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CONTABILIDADE E FINANCAS
LABORAL, 4o ANO
GRUPO: IV
Beira
2023
Discente:
Beira
2023
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 1
1.1. Contextualização.................................................................................................................. 1
2.1. Deontologia...................................................................................................................... 3
3. Conclusão ..................................................................................................................... 12
A deontologia profissional, por sua vez, decorre desse contexto, sendo a vertente prática da
ética profissional. Originada da filosofia e da ética clássica, sua evolução ao longo da história
se ajustou às necessidades contemporâneas, adaptando-se às mudanças sociais, culturais e
tecnológicas.
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1.2. Objectivos
1.2.1. Geral
Compreender os conceitos sobre a deontologia profissional.
1.2.2. Específico
Definir a ética profissional em torno da ética aplicada;
Abordar de forma criteriosa sobre a deontologia profissional, a sua origem e seus
conceitos;
Explicar de forma separada valores profissionais e códigos de ética;
Fazer uma análise sobre a deontologia profissional em Moçambique, olhando na área
da saúde e educação.
1.3. Metodologia
Segundo Libâneo (1992), considera métodos como ʺmeios, técnicas e normas adequadas para
se chegar a um determinado objectivoʺ, ao passo que Nérice (1989), considera que ʺmétodo é
um procedimento geral baseado na utilização de recursos, caminhos e técnicas para se alcançar
os objectivos previamente definidosʺ.
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2. Referencial Teórico
2.1. Deontologia
A Deontologia provém do Grego (Deon), que significa “Dever, Obrigação”. Na filosofia moral
contemporânea, é uma das teorias normativas, segundo a qual as escolhas são moralmente
necessárias, proibidas ou permitidas. Portanto inclui-se entre as teorias morais que orientam
nossas escolhas sobre o que deve ser feito. Portanto, a deontologia é entendida como a parte da
filosofia que trata dos princípios, fundamentos e sistemas da moral. (Cuinica, 2018)
O termo Deontologia, foi introduzido em 1834, por Jeremy Bentham, para referir-se ao ramo
da ética. O primeiro código Deontológico foi destinado á área médica, tendo sido elaborado nos
Estados Unidos, em meados dos sécs. XX. (Cuinica, 2018)
A ética aplicada de acordo com Dylus (1997), trata da formação de atitudes morais usando o
método casuístico ("caseética"). A casuística (estudos de caso) também tem suas limitações,
por isso deve ser acompanhada de uma sólida reflexão teórica. Portanto, faremos uma
abordagem da ética aplicada em torno da ética profissional.
Segundo Camargo (apud Ponchirolli, 2010), “Ética Profissional é a aplicação da ética em geral
no campo das actividades profissionais; a pessoa tem que estar envolvida de certos princípios
ou valores próprios do ser humano para vivê-los na suas actividades de trabalho ”.
Ao indivíduo que tem ética profissional, cumpre com todas as actividades de sua profissão,
seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho. No entanto,
há elementos da ética profissional que são universais e por isso aplicáveis a qualquer actividade
profissional, tais princípios se destacam segundo Cuinica (2018):
A honestidade;
A responsabilidade;
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A competência e outros...
A deontologia é a aplicação dos princípios gerais da ética a uma realidade específica. A ética é
uma só. No entanto, por questões didácticas ela pode ser dividida em ética geral e aplicada. A
deontologia é uma ética aplicada. Por isso podemos encontrar uma deontologia para médicos,
economistas, psicólogos, agrónomos, gestores. (Mamade, 2017)
São normas estabelecidas pelos próprios profissionais, tendo em vista não exactamente a
qualidade moral, mas a correção de suas intenções e acções, em relação a direitos, deveres ou
princípios, nas relações entre profissão e a sociedade. (Cuinica, 2018)
De acordo com Hitt (1990), cada profissão tem uma deontologia que deve ter o seguinte
esquema básico de conduta profissional:
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2.2.2.2. Na área da ordem profissional
Na relação com os seus pares e colegas da profissão deve-se criar um culto de lealdade e
solidariedade profissional evitando críticas levianas, competição e concorrência desleal; de toda
e qualquer acção dos colegas e sem nunca ferir a verdade, a justiça, ou a moral. Assim, as
máfias, pactos de silêncio e sociedades secretas não são necessários para o exercício
profissional.
