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Disciplina |

Introdução

DISCIPLINA
DOCÊNCIA NO ENSINO
SUPERIOR

Aula 02
Andragogia: A Capacidade de
Orientar Adultos ao Aprendizado www.cenes.com.br | 1
Docência no Ensino Superior |

Sumário

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G892

GRUPO FOCUS DE EDUCAÇÃO. Docência no Ensino Superior: Andragogia: A Capacidade de


Orientar Adultos ao Aprendizado / Org. Vitor Matheus Krewer. – Cascavel: Grupo Focus de
Educação, Focus, 2023.

20 P.

1. Professor – formação. 2. Professor Universitário. 3 Ensino Superior. 4. Prática de Ensino. I. Título.

CDD 23 ed.: 370.7124

Material didático elaborado pela equipe de Engenharia e Gestão do Conhecimento do Grupo


Focus de Educação sob solicitação do CENES – Centro de Estudos de Especialização e
Extensão.

© 2023, by Faculdade Focus


Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro
Cascavel - PR, 85801-050
Tel: (45) 3040-1010
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Sumário

Sumário
Sumário ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
Introdução -------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
1 Definindo andragogia ------------------------------------------------------------------------------ 4
1.1 Pedagogia Tradicional: o professor com o centro-------------------------------------------------------- 6
1.2 Andragogia: o aluno no centro -------------------------------------------------------------------------------- 7

2 Aprendizagem no Ensino Superior -------------------------------------------------------------- 8


3 A Andragogia como Prática Pedagógica ----------------------------------------------------- 13
Considerações Finais------------------------------------------------------------------------------------ 16
Bibliografia ------------------------------------------------------------------------------------------------ 17

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Introdução

Introdução
As configurações contemporâneas da sociedade são inegavelmente
caracterizadas pela crescente influência de avanços tecnológicos e científicos que
permeiam diversas esferas, tais como economia, saúde, empregabilidade e indústrias.
Dentro deste panorama, a educação emerge como uma força motriz que desempenha
um papel central na estruturação e consolidação dos valores éticos, morais e culturais
da sociedade. Além disso, a educação desempenha um papel fundamental na
preparação de cidadãos e profissionais, no aprimoramento de processos e na
moldagem das interações sociais. Dessa maneira, a educação desempenha uma
função crucial na perpetuação e evolução das sociedades.

A perpetuação da cultura, das ideias e do modo de vida de uma sociedade


requer, cada vez mais, a formalização de processos educacionais e formativos. Esses
processos, que anteriormente eram muitas vezes considerados concluídos em etapas
determinadas de escolarização ou formação profissional, passaram por uma
significativa transformação. Isso ocorreu devido à natureza volátil e em constante
evolução do conhecimento. O conhecimento, diferentemente de ser estático, está
sujeito a contínuas mudanças e inovações. Novos saberes são gerados
incessantemente, demandando a aquisição de diferentes competências e habilidades
em um processo de aprendizado contínuo.

Dessa forma, os processos de formação devem se estender ao longo de toda a


vida, não havendo mais um ponto de conclusão definitivo ou encerramento no ato de
aprender. A aprendizagem torna-se um empreendimento perene e contínuo,
estendendo-se além das fases tradicionais de escolarização e maturidade adulta. Os
aprendizados são direcionados para atender a necessidades específicas, abrangendo
diversas dimensões da vida, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional. Portanto,
o paradigma educacional contemporânea demanda uma abordagem de
aprendizagem ao longo da vida, conhecida como andragogia, que reconhece a
necessidade de aprendizado constante em resposta à dinâmica da sociedade e da
evolução do conhecimento.

1 Definindo andragogia
O processo de aprendizagem na fase adulta é amplamente caracterizado como
andragogia, uma disciplina que aborda as dimensões estruturais, cognitivas e

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Definindo andragogia

biopsicossociais envolvidas na aquisição de conhecimento por adultos. A andragogia


concentra-se na compreensão dos processos de ensino e aprendizagem sob a
perspectiva de um adulto aprendiz, explorando as complexidades inerentes a esse
processo educacional. Neste contexto, tanto o professor quanto o aluno
desempenham papéis ativos e colaborativos na dinâmica de aprendizado e ensino.

