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Tema:
A Liberdade e responsabilidade social em Adela cortina uma reflexão ética sobre liberdade e
conduta humana na sociedade
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Índice
1. Introducao.........................................................................................................................................3
2. Objetivos...........................................................................................................................................3
2.1. Objetivo Geral..............................................................................................................................3
2.2. Objetivos Específicos...................................................................................................................3
3. DEFINICOES DA ETICA...............................................................................................................3
3.1. Funções da ética...........................................................................................................................4
4. ÉTICA COMO REFLEXÃO, INFLUENCIADA PELA PACIÊNCIA..........................................4
5. A ÉTICA COMO CIEÊNCIA..........................................................................................................5
6. PROBEMAS ÉTICOS......................................................................................................................6
7. O CAMPO ÉTICO...........................................................................................................................8
8. ÉTICA E A FIOSOFIA..................................................................................................................10
9. A ÉTICA E AS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS..................................................................11
9.1. A consciência moral e o mundo.................................................................................................13
10. MORAL E HISTORIA : O SENTIDO DO PROGRESSO MORAL........................................14
11. A ÉTICA E EDUCAÇÃO.........................................................................................................16
11.1. Relações entre a moral e a Educação.....................................................................................16
11.2. A EDUCACAO COMO ETICO...........................................................................................17
11.3. ÉTICA E CIDADANIA..............................................................................................................18
12. A ÉTICA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO.................................................................20
13. A PRÁTICA DA ÉTICA PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA...........................................22
14. ÉTICA, LIBERDADE E RESPONSABILIDADE...................................................................22
14.1. O ser humano é sempre livre.................................................................................................23
14.2. O ser humano é livre e determinado ao mesmo tempo...................................................................24
15. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................25
16. REFERÊNCIAS..........................................................................................................................26
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1. Introducao
Dentro de uma sociedade, o foco geralmente é mais sobre o que pode ser
considerado um comportamento apropriado para as pessoas como um
todo.
2. Objetivos
2.1. Objetivo Geral
Evidenciar por meio referencial que cada vez mais as empresas estão se dando conta de
que assumir uma postura ética e de responsabilidade social é uma questão de
sobrevivência, o que compete ao seu patrimônio, que é o de manter uma imagem e
reputação positiva para com todos os envolvidos.
3. DEFINICOES DA ETICA
A palavra ética vem do grego ethos, originalmente tinha o sentido de “morada”, “lugar
em que se vive” e posteriormente significou “caráter”, “modo de ser” que se vai
adquirindo durante a vida. O termo moral procede do latim mores que originariamente
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Não se pode confundir a Ética com a Moral: a Ética não cria a Moral. Apesar de toda
a Moral pressupor determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não
é a Ética que só estabelece numa determinada comunidade.
A Ética depara com uma experiência de índole histórico-social no terreno da Moral,
ou seja, com um conjunto de práticas morais já em vigor e é partindo delas que
procura determinar.
A origem da moral;
As condições objetivas e subjetivas do acto
moral;
As fontes da avaliação moral;
A natureza e a função dos juízos morais;
Os critérios de justificação dos juízos morais;
A ética tem uma tripla função: 1) esclarecer o que é a moral, quais são seus traços
específicos; 2) fundamentar a moralidade, ou seja, procurar averiguar quais são as
razões que conferem sentido ao esforço dos seres humanos de viver moralmente; 3)
aplicar aos diferentes âmbitos da vida social os resultados obtidos nas duas primeiras
funções, de maneira que se adote uma moral crítica em vez da subserviência a um
código.
O autor mais representativo desta corrente é Luís de Araújo. Segundo este autor é
possível construir uma Ética que, apesar de não ser deduzida das Ciências, se articula
com só conhecimento que vão emergindo a partir destas a respeito da realidade
humana. O conteúdo da reflexão moral resulta, simultaneamente, de uma exigência
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lógica de coerência conjugada com sós conhecimentos científicos que ajudam a traçar
a ideia de ser humano que está subjacente à criação e à fruição dos valores.
A Ética forma-se como uma reflexão integralmente autónoma face às abstrações de
natureza metafísica e às proposições intrinsecamente teológicas. Ela configura-se,
apesar da ambiguidade e do carácter dubitativo que é inerente a tudo quanto é
humano, como um discurso legítimo acerca do agir humano e da sua justificação
axiológica.
