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Ancha António Mário Trinta


Ámon Bόris Jaime
Ana Paula Segunda Saidia
Carlos Mendes
Elisa Assane
Eurico Ernesto
Jafina Daudo
Martins Talique
Quido Teodosio
Rajabo Samihana Arige
Rogério Fernando
Sonância ferreira Daniel

História de artes visuais em Moçambique

Didáctica de Educação Visual (métodos, recursos e avaliação)

Curso de Licenciatura em Ensino Básico

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2021
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Ancha António Mário Trinta


Ámon Bόris Jaime
Ana Paula Segunda Saidia
Carlos Mendes
Elisa Assane
Eurico Ernesto
Jafina Daudo
Martins Talique
Quido Teodosio
Rajabo Samihana Arige
Rogério Fernando
Sonância ferreira Daniel

História de artes visuais em Moçambique

Didáctica de Educação Visual (métodos, recursos e avaliação)

Curso de licenciatura em Ensino Básico

Trabalho em grupo de carácter avaliativo a ser


entregue ao docente da cadeira de Didáctica de
Expressão Plástica, leccionado no curso de
licenciatura em Ensino Básico, 3oAno, 2o semestre
sob orientação por: Dr Assane Mineses Antonio
Joaquim Saraiva

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo delgado

2021
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Índice
1. Introdução.............................................................................................................................3

2. Fundamentação teórica.........................................................................................................4

2.1. Arte....................................................................................................................................4

2.2. Arte rupestre......................................................................................................................4

2.3. Arte Moçambicana............................................................................................................4

2.4. Percurso de alguns artistas moçambicanos.......................................................................5

3. Métodos de Ensino de Educação Visual...............................................................................6

3.1. Classificação dos Métodos de Ensino...............................................................................7

3.1.1. Método expositivo.........................................................................................................8

3.1.2. Método de elaboração conjunta.....................................................................................9

3.1.3. Método de resolução dos problemas.............................................................................9

4. Recursos e Meios de expressão plástica.............................................................................12

4.1. Desenho...........................................................................................................................12

4.2. O desenho como registo de observações.........................................................................13

4.3. O desenho como sintetização de informação..................................................................13

5. Critérios de avaliação em expressão plástica......................................................................13

6. Conclusão...........................................................................................................................15

7. Referencias Bibliográficas..................................................................................................16
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1. Introdução
A abordagem às Artes Visuais faz-se através da Expressão Plástica, que desempenham um papel
essencial na consecução dos objectivos da Lei de Bases no ensino básico em Moçambique.
A escola, nas suas múltiplas experiências educativas, deve proporcionar o acesso ao património
cultural e artístico, abrindo perspectivas para a intervenção crítica. Neste contexto, as Artes
Visuais, através da experiência estética e artística, propiciam a criação e a expressão, pela
vivência e fruição deste património, contribuindo para o apuramento da sensibilidade e
constituindo, igualmente uma área de reconhecida importância na formação pessoal em diversas
dimensões cognitiva, afectiva e comunicativa.
Acredita-se que a educação em artes Visuais, num processo contínuo ao longo da vida, tenha
implicações no desenvolvimento estético-visual dos indivíduos, tornando-se condição necessária
para alcançar um nível cultural mais elevado, prevenindo novas formas de iliteracia
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2. Fundamentação teórica

2.1. Arte
Ao longo da história da humanidade, sucederam-se vários estilos artísticos e, a acompanhar,
várias teorias procuram explicar o significado e a finalidade da arte ao longo de séculos, as
técnicas e os materiais de produção artística predominantes em cada época histórica.
Sendo assim, podemos concluir que Arte é a expressão do Homem através de diferentes
manifestações que representam ou interpretam um determinado fenómeno ou situações reais, ou
imaginárias, que incidem na sensibilidade humana (MANJATE, 2010).

2.2. Arte rupestre


Segundo JAMISSE & ZIMBICO (2009), Arte rupestre, pintura rupestre ou ainda gravura
rupestre, são termos dados às mais antigas representações artísticas conhecidas, as mais antigas
datadas do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.) gravadas em abrigos ou cavernas, em suas
paredes e tetos rochosos, ou também em superfícies rochosas ao ar livre, mas em lugares
protegidos, normalmente datando de épocas pré-históricas.