Enquanto a pedagogia, como uma disciplina da ciência da educação, engloba os


elementos fundamentais para a criação de ambientes educacionais e processos de
aprendizagem, a andragogia é uma extensão dessa área que se concentra de forma
específica na aprendizagem de adultos. Ela reconhece que a aprendizagem na idade
adulta envolve particularidades e contextos que merecem consideração especial para
otimizar o processo educacional. Assim, a andragogia emerge como um componente
valioso da pedagogia, direcionando a atenção para as características únicas e os
desafios associados ao aprendizado em adultos.

Em contraposição à pedagogia, a andragogia direciona-se especificamente ao


público adulto, considerando as particularidades do processo de ensino e
aprendizagem nessa fase da vida. A origem da palavra "andragogia" deriva do grego,
onde "andros" significa homem e "agogia" remete à condução ou liderança, atribuindo
à andragogia a concepção de orientar e conduzir adultos em seu processo de
aprendizado, levando em consideração as características, necessidades e contextos da
fase adulta (DRAGANOV et al., 2011).

Embora a terminologia "andragogia" tenha sido introduzida em 1833 por


Alexander Kapp, relacionada à Teoria de Educação de Platão (LITTO; FORMIGA, 2009,
apud MENDES, 2014), foi somente em 1921, através dos escritos de Rosenstock (apud
MENDES et al., 2012), que essa abordagem ganhou significado em relação ao
desenvolvimento da prática de ensino e aprendizagem. Rosenstock empregou o
termo para abordar questões filosóficas e a integração de métodos e especializações
no ensino de adultos, essenciais para atender às necessidades da educação de adultos
(MENDES et al., 2012).

No entanto, a andragogia só ganhou reconhecimento significativo na década de


1970, quando Malcolm Knowles publicou seu livro "The Modern Practice of Adult
Education". Knowles introduziu o conceito de andragogia como a "arte e a ciência de
orientar adultos a aprenderem" (MENDES et al., 2012, p. 1.370). Ele detalhou as
especificidades do aprendizado na vida adulta, abrindo caminho para outras
publicações que popularizaram o termo e ampliaram a compreensão do aprendizado
na fase adulta.

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Definindo andragogia

1.1 Pedagogia Tradicional: o professor com o centro

A pedagogia tradicional tem um foco mais centralizado no papel do professor


como o detentor do conhecimento e do controle do processo de ensino. Essa
abordagem tende a ser mais adequada para alunos mais jovens ou em estágios iniciais
de aprendizado.

Já a andragogia, que é uma abordagem centrada no aluno, e mais adequada para


adultos, apresentando características distintas.

Antes de desenvolvermos as ideias da andragogia, vamos explorar conceitos


importantes relativos à pedagogia tradicional:

1. Dependência dos aprendizes: na pedagogia, os aprendizes são tipicamente


vistos como dependentes do professor para a aquisição de conhecimento e
orientação.
2. Motivação extrínseca: a motivação dos alunos na pedagogia frequentemente
se baseia em recompensas externas, como notas, competições e outros
estímulos.
3. Métodos de transmissão de conhecimento: a pedagogia tradicional se
concentra na transmissão de conhecimento do professor para os alunos por
meio de aulas expositivas e leituras designadas.
4. Ambiente formal e competitivo: o ambiente pedagógico tende a ser formal,
muitas vezes caracterizado pela competição entre alunos e julgamento de valor
em relação ao desempenho.
5. Planejamento e avaliação pelo professor: tanto o planejamento quanto a
avaliação das atividades de aprendizado são geralmente conduzidos pelo
professor.
6. Avaliação por métodos externos: na pedagogia, a avaliação do desempenho
dos alunos é predominantemente feita por meio de métodos externos, como
notas em testes e provas.

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Definindo andragogia

1.2 Andragogia: o aluno no centro

Enquanto a pedagogia tradicional se concentra no papel do professor como


transmissor de conhecimento, a andragogia valoriza a experiência e a autorregulação
do aprendiz adulto.

