Você está na página 1de 19

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

ONESIMO OFACE

ONGA OBE TSENDJE

OSVALDO IUATE LIGONHA

RACHIDE PUELIA

RAIMUNDO ARMANDO DIMANDE

RICARDINA DALILA ALEXANDRE

PESQUISA DESCRITIVA

NAMPULA

2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO

ONESIMO OFACE

OSVALDO IUATE LIGONHA

RACHIDE PUELIA

RAIMUNDO ARMANDO DIMANDE

PESQUISA DESCRITIVA

Trabalho em grupo de carácter avaliativo, elaborado pelo


5º Grupo, referente à cadeira de Metodologia de
Pesquisa Científica, ministrada na Faculdade de Direito
da UCM, Licenciatura em Direito, 4º Ano, 1º Semestre.
A ser entregue no mês de Maio de 2023.

Docente: PH. D. Muapala

NAMPULA

2023
LISTA DE ABREVIATURAS

Idem – Mesma obra

Ob. Cit – Obra citada

P – Página

Pp – Páginas

S/Ed – Sem Edição

UCM – Universidade Católica de Moçambique


ÍNDICE
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1

1. PRELIMINARES................................................................................................................2

1.1. Método científico.............................................................................................................2

1.2. Pesquisa científica............................................................................................................2

1.3. Finalidades da pesquisa....................................................................................................3

1.4. Fases da pesquisa.............................................................................................................3

2. PESQUISA DESCRITIVAS...............................................................................................3

2.1. Características da pesquisa descritiva..............................................................................4

2.1.1. Quantitativa..................................................................................................................4

2.1.2. Variáveis não controladas............................................................................................4

2.1.3. Alicerce para outras pesquisas.....................................................................................5

2.1.4. Estudo transversal........................................................................................................5

2.2. Técnicas de pesquisa........................................................................................................5

2.3. Tipos de pesquisas descritivas.........................................................................................5

2.4. Aplicação da pesquisa descritiva.....................................................................................7

2.5. Método de observação da pesquisa descritiva.................................................................7

2.5.1. Observação quantitativa...............................................................................................7

2.5.2. Observação qualitativa.................................................................................................8

2.6. Vantagens e desvantagens da pesquisa descritiva...........................................................8

2.6.1. Vantagens da pesquisa descritiva.................................................................................8

2.6.1.1. Métodos variados de colecta de dados.....................................................................8

2.6.1.2. Relativamente fácil de executar................................................................................8

2.6.1.3. Base para tomada de decisão....................................................................................9

2.6.1.4. Configurações naturais.............................................................................................9

2.6.2. Desvantagens da pesquisa descritiva............................................................................9


2.6.2.1. Ausência de teste estatístico.....................................................................................9

2.6.2.2. Não é adequado para determinar relações de causa e efeito...................................10

2.6.2.3. Não escalável..........................................................................................................10

2.7. Diferença entre pesquisa descritiva, exploratória e explicativa.....................................10

2.7.1. Pesquisa exploratória..................................................................................................10

2.7.2. Pesquisa descritiva.....................................................................................................11

2.7.3. Pesquisa Explicativa...................................................................................................11

CONCLUSÃO..........................................................................................................................13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................14
INTRODUÇÃO
Pesquisa descritiva é uma das classificações da pesquisa científica, na qual seu
objectivo é descrever as características de uma população, um fenómeno ou experiência para
o estudo realizado.

Ela é realizada considerando os aspectos da formulação das perguntas que


norteiam a pesquisa, além de estabelecer também uma relação entre as variáveis propostas no
objecto de estudo em análise. Na pesquisa descritiva, cabe ao pesquisador realizar o estudo, a
análise, o Registro e a interpretação dos fatos do mundo físico, sem a manipulação ou
interferência dele.

1. OBJECTIVOS
1.1. Gerais
 Falar das vicissitudes da pesquisa descritiva.

1.2. Específicos
 Dar a noção e caracterizar a pesquisa descritiva;
 Falar das técnicas de pesquisa;
 Descrever as vantagens e desvantagens; e
 Descrever as diferenças dos métodos descritivos com os outros.

