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UNIVERSIDADE WUTIVI-UNITIVA

FACULDADE DE DIREITO
Curso de Direito EAD - 1º Ano

Discente: Alberto Rabissone Sivita

Disciplina: Deontologia Profissional

A Deontologia Jurídica como Dimensão Ética do Agir Profissional

Maputo, aos 04/12/2023


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UNIVERSIDADE WUTIVI-UNITIVA

FACULDADE DE DIREITO
Curso de Direito EAD - 1º Ano

Discente: Alberto Rabissone Sivita

Disciplina: Deontologia Profissional

A Deontologia Jurídica como Dimensão Ética do Agir Profissional

O presente trabalho é de disciplinaa de


Docente: Dr. Jochua Abrão Baloi
Deontologia Profissional com o tema a
Deontologia Jurídica como Dimensão Ética do
Agir Profissional, a ser apresentado ao professor
Jochua Abrão Baloi.

Maputo, aos 04/12/2023


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Índice

INTRODUÇÃO.................................................................................................................4

O Conceito de Ética...........................................................................................................5

O Conceito de Deontologia...............................................................................................5

O Conceito de Profissão....................................................................................................6

A caracterização da Deontologia.......................................................................................6

DEONTOLOGIA E ÉTICA PROFISSIONAL DO ADVOGADO..................................7

Os princípios gerais da Deontologia Forense....................................................................9

CONCLUSÕES...............................................................................................................11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................12
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INTRODUÇÃO

O trabalho aqui apresentado é da disciplina de Deontologia Profissional, que tem o


tema “A Deontologia Jurídica como Dimensão Ética do Agir Profissional, ”. na
realização deste presente trabalho é para compreender-se a essencia da Deontologia
juridica tendo em conta a dimensão Ética do agir de forma profissional, porque os
seres humanos não nascem com um conjunto preexistente de atitudes. Estas são
adquiridas e moldadas através de interacção com o meio em que vivem ao longo das
suas vidas. Através das experiências sociais, são estabelecidas normas e valores que
definem as pessoas enquanto sujeitos com comportamentos éticos e morais. E a
educação faz parte importante deste meio.

O primeiro problema que se apresenta no campo da Deontologia Jurídica é aquele


pertinente à subjetividade

No momento que recebemos a orientação para a realização de pesquisa do tema a cima


referenciado, compreendeu-se que o objectivo principal deste trabalho é analisar a
ética e deontologia profissional no sistema jurídico, considerando-se a ética como uma
das questões imprescindível para o sucesso de todas as actividades que envolvam o
relacionamento entre as pessoas.

O trabalho desenvolveu-se por meio de uma análise bibliográfica com a ênfase


documental com o objectivo de descrever como a ética e deontologia profissional é
abordada no sistema Jurídico, destacando o papel dos juristas na sua carreira
profissional jurídica.

O presente trabalho esta estruturado em: Introdução, desenvolvimento, conclusão e


Referências Bibliográficas.
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O CONCEITO DE ÉTICA

A ética pode ser entendida como uma ciência que tem por objectivo analisar, estudar e
orientar a conduta e o comportamento do homem de acordo com o seu fim. Não se trata
de uma crença ou artefacto político ou económico que possa ser trabalhado em função
de determinados objectivos individuais ou particulares.

De acordo com Monteiro e Ferreira (2013) a Ética e Deontologia é o espaço para se


pensar e reflectir acerca da pessoa humana, seja no seu universo pessoal (em sim
mesmo), seja no espaço relacional (com os outros), seja ainda na sua realização
profissional (o modo como se inscreve no que se pretende fazer).

A ética é aquilo que orienta a sua capacidade de decidir, julgar, avaliar. Por seu turno,
dias (2013) definem a ética como um conjunto de valores que orientam o
comportamento do homem em relação aos outros na sociedade em que vive, garantindo,
igualmente o bem-estar social, ou seja, é a forma que o homem se deve comportar no
seu meio social. Tanto Cortella (2010) como Dias (2013) consideram a ética como um
conjunto de princípios e valores que orientam o comportamento do homem.