Essas diferenças destacam que a andragogia é uma abordagem centrada no


aluno, que reconhece a autonomia e a autodireção dos adultos em sua busca por
aprendizado contínuo. Essa abordagem é especialmente relevante para o ensino
superior e programas de educação de adultos.

Vamos listar algumas características conceituais importantes para compreender


as diferenças:

1. Independência e autodireção dos aprendizes: Na andragogia, os aprendizes


são considerados independentes e autodirigidos em sua busca por
conhecimento e aprendizado.
2. Motivação intrínseca: Os aprendizes na andragogia tendem a ser motivados
de forma intrínseca, ou seja, sua motivação surge da satisfação pessoal gerada
pelo que estão aprendendo.
3. Aprendizagem por meio de projetos e experimentação: A andragogia
valoriza projetos inquisitivos, experimentação e estudo independente como
métodos de aprendizado.
4. Ambiente mais informal, equitativo e cooperativo: O ambiente de
aprendizagem na andragogia é geralmente mais informal e caracterizado por
princípios de equidade, respeito mútuo e cooperação entre os participantes.
5. Aprendizagem baseada em experiências: A andragogia pressupõe que a
aprendizagem seja construída com base nas experiências de vida e profissionais
dos aprendizes.
6. Ênfase no desempenho do processo de aprendizagem: Na andragogia, as
pessoas são incentivadas a se concentrar no desempenho de seus próprios
processos de aprendizagem, tornando-se ativas na definição de seus objetivos
e estratégias de aprendizado.

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Aprendizagem no Ensino Superior

2 Aprendizagem no Ensino Superior


A crescente importância da andragogia no século XX foi impulsionada pelas
transformações tecnológicas no mercado de trabalho, que exigiram mudanças
culturais e formativas. Profissionais passaram a buscar constantemente o
aprimoramento e a atualização de conhecimentos. No entanto, os adultos enfrentam
desafios únicos em sua busca pelo aprendizado contínuo, como compromissos de
trabalho, família e a necessidade de equilibrar seus estudos com outras demandas
(NOGUEIRA, 2004).

Para atender a essas demandas específicas dos adultos, as instituições de ensino


precisam adotar abordagens educacionais que considerem a vida, o trabalho e as
necessidades dos alunos adultos. A andragogia fornece o arcabouço teórico para
caracterizar o aprendizado na vida adulta, levando em consideração a bagagem
cultural, as experiências sociais e as trajetórias profissionais dos alunos (BUENO, 2010).

Os estudos de Knowles, Holton III e Swanson (2009), baseados nos princípios de


Kapp, enfatizam que a andragogia visa promover a aprendizagem adulta, mas com a
premissa de que os adultos devem estar dispostos a aprender. Isso requer
engajamento e compromisso por parte dos alunos, que precisam compreender a
relevância do conhecimento para suas vidas pessoais, culturais e profissionais.

Portanto, a andragogia reconhece que a aprendizagem na vida adulta é um


processo ativo, onde o aluno assume um papel ativo em sua própria educação. O
professor desempenha um papel de parceria, facilitando e apoiando o aprendizado
dos adultos, adaptando suas abordagens de ensino de acordo com os princípios da
andragogia (Knowles, Holton III e Swanson, 2009).

A aplicação dos princípios da andragogia ao ensino superior promove uma


educação eficaz e centrada no aluno. Esses princípios fundamentais, quando
adaptados a esse contexto, contribuem para a formação de estudantes autônomos e
motivados, capazes de compreender e aplicar o conhecimento de forma significativa.

Abaixo listamos os princípios tomando por base em Knowles, Holton III e


Swanson, 2009.

