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REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO

CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

O ENSINO A DISTÂNCIA E SEUS DESAFIOS

ARTIGO DE REVISÃO

PEREIRA, Jaqueline Gomes1, RODRIGUES, Ana Paula 2

PEREIRA, Jaqueline Gomes. RODRIGUES, Ana Paula. O ensino a distância e seus


desafios. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol.
07, pp. 05-20. Julho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/o-ensino

RESUMO

Este estudo propôs como tema a Educação a Distância (EAD) e seus desafios, sendo uma
modalidade de ensino que está em constante crescimento na contemporaneidade. Tem o
objetivo de descrever o ensino a distância e seus desafios, e as melhorias que podem ser
aplicadas. Como problema de estudo: Quais são os desafios e as melhorias para o ensino na
modalidade a distância? O intuito desta pesquisa bibliográfica está em apresentar o EAD no
Brasil, os desafios, a utilização das tecnologias de informação e de comunicação (TICs) e de
que forma superar as dificuldades encontradas por indivíduos que almejam uma educação de
qualidade. Para que ocorra melhorias neste método de ensino, os profissionais envolvidos
devem desenvolver habilidades e competências para superar as dificuldades e adaptar suas
práticas pedagógicas à realidade dos discentes, e além dos professores, os alunos também
necessitam de conhecimento tecnológico para a utilização dos recursos disponíveis no
ambiente virtual. Outro fator muito importante

1
Pós-graduada em Docência no Ensino Superior em Administração pela Faculdade Dom
Alberto, RS-2020. Graduada em Administração pela Universidade Luterana Ulbra, RS-2019.
2
Orientador.

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para a eficácia do Ensino a Distância no Brasil é o engajamento do Estado e da sociedade no


processo de ensino-aprendizagem.

Palavras-Chave: Educação a Distância, Desafios, Alunos.

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos os meios de comunicação se tornaram mais complexos, levando a


necessidade de novas tecnologias e modificando o cotidiano das pessoas. Esses avanços
tecnológicos estenderam-se para a educação e com o aumento da procura por cursos
superiores, foi necessário a necessidade de flexibilidade dos recursos oferecidos pelas
instituições.

A educação a distância é descrita por processos de ensino-aprendizagem, que utilizam


diversas mídias como ferramentas para a transmissão do conhecimento. Esta modalidade de
ensino a distância, através do acesso e uso da internet, proporcionou a realização de estudos,
pesquisas e a formação intelectual da sociedade através de conhecimentos, sendo adquiridos
em espaços e tempos diferentes de forma flexível.

O ambiente virtual possibilita a comunicação entre professores e alunos, apresentando


constantemente inúmeros desafios, sendo eles, a superação de desigualdades, capacitação
profissional e tecnológica e desconfiança do mercado sobre essa modalidade de ensino. A
Educação a distância enfrenta muitos desafios no seu desenvolvimento e aceitação da
sociedade, enfrentando problemas na formação de seus professores e alunos.

O EAD proporcionou desafios a professores que não utilizavam esta ferramenta de ensino,
fazendo com que eles se especializassem e adotassem esse novo cenário de educação. Muitos
professores ainda estão se adequando a esse padrão de ensino, que vem crescendo cada vez
mais. Diante deste cenário, questiona-se a seguinte frase: Quais são os desafios e as melhorias
para o ensino na modalidade a distância?

Estima-se que para o bom desempenho em um curso a distância, o aluno deve possuir
conhecimentos básicos em informática, pois a falta desta habilidade pode refletir

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negativamente nas competências do educando frente ao curso. Outro ponto crucial, é que as
instituições de ensino proporcionam aos alunos acesso à internet, possuindo no ambiente
físico da instituição uma sala designada ao acesso deste meio digital. É de suma importância
que o professor possua capacidade em buscar novos métodos de transmitir conhecimentos,
além de acompanhar e auxiliar os alunos no desenvolvimento de suas tarefas.

Tem como objetivo geral descrever o ensino a distância e seus desafios, e como objetivos
específicos expor dificuldades enfrentadas por professores e alunos e apresentar melhorias
para este método de ensino.

Este artigo teve como propósito apresentar para a sociedade mudanças positivas que podem
ser incluídas no ensino a distância, para que os alunos possam superar as dificuldades
econômicas e motivacionais, e para que professores desenvolvam suas capacidades,
habilidades e competências, exercendo um papel profissional, minimizando dessa forma os
desafios, e assim obtendo uma educação com qualidade.

