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Universidade Lúrio

Faculdade de Engenharia
Curso de Licenciatura em Engenharia Informática

Processo de Pesquisa Científica

Pemba, Setembro 2023


Universidade Lúrio

Faculdade de Engenharia

Processo de Pesquisa Científica

Trabalho de caracter avaliativo da Cadeira de


Metodologia de Investigação Científica do Curso de
Licenciatura em Informática, Civil, Mecânica e
Geológica, do 4º ano

Docentes: Ruby Muinde & Irene Vahocha

Discentes:

Alberto Filomeno Cipriano-LEI

Aldige Afonso Alige -LEI

Emerson Ângelo Ernesto-LEM

Fátima Neves -LEG

Jozino Momade Abubacar-LEI

Pemba, Setembro 2023


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4
1.1. OBJETIVOS ............................................................................................................................ 5
1.2. METODOLOGIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 5
2.1. Conceito ................................................................................................................................... 6
3. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS ...................................................................................... 7
3.1. Quanto à natureza .................................................................................................................... 8
3.1.1. Pesquisa Básica ..................................................................................................................... 8
3.1.2. Pesquisa Aplicada ................................................................................................................. 8
3.2. Quanto aos objetivos ................................................................................................................ 9
3.2.1. Pesquisa exploratória ............................................................................................................ 9
3.2.2. Pesquisas descritivas ............................................................................................................. 9
3.2.3. Pesquisa explicativa .............................................................................................................. 9
3.3. Quanto à abordagem ................................................................................................................ 9
3.3.1. Pesquisa quantitativa ........................................................................................................... 10
3.3.2. Pesquisa qualitativa ............................................................................................................. 10
3.4. Quanto aos procedimentos técnicos ....................................................................................... 10
3.4.1. Pesquisa bibliográfica ..........................................................................................................11
3.4.2. Pesquisa documental ............................................................................................................11
3.4.3. Pesquisa experimental ......................................................................................................... 12
3.4.4. Estudo de caso..................................................................................................................... 12
3.4.5. Pesquisa de campo .............................................................................................................. 13
3.4.6. Pesquisa caso-controle ........................................................................................................ 13
3.4.7. Levantamento ...................................................................................................................... 14
3.4.8. Pesquisa-ação ...................................................................................................................... 14
3.4.9. Pesquisa participante ........................................................................................................... 15
4. CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA ............................................................ 15
5. Conclusão.................................................................................................................................. 18
6. Referências bibliográficas ......................................................................................................... 19
1. INTRODUÇÃO

A pesquisa científica desempenha um papel fundamental na busca pelo conhecimento e na


compreensão mais profunda da realidade que nos cerca. Desde a sua concepção até a sua
realização, a pesquisa envolve uma série de características distintivas que a tornam uma ferramenta
valiosa na expansão do nosso entendimento. Neste trabalho, exploraremos as diversas facetas da
pesquisa científica, desde sua natureza até seus procedimentos técnicos, classificações e
características essenciais.

O termo "pesquisa" tem suas raízes no latim "perquiro", que denota a ideia de uma busca realizada
com cuidado e profundidade. Em sua essência, a pesquisa científica é uma atividade sistemática e
cuidadosa que visa descobrir, entender e resolver problemas, bem como gerar conhecimento novo
para o avanço da ciência. Ela é guiada por princípios como a sistematização, o controle, a
empiricidade, a racionalidade e a objetividade. Uma das principais características da pesquisa
científica é a sua capacidade de produzir resultados que são não apenas empíricos, mas também
reproduzíveis e, ao mesmo tempo, provisórios. Isso significa que os achados de uma pesquisa
podem ser verificados, repetidos e estão sempre sujeitos a revisões à medida que novos estudos e
evidências surgem.

Além disso, a pesquisa científica está intrinsecamente ligada à resolução de problemas reais e
cotidianos. Ela emerge a partir das questões significativas que nos desafiam em nosso dia a dia,
buscando oferecer respostas sólidas e contribuições para a sociedade como um todo. Este trabalho
explorará as diferentes classificações da pesquisa, seus objetivos, abordagens metodológicas e
procedimentos técnicos. Compreenderemos como a pesquisa pode ser classificada quanto à
natureza, finalidade, objetivos e abordagem, bem como os métodos e técnicas que podem ser
empregados em sua condução.