É Adolfo Sánchez Vasquez, entre outros, que defende a Ética como Ciência. Segundo
esta corrente: A Ética é uma Ciência. De acordo com esta abordagem, a Ética ocupa-
se
de um problema próprio – o sector da realidade humana a que chamamos Moral,
constituído por um tipo peculiar de fatos ou atos humanos. Como Ciência, a
Ética parte de um determinado conjunto de factos, pretendendo descobrir lhes só
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Admitindo que o mundo dos valores seja uno e coerente, todos sós valores devem
convergir para um núcleo axiológico: aquele que é constituído pelo Bem.
A Ética ocupa-se das normas que regem ou devem reger as repasses de cada indivíduo
com só outros e dos valores que cada indivíduo deve realizar no seu comportamento.
6. PROBEMAS ÉTICOS
Nos repasses cotidianos que as pessoas estabelecem entre si, surgem problemas
morais (ex: quando me encontro em apuros devo fazer uma promessa com a intenção
de não a cumprir? Devo dizer sempre a verdade, ou há ocasiões em que posso
mentir? Quem, num conflito armado, sabe que um amigo colabora com o inimigo,
deve ocultar este facto – em nome da amizade – ou deve denunciá-lo como traidor?).
Estamos ante problemas práticos e problemas cuja solução não diz unicamente
respeito à pessoa que só propõe, mas também àquele, ou àqueles, que sofrem as
consequências da sua ação, ou da sua decisão. Estes problemas têm lugar no plano da
Inter- subjetividade.
Nestas situações a pessoa defronta-se com a necessidade de pautar o seu
comportamento por normas que se julgam serem as mais apropriadas. Estas normas
são aceites intimamente e reconhecidas como obrigatórias e é de acordo com elas que
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as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Nestes
casos, dizemos que o ser humano age moralmente. Sobre este comportamento, que é
resultado de uma decisão refletida e, como tal, não é espontânea ou natural, ou outros
julgam à luz de normas estabelecidas, e formulam juízos (e: X agiu bem mentindo
naquelas circunstâncias; Y deveria denunciar o seu amigo, traidor). Temos, de um
lado, atos e formas de comportamento dos seres humanos em face de determinados
problemas (morais), e, por outro, juízos que aprovam ou desaprovam moralmente
esses mesmos atos.
No entanto, tanto só atos quanto só juízo pressupõe certas normas que apontam o que
se deve fazer.
Na vida quotidiana, deparamo-nos com problemas práticos do género dos apontados e
aos quais ninguém pode fugir. Para resolvê-los as pessoas recorrem a normas,
cumprem determinados atos, formulam juízos e, por vezes, serve-se de determinados
argumentos ou razões para justificar a decisão adoptada ou só passo dados.
O comportamento humano prático-moral, ainda que sujeito a variações de uma época
para outra e de uma sociedade para outra, remonta às origens do ser humano como ser
social. Ao comportamento prático-moral sucedeu a reflexão sobre ele. Desde então,
só seres humanos não só agem moralmente, como, em simultâneo, julgam ou avaliam
de uma determinada maneira estas
Decisões e estes atos, mas também refletem sobre o seu comportamento prático e
tomam-no como objeto para o seu pensamento e para a sua reflexão. Verifica-se,
assim, a passagem do plano da prática moral para o da teoria moral, ou seja, da
Moral efetiva – vivida – para a Moral reflexa (Ética). Quando se verifica esta
passagem estamos na esfera dos problemas teórico-morais ou éticos. Os problemas
prático-morais são particulares, só problemas éticos são gerais. A Ética diz- nos, em
termos gerais, o que é um comportamento pautado por normas ou em que consiste o
fim – o Bom – visado pelo comportamento moral. O problema de o que fazer em cada
situação concreta é um problema prático-moral e não um problema teórico-ético. A
teoria pode influenciar o comportamento moral-prático, pois traça um caminho geral,
em cujo marco só seres humanos podem orientar a sua conduta nas diversas situações
particulares.
Muitas teorias éticas organizaram-se em torno da definição do Bom, na suposição de
que, se soubermos determinar o que é, poderemos saber o que deveremos ou não
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fazer. As respostas sobre o que é Bom variam de uma teoria para outra (para uns é a
felicidade ou o prazer, para outros o útil, o poder, a autocriação do ser humano). Outro
problema ético fundamental é, por exemplo, o de definir a essência ou sós traços
essenciais do comportamento moral, em contraponto com outras formas do
comportamento humano como a Religião, a Política, o Direito, etc.