A metodologia utilizada foi a pesquisa descritiva, através de pesquisa bibliográfica em fontes


como livros, revistas e artigos eletrônicos, abordando diversos materiais pertinentes ao tema.
A pesquisa foi desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de
artigos científicos.

2. DESENVOLVIMENTO

O ensino, na modalidade a distância, no Brasil amparado na legislação enfrenta desafios pelos


docentes e discentes, sobretudo na utilização das ferramentas dispostas no ambiente virtual e
das tecnologias de informação e comunicação na produção do conhecimento.

2.1 ENSINO A DISTÂNCIA NO BRASIL

Conforme o Ministério da Educação, a Educação a Distância passou a ser validada a partir do


Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005, revogado pelo Decreto nº 9057, de 25 de maio
de 2012, que regulamentou o artigo 80 da Lei n. 9.394, de 20 de

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dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 2017a). Os


Decretos 5.773/2006 e 6.303/2007 foram regulamentados pelo Decreto 9.235, de 15 de
dezembro de 2017, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e
avaliação das instituições de educação superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-
graduação no sistema federal de ensino (BRASIL, 2017b).

Ao oportunizar praticidade e facilidade aos alunos, a educação a distância no Brasil tornou-se


uma opção para quem tem pouco tempo livre e dificuldades para conciliar a agenda de
atividades com um curso presencial, o “ambiente virtual de aprendizagem (AVA), presente
em quase todos dos cursos à distância, é uma ferramenta essencial para a promoção da
inclusão” (ABED, 2019, p. 18), oportunizando uma rotina de estudos no período mais
acessível aos discentes na produção do conhecimento. Segundo Carrijo et al. (2016), a
educação a distância é o ensino que ocorre quando professor e aluno estão separados (no
tempo ou no espaço).

Inovação, criatividade, ousadia e desafios são palavras que representam as


demandas da sociedade atual e que os sistemas educativos tentam, de alguma
maneira, incorporar tanto nas orientações pedagógicas como nas práticas em
sala de aula (PRATES; MATOS, 2020, p. 532).

Com base nessa necessidade são criados os polos de apoio presencial, ou polos de EAD, com
o intuito de alcançar o estudante que não tem condições de frequentar constantemente o
ensino presencial ou que não tem acesso às instituições situadas nos grandes centros. A
formação de educadores pelas universidades públicas e privadas a distância é um ato
educativo que se realiza na interação social entre alunos e professores e, no caso da EAD, este
ato se realiza na midiatização de tecnologias.

As tecnologias da informação e comunicação (TICs) potencializam a


ampliação dos recursos disponíveis para a aprendizagem, favorecendo a
aplicação de estratégias pedagógicas que atendem aos diversos estilos de
aprendizagem e a incorporação de metodologias ativas que incentivam uma
maior participação do aprendiz em seu processo educacional (ABED, 2019,
p. 09).

As políticas públicas para ensino superior à distância no Brasil, por meio da ampliação da
oferta de vagas, estão atreladas a uma tentativa de qualificar professores da educação básica
(MENDONÇA et al., 2020, p. 159), sobretudo para oportunizar a

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qualificação dos profissionais da educação nas áreas de licenciatura. No Brasil, com o


aumento exponencial dos cursos de formação de professores em EAD desde a criação do
sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) em 2006, nota-se, também um aumento nas
investigações voltadas para a compreensão dessa nova realidade” (PRATES; MATOS, 2020,
p. 523-524) para alavancar a qualidade da educação, de acordo com a legislação.

Para Leite e Córdoba (2020), a educação superior a distância é marcada por processos de
diferenciação e de diversificação institucional, e também pelo uso de redes de comunicação
interativas para a oferta de cursos nesta modalidade de ensino, como as redes de
computadores, a Internet e os sistemas de videoconferência.

2.2 DESAFIOS ENFRENTADOS POR ALUNOS E PROFESSORES NO


ENSINO A DISTÂNCIA

O acompanhamento e a qualidade da mediação entre estudantes, professores e tutores


constituem-se indicadores imprescindíveis para o desempenho e a avaliação de cursos e
programas na educação a distância (NUNES et al., 2018, p. 875). Há uma grande resistência
das pessoas em relação aos cursos EAD, pois muitos acreditam que não há qualidade no
ensino. Por este motivo, o principal desafio está na conscientização da população sobre os
benefícios que a educação a distância no Brasil traz para todos. Segundo Mendonça et al.
(2020) a educação a distância representa uma ferramenta de acesso à educação superior.