1. A necessidade de saber do estudante: no ensino superior, é crucial que o


estudante compreenda a relevância dos conteúdos abordados em seu curso.
Isso implica em contextualizar o porquê e o para quê de determinados
conhecimentos, relacionando-os às suas metas acadêmicas e profissionais. Os

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Aprendizagem no Ensino Superior

professores devem demonstrar a aplicabilidade prática desses conteúdos e sua


importância para a formação do estudante.
2. Autoconceito do aprendiz: no ambiente universitário, os alunos devem ser
incentivados a desenvolver um forte senso de autodireção e responsabilidade
por seu próprio aprendizado. A autonomia acadêmica é promovida ao encorajar
os estudantes a tomar decisões relacionadas à sua educação, como a escolha
de disciplinas e projetos de pesquisa. Os docentes devem atuar como
facilitadores desse processo, orientando e apoiando os alunos em suas
escolhas.
3. Experiência anterior do aprendiz: a bagagem de experiências e vivências dos
estudantes no ensino superior é um recurso valioso. Os educadores devem
reconhecer e valorizar essas experiências como um ponto de partida para a
construção de novos conhecimentos. A integração dessas experiências no
processo de aprendizagem pode enriquecer as discussões em sala de aula e
tornar o conteúdo mais relevante para os alunos.
4. Prontidão para aprender: a motivação para aprender no ensino superior
muitas vezes é impulsionada pela necessidade de compreender o mundo,
adaptar-se à sociedade e alcançar objetivos pessoais e profissionais. Os
docentes devem criar um ambiente que desperte o interesse dos alunos,
estimulando sua curiosidade intelectual e fornecendo oportunidades para
explorar temas que lhes sejam significativos.
5. Orientação para a aprendizagem: no ensino superior, os conteúdos devem
ser apresentados de forma contextualizada, relacionando-os com elementos do
cotidiano e promovendo a resolução de problemas práticos. os estudantes
devem ser capazes de aplicar o conhecimento adquirido em situações do dia a
dia e em suas futuras carreiras. a abordagem pedagógica deve ser centrada na
resolução de desafios reais.
6. motivação para aprender: a motivação no ensino superior vai além de fatores
externos, como recompensas ou competições. Ela é intrínseca e está ligada à
satisfação pessoal de adquirir conhecimento, alcançar a autorrealização e obter
reconhecimento por suas conquistas acadêmicas. Os educadores devem
estimular essa motivação intrínseca, destacando as recompensas intrínsecas do

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Aprendizagem no Ensino Superior

processo de aprendizagem, como o crescimento intelectual e a realização


pessoal.

A aplicação desses princípios da andragogia no ensino superior promove uma


abordagem centrada no aluno, que valoriza a autonomia, a motivação intrínseca e a
relevância prática do aprendizado. Isso contribui para formar profissionais bem-
preparados, capazes de enfrentar os desafios do mundo acadêmico e profissional com
confiança e excelência.

Ao examinarmos as convergências desses princípios, torna-se evidente que a


teoria andragógica representa uma abordagem no ensino superior que busca
contextualizar o ensino e a aprendizagem para atender às necessidades do estudante,
considerando suas perspectivas sociais, profissionais e pessoais, que se desenvolvem
ao longo de sua trajetória de vida.

É fundamental salientar que a andragogia reconhece o estudante como um


agente ativo e responsável por seu próprio processo de aprendizagem, demandando
dele um alto nível de criticidade, autonomia, reflexão e compreensão dos fatores
externos que influenciam esse processo.

Essa perspectiva crítica e reflexiva em relação à sociedade, ao conhecimento e às


interações sociais é facilitada pelo papel do professor, que, ao compreender os
princípios da andragogia, emprega as vivências e percepções do aluno como recursos
para promover a construção de novos conhecimentos. O docente atua como um
mediador que, por meio de estratégias pedagógicas adequadas, estimula o
desenvolvimento da capacidade crítica e reflexiva do estudante, permitindo que ele
se torne um aprendiz autônomo e consciente de seu papel no processo educacional.

Nesse contexto da andragogia no âmbito do ensino superior, a interação entre


professor e aluno assume uma dimensão colaborativa, na qual ambos desempenham
papéis ativos na construção do conhecimento. O docente, munido dos princípios da
andragogia, cria um ambiente propício para o diálogo, a troca de experiências e a
aplicação prática do conhecimento, levando em consideração as necessidades
individuais e os objetivos de aprendizagem de cada estudante.