2. METODOLOGIA

Para elaboração do presente trabalho foi usado o método indutivo e a pesquisa


bibliográfica assim como a pesquisa descritiva, estes métodos que ajudaram na colecta e
apresentação dos dados. Claramente foi preciso o uso da doutrina com ajuda da nossa rica
biblioteca, o que torna a pesquisa predominantemente bibliográfica. O presente trabalho segue
a seguinte estrutura: elementos pré-textuais; elementos textuais: introdução, desenvolvimento
e conclusão; e elementos pós-textuais: Referências Bibliográficas, seguindo as normas de
produção académica, adoptadas pela faculdade de Direito da Universidade Católica de
Moçambique e com a estrutura exigida pela Docente.

1
1. PRELIMINARES
1.1. Método científico RICARDINA DALILA ALEXANDRE

Na verdade, método, em ciência, não se reduz a uma apresentação dos passos


de uma pesquisa. Não é, portanto, apenas a descrição dos procedimentos, dos caminhos
traçados pelo pesquisador para a obtenção de determinados resultados. Quando se fala em
método, busca-se explicitar quais são os motivos pelos quais o pesquisador escolheu
determinados caminhos e não outros. São estes motivos que determinam a escolha de certa
forma de fazer ciência. O método científico é fundamental para validar as pesquisas e seus
resultados serem aceitos. Dessa forma, a pesquisa, para ser científica, requer um
procedimento formal, realizado de modo sistematizado, utilizando para isto método próprio e
técnicas específicas.1

Portanto, método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais e


técnicos utilizados para atingir o conhecimento. Para que seja considerado conhecimento
científico, é necessária a identificação dos passos para a sua verificação, ou seja, determinar o
método que possibilitou chegar ao conhecimento.2

1.2. Pesquisa científica

Pode-se definir pesquisa como o processo formal e sistemático de


desenvolvimento do método científico. O objectivo fundamental da pesquisa é descobrir
respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.3

A pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que


permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do
conhecimento. A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de pensamento
reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a
realidade ou para descobrir verdades parciais.4

1
RUDIO, Franz, Victor, Introdução ao projecto de pesquisa científica. 4ª Ed., Vozes, Petrópolis, 1980, p. 9
2
GIL, António Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed., Atlas, São Paulo, 1999, p. 8
3
Idem, p. 26
4
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de metodologia científica, 5ª Edição,
Atlas, São Paulo, 2003, p. 155
2
1.3. Finalidades da pesquisa ONGA OBE TSENDJE

A pesquisa pode decorrer de razões de ordem intelectual, quando baseadas no


desejo de conhecer pela simples satisfação para agir. Daí porque se pode falar em pesquisa
pura e em pesquisa aplicada.

A pesquisa pura busca o progresso da ciência, procura desenvolver os


conhecimentos científicos sem a preocupação directa com suas aplicações e consequências
práticas. Seu desenvolvimento tende a ser bastante formalizado e objectiva a generalização,
com vistas na construção de teorias e leis.5

1.4. Fases da pesquisa


 Escolha do tema;
 Levantamento de dados;
 Formulação do problema;
 Definição dos termos;
 Construção de hipóteses;
 Indicação de variáveis;
 Delimitação da pesquisa;
 Amostragem;
 Selecção dos métodos e técnicas;
 Organização do instrumental de pesquisa;
 Teste de instrumentos e procedimentos.6

2. PESQUISA DESCRITIVAS RAIMUNDO

As pesquisas deste tipo têm como objectivo primordial a descrição das


características de determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de colecta de
dados.7

5
GIL, António Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed., Atlas, São Paulo, 1999, p. 26
6
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de metodologia científica, 5ª Edição,
Atlas, São Paulo, 2003, p. 159
7
GIL, António Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. Ob. Cit., p. 26
3
Dentre as pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm por objectivo
estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de
escolaridade, nível de renda, estado de saúde física e mental etc. Outras pesquisas deste tipo
são as que se propõem estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma
comunidade, as condições de habitação de seus habitantes, o índice de criminalidade que aí se
regista etc. São incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objectivo levantar as opiniões,
atitudes e crenças de uma população. Também são pesquisas descritivas aquelas que visam
descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas
eleitorais que indicam a relação entre preferência político-partidária e nível de rendimentos ou
de escolaridade.8

de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação.


