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I.

Introdução

Para que um individuo tenha uma convivência harmónica em uma determinada


sociedade é preciso que haja a necessidade de pauta o seu comportamento por normas
que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpri a e a formulação de
conceitos norteadores do comportamento e da conduta humanam será inútil recorrer a
ética com a esperança de encontrar nela uma norma de ação para cada situação concreta
almejando o fortalecimento de uma sociedade mais justa.
A razão dessa reflexão sobre a ética e o papel que ela desempenha na área
jurídica faz-se necessário dissertar a sua importância no exercício das atividades dos
operadores jurídicos, buscando assim uma sociedade mais justa, mas democrática e para
isso o cidadão deve conhecer e reconhecer os seus direitos garantindo o amplo acesso
sem excluir 05 seus deveres. Para ser um bom profissional não basta ser apenas
competente e sim ético.

II. Conceito de ética

A palavra Ética vem do grego ethos, que significa caracter, conduta, estando mais ligada
á consciência Individual, assim sendo, ela busca distinguir o bem do mal, orientando
sempre as ações humanas para o lado positivo.
A ética é considerada a disciplina que propõe compreender os critérios e os
valores que orientam o julgamento da ação humana: procurando esclarecer como é
possível apontar que determinada forma de conduta seja moralmente errada ou certa
Como determinar as regras do que é ‘certo ou errado? E moralmente correta a ação que
esta de acordo com determinadas regras do que é certo: independentemente da
felicidade resultante a um ou a todos. A ação não deve ser realizada apenas conforme o
dever: mas também por dever.

III. Ética jurídica

A ética jurídica, seja o que ela for, só pode ser definida rigorosamente dentro de
um método de pensamento (é como ela é definida na filosofia) ou, diferentemente, de
uma prática doutrinária (ć como ela é definida no direito). Assim, dentre as várias
noções ou concepções de ética jurídica, se em primeiro lugar é verdade que existem
concepções não rigorosas (as meras opiniões) ao lado de concepções rigorosas
(conceitos criados pela filosofia ou pelo direito), e se é o caso de desconsiderar as
primeiras em razão da sua falta de fundamento, o que se deve fazer com os conceitos
ditos rigorosos? Estes conceitos de ética jurídica que são estabelecidos pela filosofia e
pelo direito, de fato, são praticamente inumeráveis, e embora possam sempre ter pontos
em comum, a experiência mostra que chegar a um conceito único ou consensual em
todos os pontos é impossível.
Quando se fala em ética jurídica, entende-se que é um conjunto de regras de
conduta que regulam a profissão. O objetivo é garantir a boa prática da atividade e a
preservação da imagem do advogado.

IV. A obrigação de ser ético no Direito

A Ética desempenha um papel fundamental no exercício do Direito. Afinal de


contas, durante a sua trajetória, o advogado vai se deparar com várias situações que,
muito mais do que a capacidade técnica, exigirão dele formação moral capaz de orientá-
lo a ser o mais justo possível. O art.º 1 do Código de Ética e Disciplina enfatiza,
inclusive, que o advogado tem a obrigação de ser ético.
Entre os seus deveres, estão a preservação da honra, nobreza, dignidade da
profissão em sua conduta, velando sempre tanto por sua reputação pessoal quanto
profissional.

V. A ética para o estudante de Direito e para o advogado formado

A disciplina de Ética deve ser obrigatória em todos os períodos do curso de


Direito. Assim, ano após ano o estudante vai acumular os princípios que nortearão o seu
desempenho profissional. Vale lembrar que a base formadora de ideias que moldam a
conduta começa no universo acadêmico. Um aluno que depreda a Universidade, não
respeita professores ou prefere o bar às aulas dificilmente será um bom advogado.
Já o advogado formado tem um grande compromisso com a sociedade,
prestando-se a defender o indivíduo de forma isenta, levando em consideração a Justiça
e a verdade. Do mesmo jeito que a Advocacia é essencial para a Justiça no País, a Ética
é fundamental para a promoção do advogado na sociedade.

VI. A estrutura das normas éticas:


M. Rode ensina que as normas éticas expressam um juízo de valor ao qual se
liga a uma sanção. Esta é em ultima analise, a forma de garantir-se a conduta que - em
função daquele juízo- é declarada permitida, determinada ou proibida. A sanção
vinculada a conduta apontada como devida pela norma faz de tal comportamento algo
que "deve ser" e não algo que "tenho que ser".
A base dessa referencia (deve ser) que envolve a estrutura normativa é o
pressuposto essencial da ‘liberdade’. O destinatário da norma tem como a condição
efetiva de obedecer ou não os ditames que a norma apresenta. Verifica-se assim, um
problema cujo solução passa pela escolha de natureza ética adotada pelo agente na
situação concreta. A regra, embora transgredida e porque transgredida, fica a
responsabilidade do transgressor.

VII. A ética e as carreiras jurídicas

Compreendemos que nas carreiras jurídicas os princípios éticos têm uma elevada
vinculação normativa por abarcar questões de acentuado interesse social, necessitando o
operador de direito agir em acordo com a realidade social que o cerca, atentando não
apenas com o aspeto da norma, mas, principalmente com a sua aplicabilidade prática e a
finalidades que se propõe o direito para que seja alcançado.

Segundo Nalini “Não se pode admitir que quem optou pela função do direito, do
correto, venha a se comportar incorretamente no desempenho profissional, as infrações
profissionais são muitos graves, ípois constituem traição do infrator com seu projeto de
vida, um compromisso que não soube honrar”. (P. 514, 2014).

VIII. Princípios éticos das carreiras jurídicas

1) Principio da cidadania:
Consiste no dever de guardar os ordenamentos que cercam o cidadão. E a
obediência ativa, não somente passiva de todos os institutos jurídicos postos a
disposição do cidadão.
2) Principio da efetividade:
Determina o dever do exercício da carreira jurídica de forma que seus atos
alcancem mais eficácia possível.
3) Principio da probidade:
Probo é honesto, correto, reto, digno. Consiste no dever de administrar bem
aquilo que é primeiro próprio de terceiro ou do bem comum. A lei da improbidade
tipifica conduta improbas que são lesivas ao erário público. Por ser a improbidade um
desvio de finalidades legais de alguns atos, surge com o cometimento deles, o dever do
ressarcimento.
4) Principio da liberdade:
Caracteriza a independência profissional quanto as suas convicções pessoais
bem como no seu modo de pensar e refletir os conceitos jurídicos No direito privado,
por exemplo, não há doutrina certa ou errada e sim um enfoque especifico, as vezes
majoritário. Mesmo assim, é modificável pela jurisprudência.
5) Principio da defesa de prerrogativas profissionais:
É o dever de proteger as qualidades e condições de atuação da categoria a qual
se pertence, de modo a usufruir e manter a autonomia do mesmo.
6) Principio da informação e solidariedade:
Consiste no dever de relacionar-se com outros profissionais, em tudo mantendo a
lealdade, a clareza e a cordialidade.

IX. Conclusão

A Ética é uma das principais armas que o advogado tem para guiar sua carreira
profissional e pessoal. O sucesso de um profissional não pode ser medido apenas pelos
casos conquistados ou êxito financeiro, mas também na sua relação com a moral e a
civilidade.
A ética para as profissões jurídicas deve ser como a água para o rio, tudo nela
deve estar contido e por ela ser guiado, sendo ela o elemento mais importante. O
cumprimento de seus princípios exige do operador do direito, principalmente, a
proatividade e dedicação à profissão, o respeito ao próximo e a consciência social.

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