À busca pela inclusão de indivíduos que estão fora do sistema educacional e


pela tentativa de melhorar os índices da educação no país, com base no
pressuposto de que o nível de qualificação dos professores é diretamente
proporcional à qualidade do ensino e ao nível de desempenho dos alunos
(MENDONÇA et al., 2020, p. 159).

Segundo Capeletti (2014), muitas vezes os professores apresentam dificuldades na hora de


colocar em prática seus objetivos, além da demora em discutir as dúvidas ou fazer as
correções, e esses fatores contribuem para a impressão de abandono por parte do aluno.
Ainda, segundo o mesmo autor, são fatores que prejudicam o EAD, a

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dificuldade que os professores e alunos possuem em lidar com informática e com os


computadores e a falta de uma boa internet.

O impacto do ensino superior no indivíduo é determinado pela qualidade do esforço e pelo


nível de envolvimento de atividades acadêmicas e não acadêmicas do estudante ao longo do
período em que ele está cursando o ensino superior (MARTINS; RIBEIRO, 2019, p. 12).
Ensinar, além de ser um ato social e histórico, implica a formação de pessoas para
compreender e interpretar informações em um processo para a construção de novos
conhecimentos (CARMO; FRANCO, 2019, p. 10).

Porém, quando identificada a criação de uma comunidade de aprendizagem em ambientes


online, o trabalho colaborativo, coletivo, parcerias e diálogos contribuem, de maneira efetiva,
para as práticas dos professores (PRATES; MATOS, 2020, p. 536). Enquanto se pensar que
EAD é algo totalmente separado do ensino presencial e deve ser tratado de diferentemente do
presencial, a tendência é que pouco se altere nessa problematização (OLIVEIRA; PICONEZ,
2017, p. 2017).

2.3 A IMPORTÂNCIA NO CONHECIMENTO NA UTILIZAÇÃO DAS


FERRAMENTAS DO AMBIENTE VIRTUAL

A tecnologia teve um papel determinante na expansão do ensino a distância, proporcionando


o desenvolvimento da educação, através de ferramentas no ambiente virtual, fazendo com que
professores e alunos se adaptassem a esse novo modelo de educação, trazendo à tona a
importância do conhecimento na utilização dessas ferramentas virtuais.

O uso do computador no processo de ensino e aprendizagem permite para os alunos e


professores um espaço amplo de pesquisa, poderoso em recursos, comunicação e velocidade
(REIS et al., 2012). As ferramentas tecnológicas ainda não foram absorvidas de maneira
efetiva, pelos seguintes motivos: despreparo inicial de professores que desconhecem o modo
de utilizá-las e muitas vezes elas acabam não atuando como ferramentas pedagógicas,
dificuldade de investimento financeiro,

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limitação de banda em algumas regiões do país e possíveis conflitos culturais (ALVES, 2012).

Observamos que é preciso que alunos e professores saibam filtrar e aproveitar os pontos fortes
das ferramentas e usem para o crescimento e desenvolvimento pessoal e social. Neste método
de educação, o aluno aprende de forma autônoma, exigindo- lhe conhecimento e compreensão
das ferramentas proporcionadas pelo AVA, e deve possuir tecnologia para manusear
programas e softwares essenciais para a realização das atividades no ambiente virtual
(CAPELETTI, 2014).

Essa interação entre professores, tutores e estudantes tem como escopo evitar
o isolamento do estudante, fator apontado como uma das principais causas
da perda de qualidade e de evasão nos cursos à distância, além de motivar a
aprendizagem colaborativa, o respeito e a solidariedade com o outro,
possibilitando ao estudante a participação coletiva (NUNES et al., 2018, p.
875).

Por fim, para Bento (2012) os alunos precisam ter um conhecimento básico na área de
informática para terem acesso ao ambiente. Dar oportunidades educacionais sem, contudo,
oferecer o devido acompanhamento e seriedade com a formação dos alunos é insuficiente para
alcançar os objetivos socioeducativos desejados (COSTA; SANTOS, 2017, p. 251). Os
professores transitaram da docência presencial para a docência online revelaram suas
experiências na constituição de saberes para a prática educativa em cursos de graduação a
distância (CARMO; FRANCO, 2019, p. 26). Pois uma das condições necessárias para realizar
o curso com mais agilidade é saber utilizar as ferramentas disponíveis ao educando.

