APRENDIZAGEM EM FÍSICA
1ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
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Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
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xx. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
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Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
DIDÁTICA NO ENSINO DE FÍSICA..................................................7
CAPÍTULO 2
SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA...61
CAPÍTULO 3
A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA........................................129
APRESENTAÇÃO
Olá, estudante! Com prazer, vamos iniciar os nossos estudos sobre a Didática
e Avaliação na Aprendizagem em Física.
Bons estudos!
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Capítulo 1 DIDÁTICA NO ENSINO DE FÍSICA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Este capítulo sobre a Didática da Física se propõe a apresentar de modo
breve os desafios em que o ensino de Física se coloca e a complexidade com que
deve ser tratado. Para isso, discutiremos como o processo didático se desenvolve,
analisando particularmente a história da Didática, a Didática das Ciências e, o que
tange aos nossos estudos, a Didática da Física.
Por fim, uma discussão com exemplos das dimensões da Didática da Física,
tendo em vista ser o reconhecimento destas, papel fundamental para a melhoria
do processo de ensino e aprendizagem em Física.
2 O PROCESSO DIDÁTICO
Segundo o dicionário Michaelis (2021, s.p.), DIDÁTICA significa: “1 Técnica
ou arte de ensinar, de transmitir conhecimentos. 2 [PEDAG] Ramo ou seção
específica da pedagogia que se concentra nos conteúdos do ensino e nos
processos próprios para a construção do conhecimento; ciência e arte do ensino”.
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Capítulo 1 DIDÁTICA NO ENSINO DE FÍSICA
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Por isso, de certo modo, a busca e/ou fixação por técnicas e metodologias
acabadas para serem implementadas, ainda aparece no âmbito educacional e,
por muitos docentes, utilizadas indiscriminadamente.
Por outro lado, há técnicas que viram costume do docente, pois foi uma
técnica que funcionou numa determinada situação e que funciona em outras,
com outras turmas e escolas. Isso é ótimo! Porém, pode não servir para um outro
docente para a mesma sala de aula, pois é plausível que o desenvolvimento das
características (posturas) que já são boas, possam melhorar o ensino, tanto quanto
ou mais do que trabalhar as fraquezas e desafios. Entretanto, a combinação das
duas abordagens (o que já são boas com aquilo que precisa melhorar) produzam
os melhores resultados, até mesmo no sentido de barganhar mais tempo para o
desenvolvimento de mais conteúdos e de maneira mais complexa.
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Capítulo 1 DIDÁTICA NO ENSINO DE FÍSICA
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A FIP deve incluir áreas A relação entre ciência A Didática das Ciências
como Epistemologia e escolar, quem ensina o tem o desafio de definir
Filosofia das Ciências. O aprendiz, deve ser me- critérios de seleção dos
professor deve estudar diada pela pesquisa do conteúdos a ensinar, ge-
sua visão de natureza das professor no sentido de rar modelos e práticas
Sanmartí
ciências e os objetivos de fazer da atividade de ensi- adequadas a cada tio de
(2002)
ensinar Ciências, o que no uma atividade científica conteúdo. Considerar que
implica refletir acerca do escolar. cada disciplina tem uma
que ensinar, como ensinar problemática e estrutura
e como ocorre o aprendi- específica.
zado.
Na história da formação Um dos indicadores de O termo didaktik tem
de professores de Ciên- maturidade da área de En- implícito um conteúdo do
cias existe uma “tradição sino de Ciências é a for- Ensino de Ciências. Nos
curricular” que separa os mulação de perguntas de últimos 30 anos, os pes-
conteúdos científicos dos pesquisa, as quais vêm se quisadores anglo-ameri-
conteúdos pedagógicos acumulando a partir da dé- canos e os pesquisadores
Fensham
e uma “tradição didáti- cada de 1960. Estas ques- do continente europeu e
(2004)
ca” que se preocupa por tionam a forma como os da América Latina têm se
entender o que é que se alunos aprendem e como diferenciado. A palavra
ensina, para que, e como os professores ensinam. “didática” gera rupturas
fazer para que os alunos na comunicação entre os
saibam o que estão apren- pesquisadores de cada
dendo. grupo.
Na FIP de Física devem- O professor deve estudar O professor precisa co-
-se estudar os processos o raciocínio espontâneo nhecer as tendências de
com que os alunos cons- não apenas para identifi- raciocínio em Física para
troem coerência em suas car os erros, mas para ge- planejar novas estratégias
explicações, visando em- rar estratégias de ensino de ensino que façam com
Viennot
basar o planejamento de que formem habilidades; que os alunos ganhem em
(2004)
estratégias de ensino. por exemplo, aprender a coerência e compreensão
ler relações entre variáveis do que estão estudando.
a partir de uma perspecti-
va funcional, indo além de
fazer cálculos.
FONTE: Adaptado de Nardi e Castiblanco (2018)
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Capítulo 1 DIDÁTICA NO ENSINO DE FÍSICA
A Física se distingue de outras disciplinas por ser uma ciência exata A Física se
distingue de outras
(fundamentação matemática) e que requer, de alguma maneira, vivenciar
disciplinas por ser
o processo de observação e/ou demonstração e/ou experimentação. uma ciência exata
Esses aspectos devem ser levados em consideração ao apresentar (fundamentação
os conteúdos aos alunos, ou seja, a Física tem uma epistemologia matemática) e que
diferenciada da disciplina de Química ou Biologia e requer processos de requer, de alguma
ensino e aprendizagem particulares. maneira, vivenciar
o processo de
observação e/ou
Alguns dos aspectos a serem levados em consideração, quando demonstração e/ou
se fala em Didática da Física são: o reconhecimento do docente como experimentação.
indivíduo e como detentor do conhecimento, o docente em sala de aula,
as novas tecnologias e seus usos, os materiais didáticos, a experimentação, o
formalismo matemático, a escola (direção e pais), a carga horária, a motivação
dos alunos, o aspecto interdisciplinar, entre outros, que fomentam a discussão em
busca de uma didática que favoreça a melhoria da qualidade do ensino oferecido
aos estudantes.
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ele avança, indo ainda além da reflexão, do ato de debruçar-se outra vez para
entender o fenômeno, encurta a distância que o separa do trabalho de pesquisar,
que apresenta, entretanto, outras exigências, entre as quais a análise à luz da
teoria.