A ética constitui ou deve constituir um saber científico que pode ser aprendido com a
razão e a experiencia. É uma ciência prática, dado que não se estuda apenas para saber
mas sobretudo para actuar. É também uma ciência normativa, na medida em que não diz
como actua a maioria, mas sim como devemos actuar.

O CONCEITO DE DEONTOLOGIA

Por definição o termo de deontologia, pode significar o conjunto de princípios e regras


de conduta ou deveres de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter
a sua deontologia própria para regular o exercício da profissão, e de acordo com o
Código de Ética da sua categoria.

A deontologia tem um âmbito mais específico e é mais frequentemente utilizada no


terreno das profissões. Para os mesmos autores, este conceito significa lógica ou
disciplina do dever e diz respeito aos direitos e obrigações inerentes ao bom
cumprimento de uma determinada profissão.

Na mesma perspectiva de análise, Bentham (1834) citado por Monteiro (2004) entende
que na acepção restrita o termo deontologia designa os princípios e preceitos que
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definem os deveres inerentes ao exercício de uma profissão, reflectindo valores morais


dominantes, formulados num código com força jurídica ou penal moral, adoptada pela
respectiva classe profissional ou por iniciativa do poder político.

Isto, significa que a deontologia como ramo da ética é uma disciplina normativa, trata
de princípios da conduta humana, directrizes no exercício de uma profissão, e estipula
os deveres que devem ser seguidos no desempenho de uma actividade profissional.

O CONCEITO DE PROFISSÃO

Define a profissão como uma actividade pessoal, desenvolvida de maneira estável e


honrada, ao serviço dos outros e para benefício próprio, de conformidade com a própria
vocação e em atenção à dignidade humana. Isto, significa que a finalidade do exercício
de uma profissão é o bem comum. Este consiste num conjunto de condições da vida
social que consistam e favoreçam o desenvolvimento integral da pessoa humana.

Para Monteiro (2005), a profissão significa um grupo disciplinado de indivíduos que


aderem a elevadas normas éticas que são aceites pelo público como possuidores de
conhecimentos e competências especializados reconhecidas, adquiridos através da
educação e formação, e que estão preparados para exercer essas competências no
interesse dos outros.

Entendemos que ao optar por uma profissão, o homem se impões uma série de deveres
que não tinha antes. Trata-se de consequências do vínculo contraído com a sociedade e
próprias do profissional que o individuo se torna e, termina destacando que as
características essenciais de uma profissão são o espírito de serviço, de doação ao
próximo, e de solidariedade.

A CARACTERIZAÇÃO DA DEONTOLOGIA

Primeiro devemos entender o significado do termo deontologia, onde a mesma


a sua etimologia vem do grego déon ou deontos que nos dá significados de
dever ou obrigação e também tem ao termo logos, que o seu significado
entende-se sendo um discurso ou tratado.

Neste sentido a palavra deontologia é conhecida como tratado ou conjunto de


deveres e da moral, também pode ser compreendida como ciência do dever e da
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obrigação, que tem a sua finalidade, modelar o exercício de determinados


grupos de profissionais.

Neste mundo para vivermos plenamente em uma sociedade é muito imprescindivel


que sejam colocadas certas regras de condutas, proporcionando, assim, a delimitação
de como se deve ou não agir e punindo os que desrespeitem as referidas regras,
proporcionalmente.

E isso se verifica também em determinados grupos profissionais, onde para que se


mantenham a honestidade e a probidade dos individuos, deve-se existir uma regulação
de condutas, com a finalidade de orientar o comportamento destes grupos, evitando-se
que tais práticas possam se reproduzir gerando desordem no seio desse grupo à ética
que se propõe ( Nalini, 2009, p. 22).

