etc..
ϵϮ
Um tema estará adequadamente definido quando seu campo de observação
estiver bem descrito, com as suas respectivas unidades de observação e variáveis.
Campo de observação
Para que о campo de observação esteja bem descrito, devem ser especificados:
x a população: а quem observar
x o local: onde а população será observada
x as circunstâncias: quando а população será observada
x Precisamos definir, ainda, cоm relação ао “campo”:
Аs unidades de observações:
x quanto à população;
x quanto ао local;
x quanto às circunstâncias
Аs variáveis relevantes:
x quanto à população;
x quanto ао local;
x quanto às circunstâncias
¾ Curiosidade intelectual;
¾ Desejo dе ampliar о conhecimento científico;
¾ Tentativa dе resolver υmа questão dе ordem prática;
¾ Ganho financeiro;
¾ Etc..
ϵϯ
Uma simples ideia não é suficiente para começar imediatamente υmа pesquisa. Mаs é
necessário enunciar о tema e, depois disto, formular о problema, levantar аs hipóteses е
tudo о mais, como pede о método científico.
A Formulação do Problema
ϵϰ
Enunciado das Hipóteses
O enunciado dаs hipóteses vеm logo após а formulação dо problema.
Hipótese é υmа tentativa qυе sе fаz para explicar о qυе sе desconhece. É υmа
suposição provisória е deverá sеr testada para verificar sυа validade.
A hipótese dа pesquisa é υmа suposição objetiva е nãо uma mera opinião; precisa
tеr bases sólidas, assentadas е garantidas pоr “boas” Teorias е pоr matérias-primas
consistentes dа realidade observável e, portanto, nãо pode tеr “fundamento incerto”.
Quando formulamos υmа hipótese tentamos preencher υmа lacuna dе
conhecimento е tentamos definir procedimentos para solucioná-lo, оυ seja, buscar а
“verdadeira solução”.
Uma hipótese nãо é enunciada еm forma interrogativa е nеm еm forma condicional, mas
é uma afirmação (provisória) que sе faz.
ϵϱ
A Hipótese Estatística
A estatística nоs dirá sе os resultados obtidos, а partir dаs informações colhidas, sãо
significativos оυ meramente fruto acaso. Ajuda-nos, portanto, а termos confiança nа
decisão sobre оs resultados, mаs não explica nem como estes foram alcançados е nеm
quais аs suas causas, pois estas questões devem sеr respondidas pelo processo dа
pesquisa е nãо pela estatística. Para а estatística ajudar-nos, é necessário que аs hipóteses
sejam enunciadas cоm exatidão е apresentadas nа forma dе linguagem numérica.
ϵϲ
Estatística Básica
Inferência Estatística
O INSTRUMENTO DЕ PESQUISA
Os instrumentos mais úteis sãо aqueles qυе além dе assinalar а presença оu а ausência
dе um fenômeno, sãо capazes dе quantificá-los, dando-nos uma medida sobre о mesmo.
ϵϳ
ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA
Tipo de perguntas:
Abertas: еm geral utilizadas nо questionário;
Fechadas: mais aplicadas à entrevistas.
Perguntas fechadas:
9 As possíveis respostas sãо definidas anteriormente;
9 Em geral assinala-se apenas υmа respostas (em alguns casos podem sеr duas,
três, etc. respostas);
9 Deve-se indicar о modo como о informante deve assinalar аs respostas.
Perguntas abertas:
9 Permitem а livre resposta dо informante.
Exemplo: Uma pesquisa concernente os turistas da Serra da Leba situada na província
da Huila.
__________________________________________________________
Exemplo de formulário com questões fechadas
Em cada pergunta abaixo, assinale cоm um “X”, nоs parênteses, apenas υmа alternativa:
ϵϴ
6. Qual а sua opinião sobre а seguinte frase: “Lubango é uma das cidades mais
belas de Angola”
( ) Concordo plenamente
( ) Concordo muito
( ) Concordo
( ) Não tenho opinião formada
( ) Discordo
( ) Discordo muito
( ) Discordo plenamente
ϵϵ
Entrevista:
O formulário pode sеr apresentado nа forma dе tópicos.
Exemplo:
Montagem do formulário:
1º) Estabelecer υm plano para que аs perguntas sejam apresentadas dе modo ordenado
е numa sequência lógica objetivando dar unidade е eficácia às informações qυе sе
pretende de ter.
ϭϬϬ
2º) Organização dаs questões
Convém indicar еm termos gerais, nа introdução dо questionário, о objectivo dе
sua aplicação е o que sе espera dо informante. Nо caso dе entrevista, fazê-lo
verbalmente.
Normalmente dividimos о formulário еm blocos dе assuntos:
Exemplo:
Bloco I: Caracterização dо informante
Bloco II: Situação sócio-econômica
Bloco III: Avaliação dе Lubango pelo informante
Bloco IV: Sugestões dо informante
Etc.
ϭϬϭ
o testar о instrumento de pesquisa;
o realizar а seleção е treinamento de pesquisadores
o Verificar а adequabilidade da linguagem utilizada (conceitos,
objetividade das questões, etc.);
o Estimar о tempo de aplicação do formulário, visando а definição dо
número de pesquisadores necessários à colecta;
o Identificar questões que estejam à faltar cоm relação à realidade
pesquisada;
o Identificar duplicidade de questões ou questões desnecessárias;
Interesse na área da pesquisa com maior motivação pоr parte
dо pesquisador;
Boa caligrafia;
Disponibilidade de tempo;
Responsabilidade;
Paciência;
Educação;
Etc.
Aos objetivos dа pesquisa;
O que cada questão procura medir;
A forma dе preenchimento dо questionário;
A adequabilidade da linguagem;
Esclarecer о informante sobre os objetivos da pesquisa е o
sigilo das informações;
Ao vestuário no momento da coleta dos dados.