Por isso, o docente deve reconhecer seu papel que vai além de ensinar:
promover o aprendizado do aluno de maneira significativa e eficiente, reconhecer
que é uma profissão como tantas outras e, portanto, possui relações sociais e
políticas explícitas ou implícitas que devem ser consideradas e que a ação do
professor vai além de apenas transmitir conhecimento, sendo um dos principais
agentes de transformação social.
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3 A RELAÇÃO ALUNO-PROFESSOR-
CONHECIMENTO
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Em suma, essas são experimentação e exige o método científico. Essa ciência não espera
as três principais apresentar uma verdade absoluta, como ciência empirista, mas
concepções uma verdade aproximada em que se possa abrir espaço para novos
científicas, em que
conhecimentos, em que a discussão é constantemente construída.
podemos nos basear:
racionalista, empirista Em suma, essas são as três principais concepções científicas, em que
e a construtivista. podemos nos basear: racionalista, empirista e a construtivista.
A - Construtivista
B - Racionalista
C - Empirista
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Vamos pensar?
Poderíamos nos questionar: o que sabem nossos estudantes
antes de apresentarmos determinado assunto? Ou como justificariam
determinado fenômeno físico?
Segundo Piaget, esses conceitos são formados de dentro para fora, ou seja,
a partir de experiências relacionadas a contatos com objetos ou situações do
cotidiano.
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Além disso, a situação que gera conflitos cognitivos deve ser inteligível, no
sentido de compreender a situação. E deve ser plausível, fértil e suprir alguma
satisfação, buscando sanar pequenos equívocos em relação a determinado
conhecimento. Isso favoreceria a transformação de uma concepção alternativa
para uma concepção científica.
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Por fim, o saber ensinado, que é o saber que chega à sala de aula,
O saber ensinado,
é apoiado no material didático (currículo estabelecido, ou livro didático,
que é o saber que
entre outros materiais). Diferente daquele disposto à outra etapa chega à sala de
educacional, o docente apropria-se de um processo de simplificação aula.
que busca adequar a linguagem e recursos matemáticos mínimos para
manter o corpo estrutural do saber. Então, em última instância, o docente é o
responsável por essa última modificação. Segundo Martins (2020, p. 125):
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em relação ao saber sábio, que foi “produzido”. E em relação aos efeitos escolares
e cultural (Fourquin) parecem influenciar, mas apenas em apresentar situações
de aplicabilidade da quantidade de movimento que possam estar mais próximas
do estudante. Ou seja, neste conteúdo, a Transposição Didática do saber sábio
ao saber a ser ensinado – expressado, por exemplo, em livros didáticos – passa
por alterações que tangenciam mais a sua historicidade, mas como conteúdo e
maneira de ver e aplicar a quantidade de movimento (matematicamente), pouca
diferença podemos observar.
4 DIMENSÕES DA DIDÁTICA DA
FÍSICA
Durante este capítulo, pudemos observar o caráter inter e multidisciplinar do
Ensino de Ciências e, concomitantemente, do Ensino de Física, em que não existe
um grupo limitado e definido de objetos de pesquisa, mas sim, uma diversidade de
interesses de pesquisa que reverberam em três grandes pilares, a saber: ensino e
aprendizagem da Física em múltiplos contextos, processos de interação em sala
de aula, com as mais diversas possibilidades em relação às condições, recursos
e conteúdos e os objetivos, posições políticas e organizações curriculares para
o Ensino de Física. Esses pilares se relacionam entre si, de modo que isolados
podem perder o sentido.
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Essas respostas indicam que todos tendem a propor uma visão que foi
consolidada pela Mecânica Quântica, em que aspectos corpusculares estão
relacionados à partícula e à radiação. Porém, também encontramos algumas
inconsistências, quando se comenta a característica ondulatória ou de partícula
sem relacionar corretamente com o comportamento em diferentes situações.
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língua de sinas, entre outros. Até mesmo ter um mínimo de formação em relação
aos diversos níveis de deficiência intelectual. Abarcados deste conhecimento, as
possibilidades de planejar aulas que atinjam estes alunos é maior. O que mais
poderíamos apontar?
Interessante apontar também que muitos dos fatores a serem apontados não
dependem diretamente da formação, tendo em vista a limitação principalmente
temporal, o que acarreta que alguns fatores são adquiridos ao longo da vivência
escolar. Mas fica a pergunta: para que somos preparados no curso de licenciatura?
Não iremos aprofundar, mas é interessante pensar que muitas vezes a formação é
para uma realidade muito “padrão” ou “regular”, principalmente do Ensino Médio.
São exceções as circunstâncias em que se avança nestas discussões.
Bem, para não se estender mais neste exemplo, destacamos que o papel da
dimensão sociocultural é exatamente este, de questionar o que é necessário para
lecionar em diferentes realidades e, ao mesmo tempo, esclarecer que não há uma
“receita” do que seguir para obter sucesso, pois são múltiplas as realidades e em
situações das mais complexas.
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Capítulo 1 DIDÁTICA NO ENSINO DE FÍSICA
Ela se caracteriza por ser uma ênfase que busca uma maior
Ênfase que
aproximação entre ciência, tecnologia e sociedade, por exemplo, busca uma maior
o trânsito e as leis de Newton, o uso de espelhos em automóveis ou aproximação entre
discussões sobre danos ambientais causados pelo desenvolvimento ciência, tecnologia e
humano. Temas ainda distantes da necessária reflexão e crítica que sociedade.
também foi solicitada ao longo dos últimos anos às aulas de Física e aos
poucos vem sendo implementada.
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Cabe ressaltar que a interação proposta está muito além de uma atividade
“lúdica” ou que faça apenas os estudantes gostarem da atividade. Aqui se
propõe que as atividades sejam ferramentas fundamentais para inserir visões
diferentes da Física no processo de apropriação dos seus conhecimentos
científicos elaborados e discutidos ao longo do tempo, analisando as vantagens e
desvantagens de cada uma e, ao mesmo tempo, obter informações de diferentes
formas do conhecimento do estudante.
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Capítulo 1 DIDÁTICA NO ENSINO DE FÍSICA
Quais TIC você indicaria? Se não conhece nenhuma, faça uma busca rápida
e veja quais materiais são mais práticos e os menos práticos. Se você já utiliza
algum (ou fez uma busca rápida), acha que poderia ser aplicado para qualquer
segmento educacional?