O problema da essência do ato moral remete para outro problema muito importante: o
da responsabilidade. É possível falar em comportamento moral somente quando o
sujeito que assim se comporta é responsável pelos seus atos, mas isto pressupõe que
ele pôde fazer o que queria, pôde escolher entre duas ou mais alternativas. O
problema da liberdade da vontade é, por isso, inseparável do da responsabilidade.
Decidir e agir numa situação concreta é um problema prático- moral; investigar o
modo como à responsabilidade moral se relaciona com a liberdade é um problema
teórico, da competência da Ética. Problemas éticos são também o da obrigatoriedade
moral, i.e., o da natureza e dos fundamentos do comportamento moral enquanto
obrigatório, bem como o da realização moral, não só encarado como empreendimento
pessoal, mas também como empreendimento coletivo.
No entanto, só seres humanos, no seu comportamento prático-moral, além de levarem
a cabo determinados atos, julgam ou avaliam esses mesmos atos: formulam juízos de
aprovação ou de reprovação, e sujeitam-se livre e conscientemente a certas normas ou
regras de ação.
Embora só problemas teóricos e só problemas práticos sejam diferentes, não estão
separados por uma barreira intransponível. As soluções que dadas aos problemas
práticos não deixam de influir na colocação e na solução dada só problemas teóricos.
Por outro lado, sós problemas propostos pela Moral prática, vivida, constituem a
matéria de reflexão, ao qual a teoria ética tem de regressar constantemente, para não
se tornar uma especulação estéril, mas sim a teoria de um modo efetivo, real do
comportamento do ser humano.
7. O CAMPO ÉTICO
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seus princípios e as suas normas tenham validade universal, sem ter em conta as
necessidades e sós interesses concretos de outros grupos sociais. Se a Ética ao definir
o que é o bom, se recusa a reduzi-lo àquilo que satisfaz o interesse próprio de uma
determinada pessoa, influirá na prática moral, ao rejeitar um comportamento egoísta
como sendo moralmente válido.
Procurou ver-se na Ética uma disciplina normativa, cuja função principal consistiria
em indicar o tipo específico de comportamento que seria o mais desejável, sob o
ponto de vista moral. Contudo, esta caracterização da Ética como disciplina normativa
pode levar-nos a esquecer do seu carácter reflexivo. A função da Ética é idêntica à de
qualquer outra teoria: explicar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade.
Por outro lado, a realidade moral varia historicamente e, com ela, variam sós seus
princípios e as suas normas: a ambição de formular princípios e normas universais,
deixando de lado a experiência moral histórica, afastaria da teoria a realidade que
pretendia explicar.
A Ética é a teoria, a investigação ou explicação de um tipo de experiência humana, ou
forma de comportamento dos seres humanos, a que chamamos Moral. Aquilo que se
afiram na Ética sobre a natureza ou fundamento das normas morais deve valer para
qualquer sociedade histórica. É isto que assegura o carácter teórico da Ética e evita a
sua redução a uma disciplina normativa ou programática.
O valor da Ética, como teoria, está naquilo que explica e não no facto de prescrever ou
recomendar algo com vista à ação em situações concretas. A Ética diz respeito não ao
ser ou ao fazer, mas sim ao dever ser.
O comportamento moral apresenta-se como uma forma de comportamento humano,
como um facto, e cabe à Ética explicá-lo, tomando a prática moral da humanidade
como objeto da sua reflexão. A Ética é uma explicação daquilo que foi ou é e não uma
simples descrição: não lhe cabe formular juízos de valor sobre a prática moral de
outras sociedades, em nome de uma Moral absoluta e universal, mas deve, antes,
explicar a razão de ser desta pluralidade e das mudanças de Moral – cabe-lhe explicar
o facto de sós seres humanos terem recorrido a diferentes práticas morais, mesmo
opostas entre si.
A ética tem em consideração a existência da história da Moral, toma como ponto de
partida a diversidade de Morais ao longo do tempo, com só seus respectivos valores,
princípios e normas. Como teoria, a Ética não se identifica com sós princípios e
normas de nenhuma Moral em particular.
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A par da explicação das suas diferenças, a Ética deve investigar o princípio que
permita compreendê-las no seu movimento, assim como no seu desenvolvimento.