Portanto, esta pesquisa visa aprofundar nosso entendimento sobre a pesquisa científica, suas
características essenciais e seu papel na expansão do conhecimento humano. Ao explorar essas
facetas, estaremos melhor preparados para conduzir e avaliar pesquisas de maneira eficaz e
contribuir para o avanço do conhecimento em nossa área de estudo.

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1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Objetivo Geral:

Analisar e elucidar o processo de pesquisa científica, desde a concepção da pergunta de pesquisa


até a disseminação dos resultados, com foco nas práticas e desafios comuns enfrentados pelos
pesquisadores.

1.1.2. Objetivos Específicos:

➢ Investigar pesquisa científica quanto a classificação, destacando suas características e


importância.
➢ Explorar as diferentes abordagens do conceito da pesquisa científica.
➢ Realizar uma revisão crítica da literatura acadêmica existente sobre o tema, consolidando
as melhores práticas e abordagens no campo da pesquisa científica.

1.2. METODOLOGIA BIBLIOGRÁFICA

A metodologia deste trabalho é predominantemente bibliográfica, baseando-se na revisão


sistemática da literatura existente sobre o processo de pesquisa científica. A pesquisa bibliográfica
será realizada por meio de fontes acadêmicas, incluindo artigos científicos, livros e documentos
relevantes, com o objetivo de fundamentar teoricamente os tópicos abordados neste trabalho. As
citações e referências bibliográficas seguirão as normas de citação e formatação apropriadas para
manter a integridade acadêmica deste trabalho.

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2. PESQUISA

2.1. Conceito
De acordo com Bagno (2010, p. 17 como citado em Lakatos e Marconi, 2017, p.172), é uma
palavra que chegou até nós pelo espanhol, que a herdou do latim:

Havia em latim o verbo perquiro, que significava “procurar; buscar com cuidado; procurar
por toda parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem, aprofundar na busca”. […]
Perceba que os significados desse verbo em latim insistem na ideia de uma busca feita com
cuidado e profundidade.

Define-se pesquisa como atividade científica por meio da qual se descobre a realidade. É um
conjunto de processos sistemáticos e empíricos que utilizamos para examinar um fenômeno.
(Henriques & Medeiros, 2017, p.97).

Segundo Silva (2015) a pesquisa é uma atividade humana, cujo propósito é descobrir respostas
para as indagações ou questões significativas que são propostas. Para iniciar uma pesquisa, faz-se
necessário um problema, para o qual se busca uma resposta ou solução através da utilização do
método científico. Muitas vezes não é fácil chegar à solução de problemas. Temos que observar,
examinar minuciosamente, avaliar e analisar criticamente, para depois sugerirmos uma solução. A
pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir
novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento.

(Gil, 2017)Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como
objetivo fornecer respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não
se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação
disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada
ao problema. (p.17).

A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização


cuidadosa de métodos e técnicas de investigação científica. Na realidade, a pesquisa desenvolve
se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema
até a satisfatória apresentação dos resultados.

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Cada uma dessas definições destaca diferentes aspectos da pesquisa, mas todas compartilham a
ideia de que a pesquisa é uma atividade sistemática e cuidadosa que visa entender e descobrir a
realidade ou responder a problemas e questões significativas por meio do método científico.

3. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS


Consoante Gil (2017), cada pesquisa é naturalmente diferente de qualquer outra. Daí a necessidade
de previsão e provisão de recursos de acordo com a sua especificidade. Quando o pesquisador
rotula seu projeto de pesquisa de acordo com um sistema de classificação, confere-se maior
racionalidade às etapas requeridas à execução. O que pode significar realização da pesquisa em
tempo mais curto, maximização da utilização de recursos e obtenção de resultados mais
satisfatórios.

Gil (2017), por sua vez, as pesquisas podem ser classificadas de diferentes maneiras. Para tanto, é
necessário definir previamente o critério adotado.

• Quanto a natureza
1. Pesquisa quantitativa e
2. Pesquisa qualitativa
• Quanto à finalidade
1. Pesquisa básica
2. Pesquisa aplicada
• Quanto aos objetivos
1. Exploratorias
2. Descritivas e
3. Explicativas
• Quanto aos procedimentos técnicos
1. Pesquisa bibliográfica
2. Pesquisa documental
3. Pesquisa experimental
4. Estudo de caso
5. Pesquisa de campo
6. Pesquisa caso-controle
7. Levantamento

7
8. Pesquisa-ação

Nascimento e Sousa (2015, p. 139), ao tratarem da classificação das pesquisas, reconhecem que a
existência de grande quantidade de tipos constitui-se em um cipoal de definições e classificações
capazes de exigir de novos pesquisadores significativa parcela de tempo em levantamentos
bibliográficos sem que, ao fim, ofereçam segurança ao pesquisador sobre as categorizações
eventualmente encontradas.