2.4 O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E


COMUNICAÇÃO (TICS)

Em decorrência da crescente utilização de multimídias e ferramentas de comunicação nos


cursos à distância, novas abordagens têm surgido, permitindo a colaboração e a interação
entre pessoas de diferentes lugares (CARRIJO et al., 2016). “O distanciamento social, apesar
das propostas de educação a distância que já vinham sendo desenvolvidas antes da pandemia,
transformou-se em um grande desafio em

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função das transformações e adaptações exigidas em tão curto espaço de tempo” (NICOLINI;
MEDEIROS, 2021, p. 284).

A Educação a Distância (EAD) é uma modalidade educacional na qual a mediação didático-


pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de Tecnologias
Digitais de Informação e Comunicação (TICs) com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares e tempos diversos e comunicação diferida (PENTEADO E
COSTA, 2021, p. 2). E para que os professores possam repassar esse conhecimento aos
alunos, eles necessitam participar de cursos de formação para compreender as TICs e
aprender a fazer uso delas.

Ainda, segundo o mesmo autor, a construção do ambiente virtual de aprendizagem (AVA), é


um ótimo exemplo das TICs, neste ambiente são desenvolvidas as atividades de interação,
produção do conhecimento, exercícios, pesquisas e outras ferramentas de colaboração entre os
atores da EAD. O ambiente virtual de aprendizagem (moodle) é de grande utilidade no curso,
visto que é o AVA adotado pela instituição (NUNES et al., 2018, p. 884). Conforme Anatel
(2017), um problema que envolve as TICs é a flexibilidade de sinal de internet, que foi
constatado através de dados divulgados em maio de 2017, onde apontou a média brasileira de
acesso a residências com a internet banda larga fixa foi de 40,35%, porém ainda há regiões
bem desassistidas como a região nordeste com apenas 18,51% e a região norte com 19,73%.

Essa expansão ocorre no contexto do cenário político, econômico e


educacional da crise financeira do país, com os seguintes desdobramentos:
reduções dos quadros docentes em várias Instituições de Educação Superior
(IES); políticas de cortes, contingenciamentos e reduções de verbas públicas
para a educação; suspensão de concursos para contratação de novos
professores para as IES públicas; mudanças nas formas de financiamento de
ensino; fechamento de cursos e precarização do trabalho docente
(PENTEADO E COSTA, 2021, p. 03).

O ensino a distância vem se consolidando cada vez mais no Brasil e tem se fortificado muito
graças à ascensão que as TICs vêm proporcionando. Esse avanço tecnológico significativo
está superando obstáculos de distância, inclusão e acesso ao ensino (SILVA, 2014). Urge
pensar novas dimensões estratégicas de avaliação cujos efeitos

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contribuam para a melhoria efetiva dos cursos (OLIVEIRA; PICONEZ, 2017, p. 2017). Com
o intuito de conduzir a sociedade para uma aceitação cada vez maior das tecnologias
introduzidas na sociedade, prevalece a importância de conhecimento na utilização dos
recursos disponibilizados pela EAD.

3. METODOLOGIA

Com a finalidade de alcançar o objetivo proposto, o método de pesquisa utilizado para este
artigo foi a conceitual (bibliográfica), através da leitura seletiva, utilizando materiais já
publicados, incluindo livros, revistas e jornais.

A revisão bibliográfica garante entender as características e o atual contexto da EAD no


Brasil, relatados em pesquisas e dados bibliográficos, como através da análise dos desafios
que esta modalidade de ensino enfrenta.

A pesquisa foi qualitativa, sendo utilizados como principais artigos disponibilizados na base
de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO), coletados no período de agosto
a setembro/2020 e junho/2021 para atualização das informações. A coleta de dados da
pesquisa foi uma análise de conteúdo a partir de informações disponíveis em bibliografias
especializadas na área de estudo em questão, tendo como principais autores apresentados nas
referências.

Os dados foram apresentados em duas tabelas, onde foi possível observar o pensamento de
cada autor sobre os desafios enfrentados pelos alunos e professores através do ensino a
distância, e quais as melhorias para o ensino a distância no Brasil.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Esta seção apresenta os resultados oriundos desta pesquisa, que buscou descrever os desafios
enfrentados pelos alunos e professores no ensino a distância, e quais métodos utilizar para
vencer estes desafios. A apresentação dos resultados foi através de dois subtítulos, constando
uma tabela em cada, onde retratou o pensamento de cada autor sobre o assunto abordado.

