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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

Disciplina: Metodologia de Ensino e Aprendizagem da Língua Portuguesa III


Tema: Ensino e Aprendizagem de Português como Língua Segunda: O Caso da
8ªclasse.

Nome: Castigo Benjamim

Curso de licenciatura em ensino de Português

4ºano

2022
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Índice
1. Introdução........................................................................................................................2
1. O processo de ensino........................................................................................................2
1.1. Como acontece a aprendizagem...................................................................................3
2. A aquisição de L2: alguns conceitos.................................................................................4
2.1. Factores Exógenos no Aprendizado de Uma Segunda Língua por Crianças.................5
2.2. Abrangência da área de conhecimento “aquisição de segunda língua”.........................5
2.3. Razões no estudo da aquisição de segunda língua........................................................6
3. Ensino de Português como Língua Segunda.....................................................................6
4. Princípios da aula de Língua Portuguesa..........................................................................8
6. Relacionamento entre professor e aluno...............................................................................9
7. O relacionamento na Escola.................................................................................................9
8. Considerações finais...........................................................................................................10
9. Referências.........................................................................................................................10

1. Introdução

Falar sobre a importância da didática no ensino e aprendizagem tem uma grande relação
com os conceitos que se emprega para os termos “ensinar” e “aprender”. Nesse trabalho
fazemos uma revisão do que é encontrado no livro de José Carlos Libânio“Didática” e
usamos ele como base para levantar e responder questionamentos a cerca da tema. Ser
professor ao contrário do que muitos pregam levando em conta o senso comum, não tem
haver meramente com uma vocação, mas passa por todo um processo onde aquele que
deseja ser educador precisa compreender cada situação da qual ele irá se depara durante
seu trabalho. O ato de ensinar não pode ser percebido como algo mecânico e, portanto
que não necessita de reajustes constantes, a forma de ensinar, os meios utilizados, e a
forma de avaliação devem passar por um processo que permita que a aprendizagem seja
realmente alcançada. Para isso este deve ter plena noção de seu papel como mediador
dos alunos. Assim esse trabalho se justifica por ter a finalidade de colocar os
questionamentos de Libâneo (1994) em contraponto com a atual realidade vivenciada
pelos educadores, mostrando o significado de alguns conceitos e o grande papel que o
professor tem em todo processo.
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1. O processo de ensino

Ensinar é a atividade que tem por finalidade que o outro obtenha o conhecimento. Para
que se tenha um ensino de forma que realmente agregue valor é preciso que o professor
como sendo um transmissor de conhecimentos se utilize de métodos e técnicas
adequadas que tenham base não apenas no contexto geral como o local, assim a
necessidade básica do aluno será encarada como uma ponte para o ensino e não como
um obstáculo. Segundo Libâneo (1994, p. 90) “a relação entre ensino e aprendizagem
não é mecânica, não é uma simples transmissão do professor que ensina para um aluno
que aprende.” Ele mesmo concluiu que é algo bem diferente disso “é uma relação
recíproca na qual se destacam o papel dirigente do professor e a atividade dos alunos.”
Dessa forma podemos perceber que “O ensino visa estimular, dirigir, incentivar,
impulsionar o processo de aprendizagem dos alunos.” Ensinar envolve toda uma
estrutura que tem por finalidade alcançar a aprendizagem do aluno através de conteúdo.
A relação de ensino e aprendizagem não deve ter como base a memorização, por outro
lado os alunos também não devem ser deixados de lado sozinhos procurando uma forma
de aprender o assunto, o professor nesse caso sendo apenas um facilitador (LIBÂNEO,
1994). Segundo Libâneo (1994, p. 91) “O processo de ensino, ao contrario, deve
estabelecer exigências e expectativas que os alunos possam cumprir e, com isso,
mobilizem suas energias. Tem, pois o papel de impulsionar a aprendizagem e, muitas
vezes, a precede.” Para que os alunos possuam um ponto de vista que fuja do empírico e
do senso comum é preciso conteúdos com caráter científico e sistemático, dentre os
diversos pontos que o autor cita, vale destacar que o aluno precisa ter assimilado o
conteúdo anterior antes que um novo seja transmitido. E o professor anos após anos
necessita de um aprimoramento e atualização da matéria que leciona (LIBÂNEO,
1994). Outro fator problema na relação ensino-aprendizagem é a falta de conhecimento
por parte dos alunos com relação ao que está lhe sendo exigido naquela matéria, por isso
é de fundamental importância que o professor deixe claro o que pretende que os alunos
absorvam com o conteúdo que está sendo passado. Somente assim o estudante poderá
ser estimulado ao conteúdo. O ensino tornase efetivado quando existe a assimilação de
conhecimento, por isso Libâneo (1994, p. 159) deixa claro com relação à assimilação de
conhecimento, “a assimilação de conhecimentos não é conseguida se os alunos não
demonstram resultados sólidos e estáveis por um período mais ou menos longo.”
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Portanto o ensino é uma relação onde o professor põe em prática o tripé objetivo,
conteúdo e método e dessa forma obtém a aprendizagem do aluno como resultado.

