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indice
1. Introducao.......................................................................................................................2
1. Didactica geral................................................................................................................3
1.1 Didática Específica.....................................................................................................3
1.3. Objectivo da didactica................................................................................................6
1.4. Objecto de didactica........................................................................................................7
1.5. Sujeito...............................................................................................................................8
2. As perspectivas multidimensional da didactica da Historia........................................8
3. a relacao entre didactica e educacao...................................................................................10
4.objectivos e trabalho docente..............................................................................................11
DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO......................................................................................12
5. O papel do planeamento na prática docente.......................................................................13
6. principais problemas e ensino de hoje................................................................................15
6. 1. Valores e práticas da Revolução Industrial.....................................................................15
6.2. Falta de autonomia..........................................................................................................15
6.3. Aprendizagem não autêntica.........................................................................................16
6.4. A padronização do conhecimento..................................................................................16
6.5. As diferenças na aprendizagem.......................................................................................17
6.6. Aula monólogo................................................................................................................17
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................18
8. REFERÊNCIAS.................................................................................................................19
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1. Introducao

Nesta cadeira iremos resolver exercicios sobre a Didática consiste na análise e


desenvolvimento de técnicas e métodos que podem ser utilizados para ensinar
determinado conteúdo para um indivíduo ou um grupo. A didática faz parte da
ciência pedagógica, sendo responsável por estudar os processos de aprendizagem e
ensino.

Os professores e instrutores utilizam a didática como meio para aplicar modelos de


abordagens que possibilitam o aprendizado dos seus alunos. Em suma, a didática é o
modo como o professor ensina determinado conteúdo para os discentes, garantindo,
através de estratégias, a construção do conhecimento.e tambem abordamos da relacao
entre didactica e educacao as duas estão diretamente relacionadas.
A Pedagogia é uma ciência que se encarrega de promover a Educação
(ensino/aprendizagem).
A Didática é o meio desenvolvido pela Pedagogia pra isso, ou seja, são técnicas para
que haja ensino/aprendizagem; a Educação é o processo do qual a Pedagogia se
encarrega, através da Didática e objectivo de trabalho docente, planeamento na
actividade docente e principais problemas de educacao de hoje
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1. Didactica geral

Com origem etimológica no termo grego “didaktiké”, a noção de didática se refere ao


que é válido ou adequado para instruir ou ensinar. O conceito também pode fazer
menção aquilo cujo objectivo é ensinar.

Geral, por sua vez, é um termo com vários usos. Como adjectivo, refere-se ao que é
comum, abrangente, habitual ou universal.

A ideia de didática geral, nesse contexto, está ligada à disciplina que se concentra na
análise de métodos e técnicas de ensino. Seu objeto de estudo são todos os elementos
que fazem parte do processo de instrução e aprendizado.
Pode dizer-se que a didática geral é um ramo da pedagogia dedicado à busca e
desenvolvimento de procedimentos adequados para otimizar a qualidade do ensino.
Dessa forma, favorece a transmissão de conhecimento aos alunos.

Através da didática geral, várias perspectivas são estudadas para que as teorias
pedagógicas possam ser aplicadas, para que os professores tenham a possibilidade de
escolher e desenvolver os conteúdos que serão responsáveis por transmitir aos alunos.
Pode dizer-se que a didática geral apoia o plano de aprendizado e o método de ensino.
É importante ter em conta que educadores (professores) e educandos (alunos) intervêm
no processo didático, interagindo em uma estrutura específica (o estabelecimento
educacional inserido em uma determinada comunidade). Os educadores, de acordo com
o plano de estudo, devem ensinar o conteúdo de acordo com uma metodologia para
atingir um objetivo. Todos esses fatores são considerados pela didática geral

1.1 Didática Específica

As didáticas específicas têm sido também chamadas de Metodologias de Ensino


(Gatti, 2008) ou apenas Metodologias; geralmente chamadas e atreladas também,
à Práticas de Ensino, para diferenciar das horas e atividades relacionadas ao
Estágio Curricular. As Didáticas Específicas são indispensáveis à formação inicial de
professores. Está no bojo desta discussão, também, como apontado por Libâneo (2008)
a consideração de que uma e outra são uma só Didática e que, referir-se a uma
Didática Geral, soaria um pouco desconcertante o que gera, sem dúvida, a atual
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fragmentação entre estas Didáticas Específicas, e, estas últimas, advogando


