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Cilvina Rosário
Felícia Mazula
Helena Eliana Carrau
Norberto Elias
Selemane Abdala
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
Cilvina Rosário
Felícia Mazula
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Norberto Elias
Selemane Abdala
Universidade Rovuma
2023
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Introdução
No ensino da oralidade, para haver compreensão oral, é necessário saber ouvir. Ouvir a
voz é um processo que passa por várias etapas e que é regulado por regras de
organização.
No ensino das línguas, existem métodos que são usados especificamente para a aula de
língua. Tais métodos podem ser: método gramática-tradução, Método directo, método
áudio-oral, audiovisual, abordagem comunicativa, Método analítico-sintético e métodos
activos.
Objectivo Geral
Analisar o processo de Ensino e Aprendizagem da língua portuguesa no Ensino
Básico e os Métodos de Ensino de línguas.
Objectivos Específicos
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019: pg.53) dizem que a oralidade é a
capacidade desenvolvida por homens e mulheres para estabelecer conceitos, ideias e
termos com significados específicos que permitem uma interacção social.
Antes de mais, é necessário reconhecer que trabalhar a oralidade implica ter em conta
determinados mecanismos, presentes tanto na compreensão como na
expressão/produção (Luna, 2016):
Para haver compreensão oral, é necessário saber ouvir. Ouvir a voz é um processo que
passa por várias etapas e que é regulado por regras de organização. Ouvir depende, em
primeiro lugar, da criação de condições para que isso aconteça, com por exemplo a
ausência de "ruídos" ou não sobreposição de voz de dois locutores.
No início do ano lectivo, o professor deve fixar, em conjunto com os alunos, as regras
básicas de comunicação, que devem ser respeitadas por todos. Caberá ao professor
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observar atentamente o cumprimento das regras, para que se mantenha, na sala de aula,
um clima propício a aprendizagem.
Ouvir é uma capacidade que deve ser aprendida (Lugarini, 2003). Existem vários níveis
do ouvir: o distraído ou superficial; o atento (motivado por sentir que é algo útil ou
interessante); o orientado (conhece a finalidade); o criativo; e o crítico (realiza-se
apenas quando se conhece o tema).
O professor deve guiar o aluno do ouvir distraído ao ouvir crítico. O deve então fazer na
sala? Lugarini (2003) considera que o professor deve: apresentar as tarefas de forma
clara e com interesse, procurando ir ao encontro do aluno, dar indicações, antes de
ouvir, sobre o tema e o objectivo, prestar mais atenção ao aluno e verificar se ele
compreende a informação; procurar conhecer o aluno e saber o seu nível de
conhecimentos; construir a ordem lógica das ideias ouvidas; dar as ideias centrais ou
fornecer os exemplos.
Todos esses exercícios têm de ser organizados de um modo atraente e facilitador de uma
participação activa.
a) Ouvir;
b) Dialogar;
c) Trocar informações;
d) Relatar experiências;
e) Narrar histórias, com ou sem apoio visual;
f) Dizer anedotas, adivinhas e formas de expressão tradicionais;
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g) Dizer poemas;
h) Cantar;
i) Fazer jogos orais;
j) Fazer recontos;
k) Fazer descrições;
l) Fazer dramatizações;
m) Comentar textos;
n) Criticar textos;
o) Fazer debates.
As actividades com o oral na sala de aula nos revelam um pouco acerca de como o eixo
da oralidade tem sido materializado nas práticas das professoras dos anos iniciais do
ensino fundamental. No quadro abaixo, apresentamos alguns tipos de actividades que,
segundo as professoras, eram frequentes nas suas aulas:
Tipos de actividades P1 P2 P3 P4 P5 P6
Apresentação de trabalhos X X
Roda de conversa X X X X
Debates X
Exposição de ideias X
O quadro acima permiti que identifiquemos quais actividades com o oral, segundo as
professoras eram mais frequentes em sala de aula, a saber: apresentação de trabalhos
(P1 e P2), leitura em voz alta (P1 e P3), roda de conversa (P1,P2,P3 e P4), debates (P2)
e exposição de ideias (P5). A P6 não fez a qualquer actividade, apenas nos informa que
a oralidade está presente "em todas as actividades realizadas em sala", o que aponta para
o facto de que, em seu fazer pedagógico, o oral parece ser apenas um recurso a serviço
de outros eixos de ensino.