Quais materiais você acha mais interessante? Quais materiais acha que
seria mais desafiador de utilizar em sala de aula?
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A – Dimensão Disciplinar
B – Dimensão Sociocultural
C – Dimensão da Interação
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste primeiro capítulo de Didática da Física, a proposta foi discutir qual
o papel da Didática no Ensino de Física. Para se apropriar deste processo,
observamos que a Didática tem origem longínqua, mas que particularmente, como
a conhecemos hoje, tem uma origem não muito remota. Além disso, discutimos
que as técnicas de gestão de sala de aula são importantes, mas bastante
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REFERÊNCIAS
ANTOLÍ, V. B. Introducción a la didáctica. Barcelona: Barcanova, 1987.
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C APÍTULO 2
SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE
CIÊNCIAS/FÍSICA
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, discutiremos as Didáticas das Ciências, tendo em vista ser
a área que compreende os mais complexos e desafiadores questionamentos do
ensino, ainda mais nos últimos tempos, em que vêm aumentando os problemas,
tendo em vista a inserção de novas e cada vez mais específicas teorias.
2 PLANEJAMENTO
Olá! Vamos discutir um pouco sobre planejamento? Quando vamos fazer uma
viagem longa ou para lugares novos, normalmente fazemos um planejamento de
quais lugares iremos priorizar visitar e as roupas que iremos utilizar em cada dia.
Hoje em dia, com a tecnologia a nosso serviço, dependendo de onde formos, até
a temperatura ao longo dos dias conseguimos obter.
E quando vamos fazer um curso como este que estamos fazendo: precisamos
nos planejar? Sim! E este planejamento não pode ser apenas financeiro, mas
também que quais horários e quais estratégias iremos estabelecer para atingir o
melhor desempenho. Mas, e as aulas que irei lecionar? Precisam ser planejadas?
Todas?
“Os dois grandes males que debilitam o ensino e restringem seu rendimento
são: a rotina, sem inspiração nem objetivo; a improvisação dispersiva,
confusa e sem ordem. O melhor remédio contra esses dois grandes males é o
planejamento” (MATTOS, 1960 apud ALVES, 2018). Esses questionamentos e
outros que aparecerão serão respondidos ao longo deste capítulo.
Mas quando será que o homem começou a planejar? Com certeza há muitos
anos. Você se arriscaria em sugerir uma época? Possivelmente, o primeiro
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ato de planejar pode ter sido quando o homem passa do período paleolítico
(homem das cavernas) para o período neolítico, caracterizado pelo sedentarismo
e consequente necessidade e evolução agrícola, em que começa a analisar e
demarcar os períodos de cheia e seca, associando à lua, e os benefícios de cada
um desses períodos no plantio e colheita de alimentos.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
Imaginamos que você deve ter pensando em algum exemplo ou até mesmo
comparado com situações de sua realidade. Isso não é difícil, mas vamos a um
exemplo! Se você precisa preparar uma aula para concorrer a uma vaga de
emprego, mesmo que não solicitem, é necessário que você a prepare e tenha
um planejamento em mãos, pois não se tem ideia nenhuma do que pode ocorrer
e quais as dúvidas que podem apresentar. Às vezes, os testes são feitos com
alunos em sala, às vezes, somente com a gestão. Em todo caso, além dessas
adversidades, estamos sujeitos ao nervosismo que pode nos impedir de pensar
de maneira coerente. O planejamento nos ajuda!
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Vamos a um exemplo!
Quando vou apresentar determinado conceito, por exemplo,
para estudantes do Ensino Médio é necessário ter uma noção básica
se alguns conceitos anteriores foram contemplados. Um exemplo
comum é quando lecionamos o conteúdo de Movimento Harmônico
Simples (MHS). É necessário que os estudantes tenham estudado
em momentos anteriores conceitos básicos de cinemática circular.
Então, neste sentido, essa informação é elementar na elaboração da
aula. Além disso, é importante deixar claro, também aos estudantes,
qual será o objetivo daquela aula. Aliás, isso ajuda muitos estudantes
a não se perderem em aula, ou ficarem na expectativa de onde o
docente pretende chegar. E, por fim, as ações elaboradas devem
ser realizadas de maneira assertiva, para que, pensando no futuro, o
objetivo proposto seja realizado de maneira eficaz.
Mas, por que planejar? Precisamos entender, como mencionado acima, que
o planejamento não pode ser considerado apenas uma ferramenta burocrática,
mas um instrumento que auxilia a extirpar, por um lado a improvisação e, por
outro, a possiblidade de intervenções externas, mas sim, considere também os
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
Vamos a um exemplo!
Situações que envolvam algum tipo de dificuldade de gestão
em sala de aula, por exemplo, uma briga em sala de aula, ou
algum estudante que se machucou com algum material, ou mesmo
situações em que precisamos levar os estudantes para algum
momento institucional, pode afetar o fluxo da aula e dificultar um
retorno orientado e diretivo. Neste sentido, o planejamento pode
ajudar a orientar aonde parou e como deve continuar.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
Entretanto, é importante apontar que a BNCC não é currículo. A parte do Ensino Médio
(que contempla a disciplina de Física) foi instituída em 2018 e ela serve como referência
para a construção e adaptação dos currículos de todas as redes de ensino do país. As redes
e escolas continuam tendo autonomia para elaborar, por meio do currículo, metodologias
de ensino, abordagens pedagógicas e avaliações, incluindo elementos da diversidade local
e apontando como os temas e disciplinas se relacionam. BNCC e currículos têm, portanto,
papéis complementares: a Base dá o rumo da educação, mostrando aonde se quer chegar,
enquanto os currículos traçam os caminhos.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
Vale a pena dar uma lida no currículo de seu estado (contempla a disciplina
de Física) e verificar quais foram os objetivos e metas estabelecidos. Eles são
as principais orientações para o trabalho docente e que, de modo geral, não
podem ser negligenciados, priorizando somente o que o docente considera mais
relevante. Fique atento!
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
saber aonde se quer chegar. O primeiro passo seria apresentar a missão, que é o
ponto de partida, busca descrever a razão da existência de determinada proposta,
que pode ser, uma escola ou mesmo algum tipo de conteúdo a que se pretende
lecionar.
Missão
Ser a melhor solução de educação para a construção da sua própria
história.
