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Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2020 I Série – N.

º 10

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
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SUMÁRIO A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,


nos termos da alínea d) do artigo 164.º e da alínea b) do n.º 2 do
Assembleia Nacional artigo 166.º, ambos da Constituição da República de Angola,
Lei n.º 3/20: a seguinte:
Lei Orgânica sobre as Eleições Autárquicas.
Lei n.º 4/20: LEI ORGÂNICA
Lei de Autorização Legislativa sobre o Regime Jurídico dos Institutos SOBRE AS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS
Públicos.
Lei n.º 5/20: TÍTULO I
Lei de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais, do Financia- Disposições Gerais
mento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição
em Massa. — Revoga a Lei n.º 34/11, de 12 de Dezembro, sobre ARTIGO 1.º
(Objecto)
o Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do
Terrorismo. A presente Lei estabelece os princípios e as regras relati-
Resolução n.º 9/20:
vos às Eleições Autárquicas.
Concede autorização para a adopção dupla do menor Manuel Jacinto ARTIGO 2.º
Kawawa Carlos pelo casal Susi Agnese Gastaldello e Renzo Corona, (Âmbito territorial)
ambos de nacionalidade italiana. 1. As Eleições Autárquicas realizam-se no território das
Resolução n.º 10/20: Autarquias Locais, a fim de permitir o exercício do direito
Concede autorização para a adopção dupla do menor João Maria de voto dos cidadãos nele residentes, com capacidade eleito-
Siningeivali Francisco pelo casal Denise Paula Fernandes Faria da ral activa, nos termos da Constituição e da lei.
Rocha e Rogério Miguel Ferreira Nunes, ambos de nacionalidade 2. Para efeitos do disposto no número anterior, considera-
portuguesa. -se território da Autarquia Local o território do Município,
se ela for municipal, do conjunto de municípios, se ela for
supra-municipal ou da Comuna ou Distrito Urbano, se ela
ASSEMBLEIA NACIONAL for infra-municipal.
ARTIGO 3.º
Lei n.º 3/20 (Convocação e marcação da data das Eleições Autárquicas)
de 27 de Janeiro 1. Compete ao Presidente da República convocar e mar-
A Constituição da República de Angola prevê a institu- car a data das Eleições Autárquicas, ouvidos a Comissão
cionalização das Autarquias Locais, como pessoas colectivas Nacional Eleitoral e o Conselho da República.
territoriais, cujos órgãos de gestão são eleitos pelas respec- 2. As Eleições Autárquicas são convocadas até 120
tivas populações. (cento e vinte) dias antes do termo do mandato dos órgãos
Convindo disciplinar o processo de preparação e organi- das Autarquias Locais e realizam-se até trinta dias antes do
zação das Eleições Autárquicas; fim do mandato.
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ARTIGO 197.º LEI DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA SOBRE


(Violação de deveres) O REGIME JURÍDICO DOS INSTITUTOS
Aquele que, injustificadamente, não cumprir quais- PÚBLICOS
quer deveres impostos pela presente Lei ou omitir a
ARTIGO 1.º
prática de actos administrativos necessários à sua pronta (Objecto)
execução, bem como demorar infundadamente o seu cum- É concedida Autorização Legislativa ao Presidente da
primento é punido com multa de AKz: 100.000,00 (cem República, enquanto Titular do Poder Executivo, para legis-
mil Kwanzas) a AKz: 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil lar sobre o Regime Jurídico dos Institutos Públicos, de modo
Kwanzas). a adequá-lo à actual conjuntura política, económica e social
TÍTULO XI do País.
Disposições Finais e Transitórias ARTIGO 2.º
(Sentido e extensão)
ARTIGO 198.º
(Dúvidas e omissões) No uso da presente Autorização Legislativa, o Presidente
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e da República, enquanto Titular do Poder Executivo, é autori-
da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia zado a revogar o Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/13,
Nacional. de 25 de Junho, e aprovar novas Regras de Criação,
ARTIGO 199.º Organização, Funcionamento, Avaliação e Extinção dos
(Entrada em vigor) Institutos Públicos.
A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação. ARTIGO 3.º
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, (Duração)
aos 19 de Dezembro de 2019. A presente Autorização Legislativa tem a duração de 90
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade (noventa) dias, a contar da data da sua publicação.
Dias dos Santos. ARTIGO 4.º
Promulgada aos 22 de Janeiro de 2020. (Dúvidas e omissões)
Publique-se. As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia
Lourenço. Nacional.
ARTIGO 5.º
(Entrada em vigor)
Lei n.º 4/20
de 27 de Janeiro A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.
A Assembleia Nacional, por via da Lei n.º 4/13, de 17 Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
de Abril, concedeu Autorização Legislativa ao Presidente da aos 19 de Dezembro de 2019.
República, para aprovar as Regras de Criação, Estruturação O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
e Funcionamento dos Institutos Públicos, que foram apro- Piedade Dias dos Santos.
vadas pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/13, de 25 Promulgada aos 22 de Janeiro de 2020.
de Junho, com a finalidade de conformá-las ao novo quadro Publique-se.
jurídico-constitucional;
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
Considerando que está em curso um amplo processo de
Lourenço.
reforma da Administração Pública, com base no qual se reco-
menda a introdução de ajustamentos ao Regime Jurídico dos
Lei n.º 5/20
Institutos Públicos vigente, de maneira a possibilitar uma de 27 de Janeiro
avaliação mais objectiva da sua oportunidade, viabilidade
A República de Angola ratificou as Convenções das
e conveniência, bem como uma classificação e estruturação
Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Narcóticos e
mais apropriada com o alcance das metas estabelecidas nos Substâncias Psicotrópicas, contra o Crime Organizado
diversos documentos programáticos do Executivo; Transnacional e sobre a Supressão do Financiamento do
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, Terrorismo, as quais recomendam a definição de um sistema
nos termos das disposições conjugadas da alínea c) do optimizado de Prevenção e Combate ao Branqueamento de
artigo 161.º, da alínea b) do n.º 1 do artigo 165.º, da alí- Capitais, Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de
nea e) do n.º 2 do artigo 166.º e do artigo 170.º, todos da Armas de Destruição em massa em reforço da segurança
Constituição da República de Angola, a seguinte: nacional e da segurança do sistema financeiro angolano;
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Considerada a necessidade de actualização do quadro jurí- 2) Compra e venda de estabelecimentos e de


dico em matéria de prevenção e combate ao Branqueamento entidades comerciais;
de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo, procedendo 3) Gestão de fundos, valores mobiliários ou
por um lado a optimização material e sistemática da Lei outros activos de diferente natureza;
n.º 34/11, de 12 de Dezembro, e por outro, a conforma- 4) Gestão de contas bancárias e contas poupança;
ção do regime vigente face à evolução das necessidades de 5) Organização de contribuições destinadas à
prevenção e repressão, o alinhamento da política de preven- criação, exploração ou gestão de sociedades;
ção e repressão face às recomendações e melhores práticas 6) Criação, exploração ou gestão de pessoas
internacionais; colectivas ou de centros de interesses colecti-
Visando proceder a um exercício de extensão das con- vos sem personalidade jurídica;
siderações jurídicas e procedimentais decorrentes para o 7) Prestadores de serviços a sociedades, a outras
financiamento do terrorismo, a todos os níveis, para o finan- pessoas colectivas ou a centros de interesses
ciamento da proliferação de armas de destruição em massa, colectivos sem personalidade jurídica que
e agregar alguns aspectos vitais ao sistema de prevenção não estejam já abrangidas no ponto anterior.
e combate ao branqueamento de capitais, financiamento ii) As sociedades gestoras de mercados regu-
do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em lamentados, de sistemas de liquidação, de
massa, complementares aos já instituídos pela Lei n.º 34/11, câmara de compensação ou contraparte cen-
de 12 de Dezembro e fundamentais para o reforço do desem- tral e de sistemas centralizados de valores
penho das autoridades angolanas; mobiliários;
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, iii) Prestadores de serviços a fundos fiduciá-
nos termos da alínea b) do artigo 161.º da Constituição da rios (trusts) e sociedades, incluindo todas as
República de Angola, a seguinte: pessoas ou empresas não abrangidas noutras
partes da presente Lei, e que prestam qual-
quer um dos seguintes serviços a terceiros:
LEI DE PREVENÇÃO E COMBATE
1) Actuar como agentes na constituição de pes-
AO BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS,
soas colectivas;
DO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO
E DA PROLIFERAÇÃO DE ARMAS 2) Actuar ou exercer as diligências necessárias
DE DESTRUIÇÃO EM MASSA para que um terceiro actue como administra-
dor ou secretário de uma sociedade, associado
CAPÍTULO I de uma sociedade de pessoas ou titular de
Disposições Gerais posição semelhante em relação a outras pes-
soas colectivas;
ARTIGO 1.º
(Objecto)
3) Fornecer uma sede social, endereço comer-
cial, instalações ou endereço administrativo
A presente Lei estabelece medidas de natureza preven-
ou postal a uma sociedade ou a qualquer
tiva e repressiva de combate ao branqueamento de capitais,
outra pessoa colectiva ou entidade sem per-
ao financiamento do terrorismo e da proliferação de armas
sonalidade jurídica;
de destruição em massa.
4) Actuar ou exercer as diligências necessárias
ARTIGO 2.º para que um terceiro actue como adminis-
(Entidades sujeitas e equiparadas)
trador de um fundo fiduciário explícito ou
1. São entidades sujeitas, nos termos da presente Lei: desempenho de funções equivalentes para
a) As instituições financeiras previstas na lei que esta- outros tipos de entidades sem personalidade
belece o seu regime; jurídica;
b) As entidades não financeiras que exerçam activi- 5) Intervir ou exercer as diligências necessárias
dade em território nacional, designadamente: para que um terceiro actue como accionista
i) Contabilistas, peritos contabilistas, audito- por conta de outra pessoa.
res, advogados e outras profissões jurídicas iv) Jogos de fortuna ou azar, jogos sociais, jogos
independentes, os sócios das sociedades de remotos em linha ou similares a qualquer um
advogados e os profissionais contratados destes;
pelas sociedades de advogados, quando v) Mediação imobiliária e de compra e revenda
intervenham por conta do cliente ou noutras de bens imobiliários, agentes imobiliários,
circunstâncias nas seguintes áreas: promotores imobiliários, bem como enti-
1) Compra e venda de imóveis e de participa- dades construtoras que procedam a venda
ções sociais; directa de imóveis;
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vi) Comércio em geral; 3. «Agente Bancário», pessoa colectiva que repre-


vii) Prestação de serviços mercantis; senta e presta serviços inerentes à actividade da instituição
viii) Comércio de metais e pedras preciosas; financeira bancária em instalações não pertencentes a esta,
ix) Comércio de automóveis. mediante termos previamente acordados entre as partes.
2. São ainda entidades sujeitas, aquelas que explorem 4. «Autoridades de Supervisão e Fiscalização», enti-
os serviços públicos de correios, na medida em que pres- dades cujas funções visam garantir o acompanhamento e
tem serviços financeiros a entidades definidas em legislação controlo da actividade das entidades sujeitas no domínio
específica. da prevenção e combate ao Branqueamento de Capitais, do
3. São equiparadas às entidades sujeitas as organizações Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
sem fins lucrativos, nos termos previstos na Subsecção IV - Destruição em Massa, nomeadamente:
na Secção I, do Capítulo II, do presente artigo. a) Para o Sector Financeiro:
4. São ainda entidades sujeitas ou equiparadas as defini- i) Banco Nacional de Angola (BNA), relativo
das em legislação específica. às instituições financeiras bancárias e insti-
ARTIGO 3.º
tuições financeiras não bancárias ligadas à
(Definições) intermediação financeira, moeda e crédito;
Para efeitos da presente Lei, entende-se por: ii) Agência Angolana de Regulação e Supervisão
1. «Activos», designadamente os seguintes: de Seguros (ARSEG), referente às insti-
tuições financeiras não bancárias ligadas à
a) Fundos, activos financeiros, recursos económi-
actividade seguradora e providência social;
cos ou outros bens de qualquer espécie, quer
iii) Comissão do Mercado de Capitais (CMC),
corpóreos ou incorpóreos, móveis ou imóveis,
relativo às instituições financeiras não ban-
tangíveis ou intangíveis, documentos ou outros
cárias ligadas ao mercado de capitais e ao
instrumentos legais que comprovem os direitos investimento.
sobre os bens a eles relativos; b) Para o Sector não Financeiro:
b) Bens detidos pelo agente criminoso ou por terceiro, i) Instituto de Supervisão de Jogos (ISJ), refe-
transferidos pelo agente criminoso para terceiro, rente aos casinos, incluindo casinos on-line
permanecendo o primeiro com direitos de posse, e entidades pagadoras de prémios de apostas
usufruto, direito de natureza sucessória, entre ou lotarias;
outros de natureza obrigacional ou real sobre o ii) Entidade responsável pela fiscalização e
bem transferido; inspecção das actividades de comércio,
c) Bens ou direitos obtidos mediante transacção ou relativamente aos comerciantes em geral
troca com os bens obtidos por meio da prática do prestadores de serviços mercantis e negocian-
facto ilícito típico; tes em metais preciosos e pedras preciosas;
d) Direitos, directa ou indirectamente, obtidos por iii) Ordem dos Advogados de Angola (OAA),
meio do facto ilícito típico ou direitos sobre os relativamente aos advogados;
bens obtidos directos ou indirectamente pela iv) Entidade responsável pela fiscalização e
prática do facto ilícito típico; inspecção das actividades dos defensores
públicos;
e) Bens transformados ou misturados com os bens
v) Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas
provenientes da prática do Crime de Bran-
de Angola (OCPCA), relativamente aos revi-
queamento de Capitais, do Financiamento do
sores oficiais de contas, técnicos de contas,
Terrorismo e a Proliferação de Armas de Des-
contabilistas e auditores;
truição em Massa. vi) Instituto Nacional de Habitação (INH),
f) Activos virtuais, os quais consistem na representa- relativamente às entidades de mediação
ção digital de valor que pode ser comercializada imobiliária;
ou transferida por via digital e usada para fins vii) Organismo do Estado responsável pela
de pagamento ou investimento, os quais não supervisão do comércio automóvel;
abrangem a representação digital de moedas viii) Instituto de Promoção e Coordenação da
fiduciárias, valores mobiliários ou outros activos Ajuda às Comunidades (IPROCAC), relati-
financeiros previstos na presente Lei. vamente as organizações sem fins lucrativos;
2. «Acções ao Portador», instrumentos negociáveis ix) Unidade de Informação Financeira (UIF),
que atribuem uma participação no capital social de uma relativamente às entidades não financei-
sociedade comercial à pessoa que tenha em sua posse os ras que não estão sujeitas à fiscalização
certificados, nos termos do regime jurídico aplicável às das demais entidades referidas no presente
Sociedades Comerciais. número.
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5. «Autoridades Competentes», autoridades públicas em iii) Detêm, em última instância, a propriedade