Verificamos que "a roda de conversa" foi o tipo de actividade mais mencionado pelas
professoras. Esse dado nos serviu como um indicador de que o oral é, muita vezes,
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abordado de forma incidental e por meio de actividades pouco controladas, tal como
afirmam Schneuwly, Dolz e Haller (2004). Outras actividades apontadas pelas
professoras foram, "leitura em voz alta" e "apresentação de trabalhos". Entendemos que
a leitura em voz alta ou oralização do texto escrito, como denominal alguns estudiosos,
é uma actividade importante, pois, além de possibilitar que as crianças desenvolvam
fluência da leitura, favorece o desenvolvimento de habilidades importantes para a
expressão oral, sobretudo na realização de alguns géneros, como o poema, o qual evoca
o trabalho com a entonação, a elocução, o gestual e a postura corporal.
Para o desenvolvimento da escuta, as actividades que poderão ser realizadas são muitas
e variadas:
b) Canções;
c) Dramatizações;
d) Recontos de histórias;
e) Histórias ilustradas;
f) Jogos.
O jogo é uma actividade sempre presente na vida da criança, e é desejável que continue
presente na escola, de tal modo que a criança aprenda brincando.
Trazer um jogo ou brincadeira conhecida pelas crianças para a aula de português, para
além de tornar a aprendizagem mais agradável, dá-lhes a oportunidade de usarem um
tipo de língua diferente do habitual as inscrições referentes ao jogo.
Como refere Matos (2001) nos nossos dias o professor é um educador que investiga,
que responde a necessidade e desafios de encontrar respostas e soluções para a sua
pratica profissional, reflectindo sobre o seu desempenho no contexto escolar/sociedade.
Na sua pratica educativa deve ter em conta o que ensinar, como ensinar, quando, onde,
por quê e para quê ensinar, fazendo de ponte para a construção do saber, no seu
contexto cultural e social, aglutinando todas as questões que aparecerem e sistematiza-
las de forma a garantir o domínio de novos conhecimentos por todos os alunos, pois
"quanto mais estimulante for o ambiente linguístico, e quanto mais ricas forem as
vivências experienciais propostas, mais desafios se colocam ao aprendiz de falante e
maiores as possibilidades de desenvolvimento cognitivo, linguístico e emocional" (Sim-
Sim et al, 2008, p.12).
O professor prepara uma imagem a ser trabalhada na sala de aula. Esta pode ser uma
fotografia, um cartaz, uma figura do livro, um ambiente natural, etc. A imagem
preparada pelo professor deverá ser em função do tema da aula e do vocabulário a ser
desenvolvido. Após a apresentação e observação da imagem pelos alunos, o professor
orienta a conversa com a turma; primeiro com a turma toda ou em grupos, e depois,
individualmente, para garantir que nenhum aluno saia da aula sem falar (todo o aluno
deve falar/ praticar), observando as etapas desta técnica.
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1.2.1.Conceito da leitura
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019: pg.147) dizem que a leitura consiste em
decifrar os símbolos da linguagem escrita, para lhes conferir correspondência com os
sons que representam em dar significado às palavras, às frases e ao texto escrito.
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019: pg.95) dizem que “a leitura nas classes
iniciais corresponde à aprendizagem do 1.º ciclo, quando os alunos não conhecem ainda
o conjunto de sinais necessários para o aprendizado da língua a escrita”.
Habilidades auditivas
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019: pg.145) nas classes subsequentes, os
alunos vão expandir gradualmente a complexidade do material de leitura e as
actividades para a sua compreensão.
Com a ajuda do professor, meles vão relacionar o assunto da nova informação com o
que já sabem sobre ele, antes da leitura ou pré-leitura); vão utilizar estratégias para
compreender a informação apresentada durante a leitura e vão pronunciar-se sobre o
texto, oralmente e por escrito, depois da leitura.