A Ética trabalha com atos concretos. Estes atos são atos humanos, logo atos de valor,
consideração que não prejudica em nada as exigências de um estudo objetivo e
racional. A Ética estuda uma forma peculiar do comportamento humano que só seres
humanos julgam como valioso e que, além ditto, é obrigatório e irrecusável.
Segundo Fernando Sapatear o saber viver, ou arte de viver, é aquilo a que se chama
8. ÉTICA E A FIOSOFIA
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É através do seu objeto que a Ética se relaciona com as Ciências que estudam as
repasses e sós comportamentos dos seres humanos em sociedade, proporcionando
elementos que contribuem para esclarecer o tipo peculiar de comportamento humano
que é a Moral. São elas: a Psicologia, a Antropologia Social e a Sociologia,
principalmente.
Os agentes morais são as pessoas que fazem parte de uma comunidade. Os seus atos
são morais unicamente se considerados nos seus repasses com só outros. Ainda que o
comportamento moral corresponda à necessidade social de regular as repasses dos
seres humanos numa determinada direção, a atividade moral é vivida interna ou
intimamente pelo sujeito num processo subjetivo – para esta explicação intervém de
forma preciosa a Psicologia. A Psicologia auxilia a Ética quando põe em evidência a
dinâmica e as motivações do comportamento do ser humano, assim como quando
modeliza e estrutura do carácter e da personalidade. Aquela disciplina dá a sua ajuda à
Ética.
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A imagem da vida humana que se nos impõe à consciência reflexiva pode ser
reduzida a duas estruturas fundamentais:
A estrutura empírica – que abrange só elementos a descobrir na experiência simples
(sexo, idade, corpo).
O âmbito em que se constroem só projetos existenciais – dá conta da estrutura moral
que suporta as decisões morais.
Questões que se relacionam com a explicação do fundamento da ação moral:
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A consciência moral não se apresenta unicamente como uma estrutura afetiva, mas
como uma síntese se aspectos íntimos e de aspectos exteriores, ou seja, a partir do
cruzamento dos dados da consciência com aquilo que, do mundo, nos afeta.
O homem recusa a indiferença perante o mundo que o rodeia, assume-se como
participante movido pelo imperativo da realização pessoal, é solicitado a orientar
as suas ações mediante o dinamismo que se traduz num ato emergente da
liberdade. Impõe-se refletir em que consiste a liberdade e no que é um ser livre. É
possível explicar a liberdade humana como sendo resultante de um processo cujas
raízes biológicas determinam a formação de operações cognitivas que, por seu
turno, desenvolvem as condições para o aparecimento de alternativas que a
consciência (reflexiva e voluntária) expressará sob a forma de comportamentos. A
afirmação da liberdade humana apenas terá sentido se se admitir uma concepção
de personalidade em que se reconheça a intervenção estruturante das matrizes
biológica, antropológica e cultural.
No exercício da autodeterminação a vontade humana manifesta-se como uma
predisposição para a escolha de fins, que se descobre em ligação com valores
previamente elaborados pela consciência que, a si mesma, se compromete.
Reconhecendo-se forçosamente determinado a aderir a valores, o ser humano
necessita de estabelecer o critério que servirá de sustentáculo à hierarquia em que
irão rever-se as suas preferências, fundamentar as escolhas que fizer e as ações
que levar a cabo.
É da reflexão livre sobre a vida que surgem os valores. Por isso, a liberdade surge
como o fundamento último da nossa pauta axiológica (dos valores morais).
A finalidade superior da reflexão moral consiste em promover as condições
peculiares para que o ser humano consiga alcançar a felicidade na dignidade.
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Se compararmos uma sociedade com outra que lhe é anterior, podemos estabelecer
uma relação entre as suas Morais respectivas, considerando que uma Moral é mais
avançada, mais elevada, ou mais fecunda do que a de outra sociedade.
Há um progresso moral que não se verifica a margem das mudanças radicais de
carácter social. O Progresso moral não pode dissociar-se da passagem de uma
sociedade para outra.
No entanto, o progresso moral não pode ser reduzido ao progresso histórico, ou
sequer, que o progresso histórico seja por si só, condição para o progresso moral.
Dizemos é que o progresso moral não pode ser concebido independentemente do
progresso social e histórico.
O progresso histórico resulta da atividade produtiva, social e espiritual dos seres
humanos. Nesta atividade, cada pessoa participa como ser consciente, procurando
realizar os seus projetos e as suas intenções.