“independência” da Pedagogia, assegurando, muitas vezes, uma “supremacia” de
“especialidade”disciplinar, conteudistica, o que, evidentemente, tem permitido, por um
lado, o avanço de Didáticas que suprimem as bases fundamentais, transformando-se em
“receitas” de práticas, seguindo as áreas específicas, onde estas Didáticas são
produzidas, com grande destaque à área de Ensino de Ciências e Matemática.
Libâneo (2008), contudo, no mesmo texto, organiza uma pequena diferenciação
entre a Didática Geral das Didáticas Específicas, a primeira representada pela
Pedagogia e colocada em aprofundado estudo por pedagogos(as) e as Específicas,
quase frequentemente, representada pelas áreas específicas do conhecimento, que
acabam atribuindo a si um certo grau de “pureza” e “verdade”, mas que também
“abrigam”, mas com certa, resistência e preconceito, pedagogos e pedagogas.
Precisa-se concordar com o autor que é urgente se romper com esta fragmentação, e
que, tanto os representantes pedagogos(as), no lado da Didática Geral, quanto os
representantes das especialidades em relação às Didáticas Específicas possuem
elementos de articulação e complementação referentes aos processos de ensino-
aprendizagem, como também de produção de conhecimento, tanto na Pedagogia
quanto nas demais áreas do conhecimentos, em suas especificidades voltadas ao
currículo escolar, por exemplo, Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia,
etc. Mas não somente estas grandes áreas, mas também é preciso considerar a Educação
Ambiental, a Educação Sexual, a Educação em Direitos Humanos, enfim.
Essa tarefa de articulação e complementação talvez permita um avanço em se retomar
a Didática Geral como área do conhecimento dentro da Pedagogia, sobretudo,
dado que, segundo Libâneo (2008) as Didáticas Específicas tomaram um
posicionamento que tem custado caro às licenciaturas: a supressão da Didática na
formação dos professores comoconstatam as pesquisas de Selma Pimenta, Alda
Junqueira, o próprio José Carlos Libâneo, Luciana Giovanni e tantos outros autores(as).
Seguindo esta mesma concepção, Santos e Costa (2013) afirmam que A Didática e as
Didáticas Específicas como campo de confluência tendem a uma proposta singular –
a de transpor barreiras das áreas das disciplinas para além das “segmentações” [tão
denunciadas e já compreendidas], para trazer configuração à epistemologia Didática no
que tange a uma especificidade inovadora, desafiadora para novos estudos que possam
contribuir para a formação de professores em prol do crescimento educacional das
instituições e de toda comunidade acadêmica (SANTOS; COSTA, 2013, p.28).
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E, sem dúvida alguma, as áreas de ensino de ciências e de educação física são as áreas
que mais têm produzido sobre suas respectivas Didáticas Específicas, com a construção
de um corpus teórico próprio de estudiosos e docentes das áreas de Matemática, Física e
Química, principalmente.

Portanto, esta seção pretende aprofundar as leituras sobre esta possível articulação
da Didática Geral com as Didáticas Específicas, definindo uma epistemologia
abrangente que assegure as especificidades, mas que não reproduza a
fragmentação.

1.2 . Didactica de historia


Desde muito tempo vários professores de História se preocupam em tornar a sua
disciplina interessante e relevante para alunos que aparecem ao longo de sua carreira.
Não raro, reclamam da resistência que muitos dos alunos têm em participar
efetivamente das aulas. Resistência essa que passa pela incompreensão em lidar com um
área do conhecimento ligada ao passado, ligada a tempos distantes à realidade
vivenciada por esse mesmo aluno de ensino primario, médio ou superior.

Muitas vezes, frustrados com tal dificuldade, os professores passam a creditar tal
situação à sua incapacidade de aplicar técnicas que possam tornar suas aulas mais
atraentes. Não raro, buscam na Didática uma forma de acumularem um conjunto de
habilidades, procedimentos e técnicas capaz de reverter tal problema. Contudo, isso nos
traz uma importante questão: dar uma boa aula de História consiste apenas no acúmulo
desses procedimentos a serem oferecidos pela Didática?

Visando responder a essa questão, notamos que o espaço da Didática esteve pouco
prestigiada no meio acadêmico. Por muito tempo, especialmente a partir do século XIX,
a Didática deixou de ocupar as preocupações daqueles que produziram o conhecimento
histórico. Nesse meio tempo, como muito bem salientou Jorn Rüsen, a Ciência da
História se centrou no desenvolvimento das questões inerentes ao processo de
investigação do passado. Tal escolha, por sua vez, alimentou uma separação entre o
âmbito da pesquisa em História e do ensino de História.

