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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

Tema:

Ética e Deontologia Profissional na Função Pública

Getrude Checuda Tirivangana, Código nº 708194508

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Disciplina: Ética e Deontologia Profissional

Ano de Frequência: 4º Ano

Docente: Diamantino Rodrigues

Turma: D

Beira, Julho de 2022


Índice

I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................................1

1.1 Objectivos.............................................................................................................................1

1.1.1 Objectivo geral...................................................................................................................1

1.1.2 Objectivos específicos.......................................................................................................1

1.2 Metodologias.........................................................................................................................1

II: REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................................2

2. Ética e deontologia profissional na função pública................................................................2

2.1 Conceitualização...................................................................................................................2

2.1.1 Ética...................................................................................................................................2

2.1.2 Deontologia........................................................................................................................2

2.1.3 Administração Pública.......................................................................................................3

2.2 Abordagem descritiva da ética e deontologia profissional na função pública......................4

2.2.1 As regras deontológicas.....................................................................................................5

2.1.2 Os principais deveres do servidor público.........................................................................6

2.3 Desafios da prática deontológica dos enfermeiros................................................................7

III: CONCLUSÃO......................................................................................................................8

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................9
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I: INTRODUÇÃO

A única obrigação do ser humano é ser e agir como ser humano e o seu único mal é não
agir como homem.

A ética é uma área do saber que vem sendo analisada desde o tempo dos gregos
clássicos. Entretanto a sua abordagem constitui ainda uma polémica, sobretudo no
campo laboral.

Falar da Ética é falar da natureza do ser humano, isto é, do seu comportamento


(conduta), das suas atitudes e acções, da sua personalidade e do seu carácter, dos seus
princípios e convicções. É falar, em fim, de valores que ele assume e partilha com os
seus semelhantes. Já a Deontologia nos remete ao cumprimento de um conjunto de
imperativos, seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelos grupos
profissionais a que pertencemos.

Nesta senda de ideias, o presente estudo ira descrever sobre Ética e deontologia
profissional na função pública. Nele serão referenciados alguns itens como é o caso de
desafios da pratica deontológica dos enfermeiros.

O presente trabalho contempla três partes fundamentais, porem, não tecnicamente


detalhadas. Referimo-nos desta parte introdutória onde existe a ideia geral do trabalho,
do desenvolvimento onde a ideia geral foi nos detalhada e por fim o nosso ponto de
vista perante as questões, todavia, sem esquecermos da bibliografia que alberga as
fontes por nos consultadas e fim de produzirmos o presente trabalho.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo geral

Conhecer a Ética e deontologia profissional na função pública

1.1.2 Objectivos específicos

 Conceituar Ética e deontologia profissional;


 Descrever a Ética e deontologia profissional na função pública

1.2 Metodologias

Este trabalho foi desenvolvido por meio de referências bibliográficas, consulta


bibliográfica em vigor e do levantamento de dados específicos das protecções em obras
actualmente em fase de construção.
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II: REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo procuramos trazer as mais diversas teorias e doutrinas em torno do tema
objecto do presente trabalho através de uma abordagem das mesmas.

2. Ética e deontologia profissional na função pública

2.1 Conceitualização

2.1.1 Ética

A palavra ética vem do grego ethos, que significa hábito ou costume, aludindo, assim,
aos comportamentos humanos.

No campo científico a Ética é o ramo da Filosofia responsável pela investigação dos


princípios que orientam o comportamento humano, tendo por objecto o juízo de
apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correcto e o incorrecto.

Segundo Carapeto e Fonseca (2012:8) A Ética é uma forma de regulação dos


comportamentos que provém do indivíduo e que assenta no estabelecimento, por si
próprio, de valores (que partilha com outros) para dar sentido às suas decisões e acções.

Neste contexto a Ética ajuda o indivíduo a explicar as razões das suas acções e a
assumir as respectivas consequências. Ajuda a orientar os actos humanos pela rectidão,
isto é, a concordância entre as acções e a verdade ou o bem.

De uma forma sintética podemos afirmar que:

 A Ética implica uma compromisso com valores duradouros;


 A Ética diz respeito, antes de mais, à relação comigo mesmo;
 A Ética é uma ciência prática: não se estuda para saber, mas para actuar;
 É uma ciência normativa: não diz como actua a maioria mas como deveríamos
actuar;
 A ética é algo para ser vivido todos os dias, não um remédio ou uma solução
para quando surge um problema ou um conflito;
 Na ética a decisão é fundada sobre os valores.

2.1.2 Deontologia

De acordo com Viegas & Chihulume (2011:27) o termo Deontologia deriva de duas


palavras de origem grega déon que significa dever e lógos que equivale a doutrina ou
tratado.
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Segundo Monteiro (2005:26), uma “Deontologia ou Ética Profissional é um código de


princípios e deveres (com os correspondentes direitos) que se impõem a uma profissão e
que ela se impõe a si própria, inspirados nos seus valores fundamentais”.