1.1. Como acontece a aprendizagem

Aprender é o processo de assimilação de qualquer forma de conhecimento, desde o


mais simples onde a criança aprende a manipular os brinquedos, aprende a fazer contas,
lidar com as coisas, nadar, andar de bicicleta etc., até processos mais complexos onde
uma pessoa aprende a escolher uma profissão, lidar com as outras. Dessa forma as
pessoas estão sempre aprendendo (LIBÂNEO, 1994). Para que se possa haver
aprendizagem é necessário que haja todo um processo de assimilação onde o aluno com
a orientação do professor passa a compreender, refletir e aplicar os conhecimentos que
foram obtidos, assim à aprendizagem é observada com a colocação em prática por parte
do aluno dos conhecimentos que foram transmitidos durante uma aula ou atividade.
Para que se possa haver a aprendizagem é preciso um processo de assimilação ativa que
para ser efetivo necessita de atividades práticas em várias modalidades e exercícios, nos
quais se pode verificar a consolidação e aplicação prática de conhecimentos e
habilidades (LIBÂNEO, 1994). É de conhecimento, entretanto, que tal prática não anula
as outras, mas que o processo de assimilação ativo é composto de diversos componentes
como os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas. Outro fator de suma
importância é a motivação que pode acontecer de duas formas distintas, intrínseca e
extrínseca, ela é um fator muito importante para que aconteça a aprendizagem.

A motivação é intrínseca quando se trata de objetivos internos, como a satisfação de


necessidades orgânicas ou sociais, a curiosidade, a aspiração pelo conhecimento; é
extrínseca, quando a ação da criança é estimulada de fora, como as exigências da
escola, a expectativa de benefícios sociais que o estudo pode trazer, a estimulação da
família, do professor ou dos demais colegas. (LIBÂNEO, 1994, p. 88).

Para que a aprendizagem seja efetivada é preciso que o professor organize o conteúdo
de uma maneira a atender as necessidades do aluno para que o aluno descubra suas
possibilidades. Aprender de forma alguma pode ser comparado ou relacionado com a
decoração de conteúdos que em nada acrescenta nos pensamentos e habilidades do
estudante. A aprendizagem é algo que modifica o pensamento, não se trata de uma
estagnação onde os conteúdos em nada influenciam na forma do individuo agir. Para
que se possa haver a aprendizagem o aluno necessita ser estimulado com conteúdos de
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seu alcance, textos que tratem de sua realidade. Somente quando o aluno demonstra
através de ações alguma forma de mudança crítica podemos dizer que realmente existiu
a aprendizagem.

