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COLÉGIO MARA & LÚ

ENSINO PARTICULAR

TRABALHO DE ECONOMIA
CRISE ECONÓMICA

Docente
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José Casimiro Tati

Luanda, 2022
COLÉGIO MARA & LÚ
ENSINO PARTICULAR

TRABALHO DE ECONOMIA
CRISE ECONÓMICA

Turma: A
Classe: 11ª
Turno: Tarde
Curso: C.E.J
Integrantes do grupo
 Catarina Lucas
 Patrícia Canganjo

Luanda, 2022
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................1

2. CRISE ECONÓMICA EM ANGOLA: CONSEQUÊNCIAS E SOLUÇÕES.......2

2.1. Efeitos na lusofonia.............................................................................................2

2.2. Operações com moeda estrangeira liberadas................................................2

2.3. Crise a longo prazo.............................................................................................3

2.4. O desemprego em Angola.................................................................................3

2.5. Petróleo nos 40 USD/b, inflação abaixo dos 9% e PIB a 6,6%...................3

2.6. Financiamento externo decisivo.......................................................................4

3. CONCLUSÃO.............................................................................................................5
1. INTRODUÇÃO

Como outros países com economia centrada nos hidrocarbonetos, Angola foi
duramente afectada pela baixa do preço do petróleo, o que levou o presidente
José Eduardo dos Santos a tomar medidas económicas de urgência.

O petróleo representa actualmente 48% do PIB, 98% das exportações e 72%


das receitas de Estado angolanas.

O peso do petróleo na economia é tal que obrigou o Executivo angolano a


rever o Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2016, que havia sido aprovado
no final do ano passado, reduzindo o preço de referência do petróleo – principal
produto de exportação do país – de 81 para 40 dólares. A revisão do OGE foi
aprovada, em reunião do Conselho de Ministros, implicando o corte de um
terço do total da despesa pública, uma redução da previsão de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) para 6,6% e um deficit estimado de 6,2% do PIB,
contra os 7,6% do documento ainda em vigor.

O governo angolano anunciou o aumento no preço dos combustíveis no país.


Esta alteração representa, na verdade, uma redução do subsídio estatal no
preço final ao consumidor. Diferentemente de outros países, que tentam balizar
o preço dos combustíveis pelas cotações internacionais, em Angola o preço é
tabelado pelo Estado.

Apesar de ser o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana,


Angola necessita importar combustíveis devido à reduzida capacidade de
refinação. Para manter os preços baixos, o Estado destina subvenções à
operação, que só em 2015 deviam custar às contas públicas mais de 3 bilhões
(mil milhões) de euros. A transferência de capitais para o estrangeiro e a
importação de bens foram congeladas até segunda ordem, a começar pelos
bens de consumo produzidos no estrangeiro. O tipo de produtos e serviços
importados são muito variados e reflectem as limitações ao nível dos factores
produtivos não-petrolíferos em Angola: no que concerne aos produtos
agroalimentares, por exemplo, o país não produz mais que 60% das suas
necessidades.

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2. CRISE ECONÓMICA EM ANGOLA: CONSEQUÊNCIAS E SOLUÇÕES

2.1. Efeitos na lusofonia

O crescimento vertiginoso de Angola na última década ajudou a deixar em


evidência o potencial económico da lusofonia (tome-se como exemplo o
crescimento de interesse de países em estreitar laços com a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa – CPLP). Mas o crescimento conjunto tem das
suas contrariedades: quando a economia angolana treme, as cifras lusófonas
sentem as consequências. Para os países que não são produtores da
commodity, a queda do preço do petróleo pode sim significar uma redução de
bilhões dólares quando o assunto é a importação de combustível para países
de maior porte, como Brasil e Portugal.

Contudo, o cenário em Angola pode levar ao encerramento de empresas, com


consequências económicas e sociais graves. A queda vertiginosa do preço do
petróleo, principal motor da economia do país, faz com que chegue muito
menos dinheiro aos cofres públicos angolanos. Em resposta, o país travou a
fundo as compras ao exterior, decretando um limite para importação de
produtos. A partir daí, o cálculo é simples: se há um limite para o que é
comprado, quem vende também vai vender muito menos.

2.2. Operações com moeda estrangeira liberadas

O Banco Nacional de Angola (BNA) autorizou no fim de Janeiro os bancos que


operam no país a voltar a importar, exportar e reexportar divisas, sem
autorização prévia. O anúncio desta medida surge numa altura em que a
moeda nacional, o kwanza, segue em forte desvalorização cambial, com o
dólar norte-americano registando grandes subidas no mercado informal, sendo
o aumento da facilidade dos bancos no acesso as operações com dólares visto
como uma forma de travar a disparidade entre a moeda norte-americana e o
kwanza. As limitações, introduzidas em Janeiro de 2014, visavam travar a
lavagem de dinheiro (branqueamento de capitais) através de Angola.