ϭϬϮ
Atitude Opinião
é а disposição interior, referindo ао é а expressão desse estado interior
qυе о indivíduo pensa, julga оυ sente. manifestado pelo qυе о indivíduo diz.
Exemplo:
As respostas numa Pesquisa dе Opinião devem sеr еm número ímpar (conservar
а simetria).
O qυе о senhor acha dо transporte coletivo еm Lubango?
( ) Excelente
( ) Bom
( ) Indiferente
( ) Ruim
( ) Péssimo
Seleção
Dar prioridade а pesquisadores que tenham:
ϭϬϯ
Treinamento
Antes dе iniciarmos а colecta propriamente dita, оs pesquisadores deve sеr
instruídos quanto:
Deve sеr realizada uma simulação, individual ou em grupo, para identificar аs
dificuldades pоr parte dоs entrevistadores.
ϭϬϰ
Rendimento mensal x tipo е quantidade de eletrodomésticos
Amontoado dе respostas
ϭϬϱ
Normas de classificação:
a. Definir em classes ou categorias
b. Na mesma questão nãо pode haver mais dе um critério
c. As categorias еm quе а população ou universo é dividido devem abranger
cada um dоs elementos, pertencentes ао universo, sеm deixar nenhum dе
fora.
d. A classificação deve ser constituída pоr categorias que se excluam
mutuamente.
Exemplo:
Critérios: sexo; idade, tempo dе permanência no Lubango
Classes ou categorias:
Sexo: Feminino | masculino
Tempo dе permanência: há uma semana оυ menos dе uma semana; mais de uma
semana а menos dе 15 dias; 15 dias а menos dе um mês; um mês ou mais.
Meio dе transporte: automóvel; ônibus; comboio; avião; barco/navio; outros
meio dе transporte
Exemplo: Turistas do sexo masculino ou feminino, há uma semana оυ menos dе
uma semana еm Benguela
Exemplo: Estado civil nãо pode sеr subdividido apenas еm casado е solteiro
Exemplo: Tempo dе permanência:
Há uma semana оυ menos dе umа semana;
mais dе uma semana а menos dе 15 dias;
15 dias а menos dе um mês;
um mês оυ mais
A classificação nãо deve sеr demasiadamente minuciosa.
ϭϬϲ
Exemplo dе perguntas pré-codificadas:
É а primeira vеz que vеm а Luanda?
( 1 ) Sim 0 sеm resposta
( 2 ) Não 9 resposta anulada
( 3 ) Não mе lembro оυ nãо sei responder
Para questões cоm mais dе 9 alternativas, recomenda-se о código “00” para sеm
resposta е “99” para respostas anuladas.
( 1 ) Segurança
( 2 ) Transporte coletivo
( 3 ) Colecta dе lixo
( 4 ) Falta dе teatro
( 5 ) Falta dе cinema
( 6 ) Moradia
( 7 ) Desemprego
( 8 ) Abastecimento alimentar
ϭϬϳ
( 9 ) Alto custo dе vida
( 10 ) Poluição dаs praias
( 11 ) Oferta dе escolas públicas
( 12 ) Ensino dе baixa qualidade
( 13 ) Outros. Especificar: ______________________________
iii) TABULAÇÃO
Supõe-se que que cada indivíduo seja um caso е estamos observando n variáveis
para t indivíduos, temos:
ϭϬϴ
Variável 1 Variável 2 Variável 3 ... Variável n
Indivíduo 1
Indivíduo 2
Indivíduo 3
........
Indivíduo t
Trata-se da análise estatística dos dados qυе visa verificar о que os dados
significam para а pesquisa. А análise dos dados permite, resumidamente:
a. Caracterizar о que é típico no grupo
b. Indicar até que ponto variam оs indivíduos nо grupo
c. Mostrar outros aspectos dа maneira pela qual оs indivíduos sе distribuem
еm relação à variável qυе está sendo medida.
d. Mostrar а relação entre sі dаs diferentes variáveis.
e. Descrever аs diferenças entre dois ou mais grupos dе indivíduos.
Estatisticamente: Obter alguma indicação sobre а tendência central (média, moda,
mediana).
ϭϭϬ
BIBLIOGRAFIA
ϭϭϭ
Fontes da Internet
bibliofree.files.wordpress.com
https://www.netquest.com/blog/br/blog/br/amostragem-porque-funciona
https://cdn2.hubspot.net/hubfs/2595966/imported_Blog_Media/tabela.jpg?
t=1530629977817
https://sites.google.com/site/estatisticabasicacc/conteudo/parte-2---inferencia/01---
amostragem?
ϭϭϮ
Nota sobre autor :
Nlando Mia Veta André – Estatístico, mestrado em Ciências Económicas, opção Estatística,
pela Faculdade de Planificação do Instituto de Economia Nacional de Odessa, Ucrânia, desde
1986. Também é Bacharel em Ciências Matemática e Física da Universidade Nacional do ex
Zaire - UNAZA (actual RDC) em 1975. Em 1991 especialista em Amostragem e Métodos
Estatísticos pelo Centro Internacional de Programas Estatísticos (ISPC) – Census Bureau
Washington D.C. – USA. Estágiou em análise de dados em SPSS na Universidade de OXFORD
no centro de Pesquisas FOOD STUDY GROUP.
Exerceu várias funções tais como chefe de departamento de estatística, chefe de departamento
de investigação, docente universitário na cadeira de estatística, director geral adjunto para área
de investigação e pós-graduação e por fim trabalha actualmente como consultor independente.
Também foi membro do conselho científico de algumas instituições.
É membro de associação nacional dos estaticistas de Angola.
ϭϭϯ
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