2. A aquisição de L2: alguns conceitos


De forma a clarificar desde já o uso que ao longo deste texto se fará de alguns termos,
começaremos por identificar a Linguística como a perspectiva de estudo na óptica da
qual abordaremos a aquisição de L2. De uma forma simples, podemos definir linguística
como o estudo da linguagem humana. Por seu turno, enquanto faculdade cerebral que
nos permite a aquisição de uma língua particular, a linguagem pode ser encarada como
“um sistema de conhecimentos geneticamente inscritos humana, que a criança traz
a priori para o processo de aquisição de uma língua”2, os quais serão moldados em
função do input linguístico a que a mesma é submetida. O Termo Língua corresponde
assim à concretização desta faculdade da linguagem, traduzida na apropriação de um
sistema linguístico alcançada numa comunidade de falantes, como produto da evolução
histórica e em cuja organização podemos identificar domínios articulados entre si
Qualquer falante adquire, ao longo da sua vida, pelo menos uma língua (a sua Língua
Materna ouL1). Entendemos por Língua Materna a primeira língua aprendida por uma
pessoa na infância, não correspondendo esta necessariamente à língua oficial do país
onde vive, que podemos designar de “língua dominante”.
 A maioria das pessoas adquire ainda uma outra língua, sendo que a sua aquisição pode
dar-se em simultâneo com a L1 (no caso do bilinguismo4) ou numa fase posterior. As
crianças bilingues aprendem o segundo idioma como Segunda Língua (L2) e não como
Língua Estrangeira. A diferença essencial entre os dois conceitos reside no grau de
exposição às duas línguas (uma criança bilingue é exposta, desde os primeiros meses de
vida e ao longo de todo ou grande parte do seu período de aquisição e desenvolvimento
linguístico, a duas línguas, que adquire como línguas maternas), ao passo que uma
Língua Estrangeira é aprendida sob condições formais, geralmente em contexto escolar.
2.1. Factores Exógenos no Aprendizado de Uma Segunda Língua por
Crianças
Serão analisados factores exógenos (externos) que influenciam o aprendizado de uma
segunda língua por crianças. O objectivo é o de compreender como esses factores
determinam, por exemplo, quais práticas pedagógicas devem ser adoptadas para que
haja o aprendizado mais efectivo do segundo idioma. Piaget e seu construtivismo já
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ressaltava a importância da interação para o aprendizado mais efectivo. Segundo ele, o


desenvolvimento ocorria em estágios, que seriam complementares entre si, pois cada
fase significava um processo constante de adaptação, assimilação e equilibração. Outro
autor que defendia a importância da interação para a construção do aprendizado mais
efetivo era Vygotsky (1998). Esse autor defendia o socio interacionismo, uma vez que
para ele o homem era um sujeito histórico-social e seu aprendizado dependia de uma
série de relações ligadas à história do homem e sua construção cultural por meio da
interacção e da linguagem.
Os autores supracitados acreditavam que, para o aprendizado efectivo, era essencial
quehouvesse interacção e, no que diz respeito ao aprendizado de um segundo idioma, a
criança possui a capacidade de adquirir esse idioma por meio da interacção que ocorre n
o ambiente emque está inserida. Ademais, segundo Krashen (1982), quanto mais
propício for o ambiente para oaprendizado, haverá mais input compreensível e mais
aquisição da segunda língua acontecerá.Outro factor de importância na teoria de
Krashen relaciona-se com o nível de filtro afectivo e suainfluência no processo de
aquisição de outro idioma.
2.2. Abrangência da área de conhecimento “aquisição de segunda
língua”
Em uma recente publicação, os experientes pesquisadores Catherine Doughty e Michael
Long (2003, p. 3-4) afirmam que o escopo do campo de conhecimento denominado
“aquisição de segunda língua” é amplo e abarca:
• Conhecimento básico e aplicado sobre a aquisição e perda de segunda, terceira, quarta,
etc., línguas e dialectos tanto por adultos quanto por crianças que se encontram em
ambientes naturais ou institucionais (ou seja, na escola), como indivíduos ou como
grupos em contextos de língua estrangeira, segunda língua, e língua franca;
• Uma variedade de métodos de colecta e análise de dados que incluem a observação
nos contextos de aquisição (naturais ou instrucionais), o uso de designs experimentais
comum alto nível de controlo de variáveis de pesquisa, o desempenho de tarefas em
laboratório, a simulação computacional, o tratamento qualitativo e/ou quantitativo dos
dados;
• Um grupo grande de pesquisadores afiliados a uma variedade de campos
deconhecimento, tais como a linguística, a linguística aplicada, a psicologia cognitiva,
acomunicação, a psicologia educacional, a educação e a antropologia.
2.3. Razões no estudo da aquisição de segunda língua
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Como vimos anteriormente, o bilinguismo e multilinguismo parecem ser a regra, mais