2.3. Arte Moçambicana


De acordo com MANJATE (2010), a necessidade de sobrevivência levou o homem a usar a
inteligência e as suas mãos para transformar a natureza, criando instrumentos de trabalho,
utensílios domésticos, armas e posteriormente criou instrumentos de dança ritual, mascaras,
esculturas e outras [pecas que eram usadas na evocação dos deuses.
Actualmente existe pouca literatura acerca da história da arte moçambicana, apesar da sua
vastidão e riqueza, sendo de destacar as obras que têm, ao longo dos anos, o património artístico
nacional, assim sendo, a pintura, a escultura, a cerâmica e a cestaria são algumas das
manifestações artísticas que integram o universo cultural moçambicano.

Algumas contribuições que cada um de nós pode dar ao nível do património podem ser Acções
de sensibilização sobre o valor do património, ajudando a identificar elementos do nosso
património ainda desconhecidos participando na sua inventariação e em acções de restauro e
conservação.
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Nos últimos tempos, a actuação do Homem, com o aumento do número de indústrias, o


aparecimento de meios de transporte motorizados e a guerra, tem vindo a afectar e a provocar
alterações ou até mesmo a destruir este legado, pondo, desta forma, em perigo o património

2.4. Percurso de alguns artistas moçambicanos


O colonialismo continuava a procurar adaptar-se aos novos tempos. O pensamento imperial
cedeu lugar à Nação pluricontinental e multirracial. Com o objectivo de materializar esta política
e de alargar a base social de apoio, alguns colonizados, vivendo e trabalhando nas cidades e
exercendo as profissões que o colonialismo lhes destinava, foram encorajados pelo governo
colonial a receber lições de arte, a aprender técnicas europeias, a tornar-se artistas.

Jacob Estevão, Elias Estêvão (1937-1960), Vasco Campira (n.1933), Agostinho Mutemba
tiveram aulas com Frederico Ayres, um pintor naturalista que se destacou na pintura de paisagem
e na pintura de história. Realizaram exposições em Moçambique e na metrópole, para dar
visibilidade à acção civilizadora’ exercida, mas o seu trabalho não foi nunca apreciado de forma
independente. Olhados como derivativos e imitativos foi-lhes negada a possibilidade de
explorarem individualmente esta experiência. É de notar a influência que exerceram junto de
jovens do seu tempo para quem o seu exemplo foi decisivo na escolha que, alguns, mais tarde
fizeram embora tenham sido muito poucos os que seguiram o seu género de pintura.
Jacob Estêvão (1933-2008) é quem melhor representa o que acabamos de referir. Agostinho
Mutemba (n. 1937), menos mediatizado, foi capaz de estabelecer uma relação diferente com o
contexto cultural envolvente e prossegue calmamente, ainda hoje, um estilo próprio que tem
apreciadores e seguidores. O seu trabalho, embora escapando a esta percepção dominante, não
escapa à associação com a ideia de uma África que se mantém ‘no passado’.
Malangatana (1936-2011), um outro jovem colonizado que ambicionava ser artista, começou a
desenhar e a pintar nesta mesma época. Preferiu, como me disse, ter lições de arte no Núcleo de
Arte onde ensinava João Ayres, um artista moderno que apreciava, e onde se encontravam
pessoas que admiravam.
Pouco depois, no Núcleo de Arte, conheceu Pancho Guedes. Foi um encontro que mudou a sua
vida e sobre o qual já muito se escreveu. Malangatana abandonará algum tempo depois o Núcleo
de Arte, por conselho do arquitecto, para encontrar um caminho tanto quanto possível livre de
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influências e a sua carreira seguiu, fruto do seu esforço pessoal e de condicionalismos históricos,
um rumo completamente diferente nos anos seguintes.
A sua primeira exposição individual aconteceu em 1961. O seu nome passou a ser associado a
uma expressão moderna ‘puramente’ africana. Foi considerado ‘um dos primeiros pintores de
África’, ‘um pintor natural, autêntico, verdadeiro e sincero’, um pintor em cujo trabalho ‘a
composição e a harmonia de cores aconteciam tão naturalmente como as histórias e as visões’.
Malangatana estava interessado em ‘mostrar as coisas dos antigos pois era possível ser civilizado
sem deixar o que era seu/nosso’.
Na mesma época, um outro jovem, Abdias (n.1940), pintor de automóveis durante o dia, à noite
estudante na Escola Industrial, tinha a mesma ambição que Malangatana. Tal como ele
expressava-se livremente sobre as suas experiências de vida e sobre a situação que se vivia em
Moçambique.
Pancho Guedes seleccionou trabalhos dos dois (e de outros três jovens, Mitine Macie, Augusto
Naftal e Alberto Mati) para a exposição de arte africana contemporânea integrada no Congresso
Internacional de Cultura Africana realizado em Salisbury (actual Harare no Zimbabwe), na então
Rodésia do Sul, em 1962.
Ntaluma: nasceu em Nanhagaia, na província de Cabo Delgado. Em 1992 criou, em Maputo,
juntamente com um grupo de amigos, a “Favana Grupo de Escultores Makondes”. Começa, em
1994, a ensinar a sua arte e, hoje, a sua reputação espalha-se já pelos quatro cantos do globo.