Visão
Ser líder nas regiões onde atua, referência de ensino para a melhoria
de vida dos nossos alunos, com rentabilidade e reconhecimento de
todos os públicos.
Valores
Ética e Respeito: Cumprir as regras sempre, com transparência
e respeito, é a base do nosso relacionamento com alunos,
funcionários e parceiros.
Valorização do Conhecimento: Não basta saber, é preciso saber
fazer. Valorizamos o conhecimento como forma de inspirar e
aproximar as pessoas.
Vocação para Ensinar: Nossos profissionais têm prazer em educar
e contribuir para o crescimento dos nossos alunos.
Atitude de Dono: Pensamos e agimos como donos do negócio.
Simplicidade e Colaboração: Trabalhamos juntos como um time,
com diálogo aberto e direto.
Foco em Resultado e Meritocracia: Nossa equipe cresce por
mérito através da superação de metas e dedicação de cada um.
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Que tal fazer uma busca agora por “ferramentas eletrônicas para elaboração
do planejamento escolar” ou algo semelhante. Aproveite! Investigue! Utilize!
2.3 PLANEJAMENTO E O
PROFESSOR
Como já mencionamos nos tópicos anteriores, para a construção de um
bom planejamento, primeiramente é necessário que haja um diagnóstico da
realidade atual, levando em consideração os fatores que serão contemplados
posteriormente. Além disso, é importante que haja uma previsão, ou seja, uma
suposição sobre o que ainda não ocorreu, orientando para aonde se pretende
chegar, em seguida, uma análise das possibilidades/recursos que poderão ser
utilizados, encontrando formas alternativas de se executar o que se pretende;
depois, esclarecer quais serão os objetivos e metas a serem realizadas, estipular
um plano de como isso será executado, desenhando um plano de programação.
E, por fim, desenvolver o que estava proposto e avaliar o que foi realizado.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
Uma das justificativas para essa situação é fruto das práticas pedagógicas
adotadas ainda nos anos da ditadura militar brasileira, em que era proposto
um tecnicismo educacional. “Naquele momento histórico, os planejamentos
correspondiam a mecanismos de padronização e controle do trabalho dos
professores, favorecendo o desenvolvimento de práticas docentes individualistas,
fragmentadas, promotoras da cópia, da reprodução, do silêncio e da postura
ativista” (BEGO et al., 2019, p. 2).
Mas essa situação precisa ser superada! O planejamento não pode ser visto
apenas como um documento meramente burocrático, mas, pelo contrário, como
um instrumento pedagógico que consegue explicitar objetivos bem delineados
conforme as especialidades e especificidades de cada situação. Para isso, é
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Para isso, uma ação relativamente pontual, mas que contribui para
superar essa situação (advinda de estudos psicológicos) é levantar alguns
questionamentos para cada parte do planejamento. Assim, para descrever o
objetivo do planejamento, pergunta: “para quê?”; quando for descrever o conteúdo,
pergunta: “o quê”?; quando for descrever o método (desenvolvimento), pergunta:
“Como”?; quando for descrever os recursos didáticos, pergunta: “Com quê”?.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
Mas ainda permanece uma dúvida: qual a diferença entre plano de ensino e
plano de aula?
O plano de aula é um roteiro de aula que deve ser realizado para cada
encontro. Segundo Libâneo (1993, p. 241):
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Entretanto, isso não impede a inserção de outras habilidades que possam vir
a estar presentes em outros documentos como a Matriz de Referência do Enem, o
Currículo (ou Proposta Curricular) de cada estado, entre outros, ou mesmo alguns
inseridos pelo próprio docente. Alguns dos verbos que podem vir a ser utilizados:
conhecer, apontar, criar, identificar, descrever, classificar, definir, reconhecer,
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
QUADRO 1 – HABILIDADES
Tema da aula: Impulso e conservação da quantidade de movimento
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
3 DIFERENTES ATIVIDADES E
ESTRATÉGIAS
Dentre outros aspectos apontados pelos estudantes, a desmotivação é
um espaço profícuo para a baixa assimilação dos conteúdos de Física, tendo
em vista a dificuldade da maioria no uso das ferramentas matemáticas e/ou na
interpretação das informações apresentadas, acrescidas as aulas excessivamente
tradicionais. Além dos conteúdos, que muitas vezes focam em situações longe
das reais ou com dados aleatórios, vislumbrando e justificando os usos irreais
devido ao vestibular. Neste sentido, Sasseron (2018, p. 1065) denuncia:
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
A Física é muito mais que isso! Você não acha? Por isso, é importante mudar
as estratégias propostas. Apresentar aos estudantes diferentes atividades, com
o intuito de problematizar os conhecimentos e localizar as contradições e, ao
mesmo tempo, fomentar a autonomia, aptidão, colaboração, senso crítico, entre
outros, através de materiais mais tangíveis à realidade escolar. Colocando o
estudante como protagonista de sua própria formação escolar, ou seja, ativo em
seu processo de ensino e aprendizagem e o docente se propor a orientar e trocar
conhecimentos. Isso poderá corroborar para que o estudante transcenda a ideia
de que o docente sempre determinará os caminhos de como e onde aprender.
Isso tudo se dá, primeiramente, reconhecendo qual tem sido o meu papel como
docente. Essa proposta tende a corroborar com a BNCC:
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Enfim, muitas são as perguntas! Por isso, este subtópico tem como propósito
apresentar alguns enfoques e algumas estratégias que, se bem administradas,
podem contribuir efetivamente para a melhoria do processo de ensino e
aprendizagem de nossos estudantes.
3.1 INTERDISCIPLINARIDADE
Na sociedade contemporânea, as rápidas transformações no mundo do
trabalho, o avanço tecnológico configurando a sociedade virtual e os meios de
informação e comunicação incidem diretamente na escola, ao mesmo tempo em
que as dificuldades e problemas do ensino, e do ensino de Física em particular,
estão cada vez mais latentes e decorrem de diversos motivos e de diferentes
âmbitos. Neste terreno em que a complexidade de relações se tornou evidente, a
interdisciplinaridade encontrou um solo fértil.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
Em geral, apontam alguns fatores essenciais para a sua eficácia como tempo
para planejamento; liderança; coragem de ensinar; entusiasmo; flexibilidade;
material didático interdisciplinar, entre outros.
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PROPOSTA DIDÁTICA
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
Desenvolvimento
Aula 1 e 2: problematização inicial sobre movimento de objetos.