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4.1 DESAFIOS E DIFICULDADES DO ENSINO A DISTÂNCIA

Amarilla (2011), acredita que o desafio está em escolher corretamente um ambiente virtual
que contribua não somente a exposição de conteúdo, mas a colaboração e a interação coletivas
no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Capeletti (2014), uma grande dificuldade
encontrada pelos alunos é a autonomia e a disciplina para realizar os estudos. Muitos acham
que o ensino a distância serve apenas para cumprir tarefas e datas e que o aprendizado não é
válido.

Para Bento (2012), muitos alunos não possuem um conhecimento básico na área de
informática, apresentando uma série de dificuldades ao utilizar o AVA. Bento (2012) destaca
que a principal dificuldade encontrada no ensino a distância seria a falta de conhecimento por
muitos alunos na utilização do ambiente virtual, sendo que muitas vezes não possuem um
conhecimento básico na área de informática. Enfim, conforme Freitas (2013), existem cidades
desprovidas de sinal de internet, ou que possuem uma conexão muito lenta, tendo que dessa
forma, o aluno deslocar-se para municípios mais próximos para a possível utilização da
internet.

Para além da repercussão nas questões orçamentárias e sociais institucionais, a evasão


repercute significativamente na vida do estudante e, também, no desenvolvimento do país
(COSTA; SANTOS, 2017).

Quadro 1 – Dificuldades enfrentadas por alunos e professores no EAD.

AUTOR DIFICULDADES ENFRENTADAS


Amarilla (2011) Escolha precisa de um ambiente virtual que colabore com o
processo ensino-aprendizagem.
Bento (2012) Falta de conhecimento básico dos alunos na área de
informática.
Freitas (2013) Cidades que não possuem internet ou a conexão é muito lenta.
Capeletti (2014) Disciplina e autonomia do aluno.
Costa e Santos A evasão em cursos técnicos a distância
(2017)

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Leite e Córdoba Professores não possuem habilidades para gravar e


(2020) desenvolver as aulas.

Fonte: elaborada por Pereira (2020).

Na era das TICs, o trabalho docente tem se deparado com novos paradigmas que influenciam
suas práticas, processos, tempos e espaços escolares. Essas influências podem se tornar mais
sensíveis quando o professor marcado pela docência presencial passa a atuar na docência
online em EAD (CARMO; FRANCO, 2019, p. 10). Esse ponto é agravado pelo fato de que os
professores usualmente não têm disponibilidade e/ou preparação para trabalhar com os alunos
a inserção da Estatística no contexto de determinada vertente da coleta e análise de dados
(NÓBREGA; FALCÃO, 2019,
p. 1160). De acordo com Leite e Córdoba (2020), verifica-se que nem todos os professores
possuem habilidades para gravar e desenvolver de modo apropriado às aulas.

4.2 MELHORIAS PARA O MÉTODO DE ENSINO A DISTÂNCIA

Para Amarilla (2011), o ensino a distância requer do professor a obtenção de novos


conhecimentos, novas habilidades e novos métodos de ensino, através de um processo intenso
de capacitação, fundado na pesquisa, motivação e cooperação, sendo de suma importância
para o exercício de ensinar.

O professor no ensino a distância precisa facilitar, motivar, moderar, responder prontamente


os questionamentos, fornece feedbacks e promover a participação de todos os alunos. É
imprescindível a contínua capacitação desses profissionais para que sejam capazes de
aperfeiçoar as atividades do ambiente virtual. (SALUME et al., 2012).

As universidades necessitam possuir uma equipe de técnicos em informática para que quando
ocorra problemas com a plataforma do curso, eles possam resolver. (BENTO, 2012, p. 11-12).
Para Freitas (2013), para despertar a atenção do aluno as plataformas carecem de recursos
audiovisuais, proporcionando um ambiente produtivo para a

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autoaprendizagem, utilizando elementos como figuras, gráficos, filmagens, sons,


videoconferências e chats.

Segundo Capeletti (2014), o aluno precisa ser disciplinado em seus estudos e que ele mesmo
busque em outras fontes a complementação para o seu entendimento.

Quadro 2 – Melhorias para o EAD

AUTOR MELHORIAS
Amarilla (2011) Requer do professor a obtenção de novos conhecimentos,
novas habilidades e novos métodos de ensino.
Salume et al. Contínua capacitação dos professores.
(2012)
Bento (2012) Universidades necessitam de técnicos em informática.
Freitas (2013) As plataformas devem proporcionar um ambiente produtivo,
com recursos audiovisuais.
Capeletti (2014) O aluno precisa ter disciplina.
Oliveira e Avaliação da educação superior nas modalidades presencial e
Piconez (2017) a distância
Nunes et al. A interação como indicador de qualidade na avaliação da
(2018) educação a distância:
Carmo e Franco Da docência presencial à docência online
(2019)
Martins e Ribeiro Engajamento do estudante da modalidade a distância
(2019)

Fonte: elaborada por Pereira (2020).

