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Ética das profissões jurídicas

Valores éticos e deontológicos


Objectivos

• Explicar os deveres e direitos inerentes ao


exercício das profissões jurídicas;

• Reflectir sobre os principais desafios da


presença e ausência dos preceitos éticos e
deontológicos no desembpenho profissional.
Conteúdos

1. Introdução
2. Ética do Advogado
3. Ética do Magistrado Judicial
4. Ética do Magistrado do Ministério Público
5. Ética do Conservador e Notário
1. Introdução

• Em comparação com outras actividades


profissionais, a profissões jurídicas são talvez as
que dispõem de um acervo mais completo de
normas jurídicas de conteúdo deontológico, o
que se traduz em vantagens já reconhecidas.
• No âmbito da actividade jurisdicional, ou seja
no trabalho dos tribunais, isso ocorre com
mais premência, do que em relação a outras
profissões, por força da essência do trabalho
desenvolvido.
• Se pensarmos que as decisões dos tribunais não
constituem uma “júris-ciência”, e sim uma “juris-
prudência”, fácil é aceitar que esta componente
“prudencial” reclama um conjunto de normas de
actuação que se sobrepõem, e estão muito para
além, de normas de procedimento meramente
técnicas.
Refira-se que o grosso das normas deontológicas
das profissões jurídicas se pode encontrar nos
estatutos das várias profissões, que são leis
ordinárias, ao que acrescerá sempre,
subsidiariamente o previsto para o funcionalismo
público em geral.
• É que, se essas profissões confluem todas na
realização última da justiça, tal desejo atinge-se
através de papeis diferentes, cada qual com as
suas regras privativas.
• O serviço da justiça, sobretudo no respeitante à
actividade forense, presta-se através de uma
dialéctica balizada nas leis de processo, que
exige papeis de tal modo diferenciados, que
necessariamente dão origem a regras
deontológicas próprias de cada qual.
• Tudo isto para dizer que uma abordagem da ética
das profissões jurídicas se tem que diferenciar em
diferentes éticas das profissões jurídicas.
Ética do advogado

• Não tendo objectivo de percorrer a


multiplicidade de normas de todas as profissões
forenses, iremos abordar as regras mais
importantes, no desempenho da magistratura
judicial ou a do Ministério Público, algumas das
quais até são comuns.
• Destacaremos essencialmente das normas que
enformam a actividades dos advogados, com
base Lei nº 28/2009 de 29 de Setembro, que
aprova o Estatuto da Ordem dos Advogados,
(Boletim da República nº 38, I Série, de 29 de
Setembro de 2009).
Integridade