Neste caso tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. Por outro lado, há
pesquisas que, embora definidas como descritivas a partir de seus objectivos, acabam
servindo mais para proporcionar uma nova visão do problema, o que as aproxima das
pesquisas exploratórias.9

2.1. Características da pesquisa descritiva


2.1.1. Quantitativa

A pesquisa descritiva é 'quantitativa' no sentido de que você pode obter


informações quantificáveis de uma amostra da população. Por exemplo, a resposta para a
pergunta Quantos proprietários de carros registados em Moçambique são imigrantes? é
quantitativo, ou seja, pode ser quantificado.10

2.1.2. Variáveis não controladas

Ao contrário de outras formas de pesquisa, nenhuma variável pode ser


controlada na pesquisa descritiva. Ou seja, quem está fazendo uma pesquisa descritiva não
pode alterar nenhuma das variáveis. Por exemplo, vamos supor uma turma de amostra de 40
alunos com idades entre 17 e 23 anos. Se escolhermos a variável como alunos, então o
comportamento dos alunos não pode ser alterado durante a realização da pesquisa descritiva.11

8
GIL, António Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed., Atlas, São Paulo, 1999, p. 28
9
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de metodologia científica, 5ª Edição,
Atlas, São Paulo, 2003, p. 159
10
THIOLLENT, Michel. Metodologia de pesquisa-acção. 15ª Edição, Cortez, São Paulo, 2007, p. 138
11
Idem, p. 138
4
2.1.3. Alicerce para outras pesquisas

Os dados colectados da pesquisa descritiva podem ser utilizados em outros


métodos de pesquisa. A pesquisa descritiva revela padrões entre as variáveis. Os padrões
podem então ser analisados por outras técnicas de pesquisa. Isso fornece um trampolim para
uma direcção clara e uma visão para pesquisas futuras.12

2.1.4. Estudo transversal

Um estudo transversal é quando você olha para os dados de um grupo em um ponto específico
no tempo.13 Na realização de pesquisas descritivas, estudam-se diferentes características de
um grupo específico. Por exemplo, ao estudar as preferências de compra das pessoas em
Maputo, um pesquisador pode estudar diferentes segmentos da mesma população, como a
geração Z, Millennials e os baby boomers.

2.2. Técnicas de pesquisa

A palavra técnica vem do grego tékhne e significa arte. Se o método pode ser
entendido como o caminho, a técnica pode ser considerada o modo de caminhar. Técnica
subentende o modo de proceder em seus menores detalhes, a operacionalização do método
segundo normas padronizadas. É resultado da experiência e exige habilidade em sua
execução. Um mesmo método pode comportar mais de uma técnica. A diferença semântica
entre método e técnica pode ser comparada à existente entre género e espécie. 14 As técnicas
utilizadas para a obtenção de informações são bastante diversas, destacando-se os
questionários, as entrevistas e as observações.15

2.3. Tipos de pesquisas descritivas RACIDE PUELIUA

Nas pesquisas descritivas temos:

 Levantamento é o tipo de pesquisa que visa determinar informações sobre práticas ou


opiniões atuais de uma população específica.