Silva Dunduro: é outro dos grandes pintores de Moçambique, que se detém a retratar os
marginalizados como deficientes, velhos, prostitutas, etc. os seus quadros, de cores vibrantes e de
formas vigorosas, reflectem a sua preocupação com a sociedade moçambicana.

3. Métodos de Ensino de Educação Visual


Métodos de ensino são as acções do professor pelas quais se organizam as actividades do ensino
e dos alunos para atingir objectivos do trabalho do docente em relação a um conteúdo específico.
Eles regulam a forma de interacção entre ensino e aprendizagem, entre o professor e os alunos,
cujo resultado é a assimilação consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das
capacidades cognoscitivas e operativas dos alunos LIBÂNEO (1990).
É de referir que falar dos métodos de ensino de Educação Visual é o mesmo que descrever os
diversos meios à disposição do professor para transmitir a matéria na sala de aulas para atingir
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certos objectivos. É importante considerar a organização e utilização de técnicas de ensino, a


matéria abordada e o material pedagógico para a consecução destes objectivos. Vários factores
determinam a escolha de um método particular. Entre eles estão:
 O assunto ensinado;
 Os objectivos do professor;
 A disponibilidade de materiais pedagógicos e recursos utilizados para a aprendizagem e
uma vontade e capacidade do professor para improvisar se necessário;
 A avaliação e as actividades do Feedback;
 A singularidade de cada aluno;
 O tamanho da sala de aulas.
A escolha e a organização dos métodos de ensino devem corresponder à necessária unidade
objectivos-conteúdos-métodos e formas de organização do ensino e às condições concretas das
situações didácticas. Em primeiro lugar, os métodos de ensino dependem dos objectivos
imediatos da aula:
 Introdução da matéria nova, explicação dos conceitos, desenvolvimento de habilidades,
consolidação de conhecimentos etc.
Em segundo lugar, a escolha e a organização dos métodos dependem dos objectivos específicos e
dos métodos particulares de cada disciplina e dos métodos da sua assimilação. Há uma relação
mútua entre os métodos gerais de ensino-comuns e fundamentais a todas as disciplinas e os
métodos específicos de cada disciplina. Não há método único de ensino, mas uma variedade de
métodos cuja escolha depende dos conteúdos da disciplina, das situações didácticas específicas e
das características socioculturais e de desenvolvimento mental dos alunos.
 Em terceiro lugar, a escolha de métodos implica o conhecimento das características dos
alunos quanto à capacidade de assimilação conforme a idade e nível desenvolvimento
mental e físico e quanto às suas características socioculturais e individuais.
 O uso adequado e eficaz dos métodos de ensino visa assegurar, no processo de
transmissão/ assimilação de conhecimentos e habilidades, a actualização das capacidades
potenciais dos alunos, de modo que adquiram e dominem métodos próprios de aprender.

