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Corre-se o risco de limitar muitos conceitos novos de família, surgidos de situações fáticas
inevitáveis, que merecem também serem tratadas como verdadeiras configurações familiares.
Assim fixa-se, primeiramente, o entendimento segundo o qual as famílias são grupos sociais
tutelados pelo direito, sem personalidade jurídica, cujo principal elemento é o afeto.
“A família é, simplesmente, um grupo social reconhecido e tutelado pelo direito, não sendo
dotada de personalidade jurídica, nem muito menos capacidade processual.
Nessa linha de pensamento, concordamos com ORLANDO GOMES: “O mais Importante grupo
não personificado é a família. As tentativas para considerá-la Pessoa jurídica falharam. Adverte-
se que não há interesse em lhe atribuir personalidade, não só por sua reduzida composição
numérica, mas, também, porque sua atividade jurídica, mesmo na esfera patrimonial, pode ser
exercida razoavelmente sem essa personificação”.
Família moderna
É a nova era do romantismo e muitos casais, nesta época, passaram-se a se relacionar por
amor.
Contudo, não se pode afirmar que já existia igualdade de direitos entre o homem e a mulher,
pois o individualismo liberal não afastou a subordinação da mulher ao seu marido, havendo
inclusive codificação legal regulamentando o tema.
Insta frisar que a família moderna decorre do modelo de mercado capitalista, fruto da
revolução francesa, em que há uma completa descentralização do poder monárquico e fim dos
privilégios concedidos à Igreja Católica.
Assim, com esses novos arranjos familiares, a autonomia privada elasteceu-se sem precedentes
na história, com o exercício de direitos formais, no campo da liberdade e da autonomia.
Mas o fato, em resumo, é o de que a Família moderna , em que pese garantir um salto
evolutivo ao conceito de família, principalmente com uma maior institucionalização e uma
maior presença do Estado, ainda possuía um modelo patriarcal, com um protagonismo maior
do homem sobre os demais integrantes. Também é de se concluir que nesta época surgiram
novos elementos constitutivos da família, que passaram a ser reconhecidos na sociedade como
importantes, como o afeto e um maior cuidado dos pais para com a sua prole.
E desta forma, na família da sociedade moderna, podemos afirmar uma confusão dos
interesses de cunho patrimonial, pessoal e moral, sendo que neste mesmo período podemos
enxergar nas relações existentes a afetividade como um princípio a ser identificado nos núcleos
familiares.
Bibliografia
(MERLIN, 1996:20).