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Fundação de Ensino de Contagem – Funec


Diretoria de Ensino

OFÍCIO CIRCULAR N° 07/2022.

Contagem, 01 de fevereiro de 2022.

Aos senhores e senhoras


Dirigentes escolares, pedagogos, pedagogas, coordenadoras e coordenadores de curso,
professores e professoras;

Assunto: Orientações para a Construção de ementas disciplinares.

Com nossos cordiais cumprimentos encaminhamos esta orientação referente à Construção das
ementas das disciplinas que compõem os itinerários formativos tendo em vista a
implementação e desenvolvimento do Novo Ensino Médio em nossas Unidades de ensino no
ano de 2022.
O documento apresenta em perspectiva teórica os pressupostos organizacionais disciplinares e
propõe também a reflexão do método interdisciplinar. Nesse sentido, o objetivo consiste em
construir uma proposta que dialogue efetivamente de forma qualitativa com as aprendizagens
e competências de todos (as) estudantes. Ademais, recomendamos que os planejamentos das
aulas sejam construídos tendo como base a ementa, pois dessa forma se concretizarão como
instrumento coerente com as práticas pedagógicas.
Nesse sentido, buscamos subsidiar em regime colaborativo a construção das ementas,
reafirmando uma vez mais nosso compromisso de parceria pedagógica. Para tanto, sugerimos
o estudo e compartilhamento do material a quem esse ofício se direciona.
Solicitamos que a devolutiva das ementas construídas pelos professores e professoras com
apoio da equipe pedagógica se faça à diretoria de ensino através do e-mail
funec.funcionamentoescolar@edu.contagem.mg.gov.br até o dia 28/02/2022;
Sem mais, ressaltamos que esta é mais uma etapa do processo de implementação do Novo
ensino médio que segue em curso desde o ano de 2021 e que nossa Equipe da diretoria de
ensino segue a disposição para consultorias presenciais e remotas nas Unidades, devendo esta
somente contatá-la para agendamento.
Desde já agradecemos pela excelência do trabalho desenvolvido em todas as Unidades e
desejamos a todos um ano iluminado, com muita saúde, paz, amor e trabalho.
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Diretoria de Ensino

Atenciosamente,

Marco Antônio de Carvalho


Diretor de ensino

Tatiane Almeida
Gerente de ensino médio
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Orientações para a Construção de EMENTAS


A ementa é uma descrição discursiva que resume o conteúdo conceitual e procedimental de
uma disciplina.
Nesse sentido, destacamos a compreensão de Santomé (1998) que nos diz que