3.1. Classificação dos Métodos de Ensino


No trabalho do docente, o professor selecciona e organiza vários métodos de ensino e vários
procedimentos didácticos, em função das características de cada matéria. Dentro da concepção
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de ensino, os métodos são considerados em extrair a relação com os métodos de aprendizagem


(ou métodos de assimilação activa), ou seja; os métodos fazem parte do papel de direcção do
processo de ensino por parte do professor tendo em vista a aprendizagem dos alunos.
Neste sentido, o critério da classificação dos métodos de ensino resulta da relação existente entre
ensino e aprendizagem, concretizada pelas actividades do professor e aluno no processo de
aprendizagem. Estes métodos consistem na mediação escolar tendo em vista activar as forcas
mentais dos alunos para a assimilação da matéria LIBANEO (1990:150). Os métodos de Ensino
de Educação Visual classificam se em:

3.1.1. Método expositivo


Neste método, os conhecimentos, habilidades e tarefas, são apresentadas, explicadas ou
demonstradas pelo professor. A actividade do aluno é receptiva embora não necessariamente
passiva. O método expositivo é bastante utilizado em nossas escolas, apesar das críticas que lhe
são feitas, principalmente de não levar em conta o princípio da actividade do aluno.
Entre as formas de exposição, tendo em conta que a disciplina em causa (Educação Visual)
enfatiza a prática educativa, menciona a demonstração, ilustração e a exemplificação. Essas
formas, em geral, podem ser conjugadas, possibilitando o enriquecimento da aula expositiva.
 A demonstração se destina a esclarecer e clarificar alguns aspectos do ensino, de forma
rápida e eficiente. Ela se dá seja através de explicações em um estudo do meio
(excursão), seja a explicação colectiva de um fenómeno por meio de um experimento
simples, uma projecção de slides. Exemplo: (o professor de Educação Visual ao falar dos
sistemas pictográficos, ele deve estar munido de exemplos concretos da matéria em
estudo para que o aluno assimile os conteúdos com facilidade, o aluno deve entrar em
contacto com a realidade pois essas são as exigências da disciplina). A demonstração
pode também ser usada para contextualizar uma experiencia que posteriormente será
reproduzida pelo aluno.
 A Ilustração é uma forma de apresentação gráfica de factos e fenómenos da realidade,
por meio de fotos, gráficos, mapas, esquemas, vídeo arte, gravura, painéis etc., a partir
dos quais o professor enriquece a explicação da matéria. Aqui, como na demonstração é
importante que os alunos desenvolvam a capacidade de concentração e de observação.
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 A Exemplificação ocorre quando o professor faz uma leitura em voz alta, principalmente
nas classes iniciais. Quando o professor fala ou escreve uma palavra para que os alunos
observem e depois repitam.
Entretanto, sendo a aula expositiva um método muito difundido em nossas escolas, torna-se
necessário alterar sobre práticas didacticamente incorrectas tais como: conduzir os alunos a uma
aprendizagem mecânica, fazendo-os apenas memorizar e decorar factos, regras, definições sem
ter garantido uma sólida compreensão do assunto.

3.1.2. Método de elaboração conjunta


A elaboração conjunta é uma forma de interacção activa entre o professor e o aluno visando a
obtenção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem como a fixação e a
consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos. Este método, aplica-se em vários
momentos do desenvolvimento da unidade temática, seja na fase inicial da introdução e
preparação do estudo do conteúdo, seja no decorrer da fase de organização e sistematização, seja
ainda na fase de fixação, consolidação e aplicação.

A forma mais típica do método de elaboração conjunta é a conversação didáctica. Às vezes


denomina se, também, aula dialogada. Não consiste meramente em respostas dos alunos às
perguntas do professor, numa conversa “fechada” em que os alunos pensem e falem o que o
professor já pensou e falou como uma aula de (catecismo). A conversação didáctica é “aberta” e
o resultado que dela decorre supõe a contribuição conjunta dos alunos e do professor.
A conversação didáctica atinge os seus objectivos quando os temas da matéria se tornam
activamente do pensamento dos alunos e meios de desenvolvimento das suas capacidades
mentais. A conversação tem um grande valor didáctico, pois desenvolve nos alunos habilidades
de expressar opiniões fundamentadas, e verbalizar as suas experiencias de discutir, argumentar e
refutar as opiniões dos outros.