12
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de metodologia científica, 5ª Edição,
Atlas, São Paulo, 2003, p. 159
13
ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e suas regras, S/Ed., Editora Loyola, São Paulo,
2002, p. 96
14
KOTAIT, Ivani, Editoração Científica, S/Ed, Edições Atica, São Paulo, 1981, p. 37
15
GIL, António Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed., Atlas, São Paulo, 1999, p. 28
5
 Levantamento Normativo é o tipo de pesquisa descritiva que procura estabelecer
normas, para amostras de idade e género diferentes, com relação as habilidades,
desempenhos, convicções ou atitudes.
 Estudo de caso é o tipo de pesquisa no qual um caso (fenómeno ou situação)
individual é estudado em profundidade para obter uma compreensão ampliada sobre
outros casos (fenómenos ou situações) similares. Os estudos de caso descritivos
procuram apenas apresentar um quadro detalhado de um fenómeno para facilitar a sua
compreensão, pois não há a tentativa de testar ou construir modelos teóricos. Na
verdade, esses estudos constituem um passo inicial ou uma base de dados para
pesquisas comparativas subsequentes e construção de teorias. Os estudos de caso
interpretativos também utilizam a descrição, mas o enfoque principal é interpretar os
dados num esforço para classificar e contextualizar a informação e talvez teorizar
sobre o fenómeno. Os estudos de caso avaliativos envolvem tanto a descrição quanto a
interpretação, mas o objectivo principal é usar os dados para avaliar o mérito de
alguma prática, programa, movimento ou evento.16
 Análise de trabalho é o tipo de pesquisa que procura determinar a natureza de um
trabalho particular e os tipos de treinamento, preparação e competências
(conhecimentos, habilidades e atitudes) necessárias para o sucesso no trabalho.17
 Desenvolvimentista é o tipo de pesquisa que procura investigar as mudanças de
comportamento que ocorrem através dos anos. A partir de abordagens longitudinais ou
transversais, a pesquisa desenvolvimentista busca obter informações sobre a
interacção entre crescimento e maturação e de variáveis de aprendizagem e
desempenho.18 O estudo é Longitudinal quando os mesmos sujeitos são estudados
sobre um período determinado de anos. O estudo é Transversal (cross-sectional)
quando amostras de sujeitos de diferentes grupos etários são seleccionadas para
proporcionar a avaliação dos efeitos de maturação.19
 Correlacional é o tipo de pesquisa que procura explorar relações que possam existir
entre variáveis, excepto a relação de causa-efeito. O estudo das relações entre
variáveis é descritivo porque não há a manipulação de variáveis, sendo a predição o
tipo de relação mais frequentemente estabelecida. No entanto, a pesquisa correlacional
16
MORIN, Edgar. O Método 01: a natureza da Natureza, Sulinas, Porto Alegre, 2005, p. 112
17
Idem, p. 43
18
CRESWELL, John, Investigação Qualitativa e Projecto de Pesquisa, 3ª Edição, Penso, Porto Alegre, 2014, p.
43
19
MORIN, Edgar. O Método 01: a natureza da Natureza, ob. Cit, pp. 112-113
6
precede a realização de pesquisa experimental, porque a relação de causa-efeito
somente poderá ser estabelecida quando duas variáveis são correlatas.

2.4. Aplicação da pesquisa descritiva

Em primeiro lugar, é interessante notar que a pesquisa descritiva não tem uso
apenas científico. Ela pode agregar valor também em pesquisas voltadas ao mercado, como é
o exemplo do marketing. Neste sentido, cruzam-se dados mercado lógicos existentes, com o
objectivo de gerar informações estratégicas para embasar tomadas de decisões.20

Por isso este mesmo tipo de pesquisa pode ser aplicado aos consumidores,
visando obter informações pictográficas e geográficas, identificar comportamentos,
inquietações, desejos e necessidades. Ou seja, a utilização deste modelo de pesquisa, nestes
casos, pode auxiliar na busca de oportunidades para desenvolvimento de novos produtos,
mudanças no posicionamento e na comunicação de empresas, produtos ou marcas.

Os populares levantamentos do IBGE, que servem de base para a


implementação de políticas públicas ou corporativas, também são bons exemplos da aplicação
da pesquisa descritiva. Nestes casos, a acção intelectual se dá na utilização dos dados obtidos
e não na obtenção deles, de modo que o pesquisador não interfere na realidade. Conforme o
princípio da espontaneidade, quando a metodologia está correta, é o objecto pesquisado que
oferece as respostas.21

2.5. Método de observação da pesquisa descritiva OSVALDO LIGONHA

O método de observação é o mais eficaz para realizar a investigação descritiva.