Como resultado, percebemos que a Didática ficou visivelmente desprestigiada nos


programas de pós-graduação e nas grades curriculares de História. Dificilmente
tínhamos à disposição a existência de historiadores amplamente capacitados para
pesquisar e ensinar no campo da Didática. Chegamos até o ponto de questionar se a
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Didática e o Ensino de História não seriam matérias melhores tratadas pela Pedagogia.
Sendo assim, alcançaríamos a estranha situação em que a transmissão do saber histórico
não seria uma preocupação daqueles que escrevem a História.

Felizmente, nas últimas três décadas, observamos uma renovação da Didática. Neste
novo olhar, surgiram historiadores preocupados com a transmissão do conhecimento
histórico extrapolando a antiga ideia de que a Didática da História só tem a ver com a
História transmitida. Partindo da contribuição de autores como Klaus Bergmann, Jorn
Rüsen, Isabel Barca, Maria Auxiliadora Schmidt, vemos que a Didática retorna ao seu
lugar como questão de séria preocupação por parte dos historiadores.

De tal forma, mesmo ainda sendo muitos os desafios, a Didática passa a ser bem mais
do que uma disciplina comprometida com o desenvolvimento apenas de técnicas de
ensino. Ela também trata de como a História é repassada em espaços sociais que
extrapolam os limites da escola. Investiga como o passado é usado como referência na
constituição de identidades, discursos políticos e representações que penetram diferentes
âmbitos da sociedade.

Sendo assim, longe de ser um interesse menor, a Didática passa a retomar um lugar que
há muito tempo orientava a produção do saber histórico. Afinal, não podemos acreditar
que o conhecimento sobre o passado se faz necessário pela sua mera existência. Na
medida em que o passado é investigado, somos impelidos por demandas do presente e
pelo fundamental interesse de transmitir, da melhor forma possível, esse saber capaz de
orientar o presente e permitir novas projeções sobre o porvir.

1.3. Objectivo da didactica

São metas que se deseja alcançar, para isso usa-se de diversos meios para se chegar ao
esperado. Os objetivos educacionais expressam propósitos definidos, pois o professor
quando vai ministrar a aula já vai com os objetivos definidos. Eles têm por finalidade,
preparar o docente para determinar o que se requer com o processo de ensino, isto é
prepará-lo para estabelecer quais as metas a serem alcançadas, eles constituem uma
ação intencional e sistemática.

Os objetivos são exigências que requerem do professor um posicionamento reflexivo,


que o leve a questionamentos sobre a sua própria prática, sobre os conteúdos os
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materiais e os métodos pelos quais as práticas educativas se concretizam. Ao elaborar


um plano de aula, por exemplo, o professor deve levar em conta muitos
questionamentos acerca dos objetivos que aspira, como O que? Para que? Como? E Para
quem ensinar?, e isso só irá melhorar didaticamente as suas ações no planejamento da
aula. 

Não há prática educativa sem objetivos; uma vez que estes integram o ponto de partida,
as premissas gerais para o processo pedagógico (LIBÂNEO, 1994- pág.122). Os
objetivos são um guia para orientar a prática educativa sem os quais não haveria uma
lógica para orientar o processo educativo.

Para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça de modo mais organizado faz-se


necessário, classificar os objetivos de acordo com os seus propósitos e abrangência, se
são mais amplos, denominados objetivos gerais e se são destinados a determinados fins
com relação aos alunos, chamados de objetivos específicos.

a.      Objetivos Gerais: exprimem propósitos mais amplos acerca do papel da escola e


do ensino diante das exigências postas pela realidade social e diante do
desenvolvimento da personalidade dos alunos (LIBANÊO, 1994- pág. 121). Por isso ele
também afirma que os objetivos educacionais transcendem o espaço da sala de aula
atuando na capacitação do indivíduo para as lutas sociais de transformação da
sociedade, e isso fica claro, uma vez que os objetivos têm por fim formar cidadãos que
venham a atender os anseios da coletividade.

b.      Objetivos Específicos: compreendem as intencionalidades específicas para a


disciplina, os caminhos traçados para que se possa alcançar o maior entendimento,
desenvolvimento de habilidades por parte dos alunos que só se concretizam no decorrer
do processo de transmissão e assimilação dos estudos propostos pelas disciplinas de
ensino e aprendizagem. Expressam as expectativas do professor sobre o que deseja
obter dos alunos no decorrer do processo de ensino. Têm sempre um caráter
pedagógico, porque explicitam a direção a ser estabelecida ao trabalho escolar, em torno
de um programa de formação. (TAVARES, 2001- Pág. 66).