3.1.3. Método de resolução dos problemas


Uma das formas acessíveis de proporcionar aos alunos que a prendam a assimilar é a utilização
de resolução de problemas como sendo metodologia de ensino.
“O método de resolução de problemas baseia-se na apresentação de situações
abertas e sugestivas que exijam dos alunos uma atitude activa ou esforços para
buscar suas próprias respostas, seu próprio conhecimento. O ensino baseado na
solução de problemas pressupõe promover nos alunos o domínio de
procedimentos, assim como a utilização de conhecimentos disponíveis, para dar
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resposta a situações variáveis e diferentes” (PAZO & ECHEVERRIA, 1988, p.


09).

Sendo a Educação Visual uma área de saber que se situa no “interface” da comunicação e da
cultura dos indivíduos tornando-se necessária à organização de situações de aprendizagem,
formais e não formais, para a apreensão dos elementos disponíveis no Universo Visual.
O método de resolução de problemas, como metodologia para a Educação Visual, tem
propiciado a valorização de soluções utilitárias imediatas, negligenciando-se, por vezes, a
dimensão estética das propostas. Apesar da importância desta metodologia fundamentada em
diferentes momentos de decisão, pesquisa, experimentação e realização, destaca-se, neste
contexto, a actividade estética nas Artes Visuais como constitutiva do conhecimento do Universo
Visual, relacionando a percepção estética com a produção de objectos plásticos.
Os diferentes conteúdos a desenvolver na Educação Visual não pressupõe uma abordagem
sequencial daí que, o professore devem implementar dinâmicas pedagógicas de acordo com a
realidade da comunidade em que se inserem com o projecto educativo da escola e com as
características dos alunos.
Este método ajuda os alunos a desenvolver sua capacidade de aprender, habituando-os a
determinar por si próprias respostas às questões que os inquietam, sejam elas questões escolares,
ou da vida quotidiana ao invés de esperar uma resposta já pronta dada pelo professor ou pelo
livro, texto.
No que se refere ao ensinar a resolver problemas PAZO & ECHEVERRIA acrescentam que não
é suficiente

“dotar os alunos de habilidades e estratégias eficazes”, mas faz-se necessário


“criar neles o hábito e atitude de enfrentar a aprendizagem como um problema
para o qual deve ser encontrada uma resposta” (PAZO & ECHEVERRIA, 1988,
p. 14).

Porem não basta apenas ensinar a resolver problemas, mas incentivar que o aluno também
proponha situações/problema partindo da realidade que o cerca, que mereçam dedicação ao
estudo.
Para que uma determinada situação seja considerada problema, deverá implicar em um processo
de reflexão, de tomada de decisões quanto ao a caminho a ser utilizado para a sua resolução,
onde automatismos não permitam a sua solução automaticamente.
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É importante a participação do aluno na determinação de situações/problema pois o que é


desconhecido para alguns pode ser resolvido muito rapidamente por outros. O problema deverá
ser uma situação diferente de que já se tenha trabalhado, mas que se utilize de técnicas e
estratégias já aprendidas para a sua solução.
Quando a pratica nos proporcionar a solução directa e eficaz para a resolução de um problema,
escolar ou pessoal, acabaremos aplicando essa solução rotineiramente, e a tarefa servira,
simplesmente, para exercitar, habilidades já adquiridas (PAZO & ECHEVERRIA, 1998, p. 17).
A resolução de problemas tem grande poder motivador para o aluno, pois envolve situações
novas e diferentes atitudes e conhecimentos. Quando o professor adopta esta metodologia, o seu
papel será de incentivador, facilitador, mediador das ideias apresentadas pelos alunos, de modo
que estas sejam produtivas, levando os alunos a passarem e a gerarem seus próprios
conhecimentos.
O professor deve criar um ambiente de cooperação, de busca, de exploração e descoberta
deixando claro que o mais importante é o processo e não o tempo gasto para resolvê-lo ou a
resposta final.