Angola com responsabilidades no sistema de prevenção e ou o controlo directo ou indirecto do capi-
combate ao Branqueamento de Capitais, do Financiamento tal da sociedade ou dos direitos de voto da
do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em pessoa colectiva, que não seja uma sociedade
cotada num mercado regulamentado, sujeita
Massa como:
a requisitos de informação consentâneos com
a) A Unidade de Informação Financeira;
as normas internacionais;
b) As autoridades com poderes para investigar, pro- iv) Têm o direito de exercer ou que exerçam
mover a acção penal ou julgar os autores dos influência significativa ou que controlam a
crimes de branqueamento de capitais, dos crimes sociedade independentemente do nível de
subjacentes associados, do financiamento do ter- participação.
rorismo e da proliferação de armas de destruição b) No caso de entidades jurídicas que administrem ou
em massa, a apreensão, congelamento e perda de distribuam fundos, a pessoa ou pessoas singula-
res que:
bens, vantagens ou demais produtos de origem
i) Beneficiem do seu património quando
criminosa;
os futuros beneficiários já tiverem sido
c) As autoridades que recebam relatórios sobre o determinados;
transporte transfronteiriço de numerário e de ii) Sejam tidos como a categoria de pessoas em
instrumentos ao portador negociáveis; cujo interesse principal a pessoa colectiva
d) As autoridades com responsabilidades de super- foi constituída ou exerce a sua actividade,
visão e fiscalização no âmbito da prevenção e quando os futuros beneficiários não tiverem
combate ao Branqueamento de Capitais, do sido ainda determinados;
Financiamento do Terrorismo e da Proliferação iii) Exerçam controlo do património da pessoa
colectiva.
de Armas de Destruição em Massa, conforme o
10. «Comité de Supervisão», órgão colegial de natureza
disposto no n.º 5 do presente artigo; técnica de apoio ao Titular do Poder Executivo na defini-
e) Conservadores e Notários. ção das linhas orientadoras e prioridades estratégicas da
6. «Autoridades de Aplicação da Lei», autoridades com- República de Angola no âmbito da implementação do sistema
petentes que têm a função de investigar, instruir, acusar e de prevenção e repressão do Branqueamento de Capitais, do
julgar o Branqueamento de Capitais, os crimes subjacentes, Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
o Financiamento do Terrorismo, da Proliferação de Armas Destruição em Massa e demais criminalidade conexa.
de Destruição em Massa, bem como proceder a apreensão 11. «Congelamento», inibição ou proibição temporária
de operações de transferência, conversão, disposição, alie-
ou o congelamento de bens, vantagens ou demais produtos
nação ou movimentação de quaisquer fundos ou activos
de origem criminosa e declarar a perda dos mesmos a favor
detidos ou controlados por pessoas, grupos ou entidades
do Estado. designadas, ou a custódia ou controlo temporário de bens,
7. «Autoridades Judiciárias», Tribunais, Procuradoria produtos ou vantagens do crime:
Geral da República e os órgãos de polícia criminal. a) Em virtude e pela duração de uma acção movida
8. «Banco de Fachada», banco constituído e autorizado por uma autoridade judiciária competente,
a operar numa jurisdição, mas que não tem presença física visando garantir a sua intangibilidade até a
nessa jurisdição e que não está filiada a um grupo financeiro tomada de decisão final sobre os mesmos, ou até
regulamentado e sujeito a uma supervisão efectiva. que uma decisão de perda tenha sido declarada
9. «Beneficiário Efectivo»: pela autoridade competente relevante;
a) A pessoa ou pessoas singulares que: b) Em virtude e pela duração de uma acção movida
i) Detêm, em última instância, uma participação pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas,
no capital de uma pessoa colectiva ou a con- por uma autoridade internacional competente ou
trolam e/ou a pessoa singular em cujo nome a por um tribunal em conformidade com as Reso-
operação está sendo realizada;
luções do Conselho de Segurança das Nações
ii) Exercem, em última instância, um con-
Unidas, determinando-se neste caso, a perda
trolo efectivo sobre uma pessoa colectiva
dos fundos ou activos, nos termos da legislação
ou entidade sem personalidade jurídica,
naquelas situações onde as participações no aplicável.
capital/controlo são exercidas por meio de 12. «Contas Correspondentes de Transferência», contas
uma cadeia de participação no capital ou atra- em bancos correspondentes, utilizadas directamente por ter-
vés de um controlo não directo; ceiros para a realização de operações por conta própria.
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13. «Financiamento do Terrorismo», conduta prevista c) Envio por correio de numerário ou de instrumentos
e punida no regime aplicável em matéria de Prevenção e negociáveis ao portador, levado a cabo por uma
Combate ao Terrorismo. pessoa singular ou colectiva.
14. «Financiamento da Proliferação de Armas de 23. «Número Único de Referência», combinação única
Destruição em Massa adiante referido por «Proliferação», de letras, símbolos ou números que se referem a um único
tal como estabelecido nas Resoluções do Conselho de ordenante.
Segurança das Nações Unidas. 24. «Ordenante», pessoa singular ou colectiva que sub-
15. «Instituição Financeira Ordenante», a que inicia mete um pedido junto de uma instituição financeira para a
a transferência e transfere os fundos após a recepção do realização de uma transferência.
25. «Organizações Terroristas», conforme previsto no
pedido de transferência por conta do ordenante.
regime aplicável em matéria de Prevenção e Combate ao
16. «Instituição Financeiro Intermediário», a que, numa
Terrorismo.
cadeia de pagamentos em série e de cobertura, recebe e
26. «Organizações sem Fins Lucrativos (OSFLs)», pes-
transmite uma transferência por conta da instituição finan-
soa colectiva ou entidade sem personalidade jurídica ou
ceira ordenante e da instituição financeira beneficiária ou de
qualquer organização a funcionar em Angola, cujo propósito
outra instituição financeira intermediária.
primário é o de angariar ou desembolsar fundos em benefí-
17. «Instituição Financeiro Beneficiária», a que recebe
cio de causas filantrópicas, religiosas, culturais, educativas,
a transferência da instituição financeira ordenante directa-
sociais ou fraternas ou em prol de trabalhos afins.
mente ou através de uma instituição financeira intermediária 27. «Órgãos de Gestão», órgão plural ou singular da
e que disponibiliza os fundos ao beneficiário. entidade sujeita responsável pela prática de actos materiais e
18. «Instituição Correspondente», banco ou prestadores jurídicos necessários à execução da vontade daquela.
de serviços de pagamento que processa e/ou executa transac- 28. «Perda», perda definitiva, a favor do Estado, de bens,
ções para clientes da instituição respondente ou prestadores produtos ou vantagens de proveniência ilícita, determinada
de serviços de pagamento cuja conta é usada para processar por decisão judicial.
e/ou executar a transacção ao seu cliente. 29. «Pessoas Colectivas», pessoas jurídicas estabeleci-
19. «Instituição Respondente», instituição financeira que das em Angola.
é o cliente directo da instituição correspondente. 30. «Pessoas sem Personalidade Jurídica», fundos
20. «Instrumentos Negociáveis ao Portador», instru- fiduciários explícitos ou a outras entidades semelhantes,
mentos monetários ao portador, tais como: constituídas em Angola, ou em qualquer outra parte e que
a) Cheques de viagem; estejam sob jurisdição da legislação angolana ou outra.
b) Instrumentos negociáveis, incluindo cheques, 31. «Pessoas Politicamente Expostas (PPE’s)», indi-
notas promissórias e ordens de pagamento, que víduos nacionais ou estrangeiros que desempenham ou
sejam ao portador, endossados sem restrição, desempenharam funções públicas proeminentes em Angola,
feitos para um beneficiário fictício ou em tal ou em qualquer outro País ou jurisdição ou em qualquer
forma que a titularidade seja transferível com a organização Internacional.
entrega; a) Para efeitos da presente Lei, consideram-se altos
cargos de natureza política ou pública, de entre
c) Instrumentos incompletos, incluindo cheques,
outros, os seguintes:
notas promissórias e ordens de pagamento,
i) Presidente da República ou Chefe de Estado;
assinados, mas em que seja omisso o nome do
ii) Vice-Presidente da República;
beneficiário.
iii) Primeiro Ministro ou Chefe de Governo;
21. «Investigação», para efeitos da presente Lei, refere-
iv) Órgãos Auxiliares do Presidente da República,
-se a investigação criminal e financeira. ou membros do Governo, designadamente
22. «Movimento Físico Transfronteiriço», reporta-se a Ministros de Estado, Ministros, Secretários
qualquer entrada ou saída física, entre países, de numerá- de Estado e Vice-Ministros e outros cargos
rio ou instrumentos negociáveis ao portador. Estes termos ou funções equiparadas;
incluem as seguintes formas de transporte: v) Deputados, Membros de Câmaras Parlamen-
a) Transporte físico, feito por uma pessoa singular tares e equiparados;
ou na bagagem ou por meio de transporte dessa vi) Magistrados Judiciais dos Tribunais Superio-
pessoa; res e da Relação, cujas decisões não possam
b) Transporte marítimo de numerário ou de instru- ser objecto de recurso, salvo em circunstân-
mentos negociáveis ao portador em contentores; cias excepcionais;
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vii) Magistrados do Ministério Público de esca- 1) Qualquer pessoa singular, que seja notoria-
lão equiparado aos Magistrados Judiciais mente conhecida como proprietária conjunta
referidos no número anterior; de uma pessoa colectiva com o titular do alto
viii) Provedor de Justiça e Provedor de cargo de natureza política ou pública ou que
Justiça-Adjunto; com ele tenha relações comerciais próximas;
ix) Membros do Conselho da República, do 2) Qualquer pessoa singular que seja proprietá-
Conselho de Segurança Nacional e demais ria do capital social ou dos direitos de voto
Conselheiros de Estado; de uma pessoa colectiva ou do património de
x) Membros da Comissão Nacional Eleitoral; um centro de interesses colectivos sem per-
xi) Membros dos Conselhos Superiores da sonalidade jurídica, que seja notoriamente
Magistratura Judicial e do Ministério Público; conhecido, tendo como único beneficiário
efectivo o titular do alto cargo de natureza
xii) Membros de órgãos de Administração e
política ou pública.
Fiscalização dos Bancos Centrais e outras
32. «Prestadores de Serviços à Sociedades e Entidades
autoridades de regulação e supervisão do
sem Personalidade Jurídica», qualquer pessoa ou empresa,
Sector Financeiro;
incluindo centros de interesses colectivos sem personali-
xiii) Chefes de missões diplomáticas e de postos
dade jurídica (trusts) que não se encontrem já abrangidas
consulares;
noutras categorias definidas na presente Lei e que prestem a
xiv) Oficiais Generais das Forças Armadas e
terceiros, a título profissional, na totalidade ou em parte, os
Oficiais Comissários das Forças de Segurança seguintes serviços:
e Ordem Interna; a) Constituição de pessoas colectivas;
xv) Membros de órgãos de administração e b) Actuação como administradores, gerentes ou
de fiscalização de empresas públicas e de secretários de sociedade, sócios, accionistas ou
sociedades de capitais exclusiva ou maio- titulares de posição idêntica para outra pessoa
ritariamente públicos, institutos públicos, colectiva ou fazem diligências necessárias para
associações e fundações públicas, estabeleci- que um terceiro actue dessa forma;
mentos públicos, qualquer que seja o modo c) Fornecimento de sede social, endereço comercial,
da sua designação, incluindo os órgãos de instalações ou endereço administrativo ou pos-
gestão das empresas integrantes dos sectores tal de sociedade, ou de qualquer outra pessoa
empresariais locais; colectiva ou centro de interesses colectivos sem
xvi) Membros do Conselho de Administração, personalidade jurídica;
Directores, Directores-Adjuntos e ou pes- d) Administração de um express trust ou a realização
soas que exercem funções equivalentes numa das diligências necessárias para que outrem
organização internacional; actue dessa forma.
xvii) Membros dos órgãos executivos de direc- 33. «Proliferação de Armas de Destruição em Massa»,
ção de Partidos Políticos; transferência e exportação de armas nucleares, químicas
xviii) Membros das administrações locais e do ou biológicas, materiais relacionados e os seus meios de
poder autárquico; entrega.
xix) Líderes de confissões religiosas. 34. «Prestador de Activo Virtual», qualquer pessoa sin-
b) No âmbito da presente Lei, são também tratadas gular ou colectiva que realiza uma ou mais das seguintes
como pessoas politicamente expostas os mem- actividades ou operações comerciais em nome ou por conta
bros da família e as pessoas muito próximas dos de outra pessoa singular ou colectiva:
indivíduos acima mencionados, nomeadamente: a) A troca de activos virtuais por moedas fiduciárias;
i) O cônjuge ou companheiro de união de facto; b) A troca de uma ou mais formas de activos virtuais
ii) Os parentes, até ao 3.º grau da linha colateral, por outras;
os afins até ao mesmo grau, os respectivos c) A transferência de activos virtuais;
cônjuges ou companheiros de união de facto; d) A guarda ou administração de activos virtuais ou
iii) Pessoas com reconhecidas e estreitas rela- instrumentos que conferem o controlo sobre
ções de natureza pessoal; activos virtuais;
iv) Pessoas com reconhecidas e estreitas rela- e) A participação em operações e a provisão de servi-
ções de natureza societária ou comercial ços financeiros relacionados à oferta e/ou venda
nomeadamente: de um activo virtual por um emissor.
926 DIÁRIO DA REPÚBLICA

35. «Prestadores de Serviços de Pagamentos», insti- capitais, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento


tuição financeira ou entidade não financeira autorizada a das actividades de proliferação de armas de destruição em
prestar serviços de pagamento, nos termos da Lei do Sistema massa em Angola, bem como coordenar a resposta nacional
de Pagamentos. necessária à mitigação dos riscos detectados.
36. «Serviços de Pagamentos», actividades económicas
2. Compete ao Comité de Supervisão a condução da
enumeradas na Lei do Sistema de Pagamentos.
37. «Relação de Negócio», relação de natureza comercial Avaliação Nacional de Risco.
ou profissional entre as entidades sujeitas e os seus clientes 3. No exercício da Avaliação Nacional de Risco,
que, no momento em que esta, efectivamente, se estabelece, devem participar todas as instituições a nível nacional
se prevê que venha a ser ou seja duradoura. relevantes para a identificação e compreensão do risco de
38. «Relação de Correspondência», prestação de servi- Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e
ços por um banco, uma entidade financeira ou outra entidade
da Proliferação de Armas de Destruição em Massa.
prestadora de serviços similares (o correspondente), a um
4. A Avaliação Nacional do Risco deve ser actualizada
banco, uma entidade financeira ou outra entidade de natu-
reza equivalente que seja sua cliente (o respondente), a qual periodicamente numa base trienal.
inclua a disponibilização de uma conta corrente ou outra 5. As constatações relevantes da Avaliação Nacional
conta que gere uma obrigação e serviços conexos, tais como do Risco devem ser disponibilizadas a todas as autorida-
gestão de numerário, processamento de transferências e des competentes, entidades sujeitas e demais entidades para
fundos e de outros serviços de pagamento por conta do res- as quais se mostre pertinente a tomada de conhecimento do
pondente, compensação de cheques, contas correspondentes
resultado da Avaliação.
de transferência, serviço de câmbios e operações com valo-
res mobiliários. 6. Concluída a Avaliação Nacional de Risco e quaisquer
39. «Transacção Ocasional», qualquer transacção efec- das suas actualizações, o Comité de Supervisão deve elabo-
tuada pelas entidades sujeitas fora do âmbito de uma relação rar e submeter à aprovação do Titular do Poder Executivo
de negócio já estabelecida. um Plano de Acção para a mitigação do risco identificado.
40. «Transferência de Activos Virtuais», realização de ARTIGO 5.º
uma transacção em nome de outra pessoa singular ou colec- (Avaliações sectoriais)
tiva que movimenta um activo virtual de um endereço ou
1. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, as autorida-
conta virtual para outro.
des de supervisão e demais entidades com responsabilidades
41. «Transferência Electrónica», qualquer operação
efectuada em nome de uma pessoa ordenante, quer singu- no domínio da Prevenção e Combate do Branqueamento de
lar, quer colectiva, através de uma instituição financeira, por Capitais, do Financiamento do Terrorismo e da Proliferação
via electrónica, com o fim de disponibilizar um montante de Armas de Destruição em Massa devem realizar avalia-
de dinheiro a uma pessoa beneficiária noutra instituição ções de risco sectoriais ou de outra natureza.
financeira. O ordenante e o beneficiário podem ser a mesma
2. As avaliações sectorias são actualizadas anualmente.
pessoa.
ARTIGO 6.º
42. «Unidade de Informação Financeira (UIF)», uni-
(Bancos de fachada)
dade central nacional de natureza pública, autónoma e
independente com competência para receber, analisar e 1. É proibida a constituição de bancos de fachada em ter-
difundir a informação suspeita de branqueamento de capi- ritório angolano.
tais, do financiamento do terrorismo e da proliferação de 2. É vedado às instituições correspondentes estabelece-
armas de destruição em massa, bem como cooperar com rem relações de correspondência com bancos de fachada.
as congéneres internacionais e as demais entidades com- 3. As instituições correspondentes devem evitar estabe-
petentes para a prevenção e combate ao branqueamento de
lecer relações de correspondência com outras instituições
capitais, do financiamento do terrorismo e da proliferação de
armas de destruição em massa, cuja organização e funciona- respondente que, reconhecidamente permitam que, as suas
mento é definida em diploma próprio. contas sejam utilizadas por bancos de fachada.
ARTIGO 4.º ARTIGO 7.º
(Avaliação nacional do risco) (Contas anónimas)

1. As autoridades competentes devem realizar uma ava- É expressamente proibida a abertura ou manutenção de
liação do risco, a nível nacional, para identificar, avaliar contas bancárias anónimas ou com nomes manifestamente
e compreender os riscos associados ao branqueamento de fictícios.
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 927

CAPÍTULO II j) Transacções efectuadas pelo cliente;


Obrigações, Supervisão e Fiscalização k) Canais de distribuição dos produtos e serviços
SECÇÃO I disponibilizados, bem como dos meios de comu-
Obrigações em Geral nicação utilizados no contacto com os clientes.
SUBSECÇÃO I
2. Para efeitos do disposto no número anterior, as entida-
Obrigações das Entidades Sujeitas des sujeitas devem desenvolver e implementar ferramentas
ou sistemas de informação para a gestão eficaz do risco de
ARTIGO 8.º
(Obrigações gerais) branqueamento de capitais, de financiamento do terrorismo
e da proliferação de armas de destruição em massa.
As entidades sujeitas estão vinculadas, no desempenho
3. A natureza e dimensão das avaliações de risco devem
da respectiva actividade, ao cumprimento das seguintes
estar adequadas as características, dimensão e complexidade
obrigações gerais:
da instituição em questão.
a) Obrigação de Avaliação de Risco; 4. As medidas apropriadas referidas no n.º 1 do presente
b) Obrigação de Identificação e Diligência; artigo, devem incluir:
c) Obrigação de Recusa; a) Documentação sobre os riscos inerentes à reali-
d) Obrigação de Conservação; dade operativa específica da entidade sujeita e
e) Obrigação de Comunicação; a forma como esta os identificou e avaliou, bem
f) Obrigação de Abstenção; como sobre a adequação dos meios e procedi-
g) Obrigação de Cooperação e prestação de informa- mentos de controlo destinados à mitigação dos
ção; riscos identificados e avaliados sobre o modo
h) Obrigação de Sigilo; como as entidades sujeitas monitorizam a ade-
i) Obrigação de Controlo; quação e eficácia destes meios;
j) Obrigação de Formação. b) Consideração de todos os factores de risco relevan-
ARTIGO 9.º tes antes de determinar o nível de risco global
(Obrigação de Avaliação de Risco) e o tipo e dimensão adequadas às medidas de
1. As entidades sujeitas devem adoptar medidas apro- mitigação a serem aplicadas;
priadas para identificar, avaliar, compreender e mitigar os c) Actualização contínua das avaliações dos riscos da
Riscos de Branqueamento de Capitais do Financiamento do instituição sobre a análise;
Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em d) Utilização de mecanismos técnicos e tecnológicos
Massa a que estão expostas ao nível do cliente individual, apropriados para fornecer informações sobre as
da transacção e da instituição, tendo em conta os seguintes avaliações de risco às autoridades competentes;
factores: e) Demonstração da adequação dos procedimentos
a) Natureza, dimensão e complexidade da actividade adoptados, sempre que tal lhes seja solicitado
pela competente autoridade de supervisão ou de
desenvolvida pela entidade sujeita;
fiscalização.
b) Países ou áreas geográficas em que a entidade
5. As entidades sujeitas devem ainda:
sujeita exerça actividade, directamente ou atra-
a) Desenvolver e implementar as políticas internas,
vés de terceiros, pertencentes ou não ao mesmo
procedimentos e controlos aprovados pelo
grupo;
respectivo órgão de gestão, de modo a permitir
c) Áreas de negócio desenvolvidas pela entidade
gerir e mitigar os riscos por elas identificados ou
sujeita, bem como produtos, serviços e opera-
que lhes tenham sido comunicados pelas autori-
ções disponibilizadas; dades competentes;
d) Natureza do cliente; b) Monitorar a implementação dos referidos procedi-
e) Histórico do cliente; mentos, controlos e políticas, e aperfeiçoá-los,
f) Natureza, dimensão e complexidade da actividade quando necessário;
desenvolvida pelo cliente; c) Executar medidas reforçadas de gestão e mitigação
g) Países ou áreas geográficas em que o cliente exerça eficaz de riscos altos, quando sejam identifica-
actividade directamente ou através de terceiros, dos e medidas simplificadas nos casos de risco
pertencentes ou não ao mesmo grupo; diminuto;
h) Forma de estabelecimento da relação de negócio; d) Garantir que a realização das medidas simplifica-
i) Localização geográfica do cliente da entidade obri- das ou reforçadas referidas na alínea anterior
gada ou que se tenha domiciliado ou de algum aborde a avaliação de riscos e as orientações das
modo desenvolva a sua actividade; autoridades de supervisão e fiscalização.
928 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 10.º c) Existam suspeitas de crime de Branqueamento de