1.4. Objecto de didactica


O Ensino e a Aprendizagem como objetos de estudo da Didática Se a Didática é uma
ciência cuja preocupação volta-se para a educação, o ensino e a aprendizagem, podemos
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perceber que há intencionalidade nas ações didáticas, diferentemente das aprendizagens


que ocorrem informalmente com as pessoas ao longo de suas vidas. Há um
planejamento, um objetivo e uma ação específica que leva ao alcance deste objetivo.

Para Castro (2001: p.15) “a primeira peculiaridade do processo de ensinar, pois, seria
sua intencionalidade, ou seja, ajudar alguém a aprender”

Desde já é importante que se ressalte que falar em Didática não significa falar somente
em práticas e procedimentos. Para que possa desempenhar seu papel de orientar ações é
preciso que estas ações sejam precedidas de uma reflexão teórica e de pesquisas, que
embasarão estas práticas. Vamos então estabelecer alguns conceitos importantes para
que possamos dar continuidade às nossas reflexões.

1.5. Sujeito

No processo de ensino as ações estão centradas na figura do professor. É o professor


que transmite informações, avalia, dá direções e estabelece critérios. O aluno figura
como objeto deste processo, recebendo, absorvendo e reproduzindo as informações
fornecidas pelo professor. Ele promove todas as ações para que o processo se complete
e cabe ao aluno receber, absorver (ou não) e reproduzir. A não reprodução significaria
que não houve aprendizagem. No processo de aprendizagem o aluno torna-se sujeito do
processo. Busca informações, tira dúvidas, elabora textos, participa e questiona, sempre
ao lado de um professor que agora assume a postura de mediador, facilitador e
incentivador da aprendizagem. No processo de aprendizagem, o aluno é o sujeito do
processo e o professor auxilia. O sujeito é, na verdade, o aprendiz, que pode ser tanto o
aluno quanto o professor. Por isto, ensino é diferente de aprendizagem, porque as
perspectivas e as ações são diferentes nos dois processos.

2. As perspectivas multidimensional da didactica da Historia

Multidimensional ou Multirreferencial? O conceito de multirreferencialidade, cunhado


por Ardoíno 1992, veio ao encontro de nossas pesquisas e estudos sobre a Pedagogia
como ciência da educação, afirmando-a como a matriz articuladora dos diferentes
aportes disciplinares que se debruçam sobre a educação. Assim, conforme Franco
(2001, p. 11): (...) as demais ciências, ao estudarem a realidade educacional utilizam-se
de seus aportes epistemológicos que fundamentam seus métodos e recortam seu objeto.
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Essa postura tem sistematicamente produzido uma visão distorcida da potencialidade


desse objeto de estudo (a educação) e talvez seja um dos fatores que poderão explicar o
contínuo fosso entre teoria e prática educacional.

A escola, a formação e a educação têm sobre o ser humano uma ação modificadora e de
enriquecimento. Contudo, de salientar que o Homem se encontra num processo de
transformações permanentes e contínuas ao longo da sua vida.

De origem grega, o vocábulo didática significa arte de ensinar. No século XVII,


Comenius homenageou o termo na sua obra Didática Magna. Didática tem como
essência o ensino-aprendizagem de um determinado conteúdo. Este processo ensino-
aprendizagem decorre através de interações, na sala de aula, com o conteúdo que é
ensinada pelo docente e aprendido pelo aluno. Assim, o objetivo primordial de qualquer
didática é ajudar na melhoria do processo de ensino-aprendizagem de certo conteúdo. O
professor reflete sobre o quê e como ensinar, desenvolvendo, desta forma, uma posição
reflexiva de integração dos conhecimentos na prática letiva (PROENÇA, 1989).

Tendo em consideração que nenhuma ciência é neutra e que a educação tem como
objetivo transformar e modificar os seres humanos, não se poderá separar essa ação das
presunções que lhe são implícitas. De acordo com José Mattoso, a formação estrutural
do ser humano é elevada relevância, pois permite ao indivíduo viver de forma autónoma
e com responsabilidade. Mais, para autor, o conhecimento do passado de forma global
proporciona que o aluno detenha uma formação integral a partir da qual terá a
possibilidade de compreender a vida em sociedade.