Entendem ainda que quanto à natureza, as pesquisas podem ser básicas ou aplicadas; quanto ao
método, quantitativas ou qualitativas; quanto aos objetivos, exploratórias, descritivas e
explicativas; quanto aos procedimentos, estudo de caso, pesquisa documental, pesquisa
bibliográfica, levantamento, pesquisa ex post facto (pesquisa realizada após a observação dos fatos
ou fenômenos), pesquisa participante, pesquisa-ação, pesquisa etnográfica, pesquisa
fenomenológica, pesquisa experimental.

3.1. Quanto à natureza

3.1.1. Pesquisa Básica


Voltada à aquisição de novos conhecimentos direcionados a amplas áreas com vistas à solução de
reconhecidos problemas práticos (GIL, 2017). Nela, o autor não inicia sua pesquisa de uma
situação específica, de um problema que pretendia solucionar na prática, mas busca novos
conhecimentos para que em algum momento possa utilizá-lo em alguma situação quando for
necessário.

A pesquisa básica objetiva gerar conhecimento novo para o avanço da ciência, busca gerar
verdades, ainda que temporárias e relativas, de interesses mais amplos (universalidade), não
localizados. Não tem, todavia, compromisso de aplicação prática do resultado.

3.1.2. Pesquisa Aplicada


Busca gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais (PRODNOV e FREITAS, 2013). O autor busca através de
um estudo científico a resolução de um problema específico, tornando esse estudo não só útil para
conhecimento próprio, como também para utilização de outros pesquisadores, aplicando-o na
prática.

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A pesquisa aplicada é dedicada à geração de conhecimento para solução de problemas específicos,
é dirigida à busca da verdade para determinada aplicação prática em situação particular.

3.2. Quanto aos objetivos


Toda pesquisa possui objetivos. Em relação a propósitos mais gerais, podem ser classificadas em
exploratórias, descritivas e explicativas.

3.2.1. Pesquisa exploratória


Proporciona maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir
hipóteses. Exemplos comuns são levantamentos bibliográficos, entrevistas com pessoas que
possuem experiências práticas com o problema pesquisado, visita a instituições ou busca de web
sites. Caracteriza-se pela primeira aproximação com o tema, problema e objeto e busca estabelecer
os primeiros contatos com o fenômeno de interesse. Grande parte dos trabalhos de estudantes
iniciantes na pesquisa é constituída por esse tipo de estudo (FILHO & FILHO, 2015).

3.2.2. Pesquisas descritivas


Descrevem características de uma população ou fenômeno. Também podem identificar possíveis
relações entre variáveis. São classificadas em uma variedade de números e a maioria das que são
realizadas com objetivos profissionais provavelmente se enquadra nesta categoria. Como exemplo,
cita-se o estudo das características de um grupo por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade,
estado de saúde física e mental etc. São incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objetivo
levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população (GIL, 2017).

3.2.3. Pesquisa explicativa


identifica fatores que determinam ou contribuem à ocorrência de fenômenos, por aprofundar o
conhecimento da realidade, pois explica o porquê dos fatos. Conforme Filho e Filho (2015),
quando realizada nas ciências naturais, requer o uso do método experimental e nas ciências sociais,
o uso do método observacional. Assume, em geral, forma de pesquisa experimental e de pesquisa
ex-post-facto, ou seja, depois dos fatos ocorridos.

3.3. Quanto à abordagem


Quanto ao método ou abordagem metodológica, a pesquisa obedece a um ou a dois métodos, ou
à conjugação de ambos: abordagem ou método quantitativo; abordagem ou método qualitativo.

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Tais abordagens e métodos têm características diferentes, mas carregam caráter complementar,
não excludente.

Alguns autores, a exemplo das estudiosas da temática Lüdke e André (1999), afirmam que uma
pesquisa não seria somente quantitativa, pois na escolha das variáveis o pesquisador estaria
operando com aspectos qualitativos. Também não seria somente qualitativa, porquanto haveria
quantificação na escolha das variáveis a serem estudadas. Assim, talvez pareça desafiadora, ou
ultrapassada, a discussão sobre a possibilidade de uma pesquisa ser somente qualitativista ou
quantitativista.