Os processos formativos no cenário contemporâneo conferem ao professor um


papel de mediador do conhecimento, em contrapartida à abordagem tradicional da
pedagogia, na qual o docente atuava predominantemente como transmissor de
informações. Nesse contexto, o professor auxilia o aluno na compreensão e
apropriação do conhecimento disponível, aproveitando-se do vasto conjunto de

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Aprendizagem no Ensino Superior

recursos de pesquisa acessíveis aos alunos por meio de diversas fontes.

Essa mudança de paradigma se torna ainda mais evidente quando se trata da


andragogia, uma vez que os alunos envolvidos não são crianças desprovidas de
experiências, vivências e conhecimentos profissionais. A abordagem andragógica
reconhece o estudante como um ser social pleno, inserido no mundo do trabalho,
com relações sociais diversificadas e um repertório de vivências significativas que
devem ser consideradas em seu processo educativo.

Nesse contexto, os objetivos educacionais desempenham um papel fundamental


na definição da abordagem pedagógica e dos recursos didáticos utilizados no
processo de ensino e aprendizagem. Portanto, é crucial compreender o aluno, seu
contexto e seus objetivos para planejar um ensino eficaz.

Na educação superior, os objetivos dos estudantes são bem delineados, pois


buscam a formação para o exercício de uma profissão específica e a preparação para
atuar na área escolhida. Nesse sentido, o processo de ensino e aprendizagem na
graduação deve ser projetado de forma a incorporar os elementos essenciais para
uma formação que atenda tanto às necessidades individuais do aluno quanto às
expectativas da sociedade em relação ao profissional que ele está se tornando.

É importante levar em consideração que muitos alunos que ingressam no ensino


superior já estão inseridos no mercado de trabalho, desempenhando funções
profissionais. Esses alunos, muitas vezes, precisam equilibrar suas responsabilidades
profissionais, familiares e acadêmicas, enfrentando desafios como problemas
cotidianos e fadiga decorrente dessa dupla jornada. No entanto, é importante
destacar que esses alunos têm objetivos bem definidos, pois almejam se tornar
profissionais graduados, o que motiva seus esforços e orienta seu interesse em
aprender os conteúdos selecionados.

A andragogia no ensino superior demanda uma abordagem pedagógica que leve


em consideração a maturidade e as experiências prévias dos alunos, bem como seus
objetivos profissionais, permitindo que o processo educacional seja mais relevante e
significativo para eles. O professor desempenha o papel de facilitador desse processo,
apoiando os alunos em sua jornada de aprendizado e incentivando a motivação
intrínseca por meio do reconhecimento da importância do conhecimento para o
alcance de seus objetivos profissionais.

A aprendizagem no ensino superior adquire uma dimensão significativa quando


se consideram os princípios da andragogia. Esses princípios, portanto, devem ser

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Aprendizagem no Ensino Superior

cuidadosamente incorporados à formação didática dos cursos, à elaboração do


currículo e, sobretudo, à escolha das metodologias de ensino adotadas pelo corpo
docente.

Um aspecto relevante a ser abordado no contexto didático do ensino superior é


o crescente número de estudantes adultos em busca de uma segunda graduação
(MENDES et al., 2012). Esse público, caracterizado por sua especialização,
conhecimentos prévios, experiências profissionais e vivências singulares, apresenta
demandas distintas e necessita de uma abordagem educacional diferenciada.

Nesse contexto, as instituições de ensino superior não devem negligenciar a


importância da capacitação de seu corpo docente. Muitos professores, que podem ser
bacharéis ou não licenciados, ainda modelam suas práticas de ensino com base em
seus próprios professores do passado. Esses professores, por vezes, adotam uma
abordagem pedagógica que não é mais compatível com o contexto e o perfil dos
alunos atuais (CUNHA, 2010).

Há algumas décadas, o professor era visto como o detentor do conhecimento,


cuja função principal era transmitir conteúdos aos alunos, com pouca ênfase na
promoção do aprendizado real. Essa abordagem refletia-se em uma prática docente
caracterizada por uma postura fechada, com pouca interação e diálogo com os alunos.