Por um lado, a leitura é uma actividade que deve ter em conta o nível de
desenvolvimento físico e mental do aluno, o tipo de estímulos recebidos, tais como o
acesso ao material escrito, a interacção com os falantes da língua de ensino, a audição
ou a exposição aos discursos orais, no contexto escolar, familiar ou social e o interesse
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dos alunos pela leitura. Por outro lado, ela abre as portas para a mobilidade social com a
possibilidade que se tem de aprender ao longo da vida, adquirindo, através da leitura,
outros conhecimentos importantes para a condição humana. E, para que o aluno esteja
motivado para execução desta actividade, o professor deve observar os princípios
seguintes:
Escolher temas que possam fazer o aluno reflectir, tendo em conta o seu nível
de escolaridade e do conhecimento linguístico, a sua natureza e interesse;
Levar os alunos a compreender que é pertinente conhecer as palavras-chave
para o entendimento global de um texto;
Utilizar diferentes tipos de textos, a saber: narrativos, didácticos, informativos,
poéticos, incluindo textos não corridos, como tabelas, gráficos, listas, instruções
e receitas, retirados de diferentes fontes, como manuais, revistas, jornais, guias e
catálogos;
Proporcionar aos alunos frequentes audições de bons modelos de leitura
(noticiários, discursos, leitura do professor, de outros alunos que leiam bem e
gravações);
Criar oportunidades de leituras individuais e partilhadas, discussões e
interpretação;
1.2.5.Tipos de leitura
Leitura silenciosa
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019: pg.149) Sustentam que a leitura silenciosa
é individual, feita em silêncio, mentalmente, sem interferência dos órgãos vocais e sem
mexer os lábios.
Pode ser praticada a partir da 3.ª classe, altura em que os alunos terão alguma fluência
na leitura. Esta modalidade é feita com a finalidade de facilitar a apreensão da
informação ou compreensão da mensagem veiculada no texto, para além de servir como
preparação da leitura oral.
Leitura oral
A leitura oral é feita com a intervenção da voz, por outras palavras, a leitura em voz
alta. É usada para o treino de fluência, ritmo, entoação e dicção. Esta leitura pode ser
individual, coral, dialogada e expressiva.
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Esta leitura efectuada em voz alta, permite que os outros alunos ouçam o que é lido.
Constitui um dos melhores meios de aperfeiçoamento e de avaliação de habilidade de
leitura dos alunos, bem com do desenvolvimento do auto-controlo emocional perante o
auditório, colegas e professor.
Ler em voz alta é útil para as crianças, especialmente quando se trata de algo que prende
a sua atenção que desperta a sua curiosidade e estimula a sua imaginação. Tento melhor
será a leitura quanto mais vezes o aluno ler.
Esta leitura é realizada por todos os alunos ou por pequenos grupos e beneficia os
alunos mais tímidos, por se sentirem enquadrados num grupo. Agrada bastante aos
alunos porque lhes transmite a impressão de uma maior participação no texto. O
professor poderá incentivar os alunos acompanhar a leitura com gestos.
Esta leitura é realizada por todos os alunos ou por pequenos grupos e beneficia os
alunos mais tímidos, por se sentirem enquadrados num grupo. Apesar de constituir um
bom exercício de leitura não devera ser realizado com muita frequência porque não
permite identificar e superar as dificuldades individuas dos alunos.
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019: pg.159) sugerem que para despertar o
gosto pela leitura, o professor deve:
Ser um bom exemplo de leitor para os seus alunos e falar na sala de aulas sobre
livros por si lidos;
Diversificar as actividades de leitura na sala de aulas;
Usar material de leitura acessível ao nível de leitura dos alunos;organizar uma
biblioteca escolar ou da turma, ou mesmo um canto-biblioteca. O professor pode
ter um cesto na sala de aulas para colocar livros, semanalmente para sua turma.
Também pode incentivar os seus alunos para trazerem livros ou revistas de casa
para apetrechar o canto-biblioteca ou trocar entre colegas;
Criar sessões de leitura semanal ou quinzenal, servindo ele ou alguns alunos de
leitor modelo de textos de diferentes obras ou de uma obra inteira;
Realizar jogos de leitura em grupo:
a. um aluno lê um texto e os restantes membros do grupo acompanham
atentamente;
b. o aluno que tiver lido ou um dos alunos que acompanhava a leitura faz
perguntas aos colegas para verificar a compreensão do texto.