Aula 3 e 4: Aula conceitual com slides e Phet colorado sobre Energia.
Aula 5 e 6: Aula conceitual sobre Trabalho. Utilização de imagens de
carros antigos e novos.
Aula 7 e 8: Leitura do Texto “Motores poderão voltar a crescer (e não
diminuir) para reduzir emissões.”
Aula 9 e 10: Pesquisa orientada sobre a Revolução Industrial e a
consequência para a sociedade da época.
Aula 11 e 12: Aplicação de prova escrita e momento para correção.
Aula 13 e 14: Aula conceitual sobre as Leis da Termodinâmica e
Máquinas Térmicas.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
1°BIMESTRE
Desenvolvimento humano e meio ambiente: são discutidos os
aspectos evolutivos da espécie humana e as consequentes
transformações à qual a natureza é submetida em nome do
desenvolvimento social, político e econômico. Pretende-se
desenvolver uma discussão inicial a respeito da capacidade que o
homem tem de modificar o meio ambiente para o atendimento de
suas necessidades, evitando, no entanto, mencionar o termo energia,
apesar de este estar implícito.
. Aspectos históricos e geopolíticos:
ü Utilização do fogo; Desenvolvimento da agricultura; Domesticação
de animais; Condições de fixação geográfica dos grupos humanos
(Antiguidade); Atividades presentes na Idade Média e Moderna (do
século V ao XVIII); Revolução Industrial (1789); Indústria do petróleo
e da eletricidade a partir da segunda metade do século XIX; I e II
Guerras Mundiais (século XX); Interesses geopolíticos no Oriente
Médio; Globalização.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
2° BIMESTRE
Os usos da energia. Será discutida a participação da energia no
cotidiano das pessoas, como elas a utilizam e quais são os principais
reflexos ao meio ambiente. Trabalha a percepção em relação à
energia no cotidiano, por meio da “leitura” dos dispositivos e sistemas
que evidenciam a sua presença na sociedade.
· O caminho percorrido pela energia:
ü Apresentação da energia como uma mercadoria que está presente
na sociedade e que, graças à tecnologia, a mesma se encontra nos
locais e nas formas de costume do consumidor;
ü Caracterizada como uma mercadoria, a energia fica integrada
a uma cadeia de processos (como qualquer outro produto
industrializado) que pode ser dividida, de forma simplificada, em
produção, transporte, comércio e uso final, com as devidas perdas
associadas a cada etapa;
ü Estabelecimento de relações de causa e efeito sobre as reservas
energéticas e o meio ambiente, a partir do consumo de energia).
· O consumo dos combustíveis fósseis e da eletricidade: a sua
avaliação e consequências:
ü Sendo a energia uma mercadoria “abstrata”, que somente é
possível observá-la através dos equipamentos que a utilizam, é
necessário identificar que equipamentos são esses;
ü Desenvolvimento da percepção de que a energia pode ser
quantificada conforme o tipo de equipamento, a partir das informações
que estão presentes no mesmo, e de acordo com os hábitos e gostos
do usuário;
ü As opções de consumo de uma sociedade ditarão a intensidade e a
frequência com que a mesma interferirá no meio ambiente;
ü O petróleo e seus derivados. Consumo de combustíveis de veículos
automotivos e consumo de GLP na residência. A energia elétrica.
Consumo de energia elétrica em uma residência;
ü Promover a conscientização das relações de causa e efeito por
emissões de gases decorrentes das atividades humanas (chuva
ácida e efeito estufa). No debate pretende-se chegar às interferências
nos ciclos da água, do ar e do carbono.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
3° BIMESTRE
O uso racional da energia. Após a discussão dos aspectos qualitativos
da energia, apresenta-se o uso racional da energia, por meio da
avaliação quantitativa de alguns casos, como forma de economia de
recursos e de capital. Estabelece a relação entre o uso da energia e
a necessidade de preservar os recursos disponíveis e/ou permitir, na
medida do possível, a recuperação dos mesmos. Justificativas para o
uso racional de energia:
ü Distinção entre o racionamento (limitação devido ao aumento da
procura em relação à oferta de um produto) e a racionalização (uso
eficiente e responsável de um produto, com reflexos positivos sobre
o mercado e o meio ambiente);
ü Promover o debate sobre aspectos estéticos versus aspectos
energéticos dos equipamentos elétricos (etiqueta Procel);
ü Avaliação qualitativa do futuro da humanidade diante do modelo
atual de consumo de energia e potencial crescimento, em relação às
restrições naturais, técnicas, econômicas, políticas e sociais.
· Avaliação do consumo energético de equipamentos a partir de sua
compreensão operacional:
ü Estabelecimento de uma abordagem para o uso racional da energia
que contemple a mudança de valores pessoais, tendo-se em vista
comportamentos duradouros;
ü Fornecimento de informações que favoreçam a compreensão
elementar de alguns sistemas e equipamentos que consomem
energia. Tal método deve servir como referência para outras análises;
ü Medição do consumo de energia elétrica de uma residência e
práticas de economia de energia;
ü Aplicação dos conceitos do uso racional da energia através de
exemplos que evidenciem os aspectos quantitativos e qualitativos.
· Destacar a importância do senso crítico ao realizar a leitura de
artigos relacionados à energia:
ü Discussão a respeito dos meios de comunicação no contexto da
energia.
ü Desenvolver a leitura crítica. A ferramenta que deverá fazer a
mediação entre as informações da mídia e o indivíduo são os
conceitos que possuem fundamentação científica.
4° BIMESTRE
Responsabilidade e Cidadania. Discute-se a importância de se
colocar em prática os conceitos de uso racional da energia, como
forma de exercer a cidadania. Evoca a importância da ação, no
sentido de estabelecer laços entre o conhecimento adquirido e os
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Você pode também selecionar apenas algumas das partes que lhe
interessam, para desenvolver com seus alunos em sala de aula. Tudo fica a seu
critério! Considerando também que apresentamos apenas alguns temas, eles
precisam ser investigados com um pouco mais de profundidade, para assim,
poder elaborar um planejamento de aula mais direto.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Física na Escola
Acervo de animações e simulações interativas em várias áreas
da física.
Ideias na Caixa
Acervo de simulações interativas e acessíveis, animações e
jogos em várias áreas da física.