Conforme tabela acima, foi constatado de suma importância o pensamento de Amarilla


(2011), onde relata a importância da capacitação dos professores perante as novas tecnologias
do EAD. E refletir sobre como os referenciais de tempo e espaço da sala de aula eletrônica
demandam posturas e procedimentos específicos para a mediação pedagógica online
(CARMO; FRANCO, 2019, p. 26).

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Para expor dificuldades enfrentadas por professores e alunos há perdas advindas da evasão
configuram prejuízos acadêmicos, sociais, culturais, econômicos e, logicamente, subjetivos
(COSTA; SANTOS, 2017, p. 244). Que seja aplicado online e que o aluno possa visualizar,
ao término do seu preenchimento, os resultados de seu curso, comparando-os com os seus
resultados pessoais (MARTINS; RIBEIRO, 2019,
p. 12). Toda essa reflexão se faz presente uma vez que é na dinâmica de comunidades de
aprendizagem potencializadas por recursos tecnológicos digitais que se dá o processo de
interação entre educador e educando (NUNES et al., 2018, p. 884).

Para apresentar melhorias para este método de ensino os estudos internacionais sobre
engajamento, apontam a existência de correlação positiva com sucesso acadêmico, notas mais
altas, conclusão do curso, satisfação, motivação, melhores resultados de aprendizagem e
desenvolvimento pessoal do estudante (MARTINS; RIBEIRO, 2019, p. 12). As alterações
que ocorrerão não podem visar apenas a economia ou a otimização de processos, mas devem
ser pensadas de forma a tornar a educação superior com qualidade ampliada, seja na
modalidade de educação presencial ou a distância (OLIVEIRA; PICONEZ, 2017, p. 2017).

5. CONCLUSÃO

Este artigo teve como propósito destacar os desafios encontrados por alunos e professores no
ensino a distância e quais seriam as melhorias para esse método de ensino. Através da
metodologia utilizada e dos autores pesquisados, este artigo mostrou que o EAD traz
facilidade de acesso, seja na residência, no local de trabalho, a qualquer hora. Mas de outra
forma, é essencial o acesso tanto dos professores quanto dos alunos ao ambiente ou
plataforma virtual, e inúmeras vezes os mesmos possuem um computador de baixa capacidade
e uma internet de baixa qualidade.

A modalidade a distância surgiu para atender as necessidades da sociedade moderna, sendo


um avanço irreversível. E para que os alunos possam dominar as ferramentas do ambiente
virtual sem dificuldades, a utilização das tecnologias e comunicação precisam ser acessíveis a
eles, para que se sintam motivados.

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O Ministério da Educação e Cultura (MEC) deve fiscalizar as instituições e impedir cursos de


baixa qualidade, além de oferecer programas de capacitação aos professores dos cursos EAD.
É relevante a participação da sociedade e dos governantes para que o ensino a distância em
nosso país caminhe de forma saudável e próspera.

Para proposta de um estudo futuro, pode-se fazer uma pesquisa sobre a porcentagem de
alunos que concluem um curso através do ensino a distância, e a porcentagem de alunos que
acabam desistindo de uma graduação ou pós-graduação por conta dos desafios apontados.

O tema escolhido foi de suma importância para a vida acadêmica, pois através deste artigo
concluímos que muitos são os desafios a serem enfrentados pelos alunos e professores no
EAD, mas que através da obtenção de novos conhecimentos, novas habilidades, qualificação
dos educadores e um ambiente equipado em cada universidade para que o professor e o aluno
possam ter um acesso com mais qualidade ao ambiente virtual, os desafios com o decorrer do
tempo serão minimizados e reduzirá os riscos de evasão dos alunos que estudam através do
ensino a distância.

REFERÊNCIAS

ABED. Censo EAD.br: Relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil


2018. ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância. Curitiba: intersaberes, 2019.

ALVES, C. Benefícios da aplicação da tecnologia na educação. Anhanguera


Educacional. 2012.

ANATEL. Banda larga fixa, registra acesso 27,5 milhões de acesso em serviço
do mês de maio. 2017. Disponível em: <http://www.anatel.gov.br/dados/destaque- 1/269-
bl-acessos>. Acesso em: 22 set. 2020.

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