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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS – PORTUGUÊS

TACIANE CÔVRE

ATIVIDADE DO LIVRO CENÁRIOS E MODALIDADES DE EAD


RESUMO DO CAPÍTULO – EAD: DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Colatina
2023
TACIANE CÔVRE

ATIVIDADE DO LIVRO CENÁRIOS E MODALIDADES DE EAD


RESUMO DO CAPÍTULO – EAD: DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Trabalho apresentado à Disciplina Metodologia de


Aprendizagem em EAD do Curso de Licenciatura em
Letras – Português do Instituto Federal do Espírito Santo,
como requisito parcial para avaliação.

Colatina
2023
ATIVIDADE DA 7ª SEMANA - LIVRO CENÁRIOS E MODALIDADES EM EAD 2023
- RESUMO DO CAPÍTULO – EAD: DESAFIOS E OPORTUNIDADES

EAD: desafios e oportunidades

O rápido desenvolvimento de diversas tecnologias, a pressão social pelo acesso à educação, o


maior envolvimento das instâncias reguladoras, a ampliação do interesse das instituições de
ensino e das empresas são fatores que, entre outros, têm trazido uma série de desafios para a
educação a distância.

Desafios didático-pedagógicos - Nesse campo, a educação a distância compartilha muitos


desejos e expectativas com o ensino presencial, mas acrescenta novas dimensões ao âmbito
educacional. É preciso encontrar maneiras de deslocar o foco da tecnologia em si e da seleção
e produção de conteúdos para direcionar a educação para o design instrucional e para o apoio
ao aluno. Quanto ao apoio ofertado ao aluno, o mínimo que se espera é que alunos a distância
possuam o mesmo grau de suporte de que dispõem os alunos presenciais. A instituição de
ensino tem um papel importante a desempenhar nesse sentido, porém não pode ser vista como
única responsável pela aprendizagem. Um grande desafio da EAD é o desenvolvimento da
autonomia do aluno. Encaminhar o aluno para o desenvolvimento autônomo refere-
se, principalmente, a desenvolver no educando a capacidade de tomada de decisões sobre a sua
própria aprendizagem. Outro sinal de autonomia crescente do aluno é a criação de comunidades
de aprendizes – e não somente no âmbito virtual. Metodologias, recursos materiais e
humanos, técnicas de ensino, procedimentos gerenciais, são componentes que podem ser
compartilhados pelas diferentes modalidades de ensino, mesmo quando esses elementos são
utilizados de maneira específica para cada situação. Em muitos casos, as fronteiras entre ensino
presencial e a distância já estão se diluindo, processo que merece atenção das instituições de
ensino de uma maneira geral.

Desafios comunicativos - A escolha correta das mídias e linguagens que serão empregadas no
processo de ensino a distância não pode buscar referências no ensino presencial, que sempre
privilegiou a fala direta do professor, não mediada por recursos comunicativos, com pouca
participação dos alunos. Um outro desafio que se apresenta à EAD diz respeito ao emprego de
formas comunicativas mais abertas, mais dialogadas, mais participativas – em resumo, mais
interativas –, que exploram ao máximo o potencial dos recursos tecnológicos e das mídias
selecionadas em cada proposta de ensino a distância, equilibrando eficientemente os processos
comunicativos um-para-um, um-para-muitos, muitos-para-um e muitos-para-muitos. Nesse
sentido, assume fundamental importância o design de atividades, isto é, a criação, o
planejamento e elaboração das ações que visam a boa aprendizagem a distância. Um ponto de
partida é saber quais assuntos, campos de saber, áreas de conhecimento, disciplinas e temas são
mais adequados à EAD e mais propícios a serem tratados na modalidade a distância.