3.3.1. Pesquisa quantitativa


É mais utilizado em pesquisas de ciências naturais.

É uma abordagem ou método que emprega medidas padronizadas e sistemáticas, reunindo


respostas pré-determinadas, facilitando a comparação e a análise de medidas estatísticas de dados.
É facilmente apresentada em pouco tempo, de aplicação recomendável nos seguintes casos:

• categorias de análise não pré-determinadas;


• estudo das questões com profundidade;
• avaliação de informações sobre menor número de fenômenos em estudo; - descrição
detalhada sobre os fenômenos observados.

3.3.2. Pesquisa qualitativa


É mais apropriado a pesquisas da área das ciências sociais.

É baseado na interpretação dos fenômenos observados e no significado que carregam, ou no


significado atribuído pelo pesquisador, dada a realidade em que os fenômenos estão inseridos.
Considera a realidade e a particularidade de cada sujeito objeto da pesquisa.

O processo é descritivo, indutivo, de observação que considera a singularidade do sujeito e a


subjetividade do fenômeno, sem levar em conta princípios já estabelecidos. Permite
generalizações de forma moderada, tendo em vista que parte de casos particulares.

3.4. Quanto aos procedimentos técnicos


No que diz respeito à maneira pela qual se obtém os dados necessários à elaboração da pesquisa,
é necessário traçar um modelo conceitual e operativo dessa atividade, denominado design, que
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pode ser traduzido como delineamento, uma vez que expressa as ideias de modelo, sinopse e plano
(PRODNOV & FREITAS, 2013).

Gil (2017) caracteriza o delineamento como o planejamento da pesquisa em sua dimensão mais
ampla, que envolve fundamentos metodológicos, definição de objetivos, ambiente da pesquisa e
determinação de técnicas de coleta e análise dos dados. Assim, o delineamento da pesquisa
expressa tanto a ideia de modelo quanto a de plano.

Quanto aos procedimentos, a pesquisa pode ser classificada como bibliográfica, documental,
experimental, estudo de caso, de campo, caso-controle, levantamento, ação e participante.

3.4.1. Pesquisa bibliográfica


Realizada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa
inclui material impresso. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação,
estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como o material disponibilizado pela
Internet (GIL, 2017).

A pesquisa bibliográfica abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de


estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
artigos científicos impressos ou eletrônicos, material cartográfico e até meios de comunicação oral:
programas de rádio, gravações, audiovisuais, filmes e programas de televisão. Sua finalidade é
colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre
determinado assunto (MARCONI & LAKATOS, 2017).

3.4.2. Pesquisa documental


A principal característica da pesquisa documental é tomar como fonte de coleta de dados apenas
documentos, escritos ou não, que constituem o que se denomina de fontes primárias. Estas podem
ter sido feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois. Os documentos podem
ser classificados utilizando três variáveis: fontes escritas ou não; fontes primárias ou secundárias;
contemporâneas ou retrospectivas (MARCONI & LAKATOS, 2017).

Pode apresentar muitos pontos de semelhança com a pesquisa bibliográfica, posto que as duas
utilizam dados já existentes. A principal diferença está na natureza das fontes. A pesquisa
bibliográfica fundamenta-se em material elaborado por autores com o propósito específico de ser

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lido por públicos específicos. Já a pesquisa documental vale-se de toda sorte de documentos,
elaborados com finalidades diversas, tais como assentamento, autorização, comunicação (GIL,
2017).

3.4.3. Pesquisa experimental


Na pesquisa experimental, o pesquisador procura refazer as condições de um fato a ser estudado,
para observá-lo sob controle. Para tal, ele se utiliza de local apropriado, aparelhos e instrumentos
de precisão, a fim de demonstrar o modo ou as causas pelas quais um fato é produzido,
proporcionando, assim, o estudo de suas causas e seus efeitos. Esse modelo de pesquisa é mais
frequente nas ciências tecnológicas e nas ciências biológicas. Tem como objetivo demonstrar como
e por que determinado fato é produzido (PRODANOV & FREITAS, 2013).

Segundo Gil (2017), pesquisa experimental é a construção mais prestigiada nos meios científicos.
Consiste essencialmente em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis capazes de
influenciá-lo e definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no
objeto.