uma disciplina é uma maneira de organizar e delimitar um território de


trabalho, de concentrar a pesquisa e as experiências dentro de um determinado
ângulo de visão. Daí cada disciplina nos oferece uma imagem particular da
realidade, isto é, daquela parte que entra no ângulo de seu objetivo.
(SANTOMÉ, 1998, p. 55).
Portanto, a disciplinaridade trata o conhecimento com marcos conceituais, métodos e
procedimentos distintos. Nesse sentido, a disciplinaridade pode ser interpretada como uma
finalidade didática e pedagógica.
Nessa perspectiva, é de suma importância promover a compreensão de que não é possível
que haja interdisciplinaridade sem disciplinaridade. Isto se deve ao fato de que a
interdisciplinaridade requer construir atitudes transformadoras que rompam com o curso
natural da história de uma ciência fragmentada, permitindo-se um exame de autoconhecimento
disciplinar.
É importante realçar que não somente pela diversidade de disciplinas se caracteriza a
interdisciplinaridade. Ela está presente, sobretudo, no intercâmbio teórico metodológico entre
as disciplinas. Não está associada à ideia de uniformidade e homogeneidade. Trata-se de uma
ação que não elimina as contribuições individuais da disciplina, mas que se integra a elas.
A noção de disciplina é o ponto central da interdisciplinaridade. Tal afirmação implica
que a sistematização do ensino e da pesquisa interdisciplinar passa por essa condição, ou seja,
passa pela disciplinaridade. Porém, enquanto a disciplinaridade se assenta na compreensão da
fragmentação do conhecimento, o método da interdisciplinaridade compreende o
conhecimento como um todo. Partindo desse pressuposto, outra forma de proporcionar o
trabalho interdisciplinar recomendado tanto para a Formação Geral quanto para os Itinerários
é o trabalho por meio dos Temas Contemporâneos Transversais.
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Trata-se de temas que não pertencem exclusivamente a uma determinada área e que
possuem um grande potencial de desenvolvimento de trabalhos e projetos interdisciplinares,
além de promoverem na escola o diálogo dos diversos componentes curriculares com as
questões, dilemas, problemas e tendências políticas e culturais do mundo contemporâneo.
(http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_cont
emporaneos.pdf) p.13
Nesse sentido, por interdisciplinaridade, entendemos que o método promove a interação
existente entre duas ou mais disciplinas. Desse modo, permanecem os interesses próprios de
cada disciplina, porém, buscam-se soluções dos seus próprios problemas através da articulação
com as outras disciplinas. Essa interação pode ir da simples comunicação de ideias à integração
mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos
procedimentos, dos dados e da organização referentes ao ensino e à pesquisa.
Desse modo é de suma importância integrar e problematizar o conhecimento disciplinar a
partir de sua própria delimitação científica, para, posteriormente, empregar de forma consciente
os conceitos epistemológicos associados à interdisciplinaridade que são colhidos em outras
disciplinas.
A complexidade do mundo contemporâneo se refere a um indicador importante para o
reconhecimento da interdisciplinaridade como alternativa de produzir conhecimento.
Sobre isso, concluímos que o debate entre disciplinaridade e interdisciplinaridade é um
debate contemporâneo e que não há indicadores que julguem ser necessário uma autoexclusão
entre uma e outra.
Não somente pela diversidade se caracteriza a interdisciplinaridade mas que, no caso da
disciplina, a pluralidade de abordagens favorece a compreensão dinâmica do seu objeto, o que
precisa ser articulado em vista de uma visão global sobre os fenômenos estudados.
Não se trata da superação do conhecimento disciplinar, sob o qual se orienta nosso
currículo escolar, mas sim de reconhecer a pertinência e a relevância do modo de fazer
ciência, gerar conhecimento, sobretudo porque a realidade nem sempre pode ser
enquadrada dentro do universo disciplinar.
Em nossa compreensão, isso quer dizer que a disciplina precisa ter consciência dos
princípios teórico-metodológicos que a orientam. A interdisciplinaridade enquanto método
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reflete em grande medida os constituintes da disciplina, fornece orientação na coleta de dados


empíricos e auxilia no processo de teorização.
Vale ressaltar que, em sentido prático, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que
consiste em ser um documento brasileiro, de caráter normativo, que define o conjunto orgânico
e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo
das etapas e modalidades da Educação Básica e Ensino médio, de modo a que tenham
assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que
preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE), que preconiza que as competências e
habilidades expressas é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e
procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para
resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo
do trabalho.
Sendo assim, partimos do pressuposto que a explicitação das competências oferece
referências para o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas
na BNCC. Portanto, nossos esforços enquanto docentes devem estar concentrados em produzir
materiais de estudos com atualizações envolvendo as competências para os estudantes de
acordo com a BNCC.
Posto isso, a Diretoria de ensino da Funec, entende e orienta que as escolas devem
proporcionar uma estrutura que prepara o/a estudante – também futuro profissional –
suficientemente no quesito da sua formação especializada, mas que o/a mantenha sempre
em contato com os conhecimentos gerais, incentivando atitudes reflexivas e críticas do
conhecimento e sempre favorecendo e mediando o acesso ao campo e a transposição do
conhecimento. E dessa forma, compreenderemos que falar de uma educação
interdisciplinar é dizer que nela é fundamental o ser humano.
À vista disso, além da necessidade de integrar currículos é necessário integrar o objeto de
conhecimento, pois é a partir das representações que os indivíduos fazem de sua realidade, que
agem sobre ela e que se constroem. Como resultado, enriquecem o saber e aprendem.

Referencias:
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ALMEIDA, Tatiane Aparecida de. Interdisciplinaridade: contribuições para a escola. Revista


Senso, https://revistasenso.com.br, 22 jul. 2021.

2.
ALMEIDA, Tatiane Aparecida de. A importância do planejamento escolar: bom para o
aluno, excelente para o (a) professor (a)!. Revista Senso, https://revistasenso.com.br, 05
mar. 2021.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Didática e Interdisciplinaridade. São Paulo: Papirus,


1998.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: qual o sentido? São Paulo:


Paulus, 2003.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. São


Paulo: Papirus, 1994.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. 3 ed.