Assim, o professor é, para além de organizador e supervisor de situações de


aprendizagem, um elemento mediador entre a aprendizagem dos seus alunos e os
conhecimentos que, por estes, devem ser apreendidos (PROENÇA, 1989; MOREIRA,
2001). Desta forma,  professor não deve centrar a sua ação no produto, mas sim no
processo de ensino-aprendizagem, considerando também o contexto e os alunos. Deve,
por isso, não só deter conhecimentos científicos e técnicos, como também uma visão
humanista dos alunos com que se depara e da relação que estabelece com eles,
constituindo todo um processo integrado de global. Para além disso, deverá utilizar
recursos didáticos multifacetados, diversas metodologias ativas de ensino e uma
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multiplicidade de estratégias, atividades e tarefas que apontem para a satisfação das


necessidades de aprendizagem dos alunos e que desenvolvam, através da prática e da
reflexão crítica, as suas competências, as suas atitudes e os seus valores (MOREIRA,
2001).

Na sua prática profissional, o professor, para além dos conhecimentos teóricos e dos
alunos, necessita considerar a dimensão político-social da didática, pois leciona num
contexto social concreto, integrado num contexto educativo específico, com alunos de
diferentes origens e com expetativas variadas em relação à escola e ao seu papel
formativo. Esta multidimensionalidade da didática, na especificidade da Didática da
História, acarreta a confluência na ação educativa das óticas científica, técnica,
humanista e político social. Assim, a ação da didática revela-se na globalidade dos atos
humanos que a História pretende elucidar.  (PROENÇA, 1989). Por outro lado, o ensino
deve partir de problemas práticos e não de atividades que conduzam à repetição e/ou
reprodução memorialística dos conhecimentos (MATTOSO, 2002).

Segundo Mattoso (2002), a aplicação do modelo de aprendizagem baseado em


problemas exige quatro cuidados:
1. Escolha de um problema;
2. Possibilite a identificação dos múltiplos fatores que fizeram evoluir os
acontecimentos;
3. Dê relevância ao papel dos protagonistas individuais;
4. O docente releve a representatividade do objeto de estudo para a compreensão do
comportamento humano socialmente.

3. a relacao entre didactica e educacao

Didática é considerada como arte e ciência do ensino, o objetivo deste artigo é analisar o
processo didático educativo e suas contribuições positivas para um melhor desempenho
no processo de ensino-aprendizagem. Como arte a didática não objetiva apenas o
conhecimento por conhecimento, mas procura aplicar os seus próprios princípios com a
finalidade de desenvolver no individuo as habilidades cognoscitivas, tornando-os
críticos e reflexivos, desenvolvendo assim um pensamento independente.
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abordo esse assunto acerca das visões de Libâneo (1994), destacando as relações e os
processos didáticos de ensino e aprendizagem, o caráter educativo e crítico desse
processo de ensino, levando em consideração o trabalho docente além da organização
da aula e seus componentes didáticos do processo educacional tais como objetivos,
conteúdos, métodos, meios de ensino e avaliação. Concluímos o nosso trabalho
ressaltando a importância da didática no processo educativo de ensino e aprendizagem.

4.objectivos e trabalho docente


O trabalho docente diz respeito às estratégias e ações que os professores adotam a fim
de cumprir as expectativas de aprendizagem das instituições formais de ensino.

O trabalho docente é bastante amplo. Entre suas principais atribuições, está


a formação de cidadãos e também a formação para o mercado de trabalho. A escola
e os saberes são dinâmicos, e, por isso, cabe aos professores a constante reavaliação do
processo de ensino e aprendizagem. Aos docentes cabe também o papel de agentes
transformadores da realidade, bem como o de organizadores do trabalho escolar. O
trabalho docente implica diretamente a socialização do conhecimento, a formação
ética dos discentes e a superação das dificuldades inerentes à profissão.
Importância do trabalho docente
O professor é a figura mais importante de todo o processo educativo. O trabalho docente
é validado por sua importância social: cabe aos docentes a formação
ética, profissional e cultural dos cidadãos. A socialização dos conhecimentos
permite que as artes, tecnologias e novos conhecimentos, construídos e acumulados
pela sociedade moderna, continuem a evoluir, perpassando as gerações
seguintes. Já as mudanças de valores éticos e sociais, como aquelas observadas em
sociedades altamente desenvolvidas, ocorrem graças ao fortalecimento da educação
básica. Esta, quando feita com seriedade e dedicação por parte de todos os envolvidos
no processo, tem poder transformador, sendo capaz de mudar os paradigmas de toda
uma nação.
Papel do trabalho docente no contexto escolar
Entre os diversos papéis executados pelos docentes no contexto escolar, podemos
ressaltar alguns deles. Confira:
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 Planejamento, escolha e execução de ações educativas, como: produção ou


escolha de material didático, planejamento de aulas, elaboração de atividades,
elaboração e aplicação de avaliações, planejamento de cronogramas etc.;

 Discussão e proposição de currículos relevantes para a formação de cidadãos


críticos junto ao corpo docente e à comunidade escolar;

 Levantamento e interpretação de dados e informações relevantes à comunidade


escolar;

 Definição e execução de estratégias que atendam os objetivos constantes no


currículo dos estudantes;

 Planejamento e elaboração de atividades formativas e avaliativas condizentes com


o plano político pedagógico das escolas;

 Participação de reuniões pedagógicas, conselhos escolares, atividades cívicas,


intervenções científicas e culturais, entre outros compromissos.