O progresso histórico não é igual para todos os povos e para todos os seres humanos.
Determinados povos progridem mais do que outros, e numa mesma sociedade nem
todas as pessoas participam do progresso da mesma maneira. Atualmente, vários
povos vivem em patamares muito diferentes da evolução histórica.
Conclusões da relação do progresso moral com o progresso
histórico e social:
•O progresso histórico cria as condições necessárias para o
progresso moral;
•O progresso histórico e social afeta, de uma maneira ou de outra, positiva ou
negativamente, os seres humanos de uma determinada sociedade, sob o ponto de vista
moral.
Embora o progresso histórico crie as condições para o progresso moral, ele não gera,
por si só, qualquer tipo de progresso moral, porque os seres humanos não evoluem
sempre na direção moralmente boa, mas também evolução na direção má. O
progresso histórico e social pode ter consequências positivas ou negativas do ponto de
vista moral. No entanto, apesar das consequências morais do progresso histórico e
social, não podemos julgar moralmente o progresso histórico. O facto de o progresso
histórico não dever ser julgado à luz de categorias morais não significa que, histórica e
objetivamente, não possa registar-se um progresso moral que, tal como o progresso
histórico, não foi até agora o resultado de uma ação planeada, livre e consciente dos
seres humanos.
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A deontologia diz respeito aos deveres, aplicados no estrito exercício de uma profissão;
Todos os agentes educativos (professores, pais, educandos, administradores da
educação e políticos da educação, comunicação social e agente cultural) devem estar
submetidos ao crivo da Deontologia Educacional.
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O principal autor é Lawrence Kohl Berg. A sua teoria defende uma ação educativa
ordenada para o desenvolvimento psicológico adequado. Esta teoria (que se opõe ao
Modelo de Clarificação dos Valores) defende que a educação moral é o processo de
desenvolvimento do raciocínio moral que os sujeitos conseguem alcançar por meio de
discussões sobre dilemas morais, colocados a partir de situações reais, que conduzem
à tomada de decisões sobre o que é justo ou moral, no contexto e que vivem. Por
outro lado, esta teoria afirma que os estímulos ambientais, para o processo de
desenvolvimento moral, são as possibilidades de adopção de papéis que oferece à
pessoa, a atmosfera moral do grupo ou a instituição a que pertence, assim como o
diálogo moral. L. Kohl Berg defende que o diálogo moral deve ser democrático e
participativo. Isto exige uma comunidade justa, i.e., democrática, participativa e
solidária quanto aos deveres, direitos e relações, que se estruturam segundo normas de
equidade.
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Entende-se que a ética dedica-se aos estudos dos valores morais e os princípios do
comportamento humano perante a sociedade, garantindo o bem – estar social do
cidadão. Não poderia haver cidadania se a ética deixasse de ser cumprida. O cidadão
ético é aquele que sabe buscar os seus direitos e os seus benefícios sociais em
conformidade da lei.
A ética deve ser compreendida como crítica reflexiva e responsável pela conduta
humana em todos os setores sociais. Ela é histórica e construída socialmente, tendo
como base referencial as relações humanas coletivas. Segundo SOUZA,
A ética situa-se no campo dos princípios morais e dos valores que orientam os homens
em suas ações, tomando como referência outros indivíduos de determinada sociedade.
Sendo um produto histórico social, a ética ilumina a consciência humana à medida que
“[… sustenta e dirige as ações do homem, norteando a conduta individual e social […] e
define o que é a virtude, o bem ou o mal, o certo ou o errado, permitindo ou proibindo,
para cada cultura e sociedade.” (SOUZA, 1995, p. 187)
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Na medida em que os anos passam, no mundo globalizado, nos países capitalistas e das
tecnologias de ponta, observa-se, com frequência, o rompimento das ações e o
atropelamento à dignidade humana sem nenhum receio ao descumprimento da ética. No
entanto, para que a dignidade seja imposta e a cidadania efetivada, faz-se necessário que
a ética seja buscada, uma vez que ela exige a apregoação do respeito mútuo, da justiça,
da solidariedade e do diálogo. A dimensão da ética favorece a plena formação e
construção do sujeito cidadão permitindo-lhe compreender a sua importância como
membro social.