Tanto a observação quantitativa como a observação qualitativa são usadas.22

2.5.1. Observação quantitativa

Primeiramente, o modo quantitativo visa a colecta objectiva de dados que se


concentra principalmente em números e valores. Os resultados da observação quantitativa são

20
CRESWELL, John, Investigação Qualitativa e Projecto de Pesquisa, 3ª Edição, Penso, Porto Alegre, 2014, p.
43
21
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de metodologia científica, 5ª Edição,
Atlas, São Paulo, 2003, p. 135
22
Idem, p. 135
7
obtidos usando métodos de análise estatística e numérica como idade, forma, peso, volume,
escala, etc.23

2.5.2. Observação qualitativa

Na observação qualitativa não se envolvem medições ou números, apenas


características de monitoramento. Nesse caso, as características observadas são naturais e
eficazes. Aplicada na pesquisa descritiva, o pesquisador pode escolher entre ser um
observador completo, observando como participante, participante observador ou participante
completo.24

2.6. Vantagens e desvantagens da pesquisa descritiva

Existe um axioma comum que diz que tudo tem vantagens e desvantagens. Isso
é verdade para a pesquisa descritiva.

2.6.1. Vantagens da pesquisa descritiva


2.6.1.1. Métodos variados de colecta de dados

A pesquisa descritiva usa dados quantitativos e qualitativos para encontrar


soluções para um tópico de interesse. Por exemplo, vamos considerar uma pesquisa sobre
candidatos a um cargo. Em vez de focar apenas em um aspecto dos dados, digamos, o número
de candidatos para a função, alguns outros aspectos, como a capacidade dos candidatos de
falar fluentemente outro idioma, também podem ser considerados. Os dados robustos e
holísticos da pesquisa descritiva podem servir como base para outras pesquisas.25

2.6.1.2. Relativamente fácil de executar

Na pesquisa descritiva, os recursos e o tempo não são gastos na preparação e


condução de experimentos. A pesquisa descritiva é realizada no ambiente natural das pessoas
ou objecto em estudo.

Por meio de observação, pesquisas e estudos de caso, diferentes formas de


dados podem ser colectadas. Além disso, a colecta de dados é rápida (por exemplo, uma breve

23
GIL, António Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed., Atlas, São Paulo, 1999, p. 47
24
Idem, p. 47
25
CRESWELL, John, Investigação Qualitativa e Projecto de Pesquisa, 3ª Edição, Penso, Porto Alegre, 2014, p.
45
8
pesquisa ou mera observação). Os dados recolhidos são relativamente fáceis de analisar uma
vez que não são utilizadas ferramentas estatísticas.26

2.6.1.3. Base para tomada de decisão

A pesquisa descritiva é projectada para colectar informações úteis. Os dados


colectados fornecem informações sobre áreas específicas de preocupação ou interesse. Por
exemplo, uma empresa fintech pode decidir saber quais segmentos de seu mercado são os
principais consumidores de um determinado produto.

Com a pesquisa descritiva (métodos survey e observação), a empresa poderá


determinar todos os seus segmentos de clientes, o número de compras por segmento e por que
os clientes gostam mais de um determinado produto do que de outros. A variedade e a riqueza
dos dados colectados podem ser usadas para tomar uma decisão mais precisa.

2.6.1.4. Configurações naturais

Ao observar um fenómeno, algumas condições externas podem ser postas em


prática. Este não é o caso da pesquisa descritiva. A pesquisa descritiva é realizada em
ambientes naturais. O ambiente natural do objecto alvo, indivíduos ou grupos é
frequentemente usado.27

2.6.2. Desvantagens da pesquisa descritiva


2.6.2.1. Ausência de teste estatístico

Na pesquisa descritiva, ferramentas e técnicas estatísticas não são usadas para


verificar problemas ou questões subjacentes. Uma maneira de superar esse desafio é garantir
que o objectivo da pesquisa descritiva seja claro o suficiente. Isso ajuda a informar a
abordagem e o método a ser usado na realização da pesquisa descritiva. É importante notar
que nem toda pesquisa requer o uso de ferramentas estatísticas. Se uma ferramenta estatística
for necessária, outras formas de pesquisa podem ser usadas.28