3.4.4. Estudo de caso


O estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma
família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo
com o assunto da pesquisa. É um tipo de pesquisa qualitativa e/ou quantitativa, entendido como
uma categoria de investigação que tem como objeto o estudo de uma unidade de forma
aprofundada, pode-se tratar de um sujeito, de um grupo de pessoas, de uma comunidade etc. São
necessários alguns requisitos básicos para sua realização, entre os quais, severidade, objetivação,
originalidade e coerência (PRODANOV& FREITAS, 2013).

Segundo Gil (2017), há diferentes propósitos para a realização de um estudo de caso, tais como:
explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; preservar o caráter
unitário do objeto estudado; descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada
investigação; formular hipóteses ou desenvolver teorias; explicar as variáveis causais de
determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de
levantamentos e experimentos.

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3.4.5. Pesquisa de campo
É a que se utiliza com o objetivo de conseguir informações ou conhecimentos sobre um problema,
para o qual se procura uma resposta, ou sobre uma hipótese, que se queira comprovar, ou também,
com o propósito de descobrir novos fenômenos ou relações entre eles. Ela consiste na observação
de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no
registro de variáveis que se presume relevantes para analisá-los. A pesquisa de campo
propriamente dita (MARCONI & LAKATOS, 2017).

Nesse estudo, o pesquisador se desloca de seu ambiente para o chamado campo, que pode ser um
institucional (empresas), social (comunidades) ou outros que não sejam em laboratório. É quando
a coleta de dados e informações ou as observações são realizadas no ambiente em que o objeto
está́ situado no local de manifestação do fenômeno pesquisado (FILHO & FILHO, 2015).

As fases da pesquisa de campo, em primeiro lugar, requerem a realização de uma pesquisa


bibliográfica sobre o tema pesquisado, que ajuda a saber em que estado se encontra o problema,
que trabalhos já foram realizados a seu respeito, bem como estabelecer um modelo teórico inicial
de referência; auxilia ainda na determinação das variáveis e elaboração do plano geral da pesquisa.
Em segundo lugar, de acordo com a natureza da pesquisa, determinam as técnicas que serão
empregadas na coleta de dados e na amostra, que deverá ser representativa e suficiente para apoiar
as conclusões. Por último, antes que se realize a coleta de dados, é preciso estabelecer técnicas de
registro desses dados e as técnicas que serão utilizadas em sua análise posterior (MARCONI &
LAKATOS, 2017)

3.4.6. Pesquisa caso-controle


Nos estudos caso-controle o pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente,
que constitui o fator presumível do fenômeno porque ele já ocorreu. O que o pesquisador procura
fazer nesse tipo de pesquisa é identificar situações que se desenvolveram naturalmente e trabalhar
sobre elas como se estivessem submetidas a controles (GIL, 2017).

Ainda citando Gil (2017), esse tipo de pesquisa tem como principal vantagem o fato de ser rápida
e pouco onerosa, além de ser útil para gerar novas hipóteses. Às vezes, representa a única opção
possível de estudo em doenças raras. Também se utiliza esse delineamento em situações em que,

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por motivos éticos, a permanência da exposição seria maléfica ao paciente ao se utilizar um outro
tipo de estudo, uma vez que no estudo caso-controle a exposição já teria ocorrido.

3.4.7. Levantamento
Possui intuito de conhecer os comportamentos de uma população. Sendo realizada através de
consulta direta às pessoas, geralmente pela aplicação questionários, por amostragem. As análises
de intenção de votos, por exemplo, são consideradas levantamentos. As pesquisas deste tipo
caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.

Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca


do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões
(GIL, 2017). No levantamento das amostras, elas podem ser probabilísticas e não probabilísticas.
Esse tipo não é indicado para estudo que exige maior profundidade nas análises ou em estudo
complexo, pois os dados permitem fazer análises mais descritivas do que explicativas (FILHO &
FILHO, 2015).

3.4.8. Pesquisa-ação
É uma modalidade de pesquisa que não se ajusta ao modelo clássico de pesquisa científica, cujo
propósito é o de proporcionar a aquisição de conhecimentos claros, precisos e objetivos (GIL,
2017).

Quando é realizada, é feita em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema
estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. O plano de pesquisa é constantemente
redefinido com base no andamento da pesquisa.