(Gestão de Risco na Utilização de Novas Tecnologias)
Capitais ou de Financiamento do Terrorismo
1. As entidades sujeitas devem identificar e avaliar os e de Proliferação de Armas de Destruição em
Riscos de Branqueamento de Capitais, do Financiamento Massa; e,
do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em
d) Existam dúvidas quanto à autenticidade ou à
Massa que possam surgir em função, designadamente:
conformidade dos dados de identificação dos
a) Da oferta de produtos ou operações susceptíveis de
clientes previamente adquiridos.
favorecer o anonimato;
b) Do desenvolvimento de novos produtos, serviços, 2. As medidas de diligência relativa à cliente a serem
mecanismos de distribuição, métodos de paga- tomadas são as seguintes:
mento e novas práticas comerciais; a) Identificar e verificar a identidade dos clientes e
c) Da utilização de novas tecnologias ou em fase de das pessoas que os representam:
desenvolvimento, tanto para novos produtos i) No caso de pessoas singulares, a verificação
como para produtos já existentes. da identidade deve ser efectuada mediante
2. As entidades sujeitas devem: a apresentação de documento comprovativo
a) Levar a cabo as suas avaliações de risco antes do válido em que exiba uma fotografia do qual
lançamento ou uso de tais produtos, práticas e conste o nome completo, assinatura, morada,
tecnologias; a data de nascimento e a nacionalidade;
b) Tomar as medidas convenientes para gerir e miti-
ii) No caso de clientes que sejam pessoas colec-
gar os riscos de Branqueamento de Capitais, do
tivas a identificação faz-se mediante a
Financiamento do Terrorismo e da Proliferação
apresentação de documento original ou foto-
de Armas de Destruição em Massa.
3. Para efeitos de gestão e mitigação dos riscos decor- cópia da certidão de escritura pública de
rentes de activos virtuais, as autoridades competentes constituição ou documento equivalente, cer-
devem garantir que a regulamentação referente ao Combate tidão do registo comercial, publicação em
ao Branqueamento de Capitais, do Financiamento do Diário da República, alvarás, licença válida
Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em emitida pela entidade competente e o número
Massa se aplica aos prestadores de activos virtuais e que de identificação fiscal;
estes são objecto de autorização prévia ou registo e estão iii) No caso da pessoa colectiva ser não residente
sujeitos a sistemas eficazes de fiscalização do cumprimento em território nacional, a identificação é feita
das medidas pertinentes definidas na presente Lei. mediante documento equivalente;
4. As entidades sujeitas devem adoptar políticas ou medi- iv) A identificação de centros de interesses colec-
das que se revelem necessárias para evitar a utilização abusiva tivos sem personalidade jurídica constituídos
das novas tecnologias em esquemas de Branqueamento de
de acordo com o direito estrangeiro ou ins-
Capitais, de Financiamento do Terrorismo e de Proliferação
trumentos legais semelhantes deve incluir a
de Armas de Destruição em Massa.
obtenção e verificação do nome dos admi-
ARTIGO 11.°
(Obrigação de Identificação e Diligência)
nistradores (trustees), instituidores (settlor) e
beneficiários.
1. As entidades sujeitas devem efectuar a devida
b) Identificar e verificar os beneficiários efectivos,
Identificação e Diligência do cliente e se aplicável, dos seus
utilizando informações de fontes credíveis,
representantes legais e do beneficiário efectivo, sempre que:
devendo exigir no mínimo, a seguinte informa-
a) Estabeleçam relações de negócio;
ção:
b) Efectuem transacções ocasionais:
i) Documento autenticado que confirme a identi-
i) Com um valor igual ou superior ao equiva-
lente, em moeda nacional ou noutra moeda, dade do beneficiário efectivo;
ao indicado no ponto 1.1 da Tabela Anexa à ii) Cópia do acordo fiduciário, dos estatutos da
presente Lei, independentemente de se tra- sociedade ou outro documento equivalente;
tar ou não de uma única operação ou de parte iii) Acta da Assembleia Geral constituinte, assim
integrante de várias operações aparentemente como a acta de alteração da estrutura accio-
vinculadas; nista ou de sócios;
ii) De qualquer transferência electrónica de valor iv) Outra informação fidedigna, que esteja publi-
igual ou superior ao equivalente, em moeda camente disponível e a instituição financeira
nacional ou noutra moeda estrangeira, ao bancária considere relevante.
indicado no ponto 1.2 da Tabela Anexa à c) Obter informação sobre a finalidade e a natureza
presente Lei. pretendida da relação de negócio;
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 929

d) Obter informação relativa a clientes que sejam d) A entidade sujeita tiver executado medidas ade-
pessoas colectiva ou entidade sem personalidade quadas a gerir o risco associado à situação,
jurídica, que permita compreender a natureza designadamente através da limitação do número,
dos negócios do cliente, a participação de con- tipo ou montante das operações que podem ser
trolo no capital social, os nomes dos membros efectuadas.
dos órgãos de gestão; 3. Sempre que seja feito o uso da faculdade estabele-
e) Obter informação, quando o perfil de risco do cida no número anterior, as entidades sujeitas concluem os
cliente ou as características da operação o jus- procedimentos de verificação da identidade dentro do prazo
tifiquem, sobre a origem e o destino dos fundos razoável determinado pelo sector em questão.
movimentados no âmbito de uma relação de 4. No caso de abertura de contas de depósito bancário,
negócio ou na realização de uma transacção as instituições financeiras bancárias não podem, depois do
ocasional e solicitar documentação de suporte; depósito inicial, permitir a realização de quaisquer movi-
mentos a débito ou a crédito na conta, nem disponibilizar
f) Manter um acompanhamento contínuo da relação
quaisquer instrumentos de pagamento sobre a conta ou efec-
de negócio, a fim de assegurar que tais opera-
tuar quaisquer alterações na sua titularidade, enquanto não
ções são consistentes com o conhecimento que
se mostrar verificada a identidade do cliente e do beneficiário
a entidade sujeita possui do cliente, dos seus
efectivo de acordo com as disposições legais ou regulamen-
negócios e do seu perfil de risco;
tares aplicáveis.
g) Manter actualizados os elementos de informação 5. O disposto no n.º 2 não é aplicável, ainda que o risco
obtidos no decurso da relação de negócio. seja diminuto, sempre que surgir uma suspeita de que a ope-
3. Sempre que a entidade sujeita tenha conhecimento ração esteja relacionada com o crime de branqueamento de
ou fundada suspeita de que o cliente não actua por conta capitais ou de financiamento de terrorismo ou proliferação
própria, deve tomar medidas adequadas que lhe permitam de armas de destruição em massa, caso em que se deve apli-
conhecer a identidade da pessoa ou entidade por conta de car o disposto no n.º 1 do presente artigo.
quem o cliente está a actuar, nomeadamente dos beneficiá-
ARTIGO 13.º
rios efectivos. (Medidas de diligência simplificada)
4. As entidades sujeitas devem também verificar se os 1. As entidades sujeitas podem simplificar as medi-
representantes dos clientes se encontram legalmente habili- das adoptadas ao abrigo do dever de identificação e
tados a actuar em seu nome ou representação. diligência quando identifiquem um risco comprovadamente
5. A obrigação de identificação prevista no n.º 2 do pre- reduzido de Branqueamento de Capitais, de Financiamento
sente artigo, deve aplicar-se aos clientes já existentes e a do Terrorismo e de Proliferação de Armas de Destruição em
verificação da identidade desses clientes será objecto de massa nas relações de negócio, nas transacções ocasionais
regulamentação emitida pelas autoridades de supervisão e ou nas operações que efectuem, tomando em consideração,
fiscalização. designadamente, a origem ou destino dos fundos, bem como
ARTIGO 12.º os factores referidos no n.º 2 do artigo 12.º da presente Lei.
(Momento da verificação da identidade)
2. Para efeitos do número anterior, as entidades sujeitas
1. A verificação da identidade do cliente e, se aplicável, devem considerar entre outros, os seguintes factores:
aos seus representantes e do beneficiário efectivo, deve ter a) A finalidade da relação de negócio;
lugar antes do estabelecimento da relação de negócio ou b) O nível de bens por cliente ou o volume de opera-
antes da realização de qualquer transacção ocasional. ções efectuadas;
2. Sem prejuízo do disposto do número anterior, a veri- c) A regularidade ou duração da relação de negócio.
ficação da identidade pode ser completada após o início da 3. A adopção de medidas simplificadas apenas são apli-
relação de negócio se: cáveis na sequência de uma avaliação adequada dos riscos
a) Tal for necessário para não interromper o curso pelas próprias entidades sujeitas ou pelas respectivas autori-
normal do negócio; dades de supervisão e fiscalização e nunca pode ter lugar em
b) O contrário não resulte de norma legal ou regula- qualquer das seguintes situações:
mentar aplicável à actividade da entidade sujeita; a) Quando existam suspeitas de Branqueamento de
c) A situação em causa apresente diminuto Risco de Capitais, de Financiamento do Terrorismo e de
Branqueamento de Capitais, de Financiamento Proliferação de Armas de Destruição em Massa;
ao Terrorismo e da Proliferação de Armas de b) Quando devam ser adoptadas medidas reforçadas
Destruição em Massa, havendo identificação de identificação ou diligência; e
expressa desta situação por parte das entidades c) Sempre que tal seja determinado pelas Autoridades
sujeitas; de Supervisão e Fiscalização.
930 DIÁRIO DA REPÚBLICA

4. Na análise dos Riscos de Branqueamento de Capitais, 3. São sempre aplicáveis medidas acrescidas de diligên-
de Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas cia às operações realizadas à distância e especialmente às
de Destruição em Massa, que podem motivar a adopção de que possam favorecer o anonimato, às operações efectuadas
medidas simplificadas, as entidades sujeitas e as autoridades com pessoas politicamente expostas, às operações de corres-
de supervisão e fiscalização têm em conta outras situa- pondência bancária com instituições financeiras bancárias
ções indicativas de risco potencialmente mais reduzido que estabelecidas em países terceiros e a quaisquer outras desig-
venham a ser identificadas pelas respectivas autoridades de nadas pelas autoridades de supervisão ou de fiscalização do
supervisão e fiscalização. respectivo sector, desde que legalmente habilitadas para o
5. Sem prejuízo de outras medidas simplificadas que se efeito.
mostrem mais adequadas aos riscos concretos identificados, 4. Sem prejuízo do disposto no número anterior, são
as entidades sujeitas devem considerar as seguintes: também aplicáveis medidas complementares de diligência
a) A verificação da identificação do cliente e do às operações realizadas sem a presença física do cliente,
beneficiário efectivo após o estabelecimento da do seu representante ou do beneficiário efectivo, podendo
relação de negócio; a confirmação da identidade ser completada com documen-
b) A redução da frequência das actualizações dos ele- tos adicionais ou com informações prestadas pelo cliente e
mentos recolhidos no cumprimento do dever de consideradas como suficientes para fins de confirmação ou
identificação e diligência; verificação.
c) A redução da intensidade do acompanhamento 5. Quanto às relações de negócio ou transacções oca-
contínuo e da profundidade da análise das ope- sionais com pessoas politicamente expostas, as entidades
rações, quando os montantes envolvidos nas sujeitas devem:
mesmas são de valor baixo; a) Dispor de procedimentos adequados baseados
d) A ausência de recolha de informações específicas no risco, para determinar se o cliente ou, caso
e a não execução de medidas específicas que aplicável, representante ou beneficiário efectivo
permitam compreender o objecto e a natureza da pode ser considerada uma pessoa politicamente
relação de negócio, quando seja razoável inferir exposta;
o objecto e a natureza do tipo de transacção efec- b) Obter autorização do órgão de gestão competente
da entidade sujeita antes do estabelecimento
tuada ou relação de negócio estabelecida.
de relações de negócio com tais clientes e bem
6. As medidas simplificadas a aplicar pela entidade
sujeita devem ser proporcionais aos factores de risco redu- como para dinamizar e dar continuidade às rela-
zido identificados. ções, na hipótese da aquisição da condição de
7. As autoridades de supervisão e fiscalização podem “Pessoa Politicamente Exposta” ser posterior ao
igualmente definir o conteúdo concreto das medidas estabelecimento da relação de negócio;
simplificadas que se mostrem adequadas a fazer face a deter- c) Tomar as medidas necessárias para determinar a
minados riscos reduzidos de Branqueamento de Capitais, de origem do património e dos fundos envolvidos
Financiamento do Terrorismo e de Proliferação de Armas de nas relações de negócio ou nas transacções oca-
Destruição em Massa identificados. sionais;
8. A aplicação de medidas simplificadas, não dispensa d) Efectuar um acompanhamento contínuo acrescido
as entidades sujeitas de acompanhar as operações e relações da relação de negócio.
de negócio de modo a permitir a detecção de operações não 6. O regime previsto no número anterior deve continuar
habituais ou suspeitas. a aplicar-se a quem, tendo deixado de ter a condição de pes-
soa politicamente exposta, continue a representar um risco
ARTIGO 14.º
(Medidas de diligência reforçada) acrescido de Branqueamento de Capitais, de Financiamento
do Terrorismo e de Proliferação de Armas de Destruição
1. Sem prejuízo do cumprimento do disposto nos arti-
gos 11.º e 13.º da presente Lei, as entidades sujeitas devem em Massa devido ao seu perfil ou à natureza das operações
aplicar medidas acrescidas de diligência em relação aos desenvolvidas.
clientes e às operações, atendendo à natureza, complexi- ARTIGO 15.º
(Obrigação de recusa)
dade, volume, carácter não habitual, ausência de justificação
económica ou susceptibilidade de enquadrar num tipo legal 1. Sem prejuízo do disposto no artigo 17.º, caso os requi-
de crime ou por outro factor de alto risco. sitos previstos nos artigos 11.º a 14.º da presente Lei não
2. Verificadas as circunstâncias descritas no número possam ser cumpridos, as entidades sujeitas devem:
anterior, as entidades sujeitas devem procurar informação a) Recusar a abertura de conta;
do cliente sobre a origem e destino dos fundos e reduzir a b) Recusar o início da relação de negócio;
escrito o resultado destas medidas, que deve estar disponível c) Recusar a realização da transacção;
para as autoridades competentes. d) Extinguir a relação de negócio.
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 931

2. Sempre que ocorra qualquer das situações previstas 2. Para efeitos do disposto no n.º 1, a operação pode
no número anterior, as entidades sujeitas devem analisar envolver uma única transacção ou ser parte integrante de
as circunstâncias que a determinaram e, se suspeitarem várias transacções aparentemente vinculadas.
que a situação pode estar relacionada com a prática de um 3. As entidades sujeitas devem ainda comunicar à
Crime de Branqueamento de Capitais, de Financiamento do Unidade de Informação Financeira, todas as transacções em
Terrorismo ou de Proliferação de Armas de Destruição em numerário igual ou superior em moeda nacional ou outra
Massa, devem efectuar as comunicações previstas na Lei e
moeda, equivalente ao:
quando aplicável, ponderar pôr termo à relação de negócio.
a) Valor indicado no ponto 2.1 da Tabela Anexa;
ARTIGO 16.º
(Obrigação de conservação)
b) Valor indicado no ponto 2.2 da Tabela Anexa,
quando se realiza troca entre notas de denomi-
1. As entidades sujeitas devem conservar por um período
nação baixa por notas de denominação alta;
de 10 (dez) anos, contados a partir do momento em que for
efectuada a transacção ou após o fim da relação de negócio, c) Valor indicado no ponto 2.3 da Tabela Anexa,
no mínimo, os seguintes documentos: quando se realiza a troca em moedas diferentes;
a) Cópias dos documentos ou outros suportes tec- d) Valor indicado no ponto 2.4 da Tabela Anexa,
nológicos comprovativos do cumprimento quando um cliente compra e/ou liquida cheques,
da obrigação de identificação e de diligência, cheques de viagem ou métodos de pagamento
incluindo a conservação de registos sobre a clas- semelhantes;
sificação dos clientes; e) Valor indicado no ponto 2.5 da Tabela Anexa,
b) Registo de transacções, incluindo toda informação quando envolver valores mobiliários;
original e do beneficiário da transacção, para f) Valor indicado no ponto 2.6 da Tabela Anexa,
permitir a reconstituição de cada operação, de quando satisfaçam dois ou mais dos seguintes
modo a fornecer se necessário, prova no âmbito indicadores:
de um processo criminal; i. Montantes não contados;
c) Cópia de toda a correspondência comercial trocada ii. Em moeda estrangeira;
com o cliente; iii. Não depositados em conta própria;
d) Cópia das comunicações efectuadas pelas entida- iv. Que sejam transferidos para uma conta no
des sujeitas à Unidade de Informação Financeira exterior.
e outras autoridades competentes; 4. As instituições financeiras devem, ainda, comunicar
e) Registos dos resultados das análises internas, assim à Unidade de Informação Financeira, todas as transferên-
como o registo da fundamentação da decisão das cias electrónicas efectuadas por não detentores de conta
entidades sujeitas no sentido de não comunica- bancária, cujos montantes, em moeda nacional, excedam o
rem estes resultados à Unidade de Informação indicado no ponto 2.7 da Tabela Anexa à presente Lei e se
Financeira ou a outras autoridades competentes. destinem a países estrangeiros.
2. A informação referida no número anterior, deve ser
5. As autoridades de supervisão e fiscalização podem,
colocada à disposição da Unidade de Informação Financeira
mediante regulamentação complementar, alterar os limites
e das demais autoridades competentes.
fixados no n.º 3 do presente artigo, bem como definir outros
3. Para o cumprimento do disposto no n.º 1 do presente
artigo, os elementos aí referidos devem ser adequadamente requisitos de comunicação de operações.
conservados em suporte electrónico ou noutros meios que 6. A informação prevista nos números anteriores, refe-
permitam a sua fácil localização e o acesso imediato aos rente a operações suspeitas, a pessoas designadas ou
mesmos pela Unidade de Informação Financeira ou outras politicamente expostas, apenas pode ser usada em sede de
autoridades competentes. processo penal.
ARTIGO 17.º 7. Para efeitos do disposto no número anterior, a iden-
(Obrigação de comunicação) tidade de quem presta a informação não pode ser revelada.
1. As entidades sujeitas devem, por sua própria ini- ARTIGO 18.º
ciativa, informar de imediato, à Unidade de Informação (Obrigação de abstenção)
Financeira, sempre que saibam ou tenham razões suficientes 1. Sempre que se constate que uma determinada opera-
para suspeitar que teve lugar, está em curso ou foi tentada ção evidencia fundada suspeita e seja susceptível de estar
uma operação susceptível de estar associada à prática do relacionada a prática de um crime, as entidades sujeitas, para
Crime de Branqueamento de Capitais ou de Financiamento além do cumprimento das obrigações decorrentes dos arti-
do Terrorismo e de Proliferação de Armas de Destruição em gos 11.º a 14.º da presente Lei, devem abster-se de executar
Massa ou de qualquer outro crime. quaisquer operações relacionadas com o cliente.
932 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Observado o previsto no n.º 1, as entidades sujeitas ARTIGO 20.º


