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FACULDADE DE DIREITO
A ÉTICA DO ADVOGADO
NAMPULA
2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
A ÉTICA DO ADVOGADO
NAMPULA
2023
i
LISTA DE ABREVIATURAS
Art.º – Artigo
Pp – Páginas
P - Página
Nº - Numero
Ed - Edição
Ss – Seguintes
ii
ÍNDICE
A ÉTICA DO ADVOGADO .................................................................................................. 1
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 5
iii
INTRODUÇÃO
A ética profissional é intrínseca a natureza humana e se explicita pelo facto de
a pessoa fazer parte de um grupo de pessoas que desenvolvem determinado agir na produção
de bens ou serviços. Assim, cada conjunto de profissionais deve seguir uma ordem de conduta
que permita a evolução harmónica do trabalho de todos, a partir da conduta de cada um,
através de uma tutela no trabalho que conduza a regulação do individualismo perante o
colectivo.
1
A ÉTICA DO ADVOGADO
A advocacia é um sacerdócio, a reputação do advogado se mede por seu talento
e por sua moral.1 Assim, a ética profissional do advogado consiste, portanto, na persistente
aspiração de amoldar sua conduta, sua vida, aos princípios básicos dos valores culturais de
sua missão e seus fins, em todas as esferas de suas actividades. 2 O advogado é indispensável à
administração da justiça e, como tal, deve ter um comportamento público e profissional
adequado à dignidade e responsabilidade da função que exerce, cumprindo pontual e
escrupulosamente os deveres consignados no Estatuto e todos aqueles que a lei, os usos,
costumes e tradições profissionais lhe impõem. 3 A honestidade, probidade, rectidão, lealdade,
cortesia e sinceridade são obrigações profissionais, nos termos do art.º 72 do Estatuto da
ordem dos Advogados.4
Entretanto, quem escolhe a profissão de advogado deve ser probo. Nada mais
trágico do que advogado improbo. A probidade, é mais que dever, é a condição essencial,
inerente mesmo à pessoa do advogado. O primeiro dever do advogado é ser probo, diligente,
delicado e discreto. Pois, quem procura um advogado está quase sempre em situação de
1
NALINI, José Renato, Ética Geral e Profissional, Editora revista dos tribunais, São Paulo, 1997, p.182
2
NALINI, José Renato, Ética Geral e Profissional, Editora revista dos tribunais, São Paulo, 1997, p.183
3
CAMARGO, Marcolino, Fundamentos de ética geral e profissional, 11ª edição, vozes editora, 2013, p.31
4
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.º 28/2009 de 29 de Setembro, Estatuto da Ordem dos Advogados de
Moçambique, in Boletim da República. I Série, N.º38
5
NALINI, José Renato, Ética Geral e Profissional, Editora revista dos tribunais, São Paulo, 1997, p.183
6
BRITO, José Henrique Silveira De, Ética das Profissões, Braga, 2006. p.131
7
BRITO, José Henrique Silveira De, Ética das Profissões, Braga, 2006. p.131
2
angústia e desespero, precisa nutrir ao menos a convicção de estar a tratar com alguém acima
de qualquer suspeita.8
Em síntese dos deveres éticos do advogado para com o cliente poderia ser
resumida na lealdade para com o constituinte. Por essa lealdade o advogado há de se inteirar
da causa, conferir-lhe o melhor tratamento técnico, empenhar-se para fazer jus à confiança do
cliente, representando-o da melhor maneira técnica e estratégica, sem prejudicar a sua
independência, recordando-se de que ao advogado o cliente não dá ordens. Profissionais
liberais há que, vinculados contratualmente a uma obrigação de resultado, podem receber
ordens de quem os contratou. Já os advogados, subordinados a uma obrigação de meios, não
recebem ordens. Estão eticamente sujeitos a desenvolver o melhor de si na boa representação
dos clientes, procurando a justiça em primeiro lugar, o interesse do constituinte em seguida,
mas não podendo prometer quanto resultado de sua lide.
8
NALINI, José Renato, Ética Geral e Profissional, Editora revista dos tribunais, São Paulo, 1997, p.185
9
NALINI, José Renato, Ética Geral e Profissional, Editora revista dos tribunais, São Paulo, 1997, p.185
10
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.º 28/2009 de 29 de Setembro, Estatuto da Ordem dos Advogados
de Moçambique, in Boletim da República. I Série, N.º38
11
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.º 28/2009 de 29 de Setembro, Estatuto da Ordem dos Advogados
de Moçambique, in Boletim da República. I Série, N.º38
12
NALINI, José Renato, Ética Geral e Profissional, Editora revista dos tribunais, São Paulo, 1997, p.187
3
3. Do sigilo profissional
O cliente não guarda reserva alguma para com seu advogado. Confia nele
plenamente. Sabe que o sigilo profissional é inerente à profissão, nos termos do 79 do
Estatuto da OAM.13 Não precisa pedir segredo ao seu procurador, pois o advogado que
revelar, sem justa causa, segredo de que tem ciência em razão de profissão, e cuja revelação
possa produzir dano a outrem, pratica crime.
Não existe hierarquia entre juiz, procurador e advogado. Isso não significa
estar o advogado liberado de se portar de maneira respeitosa em relação ao titular da função
estatal de dizer o direito. O procurador, merece o mesmo respeito devoto ao juiz e a tais
operadores deve idêntica postura. Quando o procurador atua na condição de parte, o advogado
deve com ele contender com lealdade e lhaneza.14
13
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.º 28/2009 de 29 de Setembro, Estatuto da Ordem dos Advogados
de Moçambique, in Boletim da República. I Série, N.º38
14
NALINI, José Renato, Ética Geral e Profissional, Editora revista dos tribunais, São Paulo, p. 201
15
NALINI, José Renato, Ética Geral e Profissional, Editora revista dos tribunais, São Paulo p. 194
16
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.º 28/2009 de 29 de Setembro, Estatuto da Ordem dos Advogados
de Moçambique, in Boletim da República. I Série, N.º38
4
CONCLUSÃO
O presente trabalho se dispôs a tratar sobre a ética profissional presente na
actuação dos operadores do Direito, em específico os advogados. Com uma breve análise a
partir da doutrina sobre o tema, pretendia observar a importância da ética para actuação
profissional na advocacia. Portanto, percebe-se que o advogado, como qualquer outro
profissional está submetido à normas de conduta profissional, tendo em vista a necessidade de
uma postura ilibada, digna, decorosa, correcta, independente, leal e verdadeira para que a
própria classe de advogados seja vista como tal, dando-lhe credibilidade e respeito dos que
dela precisam, além de se evitar as sanções estabelecidas.
5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Legislação:
Doutrina: