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INTRODUÇÃO

Um importante local de aprendizagem acerca da educação sexual para o adolescente é a


escola, porém não nos esqueçamos de que a família também é fundamental nesse
processo, por ser o primeiro lócus de aprendizagem e formação social das pessoas, haja
vista a herança cultural passada dos pais para os filhos. Isso tende a ilustrar que os
jovens apreendem seus conceitos já no seio da família.

A escola, por sua vez, está situada dentro de uma gama de factores sociais, políticos,
económicos, éticos, religiosos, culturais, e muitos outros, que a tornam lerda e lenta para
acompanhar a velocidade de mudanças da sociedade pós-moderna em relação aos
adolescentes. Visto que cada pessoa vem de um diferente meio e tem maneiras diversas
de entender um mesmo conceito em virtude das imagens e noções que variam de pessoa
para pessoa, considerando as especificidades de cada um.

No caso dos adolescentes não é diferente. Entendemos que muitos problemas da


população jovem estão em torno da sua exposição a riscos, drogas, álcool, iniciação
precoce, gravidez na adolescência. Estas situações têm-se acentuado desde a liberação
sexual que a sociedade pós-industrial trouxe para a actualidade, e ainda as dificuldades
de comunicação na família.
Adolescência

Conceitos

Adolescência é a fase que marca a transição entre a infância e a idade adulta.


Caracteriza-se por alterações em diversos níveis - físico, mental e social - e representa
para o indivíduo um processo de distanciamento de formas de comportamento e
privilégios típicos da infância e de aquisição de características e competências que o
capacitem a assumir os deveres e papéis sociais do adulto.

Os termos "adolescência" e "juventude" são por vezes usados como sinónimos (como
em alemão Jugend e Adoleszenz, inglês Youth e Adolescence) e por vezes como duas
fases distintas mas que se sobrepõem: para Steinberg a adolescência se estende
aproximadamente dos 15 aos 21 anos de vida, enquanto a ONU define juventude (em
inglês, youth) como a fase entre 15 e 24 anos de idade - sendo que deixa aberta a
possibilidade de diferentes nações definirem o termo de outra maneira; a Organização
Mundial da Saúde define adolescente como o indivíduo que se encontra entre os quinze
e vinte anos de idade.

O início e o fim da adolescência variam culturalmente de nação para nação, e entre


cultura e legislação: no Brasil, por exemplo, a adolescência legalmente começa ao se
completar 12 anos e termina ao se completar 18 anos. O termo é geralmente utilizado
em um contexto científico com relação ao processo de desenvolvimento bio-psico-
social; o fim da adolescência não é marcado por mudanças de ordem fisiológica, mas
sobretudo de ordem sociocultural.

O período da adolescência na igreja

A adolescência é um período de aprendizado e descobertas. Uma fase cheia de dúvidas


e certezas num universo infinito de assuntos, que surgem aos montes todos os dias. A
vida do adolescente dentro da igreja não é diferente. O que muda é que esse grupo tem
um lugar e uma pessoa para buscar uma referência concreta de vida.

Na Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, o trabalho desenvolvido com esse


grupo é pensado para “atender as necessidades dos adolescentes, no que diz respeito a
conversão e a salvação”, segundo o pastor Iury Guerhardt Ferreira, que lidera o
ministério.

O objetivo é atrair os jovens perdidos para a igreja e também aqueles que já estão aqui,
para desenvolver a maturidade espiritual do adolescente. O pastor Iury destaca que a
igreja precisa sempre estar cheia de jovens, e que é nesta época em que muitos se
decidem pelo ministério pastoral e missionário.

De acordo com o pastor, todas as atividades realizadas com os adolescentes sempre


abordam os temas contextualizados para a faixa etária deles, em uma linguagem própria
para isso. Como nos cultos que acontecem todos os sábados, em que as bandas formadas
pelos próprios adolescentes ministram o louvor e participam dos momentos de orações e
ofertas. Em algumas oportunidades, eles também pregam nesses cultos.

Além disso, existem 10 GCOIs (Grupos de Crescimento da Oitava Igreja) voltados para
esse público, cada um deles é liderado por um adolescente, sempre acompanhado de
perto pelos responsáveis. O intuito das reuniões também é para que o grupo crie
vínculos de amizade.

Atualmente, a chamada READ, a Rede de Adolescentes da Oitava Igreja, que reúne


jovens de 13 a 17 anos, tem 3 classes na EBT, a Escola Bíblica de Treinamento, e três
turmas em preparação para a profissão de fé. Além disso, eles realizam congressos,
festivais, retiros e acampamentos.

Segundo o pastor, a turma de adolescentes é muito envolvida nos evangelismos, nas


ações de cidadania e em teatros. Para ele, o principal resultado dos trabalhos é o fruto
que aparece anos mais tarde, quando os adolescentes permanecem firmes na mocidade e
desenvolvem outros trabalhos na igreja.

Os acampamentos do ministério sempre reúnem centenas de adolescentes para um


momento de adoração, aprendizado, comunhão e descontração. Sobre isso, o pastor
conta que em uma das últimas edições, mais de 50 jovens manifestaram o desejo de
conhecer mais ao Senhor, e participar da classe de profissão de fé.

ADOLESCÊNCIA NO CONTEXTO DA ESCOLA E DA FAMÍLIA –


UMA REFLEXÃO

A escola é um importante local de aprendizagem acerca da educação para o adolescente,


porém não nos esqueçamos de que a família também é fundamental nesse processo, por
ser o primeiro lócus de aprendizagem e formação social das pessoas, haja vista a
herança cultural passada dos pais para os filhos. Isso tende a ilustrar que os jovens
apreendem seus conceitos já no seio da família. Objetivamos refletir sobre a
adolescência no contexto da família e da escola diante da velocidade de mudanças nos
diversos setores sociais, políticos, econômicos, éticos, entre outros. É um estudo
reflexivo sobre os conceitos pertinentes à adolescência. Os conhecimentos dos
adolescentes, apreendidos através da sua realidade sociocultural formando seus
conceitos, chamamos de “senso comum” e entendemos como fortes influenciadores na
vivência da fase, que por sua vez encontra barreiras de comunicação no seio da família.
Entendemos que a família é o lótus onde o adolescente vê seus principais exemplos de
vida. Reflectindo sobre o estudo, consideramos a família e a escola como espaços
primordiais na vida dos adolescentes.

CONCLUSÃO
Reflectindo sobre o estudo, consideramos a família e a escola como espaços primordiais
na vida dos adolescentes. O primeiro, por ser o lótus inicial de formação de seus
membros, repassa geralmente as características dos seus lares passados e, portanto,
podem torná-los repetidores e não agentes da sua história.

Da família são herdados conceitos que muitas vezes trazem prejuízos para a vida adulta
e que tendem a se repetir no futuro. Esses conceitos estão ligados às mais diversas áreas,
advindos de uma “educação” repressora em face dos questionamentos característicos da
adolescência. Neste sentido, consideramos que a família é a instância primária
responsável por estabelecer vínculos de comunicação com seus agregados para torná-los
críticos, reflexivos e problematizadores na tomada de decisões.

Por sua vez, a escola e a religião são uma parceira fundamental na continuidade da
formação de opinião consciente dos adolescentes acerca do seu meio, porque esta
agrega pessoas que estão em processo de aprendizagem e, portanto, flexíveis ou
passíveis de mudanças ou revisão de seus hábitos. Para a compreensão desse facto, se
faz necessários trabalhos de conscientização contínuos e sistemáticos que envolvam a
família, religião e a escola de forma articulada na promoção da saúde dos adolescentes
como política nacional de saúde envolvendo profissionais, professores e família.

Bibliografia
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