(Dever de sigilo)
devem imediatamente, comunicar por escrito, ou por qual-
quer outro meio, a Unidade de Informação Financeira, o As entidades sujeitas e os membros dos respectivos
fundamento das suas suspeições e solicitar confirmação da órgãos sociais ou, que nelas exerçam funções de direcção, de
suspensão da operação. gerência ou de chefia, os seus empregados, os mandatários e
3. A Unidade de Informação Financeira deve pronun- outras pessoas que lhes prestem serviço a título permanente,
ciar-se sobre a confirmação da suspensão da operação no temporário ou ocasional, não podem revelar ao cliente ou
prazo máximo de 3 (três) dias úteis, contados desde a data a terceiros, que transmitiram as comunicações legalmente
da recepção da comunicação, findo o qual, na falta de confir- devidas ou que se encontra em curso uma investigação.
mação, a operação pode ser executada. ARTIGO 21.º
4. Caso a entidade sujeita considere que a abstenção refe- (Protecção na prestação de informações)
rida no n.º 1 não é possível ou que, após consulta à Unidade 1. As informações prestadas no cumprimento das obri-
de Informação Financeira, possa ser susceptível de prejudi- gações previstas na presente Lei, pelas entidades sujeitas,
car a prevenção ou a futura investigação do Branqueamento trabalhadores e colaboradores, às autoridades competentes,
de Capitais, do Financiamento do Terrorismo ou da não constituem violação de qualquer obrigação de segredo
Proliferação de Armas de Destruição em Massa, a referida imposta por via legislativa, regulamentar ou contratual, nem
operação pode ser realizada, devendo a entidade sujeita for- implicam, para quem as preste, responsabilidade disciplinar,
necer de imediato à Unidade de Informação Financeira, as civil ou criminal.
informações respeitantes à operação. 2. As entidades sujeitas devem abster-se de quaisquer
5. Quando confirme a suspeita, a Unidade de Informação
ameaças ou actos hostis e em particular, de práticas laborais
Financeira deve requerer à Procuradoria Geral da República
desfavoráveis ou discriminatórias contra quem preste infor-
a homologação da decisão de suspensão da operação no
mações, documentos ou quaisquer outros elementos sobre
prazo máximo de 7 (sete) dias úteis a contar da data da deci-
os quais recaia uma obrigação de prestação de informações
são estabelecida no n.º 3.
nos termos da presente Lei.
6. A Procuradoria Geral da República deve pronunciar-se
3. A disponibilização das informações, dos documentos
no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da data da solicitação
e dos demais elementos referidos na presente Lei, não pode,
da Unidade de Informação Financeira.
por si só, servir de fundamento à promoção pela entidade
7. Caso a Procuradoria Geral da República se pronun-
sujeita de procedimento disciplinar, civil ou criminal contra
cie no sentido de não homologação da suspensão, a Unidade
quem os faculte.
de Informação Financeira comunica imediatamente o facto
à entidade sujeita para que esta prossiga com a operação. ARTIGO 22.°
(Obrigação de controlo)
8. Caso a Procuradoria Geral da República não se pro-
nuncie no prazo previsto no n.º 6, a Unidade de Informação 1. As entidades sujeitas devem implementar programas
Financeira comunica imediatamente à entidade sujeita que de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais, do
pode executar as operações relativamente às quais tenha Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
exercido o dever de abstenção. Destruição em Massa, adequados ao sector de actividade,
ARTIGO 19.º
aos riscos respectivos e à dimensão da actividade comercial
(Obrigação de cooperação e prestação de informação) em questão e que incluam as seguintes políticas, procedi-
1. As entidades sujeitas devem, prontamente cooperar mentos e controlos internos:
e prestar informação à Unidade de Informação Financeira, a) Sistemas de controlo de conformidade, incluindo a
às autoridades de supervisão e de fiscalização e quando por nomeação de um responsável ao nível da direcção;
estas solicitadas, fornecer as informações sobre operações b) Procedimentos de averiguação que garantam cri-
realizadas pelos clientes, apresentando ainda os documentos térios exigentes na contratação dos empregados;
relacionados com as referidas operações. c) Uma estrutura de controlo interno independente
2. As entidades sujeitas devem possuir sistemas e instru- para testar o sistema de Prevenção e Combate ao
mentos que lhes permitam responder pronta e integralmente Branqueamento de Capitais, do Financiamento
aos pedidos de informação apresentados pela Unidade de do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
Informação Financeira e pelas demais entidades com com- Destruição em Massa;
petência nesta matéria, destinados a determinar se mantêm d) A definição de um modelo eficaz de gestão de risco
ou mantiveram, nos últimos (10) dez anos relações de negó- com práticas adequadas à identificação, avalia-
cio com uma determinada pessoa singular ou colectiva e ção e mitigação dos riscos de Branqueamento de
qual a natureza dessas relações. Capitais, de Financiamento do Terrorismo e de
3. As entidades sujeitas devem ainda cooperar e forne- Proliferação de Armas de Destruição em Massa
cer todos os dados solicitados pelas autoridades judiciárias a que entidade sujeita esteja ou venha a estar
competentes. exposta.
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 933

2. Os grupos financeiros e grupos afins de instituições não 2. As entidades sujeitas devem conservar, durante um
financeiras devem ser obrigados a desenvolver programas de período de 5 (cinco) anos, cópia dos documentos ou regis-
combate ao Branqueamento de Capitais, do Financiamento tos relativos à formação prestada aos seus empregados e
do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição dirigentes.
em Massa a nível do grupo, os quais devem ser aplicados e ARTIGO 24.º
adaptados a todas as sucursais e filiais maioritárias. (Implementação de Medidas Restritivas)

3. Os programas referidos no número anterior devem 1. As entidades sujeitas devem adoptar meios e meca-
incluir as medidas definidas no n.º 1, bem como: nismos necessários para assegurar o cumprimento das
a) Políticas e procedimentos de partilha de informa- medidas restritivas adoptadas pelo Conselho de Segurança
ção exigidos para o cumprimento do dever de das Nações Unidas ou outras entidades, sobre congelamento
identificação e diligência relativo aos clientes de bens e recursos económicos e as proibições de realização
e para a gestão do risco de branqueamento de de transacções relacionadas com o terrorismo, proliferação
de armas de destruição em massa, e o respectivo financia-
capitais, de financiamento do terrorismo e da
mento, contra pessoa ou entidade designada.
proliferação de armas de destruição em massa;
2. Para cumprimento do disposto no número anterior, as
b) Prestação de informação a nível do grupo, rela-
entidades sujeitas devem adoptar em especial:
tivas às funções de controlo de conformidade,
a) Os meios adequados a assegurar a imediata e plena
auditoria e/ou de Combate ao Branqueamento
compreensão do teor das medidas restritivas
de Capitais e de luta contra o Financiamento do
referidas no número anterior, em particular e
Terrorismo e da Proliferação de Armas de Des- quando aplicável, das listas de pessoas e entida-
truição em Massa; des emitidas ou actualizadas ao abrigo daquelas
c) Prestação quando necessário, de informação sobre medidas mesmo que não disponíveis em língua
clientes, contas e operações das sucursais e filiais, portuguesa; e
para efeitos de Combate ao Branqueamento de b) Os mecanismos de consulta necessários à imediata
Capitais e de Luta Contra o Financiamento do aplicação daquelas medidas, incluindo a subs-
Terrorismo e da Proliferação de Armas de Des- crição electrónica de quaisquer conteúdos que,
truição em Massa; neste âmbito, estejam disponíveis.
d) garantia da confidencialidade e da boa utilização SUBSECÇÃO II
da informação partilhada. Obrigações Específicas das Instituições Financeiras
4. As entidades sujeitas devem assegurar a aplicação DIVISÃO I
das medidas de Prevenção e combate ao Branqueamento de Obrigações em Especial
Capitais, do Financiamento do Terrorismo e da Proliferação
ARTIGO 25.º
de Armas de destruição em massa, em conformidade com (Obrigações das Instituições Financeiras)
as obrigações da presente Lei, pelas suas sucursais, filiais As Instituições Financeiras estão sujeitas para além das
e participadas em que detêm maioria ou controle, situa- obrigações da presente Lei, às previstas em normas regu-
das no estrangeiro, onde as exigências mínimas do país de lamentares emitidas pelas autoridades de supervisão e
acolhimento são fracas e na medida em que a suas Leis e fiscalização.
regulamentos o permitam. ARTIGO 26.º
5. No caso de o país de acolhimento não permitir a (Execução de obrigações por terceiros)
aplicação do disposto no n.º 4, as entidades sujeitas são obri- 1. As instituições financeiras podem delegar a uma enti-
gadas a aplicar medidas adicionais adequadas, para gerir os dade terceira, nos termos a regulamentar pelas respectivas
riscos de Branqueamento de Capitais, de Financiamento do autoridades competentes a execução das obrigações de iden-
Terrorismo e de Proliferação de Armas de Destruição em tificação e de diligência em relação aos clientes previstas nos
Massa e informar as autoridades de supervisão e fiscalização. artigos 11.º a 14.º, com excepção dos procedimentos referi-
ARTIGO 23.º dos nas alíneas e) e f) do artigo 11.º, todos da presente Lei.
(Obrigação de formação) 2. As Instituições Financeiras que recorrem a entidades
1. Todas as entidades sujeitas devem garantir a forma- terceiras devem:
ção periódica e adequada aos seus colaboradores e membros a) Certificar que estes terceiros são regulados, super-
dos órgãos de gestão, visando o cumprimento das obriga- visionados e/ou fiscalizados em matéria de
ções impostas pela presente Lei e respectiva regulamentação cumprimento das medidas de diligência relati-
em matéria de prevenção e repressão do Branqueamento de vas aos clientes;
Capitais, do Financiamento do Terrorismo e da Proliferação b) Certificar que mantêm os seus registos oficiais nos
de Armas de Destruição em Massa. termos da Lei;
934 DIÁRIO DA REPÚBLICA

c) Assegurar que as entidades terceiras estão habi- b) As medidas para Prevenção e o Combate ao Bran-
litadas para executar os procedimentos de queamento de Capitais, do Financiamento do
identificação e diligência; Terrorismo e da Proliferação de Armas de des-
d) Avaliar, através de informação de domínio público,
truição em massa, sejam fracas de acordo com
a reputação e idoneidade das entidades terceiras;
e) Completar a informação recolhida pelas entidades a determinação de uma Autoridade Nacional
terceiras ou proceder a uma nova identificação competente.
no caso de insuficiência da informação ou 2. Em caso de operações que revelem especial Risco de
quando o risco associado o justifique; Branqueamento de Capitais, do Financiamento do terro-
f) Certificar que as entidades terceiras cumprem o rismo ou da Proliferação de Armas de Destruição em Massa,
dever de conservação estabelecido no artigo 16.º
nomeadamente quando se relacionem com um determinado
da presente Lei.
3. Sem prejuízo do disposto em regulamentação sec- país ou jurisdição sujeita a contra-medidas adicionais decidi-
torial, as entidades sujeitas asseguram que as entidades das pelo Estado Angolano, por organizações internacionais
terceiras a que recorrem estão em condições de: competentes ou autoridades de supervisão e fiscalização,
a) Reunir toda a informação e cumprir todos os as entidades sujeitas devem imediatamente comunicá-las à
procedimentos de identificação, diligência e Unidade de Informação Financeira, quando o seu montante
de conservação de documentos que as próprias
for superior, em moeda nacional ou noutra moeda, equiva-
entidades sujeitas devem observar;
b) Quando solicitado, transmitir imediatamente cópia lente ao indicado no ponto 3 da Tabela Anexa à presente Lei.
dos dados de identificação e de verificação da ARTIGO 29.º
identidade e outra documentação relevante sobre (Sucursais e filiais em países terceiros)
o cliente, seus representantes ou beneficiários 1. As instituições financeiras, relativamente às suas
efectivos que foram sujeitos aos procedimentos sucursais ou filiais em que possuam uma relação de domínio
de identificação e diligência. estabelecida em países terceiros, devem:
4. As instituições financeiras previstas no n.º 1 do pre- a) Aplicar obrigações equivalentes às previstas na
sente artigo, mantêm a responsabilidade pelo estrito presente Lei;
cumprimento das obrigações de identificação e diligência. b) Comunicar as políticas e procedimentos inter-
5. Nos termos do disposto nos números anteriores, os nos definidos em cumprimento do disposto
acordos realizados com uma entidade terceira devem ser no artigo 22.º da presente Lei, que se mostrem
reduzidos a escrito. aplicáveis no âmbito da actividade das sucursais
6. Na escolha de terceiros, as instituições financeiras e das filiais.
devem tomar em conta a informação disponível sobre a clas- 2. Caso a legislação do país terceiro não permita a
sificação do risco do país. aplicação das medidas previstas na alínea a) do número
ARTIGO 27.º anterior, as instituições financeiras devem informar desse
(Agentes bancários) facto as respectivas autoridades de supervisão e fiscaliza-
1. O exercício da actividade do agente bancário deve ção e tomar medidas suplementares destinadas a prevenir o
estar em conformidade com a legislação em vigor, em maté- risco de Branqueamento de Capitais, do Financiamento do
ria de prevenção e combate do branqueamento de capitais, Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em
do financiamento do terrorismo e da proliferação de armas Massa.
de destruição em massa adoptando medidas apropriadas para 3. Sempre que os requisitos em matéria de Prevenção
identificar, avaliar e compreender os riscos a eles associados. do Branqueamento de Capitais, do Financiamento do
2. As instituições financeiras devem, ao celebrar contra- Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em
tos de agenciamento bancário, verificar o cumprimento do Massa existentes num país terceiro, forem mais restritos
previsto no número anterior. que os previstos na presente Lei, esses requisitos podem
ser aplicados às sucursais e filiais de instituições financeiras
ARTIGO 28.º
(Obrigação específica de exame e de comunicação)
angolanas estabelecidas no país.
DIVISÃO II
1. As entidades sujeitas devem aplicar medidas reforça- Operações Electrónicas
das de monitorização aos clientes, na proporção dos riscos,
relações de negócio e transacções com pessoas singulares e ARTIGO 30.º
(Transferências electrónicas)
colectivas, oriundas de jurisdições que:
a) Não aplicam ou aplicam de forma insuficiente 1. As Instituições Financeiras cuja actividade abranja
os requisitos internacionais em matéria de transferências electrónicas devem incluir na mensagem ou
no formulário de pagamento que acompanha a transferência
Prevenção de Branqueamento de Capitais, de
Financiamento do Terrorismo e da Proliferação informação devidamente verificada:
de Armas de Destruição em Massa, conforme a) Relativamente aos ordenantes cuja identidade foi
determinação do Grupo de Acção Financeira devidamente verificada:
Internacional; i) Nome completo;
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 935