Desafios tecnológicos - Um engano comum em projetos de tecnologias educacionais, que


também é repetido em projetos de EAD, é o de tomar «as coisas à frente das
pessoas». Depois, quando se percebe que computadores e transmissores não funcionam por si
mesmos, adquirem-se programas. Somente então, percebe-se que é preciso capacitar as pessoas
que vão fazer funcionar os equipamentos e programas. O quadro se complica quando, bem
capacitadas, as pessoas descobrem que não são aqueles os equipamentos e programas que de
fato necessitam para implementar as propostas pedagógicas que desejam. Um grande desafio
é inverter essa relação, tomando as pessoas à frente das coisas. Muitos programas de
capacitação não passam de adestramento para uso de alguns poucos recursos tecnológicos, sem
desenvolver nas pessoas habilidades e competências necessárias para utilizar aquelas
ferramentas em todo seu potencial. Aqueles que optam por fazer esses cursos aprendem apenas
a apertar alguns botões e acessar alguns comandos de equipamentos e programas que outros
escolheram por eles.

Desafios gerenciais - Na medida em que a educação a distância permite que as instituições de


ensino ofertem cursos e programas para muito além de sua área tradicional de
abrangência, novos desafios gerenciais se colocam para administradores e gestores. Para
tanto, a formação de consórcios, associações, acordos e convênios de cooperação e
interoperação podem ser um caminho, apoiado, inclusive, pela atual legislação brasileira de
EAD, porém essas experiências coletivas não costumam fazer parte da experiência da maioria
das instituições que vieram do presencial para a EAD.

Desafios estratégicos - Isso tem consequências diretas para as instituições de EAD, que têm
pela frente a ampliação das suas possibilidades de oferta, ao lado da diversificação das opções
e o aumento da competição, por outro. Novas estratégias deverão ser construídas e postas em
prática pelas instituições de ensino que oferecem educação a distância, para que possam
sobreviver e consolidar seu espaço nesse cenário de disputa acirrada, sem fronteiras ou limites
espaciais. Acordos interinstitucionais para divisão de mercados já não funcionam. Outro fator
que impacta o planejamento estratégico da EAD é o acelerado crescimento da indústria de
produtos e serviços voltados para a educação a distância.
Desafios culturais - Outras expressões como ciberespaço, hipertexto, comunidades
virtuais, redes sociais, virtualidade e interatividade representam alguns dos componentes dessa
cultura. Crianças e jovens já vêm incorporando ao seu vocabulário cotidiano palavras como
blogar, flame, lag, lan, reset, newbee, gamer que, provavelmente, não significam muita coisa
para seus pais e professores. Muitos alunos podem ser considerados nativos dessa cultura, isto
é, vivenciam o mundo virtual interativo como parte de seu dia a dia e se sentem totalmente à
vontade com ele. As instituições de EAD que desejarem somente cruzar os espaços para a
virtualidade, sem falarem ao menos o suficiente de seu idioma para se comunicar com os
“nativos”, serão cada vez mais vistas como jurássicos fósseis de uma era que já passou. Outros
desafios para a EAD incluem questões como o multiculturalismo e a diversidade cultural, que
demandam o respeito às diferenças entre cultura, etnias, idiomas, comportamentos, ideologias,
tradições, ideias, valores e crenças.

Desafios políticos - A democratização do acesso, a ampliação da oferta, a qualidade do


ensino, a inclusão das camadas sociais menos privilegiadas, a regulamentação, o
credenciamento, a regulação e a avaliação, entre outros, são questões que dizem respeito a todas
as modalidades, mas que adquirem contornos próprios quando se aplicam à EAD. Assim como
ocorre com relação às práticas de ensino presencial, nota-se uma tendência à ideologização do
debate sobre as políticas de EAD. Percebe-se uma polarização entre visões que opõem, por
exemplo, o ensino público, considerado bom, ao privado, considerado ruim. Se buscarmos a
origem desse tipo de discurso, veremos que muito se refere ao preconceito com relação ao
ensino a distância ofertado pela iniciativa privada, visto como de baixa qualidade. Por outro
lado, há setores que defendem a livre oferta de ensino a distância, sem qualquer regulação ou
avaliação governamental. Nesse caso, desconsideram-se os maus exemplos de EAD que só
depõem contra a modalidade, os quais levam em conta o lucro obtido em detrimento da
qualidade de ensino. A questão que se coloca, então, refere-se a como e quanto regular o
ensino, de modo que tais medidas não o levem a um engessamento, atrapalho, uma dificuldade
ou mesmo atraso no desenvolvimento da educação a distância de qualidade em nosso país.