26
ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e suas regras, S/Ed., Editora Loyola, São Paulo,
2002, p. 100
27
CRESWELL, John, Investigação Qualitativa e Projecto de Pesquisa, 3ª Edição, Penso, Porto Alegre, 2014, p.
46
28
Idem, p. 46
9
2.6.2.2. Não é adequado para determinar relações de causa e efeito

Devido à natureza limitada da pesquisa descritiva, ela não é adequada para


encontrar relações de causa e efeito. A pesquisa descritiva responde apenas à pergunta o quê.
Não responde à pergunta porquê. Tanto quanto possível, a pesquisa descritiva pode ser
estruturada de forma a fornecer pistas para perguntas do tipo por que.29

2.6.2.3. Não escalável

Na pesquisa descritiva, os resultados geralmente não são generalizados para


outros grupos semelhantes. Isso se deve à natureza limitada e às peculiaridades de cada
objecto do grupo. Além disso, ferramentas e técnicas estatísticas padronizadas não são usadas
na pesquisa descritiva. Para dimensionar a pesquisa descritiva para outros grupos, são
necessárias mais metodologias e ferramentas de pesquisa.30

2.7. Diferença entre pesquisa descritiva, exploratória e explicativa ONESIMO


OFACE

Na pesquisa exploratória o objectivo é conhecer melhor um determinado tema,


na pesquisa descritiva se busca um aprofundamento no tema, enquanto a explicativa procura
conectar as ideias para compreender causas e efeitos.

2.7.1. Pesquisa exploratória

Como o nome indica, o principal objectivo deste tipo de pesquisa é explorar


um problema, e assim fornecer informações para uma investigação mais precisa. Ela se
concentra na descoberta de ideias e pensamentos.31

Costuma ser a pesquisa inicial em uma ideia hipotética ou teórica. É aqui que
um pesquisador tem uma ideia, ou vai buscar compreender melhor algo que ele observou.
Desse modo, a pesquisa exploratória funciona como uma tentativa de estabelecer as bases que
levarão a estudos futuros, ou determinar se o que está sendo observado pode ser explicado por

29
ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e suas regras, S/Ed., Editora Loyola, São Paulo,
2002, p. 100
30
CRESWELL, John, Investigação Qualitativa e Projecto de Pesquisa, 3ª Edição, Penso, Porto Alegre, 2014, p.
47
31
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de metodologia científica, 5ª Edição,
Atlas, São Paulo, 2003, p. 159
10
uma teoria já existente. Na maioria das vezes, essas pesquisas constituem a base inicial para
futuras pesquisas.32

Pesquisas exploratórias podem surgir em duas formas: um novo tópico ou um


novo ângulo. Enquanto um novo tópico é uma nova teoria ou ideia a ser explorada, os novos
ângulos são as novas formas de olhar para as coisas, seja por uma perspectiva teórica ou uma
nova maneira de medir dados. Nesse tipo de pesquisa, a informação necessária é vagamente
definida e o processo de pesquisa é flexível e desestruturado.33

2.7.2. Pesquisa descritiva

Uma vez estabelecida a base, o campo recém-explorado precisa de mais


informações. É nesse ponto que a pesquisa descritiva se destaca, pois ela representa as
tentativas de explorar e explicar sobre determinado tema, fornecendo informações adicionais
sobre ele.34

É aí que a pesquisa tem como objectivo descrever o que está acontecendo com
mais detalhes, preenchendo as partes que faltam e expandindo nossa compreensão. Para isso,
colecta-se o máximo de informação possível, em vez de fazer suposições ou modelos
elaborados para prever o futuro. O principal uso desse tipo de pesquisa é definir melhor uma
opinião, atitude ou comportamento de um grupo de pessoas em determinado assunto.