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Na sociedade actual, lamentavelmente, o sucesso económico passou a ser a medida de todas as
coisas. Apenas a riqueza e o poder contam e separam os vencedores dos vencidos. As pessoas
tendem a ser materialistas e individualistas e, por isso, menos responsáveis e solidárias. (Kotler,
1997)
Neste contexto, muitos gestores de empresas ingenuamente, pensam que para a ética ocorrer
dentro de uma empresa, basta distribuir folhetos contendo um código que todos magicamente
seguirão. Para exercê-la no contexto empresarial, mais do que palavras, é necessária acção.
Pensar em ética é pensar de forma, antes de tudo, reflexiva. É não se sentar em cima de respostas
prontas. Para viver eticamente em qualquer ambiente é preciso primeiro mergulhar dentro de si
mesmo, assumir as escolhas e lutar por um mundo melhor. Acreditar que a felicidade é possível,
já que esse é o objectivo maior da ética. (Mamade, 2017)
É do interesse das empresas agir sempre de maneira ética. Todos os melhores funcionários e
fornecedores, tenderão a preferir as empresas com melhores princípios éticos. E os clientes que
têm critério, que sabem escolher, dificilmente serão leais a um produto de menor qualidade, ou
a um serviço que seja pouco eficiente. A ética está directamente relacionada com valores
morais, com o bem e o mal, o que é certo ou errado. Entretanto, de acordo com Nash (1993)
existem muitas razões para a recente promoção da ética no pensamento empresarial. Os
administradores percebem os altos custos impostos pelos escândalos nas empresas: multas
pesadas, quebra da rotina normal, baixo moral dos empregados, aumento da rotatividade,
dificuldades de recrutamento, fraude interna e perda de confiança pública na reputação da
empresa. (Mamade, 2017)
Grunig (2000), afirmou que os valores profissionais em relações públicas podem ser
considerados o centro da tomada de decisão ética. A ética das relações públicas inclui a
aplicação dos valores profissionais e pessoais dos indivíduos, além dos valores do público e dos
clientes ou organizações.
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Específico para relações públicas, Parsons (2008) definiu valores em termos de cinco pilares da
ética da seguinte forma:
Beneficência ou fazer bem;
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A honestidade: está relacionada com a confiança que nos é depositada, com a
responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos. É muito
fácil cair na falta de honestidade quando existe a fascinação pelos lucros rápidos,
privilégios e benefícios fáceis, ou pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam
autoridade. Portanto, a honestidade é a primeira virtude no campo profissional. É um
princípio que não admite relatividade, tolerância;
Sigilo: é a completa reserva quanto a tudo o que se sabe e que lhe é revelado ou o que
veio a saber por força da execução do trabalho; O respeito pela vida das pessoas, dos
negócios ou das empresas deve ser desenvolvido na formação nos profissionais, pois
trata-se de algo muito importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e
cuja preservação de silêncio é obrigatória. Revelar detalhes ou mesmo frívolas
ocorrências dos locais de trabalhos, em geral, nada interessa a terceiros. Por outro lado,
existe o agravante de que planos e projectos de uma empresa ainda não colocados em
prática possam ser copiados e colocados no mercado pela concorrência, antes que a
empresa tenha tido oportunidade de lançá-los. Por outro lado, documentos, registos
contáveis, planos de marketing, pesquisas científicas, hábitos pessoais, entre outros,
devem ser mantidos em sigilo e a sua revelação pode representar sérios problemas para
a empresa ou para os clientes do profissional;
Integridade: é agir dentro dos seus princípios éticos, seja em momentos de instabilidade
financeira, seja na hora de apresentar óptimas soluções;
Legalidade: todos os lucros devem estar de acordo com a lei. Estes princípios são
estabelecidos para complementar os controles legais e não para substituí-los;
Prudência: Todo o trabalho, para ser executando, exige muita segurança. A prudência
faz com que o profissional analise situações complexas e difíceis com mais facilidade e
de forma mais profunda e minuciosa, o que contribui para a maior segurança,
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principalmente das decisões. A prudência é indispensável principalmente nos casos de
decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discussões
inúteis;
Sinceridade: a essência da sinceridade é que as coisas devem ser o que pretendem ser e
não serem escondidas. Este princípio deve ser honrado, mas não necessariamente em
todo o particular, a atitude “eu sei o que é melhor”, implica sérios perigos. O conselho
é ser sincero e honesto, a menos que haja uma razão muito forte para não o fazer. A
sinceridade está ligada à privacidade, a que todos os códigos fazem menção,
precisamente porque toda a pessoa tem direito à privacidade pessoal, salvo em
circunstâncias especiais (por exemplo, quando o cliente solicita a divulgação ou quando
imposto por Lei);
Perseverança: É uma qualidade difícil de encontrar, mas necessária, pois todo o trabalho
está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados,
prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas.