Um código de Ética profissional «é uma declaração pública, feita por uma profissão,
sobre os seus princípios éticos comuns e como esses princípios devem ser aplicados,
para promover as mais elevadas normas de serviço profissional». Uma deontologia
encarada desta forma ajudaria os professores a ter uma noção mais real do que é
esperado do seu comportamento enquanto profissionais de educação e informaria a
sociedade sobre o que deverá ser exigido de um professor.

Neste contexto a Deontologia deve ser entendida como ciência do dever ou dos deveres,
sendo a Deontologia Profissional a ciência do dever profissional, que trata do conjunto
de deveres, princípios e normas adoptados por grupos profissionais.

Segundo os mesmos autores a Deontologia Profissional é também chamada de ética


profissional pelo facto de constituir uma das grandes divisões da ética.

O objectivo da deontologia é reger os comportamentos dos membros de uma profissão


para alcançar a excelência no trabalho, tendo em vista o reconhecimento pelos pares,
garantir a confiança do público e proteger a reputação da profissão.

2.1.3 Administração Pública

A administração pública pode ser entendida como o conjunto de serviços, de órgãos e


de agentes do Estado que tentam satisfazer as necessidades da sociedade, como a
educação, saúde segurança, lazer, cultura, etc. Resumidamente, seria a gestão dos
interesses públicos por meio de serviços públicos. Nesse sentido Moraes (2003) define a
administração pública como a actividade concreta e imediata que o Estado desenvolve
para a consecução dos interesses colectivos e subjectivamente como o conjunto de
órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa
do Estado.

Segundo Di Petro (1999) a administração pública não é apenas uma máquina que realiza
o trabalho do governo. Para essa autora, se a administração pública tiver relação com os
problemas do governo, é porque ela está empenhada em obter os fins e objectivos do
Estado. A administração Pública é o Estado em Acção, é a actividade que desenvolve a
vida em sociedade pro meio da ordem, da segurança e da subsistência, ou seja, mantém
o bom relacionamento entre os membros de uma sociedade.
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Freitas do Amaral (2006), define a Administração Pública em sentido orgânico


como sendo “um sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado bem como das
demais pessoas colectivas públicas, que asseguram em nome da colectividade a
satisfação regular e continua das necessidades colectivas de segurança, cultura e
bem-estar”.

No entendimento do Governo de Moçambique e como definido no seu Plano Estratégico


de Desenvolvimento da Administração (PEDAP, também conhecido por ERDAP, 2011-
2025 a Administração Pública é “um conjunto de órgãos, serviços e funcionários e
agentes do Estado, bem como das demais pessoas colectivas públicas que asseguram a
prestação de serviços públicos ao cidadão” (MAE, 2011).

Em Moçambique, a administração pública, através dos respectivos serviços públicos é o


instrumento através do qual o estado materializa a vontade dos cidadãos. Com efeito, os
artigos 249 e 250 da CRM, e respectivos números, estabelecem que a administração
pública serve o interesse público e na sua actuação respeita os direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos. Os seus órgãos obedecem à Constituição e à lei, e actuam
com respeito pelos princípios da igualdade, da imparcialidade, da ética e da justiça.
Ainda, a administração pública estrutura-se com base no princípio de descentralização e
desconcentração, promovendo a modernização e a eficiência dos seus serviços sem
prejuízo da unidade de acção e dos poderes de direcção do Governo.

2.2 Abordagem descritiva da ética e deontologia profissional na função pública

A conduta ética de profissionais que trabalham em órgãos públicos deve ser exemplar.
Pois ética para Lopes (2018) representa uma abordagem sobre as constantes morais, ou
um conjunto de valores e costumes mais ou menos permanentes no tempo e uniforme no
espaço. A moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna,
segundo as exigências da instituição a que serve, e a finalidade de sua acção: o bem
comum. Souza (2002) afirma que, entende-se ética como um conjunto de princípios e
valores que guiam e orientam as relações humanas. Assim, os agentes públicos devem
possuir estas características éticas e morais para poder administrar o bem público e não
ser corruptível. Esses princípios devem ter características universais, precisam ser
válidos para todas as pessoas e para sempre.

A ética na administração e a moralidade administrativa não representam senão uma das


faces da moralidade pública que se sujeita ao controle social, pois a moralidade é
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encontrada nos julgamentos que as pessoas fazem sobre a conduta e não na própria
conduta. E tratando-se de moralidade pública, torna-se imperioso reivindicar-se alto
grau de generalidade e autoridade, resultando, então, do julgamento respectivo, em
carácter objectivo e público, não um ato individual e privado. As leis e normas são de
carácter impositivo, tendo o agente público o dever de cumpri-las, e tendo que
responder pelo seu não cumprimento. Já a conduta ética é de carácter pessoal e o agente
público tem a responsabilidade de ser ético, porém sem jamais deixar de respeitar e
cumprir o princípio constitucional da moralidade administrativa (LOPES, 2018).