• A integridade é o estado algo que não sofreu


quebra ou modificação alguma; que se encontra
na totalidade ou ainda que ostenta uma
qualidade do que é íntegro, portanto algo
completo.
• Ao advogado é exigido que seja íntegro e, como tal,
deve ter um comportamento público e profissional
adequado à dignidade e responsabilidade da função
que exerce, cumprindo pontual e escrupulosamente
os deveres consignados nos Estatuto da Ordem dos
Advogados e todos aqueles que a lei, os usos,
costumes e tradições profissionais lhe impõem.
Honestidade
• Qualidade da pessoa que age com rectidão, de acordo
com a verdade, pessoas que age com seriedade.
pessoa íntegra, pessoa honrada pelo seu carácter,
sério e digno de confiança, Podemos ainda dizer que
trata-se de uma pessoa decente que age dentro dos
limites em cumprimento das suas obrigações, pessoa
virtuosa, considerada digna de confiança.
Probidade
• Probidade, qualidade do que é probo, integridade
de carácter, rectidão honradez. Portanto ao
advogado é exigido agir com honra dentro das suas
atribuições e no exercício profissional, deve ser
íntegro de forma a exercer as actividades sem que
exerça uma outra actividade em simultâneo com
uma outra.
Rectidão
• O termo rectidão provem da palavra recto, quer
dizer sem curvatura ou sinuosidade; direito,
alinhado ou ainda aprumado, vertical e por fim sem
interrupções. O termo rectidão vai significar um
individuo verdadeiro, sincero, integro, honesto que
age conforme a equidade, justo imparcial.
Lealdade
• Uma outra qualidade que o advogado deve ter é a
lealdade que significa que no exercício de funções o
advogado deve ser leal; que deve ser uma pessoa que
não deve faltar às suas promessas, deve uma vez mais
ser sincero, franco consigo mesmo, deve ser dedicado,
fiel, deve agir conforme a lei. Lealdade quer dizer,
qualidade de ser leal, agir com fidelidade e sinceridade.
Cortesia
• Por outro lado se exige que o advogado no exercício
de suas funções que deve agir com cortesia. Quer isto
dizer que um advogado deve ter qualidade do que é
cortês, ou seja deve agir em todos os seus actos com
uma boa educação, deve agir com amabilidade no
exercício de funções, tratar desde o pequeno aos mais
velhos de maneira educada sempre que necessário.
Independência
• Agir de forma independente significa abster-se
de toda pressão que possa sofrer tanto das partes
que o artigo supra faz menção, e conhecendo a
causa deve agir em estrito aos princípios da
imparcialidade, isento de exercer as actividades
através de influências externas.
Sinceridade
• Sinceridade quer dizer qualidade do que é
sincero, franqueza, um advogado que age com
honestidade, deve ser um individuo que usa a
sinceridade, pessoa fiel e escravo das suas
palavras, um individuo verdadeiro.
Justiça
• Justiça é tudo que se faz conforme o Direito, ou
segundo as regras prescritas na lei. A prática do
justo ou a razão de ser do próprio Direito, visto
que por ela se reconhece a legitimidade dos
direitos e se estabelece o império da lei.
• No exercício da profissão, deve manter sempre a
maior independência e isenção, não se servindo do
mandato para prosseguir objectivos que não sejam
meramente profissionais. Por lado, os advogados
devem cumprir pontualmente os deveres
consignados nos Estatutos da Ordem do Advogados,
a magistratura, os constituintes e quaisquer
entidades públicas e privadas.
Traje Profissional
• Ao advogado é exigido que se faça em audiências com o traje
profissional, assim é obrigatório para os advogados e advogados
estagiários, quando pleiteiem em tribunal, o uso da toga, cujo
modelo é fixado pela Assembleia Geral sob proposta do
Conselho Nacional. Aqui, esta expressamente vedado a estes
profissionais uso de roupas ou togas que não sejam idênticas
com as que forem propostas e aprovadas pelo órgão competente.
Deveres dos advogados
• Dever do advogado para com a comunidade.
▫ O advogado deve aceitar a nomeação oficiosa nas
condições que forem fixadas pela lei e pela Ordem
dos Advogados. Ao advogado está vedada a recusa
em caso de nomeação oficiosa para defender
cidadãos carenciados, aqueles sem posse para
recorrer aos tribunais para ver resposta o seu
direito violado e que para tal será necessário a
constituição de um advogado.
Deveres dos advogados para com a Ordem dos
Advogados

• É dever do advogado pagar pontualmente as quotas e

outros encargos devidos à Ordem dos Advogados,

estabelecidos no Estatuto e nos regulamentos, sob pena de

suspensão automática sem necessidade de comunicação do

direito de votar ou de ser eleito para os cargos da Ordem e

o exercício da profissão se houver atraso superior a 3

meses.
Outros deveres
• Deveres dos advogados para com os
constituintes (Cfr. Artigo 81º da Lei nº
28/2009 de 29 de Setembro,Estatuto da Ordem
dos Advogados).
• Deveres recíprocos dos advogados (Cfr.
Alíneas a), b), c), d) e) e f) do 1º do artigo 85º da
Lei nº 28/2009 de 29 de Setembro (Estatuto da
Ordem dos Advogados).
• Segredo Profissional (Cfr. Nº 1, 2, 3, 4 e 5 do
artigo 79º da Lei nº 28/2009 de 29 de Setembro,
Estatuto da Ordem dos Advogados.

• Outros deveres ainda são mencionados no


decorrer do documento.
Conclusão
• Em tudo, o advogado deve ter em conta a dimensão
teleológica da sua profissão, pautando por um
comportamento exemplar no exercício de suas
funções, mantendo o segredo profissional tratando
com urbanidade os outros intervenientes, entre
outras práticas, devendo contribuir para que o
direito seja aplicado de maneira justa e equitativa.
Referências
• Lei nº 28/2009 de 29 de Setembro, que aprova o
Estatuto da Ordem dos Advogados, (Boletim da
República nº 38, I Série, de 29 de Setembro de
2009).
• Ética do advogado
• Referência: Lei nº 28/2009, de 29 de Setembro.
Revoga a lei nº 7/94, de 14 de Setembro.
 Capítulo V, art. 72-79

• Ética do magistrado judicial


• Lei nº 7/2009, de 11 de Março aprova o estatuto do
magistrado judicial.
• Ética do magistrado do Ministério Público
• Lei 4/2017, de 18 de Janeiro, parte II, capítulo III,
Artigo 141, artigo 142 a)-n).

• Ética do Conservador e Notário


Código de conduta dos funcionários e agentes do
Estado
Resolução nº 15/2018 de 24 de Maio

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