No entanto, a realidade atual apresenta um cenário diferente, com alunos mais


questionadores e críticos, que buscam informações em diversas fontes e esperam dos
professores uma mediação no processo de construção do conhecimento. O papel do
docente, portanto, é mais orientado para a mediação do que para a transmissão,
fornecendo direcionamentos e recursos que auxiliem os alunos em sua jornada de
aprendizado.

Nesse contexto, a andragogia oferece princípios que podem enriquecer a prática


docente no ensino superior, contribuindo para a promoção de uma aprendizagem
significativa que estimule o desejo de aprender nos alunos. Isso implica não apenas
na formação técnica, mas também no desenvolvimento de competências relacionadas
à cidadania e à participação social, considerando as expectativas, necessidades e
contextos dos alunos.

O contexto atual demanda profissionais altamente competentes, capazes de se


adaptar a diferentes situações, demonstrando competência técnica, habilidades
humanas e ética profissional. Portanto, as instituições de ensino superior devem
refletir sobre suas práticas docentes e ajustá-las quando necessário, a fim de promover

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A Andragogia como Prática Pedagógica

um processo formativo que atenda às demandas da sociedade.

Nesse sentido, a andragogia serve como um alicerce para a efetivação de


aprendizados significativos, resultando em uma formação eficaz e competente. No
entanto, essa abordagem requer uma prática pedagógica diferenciada por parte do
professor, que reconhece o aluno como um agente ativo em seu próprio processo de
aprendizado. Além disso, essa aprendizagem do aluno adulto transcende os limites
dos conteúdos curriculares, contribuindo para sua formação integral, preparando-o
não apenas para sua atuação profissional, mas também para o exercício pleno da
cidadania.

3 A Andragogia como Prática Pedagógica


Considerando as abordagens anteriores sobre andragogia, é perceptível que ela
transcende a mera adoção de uma metodologia de ensino, constituindo-se, em sua
essência, como uma concepção abrangente da educação. Trata-se, pois, de uma visão
que compreende o processo educativo do estudante adulto em sua totalidade,
considerando cuidadosamente suas particularidades e necessidades específicas.

As práticas andragógicas partem do pressuposto fundamental de que cada


estudante adulto é singular, possuindo sua própria maneira de aprender, um ritmo
individual, bem como um conjunto de vivências e experiências que exercem influência
direta sobre seu processo formativo. Portanto, o enfoque não se restringe apenas à
adaptação de métodos e técnicas, mas abrange a compreensão profunda de que o
contexto de vida do aluno adulto desempenha um papel determinante em seu
desempenho acadêmico.

É relevante reconhecer que a realidade desse aluno pode apresentar desafios


como a fadiga decorrente de suas múltiplas responsabilidades, como o volume de
trabalho, entre outros. No entanto, é igualmente fundamental perceber que essa
realidade traz consigo um vasto repertório de vivências enriquecedoras que podem
ser incorporadas ao processo educativo.

Ao incorporar as experiências de vida do aluno adulto à prática educativa, o


professor não apenas valoriza a jornada educacional desse indivíduo, mas também
atribui significado e relevância aos conhecimentos e saberes que são construídos e
reconstruídos no âmbito acadêmico. Desse modo, ao relacionar o conteúdo do curso
com as experiências pessoais do aluno, os docentes conferem uma maior

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A Andragogia como Prática Pedagógica

contextualização e pertinência ao aprendizado, alinhando-o com a realidade vivida


pelo estudante.

Nessa perspectiva, é imperativo que os conhecimentos não sejam abordados de


forma isolada, mas sim integrados ao mundo do educando. O aluno deve ser capaz
de perceber a relevância e a aplicabilidade dos conteúdos estudados em seu
cotidiano, o que implica a apropriação significativa desses conhecimentos. Essa
abordagem encontra apoio em conceitos pedagógicos bem estabelecidos, como os
propostos por Paulo Freire (2019).

Ao trazer o contexto do educando para o centro do processo educativo,


promove-se uma partilha de responsabilidades pelo aprendizado. A construção do
conhecimento passa a ser um empreendimento conjunto, que envolve a orientação
direcionada do professor e a participação ativa e engajada do aluno em sua própria
jornada de aprendizagem.