Astronomia Interativa
Acervo de simulações interativas e animações para o ensino de
astronomia básica. O site está em inglês.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
Projeto PHET
Acervo de simulações interativas e acessíveis, nas áreas das
ciências e matemática, desenvolvido pela Universidade de Colorado.
oPhysics
Coleção de simulações interativas, em várias áreas da física, e
ferramentas de desenho e de construção de gráficos. Em Inglês.
Gizmos
Acervo de simulações interativas para o ensino de física,
ciências e matemática, com materiais para estudantes. Em inglês.
Só Física
Portal com simulados online, videoaulas, jogos, materiais
didáticos, exercícios resolvidos, provas de vestibular e recursos
audiovisuais.
MEC RED
Plataforma MEC de Recursos Educacionais Digitais que reune
e disponibiliza de forma centralizada os Recursos Educacionais
Digitais de diversos portais do Brasil.
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Portal do Professor
Plataforma do MEC que disponibiliza planos de aula, mídias
de apoio, notícias sobre educação, cadernos didáticos, cursos e
materiais de estudo.
eduCAPES
Portal de objetos educacionais abertos para uso de alunos e
professores da educação básica, superior e pós-graduação.
Phys 1
Jogo de quebra-cabeças que requer que os jogadores usem
ferramentas para resolver problemas de física. Aplicativo gratuito
para os sistemas Apple e Android. Em inglês.
Phys 2
Jogo de quebra-cabeças que requer que os jogadores usem
ferramentas para resolver problemas de física. Aplicativo gratuito
para os sistemas Apple e Android. Em inglês.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
4 SÊQUENCIA DIDÁTICA
Mas o que é uma sequência didática? Como elaborar uma sequência
didática? Qual a diferença do Plano de aula?
Ou seja, onde o docente, através dos objetivos que pretende atingir com
seus estudantes, irá organizar sistematicamente uma série de atividades para
atingir a aprendizagem (habilidades e competências) de determinado conteúdo
selecionado. Habilidades estas que não necessariamente precisam contemplar
somente os conteúdos, mas podem contemplar também as habilidades
socioemocionais e atitudinais.
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Em geral, não há uma forma única de elaborar uma sequência didática, pois
isso depende do interesse do docente. A proposta é organizar de maneira lógica
o que e como serão abordados os conteúdos. Isso contribui para que a atividade
docente seja realizada de forma consciente e sistemática, preferencialmente
contemplando as concepções sociais e experiência de vida dos estudantes.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
FONTE: Méheut e Psillos (2004 apud CAVALCANTI; RIBEIRO; BARRO, 2018, p. 862)
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Claro que isso não é fácil nem simples! Mas isso é um convite
para a elaboração de aulas que superem a simples cópia da lousa
ou o livro didático e favoreçam efetivamente a aprendizagem dos
estudantes.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Este foi um capítulo com muitas orientações didáticas. Iniciamos discutindo
sobre o planejamento de forma geral e o seu papel na sociedade e na educação.
Em seguida, os tipos e etapas do planejamento em que se destaca a importância
de outros planejamentos de forma mais ampla, mas que tendem a dar mais
coerência a tudo que ocorre no sistema educacional brasileiro. Ou seja, o que um
docente que leciona a disciplina de Física faz ou deve fazer não é simplesmente
aquilo que é de seu interesse, que viu em outros países. Mas precisa estar em
consonância com aquilo que é proposto pelo Ministério da Educação e, de forma
mais próxima, aquilo que a secretaria estadual ou municipal propõe.
REFERÊNCIAS
ALVES, M. Características, elementos e importância do planejamento
didático-pedagógico: uma revisão de termos e conceitos na área de Ensino de
Ciências. 2018. 130 f. Dissertação (Mestrado em Química) - Instituto de Química,
Unesp, Araraquara, 2018.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
LENOIR, Y.; HASNI, A.; LEBRUN, J. Resultados de vinte anos de pesquisa sobre
a importância atribuída às disciplinas escolares que objetivam a construção da
realidade humana, social e natural no ensino primário da província de Québec-
Canadá. In: FAZENDA, I. (Org.). O que é interdisciplinaridade? São Paulo:
Cortez, 2008. p. 29-51.
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Capítulo 2 SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/FÍSICA
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C APÍTULO 3
A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O dia da prova! A entrada do professor na sala de aula
prenuncia momentos já bem conhecidos de angústia e de
dúvidas sobre as possibilidades de êxito na empreitada. Terei
estudado o bastante? O que será que ‘vai cair’? O que vou
fazer se não tiver bons resultados? E se eu for mal, terei uma
segunda chance? (ABIB, 2010, p.141).
2 O PAPEL DA AVALIAÇÃO
Avaliamos a todo instante, desde que acordamos estamos avaliando, qual
roupa iremos usar, qual melhor alimento para o nosso corpo, qual material vamos
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
ler, qual tipo de objeto é melhor, qual estudante é melhor, qual estudante é menos
interessado, qual escola é melhor, qual carro é melhor para trabalhar e/ou viajar,
entre tantas outras avaliações. Fazemos, pois, é ontológico! Não tem como fugir
dessa ação. Agora.... e na Educação Básica? Como funciona? Fazemos isso
constantemente? Antes de começarmos, já temos uma dúvida: qual a diferença
entre prova e avaliação? Essa deveria ser uma pergunta que era para aparecer no
segundo subtópico (avaliação interna), mas vamos lá! Sugestões? Qual título que
você colocaria: “Prova de Física” ou “Avaliação de Física”?
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
Várias são as defesas para ambos os lados e que, portanto, não está
definida, e sim, se propõe que ambas façam parte da aprendizagem, no entanto
em períodos diferentes.
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
Para tanto, medir um banco de dados é possível, medir informações (bits, por
exemplo) é um pouco mais complicado, mas ainda possível, já o conhecimento de
um aluno não é uma tarefa fácil.
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Não podemos “dar” nota para aquilo que não foi demonstrado! Devemos
dar uma nova oportunidade para que isso aconteça. Precisamos parar de corrigir
nossas provas nos questionando: “quanto este aluno merece?”, pois isso fomenta
no estudante o seguinte questionamento: “de quanto eu preciso?”.