que a excepção, no mundo contemporâneo. O número crescente de bilingues e
multilingues está, em grande parte, relacionado às mudanças políticas, económicas e
sociais que tomaram lugar na segunda metade do século XX tais como o surgimento de
novos Estados, o fim da Guerra Fria, o desenvolvimento de tecnologias da informação e
comunicação, a ampliação da mobilidade
de populações internacionais e a globalização económica e cultural (Inglis, 1996).
 Juntos, estes factores facilitaram o contacto étnico e, com ele, o contacto e diversidade
linguístico-culturais. No mundo actual é cada vez mais comum que crianças sejam
expostas a uma língua em casa e a outra na escola. Em algumas situações, o uso de uma
língua franca é institucionalizado por governos por não ser possível, na visão desses
governos, garantir escolarização nas várias línguas faladas pela comunidade (por
exemplo, em Papua Nova Guiné), de modo que os membros de diferentes comunidades
linguísticas devem aprender a língua oficial. Em outras situações, uma língua é
suprimida ou estigmatizada como resultado de conflitos políticos ouétnicos e outra,
supostamente superior, é forçada e deve ser utilizada (e, portanto, adquirida) pelos
membros da comunidade invadida. Ainda, todos os dias vemos refugiados sendo
recebidosem outros países em função de catástrofes naturais ou, pior, em função da
guerra, da fome e dafalta de empregos. Esses indivíduos são repentinamente desafiados
a adquirir uma língua quelhes permita reconstruir a vida e restabelecer relações sociais.
3. Ensino de Português como Língua Segunda
Os esforços empregues pela escola, pelos professores e também pelo Estado na procura
de mecanismos capazes de responder à diversidade linguística presente hodiernamente
na sala de aula e às novas exigências e desafios que os fatores mencionados supra
espoletaram, não têm resultado nas soluções mais adequadas e eficazes, ficando, na
verdade, por vezes, aquém das expectativas.

Aprender o Português como Língua Segunda (PL2) O contexto de ensino e


aprendizagem do PL2 diz respeito ao objetivo de suprir a necessidade dos aprendentes a
desenvolver as suas competências múltiplas para estabelecer relações significativas com
pessoas de outras línguas e de outras culturas, neste caso, do português. Estas iniciativas
têm sido desenvolvidas nas próprias competências de professores que têm o português
como LE-L2. Ao longo dos tempos, a aquisição da L2 pelos falantes não nativos
poderia ilustrar uma visão predominante através da análise de estruturas sintáticas,
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regras gramaticais. Com base nessa afirmação, segundo Paiva (2005, p. 127), “O ensino
explícito sempre foi o carro-chefe no ensino de línguas e pouca mudança pode ser
observada, mesmo nos dias de hoje, ou seja, muitas das experiências de ensino e
aprendizagem privilegiam o estudo sobre a língua e a manipulação de estruturas
sintáticas”. Portanto, segundo a teoria anterior, devemos clarificar que o ensino da
língua é visto como um sistema de regras e não só como um instrumento de
comunicação, e pode ser visto como meio a desenvolver uma capacidade natural
compartilhada por todos os seres humanos ou aprendentes.