No contexto do ensino superior, estabelece-se uma relação de ensino-


aprendizagem que exige do professor uma busca contínua por alternativas
pedagógicas e metodológicas que estejam alinhadas às necessidades e
particularidades do aluno adulto. Para atender a esse propósito, é imprescindível que
o docente se oriente pela andragogia, uma abordagem pedagógica que se revela
como alicerce para compreender e guiar o processo de ensino e aprendizagem na
perspectiva da vida adulta.

Na perspectiva a andragogia, o papel do professor transcende a mera expectativa


de que o aluno forneça indicações sobre suas experiências, a fim de moldar a prática
pedagógica (NOGUEIRA, 2004). Em vez disso, o docente deve ser proativo e buscar
enriquecer sua abordagem didática com base em elementos concretos provenientes
das experiências diárias dos estudantes.

Portanto, a andragogia propõe um movimento que demanda uma análise crítica


da prática docente e sua subsequente reestruturação, com foco nas experiências,
vivências e contexto do aluno. Isso confere ao professor um papel ativo na formulação
de estratégias que se ajustem às necessidades individuais dos discentes.

Por outro lado, é fundamental que o aluno assuma sua responsabilidade no


processo de aprendizagem, buscando compreender e se empenhar na assimilação do
conhecimento que lhe é apresentado. É imperativo que ele reconheça a relevância
desse conhecimento para seu desenvolvimento pessoal e profissional, conforme
preconiza o primeiro princípio da andragogia. Nesse sentido, o aluno deve mobilizar

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A Andragogia como Prática Pedagógica

diversos recursos cognitivos, com a mediação do professor, a fim de construir os


saberes necessários à sua formação.

Para que essa relação entre professor e aluno, baseada no compartilhamento de


experiências e mediada por metodologias que promovam a participação ativa do
aluno, seja efetiva, é necessária a existência de confiança mútua. Portanto, é essencial
que o aluno confie no professor, o que lhe permite compartilhar sua realidade e suas
experiências. Ademais, é crucial que o aprendente estabeleça uma relação de
igualdade com o professor, mesmo que os papéis desempenhados sejam distintos
(NOGUEIRA, 2004).

Na prática da andragogia, portanto, o professor deve estar disposto a conhecer


a fundo o aluno, compreender suas vivências e seu estilo de aprendizagem, a fim de
desenvolver estratégias pedagógicas que estejam alinhadas com os objetivos
estabelecidos. Nesse contexto, as metodologias ativas têm desempenhado um papel
significativo e são frequentemente utilizadas em conjunto com a andragogia. Essas
metodologias se destacam por sua natureza dinâmica e inovadora, oferecendo uma
valiosa contribuição, especialmente para o público adulto, ao promoverem uma
participação ativa e engajada no processo educativo.

As metodologias ativas, que ganham destaque no contexto educacional


contemporâneo, desempenham um papel crucial na promoção do envolvimento ativo
e da autonomia do aluno no processo de ensino e aprendizagem (GODOI; FERREIRA,
2016). Sob essa perspectiva, o estudante deixa de ser um mero receptor passivo de
conhecimento, adotando uma postura ativa e participativa na construção do saber.

É evidente que a introdução de metodologias ativas proporciona ao aluno um


papel central no processo educativo, anteriormente predominantemente ocupado
pelo professor. O discente, agora, assume o papel de protagonista e coautor de sua
trajetória como aprendiz, envolvendo-se de maneira mais efetiva no desenvolvimento
de sua aprendizagem.

Entretanto, é fundamental destacar que a escolha de uma metodologia ativa não


deve ser arbitrária ou guiada apenas pela moda do momento, nem mesmo pelo
desejo de dinamizar a sala de aula. Ela deve ser estrategicamente alinhada com os
objetivos pedagógicos específicos de cada conteúdo, levando em consideração o
perfil dos estudantes envolvidos.

