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de trabalhos acadêmicos
Maria Salete Genovez
Uma das grandes reclamações dos professores universitários refere-se à dificuldade que
seus alunos têm de ler e conseqüentemente, de estudar corretamente.
A leitura não é uma atividade simples. Ela implica uma série de atitudes que inclui,
além da decodificação das letras e palavras, atenção, empenho, interpretação,
compreensão, postura crítica.
Segundo Andrade (2003), a leitura pode ter como finalidade a informação , com a
aquisição ou não de conhecimentos (destaca-se que há distinção entre a leitura
informativa, relacionada à cultura geral e a formativa, preocupada com aquisição e/ou
ampliação de conhecimentos); uma outra finalidade é a distração ou entretenimento.
Cervo e Bervian (2002, p. 96) expõem fases cronológica e lógica - ao mesmo tempo -
da leitura informativa que devem "suceder-se uma após a outra e nessa sucessão
temporal o pensamento reflexivo percorre as etapas no termo das quais surge o
conhecimento científico: visão global (sincrética), visão analítica, visão sintética." São
elas:
• a fase da pré-leitura - que permitirá ao estudante uma visão global do assunto a ser
tratado, além de permitir-lhe selecionar documentos que apresentam dados ou
informações importantes que poderão ser aproveitadas na fundamentação teórica de seu
trabalho. A pré-leitura ou leitura de reconhecimento pode ser feita, no caso de livros,
através de um exame prévio da folha de rosto, dos índices, da bibliografia, do prefácio,
da introdução e conclusão. Artigos científicos exigem uma leitura integral para que haja
compreensão do assunto.
• - leitura crítica ou reflexiva - é uma fase de estudos mais profundos que inclui
processos reflexão (aprendizagem) e percepção deliberada dos significados (apreensão).
Envolve operações complexas como: análise, comparação, diferenciação, síntese e
julgamento. Ao estudar um texto passa-se pelas mesmas fases do pensamento reflexivo:
visão global e análise das partes para se chegar à síntese.
• Esse tipo de leitura pressupõe a passagem de uma visão global, difusa do texto para
uma operação de análise. Ela exige do leitor capacidade de identificação das idéias
principais e secundárias e diferenciação entre elas.
" nesta etapa o pesquisador correlaciona afirmações do autor com os problemas que ele
está investigando e para os quais está buscando soluções;
" finalmente, o julgamento do material ocorre em função do "critério verdade". O
pesquisador deve se valer da dúvida metódica, pois uma afirmação sem provas somente
serve domo ponto de referência; tem apenas valor provisório.
Aconselha-se não sublinhar logo na primeira leitura, a não ser que se tenha
conhecimento prévio do assunto. Deve-se ter o cuidado de sublinhar apenas o que é
importante. É bom destacar que as idéias secundárias servem de complemento à idéia
principal, ilustrando-a, completando-a, explicando-a. Se bem utilizada, essa técnica
facilitará a releitura do texto com economia de tempo.
Para melhor fixação da leitura o aluno deve elaborar, a partir das palavras-chave, um
esquema que é um esboço ou radiografia do texto lido. O esquema é um tipo de trabalho
que antecede a elaboração de resumos. Na elaboração do esquema usam-se linhas, setas,
colchetes, chaves e outros símbolos; pode ser construído tanto na linha vertical quanto
na horizontal, conforme preferência do autor.
As leituras realizadas pelo aluno devem ser documentadas em forma de "anotações" que
se forem bem feitas, serão excelente recurso para o aluno nos processos de leitura e
pesquisa. Uma sugestão é usar a técnica de fichamento. Fichar é fazer anotações em
fichas - de papel (encontradas em papelarias, nos mais diversos tamanhos) ou virtuais
que poderão ser digitadas e arquivadas em pastas específicas.
Para que as anotações possam ser utilizadas corretamente e facilitem a vida do aluno, é
importante que toda ficha mencione a referência bibliográfica. (1)
Existem vários tipos de ficha: assunto, transcrição, resumo, esquema, idéias sugeridas.
O aluno deverá utilizar as que melhor se adequarem ao seu trabalho.
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Gestão democrática
GENOVEZ, Maria Salete. Democratização da gestão da escola pública. Gestão em
ação , Salvador, v.7, n.2, p. 197-210, maio/ago.2004.
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Ficha de transcrição
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BASTOS, Cleverson Leite; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender : introdução à
metodologia científica. 17. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, p.60.
"A pesquisa científica é uma investigação metódica acerca de um assunto determinado
com o objetivo de esclarecer aspectos do objeto em estudo. O que poderia diferenciar a
pesquisa de um estudante e de um cientista é basicamente o seu alcance ou grau. A
finalidade das pesquisas em nível de graduação é levar o estudante a refazer caminhos já
percorridos, repensando o mundo."
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Ficha de esquema
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SEVERINO, Antonio Joaquim. Aspectos técnicos da redação. In: Metodologia do
trabalho científico. 22. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2002, p.86-129. Aspectos
técnicos da redação
3 As citações
4 As notas de rodapé
6 A técnica bibliográfica
Um plano bem feito servirá de roteiro para que o aluno não se perca em divagações ou
em discussões desnecessárias que podem comprometer se trabalho.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, M. Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico:
elaboração de trabalhos na graduação. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 10. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2001.
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