Deste modo, a aquisição de uma língua pode fortalecer a capacidade cognitiva do


indivíduo ao longo da vida, pois aqueles que falam mais de uma língua podem
apresentar habilidades cognitivas acima da média, além disso, as habilidades de escuta e
atenção requeridas no processo de aquisição contribuem inclusive para a própria
aprendizagem, especialmente no caso de crianças e jovens em idade escolar. Entretanto,
sabe-se que é mais fácil aprender uma língua de forma geral antes da puberdade, dado
que está explicado por vários autores como efeitos do período crítico para a aquisição da
linguagem. De acordo com Flores (1013, p. 8) que, “Ao contrário do conhecimento
explícito, o saber armazenado na memória procedimental é inconsciente e implícito,
difícil de verbalizar. Contudo, a capacidade de aprendermos através destes subsistemas
de memória vai-se alterando ao longo da vida (sobretudo devido às mudanças
hormonais do corpo humano)”. Contudo, permanece difícil determinar quando começa e
quando termina o período crítico e, em geral, é um dado que as línguas adquiridas desde
o nascimento, ou em estágios precoces da infância que são dominadas (L1), com esse
período de aquisição de língua, conforme defendem precisamente Freitas e Santos
(2017, p.18), “O processo de aquisição da linguagem pela criança é intrigante para
qualquer adulto que, no convívio direto com uma criança, se apercebe da facilidade e da
rapidez com que a mesma apreende e domina a língua da comunidade a que pertence”.

Ora, segundo a teoria acima referida e no caso de Timor-Leste, as crianças que estão a
aprender a língua tétum na escola, têm essa língua sempre como primeira língua, que
usam diariamente tanto na escola quanto fora da escola. Assim, mais fácil a criança
passa a dominá-la, embora o processo de aquisição de língua primeira (tétum) tenha a
ver originalmente com uma língua materna, mas o estatuto de uma língua pode
ocasionalmente modificar-se. Mediante esta perspetiva e segundo a explicação Bizarro
(2012, p. 118), “O ato de ensinar e aprender uma língua viva, em contexto formal, tem
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sido frequentemente tratado, por diversas maneiras e por diferentes tipos, de aquisição e
aquilo que se ensina e aprende numa sala de aula de línguas (estrangeiras, segundas,
terceiras….) passa, essencialmente, pelo saber, pelo fazer e pelo ser/ tornar-se”.
Portanto, no âmbito do ensino e aquisição de L2 é relevante facilitar a ação pedagógica
do ensinante e do aprendente através da utilização natural da língua-alvo, dado que, os
professores assumem neste aspeto um papel de autorregulação muito importante, mas de
diversas maneiras e de diferentes tipos, para que o seu ensino se torne essencial no
saberfazer do seu aprendente.

4. Princípios da aula de Língua Portuguesa


Na realização da aula é útil ter presente os seguintes princípios:
1. Manter um clima de boa convivência e colaboração dentro da sala de aula.
2. Explicar os conceitos claramente, evitando expressões vagas e usando vocabulário
apropriado.
3. Orientar o diálogo de modo a que os alunos falem cada um na sua vez e ouçam o que
os colegas dizem.
4. Reagir adequadamente às perguntas e respostas dos alunos:
a) Remeter as perguntas dos alunos para outros alunos;

b) Pedir que as respostas dos alunos sejam dadas num tom de voz que permita que toda
a classe ouça;

c) Ter em consideração as respostas dadas pelos alunos, fazendo-as entrar no circuito


normal de comunicação da aula.

d) Dizer, só depois de feita a pergunta, o nome do aluno que se quer que responda,
evitando assim que o resto da classe deixe de estar atenta;

e) Não insistir na mesma pergunta quando se verifique dificuldade em obter resposta.


Neste caso, a pergunta
deve ser feita de outra maneira;