1.3.1.Conceito de Vocabulário
No ensino do vocabulário, um dos métodos que pode ser usado para propiciar o
desenvolvimento vocabular e que se deve implementar na sala de aula é o das “paredes
falantes ou interactivas”. Este método consiste em colar, nas paredes da sala de aula,
cartolinas com frases, contendo palavras cujo significado era anteriormente
desconhecido. Assim, a partir de agora, todos vocês são convidados a trazer para as
paredes da sala pelo menos uma palavra nova numa pequena frase para ilustrar o seu
uso e significado.
O estudo do vocabulário deve iniciar com frases e palavras que os alunos já conhecem,
por exemplo: menina, água, perto, longe. Depois, com a participação dos alunos, através
de perguntas, o estudo vai incluindo outras palavras relacionadas com cada uma das
imagens.
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Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019: pg.196) sustentam que para o ensino-
aprendizagem do vocabulário de forma implícita recomendam-se:
actividades como:
Exemplo:
Os alunos realizam a leitura silenciosa ou oral, fazem análise e interpretação textual.
Exemplo:
Para a palavra pântanos, pode-se dizer que a palavra pântanos sugere ou
lembra – peixe, larvas, mosquitos, rãs, sapos, água, girinos…
colocação)
Nas 3.ª e 4.ª classes, podem-se utilizar textos e dicionários como recursos para a
Realização de actividades de aquisição e/ou desenvolvimento do vocabulário.
mais complexa)
Nas 5.ª e 6.ª classes, o ensino do vocabulário deve priorizar o uso de estratégias
indirectas que exijam dos alunos uma reflexão sobre o processo de aprendizagem. O
mesmo deve ser centrado no aluno, em que este aprende, não só os vocábulos, mas que
promova também a reflexão sobre a forma como cada um aprende e canaliza a
importância deste facto no processo de aprendizagem. Pode ser desenvolvido a partir de
organização e realização de:
Então, falar com correcção linguística implica a aplicação prática e consciente desses
princípios, ou seja, deve-se ter em conta os conhecimentos teóricos e práticos dos
princípios a que o funcionamento dessa língua obedece.
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Desta forma, uma aula de reflexão sobre as regras e o funcionamento da língua deve
partir de um contexto comunicativo, o qual pode ser um objecto, um ambiente, uma
imagem ou um texto. Esse contexto deve ser vivido pelos alunos para, em seguida, dele
destacarem-se as frases ou os vocábulos conducentes à dedução da regra, noção ou
conceito pretendido.
Exercícios estruturais, como o próprio nome diz, são exercícios gramaticais sobre uma
determinada estrutura da língua em estudo. A estrutura é a maneira como as partes da
frase se organizam e pode ser constituída por um grupo de palavras ou mesmo por uma
frase. (Tembe, Maxaieie & Matabel 2019: pg.235)
Estrutura constituída por uma frase: Eu vou a pé para a escola; nós vamos de
bicicleta para a escola; O Amade leva o livro à professora; A Fátima vai buscar
o livro da biblioteca; A mãe está a contar uma história; Hoje, ele passou pela
casa do colega; António, vai por aqui.
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019) sustenta que no acto da preparação e
aplicação dos exercícios estruturais, deve-se ter em atenção os princípios que se
seguem:
Para além dos princípios, na preparação e aplicação dos exercícios estruturais, há outras
considerações a ter em conta, nomeadamente:
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019) sustenta que tendo em conta alguns dos
aspectos discutidos acima, a seguir apresentam-se algumas técnicas de ensino da
gramática:
Na sala de aulas, o material concretizador não somente vivifica a sala, mas também
proporciona às crianças uma dimensão motora: trabalho com as mãos na sua
aprendizagem da língua. Algumas estruturas que poderiam beneficiar desta técnica são
os possessivos, quantificadores, demonstrativos, entre outras.
b. Uso de diálogo
O diálogo é uma técnica muito antiga usada para a apresentação e prática de estruturas
gramaticais. Pode ser usado para tempos verbais e advérbios de tempo, entre outros.
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c. Uso de textos
Os textos podem ser usados para extrair ou ilustrar um determinado ponto gramatical,
por exemplo, tempos verbais, construções passivas, preposições, advérbios, etc.