Desafios sociais - Ampliar o acesso à educação, atingindo um número crescente de alunos, é


uma das justificativas mais comuns para a oferta da educação a distância. No entanto, é raro
encontrarmos projetos de EAD que sejam desenhados para promover e facilitar o acesso a
pessoas com necessidades especiais. Se observarmos bem, notaremos que o design instrucional
e comunicativo de boa parte dos cursos a distância, na realidade, dificulta quando não impede
esse tipo de acesso. O acesso universal é essencial para garantir que todas as pessoas, sejam
quais forem suas habilidades e dificuldades, possam participar de todos os momentos do ensino
e dos estudos a distância. Vale mencionar que quando se fala em acesso universal não se visa
apenas os alunos, mas também os professores, instrutores e outros agentes que, por qualquer
impedimento, podem se ver excluídos dos benefícios da EAD. Esse é um tema polêmico que
revela a dificuldade que temos em adaptar as estruturas clássicas a uma nova realidade. A EAD
não conseguirá se furtar a esse debate, pois se utiliza de meios para os quais o direito autoral e
a propriedade intelectual são pontos muito importantes.

Desafios profissionais - A necessidade de formação e qualificação de profissionais


especializados em educação a distância é cada vez maior, dada a expansão da modalidade. Os
cursos de graduação nas áreas da educação – pedagogia e licenciaturas – não costumam incluir
disciplinas específicas sobre EAD. Eventualmente, esse tema aparece como parte menor de
disciplinas de tecnologias educacionais. A necessária formação de profissionais tem sido
parcialmente atendida por cursos de especialização e por cursos de capacitação, extensão e de
aperfeiçoamento. Não há consenso sobre que tipo de capacitação é necessária para preparar
efetivamente professores, autores, tutores, assistentes, designers instrucionais e outros
profissionais para trabalhar na modalidade a distância. Outros, ainda, voltam-se somente para
habilidades individuais, não levando em conta competências interpessoais fundamentais, uma
vez que a EAD é um exemplo claro de trabalho interdisciplinar e em equipe. A
concepção, elaboração e oferta de cursos de formação, capacitação a aperfeiçoamento de
educadores para o trabalho com EAD é um dos desafios que a modalidade tem de enfrentar, e
isso deve ser feito com toda a responsabilidade.

Desafios avaliativos - É sabido que uma boa avaliação envolve uma variedade de
meios, formais e não formais, que podem determinar de maneira aproximada se a aprendizagem
ocorreu ou está ocorrendo conforme o esperado por todos os envolvidos com o processo de
ensino-aprendizagem. Na avaliação institucional entram aspectos como o cumprimento das
exigências legais, o atendimento dos preceitos do projeto pedagógico da instituição, sua
atuação conforme seus valores e objetivos e o reconhecimento de sua competência para atuar
na modalidade, seja pelas instâncias oficiais como pelos mecanismos de acreditação, isto é, de
validação. Toda a avaliação tem a ver com qualidade e com critérios utilizados para aferir se a
qualidade proposta ou esperada está sendo atingida. Na avaliação dos processos de ensino e
aprendizagem, por exemplo, a separação espacial e/ou temporal entre avaliadores e avaliados, a
participação de mais agentes do que somente professores e alunos e a presença marcante das
tecnologias compõem uma nova dimensão, própria da EAD, que precisa ser levada em
consideração.

Concluindo

Instituições de ensino, instâncias reguladoras, educadores e profissionais de EAD, sem


esquecer dos próprios alunos, estão sendo desafiados a contribuir com ideias e práticas que
ajudem a modalidade a se firmar, a se expandir e a se consolidar como um caminho
possível, desejável, viável e efetivo para a educação.

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