São Paulo: Loyola, 1995.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino


brasileiro: Efetividade ou ideologia. 6ª ed. São Paulo: 2011.

GUSDORF, Georges. In: JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber.


Rio de Janeiro: Imago, 1976, p. 7-27.

SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade. Porto Alegre: Artmed, 1998.

PLANO DE CURSO
UNIDADE INCONFIDENTES
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ITINERÁRIO Pensar Global, Agir Local


FORMATIVO
DISCIPLINA Geografia
CARGA HORÁRIA Duas aulas semanais
PROFESSOR (A) Raylander Simeão Moreira

OBJETIVO (s)
 Objetivos Gerais:
- Apresentar aos alunos a atual realidade socioambiental caótica do planeta e as
possibilidades de soluções.

 Objetivos específicos:
- Propor, orientar e estimular intervenções positivas no meio ambiente.

- Desenvolver práticas e ferramentas para a mudança de paradigmas ambientais.

- Apresentar um novo olhar sobre os problemas ambientais e as possibilidades de


intervenções.

EMENTA:

Compreensão e reflexão acerca da realidade socioambiental do planeta Terra,


analisando as perspectivas globais relacionadas aos movimentos ambientalistas e
abordando o histórico, conceito, princípios e práticas da Educação Ambiental.
Exploração da questão ambiental, conferências mundiais de meio ambiente,
modelos de desenvolvimento e a relação entre meio ambiente e representação
social. Discussão sobre a percepção da realidade ambiental e a conexão entre a
educação ambiental e a qualidade de vida, com a realização de projetos que
integrem teoria e prática nessa área.
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UNIDADE DE ENSINO/ conteúdo programático:

1º Trimestre: Compreensão da Realidade Socioambiental

Unidade 1: Introdução à Questão Ambiental


- Histórico da conscientização ambiental e movimentos ambientalistas.
- Conceitos-chave: sustentabilidade, biodiversidade, impacto ambiental.

Unidade 2: Fundamentos da Educação Ambiental


- Princípios e práticas da Educação Ambiental.
- Papel da Educação Ambiental na promoção do desenvolvimento sustentável.

2º Trimestre: Desafios e Práticas em Educação Ambiental

Unidade 3: Questões Globais e Conferências Ambientais


- Conferências mundiais sobre meio ambiente: histórico e impacto.
- Análise dos principais acordos e tratados internacionais sobre meio ambiente.

Unidade 4: Modelos de Desenvolvimento e Meio Ambiente


- Impacto dos diferentes modelos de desenvolvimento na sustentabilidade.
- Avaliação crítica de políticas públicas e estratégias de desenvolvimento
sustentável.

3º Trimestre: Educação Ambiental na Prática

Unidade 5: Percepção Ambiental e Representação Social


- Estudo da percepção humana sobre o meio ambiente.
- Análise das representações sociais relacionadas ao meio ambiente.

Unidade 6: Integração Teoria-Prática em Educação Ambiental


- Projetos educacionais em Educação Ambiental: elaboração, implementação e
avaliação.
- Impacto da Educação Ambiental na qualidade de vida e bem-estar social.
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HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1
(EM13CHS101), (EM13CHS102), (EM13CHS106).
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2
(EM13CHS202), (EM13CHS204), (EM13CHS205).
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
(EM13CHS301), (EM13CHS302), (EM13CHS303), (EM13CHS304),
(EM13CHS305), (EM13CHS306)
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6
(EM13CHS606)

PROCESSO DE AVALIAÇÃO:

Projetos, atividades, provas e trabalhos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1.DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9. Ed. São


Paulo: GAIA, 2004.

2.LUZZI, Daniel. Educação e meio ambiente: uma relação intrínseca. São Paulo:
Manole, 2012.

3FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática da


autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

4.GOMES, A. M. S. ; Marcia Rodrigues Marques ; MARQUES, M. R. . Educação


Ambiental para jovens de risco social. X simpósio de geografia física aplicada, Rio
de janeiro, 2003.

5.GOMES, A. M. S. ; MARQUES, M. R. ; WAKISAKA, M. L. Y. . educação Ambiental


com Jovens em risco social: espaço, tempo e cultura. In: X Simpósio Brasileiro de
geografa Física Aplicada, 2005, São paulo. X Simpósio Brasileiro de Geografia
Física Aplicada. Saõ Paulo, 2005.
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