Os códigos de ética têm de ser de qualidade fixa. De nada valeria dispor de uma série de códigos
de penitência variável. Imaginem uma organização de profissionais (ex: gestores, psicólogos
com diversas divisões). Seria bastante inadequado que uma das divisões fosse orientada por um
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conjunto de regras, enquanto uma outra aplicasse um conjunto diferente e menos restrita de
normas éticas. Tal prática equivaleria a uma utilização cínica da ética como expediente.
Contudo temos de reconhecer que os princípios que afectam a psicologia clínica não são
relevantes para a psicologia organizacional (Arruda et. al, 2000).
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2.6.1. No âmbito da Saúde
Segundo o Código Deontológico dos Médicos Moçambicanos (artigo 1), a Deontologia Médica
é o conjunto de regras de natureza ética que, com carácter de permanência e a necessária
adequação histórica na sua formação, o Médico deve observar e em que se inspira no exercício
da sua actividade profissional. (Moisés, Mac-Artur, Muianga, & Siúta, 2018)
Para Monteiro (2004) a deontologia é cada vez mais crucial para distinção profissional dos
professores, por duas razoes: primeiro porque é um atributo maior do prestigio social de uma
profissão e em segundo porque a função docente não tem uma tradição deontológica.
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3. Conclusão
Findando o trabalho, é importante concluir que, a deontologia profissional é a espinha dorsal
que sustenta a integridade e a ética nas diversas áreas de actuação, incluindo a saúde e educação,
e desempenha um papel crucial na garantia de práticas éticas e responsáveis por parte dos
profissionais. A ética aplicada e a ética profissional abrangem os princípios morais e os padrões
de conduta que orientam o comportamento dentro de um campo específico, moldando a
interação entre profissionais, pacientes e a sociedade em geral.
A deontologia profissional, por sua vez, deriva da ética aplicada e se concentra nos deveres e
obrigações específicos dos profissionais em suas respectivas áreas, delineando os valores
fundamentais que devem nortear suas práticas e interações. A origem histórica da deontologia
remonta aos filósofos e pensadores clássicos, mas sua aplicação em contextos profissionais
modernos evoluiu ao longo do tempo, adaptando-se às necessidades e desafios contemporâneos.
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4. Referência Bibliográfica
Afrontamento. VÁZQUEZ, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Alonso, Augusto Hortal. Ética das Profissões. São Paulo: Edições Layola, 2008.
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(eds.), Warszawa: Wydawnictwo Naukowe PWN, p. 365.
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Kotler, P. (1997). Markeying para organizações que visam ao lucro. São Paulo: Atlas.
Libâneo, José Carlos, (1992.) Didáctica. 3 Edição, Cortes Editora, São Paulo.
Mamade, A. (2017). Manual do curso de lincenciatura em: administração pública.
Beira.
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Monteiro, A. Reis. Para uma Deontologia Pedagógica. Lisboa, Faculdade de Ciências
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Nash, L. (1993). Ética nas empresas. São Paulo: Makron Books.
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Nerice, Imideo G, Didáctica – Uma Introdução, 2a edição, Atlas editora, São Paulo,
1989.
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