ii) Número de conta; 10. Após a recepção de transferências electrónicas, as


iii) Endereço; instituições financeiras intermediárias devem tomar medi-
iv) Quando aplicável, o nome da instituição das adequadas consistentes com o processamento directo,
financeira do ordenante. para confirmar a integralidade e exactidão da informação
b) Relativamente aos beneficiários: respeitante ao ordenante ou beneficiário da transferência,
i) Nome completo; conforme as disposições dos n.os 1 a 4 do presente artigo.
ii) Número de conta, onde essa conta é usada 11. As Instituições Financeiras intermediárias devem ser
para processar a operação ou na ausência de
obrigadas a dispor de políticas e de procedimentos baseados
uma conta, o número único de referência da
no risco para determinar:
operação, o que permite rastreá-la.
2. A informação relativa ao endereço pode ser substi- a) Quando devem executar, rejeitar ou suspender
tuída pela data e local de nascimento do ordenante, pelo seu uma transferência electrónica à qual falte a
número de bilhete de identidade ou pelo número de identifi- informação necessária sobre o ordenante ou o
cação de cliente. beneficiário; e
3. Na ausência do número de conta, a transferência deve b) Acções adequadas de acompanhamento.
ser acompanhada por um número único de referência que 12. Adicionalmente às medidas mencionadas no n.os 9
permita o rastreio da operação até ao seu ordenante. e 10 do presente artigo, caso a informação incompleta do
4. Quando as instituições financeiras do ordenante e do ordenante seja considerada como um factor na avaliação de
beneficiário estiverem ambas localizadas em Angola, as operações de transferência de natureza suspeita, as institui-
transferências electrónicas não necessitam de incluir a infor- ções financeiras devem informar a Unidade de Informação
mação prevista no n.º 1 do presente artigo, podendo apenas Financeira.
ser acompanhadas pelo número de conta ou um número ARTIGO 31.º
único de referência que permita rastrear a operação até ao (Instituições Financeiras Beneficiarias)
seu ordenante. 1. As Instituições Financeiras Beneficiárias devem ser
5. O disposto no número anterior é aplicável, apenas, obrigadas a adoptar medidas adequadas para identificar as
quando a entidade financeira do ordenante possa disponibi-
transferências electrónicas transfronteiriças às quais falte a
lizar, num prazo de 3 (três) dias úteis, contados a partir da
informação necessária sobre o ordenante ou o beneficiário.
recepção de um pedido da entidade financeira do beneficiá-
2. No caso das transferências electrónicas transfrontei-
rio ou outras autoridades competentes, a informação relativa
riças no valor, igual ou superior ao equivalente, em moeda
ao ordenante nos termos do disposto nos n.os 1 a 3 do pre-
nacional ou outra moeda estrangeira, ao indicado no ponto 4
sente artigo.
6. A Instituição Financeira ordenante deve recolher da Tabela Anexa à presente Lei, as instituições financei-
e manter toda informação obtida sobre o ordenante e o ras beneficiárias devem verificar a respectiva identidade
beneficiário de acordo com o artigo 16.º da presente Lei e dos beneficiários, caso a mesma não tenha sido verificada
transmiti-la, quando actuam como intermediários na cadeia anteriormente, e conservar a informação de acordo com o
de pagamentos. disposto no artigo 13.º da presente Lei.
7. A Instituição Financeira ordenante não deve executar 3. As Instituições Financeiras Beneficiárias devem ter
a transferência electrónica quando não for possível observar políticas e procedimentos baseados no risco para determinar:
os critérios definidos nos n.os 1 a 5 do presente artigo. a) Quando devem executar, rejeitar ou suspender
8. O disposto nos n.os 1 a 4 do presente artigo, não é aplicá- uma transferência electrónica que não possua as
vel às transferências resultantes de uma operação efectuada informações requeridas sobre o ordenante ou o
através da utilização de um cartão de débito ou crédito, sem- beneficiário; e
pre que o número dos mesmos acompanhe a transferência, b) As acções adequadas de acompanhamento.
nem se aplicam às transferências de uma entidade financeira 4. Caso a Entidade Financeira Beneficiária identifique
para outra, quando o ordenante e o beneficiário são institui-
a existência de informação incompleta do ordenante, con-
ções financeiras que actuam em nome próprio.
forme mencionado no n.º 1 do artigo anterior, esta deve
9. Sempre que limitações técnicas impeçam que as infor-
rejeitar a transferência ou solicitar à entidade financeira do
mações completas do ordenante ou do beneficiário sejam
transmitidas, a entidade financeira intermediária deve con- ordenante uma informação completa sobre este, sem pre-
servar por um período de 10 (dez) anos toda a informação juízo das suas obrigações de identificação, verificação e
recebida pela instituição financeira. diligência consagradas na presente Lei.
936 DIÁRIO DA REPÚBLICA

5. Se a entidade financeira do ordenante não fornecer a sua reputação e a sua qualidade de supervisão,
informação prevista no n.º 1 do presente artigo, a instituição incluindo se elas já foram sujeitas a uma investi-
financeira do beneficiário deve tomar as medidas adequadas, gação ou a uma acção reguladora em matéria de
que inicialmente podem incluir a emissão de avisos e a fixa- Branqueamento de Capitais, do Financiamento
ção de prazos, antes de rejeitar qualquer transferência futura, do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
ou restringir, ou terminar a relação de negócio. Destruição em Massa.
ARTIGO 32.º 3. A relação de correspondência ou equivalente deve ser
(Prestadores de serviço de pagamento) aprovada pelo conselho de administração da instituição cor-
1. Os prestadores de serviços de pagamento estão obriga- respondente em causa, antes de se estabelecer uma nova
dos a cumprir todas as exigências da presente secção, mesmo relação.
quando exerçam a sua actividade por intermédio de agentes. 4. No caso das relações de correspondência envolvendo
2. O prestador de serviços de pagamento que controle, contas correspondentes de transferência, as instituições
quer a ordem, quer a recepção de uma transferência electró- correspondentes devem confirmar que as instituições res-
pondentes, com acesso directo as contas correspondentes de
nica, está obrigado a:
transferência cumprem com a obrigação de diligência rela-
a) Ter em conta toda a informação proveniente do
tiva aos clientes.
ordenante e do beneficiário, a fim de determinar 5. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as
se deve ser feita uma comunicação de operação instituições correspondentes devem certificar-se que a infor-
suspeita, de acordo com o artigo 13.º da presente mação solicitada lhe seja facultada.
Lei; 6. As instituições correspondentes devem reduzir, a
b) Fazer uma comunicação de operação suspeita em escrito, os acordos celebrados com as instituições, reflectindo
qualquer país afectado pela transferência elec- no documento uma compreensão clara das responsabilida-
trónica suspeita, disponibilizar a informação des de cada instituição.
relevante sobre a mesma à Unidade de Informa- 7. Os elementos recolhidos ao abrigo do disposto nas
ção Financeira. alíneas a), b) e c) do n.º 2 são objecto de actualização em
3. Os prestadores de serviços de pagamento devem função do grau de risco associado às relações de correspon-
dência bancária estabelecidas.
incluir os agentes nos seus programas de Prevenção e de
8. Sem prejuízo das obrigações existentes no âmbito do
Combate ao Branqueamento de Capitais, do Financiamento
cumprimento das sanções financeiras decorrentes de reso-
do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição
lução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, bem
em Massa e acompanhar o cumprimento dos respectivos como de outras contramedidas adicionais, as instituições
programas. financeiras que actuem como correspondentes, monitorizam
DIVISÃO III em permanência e de forma reforçada as operações prati-
Relações de Correspondência
cadas no âmbito da relação de correspondência de modo
ARTIGO 33.° apurar:
(Obrigação específica de diligência reforçada pelo correspondente) a) A consistência daquelas operações com os riscos
1. No caso das relações transfronteiriças, as institui- identificados e com o propósito e a natureza dos
ções correspondentes devem aplicar medidas de diligências serviços contratualizados no âmbito da relação
reforçadas relativas aos clientes, baseadas na banca corres- de correspondência;
pondente e noutras relações semelhantes com organizações b) A existência de eventuais operações que devam ser
estabelecidas noutros países. objecto de comunicação nos termos previstos no
2. Para efeitos do disposto no número anterior, as insti- artigo 17.º da presente Lei.
tuições correspondentes devem: 9. Quando, em cumprimento do disposto no número ante-
a) Recolher informações suficientes sobre as insti- rior, detectem a existência de elementos caracterizadores
tuições respondentes, de modo a compreender que devam motivar o exercício do dever de exame previsto
totalmente a natureza do negócio dessas insti- no artigo 29.º, as instituições financeiras que actuem como
tuições; correspondentes:
b) Avaliar os seus procedimentos de controlo interno, a) Solicitam ao correspondente toda a informação
em termos de Prevenção do Branqueamento de adicional relevante para o exercício daquele
Capitais, do Financiamento do Terrorismo e da dever;
Proliferação de Armas de destruição em Massa; b) Aplicam, no caso de não disponibilização, total
c) Garantir a idoneidade, adequação e eficácia das ou parcial, de informação pelo respondente, as
referidas instituições, tomando em consideração medidas previstas no artigo 15.º, sem prejuízo
a informação disponível no domínio público, a de, quando não for exigível a cessação da relação
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 937

de correspondência, adoptarem outras medidas DIVISÃO IV


Operações de Seguros
adequadas a gerir o risco concreto identificado,
incluindo, se necessário, a limitação das opera- ARTIGO 35.º
(Beneficiários de apólices de seguro de vida)
ções praticadas ou dos produtos oferecidos no
âmbito da relação de correspondência. 1. Sem prejuízo do disposto nos artigos 11.º e 14.º da
presente Lei, as Instituições Financeiras, que exerçam acti-
10. O disposto no presente artigo é aplicável às demais
vidade de seguros de vida e de outras formas de seguro
relações transfronteiriças de correspondência, sempre relacionadas com investimentos, devem levar a cabo as
que identificado um risco acrescido de Branqueamento de seguintes medidas de diligência relativa aos beneficiários de
Capitais, de Financiamento do Terrorismo e de Proliferação tais apólices:
de Armas de Destruição em Massa pelas instituições a) Caso os beneficiários sejam pessoas singulares ou
financeiras que actuem como correspondentes ou pelas res- colectivas, ou ainda entidades sem personalidade
jurídica, identificá-los pelo nome, denominação
pectivas autoridades sectoriais.
social e outros elementos identificativos;
ARTIGO 34.º b) Quando os beneficiários são indicados por classe,
(Obrigação de diligência reforçada pelo respondente)
características ou outros meios que não os nomes
No âmbito dos serviços prestados na relação de corres- ou denominações, obter informações suficientes
pondências transfronteiriças, identificadas como sendo de que permitam no momento da execução da
risco elevado, as instituições financeiras que actuem como apólice, conhecer e identificar os beneficiários
finais.
respondentes devem:
2. As informações recolhidas no âmbito do número ante-
a) Conhecer todo o percurso dos fundos que confiem rior devem ser registadas e conservadas de acordo com as
aos seus correspondentes, desde o momento em disposições do artigo 16.º da presente Lei.
que os mesmos lhes são entregues pelos orde- 3. Sempre que não for possível cumprir o consagrado
nantes das operações até ao momento em que no n.º 1, a instituição financeira deve submeter à Unidade
de Informação Financeira uma comunicação de operação
são disponibilizados, no país ou jurisdição de suspeita.
destino, aos respectivos beneficiários finais; 4. A verificação da identidade do beneficiário é feita até
b) Conhecer todos os intervenientes naquele per- ao momento da execução da apólice.
curso, assegurando-se de que no mesmo apenas 5. No caso de uma apólice de seguro de vida ter como
beneficiário uma pessoa colectiva ou entidade sem persona-
intervêm entidades ou pessoas devidamente
lidade jurídica, as instituições financeiras devem considerar
autorizadas para o processamento de transferên- este como um factor de risco acrescido e exigir medidas de
cias de fundos pelas autoridades competentes diligência reforçada.
dos países ou jurisdições envolvidas; ARTIGO 36.°
c) Verificar as políticas internas das instituições (Pessoa politicamente exposta como beneficiária
da apólice de seguro de vida)
correspondentes relativamente às normas inter-
1. Em relação às apólices de seguros de vida, as
nacionais de Combate ao Branqueamento de
Instituições Financeiras devem tomar medidas adequadas
Capitais, do Financiamento do Terrorismo e da
que permitam determinar se os beneficiários ou quando for
Proliferação de Armas de Destruição em Massa, o caso o beneficiário efectivo da apólice são pessoas politi-
bem como a implementação efectiva de proces- camente expostas.
sos e procedimentos de controlos internos nesta 2. O disposto no n.º 1 deve ser verificado até ao momento
matéria; do pagamento da execução da apólice.
d) Desenvolver mecanismos que lhe permita rever e 3. Sempre que o beneficiário de uma apólice de seguro
actualizar periodicamente a informação relativa de vida seja uma pessoa politicamente exposta, as institui-
às instituições correspondentes; ções financeiras devem para além da obrigação de diligência
aplicável:
e) Verificar a reputação das instituições corresponden-
a) Informar o órgão de gestão da instituição, antes do
tes no mercado, através da análise de informação
pagamento do valor devido pela apólice;
divulgada por meios de comunicação;
b) Executar medidas de diligência reforçada em rela-
f) Obter e conservar a documentação que ateste o ção à toda relação de negócios estabelecida com
cumprimento do disposto nas alíneas anteriores, o segurado;
devendo a mesma ser colocada, sempre que c) Submeter uma comunicação de operação suspeita
necessária, a disposição das autoridades compe- à Unidade de informação Financeira, antes da
tentes. execução da apólice de seguro.
938 DIÁRIO DA REPÚBLICA

SUBSECÇÃO III ARTIGO 40.º


Obrigações Específicas das Entidades não Financeiras (Obrigação especial de comunicação)

ARTIGO 37.º Os operadores de casinos, empresas de apostas ou lota-


(Obrigações das entidades não financeiras) rias ou entidades de jogos de fortuna ou azar autorizados,
As entidades não financeiras estão, para além das normas tais como definidos na Lei de Actividades de Jogos, estão
da presente Lei, sujeitas as normas regulamentares emitidas sujeitos às exigências estipuladas no artigo 17.º da presente
pelas autoridades de supervisão e fiscalização. Lei no que respeita às operações com um valor total igual ou
superior ao equivalente, em moeda nacional ou outra moeda,
ARTIGO 38.º
(Excepção à obrigação de comunicação dos advogados ao indicado no ponto 6 da Tabela Anexa à presente Lei.
e outras profissões jurídicas independentes) ARTIGO 41.º
Sem prejuízo da obrigação de comunicação e outras (Entidades pagadoras de prémios de apostas ou lotarias)

previstas na presente Lei, os advogados e outras profissões Quaisquer entidades que paguem prémios na sequência
jurídicas independentes, não são abrangidos pela obrigação de apostas ocasionais, sorteios ou passatempos televisivos
de comunicação, sempre que as informações sejam obtidas ou radiofónicos, no valor equivalente, em moeda nacional
no decurso da apreciação da situação jurídica do cliente ou ou outra moeda, ao indicado no ponto 7 da Tabela Anexa à
no exercício da sua missão de defesa ou representação do presente Lei, devem obrigatoriamente identificar os premia-
cliente em processo judicial ou a respeito de um processo dos e remeter os dados recolhidos ao Instituto de Supervisão
judicial, incluindo o aconselhamento relativo à maneira de de Jogos e à Unidade de Informação Financeira.
propor ou evitar um processo, bem como as informações que ARTIGO 42.º
sejam obtidas antes, durante ou depois do processo. (Entidades com actividades imobiliárias)

ARTIGO 39.° 1. As entidades legalmente envolvidas, individual


(Concessionários de exploração de jogo em casinos) ou colectivamente, em actividade do sector imobiliário,
1. As entidades que exerçam actividades de jogos de incluindo a compra, venda, compra para revenda, permuta
fortuna ou azar, jogos sociais, jogos remotos em linha ou ou numa actividade comercial que, directa ou indirecta-
similares a qualquer um destes, devem obrigatoriamente mente, decidir, promover, planear, gerir e financiar, com
cumprir os seguintes deveres: recursos próprios ou de terceiros, a realização de trabalhos
a) Identificar os frequentadores e verificar a sua iden- de construção de edifícios, com vista a sua eventual trans-
tidade à entrada da sala de jogo ou no momento missão ou cessão de direitos, seja a que título for, devem
em que adquirem ou troquem fichas de jogo ou apresentar junto do Instituto Nacional de Habitação:
símbolos convencionais utilizáveis para jogar, a) Informação, nos termos legalmente previstos da
num montante igual ou superior ao equivalente, data de início da actividade, acompanhada de
em moeda nacional, ao indicado no Ponto 5 da certidão do registo comercial, no prazo máximo
Tabela Anexa à presente Lei; de noventa dias a contar da data de verificação
de qualquer dessas situações;
b) Emitir nas salas de jogos, cheques seus em troca
b) Semestralmente, em modelo próprio, os seguintes
de fichas ou símbolos convencionais utilizáveis
elementos sobre cada transacção efectuada:
para jogar apenas à ordem dos frequentadores
i) Identificação clara dos intervenientes;
identificados que os tenham adquirido através
ii) Montante global do negócio jurídico;
de cartão bancário ou cheque não inutilizado e
iii) Menção dos respectivos títulos represen-
no montante máximo equivalente ao somatório
tativos;
daquelas aquisições;
iv) Meio de pagamento utilizado; e
c) Emitir nas salas de jogos e de máquinas automáti- v) Identificação do imóvel.
cas, cheques seus para pagamentos de prémios 2. As pessoas singulares ou colectivas que já tenham ini-
apenas à ordem dos frequentadores premiados ciado as actividades referidas no número anterior, devem
previamente identificados e resultantes das com- remeter a referida informação no prazo de 180 (cento e
binações do plano de pagamentos das máquinas oitenta) dias a contar da data de entrada em vigor da pre-
ou de sistemas de prémio acumulado. sente Lei.
2. A identidade dos frequentadores a que se referem o 3. Sempre que realizem operações para os seus clientes
n.º 1, deve ser sempre objecto de registo. relativas à compra e venda de imóveis, os agentes imobiliá-
3. Os cheques referidos nas alíneas b) e c) do n.º 1 são rios devem cumprir as medidas de identificação, diligência e
obrigatoriamente nominativos e cruzados, com indicação de comunicação previstas nos artigos 11.º a 14.º e 17.º da pre-
cláusula proibitiva de endosso. sente Lei.
4. As comunicações a fazer, nos termos da presente Lei 4. O disposto no n.º 1 do presente artigo, aplica-se aos
devem ser efectuadas pela administração da empresa. compradores e vendedores de imóveis.
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 939