Os mapas e/ou gravuras são úteis para a prática de exercícios estruturais de forma
interactiva, alguns dos quais podem ser de completamento de informação e quebra-
cabeças. Mapas ou gravuras podem ser usadas para o ensino e prática de preposições,
formação de perguntas, imperativos.
No ensino da gramática, o uso de gráficos, quadros ou tabelas é muito útil, pois ajuda a
clarificar relações que, muitas vezes, não são bem visíveis em explicações linguísticas.
Algumas estruturam que se podem ensinar recorrendo-se a esta técnica é os advérbios,
os tempos verbais, entre outras.
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019) diz que o método aconselhável para o
ensino da gramática explícita é a síntese gramatical, que parte da análise e comparação
até à dedução da regra gramatical.
Exemplos:
O João joga à bola.
A professora escreve no quadro.
Exemplo:
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Aos 6/7 anos a criança a tomar consciência da língua pela repetição e pelo uso que faz.
Por isso, entre os 6/7 anos os erros devem ser superados pelo uso repentino de formas
correctas da língua portuguesa nesta idade, o raciocínio desenvolve-se em função da
realidade visível e palpável e não em função de abstracções. A partir dos 8 anos e até
aos 10/12 anos (que é, mais ou menos, a idade dos alunos das 4.ͣ /5.ͣ /6.ͣ e 7.ͣ classes) a
criança revela uma grande curiosidade intelectual e já sente necessidade de explicação
dos fenómenos físicos, de organizar, de forma sistemática, os conhecimentos que vai
adquirindo.
Classes de palavras ;
Flexão dos nomes em género ;
Flexão dos nomes em número ;
Flexão dos verbos em tempo e em pessoa ;
Estrutura de frase em grupo nominal e grupo verbal.
A teoria que embaça que este grupo utiliza o referencial teórico de Chomsky. A teoria
denominada gramática generativa preconiza que há uma forma inata de conhecimento
especifico relacionado á linguagem. Para ele a linguagem apresenta uma base biológica
determinada a aspectos como a fonologia, léxico e gramática são governados por
princípios e parâmetros que são aprendidos a partir da experiencia linguística. Nesta
teoria algumas etapas devem ser seguidas pelas crianças, como por exemplo a marcação
do parâmetro de ordenação frasal característica do português (sujeito-verbo-
complemento).
1.5.1.Conceito de escrita
Segundo Muamed. ( 2019, p.60) diz que, tal como a leitura, o conceito da escrita é
variavel em função dos objectivos e modos em que s processa. Assim, ela deve ser
definida em dois sentidos: ortográfico e de produção textual.
Segundo Muamed (2019: p.60) diz que no sentido ortográfico, escrita é a selecção e
união de sons (letras) reconhecíveis duma língua para formar uma palavra visível.
Este é o conceito que norteia toda a actividade didáctica dos professores nas classes
iniciais. No segundo ciclo da aprendizagem, este conceito começa a ser menos
trabalhado pelos professores. E no ESG, o mesmo é abandonado quase completamente.
Porém, o abandono não significa a sua irrelavância; a sociedade e os próprios
professores passam a controlar a sua efectivação nas tarefas baseadas no outro conceito
da escrita- produção textual.
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Segundo Gomes et al. (1991), escrever é uma actividade psicomotora, a que deve
corresponder uma actividade mental de compreensão do que se escreve e da sua relação
com as situações a que se referem.
Assim, toda a criança deve escrever apenas o que saber ler e o que compreende, pois, de
contrário nada valerá. Tradicionalmente, considerava-se que o ensino da escrita só se
devia iniciar quando a criança já demonstrasse um certo grau de maturidade
relativamente a aptidões psicológicas gerais ( lateralização, motricidade fina,
estruturação espácio-temporal).
Segundo Rodrigues Apud Lopes etal (2014) os alunos em início de idade escolar, para
aprender o sistema alfabético, tomam consciência da estrutura fonológica da língua,
juntamente com a aprendizagem das letras e da existência de unidades fonológicas.