Utiliza primordialmente critérios qualitativos de análise. É útil em pesquisas comunitárias ou


durante a realização de estágio em organizações (FILHO & FILHO, 2015).

GIL (2017, p. 37) cita que a pesquisa ação possui:

A pesquisa-ação tem características situacionais, já que procura diagnosticar um


problema específico numa situação específica, com vistas a alcançar algum
resultado prático. Diferentemente da pesquisa tradicional, não visa a obter
enunciados científicos generalizáveis, embora a obtenção de resultados

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semelhantes em estudos diferentes possa contribuir para algum tipo de
generalização.

3.4.9. Pesquisa participante


Realizada quando se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações
investigadas, com os pesquisadores assumindo função no grupo pesquisado. O objetivo é buscar
informações mais profundas do grupo. É uma pesquisa em que se registram, simultaneamente, os
fatos e a observação. Tomando cuidado com a objetividade dos registros e das observações. O
grupo pesquisado deve ter conhecimento da pesquisa e de seus objetivos (FILHO & FILHO, 2015).

Existem algumas semelhanças entre a pesquisa participante e a pesquisa-ação, ambas são


realizadas com interação entre os pesquisadores e as pessoas envolvidas nas situações investigadas.
A principal diferença está no caráter emancipador da pesquisa-participante. Enquanto a pesquisa-
ação supõe alguma forma de ação, que pode ser de caráter social, educativo, técnico ou outro, a
pesquisa participante tem como propósito fundamental a emancipação das pessoas ou das
comunidades que a realizam (GIL, 2017).

4. CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA


De acordo com (Henriques & Medeiros (2017), as características da pesquisa científica:
dinamicidade, mutabilidade, evolução.

Este trabalho se baseia nas características da pesquisa científica, conforme discutidas no site
'Maestro Virtual' (2023) em seu artigo '10 Características da Pesquisa Científica'. As características
da pesquisa científica incluem:

Sistemático: A sistematização de uma investigação científica está ligada à necessidade de ser


rigorosa nos procedimentos. Não é uma observação aleatória, mas é o resultado de um plano bem
estruturado, com objetivos concretos. Os processos devem ser padronizados, as ações sempre
devem ser buscadas da mesma maneira, para que o resultado possa ser confiável como resultado
de sempre seguir as mesmas diretrizes.

Controlado: Uma investigação científica deve evitar o acaso, e o processo deve ser apoiado por
mecanismos de controle que permitam obter resultados verdadeiros. O acaso não tem lugar na

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pesquisa científica: todas as ações e observações são controladas de acordo com os critérios do
pesquisador e com o objeto sob investigação, através de métodos e regras muito bem definidos.

Empírico: Os resultados de uma investigação científica devem enfrentar os aspectos da realidade


relacionados ao assunto sob investigação. Os aspectos que caracterizam uma investigação
específica devem ser observáveis no campo real. Uma investigação científica refere-se a questões
que podem ser medidas e identificadas como fatos. Trata-se de experimentar evidências. Dessa
forma, é possível testar a hipótese da pesquisa e, assim, poder afirmar, negar ou complementar,
conforme o caso.

Racional: A ciência em geral é caracterizada por ser racional e lógica. Em uma investigação
científica, deve-se destacar a racionalidade da subjetividade. Sua característica empírica obriga
necessariamente a confiar em fatos reais e verificáveis, e exige do pesquisador uma atitude crítica
e uma desapropriação de suas concepções pessoais ou julgamentos de valor.

Reprodutível: Os achados obtidos através de uma investigação científica devem poder ser
reproduzidos nas mesmas condições estabelecidas no estudo. Dada a característica sistematizada
da pesquisa científica, ela deve ser verificável. O controle das variáveis que fizeram parte do
processo possibilita a reprodução dos resultados alcançados.

Considere os problemas do dia a dia: Em uma investigação científica, as hipóteses constituem


o núcleo do estudo e devem ser geradas a partir de problemas e situações da vida cotidiana, que
afetam as pessoas regularmente. Espera-se que a pesquisa científica resolva um problema que,
idealmente, afeta vários grupos de pessoas. Ao observar criticamente esse problema e transformá-
lo em objeto de estudo, é possível encontrar uma resposta que, espera-se, possa melhorar a
qualidade de vida de muitas pessoas em diferentes campos.