ARTIGO 43.º f) Informar de imediato à Unidade de Informação


(Comerciantes de metais e pedras preciosas)
Financeira sobre quaisquer suspeitas de que
1. Os comerciantes de metais e pedras preciosas devem certos fundos podem provir de actividades
cumprir as medidas de identificação e diligência previstas criminosas ou estar relacionados com o financia-
nos artigos 11.º a 14.º da presente Lei, sempre que realizem mento do terrorismo, guardando segredo quanto
operações em numerário de valor igual ou superior ao equi- às comunicações realizadas e à identidade de
valente, em moeda nacional ou outra moeda, ao indicado no quem as efectuou;
ponto 8.1 da Tabela Anexa à presente Lei. g) Conservar, pelo prazo de 10 anos, os elementos
2. Os comerciantes de metais e pedras preciosas estão que comprovam o cumprimento do disposto no
sujeitos às exigências previstas no artigo 17.º da presente presente artigo;
Lei, sempre que as operações realizadas em numerário h) Prestar a colaboração que lhes for requerida
representem um valor igual ou superior ao equivalente, em pela Unidade de Informação Financeira, bem
moeda nacional ou outra moeda, ao indicado no ponto 8.2 da como pelas autoridades de aplicação da lei e
Tabela Anexa à presente Lei. pela entidade responsável pela supervisão das
ARTIGO 44.º organizações sem fins lucrativos, incluindo a
(Obrigação específica de formação)
disponibilização dos elementos relevantes para
1. No caso de a entidade não financeira sujeita ser uma aferir o cumprimento do disposto no presente
pessoa singular que exerça a sua actividade profissional na artigo e na regulamentação sectorial.
qualidade de trabalhador de uma pessoa colectiva, a obri-
ARTIGO 46.º
gação de formação prevista no artigo 23.º da presente Lei (Avaliação de risco)
incide sobre a pessoa colectiva. 1. A entidade responsável pela supervisão das
2. A entidade não financeira deve conservar, durante um organizações sem fins lucrativos promove, através de exer-
período de 5 (cinco) anos, cópia dos documentos ou regis- cícios periódicos, a identificação e a avaliação dos riscos
tos relativos à formação prestada aos seus empregados e de Branqueamento de Capitais, de Financiamento do
dirigentes. Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em
SUBSECÇÃO IV Massa especificamente associados às organizações sem fins
Organizações sem Fins Lucrativos lucrativos.
ARTIGO 45.º 2. No âmbito dos exercícios referidos no número ante-
(Deveres das organizações sem fins lucrativos) rior, a entidade responsável pela supervisão das organizações
As organizações sem fins lucrativos devem: sem fins lucrativos promove a elaboração e a actualização de
a) Manter informação sobre: uma lista de pessoas, entidades ou organizações enquadrá-
i) O objecto e a finalidade das suas actividades; veis na definição de organização sem fins lucrativos prevista
ii) A identidade dos seus beneficiários efectivos na presente Lei.
e das demais pessoas que controlam ou diri- 3. Para os efeitos do disposto no n.º 1 do presente artigo,
gem tais actividades, incluindo os respectivos incumbe ainda à entidade responsável pela supervisão das
órgãos sociais e as demais pessoas responsá- organizações sem fins lucrativos:
veis pela gestão. a) Identificar os tipos de organizações sem fins lucra-
b) Promover procedimentos adequados para garantir a tivos que, em virtude das suas actividades ou
características, representam um risco acrescido;
idoneidade dos seus órgãos sociais e das demais
b) Rever a adequação das obrigações legais e regu-
pessoas responsáveis pela respectiva gestão;
lamentares aplicáveis às organizações sem fins
c) Registar as transacções nacionais e internacionais
lucrativos, em face dos riscos existentes;
por si efectuadas;
c) Identificar as melhores práticas seguidas pelas
d) Adoptar procedimentos baseados no risco para
organizações sem fins lucrativos.
assegurar que as actividades concretamente
SUBSECÇÃO V
desenvolvidas e o modo de utilização dos fun- Obrigações Específicas das Entidades
dos se enquadram no objecto e na finalidade da sem Personalidade Jurídica
organização; ARTIGO 47.º
e) Adoptar procedimentos para assegurar o conheci- (Requisitos relativos às disposições legais)
mento das suas contrapartes, designadamente no 1. Todos os administradores de entidades sem persona-
que se refere à identidade, experiência profissio- lidade jurídica a operar em Angola devem disponibilizar,
nal e reputação dos responsáveis pela respectiva quando solicitada, toda a informação relativa à sua situação,
gestão; sempre que estabeleçam relações de negócio ou efectuem
940 DIÁRIO DA REPÚBLICA

operações ocasionais de valor igual ou superior ao equiva- 4. As autoridades competentes devem definir interna-
lente, em moeda nacional ou outra moeda, ao indicado no mente meios e procedimentos adequados, seguros, eficientes
ponto 9 da Tabela Anexa à presente Lei. e eficazes que garantam a recepção, execução, disseminação
2. Os administradores de entidades sem personalidade e priorização dos pedidos de cooperação, bem como asse-
jurídica devem prestar às autoridades competentes ou as gurar um atempado retorno de informação às autoridades
Instituições Financeiras e não Financeiras, informações rela- nacionais e estrangeiras.
tivas as pessoas ou entidades que representam e ainda, sobre ARTIGO 51.º
os beneficiários efectivos e os bens detidos ou a ser detido (Obrigação de formação e capacitação técnica)
ou geridos no âmbito da relação de negócio ou processos 1. As autoridades competentes devem garantir aos seus
em curso. colaboradores formação periódica e adequada à actividade
ARTIGO 48.º que desempenham, visando o cumprimento das obrigações
(Acesso às informações sobre de entidades previstas na presente Lei e respectiva regulamentação em
sem personalidade jurídica) matéria de Prevenção e Combate ao Branqueamento de
As autoridades competentes, incluindo as autoridades de Capitais, do Financiamento do Terrorismo e da Proliferação
aplicação da lei, têm o direito de acesso oportuno à infor- de Armas de Destruição em Massa.
mação mantida pelos administradores e por terceiros, em 2. As autoridades competentes devem dotar-se de meios
especial a informação detida por instituições financeiras e e mecanismos adequados ao desempenho das suas atribui-
instituições não financeiras, sobre: ções e competências no âmbito da Prevenção e Combate
a) Os beneficiários efectivos; do Branqueamento de Capitais, do Financiamento do
b) O controlo do fundo fiduciário; Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em
c) A residência do administrador do fundo; Massa.
d) Quaisquer bens detidos ou administrados pela Ins- ARTIGO 52.º
(Obrigação de comunicação das autoridades competentes)
tituição Financeira ou Instituição não Financeira
em relação a qualquer administrador com os Sempre que, no exercício das suas funções as autori-
quais mantenha uma relação de negócio ou com dades competentes tenham conhecimento ou suspeitem
o qual realize uma operação ocasional. de factos susceptíveis de configurar a prática do Crime
de Branqueamento de Capitais, do Financiamento do
ARTIGO 49.º
(Responsabilidade de entidades sem personalidade jurídica) Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em
Massa, devem comunicá-los imediatamente à Unidade de
As autoridades competentes devem garantir que os admi-
Informação Financeira.
nistradores de entidades sem personalidade jurídica sejam
ARTIGO 53.º
legalmente responsáveis pelo cumprimento dos seus deve-
(Dever de comunicação da Administração Geral Tributária)
res e obrigações.
1. A Administração Geral Tributária (AGT) deve, por
SUBSECÇÃO VI
Obrigações das Autoridades Competentes
sua própria iniciativa, informar de imediato à Unidade de
Informação Financeira, sempre que saiba, duvide ou tenha
ARTIGO 50.º razões suficientes para suspeitar que teve lugar, está em
(Obrigação de cooperação das autoridades competentes)
curso ou foi tentada a realização de movimentos físicos
1. As autoridades competentes devem prestar qualquer transfronteiriços de moeda estrangeira ou de instrumentos
informação, assistência técnica ou outra forma de coope- negociáveis ao portador e quaisquer outros incidentes de
ração que lhes seja solicitada por autoridades nacionais ou transporte transfronteiriço suspeitos, susceptíveis de esta-
estrangeiras e que se mostre necessária à realização das fina- rem associados à prática do Crime de Branqueamento de
lidades prosseguidas por essas autoridades. Capitais, do Financiamento do Terrorismo e da Proliferação
2. A cooperação prevista no número anterior inclui a de Armas de Destruição em Massa ou de qualquer outro
troca de informações, a realização de investigações, ins- crime.
pecções, averiguações ou outras diligências admissíveis em 2. A Administração Geral Tributária (AGT) deve entregar
nome das autoridades nacionais ou estrangeiras, devendo as à Unidade de Informação Financeira toda a documentação
autoridades competentes prestar-lhes toda a informação que relacionada com as operações referidas nos números ante-
possam obter ao abrigo dos poderes conferidos pela legisla- riores, recolhida durante o exercício das suas funções.
ção vigente. 3. A documentação recolhida pela Administração Geral
3. As autoridades competentes podem por sua pró- Tributária (AGT) relativamente a movimentos físicos
pria iniciativa disseminar para as autoridades nacionais transfronteiriços de moeda estrangeira ou de instrumentos
ou estrangeiras, informação com elas relacionadas sobre negociáveis ao portador ou o seu registo, deve ser conser-
Branqueamento de Capitais, do Financiamento do Terrorismo vada pelo prazo de 10 (dez) anos e ser disponibilizado às
e da Proliferação de Armas de Destruição em Massa. autoridades competentes sempre que for solicitada.
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 941

ARTIGO 54.º SECÇÃO III


(Obrigação de conservação) Competências das Autoridades de Supervisão e Fiscalização

As autoridades competentes devem conservar por um ARTIGO 57.°


período de pelo menos 10 (dez) anos, contados à partir do (Competências de supervisão e fiscalização)
momento em que tenham acesso: 1. As autoridades de supervisão e fiscalização referen-
a) Todos os documentos relacionados com operações ciadas no n.º 4 do artigo 3.º da presente Lei, ou outras que
comunicadas pelas entidades sujeitas;
venham a ser legalmente estatuídas, têm competências para:
b) Todos os documentos sobre processos relacionados
a) Inspeccionar as instalações das entidades sujeitas,
ao Branqueamento de Capitais, ao Financia-
sem autorização prévia das mesmas;
mento do Terrorismo e a Proliferação de Armas
de Destruição em Massa; b) Exigir a apresentação no local e fora das institui-
c) Correspondências trocadas com autoridades ções, de quaisquer informações requeridas para
nacionais ou estrangeiras sobre casos de Bran- avaliar os requisitos de Prevenção e Combate do
queamento de Capitais, do Financiamento do Branqueamento de Capitais, do Financiamento
Terrorismo e da Proliferação de Armas de Des- do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
truição em Massa; Destruição em Massa.
d) Quaisquer documentos que permitam reconsti- 2. No âmbito da prevenção e repressão do Branqueamento
tuir um caso de branqueamento de capitais, do de Capitais, do Financiamento do Terrorismo e da
financiamento do terrorismo e da proliferação de
Proliferação de Armas de Destruição em Massa, as auto-
armas de destruição em massa.
ridades de supervisão e fiscalização das entidades sujeitas
ARTIGO 55.º
(Difusão de Informação)
devem:
a) Regulamentar as condições de implementação
1. Cabe à Unidade de Informação Financeira e às autori-
dades de supervisão e fiscalização, no âmbito das respectivas efectiva das obrigações previstas na presente Lei
atribuições, emitir alertas e difundir informação actualizada e demais legislação conexa, bem como a criação
sobre: de instrumentos, mecanismos e formalidades
a) Riscos, métodos e tendências conhecidos de bran- inerentes às referidas obrigações, em observân-
queamento de capitais e do financiamento do cia aos princípios da necessidade da adequação
terrorismo; e da proporcionalidade;
b) Indícios e elementos caracterizadores de suspei-
b) Definir de acordo com as especificidades de cada
ção que permitam a detecção de operações que
devam ser objecto de comunicação nos termos sector, regras de idoneidade aplicáveis aos
da presente Lei; accionistas e membros dos órgãos sociais que
c) Preocupações relevantes quanto às fragilidades dos sejam condição de actuação dos visados no res-
dispositivos de Prevenção e Combate ao Bran- pectivo sector;
queamento de Capitais e do Financiamento do c) Fiscalizar e/ou auditar o cumprimento das nor-
Terrorismo existentes noutras jurisdições; mas constantes na presente Lei e das normas
d) Outros aspectos que auxiliem ao cumprimento do
regulamentares emitidas pelas autoridades de
disposto na presente Lei e na regulamentação
supervisão e de fiscalização;
que o concretiza.
2. A informação prevista no número anterior deve d) Instituir procedimentos necessários para aplicar
ser disponibilizada no portal da Unidade de Informação sanções disciplinares, financeiras e outras san-
Financeira (UIF) e das autoridades de supervisão e fiscaliza- ções legais às infracções cometidas;
ção, na medida em que tal não prejudique a Prevenção ou o e) Estabelecer guias e dar respostas para ajudar as
Combate ao Branqueamento de Capitais, do Financiamento entidades sujeitas na aplicação da presente Lei
do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em e em particular na detecção e comunicação de
Massa.
operações suspeitas;
ARTIGO 56.º
(Protecção na prestação de informações)
f) Cooperar e partilhar informação com outras auto-
ridades competentes e prestar assistência em
As informações prestadas de boa-fé pelas autoridades
competentes no cumprimento das obrigações previstas na investigações, procedimentos transgeracionais
presente Lei, não constituem violação de qualquer obriga- ou processos judiciais relativos à Prevenção e
ção de segredo, imposta por via legislativa, regulamentar ou Combate ao Branqueamento de Capitais, do
contratual, nem implicam para quem as preste, responsabili- Financiamento do Terrorismo e da Proliferação
dade disciplinar, civil ou criminal. de Armas de Destruição em Massa.
942 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 58.º SECÇÃO IV


(Supervisão e fiscalização baseada no risco) Unidade de Informação Financeira

1. As autoridades de supervisão e fiscalização super- ARTIGO 61.º


(Competências)
visionam e fiscalizam o disposto na presente Lei e demais
legislação, tendo em conta: 1. A Unidade de Informação Financeira é a entidade
a) Os riscos de Branqueamento de Capitais, do competente para:
a) Receber, centralizar, analisar e tratar as comu-
Financiamento do Terrorismo e da Proliferação
nicações de operações suspeitas e demais
de Armas de Destruição em Massa identificados;
comunicações previstas na presente Lei;
b) As políticas e controlos internos e procedimentos b) Recolher, centralizar, analisar e tratar as informa-
da instituição ou grupo sob sua supervisão, tal ções, provenientes de outras fontes, relacionadas
como identificados na avaliação do perfil de risco à prevenção e combate dos crimes subjacentes
da mencionada instituição ou grupo, realizada que possam gerar activos susceptíveis de serem
pela autoridade de supervisão e fiscalização; usados para o cometimento dos crimes de bran-
c) As características das instituições ou dos grupos queamento de capitais, do financiamento do
terrorismo e da proliferação de armas de destrui-
financeiros em especial a diversidade e o número
ção em massa;
de instituições financeiras e o grau de discricio-
c) Disseminar, no plano nacional, o resultado das
nariedade que lhes é atribuído em virtude da análises efectuadas as comunicações recebidas,
presente Lei. bem como qualquer outra informação relevante;
2. As autoridades de supervisão e fiscalização devem d) Cooperar no plano nacional com as demais
analisar regularmente a avaliação do perfil de risco de autoridades que prossigam funções relevantes
Branqueamento de Capitais, do Financiamento do Terrorismo em matéria de Prevenção e de Combate ao
e da Proliferação de Armas de Destruição em Massa de uma Branqueamento de Capitais, do Financiamento
do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
Instituição Financeira ou de um grupo financeiro, incluindo
Destruição em Massa, nos termos previstos na
os riscos de incumprimento e sempre que se registem acon-
presente Lei;
tecimentos importantes ou desenvolvimentos na gestão e nas e) Cooperar no plano internacional, com as unidades
operações da instituição ou do grupo financeiro. congéneres nos termos previstos na presente Lei
ARTIGO 59.º e nos instrumentos de cooperação internacional
(Adequação de leis e regulamentos)
aplicáveis;
De modo a estarem aptas a tomar medidas proporcionais f) Exercer quaisquer outras competências conferidas
e eficazes para abordar os riscos identificados, as autorida- pela presente Lei ou por outras disposições
des competentes em conformidade com as constatações da legais.
avaliação de riscos dispostos nos artigos 4.° e 5.° da presente 2. A Unidade de Informação Financeira pode solicitar às
Lei, devem fazer uma revisão da suficiência das medidas, entidades sujeitas, bem como à quaisquer outras entidades,
nos termos da lei, elementos ou informações que considere
incluindo leis e regulamentos.
relevantes para o exercício das funções que lhe são conferi-
ARTIGO 60.°
(Políticas)
das pela presente Lei.
3. A organização, funcionamento, bem como outras com-
Em função de uma análise da adequação das leis e regu- petências que se mostrem convenientes ao cumprimento do
lamentos, as autoridades competentes devem: objecto da Unidade de Informação Financeira são definidas
a) Formular políticas claras que visam promover pelo Titular do Poder Executivo.
a responsabilização, integridade e confiança ARTIGO 62.º
pública na administração e gestão das entidades (Autonomia e independência da Unidade de Informação Financeira)

sujeitas; 1. A Unidade de Informação Financeira tem indepen-


b) Incentivar e realizar programas educativos e de dência e autonomia operacionais, devendo estar dotada dos
recursos financeiros, humanos e técnicos suficientes para o
sensibilização para aumentar e aprofundar a
desempenho cabal e independente das suas funções.
consciencialização entre as entidades sujeitas e a
2. A Unidade de Informação Financeira exerce as suas
sociedade em geral sobre os riscos associados ao funções de modo livre e com salvaguarda de qualquer
Branqueamento de Capitais, do Financiamento influência ou ingerência política, administrativa ou do sector
do Terrorismo e da Proliferação de Armas de privado, susceptível de comprometer a sua independência e
Destruição em Massa. autonomia operacionais.
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 943

3. A Unidade de Informação Financeira decide em espe- ARTIGO 65.º


(Retorno de informação)
cial de modo autónomo sobre:
a) A análise, o pedido e a disseminação de informa- A Unidade de Informação Financeira deve dar o retorno
ção relevante; oportuno de informação às entidades sujeitas e às autorida-
b) A conclusão de acordos de cooperação e a troca des competentes sobre o encaminhamento e o resultado das
comunicações suspeitas de Branqueamento de Capitais, do
de informações com outras autoridades compe-
Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
tentes nacionais ou com unidades congéneres
Destruição em Massa, por aquelas comunicadas.
estrangeiras.
ARTIGO 63.º CAPÍTULO V
(Acesso à informação) Regime Sancionatório
Para cabal desempenho das suas atribuições de Prevenção SECÇÃO I
do Branqueamento de Capitais, do Financiamento do Regime Transgressional

Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em ARTIGO 66.°


Massa, a Unidade de Informação Financeira deve ter acesso, (Critérios de aplicação da lei no espaço)

em tempo útil, à informação financeira, administrativa, judi- Seja qual for a nacionalidade do agente, o disposto no
cial e policial a qual fica sujeita ao disposto ao n.º 6 do presente capítulo é aplicável a:
artigo 17.º da presente Lei. a) Factos praticados em território angolano;
ARTIGO 64.º b) Factos praticados fora do território nacional de que
(Recolha, manutenção e publicação de dados estatísticos) sejam responsáveis as entidades previstas na
1. Compete à Unidade de Informação Financeira pre- presente Lei actuando por intermédio de sucur-
parar e manter actualizados dados estatísticos relativos ao sais ou em prestação de serviços, bem como
número de transacções suspeitas comunicadas e ao encami- as pessoas que, em relação a tais entidades se
nhamento do resultado de tais comunicações. encontrem em alguma das situações dispostas no
2. As autoridades judiciárias remetem, periodicamente, n.º 2 do artigo seguinte; e
à Unidade de Informação Financeira, os dados estatísticos c) Factos praticados a bordo de navios ou aeronaves
relativos aos processos relacionados ao Branqueamento de de bandeira angolana, salvo tratado ou conven-
Capitais, do Financiamento do Terrorismo e da Proliferação ção internacional em contrário.
de Armas de destruição em massa e respectivos crimes sub- ARTIGO 67.º
(Responsabilidade)
jacentes, nomeadamente o número de casos investigados de
pessoas acusadas em processo judicial, de pessoas conde- 1. Pela prática das transgressões a que se refere o presente
nadas e o montante dos bens congelados, apreendidos ou capítulo podem ser responsabilizadas:
declarados perdidos a favor do Estado. a) As instituições financeiras;
3. A Procuradoria Geral da República submete, anual- b) As entidades não financeiras.
mente, à Unidade de Informação Financeira, o número de 2. As pessoas colectivas são responsáveis pelas infrac-
pedidos de assistência jurídica mútua ou outros pedidos ções quando os factos tenham sido praticados no exercício
internacionais de cooperação feitos e recebidos em rela- das respectivas funções ou em seu nome ou por sua conta,
ção ao Branqueamento de Capitais, do Financiamento do pelos titulares dos seus órgãos sociais, mandatários, repre-
Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em sentantes, trabalhadores ou quaisquer outros colaboradores
Massa. permanentes ou ocasionais.
4. As autoridades de supervisão e fiscalização remetem, 3. A responsabilidade da pessoa colectiva não exclui a
periodicamente, à Unidade de Informação Financeira, os responsabilidade individual dos respectivos agentes.
dados estatísticos relativos ao Branqueamento de Capitais, 4. Não obsta à responsabilidade individual dos agentes,
do Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas a circunstância do tipo legal da infracção exigir determina-
de Destruição em Massa, incluindo os processos de trans- dos elementos pessoais e se estes só se verificarem na pessoa
gressões abertos em curso e concluídos. colectiva, ou exigir que o agente pratique o facto no seu inte-
5. Compete à Unidade de Informação Financeira pro- resse, tendo aquele actuado no de outrem.
ceder a publicação dos dados estatísticos recolhidos sobre 5. A invalidade e a ineficácia jurídicas dos actos em que
Prevenção do Branqueamento de Capitais, do Financiamento se funde a relação entre o agente individual e a pessoa colec-
do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em tiva não obstam a que seja aplicado o disposto nos números
Massa anteriores.
944 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 68.º c) O incumprimento ou cumprimento defeituoso da


(Negligência)
obrigação de avaliação de risco, em violação do
A negligência é sempre punível, sendo, nesse caso, redu- disposto nos artigos 9.º e 10.º da presente Lei;
zidos a metade os limites máximos e mínimos da multa.
d) A inobservância dos procedimentos e medidas de
ARTIGO 69.º identificação e diligência previstos no artigo 11.º
(Cumprimento do dever omitido)
da presente Lei;
1. Sempre que a transgressão resultar da omissão de um
e) A realização dos procedimentos de verificação da
dever a aplicação da sanção e o pagamento da multa, não
identidade de clientes, dos seus representantes e
dispensam o infractora do seu cumprimento se este ainda
for possível. dos beneficiários efectivos com inobservância
2. O infractor pode ser sujeito à obrigação de cumprir o do momento temporal em que os mesmos devem
dever omitido. ter lugar nos termos do artigo 12.º da presente
ARTIGO 70.º Lei;
(Destino das multas) f) A não inclusão na mensagem ou formulário de
1. Independentemente da fase em que se encontre o pro- pagamento que acompanha a transferência
cesso administrativo em matéria de Prevenção e Combate electrónica do ordenante da informação legal
ao Branqueamento de Capitais, do Financiamento do exigível sobre os termos e condições da opera-
Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em ção, de acordo com o artigo 30.º da presente Lei;
Massa, o produto das multas constitui receita do Estado e dá g) A não adequação da natureza e da extensão dos
entrada na Conta Única do Tesouro (CUT). procedimentos de verificação da identidade e das
2. O produto das multas reverte em:
medidas de diligência ao grau de risco existente,
a) 60% a favor do Estado.
bem como a ausência de demonstração de tal
b) 25% a favor da autoridade de supervisão e fisca-
adequação perante as autoridades competentes;
lização responsável pela instrução do processo;
h) A adopção de procedimentos e medidas simpli-
c) 15% a favor da Unidade de Informação Financeira.
ficadas de identificação e de diligência, com
ARTIGO 71.º
(Responsabilidade pelo pagamento das multas) inobservância das condições e termos constantes
no artigo 13.º da presente Lei;
1. As pessoas colectivas respondem solidariamente pelo
pagamento das multas e das custas em que sejam conde- i) A omissão total ou parcial de medidas de diligência
nados os seus dirigentes, mandatários, representantes ou reforçada aos clientes e às operações susceptí-
trabalhadores pela prática de infracções puníveis nos termos veis de revelar um maior risco de branqueamento
da presente Lei. ou do financiamento do terrorismo, às operações
2. Os titulares dos órgãos de administração das pessoas realizadas à distância, às operações sem a pre-
colectivas que, podendo fazê-lo, não se tenham oposto à prá- sença física do cliente, do seu representante ou
tica da infracção, respondem individual e subsidiariamente do beneficiário efectivo e à todas as que possam
pelo pagamento da multa e das custas em que aquelas sejam favorecer o anonimato, às relações transfron-
condenadas, ainda que as mesmas à data da condenação, teiriças de correspondência bancária com insti-
hajam sido dissolvidas ou entrado em liquidação.
tuições estabelecidas em países terceiros, as
ARTIGO 72.º
operações efectuadas com pessoas politicamente
(Transgressões)
expostas e à quaisquer outras designadas pelas
Constituem transgressões os seguintes factos ilícitos
autoridades de supervisão ou de fiscalização do
típicos:
respectivo sector em violação do disposto no
a) A constituição de bancos de fachada em território
artigo 14.º da presente Lei;
angolano, assim como o estabelecimento de
relações de correspondência com bancos de j) O incumprimento ou cumprimento defeituoso das
fachada ou com outras instituições que reconhe- demais obrigações de identificação e diligência
cidamente permitam que as suas contas sejam em relação a clientes, representantes ou bene-
utilizadas por bancos de fachada em violação do ficiários efectivos em violação do disposto nos
disposto no artigo 6.º da presente Lei; artigos 11.º a 14.º da presente Lei;
b) A abertura de contas anónimas ou manutenção de k) O recurso à execução das obrigações de identifi-
contas anónimas ou nomes manifestamente cação e diligência por entidades terceiras com
fictícios, em violação do disposto no n.º 2 do inobservância das condições e termos previstos
artigo 7.º da presente Lei; no artigo 26.º da presente Lei;
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 945

l) A permissão de realização de movimentos a débito de outras formas de cumprimento defeituoso da


ou a crédito em contas de depósito bancário, a obrigação de sigilo, em violação ao disposto no
disponibilização de instrumentos de pagamento artigo 20.º da presente Lei;
sobre essas contas ou a realização de alterações u) A não adopção de medidas e de programas de con-
na titularidade das mesmas, quando não precedi- trolo do Risco de Branqueamento de Capitais,
das da verificação da identidade dos clientes, em do Financiamento do Terrorismo e da Prolifera-
violação do artigo 15.º da presente Lei; ção de Armas de Destruição em Massa;
m) A não realização da análise referente às circunstân- v) A falta de adequação dos programas e medidas de
cias que determinaram a recusa de uma operação controlo às especificidades de risco do sector de
de uma relação de negócio ou de uma transacção actividade, nível de riscos respectivos, dimensão
ocasional em violação do disposto no n.º 2 do da actividade comercial em questão e natureza
artigo 15.º da presente Lei; da entidade sujeita ou a falta de políticas, pro-
n)As demais situações de incumprimento ou cum- cedimentos e controlos internos exigíveis nos
primento defeituoso da obrigação de recusa, em termos da presente Lei;
violação do disposto no artigo 15.º da presente w) O incumprimento ou cumprimento defeituoso das
Lei; demais exigências da obrigação de controlo, em
o) O incumprimento ou cumprimento defeituoso da violação do disposto nos artigos 22.º da presente
obrigação de conservação dos originais, das Lei;
cópias, das referências ou de outros suportes x) O incumprimento ou cumprimento defeituoso da
duradouros demonstrativos do cumprimento obrigação de formação, e da obrigação de con-
das obrigações decorrentes da presente Lei, em servação dos registos relativos à formação em
violação dos prazos previstos no artigo 16.º da violação do disposto nos artigos 23.º da presente
presente Lei; Lei;
p) O incumprimento ou cumprimento defeituoso da y) O incumprimento ou cumprimento defeituoso da
obrigação de comunicação imediata à Unidade obrigação de implementação de mecanismos
de Informação Financeira, quanto às operações de aplicação das medidas restritivas de conge-
susceptíveis de configurar ou estarem associa- lamento de bens e recursos económicos e de
das ao Crime de Branqueamento de Capitais, de bloqueio de transacções relacionadas com o
Financiamento do Terrorismo ou da Proliferação terrorismo, com a proliferação de armas de des-
de Armas de Destruição em Massa, em violação truição em massa e o respectivo financiamento
do disposto no artigo 17.º da presente Lei; em violação do disposto nos artigos 24.º da
q) O incumprimento ou cumprimento defeituoso da presente Lei;
obrigação de abstenção de execução de ope- z) O incumprimento ou cumprimento defeituoso das
rações suspeitas e da respectiva obrigação de obrigações específicas das Instituições Finan-
prestação de informação imediata à Unidade de ceiras e obrigações específicas das entidades
Informação Financeira, em violação do disposto não financeiras em violação do disposto nas
no artigo 18.º da presente Lei; Subsecções II e III da Secção II do Capítulo II
r) O não acatamento de ordens de suspensão da da presente Lei;
execução de operações suspeitas, bem como a aa) O incumprimento ou cumprimento defeituoso
execução de tais operações após a confirmação das obrigações específicas das Organizações
pelas autoridades competentes da ordem de sus- sem fins lucrativos, em violação do disposto
pensão; na Subsecção IV da Secção II do Capítulo II da
s) O incumprimento ou cumprimento defeituoso da presente Lei;
obrigação de pronta colaboração para com a bb) O incumprimento ou cumprimento defeituoso
Unidade de Informação Financeira e as autorida- das obrigações específicas das entidades sem
des de supervisão e de fiscalização em violação personalidade jurídica em violação do disposto
do disposto nos artigos 19.º da presente Lei e no na Subsecção V, da Secção II, do Capítulo II da
geral dos deveres de cooperação e prestação de presente Lei;
informação das entidades sujeitas; cc) O incumprimento ou cumprimento defeituoso
t) A revelação a clientes ou terceiros, quer de comu- das obrigações das autoridades competentes,
nicações à Unidade de Informação Financeira, em violação do disposto na Subsecção VI da
quer da pendência de qualquer investigação e Secção II, do Capítulo II da presente Lei.
946 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 73.º d) Interdição definitiva do exercício da profissão ou


(Multas)
da actividade a que as transgressões respeitem
1. As transgressões previstas no artigo anterior são puní- ou dos cargos sociais e de funções de fiscali-
veis nos seguintes termos: zação em pessoas colectivas a que se refere a
a) Quando a infracção for praticada no âmbito da alínea anterior;
actividade de uma instituição financeira: e) Publicação da punição definitiva a expensas do
i) Com multa no valor de Kz: 45 645 800,00 infractor num jornal diário de difusão nacional.
(quarenta e cinco milhões, seiscentos e qua- ARTIGO 75.º
renta e cinco mil e oitocentos kwanzas) a (Graduação da sanção)
Kz: 4 564 580 000,00 (quatro mil milhões, 1. A determinação da medida da multa e das sanções
quinhentos e sessenta e quatro milhões e qui- acessórias faz-se em função da ilicitude concreta do facto,
nhentos e oitenta mil kwanzas), se o agente for da culpa do agente e das exigências de prevenção, tendo
uma pessoa colectiva; e, ainda em conta a natureza individual ou colectiva do agente.
ii) Com multa no valor de Kz: 5 705 725,00 2. Na determinação da ilicitude concreta do facto, da
(cinco milhões, setecentos e cinco mil, culpa do agente e das exigências de prevenção, deve-se aten-
setecentos e vinte e cinco kwanzas) a der, entre outras, às seguintes circunstâncias:
Kz: 1 141 145 000,00 (mil milhões, cento a) Duração da infracção;
e quarenta e um milhões e cento e quarenta
b) Grau de participação do arguido no cometimento
e cinco mil kwanzas), se o agente for uma
da infracção;
pessoa singular.
c) Existência de um benefício, ou intenção de o obter,
b) Quando a infracção for praticada no âmbito da
para si ou para outrem;
actividade de uma instituição não financeira:
d) Existência de prejuízos causados a terceiro pela
i) Com multa no valor de Kz: 2 282 290,00 (dois
infracção e a sua importância quando esta seja
milhões, duzentos e oitenta e dois mil e duzen-
determinável;
tos e noventa kwanzas) a Kz: 1 141 145 000,00
e) Perigo ou dano causado ao sistema financeiro ou à
(mil milhões, cento e quarenta e um milhões
economia nacional;
e cento e quarenta e cinco mil kwanzas), se o
f) Carácter ocasional ou reiterado da infracção;
agente for uma pessoa colectiva;
g) Intensidade do dolo ou da negligência;
ii) Com multa no valor de Kz: 1 141 145,00 (um
h) Se a contravenção consistir na omissão da prática
milhão, cento e quarenta e um mil e cento e qua-
de um acto devido, o tempo decorrido desde a
renta e cinco kwanzas) a Kz: 456 458 000,00
data em que o acto devia ter sido praticado;
(quatrocentos e cinquenta e seis milhões e
i) Nível de responsabilidades da pessoa singular,
quatrocentos e cinquenta e oito mil kwanzas),
âmbito das suas funções e respectiva esfera de
se o agente for uma pessoa singular.
acção na pessoa colectiva ou entidade equipa-
ARTIGO 74.º rada em causa;
(Sanções acessórias) j) Especial dever da pessoa singular de não cometer
Conjuntamente com as multas, podem ser aplicadas ao a infracção.
responsável por quaisquer das transgressões previstas no 3. Na determinação da sanção aplicável deve-se ter ainda
artigo 72.º da presente Lei as seguintes sanções acessórias em conta:
em função da gravidade da infracção e da culpa do agente: a) A situação económica do arguido;
a) Advertência, aplicável por apenas uma vez; b) A conduta anterior do arguido;
b) Interdição, por um período de até 3 (três) anos do c) A existência de actos de ocultação tendentes a difi-
exercício da profissão ou da actividade a que a cultar a descoberta da infracção;
transgressão respeita; d) A existência de actos do agente destinados, por
c) Inibição, por um período de 3 (três) meses a 3 (três) sua iniciativa, a reparar os danos ou obviar aos
anos do exercício de cargos sociais e de funções perigos causados pela infracção;
de administração, de direcção, de chefia e de fis- e) O nível de colaboração do arguido com a entidade
calização em pessoas colectivas abrangidas pela com competência instrutória do procedimento
presente Lei, quando o infractor seja membro transgressional.
dos órgãos sociais e exerça cargos de direcção, 4. A multa deve, sempre que possível, exceder o bene-
de chefia ou de gestão ou actue em representação fício económico que o arguido ou pessoa que fosse seu
legal ou voluntária da pessoa colectiva; propósito beneficiar tenham retirado da prática da infracção.
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 947