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2.3. Crise a longo prazo

A situação está longe de ser passageira e a razão da crise não é unicamente a


queda do preço do petróleo. A retirada de Angola da lista do Banco Central
Europeu de países que têm qualidade na supervisão dos seus bancos abalou a
confiança de investidores no país. As autoridades norte-americanas também
reformularam os mecanismos de controlo de investimento a zonas que têm
risco de lavagem de dinheiro (branqueamento de capitais) e corrupção. Investir
em Angola passou a ser considerado uma operação de risco, o que diminuiu a
entrada de receitas estrangeiras.

2.4. O desemprego em Angola


Angola também se viu envolvida na crise económica, sendo expressão desse
facto a relativa estagnação do PIB em 2009 (não mais do que 2% de variação
face a 2008, de acordo com as estimativas do Centro de Estudos da
Universidade Católica de Angola), o substancial corte nos investimentos
públicos e a retracção no investimento privado.

Apesar das estatísticas do emprego em Angola serem muito lacunares, é


possível proceder a estimativas, mesmo que grosseiras, sobre a taxa de
desemprego no nosso país. Partindo das informações conhecidas sobre o PIB
por habitante em 2009 e das correlações entre variáveis demográficas e
económicas cheguamos a uma taxa de desemprego de 26,8%, um
agravamento de 2,9 pontos percentuais face à situação de 2008. É uma taxa
muito elevada de desperdício do mais importante factor de crescimento duma
economia, o capital humano.

SOLUÇÕES:

Diversificar a economia, obter mais financiamento externo e aumentar rigor na


gestão dos recursos. Estas são as linhas orientadoras da estratégia de
combate à crise económica que Angola enfrenta.  

2.5. Petróleo nos 40 USD/b, inflação abaixo dos 9% e PIB a 6,6%

A proposta de revisão orçamental tem como principal alteração o preço de


referência do barril de petróleo, que passa dos 81 USD para os 40 USD, com a

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previsão de fluxos orçamentais a situarem-se em 5,4 triliões de AKZ, montante
que compara com os 7,2 triliões de AKZ apresentados no orçamento aprovado
no final de Dezembro último. No OGE para 2016 o Governo previu reduzir a
despesa, quase em um terço, mantendo constante a despesa de pessoal para
garantir a remuneração dos servidores públicos.

Perspectiva-se continuar a desencadear medidas para melhorar a qualidade da


despesa, aqui coloca-se a optimização da carta de subsídios à economia,
dando lugar a um ajustamento das despesas com as transferências correntes.
Nesse quadro, os investimentos públicos beneficiarão de atenção,
particularmente os projectos que estão a ser financiados com recurso a
financiamentos externos e internos. Ainda de acordo com o Ministério das
Finanças de Angola, neste quadro as despesas fiscais deverão ser da ordem
dos 3.4 triliões de AKZ, que devem levar a um défice da ordem dos 7%, que
deverá ser financiado, maioritariamente, com recursos externos na proporção
de 6,8% do PIB. Entre outros indicadores, a revisão do OGE mantém a
perspectiva de produção diária de 1,835 milhões de barris de petróleo e o
crescimento deste sector em 9%, enquanto o sector não petrolífero deverá
crescer 5,3% em 2015. O crescimento real do PIB passa de uma previsão de
9,7% para 6,6%. A inflação, na última previsão do Governo, deverá oscilar
entre os 7% e os 9% este ano.

2.6. Financiamento externo decisivo 

É necessário se apostar decididamente na diversificação da economia nacional


e na consequente redução do peso do sector petrolífero. Este caminho não é
uma novidade nem o Presidente precisaria de reunir o grupo de Conselheiros
para afirma-lo.

Não é difícil concluir que o recurso ao financiamento externo será uma dos
medidas a adoptar pelo Executivo. O índice de endividamento do país é
relativamente baixo, facto que é reconhecido pelo Fundo Monetário
Internacional, e que encoraja o Governo a negociar com as principais
instituições financeiras mundiais.

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3. CONCLUSÃO

Concluir que o Jornal de Angola defendia, em 20 de Janeiro de 2015, os


recursos da economia no país: Angola tem formas de vencer a crise. O jornal,
próximo do governo, se baseia em um relatório do Deutsche Bank que apontou
que a economia angolana está melhor preparada do que na última crise do
petróleo, em 2008, citando como explicação um aumento sólido do PIB, uma
dívida pública moderada, reservas financeiras consequentes e um
desenvolvimento em outros sectores da economia.

Salientar também que há quem veja com optimismo a situação angolana,


apontando o actual momento como uma oportunidade para a libertação da
petrodependência por meio da diversificação da economia do país e adaptação
das empresas que para lá exportam ao perfil real do consumo do país.

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