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
Outro ponto da avaliação que deve ser considerado é que esse mesmo
instrumento, utilizado para (re)orientar a prática docente, no sentido de estabelecer
novos rumos e/ou permanecer nos mesmos a partir do que houve como resultado,
esse instrumento também deve servir para que o próprio estudante possa fazer
uma autoavaliação diante do que foi estabelecido. “Ensinar e aprender são dois
verbos indissociáveis, duas faces da mesma moeda. Ao avaliar seus alunos, o
professor está, também, avaliando seu próprio trabalho” (HAYDT, 2008, p. 7 apud
RUTZ et al., 2021, p. 5).
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Falaremos mais sobre este último ponto no próximo subtópico. Antes disso,
associado ao planejamento educacional: o que as Leis que orientam a educação
mencionam sobre a avaliação? Para isso, analisaremos de forma breve desde o
início do século 20 quais foram as propostas e como isso é apresentado nas leis
mais atuais.
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
testagem e que a tarefa de avaliar é “exclusiva do professor”. Por fim, aponta que
em nenhum momento foi considerado um processo no qual o aluno pudesse ter
participação (SOUSA, 2009).
Mais adiante, em 1971, foi implementada uma nova Lei (n° 5.682/71).
Essa lei propõe uma nova visão para o papel da avaliação da aprendizagem,
em que dá ênfase à avaliação como “um processo que visa a acompanhar o
desenvolvimento do aluno” (SOUSA, 2009, p. 9). Para esclarecer ainda mais, a
autora consulta pareceres do Conselho Federal de Educação, observando que
na avaliação do aproveitamento escolar devem prevalecer “aspectos qualitativos
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
Destacamos, por fim, que esta é a primeira vez, dentre todas as LDBs, que
a palavra avaliação é mencionada. Antes, como vimos, a palavra verificação
da aprendizagem ou aferição tinha muito mais sentido e presença. A saber, em
relação à avaliação externa e em larga escala comentaremos posteriormente, em
um tópico específico para este tema.
Ao mesmo tempo, esta breve análise que propomos nos ajuda a compreender
a importância de apresentar aspectos históricos que talvez justifiquem a
priorização das escolas e docentes em realizar processos avaliativos meramente
para emitir uma nota, gerando processos de classificação e seleção, ao invés de
realizar processos mais abrangentes e que contemplem os diferentes aspectos e
qualidades que são desenvolvidos em sala de aula.
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Por outro lado, ficar sem a realização de uma prova diagnóstica seria muito
arriscado, não? Talvez isso leva a subestimar os seus estudantes! Mas nem
sempre faz sentido este tipo de aplicação, por exemplo, quando introduzir temas
de Física Moderna. Normalmente, os conhecimentos dos estudantes são mais
gerais e estão mais compactados.
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Mais um aspecto relevante para se discutir: e se, por exemplo, apenas 30%
ou menos dos alunos obtiveram êxito na disciplina? Em suma, as três funções
da avaliação estão completamente relacionadas uma à outra, tendo um seu
momento de destaque e tem como proposta fundamental uma possível garantia
da eficácia e melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
Desvantagens:
• Fornece uma amostra reduzida do que o aluno aprendeu,
pois as poucas questões dissertativas não podem abranger todos os
aspectos.
• Sua correção exige tempo, porque para realizar um
julgamento criterioso, é preciso avaliar o valor de cada resposta.
Caso 1
Certa vez, numa escola real, uma professora aplicou o seguinte teste de Ciências, numa turma de
4°ano do EF I:
Teste de Ciências
____________________ é formada de _______________ e utiliza-
da na _____________________.
A palavra tem ____________________________ muito __________________________.
A _________________________ originou-se do ________________________. Portanto é mui-
to _____________________.
O ____________________ é uma rocha construída principalmente de ___________________.
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DiDáTiCA E AVALiAÇÃo NA APrENDiZAGEm Em FÍSiCA
Caso 2
Numa prova de Geografia do 7°ano do Ensino Fundamental II de uma escola municipal, o profes-
sor perguntou:
O que é espaço?
Um dos alunos respondeu:
- É o lugar que há de intervalo de um lugar ao outro, onde se pode fazer algo como correr, brin-
car, etc. É também espaço que possa ser ocupado pelo ar.
A resposta apresentada pelo professor, em oposição à do aluno, considerada errada foi:
- É o meio ilimitado que contém todos os corpos celestes, ou melhor, a criação toda.
Caso 3
Certa manhã, ao final de uma aula de Língua Portuguesa, numa turma de 4°ano do Ensino
Fundamental, após o término das atividades do dia, quando restavam alguns minutos, a pro-
fessora decidiu, para ocupar o tempo das crianças, pedir-lhes que escrevessem em grupos pe-
quenos, um texto sobre qualquer tema; texto esse que “valeria ponto” para a média final.
As crianças iniciaram o processo de escrita, preocupadas com o tempo. Um determinado gru-
po, após exercitar o pensamento coletivo na tentativa de encontrar um tema, escreveu o seguinte:
A epidemia do nada
Estávamos sentados em plena aula, as 11h 30 min quando a professora Mônica nos mandou fa-
zer uma redação.
Ficamos 15 minutos tentando achar um tema. Nada...
De repente, no meio de tantos nadas, Braga se levantou da carteira, exclamando:
- Nada!
Carolina perguntou:
- Nada?
- E .... Nada! Aline exclamou.
Já Bruno perguntou:
- Por que nada?
Leonardo respondeu:
- Porque o nada é bom, é bom demais...
- Não é nada maneiro, Rafael falou.
Mas, afinal, o que é o nada?
De repente, levamos um susto. O sinal bateu. O tempo acabou e não escrevemos nada. E ain-
da íamos ganhar ponto por nada.
FONTE: Adaptado de Hoffman (2003)
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
Ainda acontece nos dias de hoje! Vamos avançar na atenção com nossos
instrumentos! Os tempos mudaram, a forma como o espaço escolar está sendo
visto e proposto também está se modificando e a forma de avaliar precisa mudar!
Não pode ficar engessada em questões de “decoreba”, sem, principalmente,
contemplar a verificação de habilidades e competências.
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FONTE: <https://novaescola.org.br/conteudo/13029/como-avaliar-
o-ensino-criativo-e-inovador>. Acesso em: 10 mar. 2021.
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
• Erros conceituais.
• Improcedente.
• Problemas ortográficos (questões textuais).
• Ilegível.
• Problemas de operação matemática.