De acordo com Rodrigues Apud Mata (2008, p.49), os ambientes de aprendizagem que
os alunos frequentam devem ser estimulantes e ricos em oportunidades de escrita,
promovendo o seu contacto e exploração. O processo de aprendizagem da escrita
começa a partir do desenvolvimento de duas competências, a distinção de diferentes
códigos escritos e a utilização da escrita:
A maioria das crianças não possui, à entrada na escola, uma competência cognitiva - o
código alfabético sustentado na capacidade de identificar e isolar conscientemente os
sons da oralidade. Deste modo, a responsabilidade do sistema de ensino deve ser,
também, a de promover o desenvolvimento dos aspectos fónicos da língua, o estímulo
da consciência fonológica, e a capacidade de identificar e manipular as unidades do
oral. (Freitas et al., 2007)
É do conhecimento geral que a escola é constituída por alunos que apresentam as mais
diversas particularidades, entre as quais: deficiências motoras, visuais, auditivas,
mentais ou multi-deficiência; aptidões superiores (sobredotados); distúrbios emocionais;
insucesso escolar por privação social ou cultural. (Rodrigues 2017 : pg 21 )
1.5.4.1. A disortografia
Segundo Vidal, (cit. in Torres & Fernández, 2001: pg.76) a disortografia é um conjunto
de erros da escrita que afectam a palavra, mas não o seu traçado ou grafia.
Segundo Pereira ( 2009: pg. 9)a disortografia é uma Perturbação que afecta as aptidões
da escrita e que se traduz por dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da
criança em compor textos escritos.
Segundo Torres e Fernández (2001), o aluno que escreve com disortografia apresenta
numerosos erros ortográficos de natureza muito diversa, demonstra aversão à escrita e
os seus textos são pequenos, de organização pobre e pontuação desadequada.
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1.5.4.2. A disgrafia
De Acordo com Lopes (2010) considera-se que um aluno tem dificuldades ao nível da
caligrafia, quando apresenta erros que prejudicam a sua qualidade (forma, tamanho, …),
a velocidade ou comodidade (postura, pegar, …) da sua escrita manual.
1.5.5.1.A Copia
Segundo Tembe, Maxaieie & Matabel (2019) a cópia é a transcrição de um texto, que
funciona nas condições seguintes:
A cópia deve ser planificada e acompanhada pelo professor, para que os alunos
escrevam correctamente;
O texto deve ter uma temática conhecida e que tenha sido trabalhada antes
nasala de aula;
O texto a ser copiado deve ser de extensão muito pequena;
Pode ser marcada como tarefa de casa, desde que tenha sido preparada na aula.
1.5.5.2.O Ditado
Actividades Propostas:
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Exemplo: listar os tipos de frases, escrever com os alunos alguma conclusão sobre as
situações em que se usam, dar e produzir exemplos…
2.2.Método Gramatica-tradução
O mais tradicional dos métodos não tem, actualmente, muito prestígio e recebe críticas
quanto à sua eficácia. Teve início na Prússia, no final do século XVIII, anterior ao
advento da Linguística Aplicada e foi desenvolvido para escolas secundárias, cujo
objectivo final era a leitura por meio do estudo gramatical a fim de interpretar textos
com a ajuda de um dicionário (Howatt, 1984).
De acordo com Abdullah (2013: pg. 125) “normalmente não há qualquer prática de
audição ou fala, e muito pouca atenção é dada à pronúncia ou quaisquer aspectos
comunicativos da língua. A habilidade exercida é a leitura e apenas no contexto da
tradução.”
Segundo Oliveira (2014) explica que o ensino de gramática tem uma característica bem
específica no método de gramática e tradução:
Uma vez que se percebe que esse método exige pouca habilidade por parte do professor
pois testes de tópicos gramaticais e exercícios de tradução são fáceis de construir e
podem ser também facilmente pontuados, além da questão da “não-necessidade” de um
contexto, focando o aprendizado em nada que vá além da observação da gramática,
tradução ou exercícios limitados entende-se também o motivo pelo qual ele foi, e ainda
é, utilizado. Em alguns casos, esse método pode, com sucesso, levar um aluno ao
conhecimento necessário para a leitura de língua estrangeira.
2.4.Método directo
Na prática, a tradução não era permitida na sala de aula, o professor, em geral nativo do
idioma em questão, não precisava saber a língua mãe dos alunos, o que possibilitava
turmas com discentes de diversas nacionalidades. Não somente a gramática era
trabalhada de forma indutiva, como também as questões culturais envolvidas no idioma
eram abordadas.