Em síntese, todos os deveres do professor devem remeter à orientação da aprendizagem


dos alunos, ao planejamento das atividades escolares, ao aprimoramento da qualidade
do ensino e à integração entre a escola e a comunidade.

DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO


Investimento: Talvez o maior desafio da educação seja aquele relacionado aos
investimentos destinados às escolas, onde se observa a falta de recursos básicos. Poucos
computadores e materiais didáticos, falta de bibliotecas, salas de aulas superlotadas e
estruturas escolares precárias dificultam o processo de ensino e, consequentemente, a
aprendizagem dos alunos.
Acesso e acessibilidade: O acesso à educação básica ainda não é garantido a 100% das
crianças e adolescentes, e as comunidades que são instaladas em locais afastados ou de
difícil acesso são as que mais sofrem com isso. Além disso, é papel da escola adaptar-
se, promovendo políticas e ações mais inclusivas que visem à recepção de alunos com
deficiências motoras e cognitivas.
Formação de professores: O desafio da formação de professores é muito grande: cada
vez menos profissionais formam-se na área da Educação, e menos ainda são aqueles que
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conseguem, face às dificuldades de sua profissão, continuar os seus estudos,


especializando-se para atender melhor as demandas da educação no Brasil.
Novas tecnologias: Além desses, um dos grandes desafios para a educação no século
XXI é o da adaptação às novas formas de tecnologia. Nesse novo contexto, os docentes
precisam entender que são necessárias mudanças no modelo tradicional de ensino. O
crescente avanço das tecnologias de telecomunicação juntamente à popularização dos
smartphones têm nos bombardeado com enormes quantidades de informação, muitas
vezes errôneas. Esses artigos, notícias, ou reportagens trazem consigo pouco conteúdo
relevante, carecem de fontes confiáveis e são cada vez mais divulgados por meio de
redes sociais e softwares de mensagens. Nesse sentido, é papel dos professores alertar,
elucidar e ensinar os seus alunos a buscarem informações confiáveis e também a
interpretá-las corretamente, segundo os conhecimentos relativos à área de formação de
cada docente.
O trabalho docente é amplo e envolve diversas estratégias.

5. O papel do planeamento na prática docente


O planejamento está presente em quase todas as nossas ações, pois norteia a realização
das atividades a curto e em longo prazo. É essencial em diferentes setores da vida
social, tornando-se imprescindível também na atividade docente.
O planejamento de aula é de fundamental importância para que se atinja êxito no
processo de ensino-aprendizagem e deve ter, sempre, qualidade e intencionalidade. É
uma tarefa que envolve tanto professores quanto diretores e coordenadores pedagógicos,
enfim, todos os profissionais da área da educação pertencentes à escola. Além disso, é
um meio para se programar as ações docentes e um momento de pesquisa e reflexão
intimamente ligado à avaliação.

O planejamento escolar enquadra-se no cenário da educação como uma tarefa docente


que inclui tanto a previsão das atividades didáticas, no que se refere à sua organização e
coordenação em relação aos objetivos propostos, quanto à sua previsão e adequação no
decorrer do processo de ensino.

Anailton Gama e Sonner Figueiredo citam o autor Ricardo Nervi, para quem o
professor, ao elaborar o seu planejamento, precisa atentar-se para algumas
características de um bom plano de ensino: coerência com os objetivos propostos, uma
sequência que integre as atividades (para que não fiquem desconectadas umas das
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outras), flexibilidade (permitindo alterações de acordo com as necessidades ou


interesses dos alunos), precisão e objetividade.

O professor, ao planejar suas aulas, antecipa de forma coerente e organizada todas as


etapas do processo de ensino-aprendizagem, para que o trabalho a ser realizado se
encaixe em uma seqüência, uma linha de raciocínio, em que o professor tem a real
consciência do que ensina e quais os objetivos que espera atingir, para que nada fique
disperso ao acaso.