• Entre outras possibilidades que podem ajudar num diálogo
mais claro entre os envolvidos no processo avaliativo.
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
Mas isso não foi só aqui no Brasil, pois nos últimos anos, o projeto de um
currículo nacional foi desenvolvido em vários países. Como caso exemplar,
podemos destacar a Inglaterra, que após uma ampla reforma educacional nos
anos 1980, desenvolveu um currículo nacional. Anteriormente, o currículo era
organizado basicamente a partir de autoridades locais, muito mais flexíveis, pois
eram adaptáveis às escolas. E assim, a Inglaterra foi muito marcada pelo início de
rankings e disputas entre escolas. Esse processo deu ao país uma centralização
dominante e foi marcado por relações com o mercado.
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
E ainda reforça:
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
Como avaliar aos alunos? Essa discussão era muito pífia na academia no
que tange à educação básica, em contrapartida, alguns debates emergiam no
âmbito da educação superior e, por isso, foi o primeiro exemplo a ser apropriado
para a educação básica.
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Parece claro que sim, mas na verdade, quando olhamos para o Ensino
Superior podemos falar em Ensino a Distância, conhecido como EaD, que
se configura como uma situação que considera que os estudantes são mais
conscientes de seu papel e, de certa forma podem “optar” por isso. Já a educação
básica não houve opção ou escolha. Foi necessário! E, por isso, chama-se de
ensino remoto.
FONTE: <https://www.profseducacao.com.br/2020/11/26/
habilidades-e-competencias-como-avaliar-em-tempos-de-
pandemia/>. Acesso em: 16 mar. 2021.
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
Este momento é rico para que todos aqueles que têm alguma relação
com o ambiente educacional (pais, estudantes, docentes e gestores) possam
efetivamente repensar o papel da avaliação. E aproveitar para evidenciar que o
papel da avaliação é para a melhoria do ensino e da aprendizagem.
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Essa proposta vai ao encontro do que está previsto na própria LDB que
apontamos no início deste capítulo, em que deverá prevalecer o percurso
formativo, investigando o desenvolvimento dos estudantes no que diz respeito às
habilidades e competências.
Por fim:
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
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De forma geral, podemos imaginar um piloto que antes não tinha suportes
para auxiliar no seu voo, e que hoje, no contexto das avaliações externas em larga
escala, possui vários suportes e até mesmo sofisticados para lhe auxiliar. Este é
o papel que muitos pesquisadores, que concordam com as avaliações veem: elas
auxiliam gestores nas tomadas de decisão.
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Capítulo 3 A AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA
E, por fim, a autora salienta que nos anos 1990, a avaliação foi recomendada
como “condição necessária ao planejamento estratégico e a gestão estratégica,
como recurso para uma gestão menos governamental/estatal e mais ‘pública’
e ‘democrática’, como recurso para profissionalizar o servidor público, como
questão de interesse para a relação entre os âmbitos subnacional, nacional e
internacional” (FREITAS, 2005, p. 96).
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www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2012/11/1190412-a-
festa-das-avaliacoes.shtml. Acesso em: 19 mar. 2021.
Por isso, iremos nos debruçar sobre o Enem e, dentro de sua perspectiva,
discutir um pouco do seu histórico, Matriz de Referência, estrutura do item e,
por fim, a teoria utilizada para os cálculos das notas dos estudantes: a Teoria da
Resposta ao Item.
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2.8 O ENEM
O Exame Nacional do Ensino Médio foi implementado em maio de 1998, com
o objetivo inicial de avaliar a qualidade do ensino oferecido aos anos finais da
educação básica e contribuir com uma autoavaliação a partir de competências e
habilidades gerais contempladas em cada edição.
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Isso porque ao longo dos anos, os seus resultados foram sendo utilizados
para acesso às Instituições de Ensino Superior pelo SiSU (Sistema de Seleção
Unificada), o ProUni (Programa Universidade para Todos) e Fies (Financiamento
Estudantil), além de outros programas também para cursos técnicos.
SiSU: https://sisu.mec.gov.br/#/#oquee
ProUni: http://prouniportal.mec.gov.br/#principal
Fies: http://portalfies.mec.gov.br/
Jovens e Adultos, voltado a pessoas que, acima de 18 anos, sem cursar por, pelo
menos um ano a escola, podem realizar este exame e, dependendo do resultado,
podem adquirir o certificado do Ensino Fundamental e do Ensino Médio).
FONTE: O autor
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FONTE: <http://www.portalavaliacao.caedufjf.net/pagina-exemplo/
item/#:~:text=O%20item%20%C3%A9%20constitu%C3%ADdo%20
por,a%20solucionar%20os%20problemas%20apresentados>.
Acesso em: 16 mar. 2021
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FONTE: <https://site.geekie.com.br/blog/da-teoria-classica-a-teoria-
de-resposta-ao-item-diferencas-e-vantagens/>. Acesso em: 17 mar.
2021.
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FONTE: <http://inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/
content/teoria-de-resposta-ao-item-avalia-habilidade-e-minimiza-o-
chute-/21206>. Acesso em: 16 mar. 2021.
3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, buscamos apresentar as principais discussões em relação
à avaliação no âmbito educacional. Você viu a quantidade de desafios? Não são
poucos!
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1996. O interessante foi verificar que a mudança conceitual dada à avaliação, que
passou de apenas uma verificação da aprendizagem e exame, para um elemento
constituinte do processo de ensino em que deve prevalecer o processo qualitativo
em relação ao qualitativo.
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Para não continuar em discussões muito amplas e que não permeiam direto
o docente de Física que leciona no Ensino Médio, optamos por discutir sobre o
Enem e o seu papel no Ensino de Física e para os estudantes. Em cima deste
assunto, discutimos sobre Matriz de Referência e seu papel no âmbito escolar,
que vai além de ser somente um instrumento para dizer “o que vai cair na prova”,
pois ele deve esclarecer quais são as competências/habilidades/conteúdos
(objetos de conhecimento) que serão avaliados.
Tudo isso faz parte da profissão! Por isso, deixamos como indicação final, a
busca por um diálogo cada vez mais amplo e contínuo com outros profissionais da
educação, para que possamos agir de maneira cada vez mais crítica e reflexiva.
REFERÊNCIAS
ABIB, V. S. Avaliação e melhoria da aprendizagem em Física. In: CARVALHO, A.
M. P. et al. Ensino de Física. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
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