Objetivo: Assim como a racionalidade e o caráter crítico devem ser destacados em uma
investigação científica, ela também deve ser objetiva. O objetivo do pesquisador não é justificar
suas próprias posições, mas expor os fatos da maneira mais pura possível. A explicação gerada a
partir de uma investigação científica deve ser legítima para pessoas com diferentes inclinações de
pensamento.

Provisório: A ciência está em constante expansão. Uma investigação científica é considerada


provisória porque deve estar aberta a novos estudos que reafirmam, refutam ou complementam os

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achados obtidos na referida pesquisa. O debate é uma parte fundamental do campo científico.
Portanto, uma investigação científica deve poder ser questionada e, caso existam investigações
subsequentes que provam hipóteses contrárias, ela deve ser capaz de retificá-la.

Original: Não faz sentido concentrar a pesquisa científica em fatos comprovados. Uma
investigação científica deve lidar com aspectos novos ou pouco estudados, para que o resultado do
estudo implique uma verdadeira contribuição para a ciência e a humanidade. No caso de se basear
em uma investigação existente, o pesquisador deve se concentrar em uma área diferente do
problema, procurar resultados alternativos aos apresentados primeiro ou refutar a hipótese da
investigação por ser considerada incorreta. De qualquer forma, é essencial que a pesquisa científica
forneça algo novo e útil para as pessoas.

Encomenda: A pesquisa científica precisa de um planejamento rigoroso para que possa produzir
resultados reais. Esse planejamento deve ter uma ordem específica, que responda aos interesses do
estudo. Em uma investigação científica, é necessário que os processos sejam projetados e
ordenados de forma que objetivos secundários sejam alcançados que, em última análise, possam
ajudar a verificar os principais objetivos estabelecidos pelo pesquisador. Por sua vez, todo o
processo exploratório de uma investigação científica deve se basear em uma estrutura ordenada
que permita o desenvolvimento de um estudo verdadeiro, empírico e verificável.

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5. Conclusão

A pesquisa científica é uma jornada intelectual em busca de respostas, compreensão e descobertas.


Neste estudo, exploramos as características fundamentais da pesquisa científica, desde sua
natureza sistêmica até suas classificações, objetivos, abordagens metodológicas e procedimentos
técnicos. Ao longo desse processo, ficou claro que a pesquisa é uma ferramenta poderosa para a
aquisição de conhecimento e a resolução de problemas práticos. A pesquisa científica é, antes de
tudo, sistemática e controlada. Ela segue um plano rigoroso, baseado em métodos e técnicas
específicas, garantindo que os resultados sejam confiáveis e verificáveis. Além disso, é uma busca
empírica pela verdade, ancorada na observação da realidade e na coleta de dados que sustentam
hipóteses e conclusões.

As classificações da pesquisa, seja quanto à sua natureza, finalidade, objetivos ou abordagens


metodológicas, fornecem um arcabouço valioso para os pesquisadores entenderem melhor como
conduzir seus estudos e em que contexto eles se enquadram. Desde a pesquisa básica, que busca
gerar conhecimento fundamental, até a pesquisa aplicada, voltada para a solução de problemas
específicos, cada tipo de pesquisa desempenha um papel importante na expansão do conhecimento
humano. A pesquisa científica também é marcada por sua objetividade e busca incessante por
respostas às questões levantadas. É uma atividade provisória, aberta a revisões e atualizações à
medida que novas evidências e estudos surgem, sempre com o objetivo de aprimorar nossa
compreensão.

Em resumo, a pesquisa científica é uma jornada de exploração, descoberta e contribuição para o


conhecimento coletivo. Ao abraçar suas características fundamentais e seguir as melhores práticas,
os pesquisadores têm a oportunidade de ampliar nossos horizontes intelectuais e impactar
positivamente a sociedade por meio de respostas a problemas prementes. Portanto, à medida que
avançamos na busca incessante pelo entendimento e inovação, a pesquisa científica continuará a
desempenhar um papel central na construção de um futuro mais esclarecido e promissor.

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6. Referências bibliográficas
Filho, M. C. F., & Filho, E. J. M. A. (2015). Planejamento da pesquisa científica (2ª ed.). São
Paulo: Atlas.

Gil, A. C. (2017). Como elaborar Projectos de Pesquisa (6. ed ed.). (E. A. Ltda, Ed.) São Paulo.

Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (2017). Fundamentos de Metodologia Científica. (8ª ed.). São
Paulo: Atlas.

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