O cidadão que exerce sua ética, preserva a estreita relação humanizadora em seus
diferentes contextos – econômico, político, social, educacional etc., além de assumir o
caráter da cidadania coletiva. Viabilizar a educação ética é, ao mesmo tempo,
proporcionar aos educandos o combate ao preconceito e a discriminação de vária
naturezas, valorizando o diálogo com os presentes em seu meio social.
Para refletir: Será que poderia criticar-se os outros, uma vez que não age-se com os
princípios éticos ou morais? Segundo o juiz federal Sérgio Moro, “quando se tem a
oportunidade de furtar… não se perde a oportunidade. Como base nos problemas da
Lava Jato ele assegura que os políticos de hoje foram oportunistas no passado e se não
for mudada a estrutura de valores de nossa sociedade com a busca da ética e da moral
como pilares do comportamento, nunca seremos um povo realmente honesto e justo.”
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Contudo, está nitidamente percebível que a ética é algo que se constrói ao longo da
vida. Certas normas que, anteriormente, eram exigidas, atualmente passaram a ser
cumpridas pelo reconhecimento de sua importância, como o exemplo do professor
Cortella: quando o uso do cinto de segurança passou a ser de obrigatoriedade, alguns
motoristas, para atropelar a lei, usavam camisas do Vasco, por apresentarem uma tarja
preta e coincidir com o cinto, para confundir os agentes de trânsito. Hoje ao entrar no
veículo, a primeira coisa que se faz é colocá-lo sem, no entanto, se precaver de multa
mas da própria segurança. Portanto, conclui-se que a ética vai se construindo a partir da
conscientização no dia a dia.
Quando se fala de ética, refere-se a questão exclusivamente humana por que ela
pressupõe, escolha e decisão. Ética tem a ver com liberdade, liberdade reflexiva e
responsável. Ao tomar uma decisão, o indivíduo deve usar do conhecimento que possui
porque o conhecimento tem a ver com a ética. Agir sem pensar nas consequências, é
agir com máscaras cínicas e nessa hora o perigo se avizinha.
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Exercer a ética é algo que requer certo esforço pois tem a ver com a prática da
capacidade e da responsabilidade da pessoa. O conhecimento construído com ética
torna-se muito mais consistente e eficaz além da consolidação de uma sociedade mais
justa.
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para indivíduos isolados. Na verdade tudo o que o indivíduo produz ou realiza, reflete
consequências que podem atingir outras pessoas.
Quando uma pessoa preocupa-se em praticar o bem, fazer o certo e ser justo em suas
ações na própria comunidade, a prática do dever individual e social se consolida. É essa
homogeneidade do trabalho executado que habilita o exercício da cidadania em meio a
classe social que o homem pertence.
Entende-se, portanto, que o principal papel da ética, como ciência, é orientar a conduta
humana e propiciar o regulamento comportamental da vida em sociedade para que essa
possa viver plenamente bem. Em resumo, a ética é também uma ponte estruturante que
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Quando uma pessoa tem condições de pensar sobre seus atos, tanto os do passado
quanto os do presente, ela pode escolher a forma como agir no futuro. Sobre isso
dizemos que a pessoa tem liberdade. Mas os filósofos não chegam a um consenso a
respeito da liberdade humana.
Os pensadores que defendem que o ser humano é sempre livre sabem que
existem determinações externas e internas, fatores sociais e subjetivos, mas a
liberdade de decidir sobre suas escolhas é superior à força dessas determinações. Um
exemplo que poderia ser dado para entendermos essa noção seria a de dois irmãos que
têm a mesma origem social, mas um se torna criminoso e o outro não.
“... Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade.
[…] Não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o
comportamento. Assim, não temos nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio
luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas.
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É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque
não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é
responsável por tudo o que fizer.”**
2) Se é livre para decidir, não há desculpas ou justificativas para as ações do homem.
Ele só age de tal modo quando quer agir assim.
“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem
como circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam
diretamente, legadas e transmitidas pelo passa
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Torna-se necessário que se reflita no sentido de que novas ações sejam realizadas com o
intuito de tornar as pessoas mais sensíveis, mais responsáveis e mais conscientes das
atividades que praticam em qualquer espaço da vida. O individualismo e a ganância
pelo poder vem quebrando valores, burlando regras e eliminando o verdadeiro sentido
da ética e da moral diante da sociedade.
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16. REFERÊNCIAS
SOUZA, Sônia Maria Ribeiro de. Um outro olhar: filosofia. São Paulo: FTD, 1995.
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