Dado um problema para ser resolvido em grupo ou individualmente, é importante que o


professor:
 Permita a leitura e compreensão do mesmo;
 Proporcionar a discussão entre os alunos para que todos entendam o que se busca no
problema;
 Não responda directamente as perguntas feitas durante o trabalho e sim incentive-os com
novos questionamentos, ideias e dicas;
 Após a determinação da solução pelos alunos, discuta os diferentes caminhos de
resolução, incentivado para soluções variadas-também discuta soluções erróneas;
 Estimule a verificação.
DANTE (1988) sugere que sejam apresentadas diferentes estratégias para a resolução de
problemas de modo que o aluno possa diversificar a sua acção. São elas:
 Tentativa e erro organizada;
 Procurar padrões ou generalizações;
 Resolver antes o problema mas simples;
 Reduzir a unidade.
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Sendo assim, o professor deve propor situações/problema que possibilitem a produção de


conhecimento, onde o aluno deve participar activamente compartilhando resultados, analisando
reflexões e respostas.

4. Recursos e Meios de expressão plástica


ROCHA (1999), A utilização dos diferentes meios de expressão deve ser implementada, nos três
ciclos do ensino básico, em função das competências e dos projectos pedagógicos das escolas.
Propõem-se como áreas dominantes, o desenho, as explorações plásticas bidimensionais e
tridimensionais e as tecnologias da imagem.
Os exercícios das tecnologias da expressão plástica poderão ser implementados de acordo com
alguns princípios:
A exploração plástica deve ser adequada ao nível de desenvolvimento de cada aluno como um
meio fundamental para o entendimento estrutural do universo visual envolvente, nos domínios
das formas naturais e dos objectos construídos pelo homem;
A experimentação de diversas tecnologias proporcionará ao aluno o domínio de materiais e
instrumentos adequados às suas necessidades;
Sempre que se proporcionar, sugerem-se diálogos baseados na análise das características
formais, temáticas e estilísticas das diversas obras da cultura artística portuguesa. Neste âmbito
poder-se-á adoptar o estudo das obras do século XX, como o ponto de partida para se estabelecer
relações com manifestações similares de outras épocas e culturas.

4.1. Desenho
A realização de exercícios de desenho, explorando a capacidade expressiva e a adequada
manipulação dos suportes e instrumentos, terá em conta a aplicação e a prática, de acordo com as
seguintes vertentes:
O desenho como uma atitude expressiva deixa perceber modos de ver, sentir e ser.
Será necessário haver uma aproximação à obra de arte, tanto através de meios audiovisuais como
de visitas a museus, galerias de arte e núcleos históricos, familiarizando o aluno com os
processos estéticos e físicos que levaram à construção das obras. Dever-se-á experimentar,
comunicar sensações, emoções, interpretações através da utilização dos instrumentos e dos meios
que melhor se adeqúem à capacidade expressiva do aluno;
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O desenho como uma metodologia para a invenção de formas provenientes de pensamentos,


ideias e utopias.
Devem ser utilizados, sobre diferentes suportes, materiais riscadores tais como o lápis, a
esferográfica e a caneta, na realização de esboços, de registos rápidos, de guiões visuais e de
outras experimentações. Podem ser referidos como exemplos desta atitude os primeiros
desenhos, aqueles que correspondem ainda a especulações formais, utilizados pelos criadores
(arquitectos, designers, artistas plásticos) na procura de soluções para o que se deseje construir;

4.2. O desenho como registo de observações.


A apresentação de desenhos científicos e de registos de viagem orientarão pesquisas e descrições
gráficas, cromáticas e texturais, de lugares, formas ou temas em estudo O desenho como
instrumento para a construção rigorosa de formas.
A apresentação de projectos de arquitectura, de design e de engenharia, permitirá aos alunos a
aprendizagem da leitura de mapas, plantas, cortes, alçados e noções de ergonomia e
antropometria.
Permitirá a utilização de instrumentos de rigor e a aplicação de algumas convenções como o
desenho cotado e as escalas;

4.3. O desenho como sintetização de informação.


A observação de organogramas, esquemas, gráficos, diagramas contribui para a estruturação
espacio-temporal de ideias.