Entretanto, apesar de conhecerem a importância de planejar para um efetivo trabalho em


sala de aula, muitos professores relutam contra a exigência das escolas para realizá-lo.
Acreditam que planejar é apenas atender à burocracia escolar, evidenciando a não
utilização do que se planeja, pois a partir do momento que não acreditamos nos
resultados de nossas ações, deixamos de praticá-las da forma que ela está prevista, ou
seja, planejam, mas não usam o planejamento. Muitos optam por aulas improvisadas e
muitas vezes, as atividades são desenvolvidas de forma desorganizada, não havendo
assim, compatibilidade com o tempo disponível.

Outro empecilho para a realização de um bom planejamento é a ausência, em algumas


instituições, de horários de trabalho específicos para esse fim, no qual professores
parceiros podem trocar ideias, dar e receber sugestões, repensar e reavaliar sua prática.

Em contrapartida, muitas são as estratégias para o professor que se interessa em realizar


um bom planejamento. Um exemplo seria que, final de cada aula, o professor criasse o
hábito de fazer anotações sobre o andamento das aulas, comparando o que foi
inicialmente previsto e o que realmente aconteceu, além de observações a respeito dos
alunos e até sobre conteúdos ensinados e se suas explicações surtiram efeito ou não
ajudaram no entendimento dos conceitos trabalhados. Nos registros, poderiam ainda as
“cartas que foram tiradas da manga” para contornar eventuais acontecimentos durante a
aula. Além disso, o uso de novas tecnologias e o trabalho com foco nas Inteligências
Múltiplas são grandes aliados do professor preocupado em atender à diversidade
presente em sala.
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O importante é salientar que o planejamento seja útil e funcional para o professor e para
os alunos, e que seja fruto de uma ação consciente, responsável e libertadora.  Não deve
ser visto como uma receita pronta, pois sabemos que cada sala de aula é uma realidade
diferente, com problemas e soluções diferentes. O mais importante é saber (re)planejar
sempre, estabelecer prioridades e, principalmente, nunca deixar de levar em conta as
características e necessidades de aprendizagem dos estudantes.

6. principais problemas e ensino de hoje

6. 1. Valores e práticas da Revolução Industrial

Você já parou para pensar que a escola não está acompanhando o ritmo das
transformações da era pós-digital? Parece que ela até muda, mas a passos lentos e
apenas superficialmente. Sua essência continua a mesma!

Isso acontece porque o modelo educacional que conhecemos ainda segue princípios e
valores cunhados lá atrás, no já longínquo século 18. Sua prática é construída a partir da
obediência a instruções, da ênfase em determinadas disciplinas, de uma hierarquia
espacial e de um progresso mecânico e padronizado.

Nesse contexto, o pensamento crítico e independente, as relações interpessoais, a


proatividade e a curiosidade são completamente desestimuladas. “Abram seus livros na
página 44”, “Terminem o exercício até o final da aula”, “A resposta está errada”, “Joana
tirou 10 porque se comportou”, “Mateus decorou a tabuada e passou na prova”.

6.2. Falta de autonomia

Em uma sala de aula tradicional, o aluno é completamente desprovido de autonomia e


controle sobre sua rotina. Sua experiência é ditada pelas disciplinas, pelo sinal, pelo
relógio e pelos códigos de conduta próprios desse ambiente.

Todos sabemos que grande parte do sucesso em nossa vida adulta se deve à capacidade
de priorizar tarefas, organizar compromissos e fazer a gestão do tempo que temos
disponível. A habilidade de tomar decisões, por exemplo, é fundamental na condução de
nossos interesses e afazeres.
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Porém na escola, nenhuma dessas habilidades é ensinada, treinada ou sequer estimulada.


Os estudantes têm horários e cronogramas fixos a despeito de suas preferências, de suas
ideias, e de seu ritmo de aprendizagem.

6.3. Aprendizagem não autêntica

Podemos dizer que a aprendizagem que acontece nas escolas atualmente não é autêntica
e nem real. Sabe por quê? Porque ela parte da memorização de conceitos muitas vezes
irrelevantes para a realidade do aluno, quando não da pura e simples “decoreba”.

Em grande medida, podemos dizer que ela não ocorre. Se um aluno não está engajado
com algo significativo para sua vida, para seu contexto, se não está construindo seu
próprio conhecimento, camada por camada, mas apenas gravando frases e fórmulas nas
quais não vê sentido algum, ele não está de fato aprendendo.

O professor pode até estar cumprindo seu papel e despejando as informações que
constam no currículo, mas certamente não há aprendizagem. Resultado? A maior parte
do que é “armazenado” é esquecido tão logo a pressão da prova, do simulado passe.

A aprendizagem só acontece quando há troca, vivência e construção!