A deontologia é a Teoria do Dever, onde demonstra-se o destaque no campo das


profissões, sendo necessário se constituir códigos de condutas com fundamentos
éticos e morais, para que assim seja possível nortear o cumprimento das atribuições
acerca dessas profissões.

DEONTOLOGIA E ÉTICA PROFISSIONAL DO ADVOGADO

Na deontologia o homem aparece comprometido com sua profissão. Mas pode


acontecer que um certo número de profissionais não tenha consciência nítida de seu
"status", do papel que está a desempenhar na sociedade, e busque apenas o imediatismo
da satisfação das suas necessidades materiais, a paga do seu trabalho, restringindo assim
a sua profissão.

Macedo, 2008. p 136 diz que:

O verdadeiro profissional, deontològicamente considerado, é u m homem


capaz de algum sacrifício, age mais pelo ideal que pelo interesse. Só é
capaz de certo sacrifício quem é capaz de amar a sua profissão e
possivelmente transformá-la, em alguns casos, em missão. E é essa
impregnação que o profissional leva para sua carreira o instrumento
capaz de transformação da sociedade.
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O profissional, em termos deontológicos, se torna um instrumento jurídico de


transformação da comunidade. Passemos agora ao segundo aspecto deontológico, ou
seja aquele de que o Direito, nas diversas atividades profissionais, desvela a estrutura
técnica da sociedade em que surge. É sabido que cada sociedade tem sua estrutura. E a
estrutura de uma sociedade é coisa complexa, abrangendo desde as condições físicas,
técnicas, psicológicas, até as econômicas, jurídicas.

Langaro, ( 2008. P. 79) Afirma que:

Todas as categorias profissionais estão marcadas com os procedimentos


éticos. No âmbito jurídico, a palavra deontologia é aplicada como a
disciplina que trata dos deveres e dos direitos dos agentes que lidam com
o Direito, isto é, dos advogados, dos juízes e dos promotores de justiça, e
de seus fundamentos éticos e legais

Ao Jurista, consciente dessa responsabilidade na sua profissão, se lhe pode atribuir o


papel de agente transformador da sociedade. Temos então uma espécie de dualismo. De
u m lado, a realidade estática do direito, nas suas formas legislativas e habituais mais ou
menos cristalizadas, da sociedade. Um a estrutura que não se modifica aos golpes, que
resiste à modificação, porque é solidária com as demais estruturas sociais e com
tendência a se tornarem arcaizantes.

A estrutura jurídica, que traduz o fenômeno social de liderança, se vincula às estruturas


econômicas, às estruturas políticas e psicológicas ou de mentalidade. A função
autêntica, revolucionária, no sentido de transformar para melhor, e que se não confunde,
com o tumulto, porque exige consciencialização, é uma clara função deontológica
jurídica. Portanto, o estudo das atividades profissionais exprime a estrutura técnica da
sociedade onde ela surge.

Os deveres do advogado compreendem, além da defesa dos direitos e interesses que lhe
são confiados, o zelo do prestígio de sua classe, da dignidade da magistratura, no
aperfeiçoamento das instituições de Direito, e, em geral, do que interesse à ordem
jurídica.

Nos mecanismos econômicos mais de ordem material se faz sentir, até, a atuação da
força deontológica do jurista autêntico, como no transporte e na produção e suas formas.
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Porque em todos eles hà u m fenômeno típico, o da atitude do homem, como reage às


solicitações, como atua profissionalmente.

Assim ocorre com os Códigos de Ética, por exemplo, criados com o fito de se ter uma
prestação de serviço plena e confiável em relação às suas relações pessoais e sociais,
onde não seria possível se não houvesse a presença da ética e da moral.

Como se vê, a deontologia está entrelaçada com a ética e a moral, tendo-as como
fundamento de seu estudo, uma vez que estes institutos são destaques da ciência
filosófica. Vale a diferenciação de cada um destes institutos para melhor compreensão
do tema aqui abordado: A origem etimológica de Ética é o vocábulo grego "ethos", a
significar "morada", "lugar onde se habita". Mas também quer dizer "modo de ser" ou
"caráter" (Nalini, 2009, p. 19).