Os alunos devem aprender a pensar na língua alvo o mais rápido possível, para que o
vocabulário possa se tornar mais natural. Para tanto, é importante que o léxico
aprendido seja utilizado em frases completas, ou seja, em situações comunicativas, ao
invés da simples memorização de listas de vocabulário, o que facilita a assimilação do
conteúdo. Os erros devem ser corrigidos imediatamente e o professor deve estimular a
auto-correcção por parte dos alunos, já que tal atitude facilita o aprendizado do idioma.
2.5.Método áudio-oral
Também conhecido como o método do Exército, o Método Audio-lingual teve as suas
origens nos Estados Unidos no Programa de Treinamento Tspecializado do Exército,
que envolveu 55 universidades estado-unidenses, que receberam apoio financeiro e
material para intensificarem suas pesquisas a fim de desenvolverem, no menor espaço
de tempo possível, um método eficaz de ensino de línguas estrangeiras (Oliveira: 2014).
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Isso ocorreu porque os Estados Unidos, precisavam de muitos homens para os combates
e o Exército convocava homens que não falavam inglês, a exemplo de latinos e índios.
Não falar inglês representava problemas potenciais para militares e civis responsáveis
pelos serviços de inteligência e para os militares em combate. Os resultados das
pesquisas envolvendo todas aquelas universidades foram a criação do método
audiolingual, também denominado áudiolingualismo ou audiolinguismo, que veio a
dominar o ensino de línguas estrangeiras a partir da década de 1950, sendo usado em
muitos lugares e escolas de idiomas até os dias actuais.
2. 6.Método audiovisual
O método pode ser conceituado como um roteiro geral para a actividade. Situa-se na
linha do pensamento da orientação, indicando as grandes linhas de acção, sem se deter
em operacionalizá-las. Orienta em termos gerais onde se quer chegar. Os métodos,
quanto à actividade, podem ser considerados sob os seguintes aspectos (Schmitz, 1984):
Individual;
Socializado;
Sócio-Individualizado.
Por envolver tanto uma etapa de análise como uma etapa de síntese o método é
denominado de analítico-sintético. Este método provê uma forma segura para
compressão da intenção de um conceito para sua inserção em uma estrutura de
conceitos de um dado domínio.
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➢ No aprendizado activo o foco é o aluno e a forma com que ele vai aprender. Sabendo
disso, é necessário criar uma classificação quanto à forma como estes alunos estarão
envolvidos com o processo de aprendizagem. Propomos duas formas principais de
classificação: aprendizado exclusivo e aprendizado global.
Conclusão
Nas 3.ª e 4.ª classes, podem-se utilizar textos e dicionários como recursos para a
realização de actividades de aquisição e/ou desenvolvimento do vocabulário.
Referência
Abdullah, Sayeh S.(2013). A Contrastive Study of the Grammar Translation and the
Direct Methods of Teaching. 3. ed. International Conference on Business, Economics,
Management and Behavioral Sciences (ICBEMBS'2013) January 26-27, Hong Kong
(China).
Tembe, Cristina R. C. A., Maxaieie, Joana & Matabel, Felícia. (2019). Manual de
Didáctica de Língua Portuguesa – Língua Segunda: Formação de Professores para o
Ensino Primário e Educação de Adultos. Maputo. Associação Progresso
Índice
Introdução..........................................................................................................................3
1.2.1.Conceito da leitura..................................................................................................10
1.2.5.Tipos de leitura.......................................................................................................13
1.3.1.Conceito de Vocabulário........................................................................................15
1.4.2.1.3. Como usar exercícios estruturais para ensinar a gramática de forma implícita
.........................................................................................................................................21
1.5.1.Conceito de escrita.................................................................................................25
1.5.4.1. A disortografia....................................................................................................27
1.5.4.2. A disgrafia..........................................................................................................28
1.5.5.1.A Copia................................................................................................................29
1.5.5.2.O Ditado..............................................................................................................29
2.2.Método Gramatica-tradução......................................................................................32
44
2.4.Método directo...........................................................................................................33
2.5.Método áudio-oral.....................................................................................................34
2. 6.Método audiovisual..................................................................................................35
Conclusão........................................................................................................................39
Referência........................................................................................................................40