6.4. A padronização do conhecimento

No modelo educacional que vemos nas escolas hoje, cada criança e jovem é obrigado a
memorizar o mesmo conteúdo, ao mesmo tempo, na mesma proporção que todas as
outras. Há uma padronização não só de pensamento e comportamento, mas também de
conhecimento, do que é considerado válido e do que não é.

Essa lógica contradiz o fato mais básico a respeito do ser humano: cada um de nós é
único, tem necessidades diferentes e nutre interesses e curiosidades específicos.

Procedendo dessa forma, o sistema de ensino boicota o potencial de milhões de


estudantes por ano e faz com que eles ignorem questionamentos importantes como:

 No que eu sou bom/boa?


 O que amo fazer?
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 O que quero fazer?

6.5. As diferenças na aprendizagem

Além de termos interesses distintos, também temos ritmos de aprendizagem distintos.

Essas flutuações são completamente ignoradas pela padronização que acontece nas
escolas, e muitas crianças acabam fixando para “trás”, quando tudo que precisam para
progredir é um pouco mais de tempo e estímulos diferenciados.

Ano após ano, muito potencial é desperdiçado e milhões de estudantes são levados a
acreditar que não são capazes ou que não se esforçaram o suficiente.

6.6. Aula monólogo

Em cada escola do país e na maior parte das instituições de ensino do globo, os


estudantes passam no mínimo cinco horas por dia ouvindo o professor falar. Não há
espaço para o diálogo nesse modelo educacional, nem para a construção conjunta de um
conhecimento palpável. Não há experimentação, apenas doutrinas e regras.

Os alunos são, na maioria das situações, tratados como receptáculos vazios nos quais é
preciso despejar uma quantidade pré-estipulada de informações. O professor ocupa uma
posição hierarquicamente superior e, aos alunos, cabe ouvi-lo.

Algumas pessoas, de fato, têm facilidade de gravar informações ao ouvi-las, mas e


quanto ao restante? E o espaço da prática, da interação e da cooperação? E quanto às
experiências; essas, sim, grandes educadoras?

Com o avanço da tecnologia, temos uma profusão cada vez maior


de hardwares e softwares capazes de maximizar a aprendizagem e possibilitar novas
formas de aprender. Contudo, muitos educadores, escolas e vertentes mais tradicionais
optam por não utilizá-los, por medo de perder o controle sobre seu corpo estudantil.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este artigo podemos perceber o importante papel que a didática desempenha no
processo de ensino e aprendizagem. Como vimos ela proporciona os meios, as
condições pelos quais a prática educacional se concretiza. Ela orienta o trabalho do
professor fazendo-o significativo para que possa guiar de forma competente, expressiva
e coerente as práticas de ensino. Através dos componentes que constituem o processo de
ensino, visa propiciar os meios para a atividade própria de cada aluno, busca ainda
formá-los para serem indivíduos críticos, reflexivos capazes de desenvolverem
habilidades e capacidades intelectuais.
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8. REFERÊNCIAS
ALTHAUS, M.T.M. Ação didática no ensino superior: a docência em
discussão. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, abr. 2004.

LIBÂNEO, José Carlos. A Didática e as exigências do processo de escolarização:


formação cultural e científica e demandas das práticas socioculturais. Disponível
em:

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

LIBÂNEO. José Carlos. O essencial da didática e o trabalho de professor em busca


de novos caminhos: Disponível em:
http://www.ucg.br/site_docente/edu/libâneo;pdf.ensino.pdf.acesso em 23.11.2013.

TAVARES, Rosilene Horta, Didática Geral. Belo Horizonte: Editora, UFMG, 2011.

ANDRÉ, Marli. Tendencias da pesquisa e do conhecimento didático no iníciodos anos


2000. XIV ENDIPE, Anais, Porto Alegre, 2008.

DAMIS, Olga Teixeira. Didática e ensino: relações e pressupostos. In: VEIGA,


Ilma Passos Alencastro. (org.). Repensando a Didática. Campinas, SP:
Papirus, 1989, p. 13-32.
GIGLIO, Celia Maria Benedicto. Residência Pedagógica como diálogo

LIBÂNEO, José Carlos. Didática e epistemologia: para além do embate entre a


Didática e as Didáticas Específicas. In: VEIGA, Ilma Passos; D’Ávila, Cristina
Maria. (orgs.). Profissão docente: novos sentidos, novas perspectivas.
Campinas (SP): Papirus, 2008.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos para quê? São Paulo:
Cortez, 1998.

HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7.ed. São Paulo, Editora Ática.
2002. Série Educação. LIBÂNEO, José Carlos.
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