f) Combinar com os alunos um modo de eles pedirem a palavra: levantar a mão, por
exemplo;
5. Impor ritmo apropriado ao trabalho, evitando excessiva perda de tempo.
6. Utilizar actividades e processos variados de modo a manter o interesse dos alunos.
Não fazer aulas só de oralidade, só de leitura, só de gramática ou só de escrita.
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7. Procurar usar e incentivar o uso de formas usuais e correctas, quer na linguagem oral,
quer na linguagem escrita, mantendo, no entanto, uma atitude de compreensão perante o
erro. A correcção de erros permitira ao professor criar novas situações motivadoras de
ensino-aprendizagem, proporcionando aos alunos a compreensão do próprio erro
cometido e o emprego de formas correctas em substituição das incorrectas.
8. Utilizar técnicas de ensino-aprendizagem variadas
6. Relacionamento entre professor e aluno
Um bom relacionamento entre professor e aluno, dentro e fora da aula, e um dos
factores do desenvolvimento completo do jovem. A par de uma aquisição de
conhecimentos, e indispensável que o aluno realize a sua formação como pessoa. O
professor, ao contribuir para esta formação, esta a desempenhar o papel de educador.
Como educador, o professor deve agir da seguinte maneira:
1. Respeitar a maneira de ser de cada aluno e valorizar as suas qualidades;

2. Aceitar as dificuldades de cada aluno e assegurar a realização de actividades que o


ajudem a progredir;
3. Aproveitar cada pequeno sucesso do aluno para desenvolver nele o gosto pelo
trabalho;
4. Criar na aula um ambiente de confiança e de alegria que leve os alunos a participarem
com interesse nas actividades propostas;
5. Propor tarefas de grupo e estimular os alunos a ajudarem-se uns aos outros;
6. Estimular a expressão de ideias pessoais e a autonomia progressiva do aluno.

7. O relacionamento na Escola
Um bom clima relacional na escola implica disciplina. Sem disciplina na escola não há
liberdade, nem segurança, nem aprendizagem.
A disciplina consiste no estabelecimento e observâncias das normas que regulam a
actividade de qualquer grupo. No entanto, disciplina não pode confundir-se com
autoritarismo.
O professor não deve nunca tomar atitudes autoritárias, porque a sua autoridade vem da
sua competência, da sua justifica e do empenhamento que põe no cumprimento dos seus
deveres.

Para que se estabeleça um clima de disciplina, deve dar-se atenção aos seguintes
princípios, entre outros:
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1. Os alunos devem participar na elaborarão das normas, ou conhecer a sua razão de ser,
quando impostas.

Quando as normas são conhecidas e aceites, há grande tendência para proceder de


acordo com as referidas normas. Nesse caso, os próprios alunos reclamam o
cumprimento das normas quando constatam que não estão a ser respeitadas.
2. O professor, tal como os alunos, passa a estar também sujeito as normas adoptadas;
3. O Professor deve apresentar em momentos chave (Inicio do ano, inicio de unidade), e
em diálogo com os alunos, os assuntos que vão ser tratados e as aprendizagens que os
alunos devem realizar;
4. O Professor deve ser muito claro quanto as exigências e características dos vários
trabalhos que os alunos devem realizar.

8. Considerações finais
Podemos notar que o processo de ensino e aprendizagem não é algo simples, ele
engloba diversas medidas que devem ser tomadas ou evitadas para que o aprendizado
do aluno realmente aconteça. É necessário assim, que o professor realize um
planejamento de suas aulas levando em consideração as necessidades dos alunos, a
melhor maneira de aplicar um conteúdo, o melhor método e técnica a ser usada em
determinados momentos. Perceber o contexto social dos alunos também é importante
para que seu conteúdo e exemplos sejam presentes na realidade dos alunos. Cabe ao
educador um bom senso na hora de sua avaliação e atribuição de notas e principalmente
uma fuga da mecanização do ensino.

9. Referências
BARROSO, Betania. Os Caminhos metodológicos. In. A constituição do sujeito de
aprendizagem: uma experiência da aprendizagem situada no Centro de Cultura e
Desenvolvimento do Paranoá

CEDEP/DF. Tese de doutorado (em andamento). Brasilia: UnB, 2015.

LIBÂNEO, J. C. O processo de ensino na escola. São Paulo: Cortez, 1994. P. 77-118

LIBÂNEO, J. C. Os métodos de ensino. São Paulo: Cortez, 1994.

P. 149-176 LIBÂNEO, J. C. A avaliação escolar. São Paulo: Cortez, 1994. P. 195-220


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