Lopes (2018) também apresentou que ser ético é ter a certeza que sua função é pública,
e que tem a obrigação de tratar ao público e aos colegas de serviço com toda dignidade,
honra, eficiência, honestidade e muito respeito. Ser ético é ter o zelo necessário para
com o património público, evitando ao máximo o desperdício e o descaso. Ao ser ético
o agente público estará automaticamente cumprindo a maioria da legislação
administrativa prevista.

O ser ético é realizar a sua auto avaliação, procurando corrigir seus vícios, melhorando
seu comportamento e aprimorando suas relações interpessoais. Ser ético é uma
constante busca de aprimoramento da conduta pessoal e profissional. Ser ético é
respeitar as diferenças e exaltar as boas práticas morais e éticas. Segundo Valls (1993),
a ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de
explicar quando alguém pergunta.

2.2.1 As regras deontológicas

A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são


primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou
função, ou fora dele, já que reflectirá o exercício da vocação do próprio poder estatal.
Seus actos, comportamentos e atitudes serão direccionados para a preservação da honra
e da tradição dos serviços públicos.

O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o
honesto e o desonesto.

A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal,


devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre
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a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a


moralidade do ato administrativo.

Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do


Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente
declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento
ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público


caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos
directa ou indirectamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar
dano a qualquer bem pertencente ao património público, deteriorando-o, por descuido
ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao
Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.

2.1.2 Os principais deveres do servidor público

O Código de Ética, na sua seção II do capítulo I, também descreve os deveres


fundamentais do servidor público, colocando vários conceitos que estabelece uma
padronização de condutas e valores necessários aos servidores públicos:

 Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que


seja titular;
 Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou
procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente
diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo
sector em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
Ser probo, recto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu carácter,
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais
vantajosa para o bem comum;
 Jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens,
direitos e serviços da colectividade a seu cargo; Ter consciência de que seu trabalho
é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos
serviços públicos;
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 Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
 Resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados
e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em
decorrência de acções imorais, ilegais ou a éticas e denunciá-las;
 Ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao
trabalho ordenado, reflectindo negativamente em todo o sistema;
 Participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício
de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;
 Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação
pertinente ao órgão onde exerce suas funções;
 Cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas
de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez,
mantendo tudo sempre em boa ordem.
 Exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do
serviço público e dos jurisdicionados administrativos; Divulgar e informar a todos
os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o
seu integral cumprimento.

2.3 Desafios da prática deontológica dos enfermeiros

Os tipos de problemas éticos enfrentados pelos enfermeiros podem variar de acordo


com o ambiente de actuação onde se inserem. No ambiente hospitalar, há cenários
dramáticos: são situações críticas da vida ou morte das pessoas, que recebem destaque
na mídia, requerendo soluções imediatas.

Dessa forma, a deontologia refere-se aos deveres da enfermagem durante sua actuação


profissional nos diferentes serviços e diversos níveis de complexidade. Na prática
de enfermagem, constata-se o confronto com situações nas quais o profissional tem de
escolher entre alternativas do saber-fazer
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III: CONCLUSÃO

Para finalizar, reafirma-se que ética e deontologia profissional dizem respeito a todos


que trabalham nos diversos níveis da função pública, independentemente da posição
hierárquica que ocupam. É importante que todos atuem em consonância com os
princípios normativos estabelecidos e que haja controle sobre seus actos.

A Ética é portanto um conjunto de princípios obtidos através da razão e que apontam o


caminho certo para a conduta. Ela se confunde com a Moral, todavia difere-se desta na
medida em que a Ética se refere à “reflexão sobre os princípios que devem nortear a
acção humana”, enquanto a Moral é composta por normas que orientam a nossa
conduta. A Moral define as boas formas da conduta, enquanto a Ética desafia as
convenções morais que temos, fazendo-nos questionar e reflectir acerca do nosso
comportamento.

A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o
comportamento humano em sociedade, enquanto a Moral constitui os costumes, regras,
tabús e convenções estabelecidas por cada sociedade.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Amaral, DF. (2006). Curso de Direito administrativo. Volume I.3ª Ed. Coimbra,
Portugal.

Carvalho, M. P. de. (1999). Ensino, uma actividade relacional. Revista Brasileira de


Educação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 11, p.17-32.

Daft, Richard L. (2006). Administração. 6. ed. Americana.

Decreto no. 30/2001, de 15 de Outubro

Lopes, Maurício Antonio Ribeiro. (1993). Ética e administração pública. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais.

República de Moçambique. 2006. Programa da Reforma do Sector Público -II Fase


(2006-2011). Autoridade nacional da Função Pública. Maputo, Moçambique.

Souza, Herbert de; Rodrigues, Carla. (2002). Ética e Cidadania. São Paulo: Moderna.

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