5. Critérios de avaliação em expressão plástica


 Identificar, descobrir e representar o meio ambiente, utilizando selectivamente a
expressividade dos elementos básicos da linguagem visual e sua sintaxe, sendo capaz de
explicar as suas decisões com um vocabulário adequado;
 Utilizar os procedimentos em duas ou três dimensões segundo as suas diferentes funções
e características empregando diferentes técnicas;
 Identificar, valorizar e ter uma consciência crítica das imagens e dos objectos e
compreender os propósitos das artes visuais da nossa ou de outras culturas através dos
significados sociais que possuem;
 Sugerir significados, contar histórias e realizar afirmações sobre as suas próprias obras
criativas;
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 Levar a cabo um projecto artístico de forma individual ou em equipa, investigando


caminhos diferentes e sabendo planificar e organizar o dito projecto;
 Conhecer e distinguir estilos e movimentos artísticos, identificando as obras mais
significativas com os seus autores;
 Utilizar estratégias de compreensão leitora nas mensagens transmitidas por diferentes
textos;
 Distinguir os aspectos comuns e diferentes entre os processos criativos que realizam na
aula e os que utilizam os artistas e profissionais do mundo da imagem;
 Manusear adequadamente as tecnologias da informação e da comunicação como meio de
informação, investigação e criação de actividades sensíveis;
 Seleccionar e utilizar os materiais, utensílios e suportes adequados.
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6. Conclusão
A Educação Visual constitui-se como uma área de saber que se situa no interface da
comunicação e da cultura dos indivíduos tornando-se necessária à organização de situações de
aprendizagem, formais e não formais, para a apreensão dos elementos disponíveis no Universo
Visual. Desenvolver o poder de discriminação em relação às formas e cores, sentir a composição
de uma obra, tornar-se capaz de identificar, de analisar criticamente o que está representado e de
agir plasticamente são modos de estruturar os pensamentos inerentes à intencionalidade da
Educação Visual como educação do olhar e do ver.
A compreensão do património artístico e cultural envolve a percepção estética como resposta às
qualidades formais num sistema artístico ou simbólico determinado. Estas qualidades promovem
modos de expressão que incluem concepções dos artistas e envolvem a sensibilidade daqueles
que as procuram.
Outrossim é de referirmos também que estes métodos ajudam os alunos a desenvolver sua
capacidade de aprender, seja em conjunto assim como individualmente, é através destes métodos
que o aluno aprende a solucionar seus problemas quer na escola assim como na sociedade. A
solução de problemas pressupõe promover nos alunos o domínio de procedimentos, assim como
a utilização de conhecimentos disponíveis, para dar resposta a situações variáveis e diferentes.
Dai que o professor deve criar um ambiente de cooperação, de busca, de exploração e descoberta
deixando claro que o mais importante é o processo e não o tempo gasto para resolvê-lo ou a
resposta final.
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7. Referencias Bibliográficas
DANTE, Luiz Roberto. Criatividade e resolução de problemas na prática educativa Rio Claro:
Instituto de Geociências e Ciências Exactas, Tese de Livre Docência, 1988.
LIBÂNEO, J.C. Didáctica, cortez editora. São Paulo, 1990 S/P.
JAMISSE, Elídio Gabriel & ZIMBICO, Octávio José. Educação Visual Para Todos. 8ª Classe. 1ª
Ed, DINAME. 2009.
MANJATE, Ranjel et al. EV11 – Educação visual 11a classe. Textos editores.2010.pp. (4-23.)

MARCONI, M & LAKATOS, M. Técnicas de pesquisa. 2ª Ed. São Paulo, Atlas. 1990.
MOREIRA, M. A e MANSINI, E. S. Aprendizagem significativa: a teoria de David
Ausubel. São Paulo: Morais, 1982.
PAZO e ECHEVERRIA, Aprendizagem significativa. In Penteado, W.M.A (org) Psicologia e
ensino. São Paulo: Pape livros, 1988.
PAZO & ECHEVERRIA, Resolução de problemas: observações a partir do Desempenho dos
alunos, 1998.
ROCHA.M, Educação em Arte: Conceitos e Fundamentos. Informar, 1999.

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