Essa articulação entre a seleção da metodologia ativa e as características dos


estudantes requer do docente um profundo entendimento do funcionamento

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Considerações Finais

cognitivo de seus alunos, bem como de suas habilidades para trabalho em equipe, a
fim de determinar a estratégia mais apropriada para abordar o conteúdo em questão.

Este movimento exige, portanto, uma abordagem pedagógica fortemente


influenciada pelos princípios da andragogia, que transcende o simples tratamento
diferenciado do aluno adulto para incorporar práticas pedagógicas adaptadas às
peculiaridades do ambiente formativo em que estão inseridos.

O compromisso de buscar abordagens pedagógicas diferenciadas impõe ao


professor a responsabilidade de se manter em constante aprimoramento e cultivar a
sensibilidade para compreender o que realmente cativa seus alunos. Mais do que um
repertório amplo de atividades dinâmicas, o professor deve ter clareza dos objetivos
pedagógicos específicos em cada contexto, bem como do perfil do discente, a fim de
envolvê-lo ativamente no desenvolvimento da prática. Isso implica trazer o aluno para
o centro do processo, mediado pelo professor, ele se torna o protagonista de seu
próprio aprendizado.

Observa-se que essa abordagem não é inerente ou automática para o docente.


Pelo contrário, requer um processo de aprendizado contínuo por parte dos
educadores. Nesse sentido, é imperativo que os professores busquem compreender
os princípios da andragogia e a utilizem como base de apoio para sua prática
pedagógica, reconhecendo-a como uma aliada valiosa no processo de ensino e
aprendizagem.

Entende-se que as instituições de ensino superior têm a responsabilidade de


proporcionar formação e espaço para discussão aos professores, a fim de que estes
possam compreender de maneira aprofundada o conceito de andragogia e como seus
princípios se aplicam na prática educacional. Esse investimento na capacitação
docente é fundamental para aprimorar a qualidade do ensino e enriquecer a
experiência de aprendizagem dos alunos.

Considerações Finais
Nesta unidade, foram explorados de maneira abrangente os princípios e a
aplicação da andragogia no contexto do ensino superior. Foi possível discernir que a
andragogia não se limita apenas a uma abordagem metodológica, mas engloba uma
concepção de educação que transcende os limites da sala de aula, tornando-se um
elemento fundamental da didática a ser cuidadosamente integrado à prática

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Bibliografia

pedagógica nas instituições de ensino superior.

No ambiente acadêmico, é inegável que os estudantes adultos, em sua maioria,


ingressam nas instituições de ensino com objetivos profissionais claramente definidos.
Diante disso, é incumbência das instituições de ensino prepará-los de maneira eficaz
para sua futura atuação no mercado de trabalho, dotando-os dos conhecimentos e
competências necessários.

A andragogia, nesse contexto, desempenha um papel crucial ao orientar a


maneira como as instituições educacionais conduzem esse preparo para o mundo
profissional. Ela oferece diretrizes metodológicas e estratégicas que têm o potencial
de otimizar o processo de aprendizagem do aluno adulto, considerando suas
características peculiares, bem como suas expectativas, vivências e experiências
anteriores, que devem ser plenamente incorporadas em seu processo formativo.

Devemos compreender que a andragogia transcende a esfera das metodologias


de ensino, embora também a envolva. Trata-se de uma concepção mais ampla de
educação, que redefine não apenas a forma de ensinar, mas também como se concebe
todo o processo educacional. Ela desafia a tradicional relação unidirecional entre
professor e aluno, promovendo uma abordagem mais colaborativa e participativa na
construção do conhecimento.

Concluímos que, para que a andragogia possa efetivamente guiar e informar os


processos de ensino e aprendizagem no ensino superior, é imprescindível estabelecer
um vínculo sólido e significativo entre professor e aluno. Esse vínculo deve ser pautado
na confiança mútua e em uma relação de igualdade, que viabilize o engajamento ativo
e a autonomia do aluno no processo de aprendizagem, enquanto ainda valoriza o
papel mediador do professor na condução da construção conjunta de conhecimento
e na formação de valores formativos. Essa abordagem, centrada na colaboração e no
respeito mútuo, proporciona um ambiente propício para a realização eficaz da
educação andragógica no ensino superior.

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