OS PRINCÍPIOS GERAIS DA DEONTOLOGIA FORENSE

De acordo com o princípio fundamental da deontologia forense, o profissional do


Direito deve ter em mente que ele possui uma grande responsabilidade, não só a de
aplicar a lei no caso concreto, mas a de saber como aplica-la da maneira mais correta e
efetiva.

Todas as profissões jurídicas observam um complexo de comportamentos


deontológicos próprios. A atuação forense não pode se desvincular de certo ritual,
inspirado na origem da realização do justo. Esse ritualismo se exterioriza no processo,
instrumento de administração da justiça, e se reflete na conduta dos profissionais do
foro.

A correção se caracteriza de muitas formas, nem todas elas de igual intensidade


deontológica. O profissional correto é aquele que atua com transparência, no
relacionamento com todos os protagonistas da cena jurídica ou da prestação
jurisdicional. Age no interesse do trabalho e da Justiça, não se descuidando do
interesse imediato das pessoas às quais serve. Não se beneficia com a sua função ou
cargo. Não se vangloria. Sensibiliza-se com a situação daquele que necessita de seus
préstimos ou recorre ao insubstituível direito de exigir justiça.
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É um comportamento sério, sem sisudez; discreto, sem ser anônimo; reservado, sem
ser inacessível; cortês e urbano, honesto, inadmitindo-se para isto qualquer outra
alternativa. Pautar-se-á por uma orientação moral acima de qualquer suspeita.

Não obstante ao conhecimento técnico e apurado do Direito, será ainda necessário que
o profissional jurídico atue com zelo aos princípios e valores sociais devendo impor
comportamentos voltados para as mudanças e avanços que a sociedade lhe propõe,
sempre atuando em respeito à ciência, com consciência perante seus colegas e
jurisdicionados.
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CONCLUSÕES

A Deontologia Jurídica é ciência dos deveres pautados na órbita do Direito. Por ser
uma ciência jurídica, deve o estudo da Deontologia sempre se adequar à modernidade
e ao desenvolvimento social, proporcionando uma estabilidade e uma eficácia maior
no que tange os profissionais específicos da área jurídica.

O aspecto moral é parte estruturante de todas as carreiras jurídicas. A conduta ilibada


é o comportamento sem mácula, aquele sobre o qual nada se possa moralmente
levantar. O advogado deve observar o seu Código de Ética, de onde se extrai a
necessidade de uma conduta límpida. Em relação ao juiz, a Lei Orgânica da
Magistratura Nacional reclama conduta irrepreensível na vida pública e na vida
particular.

Para que a proposta ética da deontologia seja cumprida com mais exatidão pelos
grupos profissionais, é importante que não só haja uma delimitação de condutas mais
propícia à época atual, como também é necessário que os profissionais busquem
cumprir suas atribuições sem desrespeitar os ditames do Código de Ética. Os
profissionais jurídicos devem ter em mente que suas práticas ilícitas interferem na
saúde pública dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) como também a
si mesmos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Código de Ética e Disciplinar da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, VADE


MECUM, Editora Saraiva, 21ª edição, 2016, São Paulo .

LANGARO, Luis Lima. Curso de Deontologia Jurídica. 6ª ed. São Paulo. Saraiva,
2008.

MACEDO, Sílvio de. História do Pensamento Jurídico. 1º ed. Rio de Janeiro. Freitas
Bastos, 1982.

NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 7ª ed. São Paulo. Revista dos
Tribunais, 2009.

REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 20ª. Ed. São Paulo. Saraiva, 2002.

SANTAELLA, Manuel Lopez. El nuevo derecho de la publicidad. 1ª ed. Madri.


Civitas, 1992.

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