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A rápida reflexão realizada tem o propósito de fazer notar que, de facto, uma aula não é um todo
indissociável, mas sim composta de diferentes fases, também designadas por “funções
didácticas”.
Cada etapa ou passo da aula corresponde a uma função didáctica, que é dominante, o que
significa que pode haver o envolvimento das restantes, com o fim de, no conjunto, elas
assegurarem a eficácia da assimilação da matéria. Em cada função didáctica é proposto o tempo
da sua duração, o método dominante, o conjunto de meios e formas de ensino e também as
actividades do professor e do aluno. Assim, as funções didácticas encontram-se interligadas e
fazem parte integrante de uma aula que compreende um sistema , sobressaindo a ideia de que, na
prática docente, elas devem ser usadas de forma integrada, ou seja, numa relação dialéctica entre
todas elas. Por esse facto, enquanto num dado momento o professor realiza uma certa função
didáctica como sendo a predominante, nela integra elementos doutras funções didácticas.
Esquema 2: Sistema das funções didácticas
A. Introdução/motivação
Antes de entrar na sala e iniciar a aula, o professor precisa de se preparar, através de uma
planificação sistemática da aula ou conjunto de aulas.
Como foi referido, a introdução do assunto é a ligação da matéria anterior com a matéria nova.
Constitui, desta forma, a ligação entre as noções que os alunos já possuem em relação à matéria
nova, bem como o estabelecimento de vínculos entre a prática quotidiana e o assunto. É
importante que os alunos tenham amplas oportunidades de expressar as ideias que já possuem,
pois, crianças têm conhecimentos tácitos, dos quais não são necessariamente conscientes, até
que sejam encorajadas a verbalizá-los.
O melhor procedimento para aplicar a introdução é apresentar a matéria como um problema a ser
resolvido. Mediante perguntas, troca de ideias/experiências, colocação de possíveis soluções,
estabelecimento de relações causa-efeito, os problemas relacionados ao tema vão-se
encaminhando para se tornarem também problemas para os alunos na sua vida prática. Com isso,
vão sendo apontados os conhecimentos que é necessário dominar e as actividades de
aprendizagem correspondentes.
O professor fará, então, a colocação didáctica dos objectivos, uma vez que é o estudo da nova
matéria que possibilitará o encontro de soluções. Os objectivos indicam o rumo do trabalho
docente e ajudam os alunos a terem certeza dos resultados a atingir.
O aluno é o agente da própria aprendizagem, isso significa que a cada conteúdo que o professor
pretenda abordar, há sempre um e outro aluno que tenha um conhecimentomínimo sobre o
assunto, e poderá então associar este conhecimento anterior ao novo conhecimento que o
professor irá abordar. É neste contexto que se privilegia a troca de experiência dos alunos e o
estabelecimento de relações de causa-efeito, porque permitem ao aluno associar o conteúdo novo
com os conhecimentos da vida prática e, por sua vez, optimizar esses conhecimentos, ou seja,
usar esses novos conhecimentos com mais solidez ao longo das tarefas com que se deparar ao
longo da vida.
B. Mediação/assimilação
É nesta fase em que os alunos devem ter amplas opoprtunidades de se ocupar e empenhar com a
matéria da aula, de forma activa e colaborativa. A actividade dos alunos (seja individual, aos
pares, ou em grupos) pode ser iniciada ou seguida por uma exposição pelo professor. Desta
forma, os alunos não apenas decoram factos, mas sim adquirem e desenvolvem habilidades e
competências.
C. Domínio/consolidação
Nesta etapa pretende-se conseguir o aprimoramento do novo saber dos alunos, por isso, o
professor deve criar condições de retenção e compreensão da matéria, através de exercícios e
actividades práticas para solicitar a compreensão.
Não é aconselhável apresentar aos alunos muitos conteúdos, sem que tenham a oportunidade de
pôr em prática o que têm aprendido e, muito menos, aproveitar- se do conteúdo aprendido para
as aprendizagens posteriores, através de repetição, sistematização e aplicação. Através da
repetição o professor pode: reafirmar os conhecimentos e capacidades fundamentais; controlar o
nível da situação inicial do aluno; obter uma base para avaliar a cada aluno ou a todo o grupo.
D. Controle/avaliação
Método/
Funções didácticas Tempo Conteúdo/Passo
Organização/Materia
Exploração do tema
Trabalho
Exposição do assunto a
colectivo
explorar
Mediação e assimilação (Exploração do 15 – 20 em pequenos
Experiências ou actividades
tema, situações de descoberta) min. grupos
práticas
por pares
Discussão
individual
Resolução de problemas
Síntese e sistematização do
trabalho