Ao contrário da pesquisa exploratória, a pesquisa descritiva apresenta um


planeamento e estrutura pré-definidos para que a informação colectada possa ser
estatisticamente inferida em uma população.35

2.7.3. Pesquisa Explicativa

A pesquisa explicativa tem como objectivo explorar algo novo. Ela é realizada
como uma tentativa de conectar as ideias, de modo a compreender as causas e efeitos de
determinado fenómeno. É onde pesquisadores tentam explicar o que está acontecendo. A
pesquisa exploratória analisa a forma como as coisas se juntam e interagem. E ao contrário da
pesquisa descritiva, aqui se busca decifrar as teorias e relações por meio da experimentação.36
32
GIL, António Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed., Atlas, São Paulo, 1999, p. 43
33
Idem, p. 43
34
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de metodologia científica, ob. Cit,, p.
160
35
GIL, António Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. Ob. Cit,, p. 44
36
TRIVINÕS, Augusto Nibaldo Silva, Introdução à pesquisa em ciências sociais: A pesquisa qualitativa em
educação, Atlas, São Paulo, 1987, p. 132
11
Esse tipo de pesquisa tem dois objectivos: entender quais variáveis são a causa
e quais variáveis são o efeito, e determinar a natureza da relação entre as variáveis e o efeito
previsto. Assim como a pesquisa descritiva, a pesquisa exploratória é de natureza quantitativa,
sendo necessário definir um planeamento e estruturação da pesquisa. Por esse motivo,
também é considerada uma pesquisa conclusiva.37

37
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de metodologia científica, 5ª Edição,
Atlas, São Paulo, 2003, p. 161
12
CONCLUSÃO
Concluímos que, na pesquisa descritiva é realizado um estudo detalhado, com
colecta de dados, análise e interpretação dos mesmos. Não há a interacção ou envolvimento
do pesquisador no assunto analisado. Portanto, a pesquisa descritiva pode ser definido
como aquela que descreve uma realidade, como o próprio nome diz.

O pesquisador deve apenas descobrir a frequência com que o fenómeno ocorre


ou como se estrutura dentro de um determinado sistema, método, processo ou realidade
operacional. Normalmente, a pesquisa descritiva utiliza técnicas padronizadas de colecta de
dados para apresentar as variáveis propostas. Estas podem estar ligadas às características
socioeconómicas de um grupo ou outras características que podem ser alteradas durante o
processo. Ela pode aparecer sob diversos tipos de pesquisas, como documental, estudos de
campo, levantamentos, entre outras.

Entre as características da pesquisa descritiva podemos destacar que ela visa


descobrir a frequência que ocorre um fenómeno, avaliar a estruturação de um sistema, 
observação de métodos ou processos operacionais. Quando se planeja como fazer uma
pesquisa descritiva, deve-se ter em mente que ela utiliza técnicas estritamente padronizadas
para colectar os dados e realizar a apresentação das variáveis.

Estas variáveis podem estar ligadas a aspectos económicos e sociais  de


determinada parte da população, ou mesmo outras variáveis elencadas pelo pesquisador ao
longo da pesquisa. Como o nome já diz, são variáveis e podem ser alteradas, modificadas,
reavaliadas ou mesmo substituídas durante o processo de pesquisa.

13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e suas regras, S/Ed.,
Editora Loyola, São Paulo, 2002.
CRESWELL, John, Investigação Qualitativa e Projecto de Pesquisa, 3ª Edição,
Penso, Porto Alegre, 2014.
GIL, António Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed., Atlas, São Paulo,
1999.
KOTAIT, Ivani, Editoração Científica, S/Ed, Edições Atica, São Paulo, 1981.
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de
metodologia científica, 5ª Edição, Atlas, São Paulo, 2003.
MORIN, Edgar. O Método 01: a natureza da Natureza, Sulinas, Porto Alegre, 2005.
RUDIO, Franz, Victor, Introdução ao projecto de pesquisa científica. 4ª Ed., Vozes,
Petrópolis, 1980.
THIOLLENT, Michel. Metodologia de pesquisa-acção. 15ª Edição, Cortez, São
Paulo, 2007.
TRIVINÕS, Augusto Nibaldo Silva, Introdução à pesquisa em ciências sociais: A
pesquisa qualitativa em educação, Atlas, São Paulo, 1987.

14

Você também pode gostar