ARTIGO 76.º são notificados para deduzirem a defesa dos seus direitos
(Concurso de infracções)
e fazerem prova sumária da sua boa-fé sem culpa podendo
1. Salvo o disposto no número seguinte, se o mesmo ser-lhes de imediato, restituído o bem.
facto constituir simultaneamente crime e transgressão, são 2. Não havendo registo, o terceiro que invoque a boa-fé
os agentes responsabilizados por ambas as infracções, ins-
na aquisição de bens apreendidos pode deduzir no processo
taurando-se, para o efeito, processos distintos, os quais
a defesa dos seus direitos.
são objecto de decisão pelas entidades respectivamente
competentes. 3. A defesa dos direitos de terceiro que invoque a boa-fé
2. Há lugar apenas ao procedimento criminal quando o pode ser deduzida até à declaração de perda e é apresentada
crime e a contravenção tenham sido praticados pelo mesmo mediante petição dirigida ao tribunal competente devendo o
agente, através de um mesmo facto, violando interesses jurí- interessado indicar logo, todos os elementos de prova.
dicos idênticos, podendo o juiz aplicar as sanções acessórias 4. O juiz pode remeter a questão para a Sala do Cível e
previstas para a contravenção em causa. Administrativo do Tribunal competente quando em virtude
3. Nos casos previstos no número anterior, deve a autori- da sua complexidade ou do atraso que acarrete o normal
dade sectorial respectiva ser notificada da decisão que ponha curso do processo penal, não possa neste ser conveniente-
fim ao processo. mente decidida.
SECÇÃO II
SECÇÃO III
Disposições Processuais
Regime Penal
SUBSECÇÃO I
ARTIGO 81.º
Competências
(Violação da protecção na prestação de informações)
ARTIGO 77.º Quem ainda que por mera negligência revelar ou favore-
(Competência das autoridades de supervisão e de fiscalização)
cer a descoberta da identidade de quem forneceu informações
Relativamente às transgressões praticadas por entidades ao abrigo do disposto nos artigos 17.º e 19.º da presente Lei,
sujeitas a averiguação das infracções, a instrução processual
é punido com pena de prisão até 3 (três) anos ou com pena
e a aplicação de multas e sanções acessórias são da com-
de multa.
petência das autoridades de supervisão e de fiscalização
previstas no ponto 5 do artigo 3.º da presente Lei. ARTIGO 82.º
(Branqueamento de capitais)
ARTIGO 78.º
(Competência judicial) 1. Comete o crime de Branqueamento de Capitais e é
Compete à Sala do Cível e Administrativo do Tribunal punido com pena de prisão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, quem:
territorialmente competente, apreciar, julgar e decidir sobre a) Converter, transferir, auxiliar ou facilitar alguma
a impugnação judicial, revisão ou execução de qualquer operação de conversão ou transferência de van-
decisão proferida em processo de transgressão por uma auto- tagens obtidas por si ou por terceiro, com o fim
ridade de supervisão e fiscalização das entidades sujeitas. de dissimular a sua origem ilícita ou de evitar
que o autor ou participante da infracção seja
SUBSECÇÃO II
Prescrição criminalmente perseguido ou submetido a uma
acção criminal;
ARTIGO 79.º
(Prescrição do procedimento) b) Ocultar ou dissimular a verdadeira natureza, ori-
gem, localização, disposição, movimentação ou
1. O procedimento relativo às transgressões previstas
neste capítulo prescreve no prazo de 5 (cinco) anos a contar titularidade de bens ou dos direitos relativos a
da data da prática da transgressão. esses bens, tendo conhecimento que esses bens
2. As multas e as sanções acessórias prescrevem no prazo ou direitos são provenientes da prática, sob qual-
de 5 (cinco) anos a contar do dia em que a decisão adminis- quer forma de comparticipação das infracções
trativa se torne definitiva ou do dia em que a decisão judicial previstas no n.º 4 do presente artigo;
transite em julgado. c) Adquirir, possuir ou utilizar bens ou dos direitos
3. No que estiver omisso na presente Lei, aplicam-se as relativos bens, tendo aquele que os adquire, pos-
regras da prescrição previstas na legislação penal. sui ou utiliza, conhecimento de que no momento
SUBSECÇÃO III da sua recepção, esses bens são provenientes da
Terceiros de Boa-Fé prática sob qualquer forma de comparticipação
ARTIGO 80.º das infracções previstas no n.º 4 do presente
(Defesa de direitos de terceiros de boa-fé) artigo, são punidos com a mesma pena.
1. Se os bens apreendidos a arguidos em processo penal 2. Está sujeito a pena prevista no número anterior, com
por infracção relativa ao Branqueamento de Capitais ou do as atenuações previstas no código penal quem participar,
Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas associar-se ou conspirar para cometer ou tentar cometer, aju-
de destruição em massa se encontrarem inscritos em registo dar, incitar, facilitar e orientar a prática do crime previsto no
público em nome de terceiros, os titulares de tais registos n.º 1 do presente artigo.
948 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. Consideram-se vantagens os bens provenientes da prá- c) O agente prestar colaboração relevante na inves-
tica sob qualquer forma de comparticipação, de quaisquer tigação do próprio crime de branqueamento,
infracções subjacentes ao crime de branqueamento de capi- prevenir ou evitar os efeitos do crime, proceder a
tais, assim como os bens que com eles se obtenham. delação tempestiva de outros agentes ou impedir
4. Consideram-se infracções subjacentes ao Crime de a verificação outros Crimes de Branqueamento;
Branqueamento de capitais, tal como definido no presente d) O agente com a sua acção, privar grupos crimi-
artigo todos os factos ilícitos típicos puníveis com pena de nosos dos seus recursos ou proventos do crime.
10. A pena aplicada nos termos dos números anteriores,
prisão que tenha duração mínima igual ou superior a 6 (seis)
não pode ser superior ao limite máximo da pena mais ele-
meses.
vada de entre as previstas para os factos ilícitos típicos de
5. A punição pelos crimes previstos no presente artigo
onde provêm as vantagens.
tem lugar ainda que os factos que integram a infracção 11. A punição do Crime de Branqueamento de Capitais
subjacente tenham sido praticados fora do território nacio- não depende da condenação dos agentes das infracções sub-
nal ou ainda que se ignore o local da prática do facto ou jacentes das quais são provenientes os bens de origem ilícita.
a identidade dos seus autores, desde que a infracção subja- 12. A tentativa é punível.
cente relevante seja qualificada como crime subjacente pelo ARTIGO 83.º
direito interno do país em que é cometida, assim como seria (Financiamento da Proliferação de Armas de Destruição em Massa)
no direito interno angolano caso o Crime de Branqueamento Quem por quaisquer meios, directa ou indirectamente,
de Capitais fosse cometido em território nacional. fornecer ou reunir fundos com a intenção de serem utiliza-
6. As infracções previstas no presente artigo não são puní- dos ou tiver conhecimento que podem ser utilizados total ou
veis sempre que, no momento da sua prática, não subsistir parcialmente no financiamento da proliferação de armas de
uma pretensão de confisco das vantagens, nomeadamente,
destruição em massa é punido nos mesmos termos previs-
por efeito de amnistia, decurso do prazo de prescrição do
tos para o financiamento do terrorismo, de acordo ao regime
procedimento criminal ou falta de apresentação tempestiva
aplicável em matéria de prevenção e combate ao terrorismo.
da queixa relativa aos factos ilícitos típicos de onde provêm
ARTIGO 84.º
as vantagens, quando estes dela dependerem. (Sanções financeiras aos actos de Financiamento da Proliferação de
7. A pena prevista nos n.os 1 e 2 do presente artigo é agra- Armas de Destruição em Massa)
vada de 1/3, quando: As entidades sujeitas e quaisquer outras devem apli-
a) O agente praticar as condutas de forma habitual; car aos actos de Financiamento da Proliferação de Armas
b) O Crime de Branqueamento for praticado por ou de Destruição em Massa as sanções aplicáveis à prática do
no âmbito de uma associação ou organização terrorismo e do seu financiamento à luz do regime aplicá-
criminosa; vel em matéria de Prevenção e Combate do Terrorismo e
c) O Crime de Branqueamento for praticado com a da Lei sobre a Designação e Execução de Actos Jurídicos
intenção de promover a continuação da activi- Internacionais.
dade criminosa; ARTIGO 85.º
d) O Crime de Branqueamento for praticado com (Restituição de quantias)
a intenção de promover o financiamento do Além das penas previstas pela prática dos crimes pre-
Terrorismo ou da Proliferação de Armas de Des- vistos na presente Lei e regime aplicável em matéria de
truição em Massa. Prevenção e do Combate ao Terrorismo, o Tribunal deve
8. Quando tiver lugar a reparação integral do dano cau- sempre condenar na total restituição das quantias utiliza-
sado ao ofendido pelo facto ilícito típico de cuja prática das para o cometimento dos crimes das quantias ilicitamente
provêm as vantagens sem dano ilegítimo de terceiros, até ao obtidas ou desviadas dos fins para que foram concedidas.
início da audiência de julgamento em primeira instância, a
ARTIGO 86.º
pena é especialmente atenuada. (Responsabilidade criminai das pessoas colectivas
9. A pena pode ser especialmente atenuada se: e equiparadas e penas aplicáveis)
a) Verificados os requisitos previstos no número ante- 1. As pessoas colectivas com excepção do Estado e das
rior a reparação do dano causado ao ofendido organizações internacionais de direito público, as socieda-
pelo facto ilícito típico de cuja prática provêm as des civis e as meras associações de facto, são susceptíveis
vantagens for parcial; de responsabilidade pelos crimes previstos na presente Lei e
b) O agente prestar auxílio concreto e relevante na na Lei da Prevenção e Combate ao Terrorismo.
recolha das provas decisivas para a identifica- 2. As pessoas colectivas e entidades equiparadas ainda
ção ou a captura dos responsáveis pela prática que irregularmente constituídas são responsáveis pelas
dos factos ilícitos típicos de onde provêm as infracções cometidas em seu nome, por sua conta ou no
vantagens e na identificação e apreensão dos interesse colectivo, a título individual ou no desempenho de
proventos daí decorrentes; funções, pelos seus órgãos ou representantes, por pessoas
I SÉRIE – N.º 10 – DE 27 DE JANEIRO DE 2020 949

que detenham uma posição de liderança ou por pessoa sob a 11. Sem prejuízo do direito de regresso, as pessoas que
autoridade destes, quando o cometimento se tenha tornado ocupem uma posição de liderança são subsidiariamente res-
possível em virtude de uma violação dolosa das obrigações ponsáveis pelo pagamento das multas e indemnizações em
de vigilância ou de controlo que lhes incumbem. que a pessoa colectiva ou entidade equiparada for conde-
3. Para efeitos do número anterior, entende-se que detêm nada, relativamente aos crimes praticados no período de
uma posição de liderança as pessoas singulares que inte- exercício do seu cargo, sem a sua oposição expressa, ou
gram os órgãos da pessoa colectiva ou têm poderes para pelos crimes praticados anteriormente, quando:
representá-la, bem como as pessoas singulares que têm a) Tiver sido por culpa sua que o património da pes-
soa colectiva ou entidade equiparada se tornou
autoridade para exercer o controlo da respectiva actividade,
insuficiente para o respectivo pagamento; ou
quando actuem nessa qualidade.
b) A decisão definitiva de as aplicar tiver sido notifi-
4. A responsabilidade das entidades referidas no número
cada durante o período de exercício do seu cargo
anterior não exclui a responsabilidade individual dos respec-
e lhe seja imputável a falta de pagamento.
tivos agentes, nem depende da responsabilização destes.
12. Sendo várias as pessoas responsáveis nos termos do
5. A responsabilidade penal das pessoas colectivas e enti-
número anterior, é solidária a sua responsabilidade.
dades equiparadas é excluída quando o agente tiver actuado 13. Se as multas ou indemnizações forem aplicadas a
contra ordens ou instruções expressas da entidade compe- uma entidade sem personalidade jurídica, responde por
tente para o efeito. elas o património comum e, na sua falta ou insuficiência,
6. A transmissão, cisão e a fusão não determinam a solidariamente, o património de cada um dos respectivos
extinção da responsabilidade penal das pessoas colectivas, membros, sócios, associados, integrantes ou beneficiários
respondendo pela prática do crime: efectivos.
a) A pessoa colectiva ou entidade equiparada em que 14. Findo o prazo de pagamento da multa ou de alguma
a transmissão ou fusão se tiver efectivado; das suas prestações sem que o pagamento esteja efectuado,
b) As pessoas colectivas ou entidades equiparadas procede-se à execução do património da pessoa colectiva ou
que resultaram da cisão. entidade equiparada.
7. As penas aplicáveis a entes colectivos devem ser 15. A multa que não for voluntária ou coercivamente
definidas tendo em conta a sua natureza jurídica, as suas paga não pode ser convertida em prisão subsidiária.
especificidades, o tipo de actividade que desenvolvem e a 16. A pena de dissolução só é decretada quando os sócios
sua dimensão económica e social. da pessoa colectiva tenham tido a intenção, exclusiva ou pre-
8. Pelos crimes previstos no n.º 1 do presente artigo dominante de, por meio dela, praticar os crimes indicados no
são aplicáveis às pessoas colectivas as seguintes penas n.º 1 do presente artigo ou quando a prática reiterada de tais
principais: crimes mostre que a pessoa colectiva ou sociedade está a ser
a) Multa; utilizada, exclusiva ou predominantemente, para esse efeito,
b) Dissolução. quer pelos seus órgãos ou representantes, quer pelos seus
9. A pena de multa é fixada em dias, no mínimo de 100 membros, quer por quem exerça a respectiva administração
(cem) dias e no máximo de 1.000 (mil) dias. ou detenha uma posição de liderança.
10. Cada dia de multa corresponde a uma quantia, no valor 17. Pelos crimes previstos no n.º 1 do presente artigo
podem ser aplicadas às pessoas colectivas, individual ou
de Kz: 45 645,80 (quarenta e cinco mil, seiscentos e quarenta
cumulativamente, as seguintes penas acessórias:
e cinco kwanzas e oitenta cêntimos) a Kz: 4 564 580,00
a) Caução de boa conduta;
(quatro milhões, quinhentos e sessenta e quatro mil e qui-
b) Injunção judiciária;
nhentos e oitenta kwanzas) que o tribunal fixa em função da
c) Proibição de celebrar certos contratos ou de os
situação económica e financeira da pessoa colectiva e dos
celebrar com determinadas entidades;
seus encargos com os trabalhadores e, quando se justificar
d) Perda dos lucros ilícitos obtidos com a actividade
aplicam-se as seguintes regras: criminosa;
a) O tribunal pode autorizar o pagamento da multa e) Perda dos bens adquiridos com os lucros ilícitos da
dentro de um prazo que não exceda um ano, actividade criminosa;
ou permitir o pagamento em prestações, não f) Interdição temporária do exercício de uma activi-
podendo a última delas ir além dos dois anos dade;
subsequentes à data do trânsito em julgado da g) Privação do direito a subsídios ou a subvenções
condenação; outorgados por entidades ou serviços públicos;
b) Dentro dos limites referidos na alínea anterior e h) Encerramento de estabelecimento; e,
quando motivos supervenientes o justificarem, i) Publicidade da decisão condenatória transitada em
os prazos de pagamento inicialmente estabeleci- julgado.
dos podem ser alterados; 18. Para efeitos de responsabilidade criminal das pessoas
c) A falta de pagamento de uma das prestações colectivas é aplicável, com as necessárias adaptações, o dis-
importa o vencimento de todas. posto no Código Penal.
950 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 87.º 4. A pessoa ou entidade cujos bens forem apreendidos,


(Actuação em nome de outrem) congelados ou posteriormente declarados perdidos a favor
1. É punido quem actua como titular de órgãos de um do Estado pode recorrer judicialmente da decisão que decre-
ente colectivo ou em representação legal ou voluntária de tou a apreensão, o congelamento ou a perda a favor do
outrem, ainda que: Estado dos mesmos, nos termos gerais.
a) Não concorram nele, mas sim na pessoa em nome
da qual actua, as qualidades ou relações requeri- CAPÍTULO IV
das pelo tipo legal de crime; Disposições Finais
b) O tipo legal exigir que o agente pratique o facto no ARTIGO 89.°
seu próprio interesse, e este actuar no interesse (Tabela anexa)
do representado. É aprovada a Tabela de Referência para efeitos das obri-
2. A ineficácia do acto que serve de fundamento à repre- gações, anexa à presente Lei e que dela é parte integrante.
sentação não impede a aplicação do disposto no número ARTIGO 90.º
anterior. (Revogação)
ARTIGO 88.º É revogada a Lei n.º 34/11, de 12 de Dezembro, sobre
(Medidas Cautelares) o Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento
1. Com intuito de prevenir a sua transacção, transfe- do Terrorismo.
rência ou disposição, antes ou durante o procedimento ARTIGO 91.º
criminal, as autoridades judiciárias competentes podem, (Dúvidas e omissões)
sem aviso prévio, proceder à apreensão ou congelamento As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e
dos activos, tal como definidos nos n.os 1 e 2 do artigo 3.º da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia
da presente Lei, incluindo os bens que constituem o pro- Nacional.
duto do Branqueamento de Capitais, do Financiamento do
ARTIGO 92.º
Terrorismo ou do Financiamento da Proliferação de Armas (Entrada em vigor)
de Destruição em Massa que após decisão judicial podem
A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.
ser objecto de perda a favor do Estado.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
2. Os activos suspeitos de serem ou de que se tenha
aos 20 de Novembro de 2019.
conhecimento que podem ser utilizados no financiamento
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade
do terrorismo, podem ser igualmente congelados ou apreen-
Dia dos Santos.
didos, assim como os instrumentos usados na prática ou com
Promulgada, aos 23 de Dezembro de 2019.
intenção de serem utilizados para praticar os crimes previs-
tos na presente Lei. Publique-se.
3. A apreensão ou congelamento dos activos acima previs- O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
tos não prejudica os direitos adquiridos por terceiros de boa-fé. Lourenço.

ANEXO I
Tabela de Referência para efeitos das obrigações da presente Lei, a que se refere o artigo 89.º
Pontos Correspondência Valor igual ou superior ao equivalente em moeda nacional ou estrangeira, à:
1.1 i), b) n.º 1 artigo 11.º 15.000,00 USD (Quinze Mil Dólares dos Estados Unidos da América)
1
1.2 ii), b) n.º 1 artigo 11.º 1.000,00 USD (Mil Dólares dos Estados Unidos da América)
2.1 a), n.º 3 artigo 17.º 15.000,00 USD (Quinze mil Dólares dos Estados Unidos da América)
2.2 b), n.º 3 artigo 17.º 5.000,00 USD (Cinco mil Dólares dos Estados Unidos da América)
2.3 c), n.º 3 artigo. 17.º 5.000,00 USD (Cinco mil dólares dos Estados Unidos da América)
2 2.4 d), n.º 3 artigo 17.º 5.000,00 USD (Cinco mil Dólares dos Estados Unidos da América)
2.5 e), n.º 3 artigo 17.º 5.000,00 USD (Cinco mil Dólares dos Estados Unidos da América)
2.6 f), n.º 3 artigo 17.º 5.000,00 USD (Cinco mil Dólares dos Estados Unidos da América)
2.7 n.º 4 artigo 17.º 5.000,00 USD (Cinco mil Dólares dos Estados Unidos da América)
3 n.º 2 artigo 28.º 5.000,00 USD (Cinco mil Dólares dos Estados Unidos da América)
4 n.º 2 artigo 31.º 1.000,00 USD (Mil Dólares dos Estados Unidos da América)
5 a), n.º 1 artigo 39.º 2.500,00 USD (Dois mil e quinhentos Dólares dos Estados Unidos da América)
6 artigo 40.º 2.500,00 USD (Dois mil e quinhentos Dólares dos Estados Unidos da América)
7 artigo 41.º 5.000,00 USD (Cinco mil Dólares dos Estados Unidos da América)
8.1 n.º 1, artigo 43.º 10.000,00 USD (Dez mil Dólares dos Estados Unidos da América)
8
8.2 n.º 2, artigo 43.º 10.000,00 USD (Dez mil Dólares dos Estados Unidos da América)
9 n.º 1, artigo 47.º 15.000,00 USD (Quinze mil Dólares dos Estados Unidos da América)

O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dia dos Santos.


O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço.

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